terça-feira, 5 de novembro de 2013

Bad boys e bad boys: uns espionam, outros sao aliados de ditadores comunistas - Mary Anastasia OGrady (WSJ)

Por que a NSA vigia o Brasil

MaryAnastasibO'Grady
The Wall Street Journal, 5/11/2013

Líderes europeus mostraram-se altamente ofendidos quando se revelou que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, espionou a eles e ao seu continente. Disseram estar chocados, embora desde então tenha se tornado evidente que a maior parte do clamor foi puro teatro.

Não há, no entanto, nenhum lugar em que a indignação fingida tenha sido mais insincera do que no Brasil, que também foi alvo de espionagem. A presidente brasileira, Dilma Rousseff, afirmou que a espionagem é uma violação dos direitos humanos. Ela propõe que a Organização das Nações Unidas (ONU) adote "um papel de liderança" na regulamentação da internet. Não riam.

Os países europeus, pelo menos, podem argumentar que são aliados dos EUA. Mas os melhores amigos do Brasil sob o Partido dos Trabalhadores, de Rousseff e de seu antecessor Lula da Silva, são Cuba, Irã e Venezuela. Se os espiões não tiverem prestado atenção ao Brasil, então eles não são muito bons.

Na semana passada, a retórica vinda da Europa suavizou-se. Líderes começaram a pedir a cooperação dos EUA para encontrar uma forma de restaurar a "confiança" entre aliados.

Será que foi porque se revelou que outros países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) haviam recolhido parte dos dados que estavam em posse da NSA? (Opa!) Ou talvez porque Bernard Squarcini, ex-chefe de inteligência da França, disse ao jornal francês "Le Figaro" que "os serviços de inteligência franceses sabem muito bem que todos os países, sejam ou não aliados na luta contra terrorismo, espionam uns aos outros o tempo todo". Helmut Schmidt, ex-primeiro-ministro alemão, ecoou o sentimento. Schmidt disse que durante seus oito anos no cargo sempre presumiu que seu telefone estava grampeado.

A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, precisa de cobertura política em casa; e os EUA deveriam fazer o possível para dar-lhe isso. Mas ninguém acredita que, caso se restrinja a espionagem dos EUA, Merkel ou qualquer outro chefe de Estado vai sentir-se mais seguro quanto à privacidade de suas comunicações. Toda a Europa vai continuar com a espionagem que vem fazendo desde tempos imemoriais. A espionagem cubana, russa, chinesa, venezuelana e iraniana também continuaria incontrolada e capaz de usar o que descobrir para benefício próprio.

O que nos traz ao Brasil: alguns dos países menos livres do mundo, não coincidentemente, são os sócios mais importantes da política externa da presidente Rousseff. Em setembro, em uma coluna do "Miami Herald" intitulada "Por que espiamos o Brasil", o escritor, nascido em Cuba, Carlos Alberto Montaner, transcreveu uma conversa com um embaixador americano, não identificado. O diplomata explicou: "Os amigos de Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores são inimigos dos Estados Unidos: a Venezuela chavista, primeiro com [Hugo] Chávez e agora com [Nicolás] Maduro; a Cuba de Raúl Castro; o Irã; a Bolívia de Evo Morales; a Líbia, na época de Gadafi; a Síria de Bashar Assad."

A relação brasileira com Cuba é especialmente perturbadora. Em vez de mostrar solidariedade com as vítimas da opressão de Cuba, o diplomata disse que o "ex-presidente Lula da Silva leva investidores para a ilha para fortalecer a ditadura dos Castro". "O dinheiro investido pelos brasileiros no superporto de Mariel, perto de Havana, é estimado em US$ 1 bilhão".

O apoio a Cuba, que continua implacável em sua devoção ao totalitarismo onde quer que ele exista no mundo, coloca o Brasil no lado geopolítico errado. Em julho, o Panamá interceptou uma embarcação norte-coreana que havia deixado Cuba e se encaminhava para a Ásia. Carregava armamentos não declarados, combustível e dois jatos de combate MiG-21. Cuba tentou explicar o embarque dizendo que a carga militar era de equipamentos antigos que precisavam de reparos. Em 10 de outubro, no entanto, jornais do grupo McClathy noticiaram que os jatos estavam em boas condições, segundo autoridades panamenhas, e que "haviam voado recentemente e estavam acompanhados de turbinas 'novinhas'".

