quinta-feira, 18 de abril de 2013

Publicacao digital muda as regras do jogo entre autores e editoras (WSJ)

Era digital muda conceito de sucesso literário

O livro de suspense pós-apocalíptico "Wool", de Hugh Howey, já vendeu mais de meio milhão de exemplares e gerou mais de 5.260 comentários no site da Amazon. Howey já recebeu mais de US$ 1 milhão em royalties e vendeu os direitos para o cinema para Ridley Scott, o diretor do filme "Alien" .
E a Simon & Schuster ainda nem lançou o livro.
Em um negócio raríssimo no setor editorial, a Simon & Schuster comprou os direitos para a publicação impressa de "Wool" (Lã, em tradução livre), permitindo que Howey conserve os direitos para o livro eletrônico. Em 2011, Howey lançou "Wool" por conta própria, como romance em capítulos, e adotou uma atitude inusitada ao recusar-se a vender os direitos para a publicação digital. No ano passado, ele rejeitou ofertas de mais de US$ 1 milhão por parte de diversas editoras, até chegar a um acordo com a Simon & Schuster, de mais de US$ 500.000, apenas para o livro impresso.
"Eu já estava ganhando, sozinho, mais de US$ 1 milhão, por isso foi fácil recusar", diz Howey, de 37 anos, que abandonou a faculdade e trabalhou como capitão de iate, operário da construção e empregado de livraria antes de começar a publicar seus próprios livros. "Eu pensei: 'Como vocês vão conseguir vender seis vezes mais do que eu estou vendendo agora?'"
Josh Ritchie for The Wall Street Journal
Hugh Howey foi de desempregado a escritor cobiçado por grandes editoras depois de vender capítulos de seu livro de ficção científica na web por US$ 0,99 cada.
É um sinal da grande mudança no equilíbrio do poder em favor dos autores, no novo panorama da publicação digital. No ano passado, os títulos publicados pelos próprios autores compuseram 25% dos livros mais vendidos pela maior varejista on-line do mundo, a Amazon. Quatro autores independentes já venderam mais de um milhão de exemplares para o leitor de livros eletrônicos Kindle, e 23 já venderam mais de 250.000, segundo a Amazon.
Editoras que antes ignoravam os autores independentes agora tentam furiosamente seduzi-los. No ano passado, mais de 60 autores independentes fecharam contratos com editoras tradicionais. Vários ganharam adiantamentos de mais de US$ 1 milhão. Alguns negociaram acordos que lhes permitem continuar a vender livros eletrônicos por conta própria, incluindo autores de livros românticos como Bella Andre e Colleen Hoover, que já venderam mais de um milhão de exemplares cada.
Os acordos que só cobrem o livro impresso continuam raríssimos. Poucos editores querem abdicar do segmento que mais cresce na indústria. Nos EUA, as vendas de livros eletrônicos para adultos, de ficção e não-ficção, cresceram 36% nos primeiros três trimestres de 2012, em comparação com o ano anterior. Em contraste, as vendas de livros em brochura para o mercado de massa encolheram 17% nesse período, e os livros de capa dura caíram 2,4%, segundo relatório recente da Associação Americana de Editores.
Os interessados no setor de publicação vão observar atentamente a experiência de "Wool", agora que as vendas começaram nos Estados Unidos. A Simon & Schuster lançou ao mesmo tempo uma edição em brochura e outra em capa dura, competindo diretamente contra a edição digital de Howey.
"Teríamos preferido possuir todos os direitos, mas vimos que isso não ia acontecer", diz o diretor geral e editor da Simon & Schuster, Jonathan Karp. "Foi uma circunstância muito incomum."
"Wool" se tornou um sucesso viral no fim do ano passado, poucos meses depois que Howey começou a publicar a série em cinco partes na Amazon. O romance se passa em um futuro pós-apocalíptico, onde alguns milhares de seres humanos restantes vivem em um silo subterrâneo gigantesco, de 144 andares. Os casais que querem ter um filho precisam entrar num sorteio; os bilhetes só são distribuídos quando alguém morre. Os cidadãos que infringem a lei são mandados para fora do silo, onde morrem sufocados no ar tóxico. Os que são enviados para morrer são obrigados a limpar a sujeira dos sensores digitais que transmitem imagens granuladas da paisagem em ruínas para uma tela dentro do silo. As imagens se destinam a lembrar aos moradores que o mundo fora do silo é mortal; mas alguns começam a suspeitar que seus líderes estão mentindo sobre o que há lá fora e de que modo o mundo acabou em ruínas.
"Wool" chegou ao mercado bem quando o setor de entretenimento estava procurando algum outro sucesso com um conceito distópico bem elaborado, tal como "Jogos Vorazes", trilogia de Suzanne Collins para jovens adultos, ou o romance pós-apocalíptico de vampiros "A passagem", de Justin Cronin.
O formato em série ajudou a criar interesse e expectativa entre leitores compulsivos, que ficavam desesperados para ler a continuação. Ao mesmo tempo, o preço de US$ 0,99 facilitava a compra por impulso de cada capítulo. "Wool" foi o livro que ganhou mais resenhas favoráveis na Amazon em 2012, com uma classificação média de 4,8 estrelas em um total de cinco. O romance parece interessar tanto homens como mulheres, e vem atraindo tanto fãs de ficção científica como o público geral, tal como aconteceu com "Jogos Vorazes".
