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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Crimes Economicos do Lulo-Petismo: a sabotagem do acordo de Alcantara - Rubens Barbosa

Os crimes econômicos do lulo-petismo não começaram apenas com a posse do guia genial dos povos, mesmo se eles foram intensos, continuados, repetidos desde janeiro de 2003. Eles começaram antes, como a sabotagem dos acordos de investimento e, sobretudo, o de salvaguardas tecnológicas com os Estados Unidos, para o uso comercial de Alcântara.
Esse foi um dos maiores crimes, pois cortou do Brasil a possibilidade de ganhar milhões de dólares com lançamentos comerciais e de, pouco a pouco, absorver tecnologia de formas variadas.
Os petistas, com outros nacionalistas de araque, bloquearam o acordo, como bloquearam outros, causando imensos prejuizos ao Brasil.
Vou dedicar-me agora a fazer a história dos crimes econômicos do lulo-petismo: eles atingem todos os setores do Brasil, causando milhões, bilhões de prejuizo, sem falar do custo-oportunidade.
Criminosos econômicos, é o que eles são, sem falar de outros crimes, claro, alguns até ao estilo Renascimento...
Paulo Roberto de Almeida


                                                MISSÃO NÃO CUMPRIDA
 Rubens Barbosa
O Estado de S.Paulo, 26/08/2014

O aproveitamento do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e o desenvolvimento de veículos lançadores de satélites (VLS) são prioridades no âmbito do Programa Nacional de Atividades Espaciais do Ministério da Defesa.
A situação privilegiada da Base de Alcântara, no Maranhão, criada para lançamento de satélites, previa grandes perspectivas comerciais para o Brasil. A estratégica localização geográfica da base, situada a dois graus de latitude sul da linha do Equador, poderia permitir o lançamento de foguetes com 13% de economia de combustível em relação ao consumido em Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, e com 31% comparado com Baikonur, no Cazaquistão.
          O funcionamento de um centro de lançamento competitivo permitiria a entrada do Brasil no importante nicho de mercado de satélites de telecomunicações e de meteorologia.
, porém, um detalhe importante. Um programa desse porte só será possível se houver um entendimento com o governo dos EUA para a negociação de um acordo de salvaguarda tecnológica. Mais de 85% dos satélites comerciais lançados no mundo são de propriedade de empresas americanas. A Base de Alcântara só poderá tornar-se viável comercialmente quando um novo acordo de salvaguardas entre o Brasil e os EUA tiver sido negociado, uma vez que, por razões ideológicas, o anterior nunca foi ratificado.
A oposição do PT a esse acordo, que iria regulamentar o uso comercial da base de lançamento de foguetes de Alcântara por empresas norte-americanas, na prática, excluiu o Brasil de um mercado anual de US$ 12 bilhões.
          Procurando contornar essa dificuldade, o Brasil está tentando desenvolver um VLS próprio, outro com a Ucrânia e conduzindo um programa de lançamento de satélites com a China. Anuncia-se para o dia 29, como parte desse esforço, o lançamento em Alcântara de foguete de sondagem, que pela primeira vez testará n Brasil combustível liquido embarcado.
Vale lembrar que, ainda no primeiro governo do presidente Lula, o Brasil assinou um acordo de salvaguarda tecnológica com a Ucrânia, bastante similar ao firmado com os EUA, e que foi rapidamente aprovado pelo Congresso. Apesar de seguir em vigor, o entendimento com a Ucrânia não teve qualquer conseqüência comercial para o Brasil em vista das dificuldades econômicas que atravessa aquele país e por restrições políticas por parte dos EUA.
Como de costume, é a ideologia acarretando prejuízo para o Brasil.
A grande ironia em todo esse affair é que, sem o acordo com os EUA, nem o programa com a Ucrânia poderá avançar apesar dos milhões de dólares investidos pelo Brasil. Telegramas da Embaixada dos EUA em Brasília, de janeiro de 2009, vazados pelo wikileaks, informam que o governo ucraniano pediu ao governo norte-americano que reconsiderasse a sua negativa de apoiar a parceria Brasil-Ucrânia para atividades na Base de Alcântara e permitisse que firmas americanas de satélite pudessem usar aquela plataforma de lançamentos. A resposta foi clara. Os EUA estão preparados para apoiar o projeto conjunto Brasil-Ucrânia, desde que o acordo de salvaguardas Brasil-EUA entre em vigor. Do contrário os EUA não apoiarão o programa brasileiro dos veículos de lançamento espacial.
          Não haveria dificuldades internacionais para o estabelecimento da base pelo fato do Brasil ser membro do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR, na sigla em inglês). O tratamento seria idêntico ao dispensado a outros países, como a Rússia e a China, que assinaram acordos de salvaguarda com os EUA.
Quando este acordo estiver em vigor e o CLA e o programa brasileiro de lançadores de satélites forem viabilizados, as equipes brasileiras que eventualmente ali trabalhassem, poderiam se beneficiar do conhecimento adquirido pelo contato com os técnicos prestando serviços na base e as empresas nacionais poderiam ampliar seus conhecimentos tecnológicos. 
           No final da visita do presidente Obama ao Brasil, em março de 2011, ficou decidido que os entendimentos sobre o acordo de salvaguarda seriam retomados com o objetivo de renegociar o texto para consideração do Congresso Nacional. Com isso poderia ser viabilizado o programa de lançamento de satélites com a Ucrânia e ficaria aberta a porta para a cooperação entre empresas brasileiras e norte americanas na área de lançamento de satélites tornando de fato efetivo o uso da Base de Alcântara. Com a divulgação da espionagem feita pela NSA na presidente Rousseff e a relação entre os dois países bastante dificultada, os entendimentos nem chegaram a começar e estão paralisados até hoje.
          Além dos problemas políticos, o programa espacial, dito prioritário, enfrenta não só uma crônica falta de recursos, como também a oposição dos quilombolas, que reclamam as terras adjuntas à área já ocupada pela Base.
Espera-se que, nos próximos quatro anos, sem preconceitos partidários e com razoável dose de pragmatismo, o futuro governo empreste ao programa espacial brasileiro uma efetiva prioridade. Com a conclusão da negociação do acordo de salvaguarda tecnológica com os EUA e com recursos financeiros adequados para garantir a continuidade dos esforços - que, por falta de apoio caminham com grande dificuldade - os programas poderão avançar e ser concluídos com êxito.
          Em agosto de 2003, sério acidente na Base de Alcântara paralisou o projeto por algum tempo e fez desaparecer uma elite técnica que conduzia o programa do veiculo lançador de satélite. O VLS-1, que estava sendo preparado, explodiu e matou 21 cientistas, adiando ainda mais o projeto de veículos lançadores de satélites que colocaria o Brasil numa posição competitiva no mercado de satélites comerciais.
          É urgente recuperar o tempo perdido.

Rubens  Barbosa, presidente do Conselho de Comercio Exterior da Fiesp 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Eleicoes 2014: pesquisa aponta Marina como vencedora absoluta

Ibope: Marina abre 10 pontos sobre Aécio e esmagaria Dilma no 2º turno
Pesquisa com intenções de voto no 1º turno mostra Dilma (PT) com 34%, Marina (PSB) com 29% e Aécio (PSDB) com 19%
O Globo, 26/08/2014

SÃO PAULO - Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira mostra a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, em segundo lugar com dez pontos de vantagem sobre o tucano Aécio Neves, que está em terceiro. A presidente Dilma Rousseff (PT) lidera com 34% das intenções de voto. Treze dias depois da morte de Eduardo Campos, a sua sucessora tem 29%. Aécio soma 19% .


Pastor Everaldo (PSC) e Luciana Genro (PSOL) têm 1% cada. Os demais candidatos somados contabilizam 1%. Brancos e nulos são 7%. Outros 8% declararam estar indecisos.
Na simulação de segundo turno, Marina venceria Dilma por 45% a 36%. Na disputa com o tucano, a petista sairia vitoriosa por 41% a 35%.

A pesquisa, contratada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e pela TV Globo, foi realizada entre os dias 23 e 26 deste mês e ouviu 2.506 eleitores. A margem de erro é de dois pontos percentuais. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o número BR-00428/2014.

