O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 19 de maio de 2012

Rio Branco et la diplomatie bresilienne - PRAlmeida

Uma conferência, a convite do diretor da Maison de l'Amérique Latine, Alain Rouquié, ex-embaixador da França no Brasil.






Nous avons le plaisir de vous rappeler que le Mardi 22 mai 2012 à 19h00 se tiendra la conférence sur
Rio Branco et la diplomatie brésilienne, hier et aujourd'hui
de Paulo Roberto de Almeida,
diplomate, Professeur de relations internationales
au Centre Universitaire de Brasilia
A l'occasion du centenaire de la mort de
José Maria de Silva Paranhos,
baron de Rio Branco (1845-1912).
La Maison de l'Amérique latine 
217, boulevard Saint Germain
75007 PARIS 

Espionagem da China e paranoia dos EUA:

Os militares têm por obrigação de ser paranoicos, e um tanto quanto exagerados nas ameaças. Do contrário, como assegurar aqueles gordos orçamentos que fazem a alegria de todo mundo, de gregos e goianos? Isso em todos os lugares, em todas as épocas.
Os americanos são especialmente paranoicos; durante anos e décadas, eles se prepararam para um enfrentamento, ainda que virtual, com a URSS, apenas para ver esta implodir em algum momento do climax da competição estratégica. Com a China, se passa mais ou menos a mesma coisa, sendo que a paranoia do balanço estratégico não é justificada (pois a China vai continuar atrás durante décadas), mas a da espionagem é. Os chineses espionam descaradamente o tempo todo, o que é normal sempre quando se está atrás. Aliás, o novo presidente francês, disse, em março último, que "os chineses trapaceiam o tempo todo"... (sorrisos amarelos).
Mas esse tipo de competição, que os obriga a sempre avançar, é bom para os EUA e para o Pentágono, do contrário eles ficariam parados no mesmo lugar, sem grandes progressos tecnológicos. A espionagem chinesa os obriga a avançar cada vez mais no upgrade inventivo.
Bom negócio para todos (assim é, se lhe parece...).
Paulo Roberto de Almeida 

China linked to ‘economic espionage’
By Geoff Dyer in Washington
Financial Times, May 18, 2012

China is the world’s biggest supporter of “economic espionage”, the Pentagon says in its annual report on the Chinese military which also claimed that Beijing’s defence budget is much higher than official numbers. 
Friday’s report said China would continue to be an “aggressive and capable” collector of sensitive US technological information, including that owned by defence-related companies, and represented a “growing and persistent threat to US national security”. 
“Chinese actors are the world’s most active and persistent perpetrators of economic espionage,” the report said. 
The Pentagon report is the latest in a series of blunt warnings from the Obama administration about the growing risks to US interests from Chinese espionage, including from cyberattacks
A November report prepared by US intelligence agencies said that concerted cyber espionage by China and Russia posed “significant and growing threats” to American economic power and national security. 
Given the lack of transparency that has surrounded China’s military build-up, the Pentagon’s annual analysis of Chinese defence spending is a closely watched document, even if some Pentagon critics fear that scaremongering about China is being used to justify parts of the US budget. 
Even by China’s official figures, military spending has increased at double-digit rates during almost every year for the last couple of decades, although as a proportion of overall spending the defence budget has remained relatively constant. 

The Pentagon said China’s actual military spending in 2011 was between $120bn and 180bn. That compares to an official Chinese budget for 2012 of Rmb670.247bn ($110bn), which was 11.2 per cent higher than the year before. 
In 2011, China conducted the first test flight of the J-20 stealth fighter jet, while a refitted aircraft carrier acquired from the Soviets was also launched last year. 
Among new developments in Chinese spending, the Pentagon said there were indications that parts of a locally-made aircraft carrier were already under construction and could be operational by 2015. 
The report said that the J-20 test flight demonstrated China’s ambitions to develop an aircraft that combined “stealth attributes, advanced avionics and super-cruise engines”, making it a potential rival to the Pentagon’s own new generation fighter jet, the F-22 Raptor. A separate US government document published last month quoted US intelligence agencies as predicting the Chinese jets could be operational by 2018. 

The F-22 Raptor suffered a significant blow this week when strict restrictions were placed on their use because of concerns about the safety of pilots from a lack of oxygen. The F-22 has been controversial for years, with powerful critics in Congress claiming that the expensive project was not needed because there is no obvious rival. However, its supporters point to Chinese and Russian efforts to build a new generation of stealth fighter jets. 

Copyright The Financial Times Limited 2012.