Howey já demonstrou ser implacável para negociar e muito habilidoso no marketing. Ele enviou cópias gratuitas de "Wool" para blogueiros e autores de resenhas de livros do Goodreads, site de mídia social para leitores ávidos. Já de início, as resenhas entusiasmadas incentivaram mais gente a dar uma chance ao livro, e os comentários viraram uma bola de neve. Hoje "Wool" já tem mais de 12.500 avaliações e cerca de 2.200 resenhas no Goodreads. Howey também incentivou os fãs a produzirem representações artísticas e ficcionais situadas no universo de "Wool"; seus leitores já criaram capas de livros e escreveram pequenos romances com suas próprias versões da história. Ele recrutou 30 fãs ardorosos para serem leitores "beta", que revisam, de graça, as primeiras versões de seus livros.
A origem
Howey foi criado na zona rural da Carolina do Norte, filho de um agricultor e de uma professora. Na adolescência, devorava livros populares de ficção científica e sempre teve uma imaginação fértil. Ele estudou física e inglês na universidade Charleston College, mas abandonou os estudos no primeiro ano para viajar de barco pelas Bahamas. Trabalhou como capitão de iate, carpinteiro e técnico de uma empresa de áudio e vídeo.
Quatro anos atrás, ele decidiu tentar a vida como escritor. Ele estava desempregado e tinha uma ideia para um romance sobre um jovem piloto de espaçonave que viaja pela galáxia em busca do pai desaparecido. Ele vendeu o livro, "Molly Fyde and the Parsona Rescue", a uma pequena editora do Estado americano de Indiana por menos de US$ 1.000. As vendas foram escassas, mas ele continuou tentando. Depois de arranjar um emprego em uma livraria universitária, continuou escrevendo em todas as suas horas livres, de dia ou de noite.
"Wool" começou como um conto, que Howey escreveu rapidamente, em três semanas. Em julho de 2011 ele o colocou à venda na Amazon por US$ 0,99. Dentro de três meses a história já tinha vendido 1.000 cópias. Howey ficou abismado.
Os leitores imploraram por uma continuação, e em novembro Howey lançou a segunda parte. Nesse mês ele vendeu mais de 3.000 cópias. No mês seguinte lançou mais duas partes e vendeu cerca de 10.000 cópias no total. Em janeiro, lançou o capítulo final, por US$ 2,99, e publicou as cinco partes em um só volume, por US$ 5,99. Nesse mês ele vendeu, em conjunto, 23.000 cópias de todas as edições. "Wool" disparou na lista de best-sellers de ficção científica na Amazon. Howey largou o emprego.
Os agentes literários começaram a cortejá-lo. A maioria queria vender os direitos para as versões impressa e digital pelo lance mais alto. Howey não se interessou. Uma agente, Kristin Nelson, disse que ele não deveria ceder os direitos digitais, mas que ela poderia ajudá-lo a vender os direitos para outros países e para cinema e TV. Ele assinou com ela em janeiro do ano passado, e eles já venderam a série para 24 países. Os direitos para publicação em português foram adquiridos pela editora Intrínseca e o livro deve ser lançado no Brasil em junho.
Nelson também enviou "Wool" para editoras americanas, e recebeu algumas ofertas de menos de US$ 500.000. Howey recusou. Através da plataforma de autopublicação da Amazon, ele já estava recebendo 70% dos direitos autorais, que lhe davam uns US$ 40.000 por mês. A maioria das editoras oferecem ao autor 10% a 15% do preço de venda de um livro digital.
Nessa época Howey começou a vender versões de seus livros para os leitores eletrônicos Nook e Kobo, da Barnes & Noble, BKS -1.00% e também pela loja iTunes da Apple. Um agente da United Talent Agency começou a oferecer os direitos de filmagem. Três estúdios deram lances pelo livro. Os direitos acabaram ficando com a 20th Century Fox e a produtora de Ridley Scott, diretor dos grandes sucessos de ficção científica "Alien" e "Blade Runner, o Caçador de Andróides", que pagaram US$ 500.000. O roteirista e diretor independente J. Blakeson está escrevendo o roteiro.
Com esses acordos no bolso Howey, que nessa época estava ganhando US$ 120.000 por mês, encontrou-se com cinco editores em Nova York. Mas apenas uma reunião correu bem, feita com Karp, o diretor da Simon & Schuster. Howey insistiu em um acordo de coedição, onde ele ficaria com os direitos para versões digitais e a Simon & Schuster com os direitos para livros impressos, em brochura e capa dura. Karp foi evasivo e disse que entraria em contato.
No meio do ano, as vendas digitais de "Wool" dispararam. Howey continuou a escrever e publicar novos livros por conta própria. Nessa época, a agente dele recebeu um e-mail de Karp, perguntando se ele ainda aceitaria um acordo apenas para os livros impressos.
A Simon & Schuster agora precisa transformar esse sucesso digital (Howey continua vendendo 50.000 versões eletrônicas por mês) em um grande sucesso de vendas como livro impresso tradicional.
"Muitas coisas que normalmente nós costumamos ensinar aos autores, Hugh foi esperto o suficiente para fazer sozinho", diz Richard Rhorer, responsável pelo marketing da Simon & Schuster no exterior.
Howey acaba de voltar de uma turnê pela Europa, onde "Wool" recentemente chegou às listas de best-sellers. Ele começa a se sentir mais como um autor estabelecido. "A indústria editorial está mudando tão rápido que todos nós somos especialistas do mesmo nível", disse. "Estamos todos tentando desvendá-la."