A espionagem dos EUA é, portanto, lógica, embora não seja difícil perceber por que Rousseff quer elevar o quociente de indignação. Sob a liderança de seu partido desde 2002, o país passou de uma estrela em ascensão para algo que nunca se concretizou. A economia do Brasil cresce a um ritmo anêmico para um país em desenvolvimento que precisa tirar pessoas da pobreza.

O analista John Welch, da CIBC Macro Strategy Research, destacou na semana passada que os alertas das agências avaliadoras de risco de crédito quanto a iminentes rebaixamentos nos títulos brasileiros são baseados na deterioração das contas fiscais e no aumento das dívidas e inflação.

O vazamento da NSA é, portanto, útil. Tendo estragado a chance de se tornar um nome econômico sério nos mercados internacionais em um futuro próximo, o governo do Brasil age como se sua relevância internacional dependesse de projetar a imagem do país como um dos "bad boys" da América do Sul.

Parece ser um plano do Partido dos Trabalhadores — e um bom motivo para a NSA continuar alerta.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Araponga arapongado pela aguia e pelo carcara: ah, esse imperio perverso...

Agente suspeito de passar dados para a CIA é exonerado pelo Brasil
Jornal do Brasil, 27/10/2013

Na mesma época em que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) espionava membros do alto escalão do governo Dilma, um funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi investigado e exonerado por suspeita de passar segredos para a Agência Central de Inteligência (CIA). Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o espião da CIA buscou dados sigilosos sobre a atuação nacional na Tríplice Fronteira e tentou rastrear informantes do governo brasileiro na região onde o País faz divisa com a Argentina e o Paraguai. A espionagem só foi descoberta porque durante a operação o agente americano cooptou o analista 008997 da Abin, um alto funcionário do órgão que chefiara a estratégica subunidade da agência em Foz do Iguaçu (PR), antes de assumir, em 28 de julho de 2011, a superintendência em Manaus (AM). O caso não teve abertura de processo administrativo contra o servidor para evitar o desgaste. Conforme documentos de junho de 2012 divulgados pelo ex-agente Edward Snowden, a solução dos Estados Unidos foi abreviar a missão do espião e mandá-lo para outro posto. 
Segundo fontes da área de inteligência consultados pelo jornal nos últimos dois meses, de Manaus, o analista da Abin passou a acessar remotamente documentos protegidos por sigilo do escritório de Foz do Iguaçu que não tinha necessidade de conhecer e aos quais não poderia ter mais acesso. A movimentação funcional do agente brasileiro alertou Brasília e desencadeou uma operação de contraespionagem autorizada pelo diretor-geral Wilson Trezza. Sem abrir inquérito, as provas documentais extraoficiais do comportamento inadequado do agente 008997 foram obtidas em agosto de 2012, quando ele se encontrou para jantar com o espião americano, em um restaurante de Curitiba. Agentes deslocados de outras regionais da Abin se acomodaram próximos à dupla para ouvir o diálogo. Eles foram filmados na ocasião, quando conversaram sobre as regiões de fronteira do Brasil, entre outros temas. O novo encontro, marcado pelos dois para acontecer dentro de um mês, não ocorreu. Subitamente, o americano foi removido. O Itamaraty confirmou que o diplomata deixou o Brasil em 12 de agosto de 2012. A suspeita é que, de alguma forma, os EUA ficaram sabendo que seu agente havia sido descoberto e não poderia mais ficar no País para evitar problemas diplomáticos. A Abin pediu explicações e o americano teria que foi procurado pelo analista brasileiro. O agente 008997 foi exonerado e aconselhado a se aposentar, o que fez em 17 de dezembro do ano passado. 
Espionagem americana no Brasil 
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.
Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA), funcionou em Brasília pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.
Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.
O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.
Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.
Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.
Monitoramento
Reportagem veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, afirma que documentos que fariam parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos mostram a presidente Dilma Rousseff e seus assessores como alvos de espionagem.
De acordo com a reportagem, entre os documentos está uma apresentação chamada "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil". Nela, aparecem o nome da presidente do Brasil e do presidente do México, Enrique Peña Nieto, candidato à presidência daquele país quando o relatório foi produzido.
O nome de Dilma, de acordo com a reportagem, está, por exemplo, em um desenho que mostraria sua comunicação com assessores. Os nomes deles, no entanto, estão apagados. O documento cita programas que podem rastrear e-mails, acesso a páginas na internet, ligações telefônicas e o IP (código de identificação do computador utilizado), mas não há exemplos de mensagens ou ligações.