Keynesianismo: uma total falta de logica - Gary North

Vale a pena ler este longo artigo, enviado pelo Eduardo Rodrigues, para confirmar o que já sabíamos: um pouco como o socialismo, o keynesianismo dura enquanto durar o dinheiro dos outros. Neste caso, ele dura indefinidamente, enquanto os keynesianos encontrarem uma maneira de "financiamento": mais emissões, mais impostos, mais inflação, mais endividamento, até perder de vista. Mas um dia, isso vem abaixo...
Paulo Roberto de Almeida
Austeridade, otimismo e a dissolução do estado assistencialista keynesiano
por 
Instituto Von Mises Brasil, quarta-feira, 16 de maio de 2012
Os keynesianos e os declaradamente anti-keynesianos se deram as mãos e, atuando em conjunto, passaram a propagandear um erro intensamente keynesiano: falar sobre a "austeridade" fiscal na Europa como sendo um fato negativo.  Um colunista da revista Forbes se referiu à austeridade como sendo uma espiral mortífera.
A palavra "austeridade", que surgiu com a crise da dívida do governo da Grécia dois anos atrás, tem sido utilizada pela mídia como tendo exclusivamente um único sentido: reduções nos gastos dos governos nacionais.  A palavra não é utilizada em relação à economia como um todo.
Mais do que isto: a palavra tem sido utilizada para explicar as contrações nas economias da Europa.  Fala-se que as reduções nos gastos dos governos estão causando a recessão das economias europeias.  Esta explicação é baseada inteiramente nos modelos keynesianos que dominam os livros-textos.
Mas há um problema: não houve reduções nos gastos.  Ao que tudo indica, para a mídia, "austeridade" não significa o mesmo que significa para uma pessoa normal: cortes severos nos gastos governamentais.  Ao que tudo indica, "austeridade" significa não haver absolutamente nenhum corte de gastos.
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Keynesianos sempre defendem aumentos nos gastos do governo.  Este é o âmago do keynesianismo.  O keynesianismo depende inteiramente de um mantra: "Gastos do governo curam recessões".  Todo o resto é periférico: inflação monetária, tributação crescente e livre comércio.  Estas questões periféricas sempre serão sacrificadas em prol da suprema premissa econômica: "Gastos do governo curam recessões."
É deste ponto que qualquer análise do keynesianismo deve partir.  Qualquer doutrina econômica, qualquer política econômica, qualquer solução proposta para a atual crise deve ser avaliada em termos deste mantra.  Qualquer coisa que não comece e não termine com este mantra não é keynesianismo.  Qualquer coisa que o faça, é keynesianismo.
Qualquer ideologia pode se declarar triunfante quando até mesmo seus professos críticos adotam tanto as suas conclusões quanto a sua retórica, e o fazem sem perceber.  Isto significa que os promotores desta ideologia obtiveram êxito total em estipular os termos do debate público.  É muito difícil substituir uma ideologia ou uma visão de mundo quando seus promotores já conseguiram estabelecer os termos do debate.
É algo que pode ser feito, é claro; mas, para fazer isso, os promotores de uma ideologia rival têm de expor não apenas os erros do atual sistema, como também a concordância implícita concedida pelos supostos críticos da ideologia dominante.  Tal postura, é bom deixar claro, não irá lhe garantir novas amizades entre estes infelizes que creem estar obtendo vitórias significativas ao argumentarem apenas contra aspectos periféricos da ideologia inimiga ao mesmo tempo em que aceitam todos os seus pressupostos centrais e todas as suas receitas políticas.  Eles já foram fisgados.
Um exemplo recente de um bem-intencionado, porém conceitualmente confuso anti-keynesiano pode ser conferido em um recente artigo da Forbes.  O título era poderoso: "O keynesianismo é a nova Peste Negra".  Mas o artigo concluía que a grande tragédia da Europa atual é a "austeridade".
Em teoria, a mídia universalmente define austeridade como cortes nos gastos do governo.  Eu nunca vi o termo sendo empregado em qualquer outro sentido.  Qualquer autor que utilizar esta palavra em algum outro sentido tem de explicar aos seus leitores o motivo deste novo significado.  Como o artigo da Forbes não ofereceu nenhuma outra distinção ou alternativa, interpretei o termo ao pé da letra.
Se a austeridade é a grande perversidade do momento, então a implicação é inevitável: aumentar os gastos governamentais e abandonar qualquer austeridade (que nunca houve) é algo positivo.
O mantra austríaco
Os economistas seguidores da Escola Austríaca também têm um mantra: "Menos impostos aumentam a liberdade."  Liberdade é necessária para o crescimento econômico.
Se um governo não puder reduzir impostos sem que isso o leve à falência, então ele tem de cortar gastos caso não queira quebrar.
Os governos europeus estão todos no caminho da falência.  O do Japão também.  O mesmo vale para o dos EUA.  A solução é cortar impostos e cortar gastos ainda mais.
"Nada de mais gastos governamentais.  Menos gastos governamentais!"
"Nada de mais déficits orçamentários.  Menos déficits orçamentários!"
"Nada de mais impostos.  Menos impostos!"
"Nada de mais inflação monetária.  Menos inflação monetária!"
Em suma: "Deixem o povo livre!"
A solução para a recessão europeia não é aumentar os gastos governamentais, e sim o oposto: reduzir os gastos dos governos.  E os impostos.  A solução, portanto, é mais austeridade.
Com isto em mente, examinemos um artigo que argumenta que a austeridade é a maior ameaça para a prosperidade da Europa.
Uma espiral mortífera?
O artigo começa com uma análise da política europeia.  Ele afirma que os eleitores estão desalojando todos os políticos que estão no poder, em todos os países.  Sarkozy foi a oitava baixa ao longo dos últimos doze meses.  Por que isso está acontecendo?  Eis a resposta sugerida:
Os eleitores da Espanha, da Grécia, da França etc. entendem que as elites governamentais empurraram suas economias para espirais mortíferas, e estão expressando este seu descontentamento nas urnas.
A questão mais fundamental, no entanto, é esta: por que estas elites empurraram suas respectivas economias para esta suposta espiral mortífera?  Por que fervorosas elites keynesianas fariam tal coisa?
Não sejamos ingênuos.  O Ocidente tem sido gerido por elites keynesianas, ou por políticos seguidores de ideias keynesianas, desde 1930 — seis anos antes de Keynes oferecer sua ininteligível justificativa para as políticas então adotadas pelos políticos, por meio de seu livro "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda".
O Banco Central Europeu, seguindo ideias keynesianas, empurrou as economias europeias para um crescimento econômico artificial entre os anos 2001 e 2007.  As economias da periferia da Europa — o chamado "Club Med" — entraram em uma acentuada expansão econômica.  O mesmo ocorreu com o membro honorário do Club Med: a Irlanda.  Os valores dos imóveis na Irlanda quadruplicaram.  Parecia que tudo iria durar para sempre.  As elites — principalmente os economistas — não emitiram nenhum alerta, exceto os economistas seguidores da Escola Austríaca, que, como sempre, foram sumariamente ignorados como se fossem dinossauros.
E então veio a fase da contração econômica.  Tudo o que o Banco Central Europeu havia feito antes de 2007 — inflacionar —, ele passou a fazer ainda mais agressivamente desde 2008.  Os governos europeus incorreram em déficits ainda maiores.  Todos eles implementaram estímulos keynesianos.  Nada funcionou.  A Europa entrou novamente em recessão.
No primeiro semestre de 2010, investidores europeu finalmente se atentaram para o fato de que a população do Club Med não era capaz de concorrer economicamente com o resto da Europa.  Tais países apresentavam seguidos déficits comerciais com o resto da Europa.  Este pessoal calmo e relaxado estava vivendo de dinheiro tomado emprestado junto ao resto da Europa.  Seus respectivos governos faziam o mesmo.  Eles não tinham a intenção de quitar estes empréstimos.
E por que não?  Porque é isto que o keynesianismo ensina.  Empréstimos governamentais não serão pagos.  Nunca.  A dívida governamental irá aumentar continuamente.  E com ela, a prosperidade.
Dois anos atrás, o Partido Socialista da Grécia descobriu a real profundidade do buraco da dívida em que o governo havia se metido.  As taxas de juros então começaram a subir nos países PIIGS.  Estes governos estavam encurralados.  Eles não mais poderiam continuar incorrendo em déficits crescentes, pois o custo dos empréstimos estava aumentando.
