segunda-feira, 7 de julho de 2014

Plano Real, 20 anos: uma homenagem necessaria, mas nao muito correta -Carlos Alberto Sardenberg

O autor, jornalista competente e sempre muito preciso, desta vez cometeu alguns equívocos.
Metas de inflação e câmbio flutuante não faziam parte fo plano original e portanto não estão fazendo 20 anos.
Várias outras medidas, como a mudança da lei do petróleo, tampouco têm a ver, estrito senso, com a estabiluzação macroeconômica, e sim com a modernização do Estado. As privatizações começaram muito antes, com a fraude do Collor, que nisso fez certo, a despeito da incompetência em várias outras áreas.
O autor mistura muita coisa, de épocas muito diferentes, mas se são os 20 anos passados que ele quer projetar para a frente, melhor não: poderíamos continuar com bandidos e incompetentes, como já tivemos.

Paulo Roberto de Almeida 

Mais 20 anos

Primeiro de julho de 1994: pela primeira vez, os brasileiros estavam animadíssimos com seu dinheiro. Foi um lance genial a introdução das novas cédulas num único dia, em todo o país. Deu força psicológica para o Real. Mas o plano foi muito além disso: uma impressionante sequência de reformas macro e microeconômicas.
No macro: regime de metas de inflação com BC independente; responsabilidade fiscal e superávit primário; câmbio flutuante; e acerto da dívida dos estados. Aqui também um lance genial: regras com limites para o gasto e a norma proibindo que a União voltasse a financiar os estados e municípios.
As privatizações (telecomunicações, mineração, siderurgia, transportes, bancos e energia elétrica) foram cruciais para a infraestrutura. E mais os dois grandes programas de ajuste do sistema bancário, um para o setor privado, outro para o público.
Também foi crucial a quebra do monopólio da Petrobras. Abriu a exploração de petróleo ao capital privado, nacional e estrangeiro, trouxe os investimentos que resultaram na descoberta do pré-sal.
Na área de gestão pública, destaques: reforma administrativa, com a criação das agências reguladoras; reforma no INSS, com a introdução do fator previdenciário em 1999.
Transferência de renda completou o quadro, ao reduzir a desigualdade e favorecer a expansão das classes C e D
Para facilitar a vida econômica de pessoas e empresas, no micro, tivemos: o Simples e a regra de suspensão temporária do contrato de trabalho, importante flexibilização da legislação trabalhista. Tudo isso na era FH.
O primeiro governo Lula, com Antonio Palocci na Fazenda, reforçou o superávit primário e avançou muito na agenda micro. Destaques: conta bancária e poupança simplificadas; a portabilidade do crédito e o regime do Supersimples.
Mudanças na legislação permitiram a volta e a expansão do financiamento imobiliário e a criação do crédito consignado. Com o boom da economia mundial — uma grande sorte — houve abundância de financiamento externo barato. Em cima das mudanças locais, o resultado foi o crescimento vertiginoso do crédito.
Ainda na era Lula: a nova Lei das SAs (2007) e regras aperfeiçoando a área de seguros. Mais a aprovação, em 2004, da contribuição previdenciária de funcionários púbicos aposentados.
Com Dilma, ainda linha ortodoxa: o cadastro positivo de crédito e a criação do fundo de previdência complementar dos funcionários públicos. E, claro, a volta às privatizações, com a concessão de aeroportos.
O mundo ajudou. Do início deste século até a crise financeira de 2008, a economia global experimentou um período de forte crescimento. Consolidou-se o fenômeno China, cuja voracidade por commodities, alimentos, minérios, petróleo e tanta coisa mais abriu enorme espaço para os países emergentes exportadores.
O agronegócio brasileiro tornou-se grande produtor e exportador mundial. Não foi por acaso, nem obra da natureza, mas da inovação, tecnologia e eficiência de empreendedores que se espalharam pelo país todo.
Mais os minérios — e as exportações brasileiras saltaram de US$ 55 bilhões/ano, na virada do século, para os US$ 250 bi de hoje.
Com os investimentos externos que entraram para aproveitar o novo Brasil, completou-se a mudança estrutural: uma economia que sempre sofreu com a falta de dólares tornou-se credora internacional nessa moeda.
Na área social, o reajuste real do salário-mínimo, política iniciada logo após o Real, e os programas sociais de transferência de renda completaram o quadro, ao reduzir a pobreza, a desigualdade e favorecer a expansão das classes C e D.
Hoje, porém, parece que o efeito dessas mudanças já se esgotou. Por exemplo: o crédito não tem como dobrar de novo nos próximos anos. Também não será possível continuar dando aumentos expressivos para o mínimo sem ganhos de produtividade e sem mais uma reforma na Previdência. Sem isso, não será mais distribuição de renda, mas simplesmente mais inflação e déficit público.
Com a deterioração da política econômica, o Brasil não cresce mais que 2% ao ano, com inflação na casa dos 6%. Comparado com as décadas perdidas, está bom. Mas é menos do que fazem os demais emergentes importantes, que conseguem crescer mais com menos inflação.
Hoje, temos um governo que deve muito, arrecada muito, gasta muito e muito mal, com poucos recursos para investimentos. O setor privado é limitado pela carga tributária, juros altos, péssima infraestrutura, custos de produção elevados e um ambiente de negócios hostil, o tal custo Brasil.
Do que resulta a agenda: refazer os fundamentos (metas de inflação, superávit primário, reforma do setor público) e, sobretudo, abrir as portas para um surto de investimentos privados, em todos os setores. Ou seja, mais 20 anos de Real.
Fonte: O Globo, 3/7/2014

