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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Dilma.com.br para Paulo; Dilma.com.br???!!!; Ué, pensei que fosse gov.br; e' uma atividade comercial?

Acabo de receber de Dilma.com.br (suponho que seja uma franquia comercial), aliás apresentada como a "presenta" (sic); mais um pouco e seria outra coisa:


Olá ,

No primeiro semestre de 2013 a presenta Dilma Rousseff tem se empenhado em melhorar a qualidade de vida dos brasileiros garantindo o acesso a bens de consumo, a educação e ao trabalho. Neste mês de junho ela anunciou diferentes ações que deverão beneficiar milhares de famílias.
Aquisição de móveis e eletrodomésticos a preços mais baratos - O governo federal lançou linha de crédito especial de R$ 18,7 bilhões para a aquisição de móveis e eletrodomésticos por beneficiários do Programa Minha Casa, Minha Vida. As famílias poderão financiar até R$ 5 mil, com taxa de juros de 5% ao ano e prazo de até 48 meses para pagar. O financiamento foi chamado Minha Casa Melhor. Leia mais.
Criação de quatro novas universidades federais - A presidente Dilma sancionou as leis que abrem as universidades federais do Cariri (UFCA), do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), do Oeste da Bahia (Ufob) e do Sul da Bahia (Ufesba). Entre 2003 e 2010, já foram criadas 14 novas universidades federais e 126 novos campi ou unidades acadêmicas, chegando agora a 63 universidades e 321 campi em todo o país. Saiba mais.
Mais verbas para a agricultura - Os agricultores terão R$ 136 bilhões para a safra 2013/2014. O total de recursos é 18% maior do que no ano passado. Ao anunciar o Plano Agrícola e Pecuário, a presidenta Dilma Rousseff lembrou a importância do agronegócio para a economia do país: o Produto Interno Bruto do setor cresceu 9,7% no primeiro trimestre de 2013, quando comparado com os três meses anteriores. Os produtores da agricultura familiar ainda terão disponíveis R$ 21 bilhões para financiar a próxima safra, valor 16,6% maior que o destinado ao setor no ano passado.

O que eu respondi: 

Como "Dilma.com.br"??!!
Isso é alguma franquia comercial?
É verdade isso?
Não seria "Dilma.gov.br"?
E por que "presenta"?
Não corre o risco de ser confundida com outra coisa?
E esse programa de subsídio a eletrodomésticos?
Não corre o risco de ser considerado pelo TSE propaganda eleitoral antecipada?
E não seria justamente demagogia eleitoral?
Perguntar não ofende, espero...
Paulo Roberto de Almeida

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Paraguai: retomada do direito e da legalidade...


Paraguay presentó demanda ante Tribunal del Mercosur

Ultimahora.com, 9/07/2012

La Cancillería paraguaya solicitó hoy, por medio de un escrito, al Tribunal Permanente de Revisión del Mercosur (Asunción), la anulación de las sanciones contra el Paraguay. También se pidió la nulidad del ingreso de Venezuela.

Cumbre del Mercosur en Mendoza - Argentina
Foto: Archivo Efe.
Cumbre del Mercosur en Mendoza - Argentina Foto: Archivo Efe.
La suspensión de Paraguay del bloque se dio el pasado 29 de junio durante la reunión de los representantes de los países miembros, en Mendoza, Argentina.
Ernesto Velázquez Argaña, asesor jurídico de la Cancillería paraguaya, expresó que se presentó esta acción ante cuestiones que adolecen de serios inconvenientes jurídicos: Por una parte la decisión que suspende al Paraguay de su participación de los órganos del Mercosur y por otra parte, la admisión de Venezuela como miembro del bloque.
"Ambas decisiones son contrarias al Protocolo de Ouro Preto y a las normas del Derecho Internacional Público", expresó Velázquez Argaña a la 780 AM.
El asesor jurídico además manifestó que se consideran violados los artículos cuarto y quinto del Protocolo de Ushuaia, así como también los artículos 20 y 40 del Tratado de Asunción y el Protocolo de Ouro Preto normas y principios del Derecho Internacional, entre ellos el Principio de Igualdad Jurídica entre Estados y el de No Intervención.
El documento presentado cuenta aproximadamente con 60 páginas y hace referencia a las violaciones que se argumentan.
Ernesto Velázquez Argaña destacó que es difícil saber cuándo se tendrá una respuesta al reclamo. Añadió que se ha solicitado una medida de urgencia.
"Existen plazos en el Protocolo de Olivos, que darían entre 60 a 90 días que pueden extenderse", agregó funcionario de la Cancillería.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Venezuela no Mercosul: a posicao a favor - tecnicos do Ipea