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Sacrebleu!: olhaeuai, por uma vez, concordando totalmente com o governo...

Essa é inédita, mas eu, e todos vocês, tínhamos de sobreviver para ver essa. Nem eu acreditava mais. 
Por uma vez (e espero que seja mais), estou concordando totalmente com o governo.
Comemorem, minha gente, pois não vai durar muito. Logo vão dar um jeito de conçertar a fraze...


E eu quero adentrar pela questão da inflação e dizer a vocês que a inflação foi uma conquista desses dez últimos anos do governo do presidente Lula e do meu governo.

Conheceram seus papudos de neoliberais?: vocês aí fazendo força para acabar com a inflação, sem saber que, depois disso tudo, viriam os companheiros muito mais melhor de preparados e que, finalmente dariam um geito de conçertar o erro...

O Banco Central ja' virou um barco lateral, fazendo agua em varios lados...

O Banco Central ja' virou um barco lateral, fazendo agua em varios lados... 
Entrando água por cima, por baixo, pelos lados, na sala de máquinas, na sala de comando, no depósito de combustível, até na geladeira, onde a comida deve ter estragado.
Passageiros (que somos nós) e tripulantes estão todos enjoados, alguns vomitando (os mais sensíveis), outros já baixaram à enfermaria, e tem até aqueles que procuram ficar bem com a capitania dos portos, indicando que não iriam por aquela direção (será para demonstrar que estão solidários com o brilhante plano de navegação que desenharam lá longe, na terra dos liluputianos?).
Anyway, qualquer solução que ele tivesse tomado, seria ruim, já estando condenada ab initio, por causa dessas tempestades "encomendadas" pelos meteorologistas incompetentes: se o barco não se movesse, iriam dizer que estavam cedendo comando a outros, de longe, se se movesse muito rápido, diriam que estaria fugindo de algo, movendo lentamente, como agora, não adianta muito, pois o mal já está feito e a água está entrando mesmo.
Bem, vamos colocar os coletes anti-inflação, mas todo mundo vai se molhar, disso não tenham nenhuma dúvida...
Paulo Roberto de Almeida 


Copom eleva taxa Selic para 7,50% ao ano
17/04/2013 20:04 

Brasília -  O Copom decidiu elevar a taxa Selic para 7,50% a.a., sem viés, por seis votos a favor e dois votos pela manutenção da taxa Selic em 7,25% a.a.
O Comitê avalia que o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços, entre outros fatores, contribuem para que a inflação mostre resistência e ensejam uma resposta da política monetária. Por outro lado, o Copom pondera que incertezas internas e, principalmente, externas cercam o cenário prospectivo para a inflação e recomendam que a política monetária seja administrada com cautela.
Votaram pela elevação da taxa Selic para 7,50% a.a. os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques. Votaram pela manutenção da taxa Selic em 7,25% a.a. os seguintes membros do Comitê: Aldo Luiz Mendes e Luiz Awazu Pereira da Silva.

França: qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência: mas não nas coisas boas...

Não estou falando de camembert, foie gras, champagne...
Estou falando de burocracia.
O Brasil é tipicamente francês na sua burocracia e regulamentação, apenas que ainda não atingiu o PIB e sobretudo a renda per capita dos franceses para aguentar tantas regulamentações intrusivas.
Paulo Roberto de Almeida

France drowning in rules and regulations, critics say

Edward Cody/TWP - The Mayor of Albaret-Sainte-Marie has ordered to rip out this sign and replace it because local bureaucrats require the sidewalk to be free of obstacles.
ALBARET-SAINTE-MARIE, FRANCE — Although he is rich with 25 years of experience as mayor of this little town in the wooded hills of central France, Michel Therond gets advice from the bureaucrats in Paris almost every time he opens the mail.
One day’s delivery brings a directive stipulating that the sidewalks must be widened to permit two wheelchairs to cross paths without bumping. Another says the school cafeteria must be made accessible by elevator. Trees must be trimmed of branches six feet up their trunks, the orders go, and only government-certified technicians can change a light bulb on city property.