Eleicoes 2014: Instituto Millenium pretende fazer trabalho didatico

Este blog já vem, desde algum tempo, fazendo o trabalho de informação, análise e opinião que o Instituto Millenium vai começar agora, com a abertura oficial da campanha eleitoral.
Vou colaborar dentro do possível.
Paulo Roberto de Almeida

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Especial “Eleições 2014”

Com o objetivo de promover o debate e, assim, fortalecer a democracia e estimular o exercício da cidadania, o Instituto Millenium lança a página “Eleições 2014”, neste domingo, 6 de julho, data oficial de início da propaganda eleitoral. Por meio de notícias, artigos, arquivos de áudio e vídeos, o eleitor poderá se informar sobre as principais propostas dos candidatos para enfrentar os problemas do Brasil e fazer sua escolha de forma consciente.
Em 5 de outubro, primeiro turno das eleições, os brasileiros vão às urnas votar para presidente e vice-presidente da República, deputados federais e estaduais, senadores, governadores e vice-governadores. O segundo turno está marcado para o dia 26 de outubro.
É hora de ficar atento ao processo eleitoral e avaliar cada proposta. Acesse a página “Eleições 2014” e deixe seu comentário.

Um governo autista, que acha que o mundo esta' errado, so' ele esta' certo... - Mansueto Almeida

Existe alguma novidade econômica, ou de simples pensamento econômico, vindo do governo. O governo, ou a governanta, é autista, autossuficiente e satisfeito consigo mesmo.
Tem o contentamento dos beatos, dos simples, dos ingênuos, dos ignorantes...
Paulo Roberto de Almeida 

Os fundamentos econômicos estão ótimos? Brincadeira de mau gosto.