Os autores estão mal informados sobre os tratados de integração existentes, se enganam no quadro jurídico-legal do Paraguai e se equivocam completamente quanto ao sentido do comércio entre o Brasil e a Venezuela. De toda forma, são funcionários obedientes do governo, e por isso escolheram deformar totalmente o processo político em relação ao Paraguai, e edulcorar as relações dos países do Mercosul com a Venezuela.
Eles estão a serviço de uma causa, que não é exatamente a verdade. Aliás, escondem a verdade, por razões totalmente políticas.
Paulo Roberto de Almeida

Folha de S.Paulo, 05/07/2012 - 03h00

Tendências/Debates: Bem-vinda ao Mercosul, Venezuela

PEDRO BARROS
LUIZ PINTO
FELIPPE RAMOS
O caso do golpe ocorrido no último dia 22 no Paraguai, que destituiu o presidente Fernando Lugo, gerou uma resposta uníssona dos chefes de Estado do Mercosul em condenação à ruptura da ordem democrática no país vizinho --posição amparada pelo Protocolo de Ushuaia II, que prevê a cláusula democrática para permanência no bloco.
A suspensão do Paraguai do bloco permitiu a adesão da Venezuela como membro pleno do Mercosul, que vinha sendo postergada pela maioria oposicionista do Congresso paraguaio há três anos. O ingresso da Venezuela é um grande avanço para a integração sul-americana.
A decisão dos presidentes tem impacto político forte, uma vez que serve para pressionar o governo de facto do Paraguai sem recorrer a sanções econômicas que acabam por penalizar a população. Simultaneamente, resolve-se o impasse da adesão de um novo membro.
A nova adesão amplia geopoliticamente o Mercosul em direção ao norte da América do Sul, superando a fase "Cone Sul" do bloco.
Com a entrada da Venezuela, os Estados amazônicos passam, de fato, a ser parte do Mercosul. É um novo fôlego é vislumbrado.
A importância econômica da Venezuela pode equilibrar a díade entre Brasil e Argentina no bloco. Com o 24º PIB do mundo, de US$ 389 bilhões, segundo o relatório de 2010 do Banco Mundial, a economia da Venezuela é maior do que as do Chile (43°), do Peru (50º), da Bolívia (101°) e do Paraguai (103°) juntos. Nessa lista, o Brasil aparece em 7°. A Argentina, em 27°.
A Venezuela apresenta ainda as maiores reservas certificadas de petróleo do mundo, com a faixa do Orinoco, que permitirá nos próximos anos um desenvolvimento acelerado. O Brasil e os demais membros do Mercosul podem cooperar.
Para o Brasil especificamente, a entrada da Venezuela potencializa o processo de aprofundamento das relações econômicas: em 2003, o comércio entre os dois países era de US$ 880 milhões, ampliando-se para US$ 5,9 bilhões em 2011 --uma ampliação de cerca de sete vezes.
Nos cinco primeiros meses deste ano, as exportações do Brasil para a Venezuela cresceram 40,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A Venezuela é hoje o terceiro superávit comercial do Brasil, oscilando entre os três maiores sócios comercias do país desde 2007.
Para além das vantagens e oportunidades econômicas, a presença da Venezuela no bloco apresenta claro sentido estratégico.
A integração do Brasil com os países vizinhos segue ritmo menor do que a entrada massiva da China e outras potências extrarregionais no continente. Essa nova presença ameaça diminuir o comércio intraregional de produtos com mais valor agregado. Para uma política de competição com a China, é preciso ampliar a integração do Mercosul.
A entrada da Venezuela pode abrir caminho a alguns países andinos, amazônicos e caribenhos para ingressar no bloco. O Mercosul pode, então, caminhar para um salto qualitativo em duas dimensões:
1) Ampliação do número de membros, para além da Venezuela;
2) E o impulso à reforma da agenda do bloco em direção à superação definitiva da fase comercialista para a integração produtiva.
Conforme recordava Celso Furtado, a crise pode acelerar a história.
PEDRO SILVA BARROS, 32, é professor do departamento de economia da PUC-SP e titular da missão na Venezuela do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea); LUIZ FERNANDO SANNÁ PINTO, 28, doutorando em economia política internacional na UFRJ e FELIPPE SILVA RAMOS, 26, mestre em sociologia pela UFBA, são pesquisadores vinculados à missão do Ipea na Venezuela