This part of a page from a directive details how to plant trees. On the left, it shows how wide the sidewalk must be from the planted tree, and on right, it shows how high up the tree must be trimmed.
“We are being strangled,” Therond complained, sifting through a pile of rules and regulations on his desk that he largely ignores — and many of which he does not even understand.
(Read: Seven peculiar rules imposed on the French)
France and its southern European neighbors, such as Italy and Greece, are increasingly being buried in such norms, rules and directives. In the past two decades, the number of legal do’s and don’ts has become so great that businessmen and economists warn that it is smothering growth just as the continent tries to dig out of its worst slump in a generation.
Comparisons are difficult, but among other advanced economies, the United States, Britain and the Scandinavian countries, which have more hands-off traditions of government, generally suffer less from such excessive regulation, according to assessments by the Organization for Economic Cooperation and Development (OECD).
The regulations almost always flow from a desire to meet recent and broadly accepted social goals, such as environmental protection, accident prevention or access for the disabled. But as lawmakers pass more legislation and bureaucrats scribble more implementation orders, specialists say, the result looks like a vast straitjacket holding back economic activity at a time when Europe needs it most.
A report prepared for the French government last month estimated that the country is squirming under 400,000 norms and rules, ranging from orders to school cooks on the amount of boiled egg a kindergartner can eat at lunch — half an egg — to precise requirements on how far mailboxes can stick out from the wall. The directives have cost little towns in France, such as Albaret-Sainte-Marie, more than $2.5 billion over the past four years, the report estimated.
Applied to business with equal bureaucratic fastidiousness, such rules and regulations prove even more expensive in the private sector. They cost the 27 European Union countries an average 3.7 percent of their gross domestic product a year, more than $10 billion in the case of France, and hold back an incalculable amount of new investment, according to the OECD.
“The country is in danger of paralysis,” warned Alain Lambert, head of the French government’s Consultative Commission on Evaluation of Norms.
Therond said the problem has grown acute because France increasingly has a mind-set in which all risks must be eliminated, what is called “the principle of precaution.” “But you just can’t do that,” he objected. Lambert agreed. “We must temper the principle of precaution to restore to French people their right to risk,” he said on delivering his report.
Christophe Brunel, who runs the Hotel du Rocher Blanc across the road from City Hall here, said new regulations for wheelchair access, sanitation and fire prevention that come into effect in 2015 would cost him about $1.5 million to carry out, more than the century-old hotel is worth. The rules, he said, would require him to enlarge corridors and stairways, put in elevators, change doors, update rooms and remodel the kitchen, destroying the charm — and the budget.
“Eighty percent of small independent hotels in France cannot meet these requirements,” he said, suggesting that airport-style chain hotels will be the only lodgings left if such norms are applied.
Reacting to expressions of concern, President Francois Hollande promised last week that his government would carry out a “simplification shock” to reduce the overload of rules and regulations. His prime minister, Jean-Marc Ayrault, called in ministers, formed a committee and pledged a purge. But most French people only smiled, recalling that similar promises have come from all of Hollande’s predecessors since Charles de Gaulle.
A big part of the problem is public demand. After revelations last month that some meat labeled beef in prepared dishes was actually horsemeat, for instance, Hollande’s government was called on the carpet for inadequate regulation of the wholesale meat market. The consumer protection minister, Benoit Hamon, responded with promises of more regulations and tighter inspections.
Another source of overregulation is the “mille-feuille” of government, the layers that start with municipalities, then cantons, and on to inter-communal bodies, departments, regions, parliamentary representation and ministries. Each level plays a role in imposing norms, sometimes contradictory. But with various government bodies providing 23 percent of the jobs in France, talk of reducing the overlap is largely ignored.
The OECD has recommended that just abolishing departments would produce substantial savings. But in addition to boosting unemployment, such a move would rob the central government of its major channel for exercising authority throughout the country since Napoleon’s time, anathema in a highly centralized system.
“We have a territory that is layered like lasagna,” said Maurice Leroy, a rightist legislator who has joined the call for abolishing departments, “which is not an Italian specialty but a French specialty.”
Bureaucratic layers
Towns and villages such as Albaret-Sainte-Marie were encouraged in recent legislation to form inter-communal committees to pool resources on such matters as water purification or recreational facilities. Despite the logic, all the new law did was add another bureaucratic layer, according to Herve Boulhol, who heads the OECD’s French desk.
Therond said the most outrageous directive to hit his desk recently was a March 28 explanation from the departmental prefecture, 20 pages replete with color-coordinated graphics, of how the area’s inter-communal towns and villages are to organize local elections scheduled for next year. The prescriptions are so detailed and arcane, he protested, that he would have to be a constitutional lawyer to understand what the prefecture was driving at.
“Look at this,” he said, fingering the thick sheaf of papers. “I defy you to understand what they mean. Nobody could possibly understand it.”
The directive joined a pile of papers filed away without action by the City Hall secretary, Alain Chastang.
Perhaps more seriously, recently revised rules for building permits have imposed so many additional requirements that construction has been slowed to a trickle since the beginning of the year just as authorities are trying desperately to find jobs for the unemployed, Therond said.
The town’s activities center, for instance, is in need of renovation. But Therond is unable to fix it up because it is on a slope and wheelchair access — with the grade level minutely regulated — would be impossible without a ramp stretching out into neighboring property.
The second-floor cafeteria for Albaret-Sainte-Marie’s 70 students will have to be moved to the ground floor, he said, because the cost of an elevator would be prohibitive for a community of 600 residents with an operating budget of just over $500,000.
Another regulation that brings a rueful smile to Therond’s face has to do with water.
The community, high in the Massif Central hills, is blessed with natural spring water. But inspectors found recently that the town’s main spring had absorbed too much salt from anti-snow treatment on a nearby highway.
No problem, Therond said, we’ll just dig another spring. But wait, the bureaucrats said, experts have to test the new spring for a year before it can be used.
Result: The salty spring water still flows into residents’ homes, and Therond has taken to drinking bottled mineral water to prevent hypertension.
 