Só pode ser brincadeira. Hoje na Folha de São Paulo (clique aqui) ha uma matéria que diz que a presidenta Dilma busca um interlocutor na área econômica para acalmar o mercado. O que me impressionou foi a explicação de um ministro (que como sempre fala em off porque tem “convicção”) no final da matéria:  “Um ministro explica que a posição do governo será a de bater na tecla do presente, de que “os fundamentos do país estão ótimos” entre as principais economias do mundo: PIB, geração de emprego, reservas cambias e superávit.”
Isso só pode ser brincadeira e esse tipo de atitude serve apenas para piorar a falta de confiança do mercado no governo. Será que o governo teria coragem de falar o seguinte: “os fundamentos econômicos do Brasil estão ótimos e a desaceleração da economia é explicada, integralmente, pelos problemas do resto do mundo e pela incerteza em relação as eleições deste ano. A política econômica denominada de “Nova Matriz Econômica” será reforçada pelo governo do PT”.
Parece que não “caiu a ficha” do governo em relação ao desastre da “Nova Matriz Econômica”. Os jornais deveriam procurar os economistas ligados ao governo, como fizeram no aniversário do Plano Real, para “comemorar” o aniversário da Nova Matriz Econômica. O problema é que os economistas fogem da autoria da Nova Matriz Econômica como o diabo foge da cruz.
A verdade é que, com exceção do emprego, todos os indicadores econômicos pioraram nos últimos três anos. E o que causa preocupação no mercado é não saber se, em caso de reeleição, haverá de fato mudanças. Os nossos “fundamentos ótimos” são:
(i) A inflação consolidada perto do teto da meta de 6,5% e sem perspectiva que volte ao centro da meta;
(ii) O crescimento do PIB para este e o próximo ano na faixa de 1% a 1,5% e risco do baixo crescimento começar a afetar a taxa de desemprego já no segundo semestre deste ano;
(iii) Saldo da balança comercial piorou muito desde 2011 (passou de US$ 30 bilhões, em 2011, para US$ 2,6 bilhões em 2013) e déficit em conta corrente aumentou mais de 50% no mesmo período;
(iv) A participação dos básicos na pauta de exportação passou de 50% no primeiro semestre deste ano e o Brasil vem perdendo participação nas exportações mundiais desde 2011;
(v)  Os indicadores de confiança da FGV do comércio, serviços e industria estão todos em quedas consecutivas nos últimos quatro meses (seis meses no caso da industria). Índice de confiança da indústria está no seu menor nível desde maio de 2009,
(vi) O superávit primário, em 12 meses até maio, foi de  1,5% do PIB, queda de 50% em relação ao primeiro ano do governo atual (2011), quando foi de 3,1% do PIB. Se descontarmos as receitas extraordinárias de  novembro (leilão de libra e Refis), o primário em 12 meses até maio cai para 0,7% do PIB. Se descontarmos truques com restos a pagar, a conta de precatórios e sentenças judiciais que são tradicionalmente pagas em abril e neste ano foram postergadas para o final do ano, primário de 12 meses fica entre “zero” e 0,5% do PIB;
(vii) A taxa de juros Selic de 11% ao ano hoje é maior do que no início do governo Dilma quando era de 10,75% aa. Adicionalmente, a taxa de juros para pessoa física no segmento de crédito livre voltou para faixa de 42% ao ano -mesma taxa de 2011;
(viii) crescimento da despesa primária do governo federal em três anos de governo Dilma já foi de 1,5 pontos do PIB (ainda falta 2014), muito próximo aos oito anos de governo, quando foi de 1,7 pontos do PIB. A esse ritmo é certo que o governo aumentará a carga tributária ou a dívida. Neste ano até maio, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) já cresceu em 1 ponto do PIB e a tendência para os próximos anos, dada a política econômica atual, é de crescimento;
(ix) De acordo com dados do IBRE-FGV, a produtividade da economia (PTF) está estagnada nos últimos três anos e a produtividade do trabalho estagnada nos últimos dois anos;
 (x) Taxa de investimento na economia está estagnada nos últimos três anos, por volta de 18% do PIB em valores correntes ou de 20% do PIB a preços constantes do último ano. O que preocupa é um aumento tão forte do déficit em conta corrente – em mais de 50% em três anos- apesar da estabilidade da taxa de investimento; 
O que podemos falar em relação à tendência? A tendência é de os indicadores melhorarem? Não, com a política econômica e com a equipe econômica atual, da qual a presidenta faz parte ativamente, a tendência é piorar porque a despesa pública continua crescendo a um ritmo muito acima do crescimento da receita, o que significa queda do primário; não há perspectiva de forte crescimento das exportações do Brasil e, logo, o déficit em conta corrente pode até melhorar mas continuará perigosamente elevado; e com inflação próxima ao teto da meta e ainda com a perspectiva de reajuste dos preços dos combustíveis e tarifas de energia, a inflação continuará elevada neste e no próximo ano e, logo, as taxas de juros permanecerão elevadas.
Por fim,  os empresários não voltarão a investir enquanto não enxergarem de forma muito clara como o (novo) governo resolverá os problemas acima. É bom mesmo que o governo indique o grupo de economistas que está pensando a “novíssima matriz econômica”. O problema é que, mesmo as pessoas próximas ao governo hoje, já namoram com a ideia que o melhor é voltar ao passado e restabelecer o tripé macroeconômico e a retomada da agenda de reformas.

