sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Venezuela: lei habilitante pode ser otima para a Oposicao

A oposição venezuelana não deveria combater a lei habilitante, ou seja, os decretos hitleristas que os socialistas pretendem dar ao presidente. Incompetente como ele é, isso vai acelerar a derrocada do regime.
Que venga la ley habilitante!
PRA

Dólar paralelo bate recorde na Venezuela após leis de emergência

Estadão

O governo da Venezuela declarou nesta quinta-feira, 17, já ter uma lista das leis que pretende promulgar assim que a Assembleia Nacional aprovar o pedido de Lei Habilitante requisitado pelo presidente Nicolás Maduro. A principal delas tem como objetivo combater a disparidade entre o valor do dólar no câmbio fixo, controlado pelo governo, e o paralelo, que atingiu 45 bolívares, superando em 7 vezes a cotação oficial.

O recorde foi registrado horas após o vice-presidente da área econômica do governo, Rafael Ramírez, anunciar que a venda de dólares no câmbio clandestino será severamente combatida.

 

Leia mais em Dólar paralelo bate recorde depois de Venezuela detalhar leis de emergência

Direito do Mercosul: livro coordenado por Elisa de Sousa Ribeiro (capitulos PRAlmeida)

Como já informei, possuo quatro capítulos neste livro, listados abaixo.
Paulo Roberto de Almeida


Eis aqui:


1101. O Mercosul no contexto da integração regional latino-americana”, In: Elisa de Sousa Ribeiro (coord.), Direito do Mercosul. Curitiba: Editora Appris, 2013, 683 p.; ISBN: 974-85-8192-208-9; cap. 2, p. 51-69. Relação de Originais n. 2402.

1102. “O desenvolvimento do Mercosul: progressos e limitações”, In: Elisa de Sousa Ribeiro (coord.), Direito do Mercosul. Curitiba: Editora Appris, 2013, 683 p.; ISBN: 974-85-8192-208-9; cap. 3, p. 71-92. Relação de Originais n. 2258.

1103. “Acordos extra-zona”, In: Elisa de Sousa Ribeiro (coord.), Direito do Mercosul. Curitiba: Editora Appris, 2013, 683 p.; ISBN: 974-85-8192-208-9; cap. 15, p. 343-356. Relação de Originais n. 2412.

1104. “Perspectivas do Mercosul ao início de sua terceira década”, In: Elisa de Sousa Ribeiro (coord.), Direito do Mercosul. Curitiba: Editora Appris, 2013, 683 p.; ISBN: 974-85-8192-208-9; cap. 33, p. 661-676. Relação de Originais n. 2351.






A crise dos foguetes sovieticos em Cuba em 1962: o mundo na beira do abismo nuclear

Grato ao "Vale" por me chamar a atenção para este texto: eu também recebo o material do Belfer Center, mas nem sempre consigo ler tudo o que recebo...
Paulo Roberto de Almeida

The Cuban Missile Crisis: Debatable Issues, Instructive Lessons

Paper
October 16, 2013
By Victor Yesin
Foreword by Graham Allison and Andrei Kokoshin

Introduction:
American political scientists Graham Allison and Philip Zelikow rightly note in their book Essence of Decision: Explaining the Cuban Missile Crisis that the Cuban Missile Crisis (CMC) is a defining event of the nuclear century and the most dangerous moment in recorded history.
This Russian-language edition of the book was published under the title The Essence of Decision as Exemplified by Cuban Missile Crisis of October 1962. Member of the Russian Academy of Sciences and 6th Secretary of Russia’s Security Council Dr. Andrei Kokoshin wrote a preface to this Russian edition. In this preface, Kokoshin similarly argued that the crisis was the “most dangerous in the history of the Cold War when the two superpowers, the Soviet Union and the United States, came very close to a full-scale war involving nuclear weapons.”
This crisis has been evaluated multiple times. Some of the most recent evaluations were given in 2012 in commemoration of the crisis’s 50th anniversary. However, experts on the CMC have yet to reach consensus on a number of questions related to the crisis. Furthermore, academics and commentators have missed some of the key lessons from the crisis. These issues were raised at a seminar on the 50th anniversary of the Cuban Missile Crisis that was organized by the Belfer Center for Science of International Affairs at the Harvard Kennedy School and chaired by director of this center, Professor Graham Allison, on September 26, 2012. They were also debated at the “Long Echo of the Missile Crisis” roundtable sponsored by Moscow State University’s Faculty of World Politics and the Russian Academy of Sciences’ Institute for International Security Studies on November 14, 2012. Member of the Russian Academy of Sciences Andrei Kokoshin chaired that roundtable. Dr. Kokoshin also attended the Harvard Cuban Missile Crisis conference in September 2012.
With these discussions in mind, the author would like to offer his interpretation of the answers to the most important of the CMC-related questions that remain open. He would also like to outline a number of instructive lessons of the 1962 crisis.
Read full publication:

A frase da semana: venezuelanos, bem-vindos ao socialismo

A frase está aqui, e ela resume todo o socialismo, em geral e na Venezuela em especial.
Tanto pelo lado da penúria, que é SEMPRE o fato mais evidente do socialismo, como pelo lado da MENTIRA, que é o outro lado da fraude socialista, ou seja, a penúria é real, mas que ela seja criada pela sabotagem dos opositores, dos ricos, dos burgueses, dos comerciantes, isso já é delírio dos pobres coitados e má-fé dos governantes:

A gente fica quatro horas na fila, debaixo do sol, para conseguir comprar um frango e um pacote de farinha. Isso não dá para a semana”, contou à Agência Brasil.

Mãe de sete filhos e eleitora de Chávez e do presidente Maduro, Dilia disse que as condições no país estão muito delicadas. Ela acredita nas alegações do governo de que o país tem enfrentado problemas devido à “sabotagem da direita do país”.

Esse é o socialismo (ou sociolismo, todos são sócios no fracasso, e alguns são sócios na roubalheira...).

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Venezuela no horror absoluto: todo o pais se torna refem do governo...

Não existem governos competentes; existem governos mais ou menos, como talvez os escandinavos, os de alguns países mais liberais (ou seja, com governos pequenos, justamente), e existem os governos totalmente incompetentes (nós conhecemos alguns, não é mesmo), e muito além desses, existem aqueles governos que simplesmente estão destruindo seus países, como um certo governo que pretende alimentar toda a população, por exemplo, ou que pretende controlar toda a terra que supostamente só pode servir para produzir alimentos.
Governos assim, tendem a criar o horror absoluto...
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela

Venezuela anuncia que vai ampliar Missão Alimentação

Arko-Infolatam
Caracas, 17 de outubro de 2013
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nessa quarta-feira que daqui a um ano a Missão Alimentação terá capacidade para atender a toda a população do país. “Hoje, vou aprovar os planos para multiplicar a missão”, informou em sua conta no Twitter. Atualmente, a população venezuelana enfrenta dificuldades para comprar alimentos da cesta básica.
A dificuldade atinge tanto produtos beneficiados pelo Programa Missão Alimentação – que consiste na venda estatal de alimentos com preços de 70% a 80% mais baratos que os comercializados na rede privada de supermercados – quanto os comercializados nos estabelecimentos particulares.
A Agência Brasil ouviu moradores de Caracas que falaram das dificuldades encontradas. A bioanalista Victoria Carmona, 27 anos, contou que tem sido muito difícil conseguir comprar frango, carne, farinha, arroz, leite e papel higiênico. “Está difícil em um supermercado normal e no mercado do governo. As filas são terríveis”, comentou.
Segundo ela, a maior dificuldade, no caso da rede privada, é que as pessoas estão comprando mais pelo medo de que faltem produtos. “O medo não é irreal, porque às vezes falta mesmo papel e leite. Por isso, quem pode compra e manda para os parentes que vivem no interior, onde o abastecimento tem sido mais difícil”, explicou.
Segundo Victoria, quando chega um produto no supermercado, as pessoas saem telefonando para os amigos e todos compram o máximo. “É comum a mãe, o marido e os filhos comprarem o mesmo produto para fazer estoque. Cada um entra, pega a quantidade limite de caixas de leite, por exemplo. Umas três pessoas da família vão comprar”, acrescentou.
Do mesmo modo, a diarista Dilia Ribero, 56 anos, tem dificuldades para conseguir comprar os produtos da cesta básica nos mercados estatais que vendem alimentos subsidiados pelo programa de alimentação.
Ela vive em um apartamento da Missão Vivenda, do governo venezuelano, em um bairro popular da capital. Dilia relata que tem sido muito complicado comprar farinha e frango.
“A gente fica quatro horas na fila, debaixo do sol, para conseguir comprar um frango e um pacote de farinha. Isso não dá para a semana”, contou à Agência Brasil.
Mãe de sete filhos e eleitora de Chávez e do presidente Maduro, Dilia disse que as condições no país estão muito delicadas. Ela acredita nas alegações do governo de que o país tem enfrentado problemas devido à “sabotagem da direita do país”.
“Temos que aguentar forte porque estão pressionando para que o governo não consiga resolver os problemas. O preço de tudo subiu muito”, informou, por telefone.
De acordo com estimativa de economistas, a inflação no país deve chegar a 50% até o final deste ano. O Banco Central da Venezuela registrou inflação de 4,4% em setembro e de 49,4% no acumulado dos últimos 12 meses.
Mesmo mantendo o apoio ao governo de Maduro, Dilia opina que a gestão poderia ser melhor. “Se Maduro arregaçar as mangas e trabalhar um pouco mas, acho que as coisas podem melhorar um pouco”.
Dona Dilia demonstra descontentamento quando compara os meses de governo Maduro com o período de Chávez. “Com nosso comandante era diferente. Não faltou comida e nem tinha tanta restrição de nada. Está muito difícil agora”, lamenta.
A venezuelana reclama também que houve queda na qualidade dos serviços prestados pelo governo. Há três meses, ela saiu do rancho (barraco) em um bairro popular para o apartamento que conseguiu subsidiado pelo governo.
