sexta-feira, 14 de junho de 2013

Pobreza e Progresso: o mais recente livro de Deepak Lal

Acabo de comprar este livro, que eu recomendo vivamente, de Deepak Lal, o mais famoso dos economistas indianos, junto com Jagdish Bagwathi (entre os quais eu não conto Amartya Sen, e sua poesia econômica), e um dos mais famosos economistas liberais, junto com Thomas Sowell:



Realities and Myths About Global Poverty
Renowned development economist Deepak Lal draws on 50 years of experience around the globe to describe developing-country realities and rectify misguided notions about economic progress. Unique among books that have emerged in recent years on world poverty, Poverty and Progress directly confronts intellectual fads of the West and dismantles a wide range of myths that have obscured an astounding achievement: the unprecedented spread of economic progress around the world that is eliminating the scourge of mass poverty.


Recomendo, também, duas matérias da Economist sobre redução da pobreza, que não têm nada a ver com este livro, e que eu já coloquei aqui neste blog.
Tudo isso confirma como os antiglobalizadores estão errados e equivocados, como aliás eu já tinha assinalado neste meu livro:
http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/107Globalizando.html

Globalizando: Ensaios sobre a globalização e a antiglobalização



Globalizando Book

Brasil-França, 3 a 0; C'est bien, disent les Français...

Só pode ser gozação da Radio France Info (que eu ouço religiosamente todos os dias, sobretudo todas as noites):

Des Bleus inquiétants
Le 11 Juin 2013 à 06h par Jean-Pierre Gauffre

Balayés 3-0 par le Brésil, les Bleus inquiètent à un an de la coup du monde de football...
Ecoutez, ça m'énerve un peu de voir ces commentaires au lendemain de la défaite des footballeurs français au Brésil, dimanche... Et un, et deux et trois zéro... C'est la même question qui revient en boucle dans les journaux... Faut-il s'inquiéter pour l'équipe de France à un an de la coupe du Monde... Ma réponse est clairement... Non... Il ne faut absolument pas s'inquiéter...
Je ne se suis pas un immense spécialiste du foot, mais il me semble que les résultats des Bleus, qui sont devenus bleu ciel depuis quelque temps, sont absolument normaux... Jamais un percheron ne remportera le prix de l'Arc de Triomphe... Jamais une Twingo ne rivalisera avec une Ferrari... Tout cela procède de la même logique... Je vais même jusqu'à dire que le contraire serait inquiétant... L'équipe de France dans sa configuration, avec les joueurs qu'on lui connaît, se doit de rester quelque part entre la quinzième et la vingtième place mondiale... Ce qui est toujours mieux que le Malawi ou les îles Féroé...
Une victoire contre le Brésil dimanche, même par le plus petit des écarts, même par un but marqué par un Brésilien contre son camp ou alors involontairement, après un dégagement maladroit du gardien contré par le dos de Benzema qui retournait dans son camp en marchant, aurait pu paraître suspect... Je pense qu'on aurait immédiatement soupçonné les associés de dopage... Oui, à ce niveau de rémunération, c'est plus des joueurs... C'est des associés... Comme les actionnaires d'un grand groupe industriel, qui touchent des dividendes... C'est important d'utiliser les bons mots...
Or, en France, on ne se dope pas... On le voit bien également dans d'autres sports, comme le cyclisme, bien entendu... Ce sont généralement les étrangers qui gagnent... Non pas qu'ils soient meilleurs que les Français... Mais pour partie parce qu'ils se dopent, mais aussi parce qu'ils font preuve d'un esprit anti sportif qui les pousse à ne pas vouloir seulement participer... Ce qui est généralement le cas du sportif français... D'ailleurs, la plupart des sportifs français qui gagnent ont souvent des origines étrangères... Regardez Yannick Noah, qui attend toujours son successeur depuis trente ans à Roland Garros, ou Sébastien Loeb, enfant d'une région, l'Alsace, qui s'est quand même souvent retrouvée sous l'autorité allemande... Ca laisse des traces dans la manière d'appréhender la compétition...
Dimanche soir, on avait des braves petits gars, certes, mieux élevés que ceux qu'on avait envoyés en Afrique du Sud... Mais bon... Français, quoi... C'est pourquoi il ne faut pas s'inquiéter... C'est au contraire s'il recommencent un jour gagner qu'il faudra se demander ce qui se passe dans cette équipe... Vous voyez bien qu'il n'y a pas de quoi se lever du mauvais pied... En revanche, on se recouche très bien avec les Bleus, qui nous font très vite dormir...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Dilma.com.br para Paulo; Dilma.com.br???!!!; Ué, pensei que fosse gov.br; e' uma atividade comercial?