Itamaraty wikileaks 2: a cooperaçao chavistas-companheiros (Josias de Souza)

Chávez usou Brasil para enviar forças à Bolívia

Josias de Souza blog,
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Mari Nogueira/Folha
Documento confidencial do Ministério da Defesa revela parte de uma história que o governo brasileiro acobertava desde 2007. Aviões da Força Aérea da Venezuela cruzaram os céus do Brasil transportando soldados e veículos militares para a Bolívia. Enviado pelo então presidente Hugo Chávez, o reforço venezuelano foi empregado na repressão a opositores do colega boliviano Evo Morales. Quando tomou conhecimento do que sucedia em seu espaço aéreo, o Brasil, à época sob Lula, agiu para abafar o caso.
Deve-se a informação ao repórter Duda Teixeira. Em notícia veiculada por Veja, ele traz à luz o conteúdo do “Relatório nº 002” do Departamento de Inteligência Estratégica, órgão vinculado a uma secretaria do Ministério da Defesa. Datada de 7 de maio de 2008, a peça traz grafada no alto, em vermelho, o aviso de “confidencial”. Integra o pacote de 397 arquivos surrupiados por hackers numa invasão ao sistema de e-mails do Itamaraty, no último mês de maio.
O texto relata detalhes de visita que uma comitiva chefiada pelo então ministro Nelson Jobim (Defesa) fez à Venezuela nos dias 13 e 14 de abril de 2008. Segundo o documento, Jobim e os militares que o acompanhavam reuniram-se na manhã do dia 14 na casa do embaixador do Brasil em Caracas, Antônio José Ferreira Simões. Foi uma reunião preparatória para um encontro de Jobim com o então chanceler Nicolás Maduro, hoje presidente da Venezuela.
A certa altura, informa o papelório confidencial, o general Augusto Heleno, na época comandante militar na Amazônia, indagou aos participantes da reunião se tinham conhecimento do vaivém de aviões Hercules C-130, que levavam soldados da Venezuela à Bolívia. O embaixador Antônio Simões soou assim: “Uma denúncia brasileira de presença de tropas venezuelanas na Bolívia pode piorar a situação”. Nessa época, o governo Evo Morales enviava soldados para reprimir opositores em Pando, Estado boliviano assentado na fronteira com o Acre.
“Há presença não apenas de venezuelanos na Bolívia, mas também de cubanos, com interesse operacional”, acrescentou o general Heleno. Presente à conversa na casa do embaixador brasileiro em Caracas, o tenente-brigadeiro Gilberto Burnier, declarou que a Venezuela fez 114 voos. Segundo ele, a carga era camuflada. Sua frase foi reproduzida no documento assim: “Informavam que transportavam veículos comerciais, porém foi visto que transportavam viaturas blindadas para transporte de pessoal (VBTP) e outras viaturas militares”.
Quer dizer: o regime bolivariano de Chávez ludibriava deliberadamente as autoridades brasileiras. A despeito disso, o ministro Jobim não se deu por achado. Mais tarde, no encontro com os venezuelanos, Jobim sugeriu a criação de um corredor aéreo para “sacar da agenda esse problema.” Foi o primeiro passo para abafar um caso que, em condições normais, exigiria providências enérgicas do Brasil, cuja legislação proíbe o transporte aéreo de material bélico sem prévia autorização.
O encaminhamento proposto por Jobim foi respaldado por Lula. Em agosto de 2008, o Diário Oficial publicou memorando prevendo que a Venezuela passaria a pedir autorização para cruzar o espaço aéreo brasileiro. Um mês depois, um confronto aberto entre as forças de Evo Morales e seus opositores resultou na morte de mais de 15 pessoas em Pando. Na época, os adversários do governo da Bolívia acusaram a presença de venezuelanos entre os agentes da repressão.

Itamaraty wikileaks: diplomacia ativissima em favor dos companheiros chavistas (Veja, via Polibio Braga)

Apenas transcrevendo, por enquanto...
Paulo Roberto de Almeida

domingo, 6 de julho de 2014Coluna do jornalista Polibio Braga,  

Veja denuncia que governo Lula promoveu colaboração ilegal com governo da Venezuela para sufocar protestos na Bolívia

O gaúcho Nelson Jobim, enorme decepção para quem o conhecia no PMDB do RS, conduziu as ações ilegais do governo Lula. 