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Seven peculiar rules imposed on the French
By Edward Cody, Updated: April 16, 2013

France, along with some neighboring countries such as Italy and Greece, is increasingly being overwhelmed by a host of norms, rules and directives. Over the past two decades, the number of legal dos and don’ts has become so great that businessmen and economists warn they are smothering growth just as the continent tries to dig out of its worst slump in a generation.

Here is a sample of some of the directives the French government has imposed on its citizens:

1) All signs whose posts arise from the sidewalk must be replaced, freeing the sidewalk to a width of 1.28 meters to allow for the passage of two wheelchairs going in opposite directions.

2) Similarly, letterboxes or other wall-mounted boxes must not stick out over the sidewalk, lest a blind person walk by and bump into them.

3) Only a government-certified specialist may open fuse boxes or change light bulbs on city-owned property, which means in practical terms that City Hall would have to call in an electrician every time a bulb goes out.

4) The school cook must precisely divide meals so that kindergarten pupils eat only half an egg, primary school pupils eat one egg and junior high or high school students eat an egg and a half. Other foods must be weighed to comply with similarly detailed norms — 180 grams of paella in kindergarten, for instance, and 250 in primary school.

5) Access for handicapped people must be guaranteed in all public buildings, no matter when they were built, with entrance ramps at carefully measured grades. A nearby chateau transformed into a hotel and restaurant would have to destroy or cover centuries-old stone stairs to comply.

6) The ramp leading up to an unusual bell tower on Albaret-Sainte-Marie’s 16th-century stone church, which has a dramatic view over the Truyere Valley, must be replaced because its bars are horizontal and rules stipulate they must be vertical.

7) A five-page directive orders the local City Hall to take detailed steps to restore unusual pearl-bearing mussels in the Truyere River, which have been extinct for decades.

Wanted: poor people (preferably alive)

“Nós, nos últimos dois anos, tiramos 22 milhões de brasileiros e brasileiras da extrema pobreza pagando R$ 70 de renda mínima para cada uma das pessoas das famílias cadastradas no Bolsa Família. Sabemos, no entanto, que ainda tem pessoas que estão fora do cadastro. Muitas por não saberem, muitas por desconhecerem. Pedimos a parceria de vocês para que nós localizemos essas pessoas”.

Corrupcao: uma entrevista com Rodrigo Constantino

Movimento Contra a Corrupção

terça-feira, 16 de abril de 2013

Entrevista: Rodrigo Constantino aborda a Corrupção


Entrevistamos Rodrigo Constantino, economista e intelectual brasileiro. Neste diálogo, comentamos algumas perspectivas e propostas no que tange ao tema "corrupção", com ênfase na situação brasileira.
Não se trata de um "bate-papo", isto é, não pretendemos apenas interligar algumas temáticas. Ainda que de modo superficial, tencionamos aventar a opinião de intelectuais sobre diversos problemas advindos, de modo isento, impacial e apartidário.
Prezado Rodrigo, como você define “corrupção”?

Corrupção, em sentido mais abrangente, seria tudo aquilo que envolve fraude, desvio de conduta ética, roubo. Mas, em um sentido mais específico, corrupção precisa envolver o setor público, ou seja, é o desvio de recursos públicos. Para haver corrupção, nesse sentido, é preciso ter o governo envolvido no processo. Se uma empresa privada engana seus acionistas minoritários e desvia recursos, isso é roubo, fraude, mas não seria corrupção sob esse ponto de vista.

Que tipo de modelo estatal tende a acentuar os índices de corrupção?
Sempre que o estado concentra poder e recursos em demasia, temos um convite à corrupção. O motivo é evidente: como o dinheiro é da "viúva", falta o olhar atento do dono para fazer valer o seu dinheiro. 
Dessa forma, acabamos com um mecanismo de incentivos perversos, onde burocratas e políticos decidem sobre bilhões de outras pessoas, sem a devida prestação de conta, sem o devido escrutínio. É tentador demais cobrar um "pedágio" para a alocação desses vastos recursos, desviá-los para fins eleitoreiros, políticos, partidários ou mesmo pessoais. Como o dinheiro não é de "ninguém", pois é de todos, o político toma decisões sem critério econômico racional, privilegiando seus próprios interesses. É da natureza humana, e quando temos impunidade, essa tendência é exponencial.
Qual a diferença entre corrupção pública e privada? Qual causa mais danos à sociedade? Como evitá-las?
Conforme dito acima, prefiro chamar de corrupção aquilo que envolve o setor público, adotando outro nome para roubos no setor privado. Sem dúvida a corrupção é mais nefasta, pois envolve grandes somas e o desvio do nosso dinheiro. Quando uma empresa é fraudulenta, isso prejudica aqueles que voluntariamente negociaram com ela, e terão que buscar na justiça reparação. 
Quando temos corrupção, cada um dos "contribuintes" (pagadores de impostos) perde, sem que tenha voluntariamente participado de qualquer transação com a empresa ou entidade. Se há corrupção envolvendo a Petrobras, todos pagam o preço, pois todos somos, teoricamente, proprietários dela. A melhor forma de evitar a corrupção é reduzindo e descentralizando o poder estatal e a quantidade de recursos que passa pelo setor público, assim como adotando severa punição para quem foi condenado por corrupção.
 
