quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Padroes e tendencias das RI do Brasil em perspectiva historica - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente trabalho sendo publicado em livro, dentro de pouco tempo:


1186. Padrões e tendências das relações internacionais do Brasil em perspectiva histórica: uma síntese tentativa”, 
In: Marçal de Menezes Paredes et al. (Orgs.), 
Dimensões do poder: história, política e relações internacionais  
(Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015, 180 p.; ISBN 978-85-397-0714-0); pp. 125-152; 
Relação de Originais n. 2522.

Padrões e tendências das relações internacionais do Brasil em perspectiva histórica: uma síntese tentativa

Paulo Roberto de Almeida
Texto preparado para o IX Congresso de Estudos Ibero-Americanos da PUC-RS.
Apresentado em 29/10/2013; versão para publicação: 17/01/2014.
Publicado in:
Marçal de Menezes Paredes et al. (Orgs.),
Dimensões do poder: história, política e relações internacionais
 (Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015, 180 p.; ISBN 978-85-397-0714-0); pp. 125-152

Esquema do trabalho:
1. Introdução: premissas conceituais e suas limitações
2. Periodização tentativa: cinco momentos das relações internacionais do Brasil
     2.1. O Império: a construção da nação e as bases de sua diplomacia
     2.2. A Velha República: os mitos e as deficiências da política externa
     2.3. A era Vargas: escolhas estratégicas, a despeito de tudo
     2.4. O regime militar: consolidação do corporatismo diplomático
3. A redemocratização e as relações exteriores do Brasil
     3.1. Uma periodização diplomática para o período contemporâneo
     3.2. Os anos turbulentos das revisões radicais do momento neoliberal
     3.3. Estabilização macroeconômica e nova presença internacional
     3.4. Por fim, a era do nunca antes: a diplomacia personalista de Lula
4. O que concluir de tudo isto? Que lições ficam de nossa trajetória histórica?
5. Nota final: reformas internas e inserção na globalização

Resumo: Ensaio histórico sobre as grandes linhas das relações internacionais do Brasil e sobre seu processo de desenvolvimento ao longo dos séculos 19 e 20, com considerações mais detalhadas sobre as características da política externa no período recente, em especial as diplomacias conduzidas nas presidências FHC e Lula. Seguem-se argumentos de cunho qualitativo sobre as deficiências notórias do desenvolvimento brasileiro, sobre a origem puramente interna das dificuldades atuais, concluindo pela necessidade de reformas estruturais e uma opção pela inserção na globalização.

Palavras-chave: relações internacionais, política externa, Brasil, diplomacia, desenvolvimento, globalização.

Ler a íntegra do trabalho neste link: 

Carreiras de Estado: o afundamento do Brasil pelos seus mandarins

Parece que o Brasil está condenado a repetir a decadência de outros grandes países. O patético é que nunca chegamos a ser grandes, ricos, gloriosos, mas já estamos em decadência.
Mais um empurrão na direção do abismo está sendo dado pelos mandarins da republiqueta em que nos transformamos...
A irresponsabilidade, a inconsciencia, a cupidez são tão grandes que nem sei como classificar esses assaltos organizados aos cofres públicos.
Vale a transcrição do texto analítico do economista Ricardo Bergamini.
Ao final, transcrevo declarações de parlamentares do PSDB a favor dos projetos, com um posicionamento tão irresponsável quanto foram as medidas do governo de ineptos, só pensando em se opor a esse governo incompetente, mas sem reconhecer os problemas para o país...
Paulo Roberto de Almeida

Nação brasileira refém dos seus Servidores Públicos (Trabalhadores de Primeira Classe)
Ricardo Bergamini
5/08/2015

Impacto das PECs que vinculam a remuneração de carreiras do Executivo à remuneração de Ministro do STF.

A PEC prevê a vinculação da remuneração das carreiras da AGU e delegados (Federais, Civis e de ex-Territórios) à remuneração de Ministros do Supremo Tribunal (STF).

Além dessa proposta, há ainda outras três PECs em tramitação no Congresso Nacional que concedem o mesmo benefício a outras carreiras do Poder Executivo.

O conjunto de PECs em tramitação que atribui ao último nível de cada uma das carreiras abaixo a vinculação de 90,25% do subsídio dos ministros do STF é o seguinte:

PEC 443/2009 – Advocacia Geral da União (AGU) e delegados (Federais, Civis e de ex-Territórios)

PEC 147/2012 - carreiras do Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e Superintendência Nacional de Previdência complementar (PREVIC)

PEC 240/2013 - delegados da Polícia Federal e da Polícia Civil do DF

PEC 391/2014 – carreiras do ciclo de fiscalização (Auditores da Receita Federal e Fiscal Federal Agropecuário)

As propostas de emendas à Constituição serão apreciadas em dois turnos na Câmara dos Deputados e dois turnos no Senado Federal, sendo necessários 3/5 dos votos dos parlamentares em cada turno para sua aprovação.

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) se posiciona contra a aprovação das PECs mencionadas acima devido ao seu alto impacto fiscal e administrativo sobre o Poder Executivo, bem como aos seus efeitos de encadeamento sobre outras carreiras e governos estaduais e municipais.