A existência das  versões brasileiras do Wiki Leaks e do espião americano Edward Snowden forfam denunciadas pela revista Veja na sua edição deste final de semana. É que documentos secretos foram surrupiados do Itamaraty, acabaram na Web e revelam o modo criminoso como os governos do PT relacionam-se com os títeres bolivarianos da Venezuela e da Bolívia. Um deles, conta de que modo o governo brasileiro permitiu a invasão do seu espaço aéreo por parte de aviões de Chavez, conduzindo tropas para ajudar Evo Morales a sufocar protestos populares. O caso terá desdobramentos no início da semana, dentro e fora do Senado (é o Senado quem primariamente trata de assuntos externos no Congresso)

Leia trecho da reportagem, porque Veja não disponibilizou tudo, garantindo isto para quem comprar a revista:

Em 2007, a Venezuela sobrevoou o espaço aéreo brasileiro para enviar soldados e viaturas militares para ajudar a Bolívia a massacrar protestos populares. Como os governos boliviano e venezuelano são ideologicamente afinados com o brasileiro, o caso foi abafado. Parte dessa história aparece em um relatório confidencial do Ministério da Defesa do Brasil. O texto narra a visita de militares e do ministro da Defesa Nelson Jobim à Venezuela entre 13 e 14 de abril de 2008. O documento faz parte de um pacote de 397 arquivos surrupiados do sistema de e-mails do Itamaraty e disponibilizados na internet por hackers, em maio passado. Segundo o relatório, após desembarcarem em Caracas, os representantes brasileiros se reuniram na manhã do dia 14 na casa do embaixador Antônio José Ferreira Simões para acertar os ponteiros antes do encontro com o chanceler Nicolás Maduro, hoje presidente da Venezuela. Cada aparte dos presentes foi registrado no papel. Em determinado momento, o general Augusto Heleno, comandante militar na Amazônia, perguntou se os demais sabiam de aviões Hercules C-130 que transportavam tropas venezuelanas para a Bolívia. O embaixador Simões interveio: “Uma denúncia brasileira de presença de tropas venezuelanas na Bolívia pode piorar a situação”.

Um pouco mais de "despikettyzacao" das mentalidades: Stephen Kanitz entrevista Roberto Carlos

Mais pelo lado da ironia, mas não menos correto.
Os "distributivistas" estão excitadissimos com o francês socialista, e se suas políticas forem implementadas, o mundo vai tornar-se um lugar mais pobre, pois teremos menos milionários e megabilionários, e menos dinheiro para ser investido, poupado, distribuído voluntariamente para fins beneficientes.
Essa gente adora o Estado, e por isso o mundo é um lugar tão pobre.
Reparem bem: os países que menos taxam os ricos são os mais ricos e mais igualitários.
Os que pretendem taxar os "capitalistas" acabam tornando seus países mais pobres.
Paulo Roberto de Almeida

Neste link: http://blog.kanitz.com.br/piketty-roberto-carlos/

Piketty Entrevista Roberto Carlos

 
 
       
Nós é que tornamos Roberto Carlos rico. Não foi ele que “ficou” rico, como alega Piketty.


   