A corrupção ocorrente no Brasil é mais agravada que em outros países? Por que?
Temos bastante corrupção sim, em termos relativos, como a Transparência Internacional mostra em suas pesquisas. É subjetivo muitas vezes, pois fala de "corrupção percebida". Mas sabemos que a magnitude é assombrosa, e qualquer empresário tem plena consciência do problema. Os motivos ficam claros após as respostas acima: temos muito poder concentrado no estado, e um poder arbitrário. 
Como a burocracia cria dificuldades legais para vender facilidades ilegais depois, ou seja, corrupção, claro que esta vai explodir em um país como o nosso, onde é proibitivo ter grandes negócios ou mesmo pequenos com tudo regularizado. 
Fora isso, o peso do estado na economia faz com que muitos queiram mamar em suas tetas, e optam pela via ilegal, ou seja, "investem" mais em lobby e corrupção do que em seus próprios negócios. 
Claro, quando uma canetada estatal sela o destino de todo um setor, isso passa a fazer sentido econômico. Por fim, temos um problema grave e conhecido de impunidade. Isso é um convite ao crime. Os corruptos não são punidos, logo, têm pouco a perder e a temer.
 
Como a privatização pode auxiliar no combate à corrupção? Ela pode auxiliar a corrupção?
Justamente reduzindo a concentração de poder e recursos no estado. A privatização, ao colocar em sócios privados o controle das empresas, aumenta muito o grau de preocupação desses com o caixa da empresa. Logo, haverá bem menos desvios, na média. E, quando houver desvio, não será do nosso dinheiro, mas do dinheiro desses proprietários particulares.
 
A corrupção no governo atual é maior que em tempos passados? Por que?
Difícil responder com dados objetivos, mas eu diria que a sensação é maior sim. Até porque tivemos o mensalão, que foi o auge em termos de corrupção com fins políticos: um partido desviando recursos públicos para se perpetuar no poder. Como o maior beneficiado pelo esquema acabou sendo reeleito, isso deu uma espécie de "salvo-conduto" para os corruptos, e criou a sensação de que o crime compensa. Espera-se que com o julgamento pelo STF e com as punições, ainda aguardando pela execução penal, ajude a melhorar o quadro. O corrupto tem que saber que, se for pego, vai pagar por isso. E caro!

O que cada um, como cidadão, pode fazer para ajudar no combate à corrupção?
Em primeiro lugar, procurar agir sempre de acordo com as leis, mesmo que discorde de algumas delas. Para mudá-las, devemos usar os mecanismos legais e democráticos. A desobediência civil me parece defensável apenas em casos extremos. Isso implica em não subornar policiais, não dar propina para burocratas etc. Claro que, na prática, muitas vezes isso será impossível. 
É que as regras são tão absurdas que tornam a viabilidade de alguns negócios, especialmente das pequenas empresas, impossível. O burocrata e o fiscal gozam de tantas regras arbitrárias que podem transformar a vida do pequeno empresário em um inferno, e a propina pode ser um grito de desespero pela sobrevivência. Entendo isso. Mas sempre que for possível, o ideal é jogar dentro das regras do jogo, respeitando as leis. O império das leis é fundamental para o avanço da sociedade. 
Por fim, os cidadãos devem fazer sua parte no campo das ideias, explicando para pessoas menos instruídas as causas da corrupção, dando sua cota de contribuição para a divulgação desses valores liberais que poderiam combater essa praga que é a corrupção.

As entrevistas são, por ora, disponibilizadas no intuito de enriquecer e majorar as cognições e materiais para o debate público a respeito da corrupção. A transcrição das mesmas não implica responsabilidade por parte de nosso movimento, tampouco adesão parcial ou integral às ideologias e propostas, pessoas ou pontuais, aventadas pelos autores.

Juros e Inflacao: qualquer decisao do BC sera' ruim, pois ja' tem sua credibilidade abalada..