Capitalismo promiscuo e negocios companheiros: oh, onde foi parar a minha mesada?

Pois é, apostando em capitalistas promíscuos pode ter suas más surpresas...
O mais chato disso tudo não é o descenso do companheiro capitalista, é a súbita interrupção de gordas mesadas chegando não se sabe bem de onde...
Paulo Roberto de Almeida

GLOBAL INSIGHT
Fall of Brazil’s Batista embarrasses President Dilma Rousseff
By Joe Leahy in São Paulo
Financial Times, November 4, 2013 1:37 pm

There must be moments in every politician’s career that make them cringe when recalling later on.
For Brazil’s President Dilma Rousseff one of these is probably the day in April last year when she helped failed entrepreneur Eike Batista commemorate the “first oil” from what are now his failed fields off the coast of Rio de Janeiro.
The Brazilian president said a number of things that day praising Mr Batista, who was then still the country’s richest man with a fortune estimated at more than $30bn invested in a network of oil, mining, energy and logistics companies, most of them start-ups.
But probably most embarrassing in hindsight was her encouragement of an alliance between his tiny flagship oil company, OGX, and Brazil’s state-owned giant, Petrobras, a world-renowned expert in deepwater exploration.
“They can both gain a lot from a partnership between them,” she said at the time.
That was the peak of the relationship between Mr Batista and the government. Since then, his fall has been so swift and so high profile with his filing for bankruptcy last week that Brasília has done its best to avoid the fallout. A call to the president’s palace about Mr Batista’s travails last week returned a flat “no comment”.
The fall of Mr Batista, who in many ways was the “pet” entrepreneur of the ruling centre-left Workers’ Party (PT) government, raises questions about its future policy direction. Mr Batista’s rise gave credibility to the PT’s claims that its statist economic policies were simultaneously market friendly. Will his fall make the party more or less interventionist?
The answer will be critical to Brazil’s future prosperity. The government’s relative silence on Mr Batista’s collapse has been a surprise to some who had thought the former powerboat champion’s “X” business empire was too big to fail. More probably, Brasília realised early on that Mr Batista’s house of cards was too precarious to save.
The collapse was sparked by OGX, the oil company, which admitted its only producing fields were duds. This left it with almost no cash to service its more than $5bn in debt and that of the web of companies higher up in his labyrinthine corporate structure.
The government had a front-row seat for the catastrophe. Brazil’s development bank, the BNDES, extended credit lines to the group worth about R$10bn. BNDES president Luciano Coutinho sought to explain the collapse as an accident of the type that can occur in any market.
“Capital markets know how to differentiate these things and they know that accidents can occur anywhere in the world,” Mr Coutinho said.
Guido Mantega, finance minister, took the same approach. “It’s a private group. It has no connection with the government and therefore the solution to OGX will come from the market,” he said.
Yet while the solution may be market-based – in the sense that investors have lost billions of dollars and are now facing a difficult court-ordered debt restructuring – the government will be doing some soul-searching over whether it was part of the problem.
One of the sources of confidence in OGX was the implication that Mr Batista’s connections meant he had the implicit backing of the government. For one thing, his father is a respected former mines minister. His companies had the investment from BNDES – Mr Batista once described it as “the best bank in the world” – and the senior management team of OGX was poached from Petrobras. In addition to this, he was regularly pictured with senior politicians at the federal and state levels and was a large donor to the Rio de Janeiro police.
“The rich are the ones who have gained most under my government,” Luiz Inácio Lula da Silva, the former Brazilian president and PT founder, once said.
The implication was that Brazil, in spite of being run by a socialist government, was very much open for business. Since Mr Lula da Silva’s chosen successor, Ms Rousseff, took over, however, the government has been seen as more interventionist and suspicious of a private sector it views as profiteering.
Mr Batista’s loud form of capitalism served for a while to disguise the government’s statism. He presented to the world the caricature of a Brazilian entrepreneur with his fast cars, a former carnival queen wife, and a house overlooking Rio’s beaches.
To its credit, the government let him fail. But now without the fig leaf he provided, Brasília will have to decide. Can markets really be trusted or will letting investors have their way merely lead to more Batistas?

Given the embarrassment of celebrating the first of Mr Batista’s oil that never came, it is hard to see Ms Rousseff giving the markets the benefit of the doubt.