Apesar de não ser possível fazer uma comparação direta, o cruzamento das intenções de voto com a última pesquisa realizada pelo Ibope, entre os dias 3 e 6 de agosto, ainda com Campos na disputa, permite concluir que Marina, além de absorver todos os simpatizantes do seu antecessor, ainda tirou votos de todos os demais principais adversários.

Dilma e Aécio perderam quatro pontos em relação. Os candidatos nanicos têm três pontos a manos. Com a ambientalista na disputa, o total de eleitores que votaria em branco ou nulo cai seis pontos. Já o total de indecisos é três pontos menor.

O levantamento divulgado nesta terça-feira ainda mostra que Marina tem a menor rejeição entre os principais candidatos: apenas 10%. Dilma tem 36%, enquanto 18% dos eleitores declaram não votar em Aécio de jeito nenhum.

Na pesquisa espontânea, em que o eleitor não tem acesso à relação de candidatos, Dilma lidera, com 27%. A candidata do PSB tem 18% e o tucano, 12%.

No dia 18, o Datafolha divulgou a primeira pesquisa com Marina no lugar de Campos. O levantamento mostrava Dilma com 36% das intenções de voto, Marina, com 21% e Aécio, com 20%. Na simulação de segundo turno, Marina aparecia numericamente à frente da petista, com vantagem de 47% a 43%.

Maquiagem contabil: mais um dos crimes economicos do lulo-petismo -Editorial O Globo

Maquiagem das contas públicas
Editorial O Globo, 26/08/2914

Uma das causas do rebaixamento da nota de risco do Brasil, em março, pela agência Standard & Poor’s, a “contabilidade criativa” continua sendo aplicada para melhorar as aparências das contas públicas. Por reduzir a transparência da contabilidade oficial, ajudou naquela espécie de cartão amarelo recebido pela economia brasileira. Sob o impacto da má notícia, autoridades econômicas, na tentativa de restabelecer alguma confiança nas estatísticas oficiais, se comprometeram com um superávit primário de 1,9% do PIB, sem maiores contorcionismos contábeis.

Não cumprem a promessa, e há mesmo analistas que preveem que, sem contabilidade criativa, não haja, este ano, qualquer superávit, ou ocorra até algum déficit primário, um resultado muito ruim do ponto de vista da administração da dívida pública. Logo, com reflexos negativos no custo dos financiamentos externos ao Brasil.

A usina de criatividade que aparece na Secretaria do Tesouro já produziu efeito paradoxal de transformar endividamento público em receita primária — sempre para embonecar o superávit primário, a fim de transmitir aos mercados uma ideia de austeridade fiscal que na realidade inexiste. Isso acontece quando o Tesouro lança títulos para captar recursos, repassa-os ao BNDES, Caixa ou Banco do Brasil e estes antecipam o pagamento de dividendos ao Tesouro. Neste passeio, o dinheiro vai como proveniente de dívida e volta como lucro distribuído pelas estatais. Uma “lavagem”.

Outra manobra criativa, descoberta há pouco, tema de reportagem do GLOBO no sábado, é o Tesouro retardar repasses obrigatórios para, novamente, melhorar o superávit. Essas “pedaladas”, no jargão dos analistas, não chegam a ser novidade. Devido a elas, a rubrica “restos a pagar” costuma ser robusta nas viradas de ano: o Tesouro retém transferências no final de dezembro, para eles serem contabilizados apenas em janeiro, no novo exercício fiscal. A preocupante novidade é o aumento do volume dos atrasos em repasses que o Tesouro tem de fazer à Caixa Econômica, para ressarci-la pelo pagamento de benefícios como o Bolsa Família e seguro desemprego. Em entrevista exclusiva ao jornal, o secretário do Tesouro, Arno Agustin, negou qualquer artifício, tudo ocorreria normalmente no fluxo de créditos e débitos no relacionamento Tesouro/CEF.

O Ministério Público, por não concordar, aciona o Tribunal de Contas da União, e o próprio Banco Central faz consulta à Procuradoria-Geral da Fazenda sobre essas operações. Afinal, na prática, a CEF está financiando o Tesouro, algo proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Nem mesmo banco privado pode liberar crédito aos controladores.

O Tesouro usa um banco estatal assim como, no passado, governadores se valeram de bancos estaduais para criar moeda. Quebraram as instituições financeiras. Repetir hoje a manobra é abalar os alicerces da estabilização da economia.

Socialismo bolivariano: Venezuela vai em frente, ja chegou na fase cubana (racionamento)

Por vezes a gente fica se perguntando se os socialistas bolivarianos do vizinho país aliado dos companheiros são idiotas completos, ou apenas não sabem o que fazer.
Conclusão (pessoal, claro, e provisória, a ser confirmada mais tarde): as duas coisas...
Nem na finada União Soviética, ou na China de Mao se tinha chegado a tal aperfeiçoamento do racionamento: controle biométrico, ou seja, por impressões digitais, para combater aqueles que compram mais de 2kgs de açúcar...
De certa forma, eles já ultrapassaram Cuba, que ainda usa as tablitas de racionamento.
O modelo venezuelano é muito melhor: é o Big Brother organizando o mercado, essa coisa que ainda sobrou do capitalismo...
Paulo Roberto de Almeida

Registro biométrico de vendas começa dia 30 de novembro
O Estado de S. Paulo, 25/08/2014

Consumidores passarão a comprar usando impressões digitais; ideia é controlar comércio e evitar especulação

Em entrevista ao canal Televen, o superintendente de Preços Justos da Venezuela, Andrés Eloy Méndez, declarou ontem que o sistema biométrico que pretende registrar as impressões digitais dos consumidores venezuelanos - medida para combater o contrabando e a revenda interna de alimentos, itens básicos e medicamentos - começará a funcionar em 30 de novembro.
Méndez disse que se reuniu com "todos" os donos de supermercados e farmácias do país para explicar como será a aplicação do novo sistema de monitoramento. "O setor privado está muito de acordo", garantiu. Segundo ele, a fiscalização tem o objetivo de "evitar que uma pessoa compre até 20 vezes mais do que precisa para seu consumo cotidiano".
Ao justificar a atual escassez no setor de alimentos e de saúde, o governo venezuelano afirma que 40% da produção e dos produtos importados são contrabandeados para a Colômbia ou desviados para serem revendidos no mercado interno a preços muito superiores.
'Racionamento'. Na quarta-feira, o presidente Nicolás Maduro afirmou que pretende instalar o sistema de fiscalização biométrica em todo o comércio do país. Entidades de representação do setor comercial e políticos de oposição compararam o sistema à caderneta de racionamento que funciona em Cuba, com a qual o governo cubano fornece alimentos e itens básicos à população.

Economia brasileira: no fundo do poco (mas ja chegou ao fundo?) - Rolf Kuntz

Sem comentários. E precisa? Está tudo aí...
Prêmio IgNobil de Economia para os keymesianos de botequim do governo.
Eles conseguiram afundar o capitalismo no Brasil.
Bem, era o que estava no programa do PT, não era?
Paulo Roberto de Almeida

Chegamos ao fundo ou ainda há poço?
Rolf Kuntz, jornalista.
O Estado de S. Paulo, 23/08/2014