“Cheguei aqui e as paredes estavam todas sujas, sem pintar e sem piso. Entregaram sem terminar direito e falam que foi culpa da construtora. Não dá para ficar só dando desculpa”.
Com os programas criados por Hugo Chávez, como a própria Missão Alimentação, milhares de venezuelanos saíram da linha de miséria e o país está entre os menos desiguais, segundo a Organização das Nações Unidas.
Apesar dos problemas levantados pela população, Maduro lembrou que o programa alimentar já alcança 82% da população. “Os últimos indicadores mostram que a Missão Alimentação aumentou em 18% o número de pessoas atendidas. Antes, o projeto chegava a 64% da população”, informou.
De acordo com o Ministério do Poder Popular, este ano já foram feitas 65 mil jornadas de vendas de alimentos.
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Venezuela cobrará taxa por terra improdutiva ou com uso inapropriado

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Opera Mundi
São Paulo, 17 de outubro de 2013
O governo venezuelano estuda taxar proprietários de terras ociosas, subutilizadas ou com uso não apropriado, informou nesta quarta-feira (16/10) o presidente do Inti (Instituto de Terras na sigla em espanhol), William Gudiño, em entrevista ao jornal econômico El Mundo. A proposta tem como finalidade aumentar a produtividade do setor agropecuário venezuelano e diminuir a dependência do país em importação alimentar.
O imposto, segundo o plano desenhado por Caracas, seria progressivo com aumentos anuais. “Assim, o proprietário verá que não convém seguir com sua terra e decida entrega-la ao Estado”, disse Gudiño, que preside o órgão há apenas 4 meses. “Esse é o objetivo central da taxa: uma maneira diferente de recuperar terras, pela via da coerção”, acrescentou.
Desde a aprovação da Lei de Terras em novembro de 2001, Caracas já resgatou cerca de dez milhões de hectares de terras ociosas ou pouco produtivas por meio de diversos instrumentos legais, promovendo também a reforma agrária no país. Boa parte dessas propriedades (cerca de 70%) foi entregue a milhares de famílias venezuelanas camponesas, que passaram a plantar e produzir nesses territórios. Ao menos 80% dessas terras resgatadas estão produtivas, informou o presidente do Inti.
A taxação seria apenas mais uma ferramenta do governo venezuelano para melhorar a produção agropecuária e a distribuição de terras.
Segundo Gudiño, ainda existem muitas propriedades na Venezuela que, mesmo sendo usadas para a plantação e criação de animais, devem ser mais bem utilizadas segundo suas propriedades. “O caso mais emblemático é das terras do Sul do Lago, que sendo de tipo 1 e 2, de muito boa qualidade para a produção agrícola vegetal, são utilizadas para a criação de gado”, afirmou ele.
Gudiño apontou que já existe uma comissão trabalhando em uma proposta para ser enviada ao Ministério da Agricultura e ao presidente Nicolás Maduro. Se aprovada, o presidente do Inti acredita que a medida pode entrar em vigor em 2014.
A falta de produção interna e a dependência da exportação de itens do setor primário são algumas das causas da alta inflação que aflige a Venezuela. Dados oficiais indicam que o país importa cerca de 50% dos alimentos consumidos.
Tendo em vista inverter essa situação, o governo chavista procura aumentar a produtividade do setor agropecuário. “Dois dias atrás, abrimos uma fábrica de processamento de várias sementes, como mandioca, batata, o que não existia no país”, conta Gudiño. “A dependência das importações foi tremenda; ainda existe, mas tem caído significativamente”, aponta ele que vê grande sucesso na política do governo.

