quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Revista de Guerra Naval, número de agosto de 2021

A REVISTA DA ESCOLA DE GUERRA NAVAL acaba de publicar seu número V.

27 n.2 maio/agosto de 2021.

O sumário encontra-se disponível 

em: https://revista.egn.mar.mil.br/index.php/revistadaegn/issue/view/96 

Esta edição contém os seguintes trabalhos:

A guerra financeira no século XXI: a revolução da “bomba-dólar” e a
contrarrevolução (?) do “renminbi digital”
Fernando Silva Azevedo, Daniel Santos Kosinski

Guerras brasílicas do século XXI: eclipse da soberania nos black spots das
grandes metrópoles brasileiras
Henrique de Oliveira Mendonça, Tássio Franchi

Submarinos para quê? condicionantes do programa de desenvolvimento dos
submarinos brasileiros
Deywisson Souza Ronaldo Oliveira de Souza, Marcos Aurélio Guedes de
Oliveira

As duas lógicas nucleares
José Augusto Abreu de Moura, Alvaro Augusto Dias Monteiro

China e seus Riscos Geopolíticos pós COVID-19: um exame a partir de
cenários prospectivos
Marcos Alan S.V. Ferreira, Marco Túlio Souto Maior Duarte

Truman doctrine (1946); defense planning guidance (1991) & the national
security strategy (2002): the mackinder & spykman dialectics revisited
Andre Luiz Varella Neves

E-navigation: solução safety e sustentável para uma nova era?
Laís Raysa Lopes Ferreirascola de Guerra Naval - V. 27 N.2 de 2021

Between Russia and europe: the role of national identities in international
relations of Estonia, Latvia and Lithuania
Erica Simone Almeida Resende, Graziela Dumard

Respeitosamente

          WALTER MAURÍCIO COSTA DE MIRANDA
    Editor-executivo da Revista da Escola de Guerra Naval
          Encarregado da Divisão de Divulgação da SPP

REVISTA DA ESCOLA DE GUERRA NAVAL
v. 27, n. 2 (2021): REVISTA DA ESCOLA DE GUERRA NAVAL
Sumário
https://revista.egn.mar.mil.br/index.php/revistadaegn/issue/view/96

Artigos
--------
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A guerra financeira no século XXI: a revolução da “bomba-dólar” e a
contrarrevolução (?) do “renminbi digital” (271-304)
Fernando Silva Azevedo, Daniel Santos Kosinski
Guerras brasílicas do século XXI: eclipse da soberania nos black spots das
grandes metrópoles brasileiras (305-336)
Henrique de Oliveira Mendonça, Tássio Franchi
Submarinos para quê? condicionantes do programa de desenvolvimento dos
submarinos brasileiros (337-374)
Deywisson  Souza Ronaldo Oliveira de Souza, Marcos Aurélio Guedes de
Oliveira
As duas lógicas nucleares (375-402)
José Augusto Abreu de Moura, Alvaro Augusto Dias Monteiro
China e seus Riscos Geopolíticos pós COVID-19: um exame a partir de
cenários prospectivos (403-428)
Marcos Alan S.V. Ferreira, Marco Túlio Souto  Maior Duarte
Truman Doctrine (1946); Defense Planning Guidance (1991) & The National
Security Strategy (2002) : The Mackinder & Spykman Dialects revisited
(429-468)
Andre Luiz Varella Neves
E-navigation: solução safety e sustentável para uma nova era? (469-498)
Laís Raysa Lopes Ferreira
Between Russia and europe: the role of national identities in international
relations of Estonia, Latvia and Lithuania (499-526)
Erica Simone Almeida Resende, Graziela Dumard

O Mercosul em frangalhos: hora de repensar o bloco? - Notícias argentinas

NOTÍCIAS ARGENTINAS:

China inks $8 bln nuclear power plant deal in Argentina

1 . La Nación, Buenos Aires – 3.2.2022

Alberto Fernández llegó a Moscú y mañana se reunirá con Vladimir Putin

Elisabetta Piqué

Moscú - Temperaturas bajo cero y la guerra de nervios entre Rusia y Ucrania al rojo vivo. Ese es el clima que recibió esta noche aquí al presidente Alberto Fernández...

En efecto, mañana después reunirse con Putin seguirá viaje rumbo a Pekín, donde asistirá a la ceremonia de inauguración de los Juegos Olímpicos Invernales y se verá con otro jugador clave del tablero internacional, el presidente chino, Xi Jinping.

