domingo, 1 de setembro de 2013

Pasta italiana, al sugo boliviano, garçon brasileño - Revista Veja

Diplomacia

Jerjes Justiniano é o embaixador do narcoestado boliviano em Brasília

VEJA desta semana mostra que representante boliviano assumiu o cargo diplomático há um ano com a missão expressa de fazer frente às denúncias contra os narcofuncionários

Duda Teixeira
“EXPORTA PARA ONDE?” - Jerjes Justiniano com Evo Morales, após sua nomeação em 2012.
“EXPORTA PARA ONDE?” - Jerjes Justiniano com Evo Morales, após sua nomeação em 2012. (Freddy Zarco)
O motivo primordial da perseguição política que levou o senador Roger Pinto Molina a pedir asilo na Embaixada do Brasil em La Paz foi um dossiê que ele entregou no Palácio Quemado, sede do Executivo boliviano, em março de 2011. O pacote trazia cópias de relatórios escritos por agentes da inteligência da polícia boliviana em que se desnudava a participação de membros do partido do presidente Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), e de funcionários de alto escalão do seu governo no narcotráfico. Alguns desses documentos posteriormente também foram obtidos por VEJA e serviram de base para a reportagem “A República da cocaína”, de 11 de julho de 2012. Neles, afirma-se que o atual ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, e a ex-modelo Jessica Jordan entraram na casa do narcotraficante brasileiro Maximiliano Dorado, em Santa Cruz de la Sierra, no dia 18 de novembro de 2010. Os dois saíram cada um com duas maletas tipo 007. A intenção do senador hoje refugiado no Brasil era que o presidente Morales mandasse investigar as denúncias, e assim contribuísse no combate à indústria da pasta de coca - matéria-prima contrabandeada para o Brasil para a produção de cocaína e crack - e à rede de corrupção ligada a ela.
Nenhum suspeito foi interrogado. Em vez disso, Morales iniciou a perseguição ao senador Pinto Molina e nomeou para o posto de embaixador no Brasil o advogado Jerjes Justiniano, que assumiu há um ano com a missão expressa de fazer frente às denúncias contra os narcofuncionários da Bolívia. Morales poderia ter escolhido alguém menos comprometido com o assunto para desempenhar esse trabalho. O filho do embaixador, o também advogado Jerjes Justiniano Atalá, tem entre seus maiores clientes justamente funcionários do governo acusados de narcotráfico. Pior do que isso. Atalá, que no passado dividiu o escritório com o pai, foi o advogado do americano Jacob Ostreicher, que investiu 25 milhões de dólares em plantações de arroz na Bolívia em parceria com a colombiana Cláudia Liliana Rodriguez, sócia e mulher de Maximiliano Dorado. Resumindo a história: o filho do embaixador defendeu o sócio da mulher do traficante brasileiro, aquele que recebeu em sua casa o ministro denunciado por Pinto Molina. Trata-se, no mínimo, de uma coincidência constrangedora para o papel que Justiniano veio desempenhar no Brasil.
Igualmente constrangedor é um vídeo de quatro minutos que mostra o embaixador visitando a fábrica do narcotraficante italiano Dario Tragni, em Santa Cruz de la Sierra, no início de 2010. Na ocasião, Justiniano era candidato ao governo de Santa Cruz pela legenda do presidente Morales. Ele foi derrotado na eleição, que ocorreu em abril. No tour pela fábrica de madeira Sotra, Justiniano percorreu as dependências do local ciceroneado por um Tragni falante e irrequieto. “Esta é uma das máquinas mais produtivas da América Latina”, disse Tragni, apontando para um de seus equipamentos. Justiniano perguntou: “Estão exportando para onde?”. O italiano respondeu orgulhoso que para Espanha, Itália, Estados Unidos e Alemanha. Participou também da visita amigável Carlos Romero, atual ministro do Governo da Bolívia e responsável pela segurança interna do país. O incrível desse episódio é que poucos meses antes, em novembro de 2009, a polícia encontrara na Sotra diversos recipientes com cocaína, somando 2,4 quilos. No quarto de Tragni, foram apreendidos uma balança e um liquidificador com vestígios de cocaína. Um dos conhecidos meios para transportar drogas usado pelos traficantes bolivianos é escondê-las dentro de compensados de madeira para exportação.
Em tempo: em outubro do ano passado, o ator americano Sean Penn foi nomeado por Morales como embaixador mundial da coca. Nem precisava. A Bolívia já tem Jerjes Justiniano despachando em Brasília.   
Leia também: A república da cocaína

Curandeirismos economicos: marxismo e keynesianismo - Gustavo Miquelin Fernandes


“Marx e Keynes são autores marginais na grade escolar e isso não está certo” – Alejandro Robba

 Gustavo Miquelin Fernandes

  
A “BBC Brasil”, há algum tempo, veiculou uma matéria com o seguinte título e subtítulo:

“Governo argentino quer mais Marx e menos neoliberalismo em faculdades de economia”.