Chegamos ao fundo do poço. Essa foi a declaração mais otimista de uma autoridade econômica na última semana. De agora em diante a criação de empregos vai melhorar, prometeu o entusiasmado ministro do Trabalho, Manoel Dias, depois de anunciar a contratação formal, em julho, de 11.796 pessoas. Esse número, 71,55% menor que o de um ano antes, foi o mais baixo para um mês de julho nos últimos 15 anos. O mensageiro da pior notícia no dia seguinte, sexta-feira, foi o secretário adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes. No mês passado, o governo federal arrecadou R$ 98,82 bilhões, 1,6% menos que em julho de 2013, descontada a inflação. A arrecadação de sete meses, R$ 677,41 bilhões, foi apenas 0,01% maior que a de janeiro-julho do ano passado, em termos reais. Fundo do poço?
O secretário adjunto preferiu evitar novas projeções. Mas deu uma pista: o crescimento real da receita, neste ano, dificilmente chegará aos 2% previstos no mês passado. Antes dessa, a expansão estimada era de 3%. Com a arrecadação cada vez mais longe da meta, dia a dia fica mais improvável o resultado fiscal prometido para o ano: superávit de R$ 80,7 bilhões nas contas do governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) e de R$ 99 bilhões no balanço geral do setor público. Enquanto isso, o Executivo federal vai recorrendo a truques para enfeitar sua contabilidade pelo menos no curto prazo. O novo truque, segundo o noticiário dos últimos dias, é atrasar o repasse de dinheiro à Caixa e ao Banco do Brasil, agentes financeiros de vários programas federais.
O Banco Central (BC) descobriu a jogada e pediu explicações. A Caixa recorreu à Advocacia-Geral da União para mediar o conflito com o Tesouro. A confusão tornou-se mais evidente quando o problema com o Banco do Brasil se tornou público. A história pode envolver mais que uma nova tentativa de tornar as contas públicas menos feias, por alguns meses, por meio do atraso de repasses. Na prática, os dois bancos obviamente financiaram o Tesouro, porque realizaram pagamentos antes de receber o dinheiro. Saber se é possível classificar essas operações como financiamentos, formalmente, é outra história. Se a caracterização for possível, terá sido violada a Lei de Responsabilidade Fiscal. Essa lei proíbe o banco público de financiar o Tesouro.
De toda forma, o governo continua apostando em receitas extraordinárias para ajeitar seu balanço. Se der tudo certo, as contas ainda serão reforçadas, neste ano, por dividendos, bônus de concessões de infraestrutura e pagamentos de obrigações tributárias em atraso. A reabertura do Refis, o programa de refinanciamento, deve proporcionar uma arrecadação adicional de até R$ 18 bilhões, segundo as projeções do Tesouro. No caso dos dividendos, a situação da Caixa é um tanto complicada. O governo exige sua participação em novo socorro financeiro às distribuidoras de eletricidade e, ao mesmo tempo, cobra dividendos maiores que os combinados há algum tempo. A pressão se completa, como se descobriu recentemente, com o atraso de repasses de dinheiro para programas sociais.
A bagunça na administração do dinheiro público é talvez a parte mais pitoresca da história. Mas a narrativa só se completa com a inclusão dos erros de política econômica. Uma tabela da Receita Federal discrimina a evolução real dos valores arrecadados de dez grande setores - entidades financeiras, indústria automobilística, empresas de telecomunicações, mineradoras de metais, fabricantes de químicos, produtores de máquinas e equipamentos, metalúrgicas, comércio e reparação de veículos e motocicletas, fabricantes de materiais e aparelhos elétricos e fabricantes de produtos de borracha e de plástico. Entre janeiro e julho, a arrecadação obtida em todos esses setores foi menor que a de um ano antes. A redução média foi 11%. Outros segmentos proporcionaram um ganho de 4,05%. O resultado total foi uma queda de 1,09%.
O fiasco da arrecadação é explicável por dois fatores principais, a estagnação da maior parte das atividades e a insistência do governo em manter desonerações de impostos para setores selecionados. O fracasso dessa política seletiva e da ênfase no consumo é comprovado, de novo, pelo mau desempenho da indústria e pela redução do emprego industrial. Segundo o Ministério do Trabalho, a indústria de transformação fechou 15.392 postos em julho (diferença entre contratações e demissões).
Os efeitos dessa política aparecem também na balança comercial. De janeiro a julho, a receita obtida com a exportação de manufaturados foi 8,5% menor que a de um ano antes, pela média dos dias úteis. Essas vendas proporcionaram nesse período 34,5% da receita do comércio externo. Um ano antes, essa parcela havia correspondido a 37,5%. De janeiro a dezembro de 2013 a participação chegou a 38,44%. Em 2007 ainda estava em 52,25%. A queda muito sensível nos anos seguintes mostra principalmente a perda do poder de competição da indústria brasileira. O câmbio explica uma parte do problema. A causa principal é mesmo a perda geral de eficiência da economia brasileira e, de modo especial, da indústria de transformação.
A soma dos investimentos do setor privado e do setor público nunca bateu em 20% do produto interno bruto (PIB) desde a virada do milênio e essa proporção caiu seguidamente nos últimos quatro anos. A impropriamente chamada política industrial nunca foi muito além, nos últimos anos, de uma pobre combinação de protecionismo comercial com favores especiais a setores e grupos selecionados. Além de muito custosa e contraproducente, essa política foi executada sempre com base em critérios pouco claros.
Talvez o País tenha chegado ao fundo do poço. Talvez ainda haja alguma descida. De toda forma, a economia estará em mau estado quando começar o novo mandato presidencial. Segundo vários analistas, qualquer presidente eleito terá de iniciar sérios ajustes em 2015. Mas essa avaliação pode ser otimista. Nesse caso, haja poço.

OMC: Argentina condenada por barreiras ilegais; onde estava o Brasil?

Perguntar não ofende: o governo defendeu os interesses comerciais dos exportadores brasileiros?
Se não o fez, atuou contra o Brasil; se o fez, não ficamos sabendo.
Em todo caso, o Brasil não figura entre os países demandantes contra a Argentina, a despeito de ser um dos maiores, senão o maior, dentre os prejudicados pelos entraves ilegais, contrários não só ao espírito e a letra dos compromissos firmados sob o Mercosul, mas também ilegais do ponto de vista das regras do sistema multilateral de comércio regido pela OMC.
Volto ao perguntar: onde estava o governo do Brasil?
Paulo Roberto de Almeida

OMC condena barreira argentina que afeta o Brasil
 Clarín, 23/08/2014

Como foi antecipado pelo Clarín, a OMC foi favorável aos Estados Unidos, União Europeia e Japão que questionaram o sistema de barreiras comerciais da Argentina. As barreiras chamadas `Declarações Juradas Antecipadas (DJAs)` também afetam fortemente o Brasil.
O governo argentino ainda pode recorrer da medida, mas empresários argentinos entendem que a OMC (Organização Mundial de Comércio) já deixou claro que é contra o sistema de barreiras criado pelo governo que também afeta o comércio com o Brasil.
O grupo especial da OMC entendeu, nesta sexta, que a Argentina violou regras internacionais de comércio ao aplicar, a partir de 2012, licenças de importação não automática.
O país havia sido acusado de falta de transparência na aplicação da medida.

Eleicoes 2014: TSE decide contra censura do PT sobre consultoria economica - Editorial Estadao

Bem, já que o TSE já proferiu o seu voto, contra a censura que os companheiros totalitários pretendiam impor contra uma empresa de consultoria, mas não apenas por isso, pois eu teria feito igual, com ou sem decisão do TSE, vou agora fazer a minha consultoria eleitoral gratuita, e disponibilizá-la na internet, neste blog sem censura.
Não pretendo fazer propaganda eleitoral, tanto porque nunca faço publicidade de nenhum candidato, apenas debato ideias, posições, posturas e propostas de políticas que podem ser mais ou menos favoráveis ao desenvolvimento e à democracia no Brasil, ou que possam ser absolutamente nefastas, e contrárias a tudo isso, como são as políticas do PT.
Abre-se espaço para a minha consultoria, atenção:

Atenção, investidores que por acaso se pautam pela opinião deste consultor gratuito, aqui vão as as minhas recomendações.
Não comprem ações do PT -- e por extensão, nem chaveiros, camisetas, bonés, e outras porcarias que eles mandaram fabricar na China para ficar mais barato -- e sobretudo não entrem em nenhum fundo administrados por "economistas" do PT (vulgo keynesianos de botequim), pois eles acabam de afundar o Fundo Soberano do Brasil, que começou com 14 bilhões, colocaram tudo em ações da Petrobras, e hoje tem menos de 4 bilhões de patrimônio. Tampouco comprem CDBs do PT, ou dos bancos que eles recomendam, tudo uma malta de larápios e salafrários que um dia serão denunciados por uma boa auditoria do Banco Central.
Não invistam e títulos indexados em ativos petistas, pois eles não conseguem acertar uma, sempre minimizando a inflação e inflacionando a taxa de crescimento (que já está virando taxa de decrescimento, ou de retrocesso).
Não confiem nesses corretores do PT que vierem lhe oferecer uma casa do Programa Minha Casa, Minha Vida, pois as construções são uma porcaria e começam a se desmantelar assim que são entregues.
Por fim, não comprem seguros de vida do PT, nem seguros saúde oferecidos sob essa marca, pois você estará bem arranjado para o resto da sua vida, sem seguro, sem atendimento, sem espólio.
Minha consultoria indica afastar-se de tudo o que seja ligado ao PT, uma marca de fantasia que na verdade esconde outras coisas por trás, como remédio falsificado, alimento com data vencida, produto estragado, sem garantia.
Atenção, censores censórios (com perdão da redundância), espíritos totalitários e juízes do TSE.
Esta não é uma propagada contra; se trata apenas de uma auditoria livre...
Paulo Roberto de Almeida


