sexta-feira, 21 de junho de 2013

Da' pra' trocar de governo? Por enquanto não... - Carlos Alberto Sardenberg

Carlos Alberto Sardenberg
O Globo, 20/06/2013

A gerente de uma pequena farmácia do bairro de Pinheiros, em São Paulo, me conta, animada, que fechara a loja na última terça, às 21 horas, e fora direto para a manifestação na Avenida Paulista. Protestar contra o quê? — pergunto, sabendo que ela tem carro. E ela: “Bom, contra tudo, né? A gente trabalha tanto e não tem dinheiro para passear, aproveitar a vida”.
Uma reclamação rara, valia a pena especular. A moça elaborou mais um pouco. “A gente paga IPTU, tanto imposto, e o governo fica dando dinheiro para quem não trabalha. Dar emprego, tudo bem, mas dar bolsa não é justo, o senhor não acha?”
Resumindo a bronca: muito trabalho, salário suficiente para viver, mas não para aproveitar a vida; o governo toma muito imposto e não devolve serviços justos para quem trabalha tanto.
Tarifas de ônibus, trens e metrô cabem aí. O passageiro paga caro por um serviço ineficiente e desconfortável.
Generalizando, o governo é caro, mas não presta. Pelo e-mail da CBN, um ouvinte de Petrópolis conta que foi ontem à Secretaria municipal de Saúde tirar a carteira para atendimento no SUS. Não deu, o sistema estava fora do ar. Na fila, comentaram que estava assim havia quatro dias. Cidadão zeloso, nosso ouvinte ligou para o 136, ouvidoria do SUS, onde obteve a informação de que... o sistema estava fora do ar.
Na pesquisa CNI-Ibope divulgada ontem, a área de saúde apareceu, junto com segurança, como a de pior avaliação: 66% dos entrevistados desaprovam os serviços. Esse resultado negativo tem se repetido e vale para os três níveis de governo (municipal, estadual e federal) já que todos têm alguma coisa a fazer nesse setor.
Entende-se por que os protestos parecem, digamos, genéricos. É difícil mesmo para o cidadão saber que o posto é municipal ou estadual, mas o remédio é federal.
Pedro Herz, dono da Livraria Cultura, um intelectual sempre interessado em entender a cena brasileira, costuma perguntar a todo mundo que encontra: “Me diga o que você acha que funciona no Brasil.”
As três respostas mais citadas, amplamente dominantes: o sistema de apuração de eleição, as campanhas de vacinação e a Receita Federal. Elaborando aqui e ali, o pessoal aprecia a rapidez da apuração, mas não os políticos eleitos. Com as vacinações, tudo bem. Já quanto à Receita, seria uma admiração ao revés — como os caras sabem cobrar!
E assim voltamos ao ponto de partida: o governo cobra caro, sabe cobrar, e não entrega. Trata-se de um sentimento, um mal-estar que, entretanto, não resulta em propostas políticas determinadas.
É curioso. Bronca generalizada com o governo e com os impostos — bem, isso parece uma atitude liberal. Lembram-se? Governo não é a solução, é o problema, repetia Ronald Reagan.
Mas, por aqui, muita gente que reclama do governo pede mais governo. Por exemplo: as reivindicações para a estatização completa dos transportes públicos, de modo a eliminar o “lucro predatório” das empresas privadas que operam o setor.
Não faz sentido. Se as prefeituras e os governos estaduais não conseguem gerenciar nem fiscalizar, como conseguiriam fazer isso e ainda operar todo o sistema? Tanto é assim que governadores e prefeitos das maiores cidades têm deixado o tema de lado. Eles sabem que não teriam dinheiro nem capacidade de assumir todo o transporte público.
O governo Dilma, ainda que constrangido, também admite essas dificuldades do setor público. Tanto que está aplicando um programa de privatização de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Mas é uma espécie de privatização envergonhada, com muitas restrições à atuação das empresas privadas. Isso resulta de uma ideologia de esquerda bastante disseminada no país, mas também de uma prática velha, fisiológica, dos políticos que vivem de ocupar espaço nos governos para atender não o povo, mas a seus interesses e aos de seus correligionários.
Caímos, assim, nesse impasse: o pessoal tem bronca do governo e, por falta de outra proposta, acaba achando que a solução está no governo.
Fica difícil. Como pedir menos impostos — e todo mundo pede isso — e mais serviços oferecidos pelo governo?
Já os governantes, pressionados pelas manifestações, dizem que não têm dinheiro para fazer o que pedem. De certo modo, é verdade: as demandas são infinitas. Mas a principal política do governante é exatamente escolher as prioridades, decidir onde e com quem vai gastar o dinheiro público.
É nisso que falha nosso sistema político. Não aparecem as diferenças de orientação programática. Por isso os governos ficam parecidos, e tão parecidos que as pessoas reclamam “contra tudo”.
A questão política nacional é: como sair da bronca para uma doutrina e respectiva ação que consertem as coisas?


Carlos Alberto Sardenberg é jornalista.

Po! Catedral nao! Mas eu sei de outra obra de Niemeyer que, se destruir, nao vai fazer falta...

Indigno de uma turba civilizada (isso existe?).
Vândalos quebraram vitrais da Catedral de Brasília, que apesar de ter sido desenhada por um comunista idiota, é uma bela peça de arte (mas só por fora; por dentro, a despeito dos vitrais bonitos, que não são do arquiteto idiota, ela é pouco funcional, e terrivelmente desconfortável para quem frequenta missas ali dentro).
Sem dúvida, a Catedral precisa ser preservada dos novos bárbaros do cerrado central.
Mas se o pessoal anda descontente com a capital federal, eu poderia indicar, por exemplo, uma outra obra do mesmo arquiteto idiota, que, se destruíssem, melhoraria tremendamente o visual de Brasília.
Ali mesmo em frente à Catedral, do outro lado da rua, se ergue, ou melhor, se enterra no chão, um horrível, horroroso, tenebroso meio ovo de concreto, uma coisa disforme que atende pelo nome de Museu Nacional. Não é museu e não é nacional: é apenas um bolinho vagabundo de concreto, pesando algumas milhares de toneladas, que é a coisa mais feia, mais horrenda que já me foi dado contemplar na capital da República.
Aquela coisa, os vândalos poderiam destruir tranquilamente, que ajudaria a recompor, justamente, a vista da Catedral, hoje esmagada pelo ovo comunista do outro lado da rua.
Vândalos, por favor, voltai, mas com tratores, britadeiras, alguns bastões de dinamite, quem sabe uma bomba-arrasa quarteirão? (falem com o Pentágono, ele pode emprestar), pois vai ser difícil acabar com aquela porcaria.
Paulo Roberto de Almeida