ESTIMATIVAS DE IMPACTO FISCAL O impacto fiscal total das PECs em tramitação é de R$ 9,9 bilhões/ano. Os aumentos na remuneração final de cada carreira variam de 35% a 66%, alcançando R$ 30.471,10.

TABELA I - TAXA DE CRESCIMENTO DO PAGAMENTO DA FOLHA DE PAGAMENTO DAS CARREIRAS

http://www.planejamento.gov.br/imagens/noticias/2015/julho/TabelanotaPEC.jpg

A vinculação de subsídios das carreiras à remuneração de Ministros do STF implica uma desestruturação do processo de gestão do serviço público federal, com possível efeito cascata nos demais entes federados, levando-se em consideração as consequências imediatas abaixo:

Automatiza o reajuste no Poder Executivo, indexando-o aos reajustes dos ministros do STF, órgão de outro Poder, que tem autonomia para elaborar os próprios orçamento e planos de carreira;

Aprofunda ainda mais a rigidez das despesas de pessoal e encargos sociais do Poder Executivo, ao indexá-las às despesas de pessoal de outro Poder;

Estimula outras carreiras, inclusive no âmbito estadual e municipal, a buscarem formas similares de vinculação com o STF, como observado a partir da proposição das três PECs com objetivo similar;

Resulta em reposicionamento dos subsídios das carreiras abrangidas em patamares consideravelmente mais altos que os atuais, com aumento significativo do valor das remunerações em todos os níveis/categorias e alto impacto orçamentário;

Eleva as despesas com pessoal ativo e inativo dos estados e municípios, muitos dos quais já se encontram próximos dos limites máximos de gasto com pessoal previsto na LRF.

Prevê que a remuneração desses servidores em final de carreira (hoje 71,4 mil servidores) alcançará R$ 30.471,10, valor próximo à da Presidente da República, hoje fixado em R$ 30.934,70.

O reajuste de até 66% proposto é muito elevado e inoportuno para o momento atual do país. Não é adequado propor reajustes dessa magnitude no momento em que várias empresas e trabalhadores enfrentam dificuldade, especialmente no setor privado, com redução do salário real e queda na geração de empregos.

O reajuste proposto também é incompatível com a capacidade orçamentária do Estado brasileiro e coloca em risco a estabilidade fiscal. O reajuste privilegia exatamente as carreiras que já possuem as maiores remunerações do Poder Executivo.

Cabe ressaltar que o MPOG está em negociação salarial com as carreiras contempladas pelas PECs em questão, juntamente com as demais categorias do Poder Executivo. Nessa negociação, o governo propôs um reajuste de 21,3% distribuídos nos próximos quatro anos (2016-19), o que corresponde à inflação esperada para tal período.

Além da proposta acima, no caso específico da AGU, o governo também ofereceu a possibilidade de adoção de remuneração variável por desempenho – honorários de sucumbência – bem como a reestruturação da carreira de apoio do órgão. Essa proposta é compatível com a realidade econômica do país, atende às principais demandas da categoria e aperfeiçoa o funcionamento da advocacia pública. 

Ricardo Bergamini
www.ricardobergamini.com.br

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Nota do PSDB, 6/08/2015

Valorização

PSDB reforça voto favorável à PEC que aumenta salários de advogados da União
Luis Macedo Câmara dos DeputadosA já fragilizada base aliada ao governo na Câmara tentou evitar a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 443/09, que aumenta o salário de advogados da União e de outras carreiras ao vincular sua remuneração ao subsídio do Supremo Tribunal Federal. A gestão petista alega impacto no orçamento, argumento contestado por parlamentares de vários partidos, inclusive da base aliada.
O deputado Nilson Leitão (MT) afirmou da tribuna que os trabalhadores não podem pagar por uma crise que tem nome e sobrenome: Dilma Rousseff. “Inaugurou 2015 rasgando tudo o que prometeu em campanhas. Mentiu que não teria inflação, que não subiria o combustível, que o Brasil estaria bem. O Brasil está quebrado e não é por crise internacional, é por crise moral e ética”, disse.
A base do governo perdeu a coerência durante a discussão da matéria, destacou o deputado Caio Narcio (MG). Ele reforçou a posição favorável do PSDB à proposta. “Queremos dizer do nosso compromisso com as classes que têm feito muito a favor do Brasil. Por isso vamos votar a favor”, completou. Até o início da madrugada desta quinta-feira (6), a votação não havia sido concluída.
Os parlamentares retomaram na noite desta quarta-feira (5) a discussão dos projetos de decreto legislativo sobre as contas de três ex-presidentes da República. São quatro propostas que tratam da análise das contas dos governos de Itamar Franco, em 1992; Fernando Henrique Cardoso, em 2002; e Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006 e 2008. A votação está prevista para amanhã.
O deputado Domingos Sávio (MG) destacou a análise dos números da gestão Lula, quando José Dirceu era ministro da Casa Civil. Preso por envolvimento na quadrilha do mensalão, Dirceu voltou esta semana para a cadeia por conta do petrolão. “É claro que devemos rejeitar as contas de quem não fez só malfeitos, mas produziu esse desastre de que hoje o Brasil toma consciência”, afirmou.
O líder da Oposição na Câmara, Bruno Araújo (PE), lembrou o delicado momento da economia vivido em 2002, no último ano da gestão FHC. Havia dúvidas sobre a atuação do governo que entraria no poder no ano seguinte. Mesmo em tempos de crise, Fernando Henrique manteve a credibilidade, ressaltou Araújo. “Foi um governo que consolidou a nova moeda e valorizou as carreiras do Estado. Hoje vemos um governo reconhecer que fracassou. A presidente colocou o país em risco tomando medidas irresponsáveis para segurar sua popularidade na eleição”, lamentou.
Fernando Henrique fortaleceu as instituições do país, acrescentou Daniel Coelho (PE) em defesa da aprovação das contas. Segundo ele, o Congresso Nacional não pode abrir mão da prerrogativa de apreciar as contas. “Não podemos mais deixar de fazer nossa obrigação legal”, frisou.
CRIME DE TERRORISMO
O plenário iniciou a discussão do Projeto de Lei 2016/15, do Poder Executivo, que tipifica o crime de terrorismo e prevê punição em regime fechado e multa, sem prejuízo das penas relativas a outras infrações decorrentes desse crime. Um acordo de procedimentos acertado pelas lideranças partidárias deixou a votação da matéria para a próxima terça-feira (11).
O parecer do relator tipifica o terrorismo como a prática de atos com a finalidade de intimidar Estado, organização internacional ou pessoa jurídica, provocando terror, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública e a incolumidade pública. Para o deputado Luiz Carlos Hauly (PR), a lei antiterror é uma exigência do mundo civilizado. “O Brasil tem compromisso com a democracia e com as liberdades”, completou.
(Da redação com informações da Agência Câmara/ Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)