...El Gobierno argentino no sólo busca profundizar en el sentido más amplio el vínculo con Rusia -un país seis veces más grande, con una población de 146 millones de habitantes y uno de los grandes actores de la escena internacional-, sino también, la posibilidad de sumarse al grupo de los BRICS, que integra junto a Brasil, India, China y Sudáfrica. 

...“Se trata de uno de los temas en carpeta y una aspiración que podría plantearle Alberto a Putin: que los BRICS incorporen a la Argentina y el club pase a ser BRICSA”, revelaron a La NACION fuentes informadas, que destacaron que un posible cambio de gobierno en Brasil, con Lula da Silva de nuevo el poder, haría plausible tal proyecto.


2. Avanço chinês mostra disfunções do Mercosul

A função de um bloco não é armar protecionismos indefensáveis
02/02/2022 05h02  Atualizado há 10 horas

O fato de a China ter ultrapassado o Brasil em suas exportações para a Argentina diz muito sobre o mau estado do Mercosul e sobre a perda de competitividade das indústrias dos dois lados da fronteira - o contrário do que a criação de um bloco comercial na região se propôs. O poder de conquistar mercados do maior exportador do mundo, a China, é gigantesco, mas os desacertos políticos entre as duas maiores economias do bloco, Brasil e Argentina, facilitaram bastante o trabalho dos chineses.

...Um dos objetivos de acordos comerciais como o do Mercosul é unir as vantagens comparativas de seus membros, propiciar o pleno usufruto delas, buscar novas complementaridades e oportunidades de especialização regional. Não foi o que aconteceu nos 30 anos de vida do Mercosul.

...Com o governo de Néstor Kirchner, primeiro, e Cristina Kirchner, depois, a Casa Rosada tomou todo tipo de medida para impedir o comércio com seu aliado formal do Mercosul, enquanto deixou o flanco aberto a competidores muito mais agressivos, como os chineses. A Argentina passou anos contendo burocraticamente as exportações brasileiras para seu mercado, por meio de licenças prévias de importação e acordos de “restrição voluntária”. Os livros-texto apontam que essas restrições podem provocar desvio de comércio. A China foi seu principal beneficiário.

...Em 2009, por exemplo, quando o então presidente Lula começou a retaliar os argentinos com as mesmas medidas protecionistas que tomavam, a Argentina mudou regras de validação de certificados que beneficiavam os brinquedos brasileiros. A China fornecia 79% das importações argentinas desses produtos, mas o governo Kirchner resolveu implicar com seu parceiro comercial, o Brasil, cujas vendas somavam 2,2% das importações. Desde 2005 o Brasil, com as restrições, perde na venda de têxteis enquanto os chineses crescem. A China passou à frente na venda de calçados no fim da década de 2000, eles também sujeitos a licenças prévias. Em 2009, a China recebeu 60% dessas licenças de importação para esse bem, e as empresas brasileiras, 30%

O resultado é que a China, que ninguém pode controlar, vendeu 21,4% de tudo o que a Argentina importou em 2021, e o Brasil, com o qual a Argentina tem um tratado e é obrigado a negociar, exportou 19,6%. Em 2010, as fatias eram respectivamente de 14,3% e 30%. Os chineses subiram os degraus de sofisticação tecnológica. Primeiro derrubaram seus competidores nas indústrias tradicionais, como têxteis e calçados, e depois naquelas em que países como Argentina e Brasil poderiam avançar, e não o fizeram. O progresso chinês no Mercosul explica parte da prostração da indústria nas maiores economias da América do Sul.

https://valor.globo.com/opiniao/noticia/2022/02/02/avanco-chines-mostra-disfuncoes-do-mercosul.ghtml

Observações de um amigo: 

1. Fernandez foi visitar Putin e pedir para entrar no BRICS, que já quer rebatizar de BRICSA. Está só esperando que Lula assuma. 

2. Protecionismo argentino contra o Brasil facilita o desvio de suas importações em favor da China. 

Obs.: Talvez o Uruguai tenha razão ao sugerir que seria melhor que os membros do Mercosul recuperem a liberdade de negociar acordos de livre comércio com terceiros países, já que o protecionismo a nível dos 4 é inviável, com ou sem a intrusão comercial chinesa. Dado o peso limitado desse mercado para o potencial exportador brasileiro (salvo setores ou produtos específicos, como veículos automotores, que podem ser atendidos por acordos específicos, sob medida), o Brasil estaria melhor servido se o Mercosul fosse transformado em zona de livre comércio, sobretudo porque a ideia original de evoluir para um mercado comum, copiado da Europa, é uma hipótese que não se sustenta depois de 30 anos de experiência, inclusive porque o único parceiro que conta é a Argentina.