Acabo de receber de Dilma.com.br (suponho que seja uma franquia comercial), aliás apresentada como a "presenta" (sic); mais um pouco e seria outra coisa:


Olá ,

No primeiro semestre de 2013 a presenta Dilma Rousseff tem se empenhado em melhorar a qualidade de vida dos brasileiros garantindo o acesso a bens de consumo, a educação e ao trabalho. Neste mês de junho ela anunciou diferentes ações que deverão beneficiar milhares de famílias.
Aquisição de móveis e eletrodomésticos a preços mais baratos - O governo federal lançou linha de crédito especial de R$ 18,7 bilhões para a aquisição de móveis e eletrodomésticos por beneficiários do Programa Minha Casa, Minha Vida. As famílias poderão financiar até R$ 5 mil, com taxa de juros de 5% ao ano e prazo de até 48 meses para pagar. O financiamento foi chamado Minha Casa Melhor. Leia mais.
Criação de quatro novas universidades federais - A presidente Dilma sancionou as leis que abrem as universidades federais do Cariri (UFCA), do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), do Oeste da Bahia (Ufob) e do Sul da Bahia (Ufesba). Entre 2003 e 2010, já foram criadas 14 novas universidades federais e 126 novos campi ou unidades acadêmicas, chegando agora a 63 universidades e 321 campi em todo o país. Saiba mais.
Mais verbas para a agricultura - Os agricultores terão R$ 136 bilhões para a safra 2013/2014. O total de recursos é 18% maior do que no ano passado. Ao anunciar o Plano Agrícola e Pecuário, a presidenta Dilma Rousseff lembrou a importância do agronegócio para a economia do país: o Produto Interno Bruto do setor cresceu 9,7% no primeiro trimestre de 2013, quando comparado com os três meses anteriores. Os produtores da agricultura familiar ainda terão disponíveis R$ 21 bilhões para financiar a próxima safra, valor 16,6% maior que o destinado ao setor no ano passado.

O que eu respondi: 

Como "Dilma.com.br"??!!
Isso é alguma franquia comercial?
É verdade isso?
Não seria "Dilma.gov.br"?
E por que "presenta"?
Não corre o risco de ser confundida com outra coisa?
E esse programa de subsídio a eletrodomésticos?
Não corre o risco de ser considerado pelo TSE propaganda eleitoral antecipada?
E não seria justamente demagogia eleitoral?
Perguntar não ofende, espero...
Paulo Roberto de Almeida

Camoes e Mark Twain: duas perspectivas

Camoes lancou a figura do velho do Restelo, com quem já fui comparado.
Como diria Mark Twain, a única coisa mais triste que um jovem pessimista é um velho otimista...

Dilma diz que inflação e contas públicas estão sob controle

A presidente também atacou os críticos de seu governo e os comparou ao personagem 'Velho do Restelo', de 'Os Lusíadas', conhecido pelo pessimismo