“O ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, e seu vice, Roberto Feletti, defendem que as faculdades federais de economia do país modifiquem a atual grade escolar para dar “mais espaço” para as teorias do alemão Karl Marx, do inglês John Keynes e do argentino Raul Prebisch (fundador da Cepal)” [...]

A divulgação data de 14 de outubro de 2011, mas a análise é bem tempestiva e dá um bom embasamento ao texto de hoje.
Não deve causar espanto a notícia. A doutrinação ideológica de nossos vizinhos não é novidade em terras brasileiras – e já foi denunciada em outros órgãos de Governo, a exemplo de um diplomata que recentemente alertou para esse problema dentro do Itamaraty.

A matéria explica que os burocratas governistas querem que as faculdades federais de Economia cedam espaço (mais?) para ideias heterodoxas de autores como Keynes, Marx e Prebisch e teorias mais sintonizadas com o ‘modelo de acumulação com inclusão social’.

Super moderno! São inadmissíveis inflexões mais liberais em cursos da área. Como diz o já citado Alejandro Robba: “isso não está certo”!

Para tais agentes governistas, seria coisa boa ceder mais espaço pedagógico à escolas mais ligadas ao desenvolvimentismo, ao consumo nacional e ao Estado como propulsor do progresso.

Exatamente teses encampadas pelo Governo Dilma Rousseff. E que com os frutos desse belíssimo trabalho presenteia todos os cidadãos. A Presidente seguiu à risca todo painel de ações desenvolvimentista, keynesiano e nacionalista – exatamente como os burocratas argentinos querem.

O país está colhendo os frutos desse fenômeno, que o Ministro chama de “mini-crise”. Esse mesmo Ministro da Fazenda que deu sorte em não nascer em um país sério – teria sido há muito tempo escorraçado do cargo.

O Keynesianismo, dentre outras coisas, segundo alguns economistas austríacos, distorceu uma lei econômica importante – a Lei de Say – o que não foi pouca coisa. Não quero entrar em minúcias dessa escola, mas Keynesianismo, em português bem traduzido, significa abrir o cofre estatal. Torrar dinheiro popular, sem dono, gastar sem poder, dando embasamento teórico para políticos populistas sumirem com dinheiro alheio, pavimentando indesejáveis reeleições e projetos megalomaníacos.

O curioso é que agora que os keynesianos estão pulando do barco que afunda rapidamente, limitando-se a darem mil desculpas e, como Pilatos, lavando inocentemente a mão.
Coitadinhos, enganados por petistas…

Não foram enganados.

Se você conhece algum keynesiano diga a ele que tem responsabilidade moral pelo que ocorre no Brasil. As estatais quebradas, a inflação, o descontrole das contas públicas, a insegurança dos setores de produção e investimento, etc., tudo isso é culpa do embasamento teórico que eles pregam.

Desse triunvirato desenvolvimentista, Raúl Prebisch foi mentor intelectual do “barco furado” das ideias cepalinas e também deve ter lugar garantido nos bancos universitários argentinos.

O desenvolvimentismo da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) fez nascer uma classe muito peculiar de economistas: Celso furtado, Maria da Conceição Tavares e até o esquerdista FHC.

O erro de Marx creio desnecessário comentar. Pressupõe, claro, algum juízo dos leitores essa minha presunção. Marx, reconheço, não nasceu tão errado como os marxistas que lhe sucederam.

Não é de hoje que os neo-populistas da América Latina lutam por uma “distância de segurança” de um suposto “neoliberalismo” (alguém pode me esclarecer o que seria isso?).

Faz lembrar quase automaticamente o chamado marxismo cultural, que foi a ideia de, na impossibilidade de revoluções materiais ou físicas, se partir para a tentativa da destruição dos valores clássicos da sociedade com o abocanhamento de pilares culturais, para que seja pavimentada outro estado de coisas que sustente um outro regime político.