Liberdade para opinar
Editorial O ESTADO DE S.PAULO
25 Agosto 2014

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou um pedido da coligação "Com a Força do Povo", da candidata Dilma Rousseff à reeleição presidencial, que punha em risco a liberdade de expressão no País. O PT e seus aliados queriam que a divulgação da opinião de uma consultoria econômica na internet fosse considerada como prática de propaganda eleitoral irregular. A maioria dos ministros do TSE entendeu, no entanto, que não fere a legislação eleitoral publicar e divulgar opiniões sobre os candidatos, e julgou improcedente a representação. Prevaleceu, assim, a possibilidade de que as eleições sejam de fato ocasião para um debate livre de ideias.
A empresa Empiricus Consultoria & Negócios havia publicado na internet um parecer sobre possíveis cenários econômicos decorrentes do resultado das próximas eleições presidenciais. Para divulgar o seu trabalho, a empresa utilizou os serviços de links patrocinados do Google (Google Ads), com as seguintes chamadas: "Como se proteger da Dilma: saiba como proteger seu patrimônio em caso de reeleição da Dilma, já" e "E se o Aécio Neves ganhar? Que ações devem subir se o Aécio ganhar a eleição? Descubra aqui, já". O PT não gostou e entrou, juntamente com seus partidos aliados, com uma representação no TSE para que fossem aplicadas ao caso as sanções previstas em lei para propaganda eleitoral irregular.
Em fins de julho, o relator do processo no TSE, ministro Admar Gonzaga, concedeu uma liminar favorável ao PT. O Google foi obrigado a retirar os anúncios e a empresa Empiricus foi proibida "de exibir novos anúncios com referências positivas ou negativas aos candidatos em disputa no pleito presidencial de 2014". Conforme escreveu o relator na decisão liminar, "parece-me claro o excesso cometido com as expressões utilizadas nos anúncios postados". Para Gonzaga, a "ocorrência de propaganda eleitoral paga" se comprovaria pelo fato de o texto, mencionando as próximas eleições, emitir juízos de valor sobre dois candidatos ao pleito presidencial.
No julgamento do caso pelo plenário do TSE, o ministro Gonzaga manteve a sua posição e propôs que a empresa fosse multada em R$ 15 mil, pois, em sua opinião, havia desrespeitado a Lei Eleitoral. Seu voto, no entanto, foi derrotado.
O ministro Gilmar Mendes foi o primeiro a discordar do relator. Segundo Mendes, trata-se de um caso em que a liberdade de expressão está em jogo e não se pode pretender que "a Justiça Eleitoral, agora, se transforme em editor de consultoria". O ministro Luiz Fux acompanhou o voto de Mendes, bem como o presidente do TSE, Dias Toffoli, e os ministros João Otávio de Noronha e Luciana Lóssio. A ministra Laurita Vaz votou com o relator.
A decisão do TSE tem duas importantes consequências. Rejeitou-se a concepção, defendida pelo PT na representação, de que um conteúdo opinativo, simplesmente por ter juízos de valor num contexto eleitoral, seja considerado propaganda. Com independência dos efeitos eleitorais que as opiniões possam ter, há liberdade para expressá-las. Uma opinião ter "viés eleitoral" - seja lá o que isso significa - não muda o seu caráter de opinião nem muito menos tira a legitimidade para expressá-la.
Em segundo lugar, preservou-se o direito de divulgar as opiniões. Para um ambiente de liberdade, não basta a possibilidade de expressar opiniões - deve ser possível divulgá-las. Caso contrário, ter-se-ia uma reduzida liberdade de expressão: pode-se emitir opinião, mas apenas entre os seus conhecidos. O fato de investir dinheiro na sua divulgação - como foi o caso da consultoria Empiricus ao pagar ao Google pelos anúncios - não transforma uma opinião em propaganda. Segundo o TSE, opinião divulgada não é sinônimo de propaganda eleitoral paga.
As regras eleitorais devem ser uma proteção para o debate de ideias, e não o contrário. Se o PT entende que a avaliação da consultoria é equivocada, deve responder no mesmo âmbito: com fatos, com argumentos, com ideias. Mas não com a interpretação enviesada da lei. Numa democracia, quem decide sobre as ideias não é o Poder Judiciário. É o voto.

Ciencia Hoje: "Brasileiro, analfabeto cientifico?" (nao precisava perguntar)

Não sei se alguém ainda se espanta com matérias como essas. Nada do que está aqui me surpreende, mas mesmo assim é importante que se diga, para ver se algum dia, os responsásveis da ÁREA decidem corrigir esses problemas.
A menos, claro, que eles estejam apenas interessados em "conscientizar" os alunos do elementar...
Paulo Roberto de Almeida

Brasileiro: 'analfabeto' científico?

Novo índice mostra que a ciência influencia a forma de ver o mundo e de lidar com situações complexas de apenas 5% dos avaliados, enquanto mais da metade sequer consegue aplicar o que aprendeu na escola em situações cotidianas.
Por: Marcelo Garcia
Ciência Hoje online,  em 18/08/2014
Brasileiro: 'analfabeto' científico?
Desempenho brasileiro no primeiro Índice de Letramento Científico mostra que ciência não está integrada ao cotidiano do brasileiro. (foto: Flickr/ Fortimbras - CC BY-NC-ND 2.0) 
 
Como você avalia a sua capacidade de utilizar o conhecimento científico para resolver questões do dia a dia? E para fazer abstrações, criar hipóteses, planejar e inovar? Em um mundo em que a ciência e a tecnologia estão cada vez mais presentes, em que a sociedade é chamada a se posicionar sobre grandes questões como pesquisas com células-tronco e cultivo de transgênicos e no qual inovar é a palavra de ordem das empresas, essas questões são fundamentais. Mas, segundo a primeira edição do Índice de Letramento Científico (ILC), no Brasil é muito baixa a quantidade de pessoas ‘letradas’ em ciências, capazes de empregar os conhecimentos escolares no seu cotidiano e no planejamento do futuro.
Bem diferente das avaliações de ensino existentes no Brasil, a proposta do ILC é medir quanto do conhecimento escolar é de fato aplicado na prática. Para seus criadores, o resultado negativo ajuda a entender alguns gargalos sociopolíticos e econômicos do país, como a baixa capacidade de inovação. O índice, cuja versão completa foi divulgada recentemente, é fruto de uma parceria entre o Instituto Abramundo, o Instituto Paulo Montenegro, responsável pela ação social do Grupo Ibope, e a ONG Ação Educativa.
O maior desafio foi traduzir o domínio de conceitos científicos em perguntas diretas e práticas para agrupar os participantes em faixas claras e facilitar ações posteriores
Para sua construção, foram aplicados questionários a 2002 pessoas entre 15 e 40 anos, com ao menos quatro anos do ensino fundamental completos, em oito capitais estaduais e no Distrito Federal. O questionário era composto por mais de 60 perguntas, que avaliaram a capacidade de identificar simples informações explícitas em texto, tabela ou gráfico (como consumo de energia ou dosagem em bula de remédio), de comparar informações simples para tomar decisões; de empregar informações não explícitas para resolver problemas práticos e processos do cotidiano e, ainda, de propor e analisar hipóteses sobre fenômenos complexos, mesmo não diretamente ligados ao seu dia a dia. A partir das respostas, os participantes foram classificados por nível de letramento: ausente, elementar, básico e proficiente.
O maior desafio foi traduzir o domínio de conceitos científicos em perguntas diretas e práticas para agrupar os participantes em faixas claras e facilitar ações posteriores. A metodologia aplicada foi adaptada do Índice de Analfabetismo Funcional (IAF), também produzido pelo Instituto Paulo Montenegro e que avalia os conhecimentos de português e matemática na prática. A ideia é que a avaliação seja repetida a cada dois anos.