Vândalos depredam a Catedral de Brasília
20/06/2013; 21:00
Depois de tentarem invadir o Itamaraty, manifestantes promovem um rastro de depredação na Esplanada dos Ministérios nesta quinta-feira (20). Nem mesmo a Catedral de Brasília, um dos principais cartões postais da capital federal reformada recentemente, foi poupada dos ataques.
Manifestantes jogaram pedras na Catedral trincando uma dos vitrais coloridos, picharam ministérios e placas, atearam fogo em diferentes pontos do gramado central e quebram vidros do Banco Central e do Itamaraty. Também enfrentaram a Polícia Militar com rojões. Os policiais reagiram com spray de pimenta, balas de borracha e bombas de gás.
Em Brasília cerca de 40 pessoas foram atendidas pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) entre manifestantes e policiais. Onze pessoas foram levadas para diferentes hospitais. Três estão em estado grave.

A Secretaria de Saúde do DF, em coletiva de imprensa, informou que um homem morreu. Ele caiu de um viaduto próximo à rodoviária central de Brasília. O homem exalava álcool, mas ele não estava na manifestação, segundo o secretário-adjunto de Saúde do DF, Elias Fernando.

O "poste" esta' calado; e isso e' muito ruim para a democracia, ou para a simples paz social...

Quem usou esse nome de poste não fui eu, nem o autor do desrespeitoso editorial desse legítimo representante do PIG (o Partido da Imprensa Golpista), o jornalão conservador que todos conhecem.
Foi o próprio construtor do poste, que ainda se vangloria, a cada viagem internacional, a cada conversa com interlocutores selecionados, aos quais continua a entoar suas gabolices, que é ele quem dá as ordens:
"Eu já falei, eu já telefonei, eu disse para fazer assim, eu vou pedir para providenciar, deixa comigo que eu falo..." e outras coisas do mesmo gênero.
Sendo assim, claro que ao primeiro clarão de um coquetel molotov um pouco mais perto, bata aquela sensação de insegurança, e sem saber o que fazer, o poste (que se movimenta) vai bater à porta do seu criador.
Vai ser difícil manter esse turismo postal de lá prá cá, de cá prá lá, inclusive porque postes não passam assim despercebidos. Eles incomodam muita gente...
Vão ter de arranjar algum disfarce. Vai ser difícil...
Paulo Roberto de Almeida

Sem violência’ e sem controle
Editorial O Estado de S.Paulo, 20/06/2013

Bem que o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, invocou os velhos tempos em que os protestos de rua tinham carros de som para guiar as ações dos participantes e lideranças claramente identificadas que as autoridades poderiam chamar para uma conversa. Nos velhos tempos, aqui e no exterior, tampouco havia marchas organizadas pelo Partido Comunista (PC) ou por centrais sindicais sob o seu mando que não exibissem, além da clássica comissão de frente com os braços entrelaçados, um adestrado aparato de segurança pronto a reprimir, não raro a porretadas, os companheiros de viagem que, por palavras ou atos, se desgarrassem do roteiro político traçado para a ocasião pela autodeclarada vanguarda do proletariado. Os meganhas do PC também expulsavam do cortejo os militantes expurgados que, ainda assim, se achavam no direito de desfilar em meio à massa.
Os velhos tempos já se foram tarde. E a última coisa a esperar de passeatas “horizontais”, sem estrutura hierárquica preestabelecida, como as que se propagam pelo País – e que outrora a ortodoxia do Partidão rotularia com desdém de “espontaneístas” -, seria uma falange capaz de impor o respeito às cláusulas pétreas do movimento: nada de partidos, nada de violência. No primeiro caso, o controle tem funcionado. Sumiram por bem, pelo menos em São Paulo, as bandeiras das agremiações ultrarradicais, como PSTU e PCO. Ou sumiram por mal, quando, numa cena sem precedentes, um manifestante na Praça da Sé, cansado de argumentar, arrancou de seu portador – e pisoteou – a rubra bandeira engalanada com a foice e o martelo do Partido Comunista Revolucionário (PCR), que ainda reverencia o camarada Stalin. A multidão encorajou o revolucionário a deixar o local.
Já o caráter pacífico dos protestos não havia como defender. Assim como tinha ocorrido na véspera, no ataque à Assembleia Legislativa do Rio, na terça-feira a exortação “sem violência” foi impotente para impedir a tentativa de invasão e a depredação da entrada da Prefeitura paulistana e a queima de um posto da PM e de uma van da Rede Record, a pouca distância dali. Os arruaceiros berravam “sem moralismo”, e “sem burguesia”. A ampla maioria civilizada não conseguiria, tampouco, enfrentar os grupos que se puseram a vandalizar ou a saquear as lojas de departamentos das proximidades. A polícia, que na segunda-feira atirou em quem não devia, porque não fizera nada de errado ou nem sequer participava do protesto, dessa vez só apareceu com três horas de atraso, quando o pior já ocorrera. Se antes faltou policiar os PMs, depois sobrou desorientação – a começar do governador Geraldo Alckmin.
Pelo menos ele não deixou às pressas o Palácio dos Bandeirantes para pedir socorro a alguém presumivelmente mais apto a lidar com a incomum situação destes dias. Foi o que fez, apequenando-se perante aliados, adversários e a opinião pública, a presidente Dilma Rousseff. Ela, que tanto intimida a sua equipe com seus modos autoritários e a certeza de ser a dona da verdade, tornou a demonstrar que, na hora H, não é ninguém sem dois conselheiros. Um é o marqueteiro-residente do Planalto, João Santana. O outro, claro, é o seu progenitor político Luiz Inácio Lula da Silva. Foi Santana quem a instou finalmente a se pronunciar, após mais de uma semana em que os jovens, às dezenas de milhares, tomaram as ruas do País. Na terça-feira, antes de um bate-volta a São Paulo para perguntar ao seu mentor o que fazer agora, ela encaixou elogios à moçada numa fala sobre mineração.
Quem os escreveu é do ramo. Quem os leu, se também fosse, saberia infundir de sentimento pelo menos este enunciado: “A grandeza das manifestações comprova a energia da nossa democracia, a força da voz da rua e o civismo de nossa população”. Mas, ao vivo, nada consegue derreter a frieza da presidente e a sua robótica entonação. A campanha de 2010 colou nela o depreciativo “poste”, que o próprio Lula viria a repetir para se gabar de sua eleição. (Fez o mesmo quando Fernando Haddad se elegeu em São Paulo.) O pior é que Dilma, depois de 2 anos e meio no Planalto, continua a precisar dele para ligar a luz.