Capitalismo: Modo de Usar, o mais recente livro de Fabio Giambiagi

Recebo, de meu amigo Fabio Giambiagi, do BNDES, um dos maiores economistas especializados em contas e finanças públicas do Brasil, o anúncio de seu livro mais recente:

Capitalismo: Modo de Usar
Fabio Giambiagi

Meus amigos: daqui a 15 dias lanço um novo livro, que se chamará "Capitalismo-Modo de usar". 
Ao contrário dos meus livros anteriores (o "Complacência", com o grande Alex, foi uma espécie de transição) é um livro plenamente escrito para o grande público. 
Esta vez não haverá gráficos nem tabelas e sim muita ironia, diversas citações literárias e algumas fotos. A ideia é chegar firmemente ao leitor não economista. 
É um livro para a (tentativa de) conquista de corações e mentes. 
A avaliação é que muito mais do que uma questão de saber se o primário vai ser de 1,1 % ou de 0,2 % do PIB ou da SELIC ser de 13 % ou de 14 %, temos um problema cultural sério no país e é uma propensão nacional avassaladora, massificada, impregnada na alma nacional que entende que "melhorar de vida" é abocanhar um naco do orçamento, fantasticamente simbolizada na frase genial do nosso Marcos Lisboa ao definir o Brasil como "o país da meia entrada". 
Não é isso que está por trás do drama recessivo de 2015, turbinado por uma confusão política verdadeiramente medonha, mas sim é essa incapacidade da sociedade brasileira assumir plenamente as regras de funcionamento do capitalismo que esteve por trás do ritmo de "devagar quase parando" posterior a 2011 quando a política de "pau na máquina" esgotou os seus resultados e apareceram todas as nossas fraquezas pelo lado da oferta. 
O pressuposto do livro e que me motivou a escrevê-lo (é um livro solo) é que há um desafio de mudança de mentalidade a ser vencido. Tentei escrever de um jeito diferente, para o leigo entender e comprar o espírito do que está sendo proposto. 
Vamos ver se consegui.

Livros, assim como filmes, têm lá os seus mistérios. Livros que eu pensei que venderiam muito venderam pouco e outros que imaginei terem escasso sucesso foram muito bem. É da vida. 

A intenção neste caso é que o livro chegue mais não tanto aos "mesmos suspeitos de sempre", não apenas ao mercado e aos amigos, mas esta vez ao médico, ao advogado, ao comerciante e, last but not least, ao político. 
Se a gente não mudar a forma em que uma parte importante da sociedade encara o funcionamento da economia, o Brasil no qual viverão os nossos filhos será um país triste, cinza e pesado.

Um abraço a todos   

 Fabio 

PS: para dar uma ideia de que este livro é diferente dos meus anteriores, não há economistas (tinha que dar uma folga aos colegas!) nem jornalistas econômicos no material de apoio: tive a honra do prefácio ser escrito pelo Gabeira e a orelha pelo meu amigo Marcelo Madureira.

Associacao Brasileira de Estudos de Defesa: encontro distrital em Brasília

Inscrições do I EDABED abertas
05/08/2015


Entre os dias 09 e 11 de setembro de 2015, no Distrito Federal, será realizado o Primeiro Encontro Distrital da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, o I EDABED.


O evento é organizado pelo Instituto Pandiá Calógeras, UNICEUB, o Centro de Estudos Estratégicos do Exército (CEEEx) e a Universidade de Brasília, em parceria com a ABED. Será composto por minicursos, mesas-redondas, apresentações orais de trabalhos e exposição de pôsteres.


Os interessados em apresentar trabalho oral e/ou pôster poderão submeter resumos de 150 palavras para edabed2015@gmail.com até o dia 20 de agosto. A ABED premiará a melhor apresentação oral e o melhor pôster.