Bolivia, no caminho do Afeganistao - Mary Anastasia O'Grady (WSJ)

Bolívia, o próximo Afeganistão?
O país andino tornou-se um centro do crime organizado e um porto seguro para terroristas
Por Mary Anastasia O'Grady
The Wall Street Journal, 4 de novembro de 2013

Nos anos que se seguiram à brutal ocupação soviética, que durou dez anos, o Afeganistão se transformou numa incubadora do crime organizado, da radicalização política e do fundamentalismo religioso, um lugar tão propício que Osama bin Laden instalou lá suas operações.
Agora, algo parecido pode estar ocorrendo na Bolívia. O governo é um defensor dos produtores de cocaína. A presença iraniana está crescendo. E relatos que chegam do país sugerem que extremistas africanos também estão se juntando à luta.
O presidente boliviano, Evo Morales, que também é o presidente eleito da confederação de produtores de coca, e seu vice-presidente, Álvaro García Linera, um ex-militante do Exército Guerrilheiro Túpac Katari, começaram a construir um narco-Estado repressivo quando chegaram ao poder em 2006.
O primeiro passo foi a criação de uma cultura do medo. Vários grupos de intelectuais, tecnocratas e ex-funcionários do governo foram hostilizados e muitos fugiram. José María Bakovic, de 75 anos e ex-especialista em infraestrutura do Banco Mundial, foi um dos que foram atacados, mas que se negou a ceder. Como presidente da Comissão de Rodovias, entre 2001 e 2006, ele havia criado um sistema de leilões de concessões concebidos para reduzir a corrupção na construção de estradas. Isso frustrou Morales. Bakovic foi preso duas vezes e teve que comparecer a tribunais mais de 250 vezes, acusado de "delitos administrativos", segundo fontes a par do caso. Nunca nada foi provado.
No começo de outubro, promotores públicos convocaram Bakovic para mais um interrogatório em La Paz. Cardiologistas disseram que a altitude iria matá-lo. O governo não quis ouvir as objeções médicas, efetivamente decretando sua sentença de morte. Bakovic foi a La Paz em 11 de outubro, sofreu um ataque cardíaco e morreu no dia seguinte em Cochabamba.
Com a oposição intimidada, Morales tem transformado a Bolívia num centro internacional do crime organizado e num refúgio seguro para os terroristas. A agência para o controle de drogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês) foi expulsa do país. Dados da ONU mostram que a produção de cocaína aumentou na Bolívia desde 2006 e há relatos não confirmados de que delinquentes mexicanos, russos e colombianos têm viajado ao país para conquistar uma parte do negócio. O mesmo ocorre com os militantes que querem arrecadar fundos e operar no Hemisfério Ocidental.
A conexão com Teerã não é segredo algum. O Irã é membro sem direito a voto da ALBA (Aliança Bolivariana das Américas). Os membros com direito a voto são Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua e Venezuela.
Em seu testemunho perante à Comissão de Segurança Nacional da Câmara de Deputados dos EUA, em julho passado, o especialista em assuntos de segurança global Joseph Humire descreveu o interesse do Irã na ALBA: "O Irã compreendeu que a onda de populismo autoritário conhecido como 'Socialismo do Século XXI' que vinha se expandindo pela região oferecia à República Islâmica um ambiente permissivo para ela levar a cabo sua agenda global contra o Ocidente." A Bolívia é terreno fértil.
O Irã pode ter financiado total ou parcialmente a construção de uma nova base de treinamento militar da ALBA na região de Santa Cruz. De acordo com Humire, a embaixada do Irã em La Paz supostamente "tem pelo menos 145 funcionários iranianos registrados". Há também apoio boliviano a radicais convertidos ao islamismo, como o argentino Santiago Paz Bullrich, um discípulo do imã iraniano Mohsen Rabbani e cofundador da primeira Associação Islâmica Xiita em La Paz.
O Irã pode estar usando sua rede boliviana para contrabandear minerais estratégicos como o tântalo (que é usado no revestimento de mísseis), Humire disse ao Congresso americano. Pode, inclusive, estar contrabandeado pessoas. Informações não confirmadas, mas vindas de fontes confiáveis, descrevem altos funcionários ordenando a emissão de documentos de identidade e passaportes para numerosos jovens "turcos", uma maneira informal de descrever pessoas do Oriente Médio na América Latina. Uma testemunha disse a uma de minhas fontes na Bolívia (que pediu para ficar no anonimato por motivos de segurança), que os estrangeiros eram iranianos, mas não eram diplomatas.
O jornal boliviano "La Razón" informou que o potencial cônsul boliviano no Líbano foi preso pelas autoridades bolivianas por supostamente tentar contrabandear 392 kg de cocaína para Gana.
Graças a uma demanda estável de cocaína, a economia boliviana está inundada de dinheiro. A África está na principal rota do tráfico de cocaína para Europa. Isso pode explicar a presença cada vez maior de somalianos, etíopes e sul-africanos em Santa Cruz, que não é um destino comum para a imigração africana. Em abril deste ano, o corpo parcialmente queimado e mutilado de um homem negro foi encontrado perto da fronteira com o Brasil, o que pode sugerir um negócio com drogas que deu errado. Uma marca inusitada foi feita na coxa direita da vítima, como se os vilões quisessem crédito pela brutalidade.
Poucos dias depois, o jornal espanhol "ABC" reportou o caso de um espanhol que também foi torturado com uma inscrição em sua perna e que foi encontrado na mesma área. Uma fonte que não quis ser identificada me informou que a vítima tinha dito à polícia que o homem negro assassinado era seu amigo e africano. Segundo minha fonte, uma testemunha também disse que quando estava morrendo o homem teria murmurado as palavras "al-Shabaab", o nome do grupo terrorista somaliano.
Um boliviano que conheço diz ter visto na cerimônia de posse de Evo Morales, em 2006, Mohamed Abdelaziz, o secretário geral do grupo separatista "Frente Polisario", que tem liderado um longo conflito com o Marrocos.
A África do Norte está se convertendo numa incubadora para a violência. Circulam rumores de insurgência e de alianças terroristas. Caso Abdelaziz tenha realmente visitado La Paz, surgem novas questões sobre política externa da Bolívia.