Eduardo Cucolo, Anne Warth e Renata Veríssimo, da Agência Estado, 12/06/2013
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira, 12, que a situação real do País é de inflação e contas públicas sob controle. Dilma afirmou que "é muito importante que o Brasil tenha uma visão do seu futuro condizente com a situação real que vive. E a situação real é de inflação sob controle e contas públicas sob controle", afirmou.
Dilma afirmou que "a relação do Brasil com vários componentes que caracterizam os indicadores macroeconômicos é muito saudável". "Não há a menor hipótese que meu governo não tenha uma política de combate e controle da inflação. Não há a menor hipótese."
A presidente afirmou que as pessoas que apostam nisso são as mesmas que, no início do ano, apostaram que ia haver um problema sério com fornecimento de energia no País, "o que desapareceu de todos os jornais porque não era real". "São movimentos localizados, especulativos, que duram um tempo, mas geram danos ao Brasil."
Velho do Restelo. Dilma comparou os críticos do governo ao personagem "Velho do Restelo", criado por Luís de Camões para o clássico "Os Lusíadas". Conhecido por seu pessimismo, o personagem ficava sentado às margens das praias e não acreditava nas conquistas de Portugal durante as grandes navegações.
"Era um velho que ficava sentado na praia azarando, dizendo que as coisas não iam dar certo e que aquilo era uma manifestação de vã glória, ou seja, vaidade e impulso para o desconhecido e a derrota", afirmou.
A presidente ressaltou que este é um personagem que encontra eco através da história. "Muitos 'Velhos do Restelo' apareceram nas margens das nossas praias. Mas eu asseguro a vocês que, hoje, ele não pode, não deve e não terá a última palavra no Brasil."

Duas na ferradura, e uma terceira na ferradura, tambem - Celso Ming

O governo consegue persistir no que mais faz na economia: errar no diagnóstico e nas prescrições também...

Sinais contraditórios

12 de junho de 2013 | 20h00
Celso Ming
Nesta quarta-feira circularam informações de que o governo Dilma está disposto a corrigir sua rota em direção a mais responsabilidade fiscal para ajudar a derrubar a inflação. Se for na linha do que foi anunciado nesta quarta, ou seja, de financiamentos de R$ 18,7 bilhões em recursos públicos a juros subsidiados para a compra de sofás e de máquinas de lavar, então essas boas intenções não devem ser levadas a sério. É mais despesa para mais consumo e menos investimento.
O estouro do teto da meta de inflação em meados de 2013 era fato anunciado há meses. Não pode ter sido inesperado para o governo, como as autoridades têm sugerido. Surpresa foi a reação da sociedade, de grande apreensão e cobradora de ação.

Dilma. Mais austeridade? (FOTO: André Dusek/Estadão)
Entre as prioridades da atual administração, nunca esteve entregar a inflação na meta. A ideia era de que, derrubados os juros, estimulado o crédito, garantidos o emprego, o aumento de renda e o consumo, o brasileiro toleraria eventual lambança da inflação.
As coisas não funcionaram assim e, agora, a disparada dos preços se encarrega de corroer a renda do consumidor. Como as adversidades não chegam sozinhas, a inflação sobrevém num momento em que o PIB segue em marcha excessivamente lenta, as contas públicas estão em franca deterioração, o balanço de pagamentos acusa graves avarias preocupantes e o mercado externo de capitais está em maré vazante.
Se nos níveis de 6,5% em 12 meses a inflação já provoca estragos políticos, imagine-se o que pode acontecer nos próximos meses, quando o índice se aproximará perigosamente dos 7%.
É só fazer as contas. Se em junho se confirmar uma evolução do IPCA de 0,32%, como esperada pelo mercado, conforme a Pesquisa Focus do Banco Central, o avanço dos preços em 12 meses atingirá 6,76%. Dificilmente em julho ficará abaixo dos 6,60%. E, se a esticada das cotações do dólar no câmbio interno continuar puxando para cima os preços em reais dos produtos importados, é possível que em agosto a dose se repita.
Além de culparem a crise internacional pelas mazelas da economia, as autoridades da Fazenda até agora vinham repetindo que o refluxo da inflação era questão de tempo e que aconteceria espontaneamente, sem empenho da administração. Repetiam, também, que a alta dos alimentos seria revertida quando as boas safras agrícolas chegassem ao varejo e com a relativa estabilidade das cotações das commodities no mercado internacional. No mais, o governo trataria de acelerar novas concessões, sempre adiadas, de portos, aeroportos, ferrovias, rodovias e petróleo, providência que puxaria os investimentos e daria a sensação de que o governo não estaria parado.
Foram até aqui a aposta e a receita que acabaram desmoralizadas pelos fatos. A única maneira de virar esse jogo é providenciar um choque fiscal. Seria um pacote de decisões de credibilidade que se encarregassem de reequilibrar as contas públicas, hoje a caminho da desordem.
Os sinais emitidos ontem são em sentido contrário, como dito acima. O risco é de que as novas juras de austeridade não passem de recurso para comprar tempo até as eleições. Se a deterioração dos fundamentos da economia não for atacada com credibilidade, os mercados não esperarão, se anteciparão aos fatos. São reações que tendem a desencadear forças ainda mais desestabilizadoras.
CONFIRA:
“Apagão de mão de obra”. O ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, defendeu ontem a criação de incentivos à imigração de profissionais qualificados para suprir o que ele chamou de “apagão de mão de obra”. Seria um jeito de dar oportunidade a tanta gente no exterior que hoje está desempregada.
Deu certo no passado. O Brasil tem uma longa história de sucesso por ter sabido acolher imigrantes da Europa e da Ásia a partir de meados do século 19. Para isso, não basta desburocratizar alguns trâmites. Uma decisão dessas pressupõe a definição de políticas. Até agora, não foi uma questão que o governo Dilma tenha levado a sério.
E os truques? Sem o fim dos truques contábeis usados no final de 2012 pelo secretário do Tesouro, Arno Augustin, para fingir respeito à Lei de Diretrizes Orçamentárias, não há austeridade confiável. Sem isso também não se garante nem o equilíbrio das contas públicas nem o controle da inflação.