Bicentenário da Independência: emissões do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (via YouTube)

Playlist da série História do Brasil em Perspectiva, promovido pelo IHG-DF, em seus vários l episódios já realizados sobre a temática do Bicentenário da Independência:

https://www.youtube.com/playlist?list=PLVBII2sTxDqlPxl8j-06O-0jKcYt2snYg


1) 200 anos do Voto no Brasil: apresentador: José Theodoro Mascarenhas Menck; dia 22/09/2021; moderador: Bernardo Estellita Lins

2) Insurreições no Brasil Colônia e Reino Unido: apresentadores: Ronaldo Poletti (presidente do IHG-DF) e José Theodoro Mascarenhas Menck; 
    dia 15/10/2021; moderador: Bernardo Estellita Lins

3) A imprensa na emancipação política do Brasil: apresentadora: Isabel Lustosa; dia 5/11/2021; moderador: Bruno A. de Cerqueira

4) A Maçonaria no Bicentenário: apresentadores:William Almeida de Carvalho e Ronaldo Poletti; dia 26/11/2021; moderador: José Theodoro Mascarenhas Menck

5) A diplomacia da Independência: apresentadores: Carlos Henrique Cardim e Paulo Roberto de Almeida; dia 17/12/2021; moderador: José Theodoro Mascarenhas Menck

6) Dia do Fico, 9 ou 10 de janeiro de 1822?: apresentador: José Theodoro Mascarenhas Menck; dia 8/01/2022; moderador: Bruno A. de Cerqueira (NOTA: este evento não se inscreve na série de lives do IHG-DF; mas se insere no mesmo universo de debates historiográficos promovidos pelo Instituto)

7) Oliveira Lima e a História da Independênciaapresentador: André Heráclio do Rêgo; dia 28/01/2022: moderadores: Paulo Roberto de Almeida e Bruno A. de Cerqueira

8) A Independência - uma história em construção: apresentador: João Paulo Pimenta; moderador: Paulo Roberto de Almeida (Programado para 11/02/2022)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Sanções contra a Rússia, contra Putin? Not so easy, como indica Anthony Faiola (WP)

 Eu recomendaria que os interessados lessem "Putin's Kleptocracy" de Karen Dawisha. Um livro impressionante...

Paulo Roberto de Almeida


Why it’s not so easy to slap sanctions on Vladimir Putin

Businessman Yevgeniy Prigozhin serves food to Vladimir Putin during dinner at Prigozhin's restaurant outside Moscow in November 2011. (Misha Japaridze/AP)

Businessman Yevgeniy Prigozhin serves food to Vladimir Putin during dinner at Prigozhin's restaurant outside Moscow in November 2011. (Misha Japaridze/AP)

In the amped-up war of words between Washington and Moscow, President Biden has leveled what appears to be a next-level threat: If Russian troops defy the West and surge into Ukraine, the United States could slap personal sanctions on Russian President Vladimir Putin.

An increasingly common U.S. tactic, individual sanctions can ban travel and freeze assets in U.S. jurisdictions and bar Americans and U.S. companies from transactions with designees, targeting everything from New York bank accounts to family trips to Disney World. They can also have global reach through foreign banks and companies that fear running afoul of U.S. law.

Pushing back against Biden’s threat, Putin’s spokesman Dmitry Peskov said direct action against Putin would be “politically destructive” to U.S.-Russian ties — but not “painful” for his boss.

 

He might be right.

Broader U.S. sanctions against Russia could indeed sting. The New York Times reported that U.S. officials are prepared to take a “sledgehammer” to Russia’s financial system by targeting state banks and cutting off foreign lending, sales of sovereign bonds and technologies for critical industries, among other steps. Sanctions on that scale aimed at a country the size of Russia are novel and risk disruptions to the global financial system as well as Russian retaliation. European allies, dependent on Russian energy to light Berlin, Paris and Rome, may also be reluctant to join in. But if fully imposed, such sanctions could serve as serious punishment for Russian transgression.

Sanctions targeting Putin himself might be more difficult to make count. For one, to even consider freezing his assets, you’d have to know where they are. And Putin has buried his wealth better than any James Bond villain.