As inscrições para o evento já estão abertas. A programação completa pode ser vista aqui.


Confira a programação do I EDABED e inscreva-se aqui

 

Contamos com a presença de todos!

 

 

Dado Galvao: um jornalista que adora bolivarianos... como temas de documentarios...

 Minhas razões para apoiar o trabalho deste documentarista, Dado Galvão, que já tinha produzido um "épico" sobre a odisséia que representou a retirada do Senador boliviano Roger Molina, pelo então encarregado de negócios do Brasil em La Paz, Ministro Eduardo Sabóia, são muito simples, agora que ele empreende a sua "Missão Ushuaia, Venezuela".
Em primeiro lugar, louvo sua coragem e empenho em fazer esse trabalho de documentação e divulgação sobre a realidade política da Venezuela, tendo presente  algumas coisas que precisam ficar muito claras: a Venezuela é hoje uma ditadura sob todos os aspectos a não ser pelo nome; pode ser que ele seja impedido de trabalhar, e pode até ser expulso, ter seus equipamentos sequestrados, danificados, destruídos, sem excluir a possibilidade de detenção por horas ou dias, ou até mais; ele não poderia esperar nenhuma solidariedade de qualquer embaixador em Caracas, nem dos seus respectivos governos. Para todos os efeitos, a Unasur é bolivariana.
Ele entende que precisa fazer algumas provocações no exercício da cidadania MERCOSUL, e que se a Venezuela não tem compromisso com a liberdade do livre pensar (democracia) deveria ser afastada do MERCOSUL.
Missão Ushuiaia é um belo nome, mas pena não existe verdadeira cidadania Mercosul, pelo menos aplicada aos casos de regimes do Foro de São Paulo, um grupo fantoche a serviço da ditadura castrista.
Ele está consciente dos riscos, mas precisa da divulgação para conseguir apoio e ajuda para a sua viagem, pois até aqui só tem garantida a hospedagem em Caracas.
Pretende entrevistar os embaixadores dos países que fazem parte do MERCOSUL, e que estão em missão na Venezuela.
Desejo pleno sucesso à "Missão Ushuaia, Venezuela" de Dado Galvão.
Abaixo algumas informações sobre o seu trabalho.
Paulo Roberto de Almeida 

Dado Galvão: 
 

Iniciamos mais uma jornada de trabalho cidadão e humanitário, através do cine documentário , Missão Ushuaia, Venezuela www.MissaoUshuaia.org    Facebook: Missão Ushuaia, Venezuela  


Pretendemos dialogar com venezuelanos (as), como cidadãos e cidadãs integrantes do MERCOSUL, especialmente os jovens, observar, colaborar e documentar através das linguagens audiovisual (documentário), fotografar, o cotidiano pré e pós-eleições, anunciadas pelas autoridades da Venezuela para o dia 06 de dezembro de 2015.

 

Eu (Dado Galvão, baiano de Jequié, documentarista) e o fotógrafo paraibano (Arlen Cezar), como cidadãos brasileiros no exercício da cidadania do MERCOSUL,  pretendemos viajara para a Venezuela em novembro, iniciamos nossas atividades de divulgação nas redes sociais.

 

Contamos, por favor, com o seu apoio na divulgação da nossa missão, para que possamos alcançar mais pessoas. 

 

Link do vídeo divulgação  https://youtu.be/Dvo9PgLQgAA  

 

Anexo: Carta convite da estudante venezuelana, ex-modelo, Sairan Rivas, que ficou cinco meses presa, por fazer oposição ao governo Maduro , logomarca 

 

Sugestão: é muito importante uma reflexão sobre o que ocorre na Venezuela e o protocolo de Ushuaia, MERCOSUL.

 

Dúvidas, sugestões, por favor, é só fazer contato. Muito obrigado!

 

Dado Galvão (documentarista) 

 

Obrigado!

 

Dado Galvão

www.MissaoBolivia.com

Missão Ushuaia: cineasta brasileiro vai a Venezuela tentar mostrar realidade no país

O cineasta baiano Dado Galvão, que fez um excelente trabalho sobre o caso do senador Molina, trazido ao Brasil em operação isolada do diplomata Eduardo Saboya após ficar mais de um ano confinado na embaixada brasileira de seu país, volta à tona com um projeto humanitário, desta vez na Venezuela. Trata-se da Missão Ushuaia. Em mensagem que recebi com o pedido de ajuda na divulgação desse importante projeto, ele explicou melhor o objetivo:

 

Pretendemos dialogar com venezuelanos (as), como cidadãos e cidadãs integrantes do MERCOSUL, especialmente os jovens, observar, colaborar e documentar através das linguagens audiovisual (documentário), fotografar, o cotidiano pré e pós-eleições, anunciadas pelas autoridades da Venezuela para o dia 06 de dezembro de 2015.