Fazendo uma pequena digressão, e sem flerte com teorias conspiratórias de internet, que são bem cafonas, veja, em exemplo, como essa doutrina age no campo da religião.

O comunismo pegou uma carona na teologia cristã e fez certas substituições de alguns pilares clássicos por chavões revolucionários, que de tão surradamente toscos, até as criancinhas de tenra idade já se deram conta de sua infantilidade.

Dando exemplos disso:

- a salvação das almas por Jesus (ou outro método escatológico, como as “boas obras”) é trocada pela revolução estatal e depois pela da assunção do Poder pela classe operária;

-o “Paraíso” ou o Céu teologal surge pela abolição da propriedade privada, antecipando para a Terra aqueles lugares, um clima da sociedade dos anjos;

-a materialização da “opus diabolis” ou da figura do Diabo, representando-a pela classe burguesa ou mesmo outros classismos bobos.

Isso, como dito, no campo religioso.

É assim que funciona a usurpação total de um povo – e ela começa no campo das ideias, e esse artigo insinua que a Argentina está muito bem disposta a realizar isso.

A ideia da doutrinação econômica é apenas de reforço. O Keynesianismo representa, sim, a corrente mainstreamdo pensamento universitário. E será assim por muito tempo. Vede a santificação de Paul krugman, considerado guru econômico nos EUA.

Esse engolfamento das ideias clássicas mais ortodoxas por essas ideologias e culturas de porão é visível. Tudo que ameaça o populismo e, nesse artigo trata-se especificamente do populismo econômico, tem de ser rapidamente defenestrado do meio circulante para que o status quo sobreviva livremente.

Voltando à terra da doutrinação ideológica, Néstor Kirchner cujo mandato vigorou entre 2003 e 2007, quando da assunção do cargo, tentou organizar a situação de seu país, decretando moratória. Alguns dados realmente apontam para um crescimento razoável do PIB em seu mandato. Na verdade, esse sucesso é explicado pelo mesmo fato que ocorreu com o Brasil em tempos recentes: o sucesso dos produtos primários no mercado mundial.

E a Argentina tem que fazer isso para buscar a consolidação de seu projeto de poder insano –  buscar essa doutrinação com apelo marxista e keynesiano. Um país claramente socialista. Que controla preços, amordaça a imprensa, pratica estatizações a rodo, e mente sobre dados econômicos que deveriam ser oficiais. As únicas estatísticas críveis são de analistas estrangeiros. A Argentina é uma bagunça. Igualzinho aqui no Brasil.

Não é possível crer que um país que promove boicotes às exportações está trilhando o caminho correto.

O que se quer dizer com tudo isso é que a Argentina tem tudo a ver com Marx, Keynes e ideias cepalinas e deve, sim, controlar as grades universitárias de suas faculdades de Economia.

Repetindo Alejandro Robba em tom quase infantilóide: “Marx e Keynes são autores marginais na grade escolar e isso não está certo”.

Não está certo mesmo! Como sustentar a incoerência ideológica entre o meio acadêmico e as injunções do Governo?
E, não se iludam, o Brasil não está muito distante de nossos hermanosaí de baixo. Estamos juntos, caminhamos lado a lado.

Reconstruir o Itamaraty - Dawisson Lopes (FSP)

ANÁLISE POLÍTICA EXTERNA
Luiz Alberto Figueiredo assume no momento em que o ministério é pressionado pela sociedade como nunca
DAWISSON BELÉM LOPES
ESPECIAL PARA A FOLHA, 01/09/2013

Caberá ao diplomata Luiz Alberto Figueiredo reabilitar o Itamaraty de uma de suas mais ruidosas crises.
Novo chefe da Casa de Rio Branco, ele recebeu de Dilma um mandato implícito: distanciar-se da gestão do ex-ministro Patriota.
O Itamaraty abriga em seu seio diversas contradições.
Ministério dos mais antigos, fundado no Império, constituiu-se em celeiro de estrategistas, intelectuais, artistas e burocratas da melhor estirpe e goza de boa reputação no exterior.
Não obstante, a pasta encontra-se pressionada como nunca pela sociedade, ciosa de que a diplomacia possa, enfim, coadunar-se com a gramática política do século 21.
O chanceler deve atentar para a natureza do cargo. Faz algum tempo que a política externa deixou de estar confinada ao Itamaraty.
Os desafios de Figueiredo são também programáticos. Há que retomar a tradição brasileira de ativismo e contestação às desigualdades nos fóruns multilaterais.
O arrefecimento da campanha por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e os insucessos na tentativa de uma ampla reforma das instituições de Bretton Woods (FMI e Banco Mundial) foram aspectos lamentados pela cúpula governamental na administração anterior do Itamaraty.
Da perspectiva regional, cumprirá ao ministro a tarefa de recompor as relações com La Paz e Assunção, bem como dar novo impulso ao projeto de integração pós-liberal da América do Sul.
A controvérsia sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul serviu de cortina de fumaça para a estagnação de dinâmicas (políticas e econômicas) que são de vital importância para o êxito de nossa diplomacia.
Por fim, Figueiredo deverá levar em conta a necessidade de incluir minorias (mitigando o problema histórico da sub-representação de mulheres e negros no corpo diplomático), combater focos de corrupção e ineficiência, pugnar por maior qualidade na assistência aos brasileiros no exterior e consequentemente aproximar a população do Itamaraty.