Deu (de novo) no New York Times: "Despertar social no Brasil" (não seria o adormecer da razao?)

Esse tal de despertar social no Brasil, segundo o editorial do New York Times, pode ser um adormecer da democracia, pois está claro que os grupelhos organizados que provocaram a onda de manifestações não estão interessados num processo de reformas gradual, para tirar o Brasil do brejo corrupto e corruptor no qual ele se encontra hoje. Nem o governo, acuado como se vê, vai deixar de recorrer a forças policiais, e até às Forças Armadas, para restabelecer uma aparência de ordem, que foi perdida muito tempo atrás, quando o próprio governo sancionou, tolerou, foi até conivente com todas as violações da legalidade, com a violência de meliantes organizados politicamente, com todas as barbaridades cometidas pelos seus próprios "aliados".
Ou seja, temos e teremos tempos sombrios pela frente, até que o vigor da tropa acalme as tribos bárbaras que andam depredando e queimando um pouco em todas as partes.
Talvez o próprio governo se convença do bem fundamentado que é o velho adágio popular: cacete não é santo, mas de vez em quando faz milagres...
Paulo Roberto de Almeida

The New York Times, June 20, 2013

Social Awakening in Brazil



The huge street protests sweeping across Brazil this week caught almost everyone by surprise. But maybe they shouldn’t have.
For all of Brazil’s achievements over the past few decades — a stronger economy, democratic elections, more money and attention directed toward the needs of the poor — there is still a huge gap between the promises of Brazil’s ruling leftist politicians and the harsh realities of day-to-day life outside the political and business elite.
The World Bank lists Brazil as the world’s seventh-largest economy, but puts it in the bottom 10 percent on income equality. Its 15-year-olds rank near the bottom in global rankings of reading and math skills. A succession of its top politicians have been implicated in flagrant payoff schemes and other misuse of public funds.
No wonder that public-transit fare increases provoked outrage from the poor and middle class, who are burdened by a regressive tax system. No wonder that lavish spending on World Cup soccer stadiums while public education remains grievously underfinanced became a rallying cry. To her credit, President Dilma Rousseff has tried to be responsive to the demonstrators. She declared that she welcomes the desire for change, and will respond to it. Local authorities have rolled back the transit fare increases that triggered the protests.
But this week’s marches and demonstrations have revealed public anger at skewed spending priorities and failures in education and other social services as well as a broad constituency for change. In the northeastern city of Fortaleza Wednesday, soccer fans in the newly built stadium and star players on the field signaled their support for the protesters outside.
Brazil’s long silent majority seems to be finding its political voice. Ms. Rousseff, who is up for re-election next year, will have to address new demands with substance as well as sympathy.

Reporter deste blog relata o que viu na Avenida Paulista, SP - a nomear...

Este blog já tem correspondentes internacionais, no caso, eu mesmo, quando viajo.
Mas tem também aqueles que colaboram ao vivo, se ouso dizer, presencialmente pelo menos.
Abaixo um relato de um reporter ponderado sobre a manifestação na Avenida Paulista em São Paulo.
Seu autor?
Se ele desejar, acrescento o nome dele...
Por enquanto seu relato, preciso, sintético, realista.
Paulo Roberto de Almeida

Reflexões pós manifestação: cada dia é bem diferente do outro, a julgar pelos depoimentos e análises publicados até agora. Falava-se no perigo de faltar uma linha reivindicativa clara e consistente num meio termo entre os extremos generalista ("abaixo a corrupção") e personalista ("fora Dilma"). Falava-se ora que o conflito com a polícia era insuflado por infiltrados para desmoralizar o movimento, ora que ele era um efeito colateral inevitável. Falava-se que a direita havia cooptado o movimento, ou então que o Haddad tinha conseguido esvaziá-lo. 

Hoje na Avenida Paulista vi algo diferente de tudo isso. Em vez de uma massa indecisa pronta para ser manobrada à direita ou à esquerda, vi blocos ideológicos claramente definidos. Os coturnos noturnos do "todos contra a corrupção" andavam lá na frente sem conseguir angariar massa crítica. O bloco de bateria do Movimento Passe Livre puxava de fato a fila, com a sua reivindicação claríssima. Logo atrás vinha a ala das baianas (muitos de branco) cujo mote básico era "PT VTNC". Imediatamente depois, os disciplinadíssimos blocos da esquerda — UJS, anarquistas, PCO, e PT misturado ao MST — pedindo nada menos que o fim do capitalismo. Um grupo com faixas em amarelo e preto (cores do movimento Libertário) pedia menos impostos e reforma tributária. Depois deles, um grupo anti-Feliciano. 

Além dessas escolas organizadas, havia uma multidão de grupos menores e mesmo pessoas isoladas com suas demandas setoriais ou idéias mais ambiciosas. Apesar dessa diversidade, alguns cartazes se repetiam em todos os grupos, grandes ou pequenos: "não à PEC37", "fora Renan", "não à Copa", "não é só [ou mais] 20 centavos. Em todos à exceção da disciplinada esquerda. 