Otaviano Canuto e o atraso mental economico do Brasil - entrevista Denise Crispim Marin

O Brasil não tem só um problema de ineficiência logística, protecionismo comercial, custo-Brasil (ou seja, todas as ruindades juntas) e diversos outros descompassos técnicos e econômicos. Tudo se resolve com políticas correntas, o que poderia ser feito em 6 meses a um ano. Ou seja, tudo é resolvível.
Mas o Brasil tem um problema mais grave, que é o atraso mental de suas elites, não apenas dos dirigentes atuais (esses irrecuperáveis), mas das elites em geral, que são tacanhas mentalmente...
Acho que vai ser difícil corrigir, consertar.
Vai demorar...
Paulo Roberto de Almeida


'O Brasil não pode se fechar'
Denise Crispim Marin
O Estado de São Paulo, 17/10/2013

Além de acentuar o atraso do País, a proteção alimenta o parasitismo e não empurra as reformas necessárias

Não há argumento para convencer Otaviano Canuto de que a proteção comercial traria benefícios para os setores produtivos e para a sociedade brasileira. Ex-secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda na época em que as negociações na Organização Mundial do Comércio, com os Estados Unidos e o restante das Américas.e com a União Europeia estavam em curso, nos primeiros anos do século, Canuto vê a falência desses processos como perda de oportunidades para " o Brasil e a exclusão de sua indústria de cadeias internacionais de valor.
Neste momento em que o "custo Brasil" se soma ao "peso morto" na corrosão da competitividade dos setores brasileiros, Canuto defende o engajamento do País em negociações abrangentes de livre-comércio - não só de bens como de serviços. O relançamento das conversas com os europeus, depois de quatro anos de paralisia, é bem-vinda, em sua opinião. Fechar-se seria a pior opção. A seguir, os principais trechos da entrevista.
O Brasil adiantou-se ao Mercosul e apresentou sua proposta de liberalização comercial para a UE. Quão atrasado o País está?
Antes tarde do que nunca. Dado o impasse na agenda multilateral, proliferaram as iniciativas regionais. Os dois exemplos mais gritantes são as negociações dos Estados Unidos no Pacífico e com a Europa. A Parceria Transpacífico vai garantir o acesso privilegiado dos asiáticos ao mercado americano. Em contrapartida, haverá abertura das agendas de liberalização de serviços, de regras de propriedade intelectual e outras, o que é uma forma de os EUA colocarem pressão sobre a China.
Há dez anos, o Brasil estava envolvido nas negociações na CMC e de liberalização comercial com as Américas e a UE. A ruína desses processos, o desinteresse do Brasil por novas iniciativas e sua omissão na agenda de aprofundamento do Mercosul significaram perdas de oportunidades?
Certamente, houve perda de oportunidades. Apesar de pequenos retrocessos mais recentes na defesa comercial, o mundo orientou-se para a maior liberalidade dos fluxos de comércio. Houve fragmentação geográfica do processo de produção e a emergência das cadeias de valor, que são incompatíveis com as estruturas de proteção comercial. Esse não é o fator dominante para explicar a falta de dinamismo da inserção comercial brasileira. Mas a prejudicou. As exceções do Brasil justamente confirmam a regra. A Embraer está na cabeça de uma cadeia de valor, mas tem a liberdade de montar seus produtos comprando os componentes do exterior.
Como inserir o País nas cadeias de valor se a competitividade está minada pelo custo Brasil?
Os fatores logísticos têm sido impeditivos para a maior competitividade brasileira. Não se pode participar de uma cadeia de valor sem ter logística e meios de transportes adequados, burocracia reduzida, custos baixos para se poder fazer negócio.
É difícil, no Brasil, aceitar que salário real maior possa ser problema, dado o passado de arrocho e o benefício que esse aumento trouxe para a economia.
O salário real mais alto não foi grande problema enquanto se estabeleceu uma relação virtuosa de ampliação da demanda agregada. Mas esse ciclo maravilhoso chegou ao limite, e a evolução do salário acima da produtividade pressiona os ganhos do empresariado.
A desvalorização do câmbio não reduz essa pressão?
A desvalorização recupera um pouco a competitividade dos setores que estavam com seus lucros reduzidos pelos gargalos logísticos. Mas se não houver uma agenda em paralelo de redução do custo Brasil, os ganhos com a desvalorização real não serão suficientes. Os países de baixa renda perceberam que esse custo é, na verdade, um "peso morto".
Na estratégia de liberalização, qual área será central?
Apesar das dificuldades na Organização Mundial do Comércio, a liberalização vai se expandir para a área de serviços por meio dos acordos regionais, e o Brasil não pode ficar atrás nessa corrida. Na OMC, se há uma área com chance positiva na reunião ministerial de Bali, em dezembro, é a de facilitação do comércio. Não por acaso, o embaixador Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC, está concentrando esforços nessa área.
Levando em conta o nosso passivo em produtividade, pesos mortos e custo Brasil, este é o momento adequado para o País se lançar em negociações liberalizantes ou melhor seria se fechar para limpar esse atraso?
Não, pelo amor de Deus, O Brasil não pode se fechar. Fechar-se significaria ficar de fora das cadeias produtivas. O atraso seria maior ainda. O Brasil tem neste momento condição de emprego muito favorável, um sistema de proteção social que eventualmente pode ser usado para apoiar a adaptação da força de trabalho, flexibilidade cambial e estabilidade econômica.
O País deve, portanto, mergulhar em uma agenda abrangente, inclusive de liberalização dos serviços, que são insumos importantes da competitividade industrial
O Mercosul garantiu ao Brasil mercado ampliado e reservado para seus produtos industriais. O bloco deve continuar como prioridade na agenda brasileira?
O Mercosul foi importante. Mas, na relação custo-benefício, o resultado não foi o melhor possível. Gosto de comparar o Mercosul a dois processos. A UE foi um processo político, no qual os países continuam abdicando de soberania.
O outro caso é a integração do Sudeste Asiático, onde só agora, com a integração econômica e comercial consolidada, os governos começam a desenhar o arcabouço institucional do bloco. O Mercosul seguiu a Europa, mas sem a base de cessão de soberania. Com o benefício de olhar para trás, creio que uma base mais pragmática para o Mercosul teria dado melhores resultados. Isso não quer dizer que não se possa tomar, agora, esse caminho.
Pragmatismo significa o abandono da união aduaneira?
Ou reconhecer que, se o desejo dos países é ter tantas exceções à Tarifa Externa Comum, o Mercosul está mais para uma área de livre-comércio do que para união aduaneira. Se os seus países não querem abdicar de soberania, poderiam buscar acordos em conjunto, quando convém, ou criar flexibilidades. A ideia de ter na América do Sul um bloco tão integrado, como é economicamente o Sudeste Asiático ou politicamente a Europa não passa de uma quimera.

Um estudante em duvida; alguns conselhos altamente duvidosos...