TAXA DE JUROS
BACEN. COPOM. (17/04/2013) – PREVISÕES DO MERCADO

DE OLHO NA INFLAÇÃO E NO PIB, COPOM PODE SUBIR JURO PELA 1ª VEZ DESDE 2011. MERCADO AVALIA QUE JUROS PODEM SUBIR PARA CONTER ALTA DE PREÇOS NO PAÍS. AUMENTO DA SELIC PODE, PORÉM, COMPROMETER CRESCIMENTO ECONÔMICO. Em meio ao risco de aumento da inflação e à necessidade de manter a economia aquecida para combater os efeitos da crise internacional, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reune em 16-17/04/2013 para deliberar sobre o patamar para fixação da taxa básica de juros do país, a chamada Selic, atualmente fixada em 7,25% ao ano. A mais recente pesquisa feita com agentes do mercado financeiro, divulgada pelo BACEN no relatório Focus, aponta para a expectativa de que o Copom promova nesta quarta a primeira elevação na Selic desde 2011, quando a autoridade monetária deu início ao processo de redução que levou a taxa de juros ao seu menor patamar histórico. O aumento seria uma tentativa do Banco Central de conter a inflação no país – a alta dos juros acaba por deixar o crédito mais caro e desestimula as pessoas a consumirem, o que pode gerar queda de preços. Em 10/04/2013 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA acumula alta de 6,59% em 12 meses até março, acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo BC. A última vez em que o índice superou a meta foi em dezembro de 2011, quando atingiu 6,64%. A PR afirmou afirmou que o governo não terá o menor problema em atacar a inflação sistematicamente. Apontou, porém, que se houver necessidade de elevar os juros para combatê-la, isso seria feito em patamar bem menor que o realizado em anos anteriores, sinalizando que não há possibilidade de grandes mexidas na Selic para frear a alta dos preços. Já havia afirmado que a inflação no Brasil está sob controle e avaliou que a tendência é que diminua ao longo deste ano, assim como ocorreu em março, que teve inflação de 0,47%, ante de 0,60% registrado em fevereiro.
DÚVIDAS SOBRE O PIB. Por um lado se preocupa com a inflação, do outro o governo está pressionado a manter medidas para que a economia reaja e cresça em um ambiente de crise. Por conta disso, o mais provável é que o Copom mantenha a taxa de juros inalterada em 7,25% na reunião desta quarta, justamente para não prejudicar o crescimento da economia brasileira, que já caminha a passos lentos – o aumento do PIB em 2012 foi de 0,9%. Caso o BACEN eleve a taxa de juros, seria para reduzir consumo. Em um momento em que se está morrendo de medo de a economia não crescer neste ano, essa alta pode ser o tiro final. No entanto, há setores do mercado que acreditam que, nesse momento, o Copom não vai mexer na taxa de juros. Vão ponderar essa questão do crescimento e optar por olhar mais um pouco, ver como a economia se comporta e se haverá uma reação.
CONSENSO ESPERA ALTA NA SELIC, MAS HÁ DIVERGÊNCIA DE QUANTO SERÁ ESSE AUMENTO. DAS 83 PROJEÇÕES COMPILADAS PELA AE BROADCAST, 53 INDICAM AUMENTO DA TAXA BÁSICA DE JUROS; DOS QUE APOSTAM NA ALTA, 20 ESPERAM UM AUMENTO DE 0,5 P.P. Apesar do crescimento da economia continuar fraco, a expectativa do mercado por um aumento da Selic está crescendo continuamente, em meio às preocupações com a inflação. Com isso, as análises estão cada vez mais preponderantes de que haverá um aumento da taxa de juros em pelo menos 0,25 ponto percentual. Desta forma, o que a algumas semanas atrás era quase um consenso, a possibilidade de manutenção da Selic foi revista por diversas casas de análise, principalmente após a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) de março e com os pronunciamentos do MF e do BACEN: (i) o governo pode tomar medidas não populares; (ii) não haveria tolerância com a inflação; respectivamente. Até a semana passada, das 76 casas de análise com projeções divulgadas, 14 acreditavam em alta da taxa de juros já na próxima quarta-feira. Entretanto, este número subiu e, das 83 projeções divulgadas, agora 53 projetam um aumento da taxa de juros e 30 esperam manutenção. Destes 53, 33 acreditam que a alta será de 0,25 p.p., para 7,5% ao ano e 20 acreditam que o juro subirá 0,5 p.p., para 7,75% ao ano, de acordo com informações do AE Broadcast.
POR QUE MANTER A SELIC? Para o coordenador do curso de ciências contábeis da Faculdade Santa Marcelina, Reginaldo Gonçalves, a taxa Selic deve ser mantida em 7,25% a.a., pois qualquer que seja o aumento, ele pode inviabilizar o projeto do governo, que está em busca da redução do endividamento interno e a possibilidade de novos investimentos. Segundo ele, caso haja o estouro da meta de inflação, o Copom deve manter a taxa nos patamares atuais e fazer uma nova avaliação no próximo mês. Gonçalves destaca que o governo está em um telhado de vidro, que pode romper a qualquer momento, com a situação econômica ainda preocupante - o próprio governo revisou para baixo os números do crescimento do PIB em 2013, para 3% frente aos 3,5% iniciais. A preocupação com o crescimento econômico deve ser uma constante para o Copom, sobretudo após a divulgação do IBC-Br (Índice de atividade econômica do Banco Central), avalia a equipe do Santander. Considerado uma prévia do PIB brasileiro, o indicador ficou bem abaixo do esperado ao apontar alta de 0,4% em fevereiro. Embora esperam uma manutenção na Selic, eles esperam com expectativa o comunicado pós-reunião para entender melhor os próximos passos da política monetária em 2013. A agência de classificação de risco Austin Ratings, que revisou para baixo as suas perspectivas para a economia após a divulgação do dado, acredita que a Selic deve voltar a subir só a partir de julho.