 

Eu (Dado Galvão, documentarista) e o fotógrafo paraibano (Arlen Cezar), como cidadãos brasileiros no exercício da cidadania do MERCOSUL,  pretendemos viajar para a Venezuela em novembro. Iniciamos nossas atividades de divulgação nas redes sociais e estamos pedindo ajuda para que seja possível viajar com tranquilidade financeira. Eis o vídeo promocional: https://youtu.be/Dvo9PgLQgAA

 

Está feita a divulgação, e espero que o documentarista consiga apoio para esse projeto, e também que dê tudo certo por lá, pois sabemos como os chavistas são brutamontes, ogros, bandidos dispostos a “fazer o diabo” para permanecer no poder e não largar o osso. Esse é um projeto importante para mostrar a realidade venezuelana, país cada vez mais próximo de uma guerra civil, um estado totalmente falido graças ao bolivarianismo, ao socialismo do século XXI, aquele extremamente parecido com o do século anterior em seus resultados.

 

O governo brasileiro do PT, nem é preciso lembrar, age como cúmplice do regime tirano de Maduro. E sim, quem votou no PT também é indiretamente cúmplice. Se está arrependido, então é hora de ajudar a mostrar a verdadeira face dessa esquerda latino-americana corrupta, autoritária e totalitária.

 

Fonte: Revista Veja - Rodrigo Constantino

http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/comunismo-2/missao-ushuaia-cineasta-brasileiro-vai-a-venezuela-tentar-mostrar-realidade-no-pais/

 

Cineasta baiano vai à Venezuela tentar mostrar realidade no país

Sexta, 17 de Julho de 2015 - 17:33 
Por Redação Bocão News

O cineasta baiano Dado Galvão, que fez um excelente trabalho sobre o caso do senador Molina, trazido ao Brasil em operação isolada do diplomata Eduardo Saboya após ficar mais de um ano confinado na embaixada brasileira de seu país, volta à tona com um projeto humanitário, desta vez na Venezuela, de acordo com informações do colunista da Veja, Rodrigo Constantino. 

 

"Pretendemos dialogar com venezuelanos (as), como cidadãos e cidadãs integrantes do MERCOSUL, especialmente os jovens, observar, colaborar e documentar através das linguagens audiovisual (documentário), fotografar, o cotidiano pré e pós-eleições, anunciadas pelas autoridades da Venezuela para o dia 06 de dezembro de 2015", disse ao colunista.

 

Ainda segundo a publicação, Dado Galvão e o fotógrafo paraibano, Arlen Cezar, pretendem viajar para a Venezuela em novembro. "Iniciamos nossas atividades de divulgação nas redes sociais e estamos pedindo ajuda para que seja possível viajar com tranquilidade financeira", disse. Confira o vídeo promocional.

 

Documentarista brasileiro de 'oposição' vai à Venezuela para filmagem antes das eleições legislativas. Saiba detalhes e veja trecho

Dado Galvão e o diplomata Eduardo Saboia em Brasília, 
gravação para Missão Bolívia

O cineasta baiano Dado Galvão, que se notabilizou por elaborar produções de oposição a regimes como o cubano e os ditos “bolivarianos”, estará na Venezuela em novembro, antes das eleições legislativas no país, previstas para 6 de dezembro. Gravará documentário cujo título já está definido como “Missão Ushuaia”.

O nome do documentário remete ao protocolo homônimo assinado pelos os países-membros do Mercosul.

Dentre os pré-requisitos para fazer parte do bloco econômico sul-americano, está o respeito à democracia.

Dado Galvão, que em 2013 trouxe a oposicionista moderada cubana Yoani Sánchez ao Brasil, explica:

Dado Galvão recepciona Yoani Sánchez no aeroporto de Recife, 
presenteando Sánchez, com uma escultura de baiana, ao fundo 
com uma bandeira do Brasil, o fotógrafo Arlen Cezar  

- O nosso documentário vai seguir essa linha. Se realmente há a violação de direitos humanos e não há segurança na Venezuela, o que ela faz no Mercosul? Por muito pouco o Paraguai foi retirado, após o impeachment de (Fernando) Lugo (ex-presidente de esquerda, afastado em votação-relâmpago do Legislativo local), e depois foi analisado que seguiu-se a constituição paraguaia.


O cineasta brasileiro vai à Venezuela acompanhado do fotógrafo paraibano Arlen Cezar.

Na foto:  no lado direito, a estudante Sairam Rivas

Ainda arrecadando verba para a filmagem, ambos serão acompanhados da ex-modelo e estudante Sairam Rivas, 21 anos, que ficou presa por cinco meses por fazer oposição ao presidente Nicolás Maduro.

É o terceiro documentário de Dado.

O primeiro, Conexão Cuba-Honduras (2013), resultou na visita da blogueira cubana Yoani Sánchez ao Brasil.

Dado também gravou o Missão Bolívia – aqui, a íntegra. Nesse documentário, pretendia entrevistar Roger Pinto Molina, senador boliviano asilado na embaixada do Brasil no país. Para tanto, teve a ajuda de políticos e advogados para levarem Molina de carro de La Paz até Corumbá, cidade mais próxima da fronteira da Bolívia.


