Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
Recorded on April 1, 2019
Is discrimination the reason behind economic inequality in the United States? Thomas Sowell dismisses that question with a newly revised edition of his book Discrimination and Disparities. He sits down with Peter Robinson to discuss the long history of disparities among humans around the world and throughout time. He argues that discrimination has significantly less of a role to play in inequality than contemporary politicians give it credit for, and that something as incontrovertible as birth order of children has a more significant and statistically higher impact on success than discrimination. He discusses why parental attention is the most important aspect of a child’s intellectual development.
Sowell goes on to break down different minority groups around the world who went on to have more economic and political success than their majority counterparts, such as the Indians in East Africa, Jewish people in Eastern Europe, Cubans in the United States, and the Chinese in Malaysia. He argues that there is an underlying assumption that if discrimination was absent equality would prevail, which historically has been proven wrong.
Sowell goes on to discuss changes in crime rates and poverty since the expansion of US welfare programs in the 1960s and how this has had a huge impact on the success of African Americans. He talks about his own experience growing up in New York, how housing projects used to be considered a positive place to live, and his experience as the first member of his family to enter the seventh grade. Robinson asks Sowell his thoughts on the case for reparations currently being made in Congress, and Sowell presents an argument about why a plan for reparations is not only illogical but also impossible to implement, with so many US citizens’ ancestors arriving long after the Civil War. He also explains that slavery was common throughout the known world for thousands of years and that abolition movements didn’t begin anywhere in the world until the late 18th century. He reminds us that the United States was not the only country guilty of participating in slavery and yet is the only country debating reparations.
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As I mentioned last month in an homage to one of his regular features, my intellectual hero is Thomas Sowell. Today is Dr. Sowell's 89th birthday. Since turning 80, he has published Intellectuals and Race, Wealth, Poverty, and Politics (with a second revised edition coming a year later), a couple of new editions of his Basic Economics, and Discrimination and Disparities. I read Sowell's memoir, A Personal Odyssey, in one sitting when it came out, and I've never read a Sowell book and thought it a poor use of my time.
featuringThomas SowellviaAmerican Enterprise Institute
Saturday, June 29, 2019
One of my all-time most favorite economists — Thomas Sowell — turns 89 tomorrow, he was born on June 30, 1930. Here is Thomas Sowell’s webpage and here is his Wikipedia entry. Milton Friedman once said, “The word ‘genius’ is thrown around so much that it’s becoming meaningless, but nevertheless I think Tom Sowell is close to being one.”
História e historiografia das
relações internacionais do Brasil: um empreendimento em construção
Paulo Roberto de Almeida, Diplomata de
carreira; Divisão do Arquivo.
[Objetivo:
subsídios a capítulo introdutório; finalidade:
obra em preparação]
Sumário:
1.
A historiografia: uma quase esquecida na história das ideias
2.
A historiografia brasileira das relações exteriores: seus principais
historiadores
3.
Varnhagen, o pai da historiografia, o legitimista da corte
4.
João Ribeiro inaugura a era dos manuais de história do Brasil
5.
Oliveira Lima: o maior dos historiadores diplomatas
6.
Pandiá Calógeras: o início da sistematização da história diplomática
7.
Interregno diversificado: trabalhos durante a primeira metade do século XX
8.
Os manuais didáticos de história diplomática: Vianna, Delgado e Rodrigues
9.
O ideal desenvolvimentista: Amado Cervo e Clodoaldo Bueno
10.
A diplomacia na construção da nação: Rubens Ricupero
11.
A historiografia brasileira das relações internacionais: questões pendentes
Bibliografia e referências
1. A historiografia: uma
quase esquecida na história das ideias
História e historiografia deveriam,
normalmente, andar juntas, por pertencerem, supostamente, ao mesmo universo de
trabalho acadêmico: o trabalho original de pesquisa histórica, em si, as bases
primárias dos materiais trabalhados pelo pesquisador, a metodologia aplicada a
essas fontes pelo historiador e até, quando couber, o uso de alguma filosofia
da história vinculada a esse trabalho. A menos de algum trabalho absolutamente
inédito, analisando um novo objeto não ainda esmiuçado por predecessores, os
historiadores costumam apoiar-se no trabalho de colegas que percorreram os
mesmos temas, aplicando um novo olhar aos materiais existentes e até fazendo a
crítica do relato trazido por aqueles historiadores.