Nada, portanto, de falta de idéias claras nem incompatibilidade entre as diferentes demandas, como alguns simpatizantes do MPL andaram se alarmando. 

Outro fato que desmente os alarmistas é que as bandeiras do Brasil não eram mais numerosas nos grupos "de direita" do que nos "de esquerda" (só os anarquistas, coerentemente, não tinham nenhuma). Não vi motivo para temermos um golpe da extrema-direita, se as relações numéricas entre os grupos se mantiverem. Nem vejo massa crítica petista para aclamar um eventual retorno do barbudo. 


Agora, é claro que com tantas pautas e ideologias diversas manifestando juntas — juntas MESMO, salvo as ocasionais farpas trocadas entre petistas e antipetistas — fica difícil prever onde isso tudo vai dar e quanto tempo vai durar. Por ora, adelante!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Seguranca Publica e Luta de Classes - Percival Puggina


SEGURANÇA PÚBLICA E LUTA DE CLASSES
            Percival Puggina
 20 de maio de 2013

            Em dezembro, a ministra Maria do Rosário, como presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, editou uma Resolução cuja principal finalidade era coibir o uso de arma de fogo pelos policiais. Você sabe como é. Policiais são aquelas pessoas treinadas para enfrentar, em encrencas mais ou menos grossas, até mesmo indivíduos apetrechados com armas de guerra e explosivos. A Resolução da ministra informava aos bravos profissionais, escassos, mal pagos e em desvantagem no equipamento, que, se puxassem o gatilho no exercício de sua atividade - ai deles! Sairiam da encrenca com o crime para um rolo com os inquéritos e com a Justiça.

            A criminalidade - tenho como coisa óbvia - venceu a guerra que empreendeu contra nós. Hoje, em todo o país, o crime controla a sociedade e impõe regras. Nós as acolhemos por medo e os governos por motivos ideológicos. "Como assim?", indagará o leitor. Ora, ora, nossos governantes acreditam em luta de classes. Para eles, a ação dos criminosos contra os cidadãos é uma expressão inevitável dessa luta. Ao fim e ao cabo, os bandidos realizam tarefa política compatível com o que, dominantemente, pensam as autoridades. Não esqueça que muitos dos nossos atuais governantes legitimavam, com esse mesmo entendimento, os crimes que cometiam ao tempo da luta armada, nos anos 70 e 80 do século passado. Assaltavam bancos, supermercados, roubavam automóveis e sequestravam aviões para abastecerem de recursos sua belicosa atividade. Agora, a identificação com os métodos e objetivos de então levou à complacência e à solidariedade que se derrama da Resolução nº 8 do tal Conselho. O agente policial que porta arma continua sendo visto, pelos nossos governantes, como inimigo de classe. Não se requer muitas luzes para perceber isso. Ou você já os viu expressando preocupação, manifestando condolência ou prestando apoio às vítimas da bandidagem?

            Quem não gostar vá chorar deitado. É mais confortável.
A realidade que descrevi só vai mudar com uma política que se expresse em outra forma de lidar com o problema, coisa que tão cedo não acontecerá. Segundo todas as pesquisas de opinião, a sociedade está muito satisfeita com o grupo que hegemoniza a política nacional. Crê, sob fé cega, que sua insegurança é causada pelos bandidos e não pela omissão/conivência dos governos que fazem absolutamente nada - mas nada mesmo! - do que deveriam fazer, na proporção exigida, para reverter a situação. Ou seja: novas e mais rigorosas leis penais; maiores contingentes policiais mais bem apetrechados de recursos materiais e financeiros; aumento significativo das vagas em estabelecimentos prisionais; respeito aos direitos humanos dos cidadãos e das vítimas da criminalidade.

            Quando a polícia do Rio de Janeiro empreendeu caçada a um dos maiores traficantes do país e o matou durante tiroteio, ouriçaram-se as autoridades contra a violência da ação. Encrenca prá cima dos responsáveis pela operação. Pior para nós, os derrotados, os desarmados, os desassistidos, os expropriados. Enquanto isso, nos Estados Unidos, poucas horas depois do atentado praticado durante a maratona de Boston, um dos terroristas estava morto e o outro preso. Sim e daí? Daí que em vez de recriminar o FBI pela "violência da operação", o presidente Obama foi para a tevê registrar o sucesso da ação e afirmar que "o mundo testemunhou uma segura e firme verdade: os EUA se recusam a ser aterrorizados". Nós afirmamos o oposto.

Zero Hora, 19 de maio de 2013.

Venezuela: maravilhas do socialismo do seculo 18: desabastecimento...

Sem comentários, pois já são muitos os abaixo transcritos...
Paulo Roberto de Almeida

Revista América Economia, Dom, 16/06/2013 - 18:56

 El desabastecimiento se ha convertido en parte de la vida de las personas en Venezuela.

AméricaEconomía.com habló con venezolanas y venezolanos de distintas profesiones que diariamente deben hacer grandes esfuerzos para conseguir los productos que necesitan.
El desabastecimiento es un problema que golpea a los venezolanos en la actualidad. El gobierno de Nicolás Maduro ha hecho varios anuncios para combatirlo y denunciado que la oposición estaría detrás de estos hechos. Mientras, la gente continúa haciendo esfuerzos por conseguir los bienes que requiere y muchos critican al Ejecutivo por la situación.
AméricaEconomía.com conversó con venezolanas y venezolanos de distintas profesiones que se enfrentan a diario con esta realidad. Conozca aquí sus testimonios:

Nombre: Roxana Alicia Carrasquel Moreno
Edad: 42
Ocupación: Gerente Comercial de una Clínica en la Ciudad de Maturín
Lugar de residencia: Maturín. Estado Monagas. Venezuela
"Si consigues un producto debes realizar una mega cola de dos a tres horas, y obvio que no todos tenemos tiempo para eso, por eso compramos los productos a un precio triple para ahorrarnos esa situación, y si conseguimos el mismo producto en el supermercado lo volvemos a comprar y lo almacenamos"
“Lo que está viviendo actualmente mi país es tan triste y lamentable en todos los aspectos, ya sea económico, social, cultural, político; y lo más grave es el desabastecimiento. Esto viene sucediendo desde hace tres años, aproximadamente, donde algunos artículos como la leche, el café y la azúcar desaparecían del mercado -cuando no había café aparecía la leche- y así sucesivamente fue ocurriendo hasta que el año pasado, como en agosto, empezaron a desaparecer más productos como la harina pan y harína de trigo, aceite, papel sanitario, carnes, toallas sanitarias, pasta de dientes, mantequilla, huevos, etc. Esto ha provocado que los vendedores informales vendan estos productos de primera necesidad a un alto costo. Estos vendedores consiguen la mercancía en otras ciudades y también con fuertes contactos con los distribuidores del gobierno, los cuales distribuyen a los Mercados Socialistas donde venden por persona una cantidad limitada. Las veces que viajo a la capital, Caracas, que me queda a ocho horas, hago mis compras de harina, azúcar, papel sanitario, leche, aceite, mantequilla y café. Estos y más productos se consiguen en la capital, ya que el desabastecimiento es en todos los Estados de Venezuela, menos en Caracas, o aparentan que no lo hay. Para realizar un mercado familiar debo recorrer todos los supermercados y eso no garantiza que consiga los productos. Además, si consigues un producto debes realizar una mega cola de dos a tres horas, y obvio que no todos tenemos tiempo para eso, por eso compramos los productos a un precio triple para ahorrarnos esa situación, y si conseguimos el mismo producto en el supermercado lo volvemos a comprar y lo almacenamos. Es deprimente la situación cuando observas a las personas realizando mega colas, desde las 4:00 am en los Mercados Socialistas para que les vendan productos limitados y a veces salen con solo dos o tres productos. Es humillante e impresionante. Hasta en nuestros hogares racionamos los alimentos por la escasez. Cada 30 días los precios suben. Esto ha ido agudizando y realmente esperamos lo peor. Se ha formado una redes de comunicación por las redes sociales, amigos y familiares, donde nos mantienen informados dónde podemos encontrar los productos en el momento que llegan. Narrar esta situación me llena de cólera y tristeza, nunca pensé que mi país llegaría a una situación así; muchos decían que Venezuela iba vía a una Cuba y en los actuales momentos estamos viviendo una situación igual. La mala política aplicada por este gobierno chavista nos está llevando a la ruina: no existe calidad de vida, la inseguridad aumenta cada día, malos servicios hospitalarios, de luz, agua, vialidad, transporte. Venezuela está viviendo una de sus peores crisis, el país se está cayendo a pedazos”.

Nombre: Miguel Guzman Porras.
Edad: 30 años
Ocupación: Abogado con Magister en Gerencia Internacional de Recursos Humanos.
Lugar de residencia: Maturín. Estado Monagas.
“Dejé Venezuela en 2011 luego de residenciarme un año y medio en Londres, Inglaterra, mientras realizaba mis estudios de postgrado y regresé en febrero de 2013 encontrando una gran diferencia no sólo en el incremento del costo de la vida diaria, sino del aumento de los niveles de criminalidad y la sensación de inseguridad, muchos vivimos casi paranoicos. Recién llegando, el gobierno implementó una devaluación de nuestra moneda y no soy economista, pero se dice que es de 46%; y en menos de un mes, todos los productos (consumibles y no consumibles) aumentaron su valor en casi 50%, sin que se realizará un aumento salarial adecuado y frente a un país donde no existen oportunidades de empleo y reina el comercio informal. En casa a todos nos afecta el desabastecimiento. ¿Cómo se vive? Mi madre como buena jefa de la casa, se encarga de comprar los alimentos, sin embargo, todos tenemos una regla: ninguno hace fila para comprar nada. Mientras no se consigue algo, se utiliza algún producto que lo sustituya, es decir, se come otra cosa. Con respecto a productos digamos “necesarios”, todos hacemos rondas por la ciudad, y si alguien no está de ronda y por casualidad está en un supermercado y encuentra algún producto “necesario”, se compra la cantidad que el establecimiento permita, aunque en la casa ya tengamos. Esto es para tener reservas. Así básicamente funcionan las cosas para nosotros en casa y pienso que es así en muchos hogares. Por supuesto, un punto clave para que las cosas rindan, es usar solo lo necesario y siempre darle prioridad de consumo a productos que no se encuentren en escasez. Los alimentos más afectados son, principalmente, harina pan (el precio de este producto se mantiene estático porque está regulado), pollo, carne, margarina-mantequilla, azúcar, leche en polvo y aceite de maíz. Sin embargo, lo más deprimente es la escasez de papel sanitario. Una práctica muy común es que las personas se envían mutuamente mensajes de texto, cadenas de blackberry Messenger o de whatsapp, avisando dónde hay productos, y tenemos que correr para ver si llegamos antes de que se forme la fila. Otras personas están pendientes del camión de suministros o simplemente tienen algún informante interno en el supermercado, que avisa cuando viene algún producto. Otra opción son las bodegas en zonas más pobres de la ciudad, donde los productos se venden con un precio más alto, independientemente de que sean productos regulados. Por tratarse de este tipo de establecimientos, asumimos que no se les aplica sanción. La cosa funciona así, ellos los compran en supermercados a precios regulados y los revenden al doble o triple. Hay que destacar que el problema del desabastecimiento no es el único de los problemas en Venezuela”.