Fonte: Léo Gerchmann, Território Latino - Zero Hora
Missão Ushuaia, Venezuela. 05/08/15
<Venezuela Sairam Rivas (Carta).pdf>

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Prata da Casa: 3ro trimestre de 2015, os livros dos diplomatas - Paulo Roberto de Almeida

Já que estamos falando da "prata da casa" (mais casa do que prata), e antecipando sobre a publicação da revista da ADB, que ainda demorará uns três meses para sair (num momento em que eu provavelmente não vou estar mais inteiramente disponível para esperar sua entrega, permito-me colocar aqui as mini-resenhas já preparadas dos seis livros trimestrais (ou seja, dois por mês) que me couberam por prazer, ofício ou distinção (whatever).
Os do quarto trimestre talvez demorem para sair, a ver. Por enquanto fiquem com estes, e vou logo recomendando o primeiro, ainda que não concorde inteiramente com alguns dos argumentos do autor sobre o regime militar. Mas este é um assunto para uma resenha mais larga.
Paulo Roberto de Almeida


2852. “Prata da Casa, Boletim ADB – 3ro. trimestre 2015”, Hartford, 11 julho 2015, 3 p. Notas sobre os seguintes livros: 1) Sérgio da Veiga Watson: Reflexões de um civil sobre as Forças Armadas (Brasília: Thesaurus, 2015, 245 p.; ISBN: 978-85-409-0355-5); 2) Vera Cíntia Álvarez: Diversidade cultural e livre comércio: antagonismo ou oportunidade? (Brasília: Funag, 2015, 342 p.; ISBN: 978-85-7631-541-4; coleção CAE); 3) Synesio Sampaio Goes Filho: Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas: um ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil (ed. rev. e atual.; Brasília: Funag, 2015, 409 p.; ISBN: 978-85-7631-544-5; coleção História Diplomática); 4) Sérgio Eduardo Moreira Lima (org.): Visões da obra de Hélio Jaguaribe (Brasília: Funag, 2015, 135 p.; ISBN: 978-85-7631-539-1) ; 5) Benjamin Mossé: Dom Pedro II: Imperador do Brasil (O Imperador visto pelo barão do Rio Branco) (Brasília: Funag, 2015, 268 p.; ISBN: 978-85-7631-551-3); 6) Sérgio Eduardo Moreira Lima (ed.): Global governance, Crossed perceptions (Brasília: Funag, 2015, 444 p.; ISBN: 978-85-7631-538-34; coleção eventos).  Revista da Associação dos Diplomatas Brasileiros, ADB (ano 22, n. 89, julho-agosto-setembro 2015, p. 3x-3x; ISSN: 0104-8503).
 
Prata da Casa - Boletim ADB: 3ro. trimestre 2015

Paulo Roberto de Almeida
Boletim da Associação dos Diplomatas Brasileiros
(ano 23, n. 90, julho-agosto-setembro 2015, p. 3x-3x; ISSN: 0104-8503)
(1)
Sérgio da Veiga Watson:
Reflexões de um civil sobre as Forças Armadas
(Brasília: Thesaurus, 2015, 245 p.; ISBN: 978-85-409-0355-5)


Como diz o título, se trata de reflexões, mas elas são absolutamente sinceras e feitas em tom coloquial, ademais de embasadas num vasto conhecimento pessoal, em leituras e pesquisas, com um rico suporte bibliográfico (e na filmografia) sobre o papel das FFAA no Brasil (e em países do Cone Sul), uma trajetória de alternância entre, de um lado, experimentos democráticos e governos civis, e golpes e governos militares, de outro. Sem esconder um viés antimilitarista e abertamente contrário à ditadura militar brasileira, o autor faz uma leitura honesta dessa complicada relação. O ponto final, dado no cinquentenário do golpe, convida as FFAA a, finalmente, reconhecer os lamentáveis excessos cometidos naquele período e a se desvincular dos torturadores. Um livro que demorou quarenta anos para ser escrito; deve ser saudado com uma bela continência.


(2)
Vera Cíntia Álvarez:
Diversidade cultural e livre comércio: antagonismo ou oportunidade?
(Brasília: Funag, 2015, 342 p.; ISBN: 978-85-7631-541-4; coleção CAE)


Diversidade cultural é um fato razoavelmente bem aceito atualmente, sobretudo em tempos e ambientes politicamente corretos. Livre comércio, por sua vez, já é objeto de controvérsias, alguns dizendo que não existe, outros sabotando-o deliberadamente, se por acaso existir. Os mesmos acham que a globalização mata a diversidade, impondo uma homogeneidade artificial. O subtítulo do livro já denota alguma dúvida sobre essa relação problemática, sobretudo no plano do sistema multilateral de comércio (onde o tema tem um estatuto muito ambíguo). A obra mapeia a questão, inclusive a “astúcia do poder econômico para perpetuar hegemonias” (p. 248), e parece que o perigo aqui vem das “pressões dos EUA” (quem diria?). Até quando o Brasil e os europeus temerosos vão continuar na defensiva, apelando para a Unesco e os amigos da diversidade?
  
 (3)
Synesio Sampaio Goes Filho
Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas: um ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil
(ed. rev. e atual.; Brasília: Funag, 2015, 409 p.; ISBN: 978-85-7631-544-5; coleção História Diplomática)


O autor vem navegando com este livro desde 1982, e ele já atravessou pântanos, corredeiras e despenhadeiros, para converter-se no que é hoje, apropriadamente, um clássico de nossa historiografia das fronteiras, na companhia do Barão, de Hélio Vianna, de Jaime Cortesão e de outros especialistas e negociadores, sem esquecer bandeirantes e diplomatas, que também deram sua contribuição para o Brasil ser o que é, desde o início da República. Nesta nova edição, o livro traz mais mapas e acrescenta revisões feitas a partir de suas outras encarnações, inclusive comerciais. O autor, tanto por esta obra de síntese didática e interpretativa, como pelas suas aulas no Instituto Rio Branco e outros trabalhos publicados, merece ser incluído entre os diplomatas-historiadores, uma distinção que vale tanto quanto ser classificado de grande negociador em prol do país. 