domingo, 12 de setembro de 2010

Noticias de certa campanha, e de certo pais - Danuza Leao

Apenas transcrevendo, o que me pareceu uma crônica saborosa dos costumes correntes, da vida como ela é -- se quisermos usar uma expressão rodriguiana, aliás totalmente adaptada aos tempos que vivemos, de intensa pregação política, com cenas explícitas de malandragem eleitoral e, possivelmente, de ilegalidades políticas (algumas até beirando a criminalidade mais ordinária).
Paulo Roberto de Almeida

Mimetismo
Danuza Leão
Folha de S.Paulo, 12.09.2010

Lula está histérico; um recém-chegado ao Brasil que o tenha visto no programa eleitoral acreditaria que o PSDB é que tinha violado o sigilo de altos dirigentes do PT, da filha de Dilma, do seu genro, e não o oposto do que se suspeita.

É muita cara de pau. A maneira como ele se refere aos outros candidatos é baixa, sem nenhum respeito; será que é demais querer para presidente alguém mais educado?

Até agora, Dilma está, segundo as pesquisas, à frente dos outros candidatos, mas a possibilidade de haver um segundo turno tira Lula do sério. Sempre se soube que ele era um mau perdedor, e agora se anuncia também como um (possível) péssimo ganhador. E alguém acredita na investigação da Polícia Federal?

Na quebra do sigilo telefônico da funcionária da Receita? Em alguma coisa que envolva esse governo?

Além de todos os meus medos, agora tenho um novo: de que Lula exploda feito um homem bomba num palco qualquer, com o microfone na mão, tal a raiva e o ódio que não consegue esconder -nem tenta. O presidente não se conforma em ser contrariado, não admite ser derrotado, e sua fúria, quando supõe que isso possa acontecer, é a de um animal com raiva -a doença- em seus piores momentos.

Em suas metáforas, passou da ignorância, até compreensível, à grosseria e à boçalidade.

Já acreditei que o PT fosse o partido da ética, diferente de todos os outros; alguém lembra? E me sinto uma total idiota, por não ter ouvido o que me diziam os mais experientes da política, que um governo Lula se tornaria quase uma ditadura stalinista - e um dos que me disseram isso foi Brizola.

Sou viciada em programa eleitoral, mas na hora do PT, tiro o som. As caras sinistras e os dedos apontando me fazem mal. O mesmo mal que eu sentia quando via Collor (não por acaso, agora aliados).

Para alguns, é mais fácil empunhar uma metralhadora do que um adversário, e Dilma continua se escondendo, não indo aos debates, não falando sobre o assunto. E se ela ganhar?

Lula é bem capaz de dizer, se achando o próprio D. Pedro 1º, "já que é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico".

O PT sofre de mimetismo. Quase todos os homens usam barba, Erenice é a cara de Dilma, Marta Suplicy e d. Marisa estão parecidíssimas, e os estoques de botox estão se acabando. Menos, gente, menos.

Além da eleição, tenho outra grande preocupação: qual será o destino dos oito pitorescos vestidos verde e amarelo que Marisa Letícia usou nos oito desfiles de 7 de Setembro, para comemorar o Dia da Independência e saudar o povo?

Não deixa de ter sido uma bela contribuição à República, mas como esses vestidos nunca poderão ser usados em nenhuma outra ocasião, aí vai a sugestão: como existe um movimento para transformar a casa tombada dos Paula Machado, na rua São Clemente, em Instituto Lula (para imitar Fernando Henrique), um pequeno espaço poderia ser destinado a esses vestidos, para que as futuras gerações entendam o que foram os anos Lula.

Um museu tipo o de Carmem Miranda; sem tanta graça, é verdade, mas também, a seu modo, histórico.

Mas por que logo no Rio? Por que não em São Bernardo?