Marcos Troyjo, o secretário do Ministério da Economia encarregado de negociar o acordo comercial com a União Europeia, diz que o Brasil precisa aprovar as reformas para tirar o melhor proveito possível da parceria
Adriano Machado/Crusoe"O primeiro grande acordo comercial que o Brasil tem de fazer depois desse com a União Europeia é com ele mesmo"05.07.19
Quando o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marco Troyjo, embarcou na semana passada para Bruxelas, na Bélgica, mesmo quem acompanha de perto o dia a dia da pasta não acreditava que ele poderia voltar de lá com um troféu importante. Com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o chanceler Ernesto Araújo e representantes de países que integram o Mercosul, Troyjo sentou-se à mesa com comissários da União Europeia para tentar arrematar uma conversa iniciada havia duas décadas. Deu certo. O acordo comercial entre o Mercosul e o bloco de países europeus foi anunciado na tarde da última sexta-feira, 28, ao cabo de três dias de reuniões.
Basicamente, o acerto zera tarifas e prevê a liberalização do comércio de serviços dos dois lados. A expectativa é de que, a partir do que ficou definido no texto, que ainda precisará ser aprovado pelo Parlamento Europeu, pelos parlamentos de cada país da UE e pelos congressos dos quatro países do Mercosul, só o PIB brasileiro tenha um aumento de 500 bilhões de reais em dez anos. Economista, cientista político e diplomata, Troyjo observa que, para que os resultados apareçam, e os reflexos na economia brasileira sejam os melhores possíveis, é preciso que o país faça o seu dever de casa, a começar pela aprovação da reforma da Previdência e da reforma tributária. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Por que o Mercosul demorou tanto tempo para fechar um acordo comercial com a União Europeia? Apesar da negociação ter começado 20 anos atrás, é um erro dizer que ela durou 20 anos. Houve vários períodos em que nada avançou. E agora avançou.
Por quê? Primeiro, vamos ao ambiente externo. O que estávamos fazendo no Brasil em termos de comércio exterior? Vendendo mais para a China. Só que vieram as crises de 2008 e 2011 e houve uma desaceleração do crescimento chinês. Além disso, outros fornecedores começaram a entrar pesado no mercado mundial. Começou, então, a haver mais competição e voltou a conversa aqui de que precisávamos diversificar nosso mercado. Ocorreu, então, mais um fenômeno: o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia). Muitos avaliaram que geraria um efeito dominó por toda a Europa. Outros, o contrário: que haveria mais coesão no bloco europeu, o que, aparentemente, aconteceu. A União Europeia, para mostrar que estava viva após o Brexit, voltou à mesa de negociação de uma forma diferente. Foi importante também o próprio ciclo de governança da União Europeia. Em breve haverá uma sucessão no comissariado europeu (os representantes do bloco em Bruxelas) e isso levou a que houvesse mais boa vontade dos comissários que ainda estão lá para fechar esse capítulo com o Mercosul.
E a situação interna, favoreceu de que maneira? O fator (Jair) Bolsonaro e (Paulo) Guedes foi determinante. Quais são as cinco prioridades econômicas para o Brasil neste governo? Reforma da Previdência, reforma tributária, reforma administrativa, privatizações e concessões, além de abertura comercial. E como se faz abertura comercial? Por meio de tratados internacionais, da facilitação do ambiente de negócios e de modernização tarifária. Ficou muito claro em determinado momento para nós que as razões pelas quais a gente não conseguia avançar do nosso lado nos últimos anos faziam parte do acervo do nacional-desenvolvimentismo. Estávamos negociando com a cabeça dos anos 1960. Nesse sentido, o fim do ciclo do lulopetismo no Brasil foi determinante. O término dessa coisa do Norte contra o Sul, de terceiromundismo. Aquela ideia de que o Mercosul serve para dar palpite sobre a Crimeia, sobre o Oriente Médio, sobre os fundos abutres(empresas que compram títulos de países quebrados). Deixamos isso para trás e dissemos: vamos ver se a gente consegue fechar algum acordo.