Piketty acha que os 40 milhões de reais ganhos e poupados por Roberto Carlos ao longo de sua vida são injustos. “São uma ameaça à democracia e meritocracia, página 1 de “O Capital”, por Thomas Piketty.
Por outro lado, Roberto Carlos acha que ele merece esta sua poupança porque veio da compra de 40 milhões de discos feita por brasileiros que adoram as suas músicas. 
Nós é que tornamos Roberto Carlos rico. Não foi ele que “ficou” rico, como alega Piketty. 
E pior, Roberto não gastou tudo que ganhou em mulheres, sexo e rock and roll. Ele sequer gastou este dinheiro, que continua poupado. 
Piketty quer tirar este dinheiro de Roberto Carlos, picadinho ano a ano entre 5% a 10%. Usando da violência do Estado e do poder “democrático” dos 99% que votaram leis que destroem literalmente os 1%. 
Lembre-se caro leitor que, ato contínuo, os 98% vão votar para acabar com os novos 1%. E os 97% farão o mesmo! Assim por diante, se Piketty for continuamente sendo entrevistado. 
Thomas Piketty: Roberto Carlos, eu gostaria de saber se você doaria 5% a 10% de seu patrimônio todo ano voluntariamente para o Estado gastar, via economistas como eu, em políticas públicas de nossa escolha e não sua, nas nossas ideias keynesianas para erradicar a pobreza neste país. 
Roberto Carlos: Honestamente, não. 
Thomas Piketty: Não, por quê? 
Roberto Carlos: Mostre-me estes pobres que vocês vão ajudar. Quero conhecê-los primeiro. Talvez sabendo dos problemas deles eu doe diretamente, sem intermediários. Talvez possa ajudá-los de forma mais eficiente, o que me custaria menos e me daria muito mais prazer, reconhecimento, e talvez agradecimento. 
Thomas Piketty: Isto dá para fazer porque o governo é um caixa único. Seu dinheiro entra no bolo. Você não pode determinar aonde ele irá, se irá para os programas que tenham mais mérito, como aqueles escolhidos pelo Prêmio Bem Eficiente do meu algoz Stephen Kanitz. Apesar de ter dito na primeira página de meu livro que esta renda não deveria estar concentrada, ela pode sim ser concentrada na mão do Estado, que eu e meus colegas economistas pretendemos continuar controlando. 
Roberto Carlos: E se eu recusar a pagar estes 5% a 10% de imposto sobre o patrimônio todo ano? 
Piketty: Você irá preso, por crime fiscal. 
Roberto Carlos: Eu prezo a minha liberdade, e se eu fugir da prisão? 
Piketty: Você corre o risco de ser morto pelos guardas do presídio que têm instrução de impedir fugas e rebeliões. 
Roberto Carlos: Então você pretende tirar este dinheiro de mim usando a violência? 
Piketty: Exatamente, esta é a única prerrogativa de um Estado, o uso da violência.
Agora vejam como eu entrevistaria Roberto Carlos para conseguir a mesma coisa. Mas eu nunca fui entrevistado pela Veja, Estadão e outros que entrevistaram jornalistas e economistas, para disseminar estas ideias. 
Stephen Kanitz: Roberto Carlos, eu sei que você já fez 40 milhões de brasileiros felizes com sua música. Fico feliz com isto, ao contrário de Piketty e os marxistas. 
Fico triste que foram tão poucos os músicos que seguiram seus passos, criando músicas de amor, religião e esperança. 
Fico feliz também que você poupou este dinheiro, ao contrário de tantos outros artistas brasileiros, como alguns que gastaram sua fortuna consumindo drogas caríssimas. 
Você é 10. 
Roberto Carlos, eu só queria que no final da sua vida você tornasse mais feliz uma parcela da população que você nunca alcançou, e que não foram tocados pela sua música. 
Roberto Carlos: Quem eu nunca alcancei com minha música? Que eu saiba minha música foi e é tocada nos quatro cantos do país. 
Stephen Kanitz: Os surdos do Brasil. Eles fazem parte dos 10% das pessoas que precisam da nossa ajuda. 
Como os cegos, os tetraplégicos, os doentes mentais, os órfãos, os portadores de Huntington, as meninas abusadas sexualmente pelos seus pais. 
Como você sabe, o governo brasileiro se interessa pelos sem terra, homens fortes e parrudos que têm mais condições de se virar sozinhos que tetraplégicos e cegos. 
Nossos jornalistas já entrevistaram João Stedile dezenas de vezes, mas não conhecem o nome de uma entidade sequer que cuida dos surdos. 
Roberto Carlos: Caramba é mesmo, nunca li nada disso nos jornais sobre as “políticas públicas” privadas que cuidam desta gente. 
E quanto você quer tirar de mim? Acabo de ser entrevistado pelo economista Thomas Piketty e parece que vocês querem tudo. 
Stephen Kanitz: Quanto você quiser. Você decide. 
Por isto quero te levar a algumas das melhores e mais eficientes entidades que fazem o bem, e que eu pesquisei por 10 anos e escolhia todo ano no Prêmio Bem Eficiente. 
Roberto Carlos: Prêmio Bem Eficiente? Nunca li sobre o assunto. Elas são sérias? 
Stephen Kanitz: O prêmio existiu por 10 anos, e nenhum jornalista jamais presenciou as lindas cerimônias, nem os jornalistas que eu conhecia da Revista Exame e da Veja. 
Posso garantir que estas 50 premiadas por ano eram sérias, muito mais do que o governo. 
Eu me dediquei por 10 anos a identificar as entidades que os ricos podiam doar sem susto. Piketty, ao contrário, dedicou seus últimos 10 anos a pesquisar os ricos que ele pretende matar se não pagarem o imposto patrimonial pelo uso da violência do Estado. 
Roberto Carlos: Mas você ainda não disse exatamente quanto você quer tirar de mim. 
Stephen Kanitz: Sem o uso da violência, outras pessoas como eu trabalhando desde 1919 nos Estados Unidos conseguiram que os ricos como Warren Buffet e Bill Gates doassem 99% da sua poupança. 
Ao contrário de Thomas Piketty que quer 5% a 10% ao ano, absolutamente inviável, que provavelmente será de 2% como na lei do neoliberal Fernando Henrique Cardoso. 
Isto levará 50 anos para conseguir a mesma coisa. 
E eu não pretendo usar a violência sobre você Roberto Carlos, mas simplesmente informação. Você vai descobrir pelo site filantropia.org, que eu também criei e nunca foi noticiado, que doar é um raro prazer. Muito maior que pagar impostos e nunca saber como foram gastos pela nova classe social, os kleptocratas. 
Pelo uso da informação que nossos intelectuais e jornalistas negaram a vocês ricos. Tanto é que o Prêmio Bem Eficiente morreu por falta de aprovação intelectual. 
E pretendo criar um clima que valoriza os 1% que nos encantam com suas músicas, ideias, produtos inovadores, e que poupam 90% do que ganham. Ao invés de considerar você, Roberto Carlos, um parasita social, como faz o economista Thomas Piketty nas 900 páginas do seu livro e a maioria dos intelectuais do Brasil nas suas 90.000 páginas de teses e críticas sociais. 
Algo para se pensar.