Resultados preocupantes

De forma geral, 79% dos participantes ficaram na zona intermediária (48% no nível 2 e 31% no nível 3), enquanto 16% apresentaram letramento ausente (nível 1) e apenas 5% do total se mostraram de fato proficientes em ciência. O índice torna clara a dificuldade de grande parte dos entrevistados em realizar tarefas simples: 43% deles declararam ter problemas para compreender gráficos e tabelas, enquanto 48% acham difícil interpretar rótulos de alimentos. Entre aqueles com ILC elementar (mais comum), 58% tem problemas, por exemplo, para consultar dados sobre saúde e medicamentos na internet.
Ciência na gestão pública
Resultado ruim mesmo entre gestores públicos mostra que pensamento científico pouco influencia suas decisões, o que pode ter consequências negativas em todos os campos, da própria educação à saúde, ao saneamento e ao planejamento urbano, por exemplo. (foto: Flickr/ Samchio – CC BY-NC-SA 2.0)
Os resultados também foram relacionados ao nível de formação e à área de atuação dos entrevistados – e ficam ainda mais preocupantes, já que os indivíduos com ensino superior considerados proficientes em ciência foram apenas 11%, enquanto 48% estão no nível 3, 37% no nível 2 e quase inacreditáveis 4% apresentaram letramento ausente.
Em relação ao mercado de trabalho, as áreas de administração pública, educação e saúde alcançaram o melhor resultado, apesar de pouco animador: 43% das pessoas têm letramento básico e 9%, proficiente. Na indústria e na prestação de serviços, 42% e 31% dos trabalhadores ficaram no nível 3, enquanto apenas 5% e 6% eram proficientes, respectivamente.
A diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro, Ana Lucia Lima, diz ter ficado surpresa com a baixa proficiência dos indivíduos mais escolarizados e dos tomadores de decisões, empreendedores e empresários, envolvidos diretamente no investimento e planejamento de atividades que vão desde o descarte do lixo à gestão da saúde e da educação. “Os dados mostram que o aprendizado fica restrito à escola e é preocupante que a ciência influencie tão pouco a visão de mundo dessas pessoas, sua atividade cotidiana e as decisões que tomam”, avalia.

Consequências adversas

Para os responsáveis pelo ILC, os impactos do cenário apontado pelo índice vão desde questões cotidianas a problemas que abrangem a vida econômica e social do país. “No dia a dia, isso se manifesta quando a cabeleireira usa um produto que ela deveria saber que faz mal ou quando os pais medicam os filhos por conta própria sem pensar nos efeitos colaterais ou nas interações entre medicamentos”, exemplifica Lima.
Garcia: “Os reflexos também aparecem na pífia capacidade de inovação de nossas empresas: os trabalhadores pouco refletem sobre seu trabalho, não desafiam o status quo
“Os reflexos também aparecem na pífia capacidade de inovação de nossas empresas: os trabalhadores pouco refletem sobre seu trabalho, não desafiam o status quo”, afirma Ricardo Uzal Garcia, presidente do Instituto Abramundo. “Além disso, o brasileiro não parece, em geral, preparado para opinar sobre grandes temas da ciência nem para tomar decisões cada vez mais necessárias sobre temas como transgênicos e células-tronco.”
Lima aponta ainda a formação de um gargalo de mão de obra no país e faz um alerta para o futuro. “Os empregos no país têm aumentado, mas apenas as vagas pouco especializadas; cargos melhores permanecem ociosos também pela inexistência de um pensamento científico aplicado, necessário para tais posições”, analisa. “Algo precisa ser feito para mudar essa situação, pois se nossos gestores tomam decisões que pouco consideram o conhecimento científico, a ciência nunca será valorizada como deve e isso continuará a impactar a inovação, a saúde, o meio ambiente e todas as áreas.”  

Ensino de ciências

Junto com o índice, também foi feita uma pesquisa de percepção pública da ciência, cujo resultado é significativo: apesar do fraco desempenho no ILC, os participantes reconhecem a importância da ciência para a compreensão de mundo (42% concordam plenamente e 30% concordam em parte) e para obter boas oportunidades de trabalho (41% e 27%, respectivamente). “As pessoas têm interesse e acham a ciência importante, mas não vão a fundo porque não se sentem competentes”, avalia Lima. “É uma pista importante de que há algo errado na formação dos estudantes”, completa Garcia.
Uma olhada em outros indicadores de ensino reforça a má situação do país na área: no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), por exemplo, um dos piores desempenhos do Brasil é em ciências (59º entre 65 países).
Ciência para crianças
Para melhorar o índice, segredo pode estar em investir mais no ensino fundamental e buscar maneiras de manter o interesse dos jovens pela ciência. (foto: Flickr/ emeryjl - CC BY 2.0)
Lima recupera a história da educação no país para explicar a situação atual. “O ensino se tornou um grande desafio a partir da década de 1990, pois sua universalização incluiu pessoas historicamente segregadas, famílias com níveis muito baixos de escolaridade”, afirma. A mudança, segundo ela, levou a um natural privilégio do ensino de português e de matemática, por serem competências mais básicas. “Em 25 anos, os avanços nessas áreas ainda não foram suficientes, mas ainda assim acredito que já seja hora de avançar para outros campos, e a ciência é a candidata natural para receber mais atenção.”
Lima:  “Como matamos essa curiosidade natural? Deve haver muita coisa errada, do currículo à forma de ensinar.”
Um dado que se destaca no ILC é o desempenho semelhante de indivíduos com ensino fundamental e com ensino médio – 50% de pessoas do primeiro grupo têm letramento elementar, contra 52% no segundo, que também conta com 15% de pessoas com letramento ausente. Para Lima, as conversas com professores dão pistas sobre os motivos por trás desse resultado, por reforçarem que nas séries iniciais as crianças adoram ciências, mas perdem o interesse depois. “O desempenho no ensino médio deveria ser proporcional ao investimento maior, com professores especialistas e maior carga horária”, diz. “Como matamos essa curiosidade natural? Deve haver muita coisa errada, do currículo à forma de ensinar.”
Garcia ressalta a necessidade de criação de programas de ensino voltados para as séries mais baixas. “O impacto da iniciação científica de qualidade desde as primeiras séries pode ser fundamental para despertar o gosto por ciências no futuro”, diz.
Os organizadores também apostam na educação não formal e na parceria com a iniciativa privada para tentar mudar esse quadro. “Precisamos criar museus e centros de ciência para estimular uma cultura científica que hoje não existe”, defende o presidente da Abramundo. “Podemos pensar, por exemplo, em exposições sobre os ciclos do petróleo ou da agricultura, áreas em que atuam empresas enormes.” Lima conclui: “O problema não é só da escola, já que muitas pessoas não voltarão à sala de aula; é aí que a ação de igrejas, sindicatos e empresas pode ser fundamental.”

Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Decadencia da universidade: a USP merece estar entre as 1000 primeiras? Talvez depois das 10.000...

Com gente como essa "philosopha" do PT, acho que a universidade, que já está em decadência vertiginosa, vai afundar mais rapidamente...
Como é possível ocorrerem coisas como essas?
Que essa fulana seja uma completa débil mental a gente já sabia. Não surpreende ninguém.
Mas que a malta de estudantes seja idiota a ponto de aplaudi-la -- aliás quem foi o idiota que a convidou para 'aula magna" (sic) -- já é algo preocupante.
Isso apenas revela a que nível baixíssimo a USP, e boa parte da classe B, conseguiu descer...
Paulo Roberto de Almeida 

“É um crime o currículo Lattes”, diz Marilena Chauí
Pensador Anônimo, 22 de agosto de 2014

Esquema de transição conduzido pela oligarquia resultou na escolha de um“tirano”, diz Ciro Correia ao abrir os trabalhos

A universidade brasileira submeteu-se à ideologia neoliberal da sociedade de mercado, ou “sociedade administrada” (Escola de Frankfurt), que transforma direitos sociais, inclusive educação, em serviços; concebe a universidade como prestadora de serviços; e confere à autonomia universitária o sentido de gerenciamento empresarial da instituição.