Adriano Machado/Crusoe“Estávamos negociando com a cabeça dos anos 1960”
O acordo começou a ser negociado ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, no final dos anos 1990. Não é resultado desse processo mais longo? Olha, claro que herdamos muita coisa, principalmente do governo passado (Michel Temer). Mas ainda havia muito por fazer. Praticamente todos os capítulos da negociação estavam abertos quando assumimos. O mérito pelo acordo é deste governo. Criamos um Ministério da Economia em que muitas das áreas mais protecionistas que encontraram no passado espaço na governança ficaram sem abrigo na atual configuração. Isso nos permitiu avançar. É como se a política comercial, ao contrário de todas as outras experiências que o Brasil teve, tivesse migrado para o coração da política econômica. E com outro viés. No lugar do protecionismo, a abertura. Antes, não podia fazer acordo internacional porque impactaria a política dos campeões nacionais (idealizada pelo ex-presidente Lula para incentivar financiamentos públicos a um grupo restrito de empresas). Mas é justamente uma política dessas que a gente não quer fazer. Há também um alinhamento de toda a equipe econômica e com outros ministérios, como o Itamaraty e a Agricultura.
Por que as negociações foram feitas sem grande alarde? Negociações são assim. Não se dão à luz do dia. Mas se você olhar nos últimos seis meses, verá declarações de um lado e de outro de que estávamos mais perto do acordo. Uma das negociadoras europeias chegou a dizer que avançamos nesses quatro meses mais do que nos últimos 20 anos.
Qual foi o papel da Argentina nesse processo? Essencial. A Argentina teve uma ascensão brutal no final do século 19. De 1875 até 1910, a Argentina cresceu mais do que a Califórnia. Mas, de 1875 até 2015, não teve nenhum governo liberal. Cresceu pouco. Foram 140 anos de protecionismo, peronismo, patrimonialismo. E, de repente, tem um governo liberal (o do presidente Maurício Macri). E ela teve de correr atrás também um pouco do prejuízo reputacional. É um país que deu calote, nacionalizou empresas.
Quando, na prática, os efeitos do acordo chegam para a população? Muito rápido. A economia é fundamento, situação concreta, mas também é criação de expectativa, aquilo que está por acontecer. Quanto mais sustentável é essa expectativa, mais ela impacta a decisão dos atores que atuam na economia. O país passa a representar um elo naquilo que é um dos motores de tração do sucesso econômico dos últimos 30 anos: as cadeias globais de produção. Mais investimentos significam mais emprego e renda. Mas, veja, acordos internacionais não são uma panaceia. Se você não melhora as condições de competividade internas, pode ocorrer um fenômeno que alguns especialistas chamam de paradoxo mexicano.
Adriano Machado/Crusoe“No caso da relação com os Estados Unidos, a relação comercial dos dois países está muito abaixo de onde deveria estar”
O que seria esse paradoxo? O México fez o Nafta (acordo bilateral com os Estados Unidos) no começo dos anos 1990 e, depois, fez quase 50 acordos com outros países. Mas não fez as reformas internas. Por isso, acho que o primeiro grande acordo comercial que o Brasil tem de fazer depois desse com a União Europeia é com ele mesmo. Por meio de reformas institucionais. Se fizer a reforma da Previdência, a economia aos cofres públicos será equivalente a anos e anos de superávit comercial. Se simplificar a estrutura tributária, a sua capacidade de competir internacionalmente vai melhorar a vida do cara aqui.
Quais os próximos acordos em vista? O próximo é com o grupo de países formado por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein. Depois deles, estão em negociação acordos com Canadá, Coreia do Sul e Japão.
Não é uma contradição não ter nada em vista com os Estados Unidos, o declarado grande parceiro geopolítico do presidente? Se você pegar o discurso do presidente Bolsonaro no Congresso Nacional e no parlatório no dia da posse e algumas declarações dele desde então, verá que ele repete à exaustão: “Vamos fazer negócios com qualquer parte do mundo, sem viés ideológico”. No caso da relação com os Estados Unidos, além da conexão e empatia entre os presidentes, a relação comercial dos dois países está muito abaixo de onde deveria estar. O teto é muito mais alto, ainda mais se considerar que são as duas maiores democracias do Ocidente e as duas maiores economias do continente. Então, o que está ocorrendo é uma espécie de busca do tempo perdido em relação aos americanos, que é muito importante para os dois lados. Aliás, ao aprimorar a relação com os Estados Unidos, você dá mais incentivos que se afine ainda mais a relação com os europeus, e vice-versa.
Não é no mínimo curioso que o acordo tenha sido fechado por um chanceler que é crítico do globalismo? Sinceramente, não tenho acompanhado muito a teoria de relações internacionais. O que posso dizer é que todos que participaram dessas negociações têm uma bússola muito importante que é a busca do interesse nacional. O que não significa nacionalismo. É interesse nacional.