Nazistas ladroes: obras roubadas, confiscadas de judeus (Le Monde)

Près de 1 500 tableaux confisqués par les nazis découverts à Munich
Le Monde.fr avec AFP | 03.11.2013

Près de 1 500 tableaux de maître, propriétés de collectionneurs juifs, auraient été retrouvés en 2011 dans l'appartement d'un octogénaire à Munich, révèle dimanche 3 novembre l'hebdomadaire allemand Focus. Une découverte qui jusqu'ici n'avait pas été rendue publique et que le parquet d'Augsbourg, compétent dans cette affaire, n'a pas voulu confirmer.
Parmi les toiles, d'une valeur totale de près de 1 milliard d'euros, figureraient des œuvres de Picasso, Matisse, Chagall, et de grands noms allemands comme Emil Nolde, Franz Marc, Max Beckmann et Max Liebermann.
D'après Focus, le père de l'octogénaire, Hildebrand Gurlitt – célèbre collectionneur allemand –, avait acheté ces tableaux dans les années 1930 et 1940 : des toiles soit confisquées par les nazis à des juifs et revendues ensuite, soit vendues à bas prix par des juifs en fuite, soit saisies par les agents du IIIe Reich parce que considérées comme de "l'art dégénéré" – par opposition à l'art officiel prisé par Hitler – et revendues ensuite par les nazis.

UN "MATISSE" DE LA COLLECTION DE PAUL ROSENBERG
Hildebrand Gurlitt, peu apprécié des nazis au départ à cause d'une grand-mère juive, sut se rendre indispensable auprès des dignitaires du IIIe Reich grâce à ses innombrables contacts et ses immenses connaissances dans le domaine de l'art. Il fut ainsi chargé par le ministre de la propagande, Joseph Goebbels, de vendre dans des pays étrangers des tableaux d'"art dégénéré" exposés dans des musées allemands. Après la seconde guerre mondiale, le collectionneur sut se défendre de ses accointances suspectes en mettant en avant ses origines juives et sa non-appartenance aux organisations du Reich. Il affirma également avoir aidé des juifs et des artistes persécutés en achetant leurs biens.

Pendant près de cinquante ans, le fils avait gardé ces tableaux dans des pièces sombres de son appartement. Au fil des années, il les avait vendus et avait vécu du fruit de ces ventes. Selon le journal allemand, son comportement suspect a amené la police allemande à perquisitionner son appartement en 2011, ce qui leur a permis de découvrir les tableaux. Parmi les œuvres découvertes, se trouve un tableau d'Henri Matisse qui avait appartenu au collectionneur juif Paul Rosenberg, forcé d'abandonner sa collection lorsqu'il avait fui Paris.