DAWISSON BELÉM LOPES é professor de política internacional e comparada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autor de "Política externa e democracia no Brasil" (Ed. Unesp, 2013)

Saboia: o "Snowden" brasileiro [???!!!] - Patricia Campos Mello,jornalista (???)

Modismo? Conjunturalismo? Idiotismo? Falta do que dizer?

A jornalista parece muito mal informada, e totalmente perdida. Sem saber o que dizer, ela inventa que Saboia "era de esquerda", apenas porque trabalhou com Celso Amorim, que era e é de esquerda, tanto que se filou ao PT, caso único na história do Itamaraty.
Não lhe ocorre que diplomatas profissionais exercem suas funções profissionalmente, sem precisar se filiar a qualquer corrente ideológica ou partidária. Menos os "políticos", claro, o que não era o caso de Saboia.
A comparação com Snowden, ou com Assange, é totalmente estapafúrdia, típica de um cérebro desmiolado.
"Queridinho da direita e da oposição", é outra afirmação completamente sem sentido, que ela não imputa a Saboia, mas à oposição, e a essa coisa inexistente no Brasil, que se chama Direita.
Alguém já encontrou a Dona Direita por aí, fazendo campanha?
Se eu quiser falar com a Dona Direita, eu telefono para quem?
Nisso resultam esses cursos de jornalismo e essa reserva de mercado idiota: vários idiotas acabam se tornando jornalistas.
Paulo Roberto de Almeida

O nosso Edward Snowden

Patrícia Campos Mello
Folha de S.Paulo, 28/08/2013

É irônico que Eduardo Saboia vá se transformar em queridinho da direita e da oposição, com direito a loas dos presidenciáveis Aécio Neves e Eduardo Campos.
Na página de apoio a Saboia no Facebook, há uma multidão de pessoas criticando o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e a política externa "comunista" ou "terceiro-mundista" dos presidentes Lula e Dilma.
Saboia era de esquerda. Trabalhou cinco anos como assessor direto do então chanceler Celso Amorim. Era muito próximo do embaixador na Bolívia, Marcel Biato, que foi braço direito de Marco Aurélio Garcia.
Não se trata de ser de oposição ou criticar a política externa brasileira.
As ressalvas de Saboia eram específicas em relação ao tratamento que estava sendo dado a Roger Pinto e à atuação do Brasil com a Bolívia.
"A ideologia do senador não estava em consideração, foi uma ação humanitária, ele estava correndo perigo de vida", disse-me o diplomata, da última vez que conversamos. Ele votou na presidente Dilma.
"Não se trata de um tapa contra a política externa brasileira."
Saboia cometeu, sim, uma insubordinação.
Mas o contexto humanitário justifica essa insubordinação.
O senador não comia há vários dias e estava muito deprimido. O tal grupo de trabalho tinha como função "empurrar com a barriga"uma situação que já durava 15 meses.
A situação do senador era inadmissível. O governo de Evo Morales se recusou a dar salvo-conduto para o senador para que ele pudesse ir para o Brasil em segurança, fato inconcebível. Até ditaduras militares concediam salvo-conduto. Durante meses, Evo usou os torcedores corintianos como moeda de troca (os torcedores, aliás, foram libertados por meio da negociação de Saboia).
Nenhuma realpolitik do governo brasileiro com seus vizinhos e parceiros comerciais do sul justifica essa situação.
Eduardo Saboia é o nosso Edward Snowden. Ele sabia das consequências que sua insubordinação traria, mas mesmo assim seguiu em frente, fazendo a coisa certa.
Por que é que a Unasul foi célere ao condenar a recusa do Reino Unido de dar salvo-conduto a Julian Assange, o fundador do Wikileaks asilado na embaixado do Equador em Londres?
Por que é que o Mercosul afirmou em documento, assinado na cúpula de julho, que os Estados não podem "impedir a implementação" do direito de asilo "por qualquer meio" - referindo-se a Edward Snowden?
Em que Roger Pinto é diferente?
Ele é acusado de crimes comuns, podem dizer.
Ora, Assange também é acusado, inclusive de estupro.
E Snowden também será, por violar confidencialidade.
De mais a mais, há cerca de 100 asilados políticos bolivianos no Brasil, todos políticos de oposição e familiares vindos desde que Evo assumiu --a maioria está cheia de processos e afirma que o governo de Evo usa o judiciário como instrumento de perseguição política.
O fato é que Pinto faz oposição a Evo, e o Brasil não quer "fazer marola" com a Bolívia. A Bolívia que não hesita em fazer marola com o Brasil --vide a revista do avião do ministro Celso Amorim, a expropriação das refinarias da Petrobras na Bolívia em 2006, etc. etc. A lista é longa.
patrícia campos mello
Patrícia Campos Mello é repórter especial da Folha e escreve para o site, às sextas, sobre política e economia internacional. Foi correspondente em Washington durante quatro anos, onde cobriu a eleição do presidente Barack Obama, a crise financeira e a guerra do Afeganistão, acompanhando as tropas americanas. Em Nova York, cobriu os atentados de 11 de Setembro. Formou-se em Jornalismo na Universidade de São Paulo e tem mestrado em Economia e Jornalismo pela New York University. É autora dos livros "O Mundo Tem Medo da China" (Mostarda, 2005) e "Índia - da Miséria à Potência" (Planeta, 2008).