POR QUE ELEVAR A SELIC? Por outro lado, conforme aponta a LCA Consultores, está se tornando cada vez mais preponderante a indicação pelo mercado de que a taxa básica de juro suba já neste reunião. A alteração de cenário está ligada, principalmente, devido à mudança no tom das declarações anti-inflacionárias da diretoria do BC. Tombini destaca que está monitorando atentamente a evolução dos indicadores para sinalizar a iminência de alterações da política monetária. Além disso, o presidente do BC destacou que o monitoramento será utilizado para a definição ''não da estratégia, mas da tática [da política monetária] no período vindouro'', aponta a LCA. ''Isso parece indicar que a estratégia de apertar as condições monetárias já está definida, restando estabelecer o timing e a intensidade da elevação da Selic'', avaliam os consultores. O alinhamento retórico de outros integrantes do governo com relação a essa possibilidade - como no caso de Guido Mantega - também reforçam essa percepção. Neste quadro, apontam, as chances da Selic ser elevada já nesta reunião do Copom aumentam preponderantemente, após a inflação ter atingido 6,6% em março no acumulado de doze meses, apontando para uma justificativa técnica para a elevação dos juros. O quadro de elevação de juros também deve elevar os juros, aponta a Rosenberg Consultores Associados. Segundo apontam os economistas, as notícias dramáticas não se limitaram à inflação acima do teto, mas também o índice de difusão alto ao mostrar que três quartos de todos os itens tiveram elevação nos preços. ''A política fiscal poderia ser mobilizado para combater a inflação, mas o seu impacto é muito lento e, além disso, não mostra nenhum sinal de reversão de sua trajetória expansionista'', afirmam os economistas, o que dá ''luz verde'' para uma volta do ciclo monetário mais apertado.
AJUSTE  DEVE SER MODERADO. Entretanto, aponta a LCA, a perspectiva é de que a intensidade do ajuste será moderada, suficiente apenas para trazer a política monetária para níveis mais próximos da neutralidade. ''Nas nossas contas, tal objetivo demandaria uma elevação da taxa básica de juros de 150 pontos-base'', afirma a LCA - uma vez que a inflação está mais ligada aos efeitos de choque na oferta do que na demanda. A expectativa dos economistas é também por uma maior desaceleração da inflação, com menor pressão dos grupos de alimentação. Com isso, o BC não deve adotar um ciclo de alta da Selic de modo a contrair a atividade e sim para levar a política monetária para perto das condições de neutralidade.
DISCURSO PR SOBRE JUROS CAUSA MAL-ESTAR NO BC. Os comentários da PR sobre juros e inflação, feitos no primeiro dia de reunião do Copom, causaram certo mal-estar no Banco Central, mas a avaliação é que as declarações pelo menos não chegaram a ser ruins nem "engessam" a decisão a ser tomada hoje sobre a taxa Selic. A equipe do BC considera que o "ideal" seria que ninguém do governo, inclusive a presidente, fizesse avaliações sobre taxa de juros durante os dois dias de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) por causa de riscos de interpretações erradas pelo mercado. Principalmente num momento em que o próprio governo admite que o Banco Central tem sua credibilidade questionada pelo mercado e precisa reafirmá-la para recuperar seu poder de coordenador das expectativas sobre os rumos da inflação. O tom das declarações da PR, contudo, gerou uma leitura "até favorável" pela equipe do BC. Foi destacada a frase em que ela diz que irá atacar "sistematicamente" a inflação. Além disso, no discurso técnicos consideram que a PR sinalizou não descartar um aumento de juros agora ao dizer que qualquer necessidade de combate à inflação será possível fazer num patamar menor, numa referência ao tamanho de uma eventual alta dos juros. A PR fez questão de dizer a interlocutores que o BC terá autonomia para decidir o que fazer com a taxa Selic. O Planalto, apesar de preferir que os juros não subam, trabalha com essa possibilidade e torce para que a alta, se for decidida, seja de 0,25 ponto percentual e não ultrapasse um ponto percentual ao longo do ano, o que levaria a taxa dos atuais 7,25% para 8,25%.
APOSTAS. No mercado, analistas apostam que o BC pode optar por um aumento mais elevado, de 0,50 ponto percentual, exatamente em razão do clima de interferência política nas decisões do banco. Dentro do BC, há um desconforto entre os técnicos diante das declarações públicas sobre juros vindas de autoridades do governo, como as da presidente na África do Sul, quando ela disse ser contra medidas de combate à inflação que afetem o crescimento. Esse tipo de comentário, segundo a equipe do BC, prejudica o trabalho que o banco vem fazendo desde o início do ano de endurecer seu discurso para tentar reverter as expectativas sobre os rumos da inflação

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