Nombre: Alejandro Mauricio Godoy Céspedes
Edad: 28 años
Ocupación: estudiante de Ingeniería Civil en la Universidad Central de Venezuela y trabaja en una compañía aseguradora
Lugar de residencia: Caracas
“Para ser sincero, el desabastecimiento en los últimos siete años es generalizado en el país, sin embargo, es luego del proceso electoral del 14A que se acrecenta esta dificultad para abastecer de alimentos en el pais. En particular, últimamente me ha resultado complicado encontrar mantequilla y pollo. Dependiendo del supermercado o local, también desaparecen otros productos, sin embargo, los antes mencionados no se consiguen en la mayoría. Los productos que actualmente se encuentran más escasos son el pollo, la carne tipo A y productos lacteos. El problema con respecto al aumento de los precios es que estos se encuentran "regulados" desde hace bastantes años, con variaciones interanuales por el gobierno central y aún así los negocios no toman en cuenta esto y aumentan precios de forma unilateral, así que me resulta difícil especificar un tiempo preciso; ya se ha vuelto rutina de mercado el tener que ir sorteando los mercados en busca de productos más "baratos", en vista del cambio de precios. Algunos locales ya se han visto en la necesidad de limitar la venta de ciertos rubros con el fin de aligerar el desabastecimiento. Todos los que me rodean concuerdan que la situacion de alimentos se encuentra complicada. Algunos factores que originaron esta crisis a lo largo de 14 años es la ineptitud en las politicas públicas, la incapacidad del gobierno de producir bienes y servicios, las asfixia por parte de este al sector privado de la economía. Al no ver motivación al cambio de parte del gobierno, dudo mucho que esta situación tenga alguna solución a corto o mediano plazo”.

Nombre: Emitza Arrechedera Torrealba
Edad: 43
Ocupación: técnica en informática, dedicada actualmente a las labores del hogar.
Lugar de residencia: Maracay
“He vivido el problema del desabastecimiento con asombro, por ser Venezuela un país rico y aprovisionado de todo recurso, para mí ha sido terrible e inconcebible. Esta situación la percibo desde hace algunos años, desde que el proyecto del gobierno (chavista) se ha empeñado en acabar con la empresa privada y la produccion nacional; pero todo se agravó desde el 2012. La escases es generalizada. Ya existían problemas con medicamentos, algunos alimentos, productos de aseo personal, etc., pero todo colapsó a mediados del año pasado a tal punto de no conseguir leche, azúcar, café, papel higiénico, servilletas, crema dental, jabón de tocador, shampoo, pollo, etc. Usted entra a un automercado y observa los anaqueles llenos, pero al observar bien colocan el mismo producto en casi todos los estantes. En lo que respecta a la cantidad de alimentos que se pueden comprar, en su mayoría puede llevar dos a lo más, tres unidades por persona. Los aumentos sobrepasan la inflación registrada, insólitamente unas de las más altas del mundo. Tengo familiares en Chile y me ha tocado traer productos de ese país; los chilenos vivieron algo similar y todo se resumía a una cola y desplazamientos grandes buscando productos. Esta situación no es ocasional, no se salva nadie en ningún estado. El modelo económico que impera en el país (chavista), el modelo económico tradicional se ha fracturado y/o estatizado. Todo lo que toque el gobierno es “del pueblo”, no le duele a nadie, no tiene cara responsable. Se trata de un panfleto ideológico. Indudablemente temo que se pueda agudizar, depende del monopolio estatal, sin producción nacional y, por tanto, de importación indiscriminada”.

Nombre: Aníbal Estaba
Edad: 28
Ocupación: ingeniero industrial
Lugar de residencia: Maturín, Estado Monagas.
“El problema de abastecimiento ha impactado a todos los estratos sociales y cada día es más difícil conseguir productos que son de primera necesidad y que pertenecen a la cesta básica de los hogares venezolanos. El problema de la escasez se ha percibido desde hace unos años atrás, siempre ha existido la deficiencia de abastecer todo el mercado así como la permanencia de los productos. La escasez ha estado constante, no siempre ha sido el mismo producto, pero es hoy en día en que se percibe con más fuerza por la falta de muchos productos de consumo diario. Dentro de los productos más afectados se encuentran los pollos, la harina pan, harina de trigo, papel higiénico, mantequilla, azúcar, café, jabones de baño, lavaplatos, entre otros. Los precios han subido considerablemente desde principios de año, cuando el gobierno anunció la devaluación del bolívar, conjuntamente con el alza del precio del dolar oficial que se encuentra con un control de cambio. El dolar paralelo hoy en día llega a los 28 bsf por cada dolar. He tenido que trasladarme a otros lugares para comprar, los productos normalmente se pueden conseguir en la capital del país, donde el gobierno trata de abastecer primeramente, y por la cercanía de las principales empresas que producen estos productos, aunque no es un secreto que Venezuela importa grandes toneladas de alimentos mensualmente. Los productos que están escaseados en los supermercados están restringidos la cantidad de productos al consumidor, la cantidad varia de cuatro a dos productos por personas, quienes deben hacer colas que parecen ser interminables para adquirir el producto. Mis familiares y amigos día a día se ven afectados, constantemente se avisan en qué supermercado han llegado los productos para ir corriendo a hacer la cola para poder comprarlos antes de que se acaben. Hay mucho temor de que se agudice la situación, a pesar del esfuerzo que hace el gobierno en solventarla, realizando acuerdos con otros países y aumentando la producción de las pocas industrias productoras, no parece mejorar, o así lo percibimos muchos venezolanos”.

Nombre: Leonor Jorquera
Edad: No revelada
Ocupación: profesora de Educación especial. Actualmente jubilada, ejerce particularmente para subsistir
Lugar de residencia: San Antonio, Estado de Miranda
Si bien Leonor relata que el desabastecimiento era un problema que se viene arrastrando desde el gobierno de Chávez, la situación hoy es más severa. La escasez no se limita a los alimentos, sino que también a otros productos como los de aseo personal y medicina. En este sentido, el comprar es una actividad que empieza a consumir gran parte del tiempo de los venezolanos y se está haciendo una práctica común.
Otro dato interesante que aporta es el hecho de que cada miembro de su grupo familiar compra los productos donde los encuentre, mientras desempeña sus labores, pues una vez en casa, es más difícil encontrar todo.
Ella agrega: “Efectivamente, tenemos restringidos en la compra algunos productos. La semana pasada solo nos vendían 2 paquetes de papel toillet por persona.(cada paquete tiene 4 rollos pequeños). Como consecuencia, sucede que la gente entra y sale del supermercado hasta tres veces para conseguir la cantidad deseada”.
Otro grave problema que se origina al respecto es el precio de estos escasos productos. Pues, según comenta Leonor: “Muchas veces el no conseguir un producto ocasiona el abuso y la especulación pues los comerciantes de la economía no formal, conocidos como "buhoneros" los tienen y elevan los precios hasta el cuádruple de su valor. Y hay gente que los compra”.
”Creo que aún no hemos tocado fondo, este es un gobierno poco efectivo, ocupado de tapar sus propios intereses personales y haciendo creer a la gente que están haciendo lo que ellos llaman un gobierno de calle para resolverle los problemas a la población”.
Productos más afectados: “Papel toillet, harina de maiz, harina de trigo, cera de pisos, aceite vegetal, carnes y pollo, huevos(han subido en 100% su valor en tan solo tres meses) medicamentos muchos”.