E foi aí que a realidade do keynesianismo se manifestou: déficits, ao contrário do que imaginam keynesianos, realmente importam.  Dinheiro não é de graça.  Dívidas devem ser roladas de acordo com os juros de mercado.  O horror!
E foi aí que os governos do sul da Europa começaram a "controlar" um pouco mais os gastos.  Não muito, como se vê no gráfico acima.  Os déficits continuam em níveis inauditos: acima de 6% do PIB.
Os keynesianos rotularam isso de "austeridade".
Mas não é austeridade, é claro.  São déficits orçamentários em escala maciça.  Austeridade é quando os governos incorrem em superávits orçamentários e utilizam as receitas em excesso para pagar a dívida nacional.
Não há austeridade na Europa desde aproximadamente 1914.
O padrão-ouro vigente de 1815 a 1914 impingia austeridade.  Esta era sua principal função e seu maior serviço à humanidade.  Ele obrigava os governos ocidentais a se manterem austeros.  E isto permitiu o setor privado crescer a taxas aceleradas.
Keynesianos odeiam o padrão-ouro porque eles acreditam que gastos governamentais crescentes são o que permitem o aumento dos gastos em consumo; e os gastos em consumo — e não a poupança — são, para os keynesianos, a base da prosperidade.
O público, que prefere o consumismo à austeridade de uma poupança, gosta das políticas do keynesianismo.  Déficits intermináveis, endividamento sem dor, crescimento ininterrupto: os keynesianos prometem, e os eleitores acreditam.
Porém, o dia do acerto de contas chegou em 2010.  O dinheiro gratuito ficou caro.  A festa não acabou, mas alguns dos convidados foram mandados de volta pra casa, onde se juntaram aos jovens adultos que estão sentados no sofá assistindo à televisão, pois não há empregos.
O público se sente traído.  Os eleitores, milhões deles, acreditaram no sonho keynesiano.  Políticos prometeram realizar a façanha de transformar pedras em pães.  Os eleitores aplaudiram.
Mas os tempos mudaram, nos diz o artigo.
Infelizmente para a Europa e para o mundo atual, não há, em todo o continente, candidatos ou partidos em prol do crescimento econômico para oferecer um alívio dos programas de austeridade que estão reduzindo suas economias a pó.  Sem ter ninguém em quem votar, tudo o que o eleitorado europeu tem podido fazer é votar contra.  Eles passaram a explicitar seus protestos derrotando os políticos atualmente no poder.
Os políticos que estavam no poder fizeram promessas excessivas.  Eles há muito vinham dizendo para o eleitorado que déficits não importavam.  Déficits não importavam enquanto os bancos do resto da Europa continuassem emprestando para os PIIGS a taxas de juros de alemãs, cuja população é bem mais frugal.  E então veio a realidade.
A Europa como um todo está em recessão; Grécia, Espanha e Portugal estão em depressão.  O que as pessoas devem fazer se os chefs econômicos tanto à esquerda quanto à direita estão oferecendo o mesmo e venenoso menu de "austeridade"?
Orçamentos equilibrados continuam sendo apenas uma miragem.  Cortes de gastos excessivamente tímidos, que confessadamente têm o objetivo extremamente modesto de reduzir os déficits para altos 3% do PIB em incríveis dez anos, são hoje tidos como "venenoso menu de austeridade".  Colocando em uma terminologia mais familiar, há um excesso de pedras e pouquíssimos pães.  Os eleitores não irão tolerar isso.
A razão por que não há chefs econômicos promovendo o crescimento é simples: alguém tem de financiar o crescimento dos gastos do governo.  Quem fará isso?  Quem confia nos PIIGS?
Quanto mais alto os eleitores protestam contra a austeridade, menor será o número de emprestadores — no caso, investidores dispostos a emprestas a taxas abaixo de 10%.
Peste!
O artigo, no final, chega ao seu objetivo.
Então, o que aconteceu na Europa?  A resposta curta é "peste".  A Peste Negra do século XIV foi causada pela Yersinia pestis bacterium, que foi disseminada por ratos.  A peste atual é resultado do keynesianismo, que está sendo difundido pelos economistas dos departamentos das principais universidades do mundo e também do The New York Times.  Infelizmente, ao contrário da Yersinia pestis, o keynesianismo é imune a antibióticos.
Como o artigo define keynesianismo?  Erroneamente.  Ele diz que keynesianos defendem aumento de impostos e cortes de gastos.
Austeridade, como está sendo atualmente praticada na Europa, baseia-se na crença keynesiana de que aumentos de impostos e cortes de gastos do governo possuem o mesmo efeito sobre os déficits do governo e sobre a economia.  Com efeito, as mais virulentas cepas do keynesianismo fazem as pessoas acreditar que aumentar a alíquota máxima do imposto de renda e aumentar os gastos governamentais pode realmente estimular o PIB, pois "os ricos" possuem uma "propensão marginal para poupar" mais alta do que os beneficiados por repasses governamentais.
François Hollande, o vencedor das eleições presidenciais da França, é um keynesiano.  Ele acredita que elevar a alíquota máxima do imposto de renda da França para 75% ao mesmo tempo em que contrata mais 60.000 professores sindicalizados irá melhorar as coisas.
Como assim?  O que o um político declaradamente socialista tem a ver com o keynesianismo?  Keynesianismo é aquilo que Paul Krugman defende: mais gastos e mais déficits, tudo em conjunto com uma grande expansão monetária feita pelo Banco Central para poder financiar esta expansão.
Qual político ou economista keynesiano já se pronunciou abertamente a favor de cortes de gastos, ou seja, austeridade?  Economistas austríacos já.  Ron Paul já.  É por isso que os austríacos e Ron Paul são marginalizados pela mídia keynesiana, que os considera excêntricos.
Para um político cuja mente está infectada de keynesianismo, faz todo o sentido tentar reduzir um déficit orçamentário por meio de uma combinação de aumento de impostos e cortes de gastos, com o equilíbrio entre os dois sendo determinado por alguma combinação entre considerações políticas e "equidade".
Há muitos políticos na Europa que impuseram mais tributos sobre os ricos.  Os eleitores sempre os encorajaram a fazer isso, e adoravam quando isso era feito.  Os eleitores hoje estão injuriados com os "cortes" de gastos.  Cortes de gastos reduzem o fluxo de fundos para burocratas do governo e para os clientes do estado.  É por isso que os sindicatos gregos fazem baderna.
O keynesianismo tradicional clama por mais gastos, mais endividamento e — caso os investidores privados exijam juros mais altos — mais expansão monetária feita pelo Banco Central para comprar mais títulos da dívida do governo.  O artigo espertamente rejeita esta monetização.  Mas não clama por um padrão-ouro.  Em vez disso, defende o euro.  Por isso, o artigo sofre de uma ilusão: imaginar que o euro não é somente mais um veículo inflacionário; imaginar que ele seja superior a dracmas geridos por keynesianos.
A hierarquia política keynesiana impôs o euro sobre os eleitores em 1999.  Os porta-vozes das elites vêm condenando a saída da Grécia da zona do euro.  Os tecnocratas gregos, que não foram eleitos pelo povo, assim como os tecnocratas de todo o resto da Europa, ou são ex-empregados do Goldman Sachs ou serão futuros empregados dele.  Eles estão agora sendo desalojados pelo eleitorado.  Os eleitores são populistas e socialistas.  Eles são simpatizantes da elite keynesiana apenas durante a fase expansionista do estado assistencialista.  Quando a conta chega, eles passam a defender emissão monetária feita individualmente pelos governos nacionais, tributação dos ricos, sindicalismo e aumentos nos gastos governamentais.
Conclusão
O keynesianismo está em uma espiral de morte.  Na mesma situação está o socialismo populista.  E o mesmo ocorre com o sistema monetário fiduciário, de características fascistas (corporativistas).  Todos estão em espirais mortíferas porque todos rejeitam esta premissa: "Impostos menores aumentam a liberdade".
A liberdade irá vencer.  Esta é uma afirmação escatológica, eu sei.  Uma das maneiras como ela irá prevalecer é por meio da falência da ordem social keynesiana, que defende mais impostos, mais regulamentações, mais déficits, mais inflação.
Para haver austeridade genuína, o governo tem de entrar em dieta: seus gastos devem ser genuinamente cortados.
É isso o que o eleitorado europeu não quer.  Mas é isso o que ele vai receber.
"Nada de menos austeridade.  Mais austeridade!"