Uma no cravo, outra na ferradura - Rolf Kuntz (Estadao)

O governo acerta uma, e tropeça em várias outras, como revelado no post anterior: a despeito da correção de rumos no BC, o governo continua comprometendo recursos do Tesouro com estímulos ao consumo. Continua o ativismo keynesiano...
Paulo Roberto de Almeida

Cinco boas novas, mas com muitas ressalvas

11 de junho de 2013 | 16h41
Rolf Kuntz
Junho começou com cinco notícias positivas – ataque mais firme à inflação, promessa de prioridade ao investimento, sinais de recuperação na indústria, melhora na balança comercial e pressão empresarial por mais e melhores acordos de comércio. Apesar disso, a Standard & Poor’s mudou de estável para negativa a perspectiva do País, alegando baixo crescimento e gasto público excessivo. Convém conferir as novidades positivas.
1) O Banco Central (BC) aumentou os juros, aparentemente com a concordância da presidente Dilma Rousseff. O novo aumento foi o dobro do anterior. O aperto pode ajudar a restabelecer a imagem de uma política autônoma e baseada em critérios técnicos. A noção de autonomia operacional do BC havia sido prejudicada nos últimos dois anos. A recuperação, se ocorrer, provavelmente ainda levará algum tempo, mas a primeira providência foi tomada.
Mas pode-se perguntar se o novo aperto, iniciado em abril, é justificável, quando o consumo das famílias parece estagnado. Afinal, cresceu no primeiro trimestre apenas 0,1% em relação aos três meses finais de 2012. Esse argumento é enganador.
Entre janeiro e março o consumo das famílias foi 2,1% maior do que havia sido um ano antes, enquanto a produção industrial foi 1,4% menor. O consumo do governo superou por 1,6% o de janeiro a março de 2012. Bastariam esses dados para mostrar um grave desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno.
A diferença resultou em aumentos de preços e de importações. Além disso, a expansão trimestral do consumo privado foi a 39.º consecutiva, impulsionada pela expansão da massa de salários e do crédito. Em vista da demanda, a ação do BC é plenamente defensável. Mas a eficácia será prejudicada se a política fiscal continuar expansionista. A perspectiva é de mais um ano sem realização integral do superávit primário e de novas transferências do Tesouro às estatais – como os novos aportes de R$ 15 bilhões para o BNDES e R$ 15 bilhões para a Valec.
2) A cúpula federal resolveu, segundo informação da última semana, atribuir ao investimento a função de motor principal do crescimento. Para isso será necessário, entre outras providências, apressar a execução do programa de concessões na área de infraestrutura, anunciado em agosto de 2012 e até agora empacado.
A revisão da estratégia, se for real, resultará do mero reconhecimento de um fato bem visível: embora ainda supere a capacidade interna de oferta, o consumo perdeu dinamismo. Seu papel como estimulante do crescimento esgotou-se – e provavelmente já estava esgotado em 2012. Além disso, o descompasso entre consumo e produção industrial era evidente há mais tempo, mas o governo desprezou esse dado.