 (4)
Sérgio Eduardo Moreira Lima (org.):
Visões da obra de Hélio Jaguaribe
(Brasília: Funag, 2015, 135 p.; ISBN: 978-85-7631-539-1)


Em 2013, o IHGB acolheu um evento em homenagem aos 90 anos do pensador do nacionalismo brasileiro e da integração no Cone sul. Coube ao diplomata Samuel Pinheiro Guimarães analisar sua contribuição para a diplomacia, o que fez enfatizando a “notável atualidade nas ideias que [HJ] defendeu para a política externa” (p. 81). Para “demonstrar” essa atualidade, destacou trechos do livro O Nacionalismo na Atualidade Brasileira, de 1958, indicando as similaridades com as políticas e posturas defendidas desde 2003 pela diplomacia brasileira, da qual ele foi um dos principais ideólogos. As mesmas oposições à época destacadas por HJ, entre o capital estrangeiro e o nacional, a autonomia ou a submissão ao império, a união da América Latina para “neutralizar o poder de retaliação dos Estados Unidos” (p. 89), seriam válidas ainda hoje. CQD...

(5)
Benjamin Mossé:
Dom Pedro II: Imperador do Brasil (O Imperador visto pelo barão do Rio Branco)
(Brasília: Funag, 2015, 268 p.; ISBN: 978-85-7631-551-3; História diplomática)


Benjamin Mossé, grande rabino de Avignon, foi apenas a marca de fábrica, como se diz. O verdadeiro ghost writer desta biografia, menos ghost e mais writer, foi o barão, como já se sabia, e como destaca Luis Cláudio Villafañe em seu prefácio. A edição original do livro, de 1889, em francês, e a primeira edição em português (1890), encontram-se disponíveis na openlibrary. Mossé, sozinho, teria feito uma biografia medíocre, e altamente encomiástica, do seu amigo que estudava hebraico e a história judaica. O barão escreveu, não só uma verdadeira biografia do monarca, mas uma história completa do Brasil, incluindo Dom Pedro I e todos os problemas dos dois reinados do período monárquico: guerras platinas, escravidão, a emancipação gradual e a abolição, as viagens do imperador. Ainda elogioso, o barão, mas com bom conteúdo.

(6)
Sérgio Eduardo Moreira Lima (ed.):
Global governance, Crossed perceptions
(Brasília: Funag, 2015, 444 p.; ISBN: 978-85-7631-538-34; coleção eventos)


            O editor “preservou”, como prefácio ao livro, as palavras introdutórias do verdadeiro organizador do seminário que lhe deu origem, uma colaboração com a Universidade de Bolonha, promovida pelo ex-presidente da Funag, Emb. José Vicente Pimentel. Foi ele quem assinou, em 2012, o acordo de cooperação ao abrigo do qual foi realizado o encontro, no Rio, em 2013, que também dirigiu. Ele convidou 17 peritos, entre os quais um único diplomata brasileiro, o Secretário de Assuntos Internacionais da Fazenda, Carlos Márcio Cozendey. Mas este tratou da União Europeia e da governança global à luz da Grande Recessão, na segunda parte, que tratou do papel da Europa. A primeira se ocupou do papel da China e dos EUA, e as duas últimas dos emergentes, da América Latina e da Ásia e da África. Percepções bem fundamentadas em todo caso.


Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 5 de agosto de 2015.

A persistirem os sintomas do lulopetismo, procure um médico... - Paulo Roberto de Almeida

A persistirem os sintomas, procure um médico...