Gary North , ex-membro adjunto do Mises Institute, é o autor de vários livros sobre economia, ética e história. Visite seu website.

China: a fachada e a realidade -- "filhos de Principe" estudam nos EUA

Esta matéria está especialmente dedicada aos antiamericanos primários, que acham que a China constitui um modelo novo, mais eficiente, de crescimento e de desenvolvimento, ou que os EUA são um país condenado à decadência, ou pelo menos ao declínio
Como resume seu autor logo no início, os líderes chineses estão sempre condenando, em público, os valores e o modo de vida americano, mas enviam seus filhos para estudar nas melhores universidades americanas. Devem ser alguns, dentre muitos, que sabem distinguir entre o que vale, e o que parece...
Pois é, inverteram o moto: "façam o que eu faço, não o que eu digo"...
Paulo Roberto de Almeida 

Chinese communist leaders denounce U.S. values but send children to U.S. colleges

By  and Maureen Fan

The Washington Post, Saturday, May 19

CAMBRIDGE, Mass. — When scholars gathered at Harvard last month to discuss the political tumult convulsing China’s ruling Communist Party, a demure female undergraduate with a direct stake in the outcome was listening intently from the top row of the lecture hall. She was the daughter of Xi Jinping, China’s vice president and heir apparent for the party’s top job.
Xi’s daughter, Xi Mingze, enrolled at Harvard University in 2010, under what people who know her there say was a fake name, joining a long line of Chinese “princelings,” as the offspring of senior party officials are known, who have come to the United States to study.
In some ways, the rush to U.S. campuses by the party’s “red nobility” simply reflects China’s national infatuation with American education. China has more students at U.S. colleges than in any other foreign country. They numbered 157,558 in the 2010-11 academic year, according to data compiled by the Institute of International Education — up nearly fourfold in 15 years.
But the kin of senior party officials are a special case: They rarely attend state schools but congregate instead at top-tier — and very expensive — private colleges, a stark rejection of the egalitarian ideals that brought the Communist Party to power in 1949. Of the nine members of the Politburo Standing Committee, the supreme decision-making body of a Communist Party steeped in anti-American rhetoric, at least five have children or grandchildren who have studied or are studying in the United States.
Helping to foster growing perceptions that the party is corrupt is a big, unanswered question raised by the foreign studies of its leaders’ children: Who pays their bills? Harvard, which costs hundreds of thousands of dollars in tuition and living expenses over four years, refuses to discuss the funding or admission of individual students.
Grandchildren of two of the party’s last three top leaders — Zhao Ziyang, who was purged and placed under house arrest for opposing the military assault on Tiananmen Square protesters in June 1989, and his successor, Jiang Zemin — studied at Harvard.
The only prominent princeling to address the question of funding publicly is Bo Guagua, a graduate student at Harvard’s Kennedy School of Government. His father is the now-disgraced former Chongqing party boss Bo Xilai, who, like Xi Jinping, is the son of an early revolutionary leader who fought alongside Mao Zedong.
Bo Guagua did not attend the seminar at Harvard’s Fairbank Center for Chinese Studies, which focused on his family’s travails. But in a statement sent a few days later to Harvard’s student-run newspaper, the Crimson, he responded to allegations of ill-
gotten wealth. He said he had never used his family name to make money and, contrary to media reports, had never driven a Ferrari. Funding for his overseas studies, he said, came entirely from unspecified “scholarships earned independently, and my mother’s generosity from the savings she earned from her years as a successful lawyer and writer.”

His mother, Gu Kailai, is in detention somewhere in China on suspicion of involvement in the death of Neil Heywood, a Briton who served as a business adviser to the Bo family. After what Chinese authorities say was a falling-out over money, Heywood was found dead, apparently poisoned, in a Chongqing hotel room in November.
Bo Guagua “is very worried about what might happen to his mother,” said Ezra F. Vogel, a Harvard professor who said he had received a visit from a “very anxious” Bo last week. Bo’s image as a wild playboy, Vogel added, is “greatly exaggerated.”
In China’s “dog-eat-dog” political culture, Harvard scholar Roderick MacFarquhar told the Fairbank Center seminar, the family is both “a wealth-generating unit” and a “form of general protection.” As a result, he added, “you have a party that is seen as deeply corrupt.”
Before his ouster, Bo Xilai had an official annual salary of less than $20,000. But his son attended Harrow School, an exclusive private academy in London with annual fees of about $48,000; then Oxford, which, for overseas students, costs more than $25,000 a year just in tuition; and the Kennedy School, which, according to its own estimates, requires about $70,000 a year to cover tuition and living expenses.
‘Top of the food chain’
“This is about haves and have-nots,” said Hong Huang, the stepdaughter of Mao’s foreign minister Qiao Guanhua and a member of an earlier generation of American-educated princelings. “China’s old-boy network . . . is no different from America’s old-boy network,” said Hong, who went to Vassar College in Poughkeepsie, N.Y., and whose mother served as Mao’s English teacher.
“There is something about elitism that says if you are born in the right family, you have to go to the right school to perpetuate the glory of the family. Going to an elite college is a natural extension of that,” said Hong, now a Beijing-based style guru and publisher. Among her ventures is iLook, an edgy fashion and lifestyle magazine that offers tips on how to enjoy what a 2010 cover story proclaimed as China’s “Gilded Age.”
Noting that the Communist Party has drifted far from its early ideological moorings, Hong said she sees no contradiction between the desire for an Ivy League education and the current principles of the ruling party and its leaders: “What part of China is communist, and what part of Harvard is against elitist authoritarianism?”
Hong’s stepfather, Qiao, was purged as foreign minister in 1976 and his ministerial post passed to Mao’s former interpreter, Huang Hua, whose son, Huang Bin, also went to Harvard. At the time, China’s education system lay in ruins, wrecked by the ­1966-76 Cultural Revolution and Mao’s vicious campaigns against intellectuals, who were reviled as the “stinking ninth category.”
Today, Chinese universities have not only recovered but become so fiercely competitive that getting into them is difficult even for well-connected princelings. Even so, top American universities still carry more cachet among many in China’s political and business elite, in part because they are so expensive. A degree from Harvard or the equivalent ranks as “the ultimate status symbol” for China’s elite, said Orville Schell, a Harvard graduate and director of the Center on U.S.-China Relations at the Asia Society in New York.
“There is such a fascination with brand names” in China that “just as they want to wear Hermes or Ermenegildo Zegna, they also want to go to Harvard. They think this puts them at the top of the food chain,” Schell said.
The attraction of a top-brand university is so strong that some princelings flaunt even tenuous affiliations with a big-name American college. Li Xiaolin, the daughter of former prime minister and ex-Politburo member Li Peng, for example, has long boasted that she attended the Massachusetts Institute of Technology as a “visiting scholar at the Sloan Business School.” MIT says the only record it has of attendance by a student with Li’s name was enrollment in a “non-degree short course” open to executives who have “intellectual curiosity” and are ready to spend $7,500 for just 15 days of classes.
Discipline case
The welfare of princelings studying abroad can become a matter for the Chinese government.
During his final year at Oxford University in England, Bo Guagua ran into trouble because of inattention to his studies. When the university initiated a disciplinary process against him, the Chinese Embassy in London sent a three-person diplomatic delegation to Oxford to discuss the matter with Bo’s tutor at Balliol College, according to an academic who was involved in the episode and who spoke on the condition of anonymity to be able to speak candidly. The embassy did not respond to a request for comment.
The embassy trio pleaded on Bo’s behalf, stressing that education is very important to the Chinese, the academic said. The tutor replied that Bo should, in that case, learn to study more and party less. The intervention by Chinese diplomats didn’t help Bo and, in December 2008, he was “rusticated” for failing to produce academic work of an adequate standard, an effective suspension that, under Oxford regulations, meant he lost his “right of access” to all university facilities. Barred from college housing, Bo moved into a pricey local hotel. He was, however, allowed to take a final examination in 2010. Despite his banishment from classes, he performed well and received a degree.
“He was a bright student,” said the Oxford academic, who knew Bo Guagua at the time. But “in Oxford, he was suddenly freer than anything he had experienced before and, like a good many young people in similar circumstances, it was like taking the cork out of a bottle of champagne.”
Most other princelings have kept a far lower profile.
On the manicured, sun-drenched grounds of Stanford University in Silicon Valley, Jasmine Li — whose grandfather, Jia Qinglin, ranks fourth in the Politburo and has made speeches denouncing “erroneous” Western ways — blends in seamlessly with fellow American undergraduates.
Photographs have appeared online showing her wearing a black-and-white Carolina Herrera gown at a Paris debutante ball in 2010, and she shares with Bo Guagua a taste for horse riding. As a freshman last year, she rode with the Stanford Equestrian team.
But her presence on campus is low-key, like that of Xi’s daughter at Harvard, whom fellow students describe as studious and discreet. Li rides a shiny red bicycle to and from classes, has an American roommate and joined a sorority, Kappa Alpha Theta. She often studies after class in the sorority house’s high-ceilinged living room alongside fellow members.
Reached at her sorority, Li declined to comment on her time in the United States or her ambitions, saying, in unaccented English, that she needed to consult first with her family in China.
‘Achilles’ heel for the party’
The stampede to American campuses has delivered a propaganda gift to critics of the Communist Party, which drapes itself in the Chinese flag and regularly denounces those who question its monopoly on power as traitorous American lackeys. A widespread perception that members of the party elite exploit their access and clout to stash their own children and also money overseas “is a big Achilles’ heel for the party,” said Harvard’s MacFarquhar.
Bitter foes of the ruling party such as the banned spiritual movement Falun Gong have reveled in spreading sometimes unfounded rumors about privileged party children. New Tang Dynasty TV, part of a media empire operated by Falun Gong, reported, for example, that 74.5 percent of the children of current and retired minister-level Chinese officials have acquired either green cards or U.S. citizenship. The rate for their grandchildren is 91 percent, said the TV station, citing an anonymous Chinese blog posting that in turn cited supposed official U.S. statistics. No government agency has issued any such statistics.
Though of dubious accuracy, the report stirred a storm of outrage on the Internet, with Twitter-like micro-blogs denouncing the hypocrisy of the party elite. Most of the comments were quickly deleted by China’s army of Internet censors. But a few survived, with one complaining that officials “curse American imperialism and capitalism all the time but their wives and children have already emigrated to the U.S. to be [American] slaves.”
Symbol of excess
Similar fury greeted photographs that showed Bo Guagua cavorting at parties with Western women at a time when his father was promoting a neo-Maoist revival in Chongqing and urging the city’s 33 million residents to reconnect with the austere values of the party’s early years.
Bo, a poster boy for princeling excess, stopped attending classes this spring and last month moved out of a serviced apartment building with a uniformed doorman near Harvard Yard. (Rents there range from $2,300 to $3,000 a month.) People who know him at Harvard say he had earlier split up with his girlfriend, fellow Harvard student Sabrina Chen, the granddaughter of Chen Yun, a powerful party baron. Before his death in 1995, Chen took a hard line against the “infiltration” of Western values and, along with Bo Guagua’s grandfather, Bo Yibo, pressed for a military crackdown against student protesters who gathered in Tiananmen Square around a plaster statute inspired by the Statute of Liberty.
The cook at a fast-food eatery near his Cambridge apartment building said Bo Guagua used to come in regularly but didn’t make much of an impression. “He just ordered the usual stuff, BLTs. Nothing special,” said the cook, who gave his name as Mustafa.
Staff at Changsho, a Chinese restaurant, however, remember a more extravagant customer. Late one evening, for example, Bo came in alone, ordered four dishes and left after barely touching the food. “He didn’t even ask for a doggie bag,” recalled a restaurant worker, appalled at the waste.