Nombre: María Maduro
Edad: 57 años
Ocupación: médico veterinario
Lugar de residencia: Estado Mérida
María Maduro Concuerda con los comentarios de los otros entrevistados. El problema del desabastecimiento se fue dando desde hace un tiempo gradualmente hasta su crisis actual. Primero comenzó a disminuir la variedad de los productos hasta ahora que resulta “casi imposible conseguir muchos de ellos”.
Además otro punto en que concuerda es en la focalización de esta escasez, la cual se incrementa en los estados alejados de la capital, como en el de Mérida, donde reside actualmente.
“Desde siempre he realizado mis compras en un supermercado muy cercano a mi casa, poco a poco pude ver como empezaban a escasear productos básicos y de primera necesidad en la vida del venezolano común, llevándome esto a recorrer varios supermercados de toda la ciudad donde por redes sociales se difundía que habían llegado algunos productos que ya estaban inexistentes”.
“Al trabajar con público es muy fácil escuchar las quejas diarias de todos los ciudadanos de lo difícil que es conseguir muchos productos en la actualidad. También en ocasiones es posible conseguirlos con revendedores informales pero por el doble y hasta el triple de su precio original”.

Nombre: Emilia Coronado
Edad: 53 años
Ocupación: oficinista
Lugar de residencia: Punto Fijo, Estado Falcón
“Hemos vivido momentos y situaciones muy terribles, pero ésta, la del desabastecimiento ha sido la peor. Primero comenzaron con la restricción de los productos, ejemplo: si comprabas harina pan te vendían sólo una o dos por personas. Supongo que era para que nos fuésemos acostumbrando. Luego comenzamos a notar que ni siquiera eso podíamos hacer porque sencillamente no estaban en los anaqueles de los supermercados y si informaban (por radio pasillo) que los buhoneros tenían, salíamos volando a buscar el producto y nos encontrábamos que teníamos que pagar el doble o el triple de lo que costaba en realidad. Y no teníamos otra alternativa que comprarlo al precio que fuese con tal de obtener el producto que necesitábamos”
Las complicaciones para Emilia son tales, que según relata, debe dedicar un día entero para las compras. Por su trabajo, le es imposible hacerlo durante la semana, por lo que ocupa el sábado. Pero con esto, las dificultades no disminuyen, pues no le basta un solo lugar para comprar, sino que requiere ir cada vez más lejos de la ciudad para conseguir algo, y hasta comenta “Una tiene que volverse amiga de las cajeras para que le guarden algo de los productos que escasean cuando éstos lleguen al mercado.”.
Respecto a los precios, Emilia Coronado aporta otro detalle interesante, más allá del aumento lógico cuando estos escasean. Se trata del componente emocional en situaciones de crisis como estas. Ella relata que “esto impacta en el presupuesto familiar porque cuando llega algún producto y uno tiene la oportunidad de comprar más de lo que se necesita en ese momento, por el temor de no conseguirlo de nuevo, debe disponer de lo que no estaba presupuestado”.
“El desabastecimiento es para todos. Aquí las peleas de las amas de casa es a "cuchillo limpio" cuando llega el pollo, que es el alimento mas apreciado por los ciudadanos”.
“Ni siquiera nos podemos fabricar nuestro propio papel "toilet".Aunque usted no lo crea, ya se está importando y dicen, no me consta, que el de China viene con bacterias. Ahora será un problema aún mayor porque si nos enfermamos, ahora si que viene lo bueno pues no se consiguen las medicinas".

Nombre: Saúl Rondón Jorquera
Edad: 26 años
Ocupación: médico Veterinario
Lugar de residencia: Estado de Miranda
Saúl confirma que existe restricción en la compra de productos. Generalmente, comenta, el máximo de lo que te puedes llevar es dos unidades. Además, en su trabajo como veterinario también ha constatado que el problema se extiende a este tipo de alimentos, especialmente respecto al precio de los mismos.
“El desabastecimiento parece ser por temporadas hay veces que falta aceite, margarina, harina pan y harina de trigo, ahorita lo que esta faltando es el papel higiénico, el pan, la harina de maíz y próximamente la harina de trigo me han dicho porque la empresa que la producía se retiro del país”.
A juicio de Saúl, las razones de esta crisis está en “todos los productos que tengan que ver con importaciones, el problema es el control cambiario y la falta de divisas. Los precios regulados son un problema si hay una inflación tan grande como la que hay acá y la falta de producción nacional”
Finalmente, el veterinario termina por confirmar su temor respecto al futuro y agrega: “no sé qué más se puede agudizar. ¡Esto es lo más agudo que he visto en mi vida!”