Brasil-Bolivia e politica externa: GloboNews Painel, com Rubens Barbosa, Marco Antonio Villa e Guilherme Casaroes

Neste sábado 31 de Agosto, o GloboNews Painel, dirigido pelo jornalista William Waack recebeu o Embaixador Rubens Antonio Barbosa, o historiador Marco Antonio Villa e o cientista político Guilherme Casarões, para debater a política externa brasileira, à luz dos últimos acontecimentos, entre eles a questão das relações com os vizinhos, sendo a Bolívia o ponto focal, e a queda do chanceler no seguimento desse evento.
Em duas partes, como sempre acontece:



Folha: nao li e nao gostei! Uai, pelo menos dos titulos

Nada posso afirmar sobre o conteúdo, ao qual não tive acesso (ainda; mas se alguém quiser me mandar a matéria, agradeceria), mas a julgar pelos títulos, a matéria é totalmente fora de foco.
Eduardo Saboia como o "nosso Snowden"????
Ou que ele vire o "queridinho da oposição"???
Ou a jornalista não entendeu nada, ou a redação da Folha extrapolou totalmente.
Em todo caso, os títulos desse caderno dominical da FSP são absolutamente inadequados para o caso em questão.
Paulo Roberto de Almeida

31/08/2013 - 04h00
'Folha 10' traz análise sobre diplomata que ajudou na fuga de boliviano

A revista digital "Folha 10" desta semana destaca a análise da repórter especial Patrícia Campos Mello sobre o diplomata Eduardo Saboia, que participou da fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil.
O colunista Vinicius Torres Freire recorda algumas das respostas que o governo deu aos apagões que aconteceram nos últimos anos.
Confira também a análise sobre a fala de Barack Obama em homenagem aos 50 anos da Marcha sobre Washington -- o vídeo com o discurso de Martin Luther King está disponível para os usuários de iPad.

Leia também nesta edição
1 - O nosso Snowden
Patrícia Campos Mello: É irônico que Saboia vire o queridinho da oposição
2 - Surpresas no Itamaraty
Editorial: Dilma substitui Patriota por chanceler que ainda é uma incógnita
3 - Um sonho incompleto
Editorial: Obama enaltece Luther King, mas relembra desigualdade econômica
4 - Um sonho incompleto
Editorial: Obama enaltece Luther King, mas relembra desigualdade econômica
5 - Recordar é viver: apagões
Vinicius Torres Freire: Dada a frequência do problema, o público mereceria explicação
6 - Moda é cultura
Marta Suplicy: Sem famosos, não teremos condição de projetar nossas confecções
7 - Barganha médica
Por economia, 11 cidades decidem trocar profissionais para ficar com os do Mais Médicos
8 - Milhões expostos
Brechas em sites do Bradesco e do Banco do Brasil expõem seus clientes
9 - Piada de mau gosto
Gestora ambiental é barrada em voo para a Indonésia por menção a terrorismo
10- Melhor da semana
Queda de prédio na zona leste de SP foi destaque; veja essa e outras fotos