Fan and special correspondent Yawen Chen reported from Palo Alto, Calif.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Aos FaceBookeanos demandantes: sorry felows, estou me retirando para uma montanha

Tenho recebido, continuamente, demandas e mais demandas de relacionamento através do FaceBook, uma vez que eu figuro como membro, assinante, ou sei lá o que dessa ferramenta de relacionamento.
A questão é que estou e NÃO ESTOU... 
Explico, aproveitando justamente uma mensagem enviada por ex-aluno que me fazia o pedido.
Eis o que respondi:



Grato pelo contato e pela demanda. 
Sinto decepcioná-lo, voce e dezenas ou centenas de outros.
Simplesmente não uso o FB: entrei em busca de noticias de jornais americanos, que anunciavam que estavam no FB, e descobri que o aproveitamento do instrumento para ler notícias (minhas necessidades prioritárias) não é lá muito high performing.
E, justamente, a demanda por relacionamentos é enorme, o que me imporia uma extra cargo de trabalho apenas para responder a amigos e conhecidos.
Portanto, para nao discriminar ninguem, simplesmente nao entro e nao uso o FB, embora reconheça sua utilidade.
Eu já tenho um tempo muito reduzido para ler meus livros e revistas e para redigir meus textos, e se eu fosse me relacionar no FB isso me tiraria um precioso tempo que me falta, justamente, para completar tudo aquilo que desejo fazer, ao meu próprio ritmo.
Desculpe, mais uma vez, mas por enquanto não pretendo usar essa excelente ferramenta de relacionamento.
Sou um eremita, por excelência...
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Paulo Roberto de Almeida

O investimento na "democracia": continua rendendo...

Parece que essa indústria das indenizações continua rendendo, agora em nível estadual...
Como diria o Millor, quando o pessoal foi para a luta armada -- e é falso que tenha sido uma luta pela democracia -- eles estavam, na verdade, fazendo um investimento para o futuro...
Paulo Roberto de Almeida 

Dilma será indenizada pelo governo do Rio  
Cássio Bruno
O Globo, 18/05/2012


Presidente e outras 244 pessoas pediram reparação e receberão R$ 20 mil por terem sido torturadas no estado 

DIREITO À HISTÓRIA 
A presidente Dilma Rousseff receberá do governo do Rio, até o fim de junho, uma indenização de R$ 20 mil por ter sido interrogada e torturada no estado durante a ditadura militar. A notícia foi publicada ontem na coluna "Informe do Dia". Dilma está na lista com outras 244 pessoas que serão beneficiadas até 2013. das 1.113 vítimas do regime ou herdeiros  que entraram com pedidos de reparação, 895 tiveram os processos aprovados pela Comissão especial criada para analisar os casos, e 650 já foram 
indenizadas. 
O requerimento foi feito por Dilma em 2004. Além do Rio, a presidente também pediu reparação em São Paulo e em Minas Gerais, estados onde foi interrogada, processada, julgada e condenada. Dilma fez parte da luta armada contra a ditadura na organização VAR-Palmares. Em 16 de janeiro de 1970, ela  foi presa por subversão. Foi brutalmente torturada, submetida a choques e pau de arara. Acabou condenada a quatro anos de prisão. 
- Trata-se de um reconhecimento daqueles que lutaram pela democracia. O dinheiro não resolve. 
O importante é o reconhecimento do Estado. Não podemos esquecer o passado - afirmou Andrea Sepúlveda, superintendente de Defesa e de Promoção de Direitos Humanos. 
O secretário estadual de Assistência Social, Rodrigo Neves, disse ontem que Dilma doará o dinheiro. A assessoria de imprensa do Planalto, no entanto, não confirmou a informação. 
O pedido de desculpas oficial do governo do Rio às vítimas da ditadura ocorrerá em 4 de junho, às 16h, no estádio Caio Martins, em Niterói, na Região Metropolitana. Dilma não confirmou presença. 
Anteontem, numa cerimônia histórica, em Brasília, que reuniu os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor de Melo e José Sarney, Dilma instalou a Comissão da Verdade. O órgão foi criado para apurar violações aos direitos humanos de 1946 a 1988. 
No discurso, a presidente chorou e destacou que a iniciativa é um esforço do Estado para revelar a História recente do país.
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Jornalista Carlos Brickmann:


 Millôr e Dilma
Dilma Rousseff, PT, presidente da República, receberá do Governo do Rio, até o final de junho, uma indenização de R$ 20 mil, por ter sido interrogada e torturada no Estado durante a ditadura (promete doar a indenização ao grupo Tortura Nunca Mais). Dilma pediu indenização também ao Governo Federal, a São Paulo e a Minas Gerais.