A expansão do investimento dependerá tanto do governo quanto do setor privado. Do lado governamental, a tarefa só será cumprida se a administração de programas e projetos melhorar consideravelmente. Há muitos anos o governo mal consegue desembolsar 50% ou 60% das verbas orçamentárias previstas para investimento.
Entre as estatais, a Petrobrás tem sido responsável por uma fatia entre 80% e 90% do total investido. Mas também suas operações ficam menos bonitas quando examinadas de perto. Basta lembrar a queda de produção, o aumento da importação de combustíveis e lubrificantes e o mau negócio da Refinaria Abreu e Lima. Daí o programa de desinvestimentos.
3) A produção industrial em abril foi 1,8% maior que em março e 8,4% superior à de um ano antes. De janeiro a abril, ficou 1,6% acima da registrada nos primeiros quatro meses de 2012. Em 12 meses, no entanto, ainda foi 1,6% menor que no período anterior. A melhor parte dessa notícia é a evolução do setor de bens de capital. Em abril os fabricantes de máquinas e equipamentos produziram 3,2% mais do que em março e 24,4% mais do que um ano antes. Mas ainda houve uma queda de 4,4% no acumulado em 12 meses. O setor ainda nem se recuperou do tombo de 2012. A continuidade da recuperação dependerá da confiança dos empresários e, em proporção menor, das possibilidades de exportar. Somando-se os projetos públicos e privados, o investimento continuará, quase certamente, abaixo de 20% do PIB, uma miséria.
4) Há sinais de melhora na balança comercial, com superávit de US$ 760 milhões em maio, mas o acumulado no ano ainda foi um déficit de US$ 5,4 bilhões. Este resultado e o desempenho da indústria, ruim em 2012 e ainda em lenta melhora, estão claramente vinculados. É cedo para afirmar se o saldo continuará a crescer. De toda forma, o superávit de US$ 15 bilhões previsto pelo BC só será alcançado com um saldo mensal de US$ 2,9 bilhões até o fim do ano. Acredite quem quiser.
5) Setores da indústria começam a discutir e até a cobrar do governo medidas para uma inserção mais ampla do Brasil nos acordos bilaterais e interregionais de comércio. Reagem, finalmente, a eventos como a formação da Aliança do Pacífico, integrada por Chile, Peru, Colômbia e México, e às negociações das Parcerias Transpacífico e Transatlântica, ambas com participação dos Estados Unidos e de grandes e médias potências comerciais. Acordos parciais de comércio já aumentavam antes da interrupção da Rodada Doha e depois passaram a multiplicar-se mais velozmente, enquanto o Brasil continuou preso a um Mercosul estagnado e a alguns pactos pouco relevantes.
Para o Brasil, um resultado comercial relativamente modesto neste ano significará um déficit maior em transações correntes, provavelmente superior a 3% do PIB. Não será um desastre, mas a tendência é preocupante. Se o Banco Central continuar disposto a combater a inflação, os riscos à frente poderão ser menores, mas o aperto monetário dificilmente compensará o previsível desarranjo fiscal. O governo parece ter percebido o custo político da inflação, mas ainda se mostra disposto a pagar caro, por outros meios, pela reeleição.