Fim de festa nos emergentes - Alejandro Rebossio (El Pais)

Se acabó la fiesta de los emergentes
Se acabó la fiesta de los mercados emergentes. Las economías de los países en desarrollo se han ralentizado tras la espectacular recuperación de la crisis mundial de 2008/2009 y ya crecen por debajo de lo previsto a principios de año. Muchas de ellas han sufrido fuertes devaluaciones de sus divisas en los últimos tres meses y sus mercados de valores están cayendo con fuerza.

Menos crecimiento y más inflación no es precisamente la combinación ideal para unos países con unas clases medias aún en proceso de consolidación y en los que la pobreza todavía afecta a centenares de millones de personas. Tampoco son buenas noticias para las empresas españolas, que en los últimos años han cosechado grandes beneficios en América Latina y que ahora verán cómo sus filiales ganan menos euros ante la depreciación de las monedas locales.
Aunque el fin de fiesta no significa necesariamente el inicio de un entierro, el hecho es que el panorama se ha deteriorado. El cercano fin de los estímulos monetarios de EE UU, la desaceleración de China, India y Brasil y un eventual agravamiento de la guerra siria lo han enturbiado todo.
En Latinoamérica, la principal economía y la que más capital extranjero ha atraído en lo que va de siglo, Brasil, ha visto cómo el dólar ha subido un 15% desde principios de año. Una depreciación similar padece el peso argentino en el mercado oficial, que está restringido a exportadores e importadores. Pero en la plaza ilegal, adonde concurren los ahorradores que quieren hacerse con divisas, la moneda norteamericana cuesta hasta un 70% más cara que en la legal.
En Asia, el dólar solo ha caído frente al yuan chino un 1,8%. Pero varios países están sufriendo devaluaciones. La moneda estadounidense se ha apreciado el 22% frente a la rupia india y el 15% ante la rupia indonesia. Las depreciaciones también se extienden a Rusia (el dólar subió el 8,9% frente al rublo), Turquía (14,1% contra la lira) y Sudáfrica (22,5% ante el rand).
Lo que sucede es que los capitales especulativos están saliendo de los mercados emergentes y regresando a EE UU, en concreto a los bonos del Tesoro a 10 años, que han mejorado notablemente su rendimiento. ¿Motivo? La Reserva Federal lleva semanas dando señales de que acabará con su política de relajación monetaria —la llamada flexibilización cuantitativa— porque considera que la economía de EE UU está recuperándose y que se acerca la hora de retirar los estímulos. Incluso podría llegar a subir los tipos de interés a finales de año, con lo que se acabaría el dólar barato de los últimos cinco años.
Las devaluaciones de las divisas han llevado a varios bancos centrales a subir en la última semana sus tipos de interés de referencia, entre ellos, los de Brasil e Indonesia, con lo que también se acaba el ciclo de dinero barato en esos países. La presidenta brasileña, Dilma Rousseff, ha dicho que su país cuenta con “munición” para frenar la depreciación del real, en alusión a los 60.000 millones de dólares de los que dispone el Banco Central para ese fin.
Claro que algunos analistas consideran que la Fed debería pensárselo mejor antes de retirar los estímulos. Solo la insinuación de que está dispuesta a hacerlo ya está afectando a unos mercados emergentes que con el tiempo se han convertido en casi la mitad de la economía mundial y cuyo desempeño también impacta en las exportaciones de EE UU. La era del dinero barato ha impulsado el crecimiento de los países en desarrollo y ha atraído hacia ellos capitales especulativos que huían de los bajos rendimientos en EE UU y buscaban mayores beneficios. Además, Gobiernos y empresas de países emergentes se han financiado durante años a tipos de interés muy bajos y en dólares estadounidenses.
Los ciclos de dólar barato suelen coincidir con los de materias primas caras. Los productos básicos, principales exportaciones de Sudamérica, cotizan en moneda estadounidense y suelen encarecerse cuando esta se abarata. Además, en lo que va de siglo han subido de precio por la creciente demanda de China. Las altas cotizaciones de las materias primas, que batieron marcas históricas en el caso de los minerales y se recuperaron de niveles bajos en el de los alimentos, beneficiaron a Sudamérica, Rusia o Sudáfrica. El cambio de política monetaria de EE UU, que también lleva a que los capitales especulativos abandonen los mercados de productos básicos, pero sobre todo la desaceleración de la economía china, están provocando bajadas de precios. La excepción es el petróleo, cuya cotización ha subido ante la posibilidad de que EE UU ataque Siria y agrave la situación en Oriente Próximo.