Recebi, há pouco, a consulta que transcrevo abaixo, sem identificar o seu autor: 

On 17/10/2013, at 19:37, Pxxx Mxxxxxxx Pxxxx Fxxxx <xxxxxxxx@hotmail.com.br> wrote:
Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.

Nome: Pxxx Mxxxxxxx Pxxxx Fxxxx
Cidade: Lxxxxx
Estado: XX
Email:xxxxxxxx@hotmail.com.br
Assunto: Sem assunto

Mensagem: Olá Paulo, estou interessado em cursar RI e gostaria de saber qual o melhor caminho para se obter um futuro promissor na área, o mercado no amanhã estará favorável aos internacionalistas e quais são as principais características ou cursos que o indivíduo do ramo deve apresentar? Desde já agradeço e o aprecio muito, o senhor é uma inspiração para mim! Obrigado! 

Respondi o que segue: 

Meu caro Pxxx Mxxxxxxx,

Acho que a primeira coisa que alguém como você deve fazer para conseguir ter um futuro na área de RI seria começar NAO confiando nos cursos de RI, justamente, aliás, em nenhum curso universitário brasileiro, que com raríssimas exceções são muito fracos, eu até diria medíocres mesmo.
A primeira coisa que você poderia fazer para assegurar a qualidade, não do seu curso, nem do seu diploma, mas da sua formação, seria justamente fazer você mesmo o seu curso, tornando-se um autodidata radical e ler tudo o que você pode conseguir, por sua própria conta, e deixar professores e aulas de lado, ou não perder muito tempo com isso.
Claro, vc vai ter de se chatear um pouco, e de perder tempo, de se aborrecer, ou até de sentir raiva, por eventualmente pagar um curso medíocre, mas faça disso a menor parte da sua formação, e dedique o seu tempo às boas leituras, que você mesmo escolherá, ao sempre buscar o melhor, pelo seu próprio esforço.
Empregue a maior parte do seu tempo estudando sozinho, lendo, pesquisando -- tudo o que você precisa saber, tudo e mais um pouco está hoje livremente disponível na internet -- e perdendo o mínimo de tempo com curso, faculdade e trabalhos chatos. Claro, vai ter de se dedicar o mínimo a essa chateações, pois ainda não pode fabricar o seu próprio diploma, ou atestar para alguém que você sabe o que diz saber, mas procure cumprir os requisitos mínimos dessas instituições decadentes que se chamam universidades brasileiras e dedique-se de corpor e alma ao estudo próprio, dirigido por você mesmo, totalmente autodidata. Claro, sempre pode aparecer algum professor bonzinho: é difícil mas aparece, e aí você pergunta o que pretende saber, mas melhor não confiar muito, e refugiar-se nos livros, nos bons livros, repito. Com um pouco de treino e mais leituras, você vai passar a distinguir os bons livros dos ruizinhos, e dos péssimos.
De preferência, comece a ler em inglês e em francês; espanhol talvez ajude um pouco, assim como italiano, mas inglês é essencial, pois mais de 90% da boa informação que estiver livremente disponível na internet vai estar nessa língua.
Sim, pratique alguma distração, de vez em quando, lendo romances policiais, por exemplo, ou de preferência grandes obras da literatura universal. Existem alguns bons guias por aí e vc vai encontrar por sua própria conta.
Lembre-se: seja você mesmo seu próprio professor. Estará muito melhor.
Desculpe se o surpreendi, ou não ajudei, mas é assim como eu vejo as coisas no Brasil atual...
Sim, existem alguns bons jornais, poucos mais existem, de preferência os que se ocupam de temas econômicos de maneira objetiva, sem fofocas políticas ou colunismo exibicionista. De preferência leia sempre a revista Economist, o Financial Times, o Wall Street Journal, o New York Times, e de vez em quando o Le Monde, mas pouco deste último...
Faça isso e você verá que vai estar muito melhor...
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Paulo Roberto de Almeida 

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PS.: Não pretendo que seja a melhor resposta que se possa dar a um jovem que simplesmente busca alguns conselhos dentro do que cabe, como se diz. Mas talvez reflita a melhor atitude que se possa ter, hoje em dia, em relação a cursos e essas coisas que passam por instituições universitárias...

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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...