Como dizia Millôr Fernandes sobre as indenizações: "Eu pensava que eles estavam defendendo uma ideologia, mas estavam fazendo um investimento."

O "tsunami" financeiro e os estimulos keynesianos...

Tem gente que sai por aí denunciando, ao mesmo tempo, políticas recessivas, "que só aprofundam o desemprego e o ciclo depressivo", e a inundação de dinheiro, ou "tsunami financeiro", que estaria, supostamente, provocando valorizando de certas moedas periféricas (enfim, para ser coerente com a terminologia desse pessoal anos 1950, agora mesmo homenageado na figura de uma paladina dessas ideias recicladas).
Contraditório, não é mesmo?
Mas é assim mesmo: tem gente que não se exime de pedir uma coisa e seu contrário, simultaneamente.
Como se tudo fosse uma questão de estímulos keynesianos: basta injetar dinheiro que o ciclo se inverte.
E não estou falando de quaisquer pessoas, não, desses que nunca estudaram economia e ainda pretendem dar lições aos maiores.
Estou falando de duas sumidades econômicas, como reproduzido mais abaixo.
Mas, como certos números demonstram, a cachoeira de dinheiro nem sempre se traduz em resultados imediatos, havendo mesmo uma acumulação de dívida para pouco crescimento, como se pode registrar imediatamente abaixo.
Paulo Roberto de Almeida 



Obama to push debt-strapped Europe for more 'stimulus,' more debt at G8
By Bill Wilson

Today at Camp David, the Obama Administration is expected to push France and Germany to engage in more "stimulus" policies (i.e. spend, borrow, and print more money) to lift Europe's ailing economy.

As reported by Time, "The U.S. has been pushing [newly elected French President Francois] Hollande to consider some short-term stimulus. [and] hopes to persuade [German Chancellor Angela Merkel] to take stronger stimulative measures, and to shore up the central bank and other big banks bracing for a Greek default."

There's only one problem. Too much government debt and borrowing is how Europe got into this mess in the first place, and what is leading their recession.

So, how will more "stimulus" and more debt lead Europe out of its malaise?

Despite government debts in the Eurozone growing $1.089 trillion in 2010 and 2011 since the crisis began, the economy there has only grown nominally by $492 billion in the past two years, according to data published by Eurostat, accounting for much of the currency bloc's entire credit expansion during that period.

That means for every 2 euros governments borrowed and printed, only 1 euro of growth was achieved. And as the crisis drags on it only gets worse. In the first quarter of 2012, the economy there did not grow at all, despite all of the "stimulus" borrowing and spending. Hardly a measure of success.

Obama will likely tell Merkel that she just needs a more efficient printing press.

Across the pond here, we actually have one in the Federal Reserve. But our own experience in the U.S. has not been much better. Despite $3.4 trillion of fiscal and monetary "stimulus" since the crisis began, 27 million Americans still cannot find full-time work in the Obama economy. More than 5 million have given up looking all together.

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E aqui a prescrição integralmente keynesiana:

How Keynes would solve the eurozone crisis
Marcus Miller and Robert Skidelsky
Financial Times | Wednesday, May 16, 2012

Almost 100 years ago, a young official in the UK Treasury sought to advise European policy makers on how daunting external debts might best be managed. There was, he argued, a limit to the national capacity to service debts. Those expecting further payments were bound to be disappointed. More than that, efforts by creditors to insist on further debt payments would be politically dangerous. “If they do sign,” he wrote to a friend, “they can’t possibly keep some of the terms, and general disorder and unrest will result everywhere.” He recommended a round of debt cancellation among European countries, a plan that would – at the stroke of a pen – remove much of the problem. When he was ignored by creditor governments, John Maynard Keynes quit his post to write the Economic Consequences of the Peace.

In today’s Europe, of course, the tables are decisively turned. It is not Germany that is suffering under an unsustainable sovereign debt burden, but its southern eurozone partners.

What is the German counsel? Answer: the economics of austerity. Countries with high sovereign debts must increase taxes and cut spending regardless of the consequences for the real economy. Angela Merkel likes to evoke the Swabian housewife: “In the long run you can’t live beyond your means.”

Underpinning the German position is the belief that resolving debt problems is the sole responsibility of the debtor. Keynes, by contrast, held that both creditors and debtors should share the task of getting economies out of holes they had jointly dug. “The absolutists of contract,” he wrote in 1923, “are the real parents of revolution.”

The economic effects of this policy are becoming clearer by the day: unlike the US, unlike the Bric countries (Brazil, Russia, India and China), Europe has essentially stopped growing – and there is little hope of growth resuming in the near term. Nor, evidently, have the debt problems been solved. Since the collateral for sovereign debt is citizens’ capacity to pay tax, recession and unemployment undermine the capacity to service debts and national credibility in capital markets, as shown again this week by rising yields in southern European debt markets.

The political consequences are, if anything, worse. Talks to form a Greek government have collapsed. This is unsurprising: no government pledged to unalloyed austerity in response to its debt obligations can face its voters with confidence.

Yet Greece is only an extreme example. Centrist governments across the Mediterranean are increasingly seen by their citizens as powerless. They have no independent monetary policy; no capacity to devalue; no right to impose capital controls; limited ability to support failing national enterprises; and now they are mandated to tighten fiscal policy. When moderation fails, the time comes for citizens to turn to those promising to take power into their hands, be they from the right or the left – anything but the pusillanimous centre!
That is what happened in the 1930s. It is a historical irony that European countries that avoided a repeat of the Great Depression after the banking crisis are now driving into the blind cul-de-sac that led to extremism in that earlier disaster. German historical memory has vivid recall of the hyperinflation of 1920-23. But it is possible to forget it was deflation and the Great Depression that brought Hitler to power in 1933.

One of the lessons of history is that sovereign debts must be managed in ways that do not destroy either the economy or the political centre ground. Europe hosts some of the best – and best paid – financial experts in the world; let their talents help governments shake off their paper shackles and devise ways of reducing debt without austerity.

If this means project spending – financed off-balance sheet by jointly guaranteed liabilities or by higher taxes, so be it. If it means substantial restructuring of sovereign debts swapped into indexed debt or growth bonds, or with grace periods until countries resume growth, so be it. If it requires shifting some of the burden of debt finance on to older generations who own the debt, that political issue must also be faced.

Eurozone countries must be allowed to grow again. For a country in such desperate straits as Greece, however, orderly exit from the euro to regain competitiveness looks to be the best option. But it is in the interest of both Greece and its creditors that the resulting devaluation be controlled. We must not add currency wars to our present pile of problems.

The writers are respectively professor of economics and emeritus professor of political economy at the University of Warwick



Get full story here.