En lo que va de 2013 han caído la mayoría de los índices bursátiles del mundo emergente, como los de China (-7,6% en lo que va de 2013), India (-5,3%), Indonesia (-4,9%), Corea del Sur (-4,5%), Rusia (-14,8%), Brasil (-18,1%), Chile (-18,7%) y México (-10,4%). Estos retrocesos reflejan también la salida de capitales de los mercados emergentes por el posible cambio de política monetaria de EE UU. Además, influyen unos crecimientos económicos menores a lo esperado, así como las protestas sociales en Brasil o Turquía.
En Latinoamérica, la economía brasileña ya venía desacelerándose, con una expansión de solo el 0,9% en 2012. En marzo pasado, bancos y consultoras preveían un crecimiento del 3,1% para 2013, pero ahora calculan un 2,2%, según la media que recoge la firma Consensus Economics. De todos modos, Brasil, que se ha desviado un poco de la heterodoxia económica con medidas para bajar el precio de la energía y proteger a la industria, sorprendió con un alza del 2,5% del PIB en el segundo trimestre de este año. En cambio, México, que había vuelto a aparecer en la prensa mundial como modelo económico ortodoxo, decreció en el mismo periodo el 0,7% por una caída de la obra pública. Después de expandirse el 3,8% en 2012, los expertos consultados por Consensus Economics esperan que este año México crezca un 2,5%, pero a finales de agosto el propio Banco Central ha rebajado su expectativa al 1,8%. Algunos analistas destacan que las reformas que impulsa el presidente Enrique Peña Nieto, como la energética y la de telecomunicaciones, explican por qué el peso mexicano se ha depreciado menos que otras monedas, pero otros consideran que este país, a diferencia de Brasil, no había recibido tantos capitales golondrina en los últimos años y por eso ahora tampoco está padeciendo tanto su partida.
Argentina desaceleró su crecimiento el año pasado hasta el 1,9%, según sus polémicas estadísticas gubernamentales, que los analistas privados recortan a la mitad. Para 2013, el mercado prevé una expansión del PIB oficial del 3,3%. Su desafío continúa siendo la inflación, que asciende al 23%, según las agencias provinciales de estadística. Pero más problemas de precios atosigan a Venezuela, que este año devaluó el bolívar y con frecuencia afronta escasez de ciertos productos, como la harina de trigo o los repuestos de motos. La inflación venezolana asciende al 42% y le ha costado el puesto a la anterior gobernadora del Banco Central, Edmée Betancourt, que duró cuatro meses hasta que a mediados de agosto fue reemplazada por Eudomar Tovar.
Colombia, que el año pasado creció el 4%, este año se expandiría un 3,9%, según Consensus Economics. En cambio, otras economías más dependientes del precio de los minerales están desacelerándose en mayor medida. Chile, que en 2012 se expandió el 5,6%, pasaría al 4,2%, mientras que Perú rebajaría del 6,3% al 5,6% de un año al otro. El presidente peruano, Ollanta Humala, que también ha enfrentado manifestaciones callejeras, ha reconocido que la crisis internacional ha llegado a su país y el Banco Central ha reaccionado a la mayor depreciación del sol en dos años con fuertes ventas de reservas en dólares.
En Asia, China, que se desaceleró en 2012 con una expansión del 7,8%, crecería esta vez al 7,5%. Precisamente, en el segundo semestre de 2013 la segunda economía mundial sorprendió con una tasa del 7,5%, que demuestra que las rebajas impositivas a las pequeñas empresas y el plan de infraestructuras están dando resultados a la hora de reorientar el motor del crecimiento del sector exportador, dependiente de EE UU y Europa, al mercado interno.
India, que el año pasado redujo su crecimiento al 5%, en 2013 crecería un 5,5%, según bancos y consultoras. Pero el ministro de Hacienda, Palaniappan Chidambaram, admite que su país debe crecer al 8% para crear los empleos necesarios para los jóvenes que ingresan al mercado laboral cada año.