domingo, 6 de julho de 2014

O Massacre de Nanjing: um crime que o Japao ainda tem de se fazer perdoar pelos chineses

Um novo site sobre o massacre de Nanjing (ou Nanquim, como se dizia antigamente em Português) que os chineses acabam de inaugurar com a participação de um sobrevivente desse terrível genocídio.
Paulo Roberto de Almeida

Website commemorates Nanjing Massacre

A 90-year-old survivor of the 1937 Nanjing Massacre yesterday pressed a button to launch a new website created to commemorate the tragedy.
Li Gaoshan was just 13 when he witnessed Japanese soldiers slaughter unarmed civilians after the eastern city of Nanjing fell into the enemy’s hands.
In February, China’s top legislature announced that December 13, the date on which the massacre started, would be known as National Memorial Day.
In the past, commemorative services were mostly limited to the province of Jiangsu, of which Nanjing is the capital.
The launch of cngongji.cn is the first in a series of activities ahead of a nationwide event later in the year.
The website, whose content is provided in Chinese, Japanese and English, is sponsored by the Nanjing Massacre Memorial Hall and Xinhua news agency.
Russian, French, German and Korean-language versions will be added before the December 13 memorial service, the site’s sponsors said.
“The site was designed and built to popularize China’s memorial activities,” said Zhu Chengshan, curator of the Nanjing Massacre Memorial Hall.
“It will help people to understand history and commemorate those killed by the Japanese invaders during World War II,” he said.
The website is also designed to be interactive, as it gives visitors the chance to “virtually” light candles, present flowers, plant trees and ring bells in memory of those who were killed by the Japanese solders.
Li is one of only about 100 survivors of the Nanjing Massacre.
They, along with the relatives and friends of the victims, were invited to the memorial hall in Nanjing yesterday to share their recollections and memories of the incident and commemorate those who died.
According to China’s official records, more than 300,000 civilians and soldiers were killed in the massacre, which began on December 13, 1937 and lasted six weeks.
Also yesterday, the first album of documents relating to the new memorial day including the legislation bill, historical data and media reports was published in Nanjing.
Today is the 77th anniversary of the July 7 Incident which marked the beginning of China’s War of Resistance Against Japanese Aggression (1937-45).

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...