Lei de (Nao) Acesso a (Des)Informacao: Congresso Nacional

Uma empresa privada realmente não tem porque revelar quanto paga a seus funcionários, e empregados do setor privado têm todo direito à intimidade do seu bolso (ou salários depositados em conta).
O mesmo, entretanto, não deveria valer para o setor público, onde funcionários concursados são pagos com o dinheiro de contribuintes. Estes têm o direito de saber quanto estão ganhando aqueles que supostamente estão a seu serviço, e o  Estado tem o DEVER de informar.
No Brasil, certas coisas são manifestamente contrárias à legalidade...
Paulo Roberto de Almeida 



A caixa-preta do Congresso
No primeiro dia de estreia da Lei de Acesso à Informação, ontem, o Senado e a Câmara dos Deputados — Casas em que a legislação tramitou durante anos e só foi aprovada por pressão do governo — afirmaram que não pretendem informar o salário de seus servidores, descumprindo o novo texto, que estabelece como público esse tipo de dado. Ao contrário da Controladoria-Geral da União (CGU), que ressaltou justamente essa informação como exemplo que deve ganhar publicidade, o Congresso se fechou sobre o tema.
“Informações consideradas pessoais, ou seja, aquelas relativas à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem de um indivíduo, não podem ser divulgadas. Ou seja, o salário de um servidor específico não pode ser divulgado nem na internet nem a pedido de um cidadão”, alegou a Câmara em nota enviada ao Correio. O Senado usou o mesmo argumento. As justificativas contrariam não só a nova lei, como também a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema. Em julho de 2009, o então presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, liberou a publicação na internet da remuneração mensal dos 162 mil servidores da Prefeitura de São Paulo.

Coreia do Norte: uma potencia capitalista

Piada, claro, mas seria o caso de saber se essa maravilhosa associação de interesses entre o bandido e os bandidos se deu antes ou depois do estabelecimento das relações diplomáticas bilaterais, por mais uma dessas brilhantes iniciativas da doutrina do nunca antes neste país...




IR de bicheiro aponta sócio na Coreia do Norte
A declaração de Imposto de Renda Pessoa Física de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, apresenta uma informação que surpreendeu os parlamentares. Que o contraventor era sócio da Bet Capital, com 49%, todos sabiam. O que chamou a atenção dos senadores é que a outra parte da sociedade, em nome da Bet Corporation, estaria sediada na Coreia do Norte, um dos países mais fechados do mundo, onde não há empresa privada, pois é um estado comunista. As informações levantam suspeitas de lavagem de dinheiro em empresa de fachada.
De acordo com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Cachoeira recebeu vultosos recursos da Bet Capital. Em 2008, foram R$ 2,8 milhões; em 2009, R$ 4,3 milhões, mesmo valor repetido em 2010. No entanto, como afirmou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), os rendimentos tributáveis do contraventor eram espartanos.



Lavagem de dinheiro na Coreia
A análise dos 41 volumes de documentos relativos à declaração de Imposto de Renda dos últimos 10 anos do bicheiro Carlinhos Cachoeira, encaminhados pela Receita Federal à CPI, indica que o contraventor tinha uma espécie de “lavanderia” internacional do dinheiro sujo obtido no Brasil. Nas declarações de IR dos exercícios referentes aos anos de 2008, 2009 e 2010, o bicheiro informa que recebeu da empresa BET Capital R$ 11,4 milhões a título de empréstimos. A suspeita é de que os recursos da organização criminosa eram encaminhados para a empresa BET Company, estranhamente com sede na comunista Coreia do Norte, na Ásia, e acionária majoritária da BET Capital.
Carlinhos Cachoeira teria 49% das ações e a BET Company outros 51%. O esquema que começa a ser desvendado aponta que o dinheiro sairia do Brasil e voltava para a BET Capital, que emprestava milhões ao contraventor. Cachoeira declarou ter recebido da empresa R$ 2,8 milhões em 2008; R$ 4,3 milhões em 2009; e novamente R$ 4,3 milhões em 2010. Existem também empréstimos com cifras milionárias no nome da ex-mulher e de um ex-cunhado.

G8 e seguranca alimentar: o que o Brasil poderia fazer?

Abaixo, o editorial desta sexta-feira, 18 de maio de 2012, do Washington, saudando mais um (sim, mais um) plano de salvamento global dos miseráveis do mundo, majoritariamente concentrados na África.
Duas únicas observações.
Não uma linha sequer sobre o protecionismo e o subvencionismo agrícolas dos países desenvolvidos -- em primeiro lugar UE e EUA, que distorcem os mercados globais e dificultam, justamente, o potencial agrícola dos países africanos -- ou sobre a famosa "ajuda alimentar", um dos canais que também impedem esses países de se qualificarem nos mercados agrícolas globais.
Tampouco se vê, mas disso o editorial não tem culpa, como o Brasil, uma das maiores potências agrícolas do planeta, e que poderia estar associado a todo e qualquer esforço de qualificação tecnológica na agricultura tropical, poderia estar associado a essas iniciativas. Ele não só poderia, como DEVERIA estar vinculado a qualquer iniciativa que se faça nesse terreno.
Paulo Roberto de Almeida 

A worthy G-8 proposal aims to lift millions out of poverty

By Editorial Board

The Washington Post, May 18, 2012

OVER THE PAST decade, the world has made great strides in helping people lift themselves out of extreme poverty. But more than half of sub-Saharan Africa’s 740 million people still subsist on less than $1.25 a day. More than one-fourth suffer from chronic hunger. By 2050, the region’s total population will double. Without increased agricultural productivity, the region’s poverty and malnutrition will not only persist but worsen.
On Friday, in advance of the 2012 Group of Eight summit of industrialized nations at Camp David, President Obama is to announce a joint effort to lift 50 million people in the region out of extreme poverty within 10 years. The innovative strategy behind the New Alliance for Food Security and Nutrition is to foster political reform as a means of encouraging increased private investment in agriculture. The investment is not targeted at large-scale corporate production but aims to enable smaller-scale farmers to increase output, primarily for their own consumption but also for sale.
According to Rajiv Shah, administrator of the U.S. Agency for International Development (USAID), political barriers have doomed past agricultural development strategies in sub-Saharan Africa, the only region in the world to see no substantial agricultural growth in the past 40 years. Excessive government involvement and corruption have dissuaded investors and discouraged local farmers. Government restrictions on seed variety have inhibited local entrepreneurship and lowered sales. A lack of collateral registries has prevented farmers from obtaining loans or insurance.
The new effort is designed to lift those barriers to investment. “African governments are cutting red tape and making pro-market reforms,” Dr. Shah said. The affiliated African countries, a group that now includes Ethiopia, Tanzania and Ghana but is expected to expand to a majority of the region’s 47 nations, have each committed to 10 to 12 specific political reforms. For example, Tanzania has undertaken an effort to do away with its export ban on agricultural production. Ethiopia has agreed to launch a land-titling process, enabling microfinance by promoting land ownership.
In turn, more than 40 companies have committed to doubling their investment in agricultural development in Africa, with financial contributions of $3.5 billion. For example, Vodafone, the British telecommunications company, will provide technology to allow small-scale farmers to check market conditions and negotiate prices. Tanzania-based Tanseed International will offer farmers greater seed variety and aid them in harvesting more efficiently.
If the initiative meets its target, it will ameliorate hunger in 13 percent of the destitute population of sub-Saharan Africa. It is just one step, and it doesn’t lessen the need for development aid. But lifting barriers to farm productivity could end up helping many more than 50 million. It is a vital goal, and this initiative offers a novel and sensible approach.

Mandarinato oficial pretende viver escondido...