“Putin doesn’t have an account at JPMorgan Chase,” Eugene Rumer, a Russian expert with the Carnegie Endowment for International Peace, told me. “There’s a lot of talk about him being the richest man in the world with a fortune in the hundreds of billions of dollars. But I’ve never seen any credible proof of that fortune, or where he keeps it. And I don’t think Putin was planning on buying a condo for retirement in Sunny Isles, Florida.”

Forbes recently described Putin’s alleged fortune as “probably the most elusive riddle in wealth hunting — harder than the heirs, other heads of state and even drug lords that we’ve financially smoked out over the years.” Theories run the gambit: That he’s built an empire by demanding cuts from Russian oligarchs, or illicit financial deals or contract kickbacks.

 

But they’re all just theories. Meanwhile, his stated assets are relatively meager. Bloomberg News reported that a Kremlin declaration of Putin’s earnings claims his income to be roughly $131,000 a year. His declared assets? “A 77-square-meter apartment, an 18-square-meter garage, two vintage Volga GAZ M21 cars, a Lada Niva SUV and a trailer” — all of them in Russia and out of U.S. reach.

“The reality is that there are probably few people other than Putin who know how much loot he has and where he keeps it,” wrote Bloomberg News’s Timothy L. O’Brien. “That will make it difficult to figure out which financial switch to flip to deter Russia from invading Ukraine, or to penalize Putin personally if it does.”

One of the more outlandish possibilities: That Putin actually isn’t as rich as one might think because his awesome powers at home don’t require a fortune to rule.

“In the end, Putin may not need money, so long as he has the appearance of having it and the power that it would otherwise confer,” Forbes Wealth Team mused.

Few believe governments — even U.S. allies — that do business with Russia would agree to steps that turn Putin into a global pariah barred from summits or business events.

“The Europeans are not going to stop him from coming, and the Chinese will welcome him with open arms, so I’m not sure how a travel ban could work,” Rumer said. “Putin is not the kind of leader who goes to Disneyland. If he wanted to, he’d just have one built in Moscow.”

It’s relatively rare for the United States to impose sanctions on a sitting head of state, but it’s happened before — including 1,300 miles off the coast of Florida where Venezuelan President Nicolás Maduro goes to bed at night as the sitting global leader perhaps most targeted by Washington’s wrath.

In 2017, the U.S. government added Maduro to a list of high-ranking Venezuelan officials who faced asset freezes and bans on U.S. citizens doing business with them. Since then, federal authorities in Florida have seized from Venezuelan officials and government-linked business executives more than $450 million in assets — including Miami condos, superyachts and show horses. “But they didn’t seem to find any of Maduro personal assets,” Geoff Ramsey, a Venezuela expert at the Washington Office on Latin America, told me.

A further step not seen as an imminent possibility with Putin hurt Maduro more: His indictment in 2020 by the U.S. Justice Department on narcoterrorism charges, including a $15 million bounty for information leading to his capture. Since then, Maduro’s rare official foreign trips have been confined to friendly nations including Cuba and Mexico.

The White House on Monday signaled what could be a more likely — and damaging — play than going directly after Putin: Targeting figures “in or near the inner circle of the Kremlin.”That could include barring children of certain Russian elites from attending prestigious universities in the United States and Europe, the New York Times reported. The targeted Russians could be closer to Putin than those slapped with U.S. sanctions in the past, and reportedly could include Alina Kabaeva, a former Olympic gymnast alleged to have been romantically involved with the Russian leader.

The United States and Europe have already placed sanctions on more than 800 Russian individuals over Russian aggression, including the annexation of Crimea, attempted assassinations of dissidents and disruptions of U.S. elections. A Post report in October illustrated how those sanctions triggered losses that spread across their interconnected financial networks.

The theory: To get to Putin, you make the rich people close to him uncomfortable — striking personal blows to their business affairs and lavish lifestyles.

There is little question such sanctions hurt. But when it comes to compelling those leaders to change course, or, in the most extreme cases, provoking regime change, individual sanctions sometimes have limited purpose.

For instance, the targeting of Maduro’s inner circle has not worked.

Sure, they’re unhappy: I have sat in Caracas with U.S.-sanctioned individuals close to and within the Maduro government. They bitterly complained about their shrinking worlds, and the personal price they’ve paid because of U.S. sanctions.