Em repetidas manifestações, o reitor da USP revela seu “lugar de fala”, sua afinação com esse ideário, ao recorrer ao vocabulário neoliberal utilizado para pensar o trabalho universitário, que inclui expressões como “qualidade universitária” (definida como competência e excelência e medida pela “produtividade”) e “avaliação universitária”. Foi o que sustentou a professora Marilena Chauí ao proferir sua Aula Magna sobre o tema “Contra a Universidade Operacional”, em 8/8, que lotou com centenas de pessoas o auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP).

Nesse contexto, a USP, como suas congêneres, transformou-se numa “fábrica de produzir diplomas, teses”, tendo como parâmetros os critérios da produtividade: quantidade, tempo, custo. “Esse horror do currículo Lattes. É um crime o currículo Lattes! Porque ele não quer dizer nada. Eu me recuso a avaliar alguém pelo Lattes!”, disse Marilena. As frases fortes mereceram da plateia aplausos entusiasmados.

“Vejo as pessoas desesperadas porque perderam 7 ou ganharam 7 da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior]. Não significa nada. ‘Quero ser 7 porque Porto Alegre é 7’. A gente incorporou a competição pelas organizações, pela eficácia”, destacou Marilena. Mais tarde, acrescentou: “Fuvest e Lattes são a prova da estupidez brasileira”.

“Tirano”

Antes da Aula Magna, o professor Ciro Correia, presidente da Adusp, fez um rápido discurso sobre a gravidade da crise em curso na USP. Ele chamou a atenção do auditório para “o ataque explícito da Reitoria e do governo estadual à concepção que sempre defendemos: de implantação e desenvolvimento de uma universidade democrática, pública, gratuita, laica e de qualidade socialmente referenciada”.

Ciro disse que a administração da universidade “se sente à vontade para governar à revelia de qualquer preocupação com legitimar suas diretivas, ou sequer chancelá-las nas instâncias internas de deliberação, por mais inadequadas que sejam”, e criticou com dureza a oligarquia que controla a USP: “O processo que chegou a ser referido como ‘a rebelião dos diretores’, que conduziu ao esquema de transição nos marcos da reunião do Conselho Universitário de 1º de outubro de 2013, supostamente para nos salvar da perspectiva de continuidade da descontrolada gestão anterior, acabou por definir um amplo espectro de apoios para uma candidatura que, como todos podem constatar, nos outorgou antes um tirano do que um reitor”.

Por fim, o presidente da Adusp conclamou os presentes a se engajarem com determinação no movimento de greve, seja cobrando posições dos colegiados “quanto às ações ilegítimas e violentas da Reitoria, como no caso do inaceitável confisco dos salários decorrente dos cortes do ponto dos funcionários”, seja participando “da nossa caminhada do próximo dia 14 de agosto, no início da tarde, seguida de ato conjunto das universidades e do Centro Paula Souza diante do Palácio dos Bandeirantes”.

Fragmentação

Na sua exposição de uma hora, a professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) esmiuçou o processo por meio do qual a universidade pública brasileira vem sendo transformada e descaracterizada, desde os anos 1970, deixando de ser uma instituição social para tornar-se uma organização, isto é, “uma entidade isolada cujo sucesso e cuja eficácia se medem em termos da gestão de recursos e estratégias de desempenho e cuja articulação com as demais se dá por meio da competição”.

A “universidade operacional” corresponde à etapa atual desse processo, segundo Marilena. De acordo com ela, “a forma atual de capitalismo se caracteriza pela fragmentação de todas as esferas da vida social, partindo da fragmentação da produção, da dispersão espacial e temporal do trabalho, da destruição dos referenciais que balizavam a identidade de classe e as formas da luta de classes”. A passagem da universidade da condição de instituição social (pautada pela sociedade e por uma aspiração à universalidade) à de organização insere-se, diz Marilena, “nessa mudança geral da sociedade, sob os efeitos da nova forma do capital, e no Brasil ocorreu em três etapas sucessivas, também acompanhando as sucessivas mudanças do capital”.

Na primeira etapa (anos 1970, “milagre econômico”), a universidade tornou-se “funcional”, voltada para o mercado de trabalho, sendo “prêmio de consolação que a ditadura ofereceu à sua base de sustentação politico-ideológica, isto é, à classe média despojada de poder”; na segunda etapa (anos 1980), passou a ser “universidade de resultados”, com a introdução da ideia de parceria com as empresas privadas; a terceira etapa (anos 1990 aos dias de hoje), em que virou “universidade operacional”, marca o predomínio da forma organização, “regida por contratos de gestão, avaliada por índices de produtividade, calculada para ser flexível”, estruturada por estratégias e programas de eficácia organizacional e “por normas e padrões inteiramente alheios ao conhecimento e à formação intelectual”.

A tecnocracia associada a esse modelo, explicou, “é aquela prática que julga ser possível dirigir a universidade segundo as mesmas normas e os mesmos critérios com que se administra uma montadora ou um supermercado”. De modo que se administra “USP, Volks, Walmart, Vale do Rio Doce, tudo da mesma maneira, porque tudo se equivale”.

Metamorfose

“A metamorfose da universidade pública em organização tem sido o escopo principal do governo do Estado de São Paulo”, denunciou Marilena. Ela argumentou que a reforma do Estado adotada pelo governo FCH (1995-2002) e efetivada pelos governos estaduais do PSDB, particularmente o de São Paulo, pautaram-se pela articulação com o ideario neoliberal (Estado mínimo, privatização dos direitos sociais) e, no caso do ensino superior, realizaram a agenda de mudanças preconizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a reestruturação das universidades da América Latina e Caribe, em 1996, e baseada na redução das dotações orçamentárias públicas às instituições de ensino superior.

“Penso que a expressão perfeita dos desígnios do governo do Estado e do BID se encontra na carta enviada pelo reitor da USP aos docentes em 21 de julho de 2014”, afirmou a professora. “Sei que se tem debatido a falsidade dos números apresentados por ele, a manipulação. A carta me interessa pelo vocabulário que ele usa. Ele começa a carta se referindo a nós como o custeio. Somos o custeio, não somos o esteio da Universidade. A partir daí já está tudo dito. Ele não começa pelas obras que foram feitas sem necessidade, pelo esparramamento da USP pela cidade. Não. Ele começa por nós”, enfatizou.

“O reitor não está usando essa linguagem porque caiu de paraquedas no mundo e equivocadamente fala nessa linguagem. Ele tem uma concepção de universidade, uma concepção política, uma concepção do conhecimento, uma concepção do saber. Minha fala vai na direção de localizar o que é que tornou possivel a um reitor da USP dizer as coisas que ele diz”.

Ao longo da leitura do texto que preparou para a ocasião, Marilena fugiu do roteiro para fazer comentários bem-humorados e sarcásticos que provocavam gargalhadas ou fortes aplausos do auditório. “O PSDB é o filho revoltado do MDB. Eles estão aí há 30 anos! Eu quero alternância de governo”, disse, ao comentar conversa que manteve com um grupo de jovens.

A Aula Magna foi coordenada pelo professor João Zanetic (IF) e pela professora Priscila Figueiredo (FFLCH), que mediaram intervenções e perguntas de participantes à professora Marilena Chauí.

Eleicoes 2014: acidente do aviao de Eduardo Campos - um atentado?

As dúvidas não respondidas...