Autoritarismo politico e dirigismo economico: dois grandes problemasbrasileiros

O Brasil atual tem dois grandes problemas, e eu até diria que são dois grandes obstáculos ao seu desenvolvimento político e ao seu progresso econômico: um é a evidente deriva totalitária da força política hegemônica, um partido neobolchevique que pretende monopolizar todas as alavancas do poder, não exatamente para construir o socialismo (já que os companheiros não são tão estúpidos quanto seus colegas bolivarianos para acreditar que isso seja possível), mas apenas para preservar seu rentismo de novos ricos do aparelhismo militante, a nova classe, ou a burguesia do capital alheio, como já se disse.
O outro problema é o ativismo governamental, que simplesmente redunda em despoupança pública, em paralisia dos investimentos privados e o insuportável crescimento dos dispêndios governamentais, contribuindo para o baixo crescimento e a exoansão da dívida pública.
A matéria abaixo apenas confirma o que disse.
Paulo Roberto de Almeida

Governo lança crédito para móveis e eletrodomésticos pelo Minha Casa

O Estado de S.Paulo, 12/06/2013

Batizado de Minha Casa Melhor, programa vai oferecer até R$ 5 mil de crédito para famílias a taxa de 5% ao ano; até R$ 8 bi do Tesouro Nacional serão usados


O governo lançou nesta quarta-feira, 12, uma linha de financiamento de móveis e eletrodomésticos exclusiva para beneficiários do programa de compra da casa própria Minha Casa, Minha Vida. A expectativa é de que 3,7 milhões de famílias sejam beneficiadas, em um total de R$ 18,7 bilhões.
 - André Dusek/Estadão
André Dusek/Estadão
Batizado de Minha Casa Melhor, a linha dará crédito de até R$ 5 mil por beneficiário. A taxa de juros é de 5% ao ano e o prazo para pagamento, 48 meses. As famílias terão um cartão magnético do Minha Casa Melhor e até 12 meses para gastar o crédito.
O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, destacou que a taxa de juros do programa é abaixo da média de mercado. Por isso, recursos do Tesouro Nacional serão usados para compensar a diferença entre as taxas de mercado e as que serão cobradas dos beneficiários. Segundo ele, medida não compromete a meta de superávit primário do governo.
Ribeiro ressaltou que o crédito vai permitir que as famílias melhorem "ainda mais o sonho da casa própria" e que vai injetar recursos que farão girar a engrenagem da economia e gerar emprego.
A presidente Dilma destacou a mudança de cenário desde 2009, após a criação do Minha Casa, Minha Vida. "Os resultados desse programa estão transformando a realidade do nosso País". Segundo ela, mais de 1 milhão de famílias receberam as chaves da casa própria desde então.
Varejo. A empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, elogiou a iniciativa do governo federal que, segundo ela, dá "dignidade para o nosso povo".
De acordo com Luiza, o projeto foi discutido durante três meses com representantes do varejo, da Caixa Econômica Federal e técnicos do Ministério da Fazenda. Segundo ela, 50% da população das classes C e D não possuem máquina de lavar roupas automática.
Como funciona. O financiamento será oferecido para as pessoas que adquiriram imóveis, via Minha Casa, Minha Vida, pela Caixa Econômica Federal. A contratação do crédito será feita nas agências ou pelo telefone 0800-726-8068.
O beneficiário precisa estar em dia com as parcelas do financiamento do imóvel para ter direito ao Minha Casa Melhor.
Serão 13 mil lojas credenciadas em todo País para aquisição dos móveis e eletrodomésticos pelo programa, que também darão 5% de desconto nas compras. A lista dos estabelecimentos comerciais está disponível no site: www.minhacasamelhor.com.br

ProdutosO valor máximo dos produtos será de:Guarda-roupa: R$ 380Cama de casal com ou sem colchão: R$ 370Cama de solteiro com ou sem colchão: R$ 320Mesa com cadeiras: R$ 300Sofá: R$ 375Fogão: R$ 599Lavadora de roupas automática: R$ 850Refrigerador: R$ 1.090TV Digital: R$ 1.400Notebook ou computador com acesso à internet: R$ 1.150(Com informações da Agência Estado e da Agência Brasil)

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...