Por trás da proteção da "intimidade", se esconde a defesa dos privilégios.
Essa reação é tão evidentemente amoral, que tudo vai ser feito para que o assunto se arraste por longos anos até uma indecisão -- sim, vocês leram bem, uma indecisão -- do último tribunal de causas especiais, antigamente conhecido como corte suprema, ou STF.
Estou totalmente convencido de tudo vai ser feito, até o desrespeito da lei, para esvaziá-la de qualquer conteúdo substantivo.
Mandarins sempre atuam em segredo. Não será desta vez que a transparência será feita...
Mais ainda: mesmo e quando for feito, SE for feito, nem tudo virá às claras, pois existem pagamentos de outras fontes, não apenas a da viúva federal. As outras também pagamos, indiretamente, mas não vão aparecer...
Paulo Roberto de Almeida 



Por Rafael Moraes Moura
O Estado de S.Paulo, 18/05/2012

A decisão da presidente Dilma Rousseff de mandar publicar na internet os salários, com todos os penduricalhos, dos ocupantes de cargos públicos no Executivo desencadeou ontem uma reação dos sindicatos de servidores, que foi reforçada pela resistência da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e entidades do Judiciário, e vai acabar em uma batalha judicial.
Com isso, a Lei de Acesso à Informação, criada com o objetivo de tornar a gestão pública mais transparente e eliminar as resistências à divulgação de dados oficiais, pode virar objeto de disputa entre Poderes. Servidores federais ameaçam ir à Justiça contra a divulgação de salários, auxílios, ajudas de custo, jetons e “quaisquer vantagens pecuniárias,” de maneira individualizada, dos ocupantes de cargos públicos.
Válido para o Executivo federal, o decreto publicado ontem no Diário Oficial da União deve constranger os Poderes Judiciário e Legislativo de todo País - e vai na contramão da postura do Senado Federal, que decidiu que os vencimentos dos funcionários são informação protegida.
Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto na última quarta-feira, a presidente disse que a transparência funciona como inibidor eficiente de “todos os maus usos do dinheiro público”. “Fiscalização, controle e avaliação são a base de uma ação pública ética e honesta”, afirmou Dilma, que já perdeu sete ministros por conta de denúncias.
Para o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Maurício da Costa, a divulgação de salários expõe a intimidade do servidor.
“Transparência tem limite. O servidor já declara o seu imposto de renda, vai ter exposto o contracheque pra todo mundo ver? É no mínimo quebra de sigilo, é um desrespeito à intimidade do servidor e abre espaço para tudo que é mazela, sequestro relâmpago, má-fé”, criticou Costa, que não quis informar seu salário.
“A presidente Dilma tem de se preocupar é com quem pratica a dilapidação do patrimônio público e acumula rendas ilícitas. Hoje o governo Dilma virou balcão de negócios, esses (os servidores comissionados) é que têm de ter sua renda exposta.” Na avaliação do secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF (Sindsep-DF), Oton Pereira, a divulgação individualizada é “invasão de privacidade”.
“A corrupção e os desvios públicos não se dão no contracheque do servidor. Se dão nas negociatas, convênios, nas terceirizações, nas negociatas dos gabinetes ministeriais. É desviar a atenção do foco principal”, condena. “Os servidores conhecem muito bem os salários de todo mundo. É invasão de privacidade.” Questionado pelo Estadão, o secretário-geral disse que ganha mensalmente R$ 5.650 brutos. Sindsep e Condsef já estão consultando suas assessorias para ir à Justiça e reverter a decisão da presidente, caso o Planalto não volte atrás.

CPI: Comissao Parlamentar de "Imbromacao" (cosi è, si vi pare...)

Caro eleitor, cidadão contribuinte...
Ainda vão torrar o seu dinheiro por nada.
Essa CPI, que não se destina a investigar nada do que merece ser investigado, e que vai "investigar" tudo o que já foi investigado pela Polícia Federal, vai gastar um dinheiro enorme em inutilidades supérfluas (com perdão pela redundância), sem qualquer significado real, a não ser enganar os que desejam ser enganados.
Ou seja, uma pantomima das mais caras e ridiculamente dispensáveis...
Paulo Roberto de Almeida 



PT e PSDB vão ignorar suspeitas contra Marconi Perillo, Agnelo Queiroz, Sérgio Cabral e Fernando Cavendish, informa a Folha. Só quadrilha dos caça-níqueis será investigada, o que já foi feito pela Polícia Federal Leia mais

A Comissao da (Meia) Verdade e os conflitos inevitaveis

A presença, no governo, de guerrilheiros reciclados, de recalcados do socialismo que se foi, de derrotados pelo regime militar, enfim de várias viúvas de regimes ditatoriais desaparecidos e de órfãos de uma pretensa "democracia popular" que era uma simples mistificação, ainda vai causar dificuldades a esta administração.
O fato de que alguns desses integram a Comissão da "Verdade" (aspas triplas, já que o conceito é maleável) é mais uma garantia de que ela será mais um foco de confusão.
Minhas apostas (posso estar sendo pessimista, claro, e ser desmentido por essas surpresas que de vez em quando ocorrem, ainda que raramente) são as de que ela vai perder metade do tempo em debates internos, de procedimento, e depois vai soçobrar no irrealismo, com declarações em off de alguns de seus membros (para não serem desmentidos no dia seguinte por algum outro membro, ou demitidos sumariamente, como alguns já deveriam ter sido, por declarações intempestivas e equivocadas), com "explicações" a posteriori do governo, com reclamações de diferentes setores (não ouvidos) e um sem número de outras questiúnculas, que vão precipitar o tal grupo no redemoinho das ideias mal pensadas, mal implementadas e mal conduzidas. Enfim, ela vai soçobrar no seu próprio ridículo.
Posso ser desmentido, pois a realidade é ainda mais bizarra do que nossas previsões.
Ao fim e ao cabo, tudo é possível, inclusive a montanha parir um rato, ou uma barata...
Paulo Roberto de Almeida 

Por Tânia Monteiro
Estado de S.Paulo, 18/05/2012

Ex-ministro do Exército do governo José Sarney, o general da reserva Leônidas Pires Gonçalves atacou a presidente Dilma Rousseff e a Comissão da Verdade instalada na quarta-feira, em solenidade no Palácio do Planalto, classificando-a de “uma moeda falsa, que só tem um lado” e de “completamente extemporânea”. Ao Estadão, Leônidas disse que a presidente Dilma deveria ter “a modéstia” de deixar de olhar o passado e olhar para frente, “para o futuro do País”.
Recolhido em sua residência, Leônidas, que está com 91 anos, evita fazer declarações à imprensa, mas fez questão de falar sobre a instalação da Comissão da Verdade por considerar que os militares estão “sendo injustiçados” e não vê quem os defenda no governo. Segundo ele, quando Nelson Jobim era ministro da Defesa havia um interlocutor. “Ele se colocava”, disse. “Mas o seu sucessor, Celso Amorim, que deveria se manifestar está ligado ao problema.”
O general se diz indignado com o que define como “injustiça que está sendo feita com o Exército”. Para ele, a Força está sendo “sumariamente julgada e punida”. Mas Leônidas defendeu a liberdade de expressão. “Que se respeite a minha opinião. Aqui é uma democracia. A palavra é livre e isso foi graças à nossa intervenção”, reagiu.
Para ele, “embora o discurso seja de que não haverá punição com esta Comissão da Verdade, já estão promovendo a maior punição ao Exército, que está tendo o seu conceito abalado injustamente”.
O ex-ministro do Exército acha que os comandantes militares deveriam falar em defesa da categoria e espera que eles, pelo menos, estejam levando a insatisfação dos oficiais aos demais integrantes do governo em relação à Comissão da Verdade. Leônidas declarou ainda que os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica “têm de orientar como os militares que forem chamados à comissão devem se comportar”.