  • Très Belle
     - 
    25/8/2014 às 8:25 pm
    Você candidato Beto Albuquerque quer mesmo saber por que e como caiu o avião (avião caixa 2) em que estava o candidato Eduardo Campos??? Aqui você encontra duas possíveis respostas.

    http://aluizioamorim.blogspot.com.br/search?updated-max=2014-08-20T03:25:00-03:00&max-results=20
    =====+=============+===============
    José Ori Dolvin Dantas – Coronel do Exército
    Usei os seguintes argumentos para justificar que o acidente foi um atentado.
    1. Um jato executivo bimotor de porte médio fabricado em 2010 com 300 horas de voo é um avião novo!
    2. A aeronave estava com as inspeções gerais e periódicas previstas no programa de manutenção em dia.
    3. Equipado com sofisticados instrumentos de navegação que permitem pousos e decolagens em qualquer condição de tempo.
    4. Gravador de voz em pane?Difícil de engolir. Ou o CENIPA recebeu ordem para não divulgar o conteúdo do áudio ou o gravador foi danificadodurante o pernoite no pátio do aeroporto Santos Dumont.
    5. A voz do piloto no diálogo com a torre de controle e divulgada por uma emissora de TV logo após o acidente mostrava muita tranquilidadeda tripulação, apesar da chuva e da pouca visibilidade durante os procedimentos de aproximação.
    6. Há fortes indícios de duas explosões:
    - Uma na cabine ou nas turbinas, o que fez o avião despencar, e a outra, onde estavam os passageiros (motivo dos corpos totalmente esmigalhados). É tão evidente que houve esta explosão que não se achou sequer um pedaço de crânio para se comparar fichas odontológicas a qualquer arcada dentária. Somente com o exame de DNA foi possível identificar o que sobrou de cada corpo.
    7. Algumas considerações:
    - Se os pedaços da aeronave e partes significativas de corpos são encontrados em uma áreaextensa, pode-se afirmar que a explosão aconteceu ainda em voo. Foi o caso do atentado em 1988 ao Boeing 747 da PAN AMsobre a cidade escocesa de Lockerbie.
    - Se os pedaços da aeronave e partes significativas de corpossão encontrados concentrados em uma área, significa que a explosão aconteceu após a queda e foi ocasionada basicamente pelo combustível no momento do impacto com o chão.
    8. Neste acidente com o Cessna 560 XL, o que chama a atençãoé a evidente desintegração de toda a fuselagem e o despedaçamento completo de todos os corpos.
    A única forma de justificar um cenário como esse é um impacto frontal da aeronave com uma parede em pleno voo(o que não aconteceu) ou uma explosão ocasionada por um artefato explosivo durante o impacto com o chão.
    Vejam que o noticiário mostrou que, antes da aeronave bater no solo, ela tocou na quina da cobertura de um prédio. Possivelmente foi nesse momento que a turbina foi arrancada e arremessada como um míssil para dentro de um apartamento próximo. Com certeza essa colisão diminuiu ainda mais sua velocidade. Então, de forma nenhuma podemos justificar o fator velocidade como causa do esmigalhamento dos corpos e estilhaçamento de toda a fuselagem.No acidente da TAM em Congonhas foram encontrados centenas de corpos queimados ou carbonizados mas praticamente inteiros.
    9. Há indícios fortes de que as explosões aconteceram de dentro para fora da aeronave. Uma evidência comprovada é a porta desse ter sido encontrada longe do centro de gravidade do acidente.
    10. Dizer que acima de 8 “G” os corpos se desintegram é verdade, mas o avião estava subindo e manobrando. Caiu com velocidade muito aquém da velocidade cruzeiro.
    11. Neste voo estaria também a candidata Marina Silva. Acabaria qualquer possibilidade de haver o 2º turno e de o PT não vencer as próximas eleições. O tiro saiu pela culatra!
    12.Esta aeronave não foi guarnecida durante o seu pernoite nas instalações do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro. O sabotador teve tempo mais que necessário para o seu intento.
    11. Aécio e Marina Silva que se cuidem! Celso Daniel e Toninho do PT que o digam…..
    .
    Atenciosamente,
    Cel.Dolvim( especialista em terrorismo e atentados terrorista )
    Curriculum Vitae
    Nome: Jose Ori Dolvim Dantas – Coronel do Exército especialista em terrorismo e atentados terrorista.
    Fone: (61) 8111-9064
    Resumo dos principais cursos realizados:
    Police Special Operations – SWAT- EUA;
    Dignitary Protection – SWAT – EUA;
    Chemical Agents Impact Munitions and Distraction Devices – SWAT – EUA;
    Technical Intelligence – National Intelligence Academy – EUA;
    Tolerância Zero – Universidade Metropolitana da Flórida – EUA;
    Defense Planning and Resourse Management – National Defense University – EUA;
    Avançado de Terrorismo e Contrainsurgência – National Defense University – EUA;
    Understanding Terrorism and Terrorism Threat – University of Maryland – EUA;
    International Human Rights Law: Prospects and Challenges – University of Duke – EUA;
    Introduction to Human Behavioral Genetics – University of Minnesota – EUA:
    Special Operations & Anti-terror Tactics – Israel;
    Operaciones Tacticas Avanzadas (contraterrorismo) – Espanha;
    Cours International de Criminologie – França;
    Criminologia sob a ótica psicanalítica – Brasil;
    Psicopedagogia (Especialização) – Como motivar a aprendizagem em instituições repressivas – Brasil;
    Psicologia Comportamental (Mestrado) – Interpretação do suspeito pela linguagem do corpo – Brasil;
    Logística de Transporte (Especialização) – Armazenamento, manuseio, transporte e distribuição de produtos perigosos – Brasil.
    Principais experiências profissionais:
    Planejamento, Coordenação e Segurança de Grandes Eventos.
    Palestrante em seminários (nível nacional e internacional).
    Assessor especial do Governador do Estado de Minas Gerais.
    Consultor de Segurança aos Estados de Alagoas, Paraíba, Bahia e Minas Gerais.
    Professor de graduação e pós-graduação da Unicesp/Promove.

Los hermanos se submetem aos camaradas chineses, bons capitalistas ortodoxos

Esta matéria é dedicada, se eu pudesse fazê-lo, a todos os companheiros que acham que a China é boa companheira.
Paulo Roberto de Almeida

Lunes 25 de agosto de 2014 | Publicado en edición impresa
Financiamiento
China exige que el país no esté en default para conceder un préstamo
Por Jorge Oviedo | LA NACION

El financiamiento que ofrece China para la construcción de dos represas en la Patagonia incluye cláusulas por las cuales la Argentina acepta volver a someterse a tribunales judiciales extranjeros y se compromete a no entrar en default y a tener una relación en "buenas condiciones" con el Fondo Monetario Internacional.
Según el acuerdo que firmó hace unos días el país con el gobierno de Xi Jinping, al que accedió La Nacion, la Argentina debe someterse a tribunales judiciales y de arbitraje extranjeros y se obliga al país a ser "un miembro en buenas condiciones del FMI" para lograr préstamos por US$ 4714 millones, necesarios para poder construir las represas Néstor Kirchner y Jorge Cepernic, ambas en la provincia de Santa Cruz.

En el convenio también hay cláusulas de "default cruzado". Es decir, si el gobierno argentino entra en default con otras deudas, también lo hace implícitamente con los chinos. Y si hay default con otros acreedores, China no presta.

Los contratos con China también parecen contener cláusulas que el Gobierno actualmente repudia en los casos contra los holdouts que se discuten en el tribunal neoyorquino de Thomas Griesa, como las de "aceleración" de los vencimientos de la deuda, que llevan a que si el país entra en default con un pago, el acreedor tiene derecho a pedir de inmediato el pago total del capital, aunque falten muchos años para su vencimiento.

De esta manera, el gobierno de Cristina Kirchner le terminó concediendo a la banca china jurisdicción extranjera, sometimiento a otros tribunales y todo lo que quiere quitarles a los holdouts con el proyecto de ley de pago soberano.

Al incluir la cláusula del "default cruzado", queda abierta la idea de que si no se alcanza una solución con los fondos buitre sería imposibles de ejecutar las obras de las represas, que para el Gobierno tienen un valor emblemático.

En cualquier caso, todos los condicionamientos deben ser informados formalmente al Congreso, porque es obligatorio que el gobierno argentino certifique a las autoridades de Pekín "que la ejecución del contrato le ha sido informada" al Parlamento.

Todas estas condiciones no son un secreto. Aparecen en los contratos firmados en julio por Cristina Kirchner y Xi Jinping, y que fueron publicados en el Boletín Oficial. Los contratos originales están en inglés, pero a diferencia de lo que ocurrió con los de modernización del Belgrano Cargas, se incluyó una traducción oficial al español.