But in recent years, only one senior Venezuelan official close to Maduro and sanctioned by the United States has actually defected, and Maduro’s grip on power is tighter now than ever. And Putin commands far more formidable powers of persuasion than the Venezuelan leader.

In fact, some argue that cutting key figures in authoritarian regimes off from the West can make them even more reliant on the authoritarians they serve.

“I think for those on the individual sanctions list, it’s an annoyance,” Ramsey said. “But it can also create incentives that can be counterproductive.

OC era um farsante? Não, um espertalhão, com grande confusão mental - Paulo Roberto de Almeida

 Um comentário meu a postagem do Fernando José Coscioni sobre o recém-falecido guru presidencial que se autodemitiu ao constatar a “traição” do seu  pupilo:

“O problema de OC não era a falta de leituras ou a capacidade de escrever bem, nos seus artigos, ensaios e livros; era mais a confusão mental e a tendência a exacerbar seus posicionamentos mais à direita, como se esta detivesse a chave da interpretação dos processos políticos contemporâneos, num conservadorismo bem mais reacionário do que liberal. 

Não ouso me expressar sobre seus escritos ditos “filosóficos” - nos quais muitos especialistas apontam “exegeses” sofríveis, quando não equivocadas —, mas quanto a seus pronunciamentos sobre temas de política internacional, nos quais guardo certa competência, os exemplos  constatados são claramente estapafúrdios, quando não alucinados, no contexto das teorias conspiratórias sobre um complô globalista para retirar soberania aos Estados nacionais. 

Num “debate” que não deveria ter ocorrido — pois que eu tinha sido convidado a uma entrevista sobre “globalização e globalismo”, não a um “diálogo” com o polemista e agitador da extrema-direita—, em dezembro de 2017, ele passou a me hostilizar (depois de maneira mais ofensiva no seu blog), pelo fato de eu ter denunciado seus argumentos como uma fantasmagoria alucinada. 

Em várias oportunidades se referiu a mim como uma espécie de “ignorante ingênuo”, ao não perceber a dominação dos “globalistas” no plano multilateral e como ameaça concreta à soberania dos Estados. 

Seu pupilo no Itamaraty, o ex-chanceler acidental tinha ódio de mim, pelas denúncias que fiz das loucuras que estavam rebaixando a respeitabilidade do Itamaraty e da própria política externa.”

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 1/02/2022

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Mister Bozo goes to Moscow! - Paulo Roberto de Almeida

 Mister Bozo goes to Moscow!

Paulo Roberto de Almeida


Bozo parte para visitar os únicos três “amigos” que pensa que tem na Europa.

O papel internacional do Bozo (mas todos já sabem disso) tem sido o de secundar mediocremente o que fazia antes o mentecapto do Trump: destruir todos os fundamentos do multilateralismo e do Direito Internacional. Pode ser que volte a fazê-lo, mas Bozo não estará mais aqui.


Bozo já destruiu a credibilidade da política externa brasileira e desmantelou a nossa diplomacia. Tem se empenhado nisso e continua nessa missão celerada!


O Itamaraty vai ter um imenso trabalho de recuperação da imagem do Brasil no exterior e de restauração dos fundamentos de uma política externa sensata e ponderada como sempre foi a nossa, com a possível exceção do lulopetismo diplomático. 

Esperemos que o retorno do Grande Guia ao comando do país não signifique justamente a volta das bobagens ideológicas e da miopia geográfica do “Sul Global”, essa fantasmagoria alucinada que desempenhou o mesmo papel ridículo no lulopetismo diplomático que o antiglobalismo idiota teve para o bolsolavismo diplomático na primeira diplomacia aloprada do Bozo. 

O Itamaraty não merece tanta burrice, aliás partilhada por boa parte da academia, que se encantou com a fantasia do Sul Global. Boa parte das bobagens diplomáticas do lulopetismo vem de certa academia…

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 1/02/2022


QUEM ASSESSORA O PRESIDENTE EM POLÍTICA EXTERNA? Não parece ser o Itamaraty... - DefesaNet

DefesaNet, uma central de informações  independente do Ministério da Defesa, coloca a questão, por um "Fiel Observador", que não se sabe bem quem é?

Paulo Roberto de Almeida

COBERTURA ESPECIAL - Notas Estratégicas BR - Geopolítica

31 de Janeiro, 2022 - 13:00 ( Brasília )

Notas Estratégicas BR - 

Quem está assessorando o Presidente?

A questão Russo-Ucraniana é a mais importante no mundo atual. Quem assessora o presidente Jair Bolsonaro e define os rumos a serem tomados na questão?