Otros países asiáticos disminuirán también su ritmo de crecimiento entre 2012 y 2013: Indonesia (del 6,2% al 5,8%), que aparecía como la nueva estrella de los mercados hasta las recientes turbulencias monetarias; Malasia (del 5,6% al 4,8%), Filipinas (del 6,8% al 6,7%) y Tailandia (6,5% al 4,3%). Se trata de economías proveedoras de componentes industriales para las fábricas exportadoras de China. En cambio, dos economías asiáticas productoras de bienes finales de alta tecnología tal vez saquen provecho del giro chino hacia un mayor consumo interno: Corea del Sur, que elevaría su crecimiento del 2% en 2012 al 2,7% en 2013, y Taiwán, del 1,3% al 2,5%.
En otra de las potencias emergentes, el Ministerio de Economía rebajó el pasado lunes sus expectativas de crecimiento para 2013 por segunda vez en el año. Se trata de Rusia, que ahora espera un 1,8%, en lugar del 2,4% anterior, por la debilidad de las exportaciones y el consumo. En el segundo trimestre de 2013, Turquía creció a un ritmo del 3,5%, y Sudáfrica, afectada por huelgas de mineros y operarios de las fábricas de coches, el 3,3%.
“Siempre tuve la visión de que el muy rápido crecimiento de los países emergentes en los últimos años era transitorio e insostenible”, opina Dani Rodrik, economista turco y profesor del Instituto de Estudios Avanzados de Princeton (EE UU). “En muchos casos, estaba basado en el dinero barato y los altos precios de las materias primas, y no en una dinámica interna sólida que apoyase el crecimiento sostenido. Pero igualmente no debemos hacer una sobrecorrección y pensar que los mercados emergentes se van por el sumidero”, aclara Rodrik. En su opinión, Latinoamérica puede mantener un crecimiento de alrededor del 4% y África, del 5%, siempre y cuando continúen manejando su macroeconomía razonablemente bien. “Asia lo puede hacer mejor”, confía Rodrik, que destaca este continente cuando se le pregunta si puede haber excepciones en la turbulencia actual. El economista turco explica que Asia siempre ha crecido más que Latinoamérica porque “aún tiene más espacio para el cambio estructural, es decir, llevar a campesinos pobres a trabajar por salarios mayores a fábricas y servicios”. No obstante, Rodrik alerta de que en la economía china se han cimentado algunos desequilibrios severos que pueden afectar a toda Asia.
Otro economista, el norteamericano Jan Kregel, del Levy Economics Institute de Bard College, recuerda que el periodo del dinero barato trajo capitales a los mercados emergentes, pero también condujo a una excesiva apreciación de sus monedas, como había ocurrido en Brasil, con el consiguiente perjuicio para la competitividad de su industria. De hecho, el ministro de Hacienda colombiano, Mauricio Cárdenas, dio la bienvenida a la depreciación del peso, y lo mismo ha sucedido con el gobernador del Banco Central de Turquía, Erdem Basci, que descartó subir los tipos para apreciar la lira. “Ahora caen el comercio, la inversión, la actividad interna y los precios de las materias primas, suben los tipos y la inflación, pero esto puede tener algo bueno”, opina. “El énfasis en una economía exportadora de productos básicos no es muy beneficioso para el desarrollo a largo plazo porque tienen precios extremadamente volátiles”.
“Si China cambia su modelo de crecimiento, Latinoamérica también tendrá que hacerlo”, advierte Kregel. Si el gigante asiático crece menos y reduce su orientación exportadora, demandará menos minerales. Quizá el consumo de alimentos no se desacelere, pero el profesor estadounidense señala que el régimen de Pekín está liberalizando su sector agrícola para que cooperativas pequeñas sean reemplazadas por grandes empresas, con el fin de elevar la productividad. “No es un proceso que demorará un año, pero China irá reduciendo su necesidad de importar materias primas”, opina Kregel.
En este siglo, las economías latinoamericanas han conseguido divisas con la exportación de productos básicos y así han estimulado el mercado interno. Aunque pocos se atreven a pronosticar el final de los altos precios de las materias primas, y muchos solo hablan de moderación en los valores, Kregel observa que los países sudamericanos deberán adoptar medidas para estimular la inversión y el consumo domésticos. “Las devaluaciones harán más competitivas las manufacturas, ¿pero a quién las venderán? ¿A China? ¿A Europa, que no crece? ¿A EE UU, que no crece más del 2%? El motor del crecimiento deberá cambiar”, insiste Kregel.

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