Companheiros muy amigos dos companheiros cubanos, muy curiosos - Opiniao (O Globo)

ROBERTO LOPES
O Globo, 2/11/2013

A inteligência militar brasileira está inquieta. Diplomatas de Cuba vêm assediando funcionários de missões diplomáticas brasileiras no exterior, em busca de informações sobre: (a) a expansão do esforço antidrogas do Brasil na América do Sul, em substituição ao papel antes desempenhado pelo governo americano — fato que ocorre, por exemplo, na Bolívia; (b) a real medida da resistência brasileira à importação de médicos cubanos; (c) os motivos que levam a maioria dos formadores de opinião do país a se entrincheirar contra o chavismo.
Tal aproximação representaria o início de um processo de infiltração da inteligência cubana no Brasil, já que, em Havana, o recrutamento de diplomatas para serviços de coleta de informações é rotineiro.
Recentemente, oficiais lotados no Ministério da Defesa tentaram neutralizar a atuação dos civis petistas que facilitam a parceria com os cubanos na área das informações estratégicas. Mas não conseguiram. Tais servidores parecem ser irremovíveis, e não porque tenham sido nomeados pela presidente Dilma Rousseff, mas porque fazem parte da cota pessoal do ex-presidente Lula na administração federal.
O pessoal do G2 — Seguridad del Estado — e da contraespionagem militar cubana teve facilidade em dominar o aparato de segurança interna e a contraespionagem venezuelanos, porque lá o chavismo exigiu a politização das Forças Armadas. Coronéis (e simples majores) castristas desfilam como se fossem divindades pelos quartéis venezuelanos. À passagem deles, diz-se, os militares locais juntam os calcanhares e adotam rígida posição de sentido.
O Brasil é, felizmente, um desafio imensamente maior para os cubanos que a Venezuela, ou a Bolívia do compañero Evo. Tanto o ex-presidente Lula quanto o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, já precisaram ouvir de patentes militares que o pior que poderia acontecer no país seria a politização das Forças Armadas brasileiras. E isso porque, no Palácio do Planalto, houve quem (do alto da barba, dos óculos e da gravata borboleta) sonhasse com oficiais-generais lulistas...
Nunca existiu um partido que apoiasse tanto a renovação dos meios de Defesa no país quanto o PT (e um que frustrasse tanto as expectativas dos militares quanto o PSDB), mas o preço que os petistas cobram por seu apoio é alto.
Essa conjunção de fatores fez surgir certa expectativa em relação à dupla Eduardo Campos/Marina Silva. Ele, neto de um político no passado perseguido pelos militares; ela, a guerreira da Amazônia, que representa um potencial de problemas a certas medidas consideradas urgentes pelos militares, como a modernização da BR-319 (Manaus-Porto Velho).
A questão é que, além dos seus históricos pessoais, a dupla Eduardo/Marina também oferece um compromisso com ética e ação governamental (desenvolvimentista) mais eficiente. E isso é, verdadeiramente, novo.
Talvez eles até consigam deixar o Itamaraty esticar o pescoço por cima da linha do Equador, para enxergar que existem chances de cooperação fora do eixo Sul-Sul. E, ao afrouxar a rigidez sobre o leme, permitam que a nau gire suavemente, adotando outra proa.


© 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

domingo, 3 de novembro de 2013

O baixo crescimento tornou-se a nova norma da economia mundial? - Cato Institute debate

Is Slow Growth the New Normal?
Policy Forum
Cato Institute, October 29, 2013 12:00PM
Hayek Auditorium

Featuring Brink Lindsey, Vice President for Research, Cato Institute; Tyler Cowen, Professor, George Mason University; and Martin Baily, Senior Fellow, Brookings Institution; moderated by Annie Lowrey, Reporter, New York Times.
The sluggish recovery from the Great Recession raises a troubling question: is this the new normal? Tyler Cowen launched an ongoing debate of that question with The Great Stagnation, in which he argued that the “low-hanging fruit” of growth has already been picked. In a new Cato paper entitled “Why Growth Is Getting Harder,” Brink Lindsey offers an analysis that differs from Cowen’s but shares his conclusion that slow growth will be hard to avoid in the coming years. Martin Baily, one of the world’s leading experts on productivity, is optimistic about the future of innovation but cautions that other factors can hold growth back. Please join these experts for a stimulating discussion of a vitally important issue.

Share Video
Embed code:
<iframe src="http://www.cato.org/longtail-iframe/node/49149/field_longtail_player/0" width="640" height="360" frameborder="0" allowfullscreen webkitallowfullscreen mozallowfullscreen></iframe>
Select
Video link
Select

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...