Paulo Roberto de Almeida
O Estado de S. Paulo, Opinião, 05 Agosto 2015 | 03h 00
 
A sociedade brasileira está emergindo de um longo pesadelo: o lulopetismo. Essa variante tupiniquim de um persistente mal latino-americano, a crença ingênua nas virtudes supostamente benéficas do populismo demagógico e do salvacionismo redentor – ambos irracionais, mas possuindo poderosos efeitos eleitorais –, tinha sido elevada à categoria de doutrina política por um destes gramscianos de academia. Mas revelou-se apenas uma enfermidade passageira, uma espécie de doença da pele, que coça durante certo tempo, mas que acaba sendo combatida quando aplicada a pomada correta: a consciência cidadã.
O lulopetismo foi a nossa doença de pele, que persistiu enquanto as desigualdades sociais foram falsamente identificadas a supostas “falhas de mercado” ou a maldades do “neoliberalismo”, duas “deformações do capitalismo” que poderiam ser superadas com “distribuição de renda” e políticas sociais “inclusivas”. Foi assim que mergulhamos na década e meia de medidas em prol da desconcentração de renda e da correção das tais “falhas de mercado”, pelas mãos (e pés) de um Estado comprometido com a “justiça social”. Os verdadeiros efeitos só se tornaram explícitos depois da aplicação dos exercícios de engenharia econômica, a tal de “nova matriz econômica”, com o seu séquito de consequências devastadoras.
Os historiadores podem até chamar estes anos negros do lulopetismo de A Grande Recessão, que se reflete no recuo geral dos indicadores – estagnação ou crescimento negativo, alta da inflação, do desemprego, déficits ampliados, dívida acrescida, perda da competitividade externa e interna, forte desvalorização cambial, desinvestimentos –, mas o fato é que o declínio econômico está apenas começando. Teremos pela frente anos de penoso reajuste para voltar a uma situação parecida com a que vivíamos na segunda metade dos anos 1990, ou no início dos 1980. Tais são os efeitos catastróficos dos anos equivocados do lulopetismo econômico.
Não se pode descartar uma longa fase difícil na economia, uma experiência poucas vezes registrada no País, que conheceu taxas de crescimento relativamente satisfatórias, a despeito dos anos de crise e de aceleração inflacionária, das trocas de moedas e dos “voos de galinha”, depois de tentativas mal conduzidas de estabilização. Que ocorra agora uma Grande Recessão, essa é uma marca histórica que ficará para sempre identificada com a esquizofrenia econômica do lulopetismo, um produto legítimo dos aprendizes de feiticeiros que pretendiam corrigir as falhas de mercado por meio de unguentos e poções mágicas e que só revelaram a extraordinária ingenuidade (ou seria estupidez?) destes que eu chamo de “keynesianos de botequim”.
O que ocorreu, na verdade, desde os primeiros anos, ditos gloriosos, do lulopetismo foi uma Grande Destruição, um desmantelamento geral das instituições, da organização política e da ética pública. Ela começou pelo aparelhamento das agências públicas, dos ministérios (com a possível exceção do Itamaraty), dos demais órgãos de Estado, pelos “servidores” do partido neobolchevique, não exatamente os gramscianos de academia, mas os militantes obedientes e disciplinados do partido leninista, que repetem de forma canina os ditames do comitê central e que pagam o dízimo mensal costumeiro, assim como uma boa parcela (30%?) dos subsídios associados aos cargos ganhos na máquina do Estado.
A Grande Destruição seguiu pelo ativismo das “políticas públicas”, estendendo-se em todas as dimensões da vida nacional, criando uma clientela de beneficiários planejados – o curral eleitoral do Bolsa Família – e uma outra de ricos beneficiários mais planejados ainda. Quem são os financiadores do partido hegemônico? São os industriais e banqueiros, pagadores compulsórios de “doações legais ao partido”, com parte das rendas asseguradas pela mesma máquina do Estado: empréstimos generosos do BNDES, proteção tarifária, linhas de crédito consignado, juros da dívida pública e várias prebendas setoriais.
Tudo isso se refletiu no crescimento dos gastos do Estado além e acima do crescimento do PIB e da produtividade, excedendo a capacidade contributiva do setor produtivo da economia – daí o esforço crescente de extração fiscal pela Receita Federal –, tudo em detrimento dos investimentos produtivos. Não há dúvida quanto a isto: a Grande Recessão, que está recém começando, foi precedida pela grande devastação efetuada pelo lulopetismo econômico. E não se enganem: o pior ainda está por vir.
É por isso que eu chamo o período lulopetista de A Grande Destruição, um mal de pele que se incrustou em todos os poros da sociedade brasileira. Esta se deu conta, finalmente, das fontes do mal e se prepara para expulsar pelas vias legais os sabotadores da economia e os fraudadores da moralidade. As causas do mal de pele já foram identificadas; as prescrições estão a caminho, e esperamos que rapidamente.
Mas, a persistirem os sintomas do mal, recorra-se aos cuidados de um médico. Os bons médicos, nas democracias, costumam receitar a cura constitucional: na hipótese de mal crônico, a prescrição é sempre a via eleitoral. Em caso de ataques agudos, ou de câncer ameaçando metástase – como um procurador já alertou –, a solução tem de ser mais drástica, para extirpar o mal em toda a sua extensão. Nestes casos, o Congresso e os tribunais superiores são chamados a operar o paciente. Depois, no pós-operatório, economistas sensatos costumam ser bons enfermeiros, desde que eles não tenham sido contaminados pelo keynesianismo de botequim que sempre caracterizou os economistas aloprados do lulopetismo. Adiante, minha gente, mais um pouco e acabamos com a coceira...

*Paulo Roberto de Almeida é diplomata e professor universitário. Site: www.pralmeida.org / Blog: diplomatizzando.blogspot.com

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Na verdade, eu não tinha me dado conta da publicação desse artigo, até ser alertado por um leitor matinal:

On Aug 5, 2015, at 08:59, Axxxxx Axxxxxx Cxxxxxxx <xxxxxx@yahoo.com.br> wrote:

Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.

Nome: Axxxxx Axxxxxx Cxxxxxxx
Cidade: Pxxxx Gxxxx
Estado: SP
Email: xxxxxx@yahoo.com.br
Assunto: Parceria
Mensagem: Prezado Paulo Roberto!
Quero neste momento parabenizá-lo pelo excelente artigo publicado hoje no Estadão on line. Estou contigo e com todo o Brasil para acabarmos de vez com essa maldita \"sarna\".
Abraço!


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