Nombre: Igor Hernández
Ocupación: licenciado en Cienicas Industriales
Lugar de residencia: Valencia Carabobo.
Que hay de cierto respecto del tema del desabastecimiento?
Es cierto, y un tema principal es el control de divisas que existe sobre la mayoría de las empresas privadas, que son el motor principal de la economía. Por otro lado sin dólares no pueden comprar sus productos en los mercados internacionales. Ese es un punto central, lo cual provoca que no hayan productos básicos, como papel higiénico, cosméticos, medicinas, alimentos básicos, como harina de maíz.
En muchos casos es por la falta de divisas, y en otros es por el control del gobierno dice Hernández, quien afirma que por algunas razones, el gobierno controla los medios para hacer llegar los alimentos a los ciudadanos. Esto, ya que el gobierno en algunas ocasiones deriva los alimentos para abastacer el Mercal, que es la red gubernamental de abastecimiento.
De hecho, hace pocos días Empresas Polar y el gobierno llegaron a un acuerdo para permitir la producción y distribución de alimentos. (Polar produce casi el 51% de la harina de maiz a nivel nacional), el resto de las empresas son propiedad del gobierno, y no están funcionando a plena capacidad.
El desabastecimiento...?
Según el Hernández, quien es Licienciado en Cienicas Industriales, es cierto que hay escasez de algunos productos. Por ejemplo el papel higiénico, hasta hace un par de semanas había variedad de marcas, ayer (martes) fuí a tres supermercados y solo había una marca y en pocas cantidades.
Otra de las cosas que escasean es el pollo. De pronto sacan stock del mercado y la gente debe hacer filas para comprar ese tipo de alimentos. Entonces, uno dice, somos un país petrolero y tenemos que vivir este tipo de cosas.
Qué otros elementos faltan...
Harina de trigo, leche en polvo. La leche que hay es toda importada, lo cual indica que la empresas que antes producian ya no lo hacen.
Existen topes para efectuar compras...
En algunos casos puede ser. Depende del supermercado, pero son casos puntuales.
Redes sociales...
Así es, a través de las redes sociales como el twitter, la gente se está informando sobre dónde hay productos para comprar.

Nombre: Edwin Gómez
Ocupación: abogado
Lugar de residencia: Valencia, Estado de Carabobo.
Para el abogado y activista del movimiento Voluntad Popular, la situación es caótica es un desastre total. Es más, los buboneros (comerciantes ambulantes) tienen más mercancías que el propio gobierno. Entonces cuando se revisa cómo reciben los productos, se aprecia que hay una mafia desde el propio gobierno afirma enfático, ya que a los negocios no les interesa el tema del abastecimiento, sino el ganar dinero, y solo, luego de esto los alimentos aparecen.
En la calle, la gente está sufriendo como nunca lo hizo en los últimos 20 años, ya que deben recorrer casi todos los municipios de Valencia para encontrar lo que necesitan, enfatizó con rabia.
De quien es la culpa...
Respecto de las responsabilidad, Gómez en categórico, la culpa sin lugar a dudas es del gobierno. No han implementado políticas de Estado, ya que no las tienen. No han podido implementar un plan para palear el problema de las divisas que necesitan la empresas para recibir y comprar sus materias primas.
Por tanto, como no están las divisas necesarias para la compra de insumos, el gobierno se ha visto obligado a importar comida desde los países de la región. Un ejemplo es el caso del pollo, que se trae de Brasil, el café que se importa desde los países centroamericanos (Nicaragua y Colombia), el café ya casi no es venezolano.
Esta situación se dio en los gobiernos de Chávez...
No es que la situación fuera mejor, pero cuando se llegaba a puntos muy críticos, Chávez emitía una orden a las empresas para que suplieran los requerimientos de la ciudadanía.
Maduro está tratando de volver a implementar el Sistema Complementario de Administración de Divisas (Sicad), en donde no se conoce el precio de entrada ni da salida del dólar. Entonces, con este sistema se han producido las devaluaciones por todos conocidas en el país. Todo esto apunta a que el precio de la comida seguirá subiendo, el precio del dólar también subirá, lo que redundará en que las empresas para poder producir y comprar materia prima, van a tener más problemas y terminarán cerrando.
Entonces, el principal problema que se vive en el país es la falta de dólares, y el mal trabajo que están realizando las oficinas fiscalizadoras de empleo, donde no se están resolviendo de buena manera los problemas laborales. Esto quiere decir que aquellos empleados que deberían ser despedidos de sus trabajos, por estar cometiendo faltas, la autoridad está fiscalizando a las empresas, pese a que existan empleados "saboteadores".
Cuales son los principales materias que faltan...
La mitad de la cesta básica: azucar, aceites, café, leche, harina de trigo, algunas hortalizas, carnes, pollo, atún, mayonesa etc.
Cuando el ministro Osorio (Ministro de Alimentos) dice que la escasez es falsa...
Ese ministro es uno de los principales beneficiarios de las cadenas de comida que tiene el gobierno. De eso hay pruebas que no las tengo yo, pero que si han sido presentadas.

Nombre: Ruby Bastista
Ocupación: publicista
Lugar de residencia: Carabobo
Si, hay desabastecimiento en todos los rubros o áreas del comercio. Falta papel sanitario, harina, aceite. En todos los aspectos hay desabastecimiento de mercancías. Lo poco que hay, son frutas y verduras, pero a precios muy elevados. Seis manzanas cuestam 100 bolivares (US$16) por ejemplo.
En mi caso, una semana compro lechosa (papaya) y la otra bananos (plátanos), y mucho mango ya son las frutas más baratas.
Hay topes para acceder a algunos productos...
Sí. Eso sucede con la harina pre cocida, de ese tipo de productos te dejan llevar nada más que 4 paquetes por persona, y en ocasiones solo dos.
De quién es la responsabilidad de esta situación...
Todo es culpa del gobierno, ya que está tratando de crear crisis en las empresas para poder tomar el control del poder, ya que lo que nosotros estamos viviendo es una dictadura, que está disfrazada de democracia. Entonces el gobierno necesita crear escasez. De hecho, se han visto contenedores con alimentos que se han podrido, ya que el gobierno no quiere sacarlos al mercado, para luego culpar a los empresarios.
Otro motivo sería la falta de dólares...
Sí. Aunque hay cosas que se producen en el país, hay tantas limitaciones que los empresarios no pueden producir por las faltas de divisas. Con Chávez también sucedía, pero ahora se agravó, ya que los que están encargados no conocen ni papa de esta vaina, dice Ruby.
Cómo ves el futuro...
El desabastecimiento va a continuar y se va a agravar. Para poder conseguir algo, hay que recorrer 6 o 7 supermercados, y luego hacer filas para conseguir los productos. La cadena distributiva se vé afectada.
Los buboneros son otro problema, ya que de hecho ellos tienen más productos que los propios establecimientos.
Futuro social y político...

Lo veo crítico y vamos hacia una situación peor.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...