Representante permanente do Brasil nas Nações Unidas, o Embaixador Ronaldo Costa Filho, lê a posição brasileira na Reunião do Conselho de Segurança 

Fiel Observador
 

 
A viagem do presidente Jair Messias Bolsonaro à Rússia, marcada para meados de fevereiro é perigosa e pode representar uma decisão que pode ser um grande erro estratégico do Brasil.

A Rússia concentra tropas nas fronteiras e ameaça invadir a Ucrânia. O mundo vive seu momento mais perigoso desde a Crise dos Mísseis de Cuba. A questão ucraniana é o assunto mais discutido e que tem preocupado a comunidade diplomática mundial. Uma visita oficial a Moscou neste momento tão sensível envia uma mensagem equivocada para o resto do mundo.

A Rússia está ameaçando destruir o Sistema Internacional vigente desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Estão em jogo os valores sagrados que regem o concerto das nações: o respeito à soberania, a inviolabilidade territorial, a autodeterminação dos povos e a resolução pacífica dos conflitos.

O mundo quer saber a posição do Brasil nesta grave crise. Seguindo a tradição da política externa brasileira essa reposta seria fácil. Entretanto, a visita de Bolsonaro a Putin neste momento não ajuda, é totalmente descabida, inoportuna e pode envolver o Brasil numa séria crise internacional, destruir a já capenga política externa e minar os esforços do país nos processos de cooperação para construção da paz internacional.

Mais grave, a Rússia pode preparar um “kompromat” (ação de inteligência e comprometimento), uma especialidade russa e , invadir a Ucrânia justamente durante a visita oficial de Bolsonaro e colocar o Brasil como coadjuvante na crise. A imprensa russa vai dizer que os dois mandatários discutiram o assunto antes da invasão. Imagine Jair Bolsonaro em Moscou enquanto os tanques atravessam a fronteira. Foto de capa dos principais jornais do mundo.

O Brasil estaria avalizando a agressão militar russa. A situação colocaria o país no olho do furacão, no centro de uma perigosa e sangrenta crise internacional de final incerto e na contramão do resto do mundo, maculando para sempre nossa imagem de nação pacífica. As consequências disso seriam inimagináveis.

Ao justificar sua viagem à Rússia porque Vladimir Putin é Conservador, Bolsonaro mostrou que a missão não tem interesse econômico, como se pensava, apenas viés ideológico. Bolsonaro quer assumir o lugar de Nicolás Maduro como o fantoche de Putin no continente americano? Isto é muito perigoso. Acreditamos que isso não interessa a ninguém, muito menos ao Brasil.

Quem será o responsável por um desastre geopolítico: Chanceler Carlos França (MRE), Almirante Flávio Rocha (SAE), Ministro Braga Netto (MD), Comandantes das Forças Armadas, General Augusto Heleno (GSI)?



A ligação do secretário de Estado Anthony Blinken ao Chanceler França, em pleno domingo (ver twitter acima), véspera de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU mostra a relevância do asssunto e a tensão internacional.
 
Sabemos a arena onde estamos entrando e as possíveis consequências? Como nossos principais parceiros internacionais vão nos enxergar depois disso? Podemos suportar um provável embargo nos nossos principais projetos militares e também na exportação de  produtos de defesa e até de aviões civis? Como fica nossa relação com Estados Unidos, Europa e até a ssempre enigmática China, nossos principais parceiros comerciais?

São muitas perguntas para respostas difíceis.

 

Nota DefesaNet

IMPORTANTE 


Enquanto a redação de DefesaNet editava a matéria do Fiel Observador recebemos a informação de que o Primeiro-Ministro da Hungria Viktor Orban estava em vôo, na manhã de 31JAN2022, com direção de Moscou, para encontrar-se com Vladimir Putin.

O objetivo oficial annunciado por Orban é de aumentar o fornecimento de gás russo para a Hungria.

A viagem do presidente Bolsonaro tem uma visita a Viktor Orban. 


O editor  



O objetivo de ser um player diplomático internacional é charmoso, porém quem assessora o presidente tem todas as variáveis devidamente identificadas e avaliadas?     

Neste momento, a questão-chave é saber quem está assessorando o Presidente. Dependendo do que vai acontecer, essa resposta vai ser cobrada.

Sessão do Conselho de Segurança 31 Janero 2022, que trata da questão Russo-Ucraniana.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...