CLÁUSULAS
Se trata del "Acuerdo de crédito para la Argentina a través del Ministerio de Economía como prestatario acordado por China Development Bank and Corporation of China and Bank of China". El total del contrato es por US$ 4714,35 millones.

Para que el país pueda comenzar a utilizar los fondos, primero deberá cumplir exigencias incluidas en el anexo 2 del contrato. Consiste en exhibir la copia certificada de los siguientes documentos:

A) Se apruebe la renuncia a inmunidad por parte de la Argentina y el sometimiento a los tribunales extranjeros y de arbitraje en los documentos del financiamiento según la ley argentina 11.672.

B) Se apruebe o autorice al jefe de Gabinete de la Argentina a aprobar los términos de los documentos del financiamiento (a excepción de la renuncia a la inmunidad y el sometimiento a tribunales extranjeros).".

Más adelante aparece la exigencia de un "dictamen del Banco Central de la República Argentina de acuerdo con el artículo 61° de la ley 24.156, el cual indica que el presente contrato no tiene impacto sobre la balanza de pagos de la Argentina".

Los contratos y documentos de los préstamos están exentos del impuesto a los sellos.

Pero si la Argentina tiene bonos en default o causas judiciales pendientes, parece imposible acceder a los préstamos.

En el anexo 1, en el artículo 7°, con el título de declaraciones, compromisos y casos de incumplimiento, luego de decir que no se espera que existan incumplimentos, se aclara que "ningún otro evento o circunstancia se encuentra pendiente que constituya (o que con previa notificación, o vencimiento del plazo o de cualquier otro modo constituiría) un incumpliento en virtud de cualquier otro acuerdo, obligación, contrato o instrumento ejecutado luego del 6 de enero de 2002 que obligue a la Argentina".

Pareciera así que cualquier default, por parcial que sea, sería un "default cruzado" e impediría usar los fondos de los chinos.

La idea de librarse de la jurisdicción de Nueva York recurriendo al gobierno de China parece que no les gusta ni siquiera a los propios chinos.

Más todavía, el Gobierno firmó que "Argentina es un miembro en buenas condiciones del FMI y del Banco Internacional para la Reconstrucción y el Desarrollo [el nombre formal del Banco Mundial] y es elegible para utilizar los recursos del FMI y puede retirar y utilizar los fondos que tiene disponibles en virtud del programa de financiamiento del FMI, y ese programa no ha sido cancelado o suspendido".

Los chinos se cuidan de todo. El Ministerio de Economía "deberá inmediatamente" informar, con un máximo de cinco días hábiles luego de que sepa o sea notificado, "de cualquier litigio, demanda, investigación, arbitraje u otro proceso legal o controversia pendiente o, a su conocimiento, inminente, que involucre o afecte a cualquier deudor (oficina del Gobierno) o Argentina".

Entre ellos se citan los que "se relacionan con algunos de los endeudamientos del Club de París, los holdouts de la deuda soberana en cesación de pagos o cualquier demanda en el contexto de los tratados de inversión bilateral".

Por si fuera poco, como en los contratos con los trenes, en caso de diferencias éstas se dirimirán en París, en un arbitraje que se planteará en la Cámara de Comercio Internacional. Todo será en inglés.

LAS EXIGENCIAS CHINAS
Las cláusulas más controvertidas del acuerdo

·         La Argentina renuncia a su inmunidad y acepta el sometimiento a tribunales extranjeros para juicios y para arbitrajes.

·         Para avanzar con el acuerdo con el gobierno chino, el país además se obliga a no tener ningún incumplimiento en materia de deudas soberanas.

·         El Gobierno también se compromete a ser un "miembro en buenas condiciones del FMI".

·         La Argentina deberá "inmediatamente" informar, con un máximo de cinco días hábiles "de cualquier litigio, demanda, investigación o arbitraje" que afecte al país.

.
Del editor: qué significa. Las cláusulas del acuerdo con China revelan que el salvavidas financiero que el Gobierno esperaba por esa vía podría no llegar.

Eleicoes 2014: a anti-politica de Reinaldo Azevedo (2): meus comentarios

Esta postagem tem o objetivo precípuo de comentar, ou de responder, se assim é o caso, à postura do jornalista Reinaldo Azevedo, tal como transcrita aqui nesta postagem precedente:

http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/08/eleicoes-2014-anti-politica-de-reinaldo.html

Creio que não disse tudo o que penso, pois me ative tão somente a suas palavras, devidamente reproduzidas seletivamente aqui abaixo. Pretendo voltar ao assunto assim que possível.
Paulo Roberto de Almeida


Eleições 2014: contra a anti-política
Comentários a postagem de Reinaldo Azevedo

Paulo Roberto de Almeida

Tenho por hábito debater ideias, não pessoas, mas as ideias só aparecem quando emitidas por alguma pessoa, não é verdade? Sobretudo quando as pessoas são influentes, suas ideias acabam tendo um impacto maior do que a simples emissão de ideias contrárias por algum opositor menos conhecido daquelas ideias, como este que escreve estas linhas. Não importa, consoante meu hábito, vou expressar o que penso a respeito de uma opinião emitida pelo conhecido jornalista Reinaldo Azevedo, nesta postagem: Por que jamais votaria em Marina Silva — nem que ela viesse a disputar o segundo turno com Dilma. Ou: Voo cego de um avião sem dono -  Reinaldo Azevedo | VEJA.com
Como é meu hábito, destaco as frases que me parecem carecer de rigor analítico, ou que contradizem as próprias posturas do analista, e acrescento meus comentários logo em seguida. Desculpo-me, em todo caso, com os poucos leitores deste blog, em especial com aqueles que o frequentam para temas de relações internacionais e de política externa do Brasil, por afastar-me, uma vez mais, do interesse central do blog. É que antes de ser um diplomata, ou um estudioso desses temas, sou um cidadão consciente do que está em jogo na política brasileira, que interessa a todos, direta e indiretamente, e que nos afeta a todos. Minhas preocupações não têm absolutamente nada a ver com meu trabalho profissional ou acadêmico, mas elas têm tudo a ver com os destinos do Brasil.

RA: “Também é impossível [votar nos petistas]. Os petistas me incluíram numa lista negra de jornalistas.”
PRA: Não se deve tomar questões políticas em bases pessoais, mas o fato descrito apenas corrobora, na prática, uma das impossibilidades de se votar nos petistas. Eles são inerentemente, geneticamente, totalitários. Portanto, estão descartados absolutamente, e fim de papo.

RA: “Mas, reitero, nem tudo o que não é PT me serve — e Marina não me serve.”
PRA: Pode ser, mas em política existem poucos absolutos e nem sempre se pode seguir a lógica. Em todo caso, já que a recusa aparece num par, nem um, nem outro, então é preciso examinar as razões para recusar um e outro, e ver se, entre os dois – já que fatalmente um dos dois candidatos assumirá o cargo – haveria um mal menor. Minha posição é aqui de pura “economia” de meios: a economia é a arte de tentar fazer o máximo com o mínimo, ou seja, de atender desejos infinitos com meios finitos. Só posso compreender a postura de Reinaldo Azevedo se nenhuma das duas possibilidades consegue atender qualquer critério de governança.

RA: “Marina Silva não é candidata a presidente da República, mas a papisa de uma seita herética — e suas heresias são praticadas contra a democracia representativa.”
PRA: Isso é absolutamente ridículo, e se trata apenas de uma figura de estilo do jornalista. O que quer que pense Marina, ela está obrigada a seguir as regras da legislação eleitoral: se for eleita, tomará posse e governará com as instituições que existem. Se tentar dar golpe branco, ou contornar a Constituição, pode ser objeto de um processo político e ser impedida, como aliás já foi feito com um presidente.

RA: “Marina... pretende governar com o apoio de Lula e de FHC. Ninguém... perguntou — e não sei se vão perguntar — por que não se fez antes se é tão fácil.”
PRA: Se trata de uma pretensão; se vai conseguir ou não é outra questão. Mas é uma pretensão tão legítima quanto governar apenas com a extrema esquerda e a extrema direita. Qual é o problema? O Congresso dirá o que é ou não possível na governança da presidente Marina. De todo modo, ela aparece na política justamente para se colocar numa posição independente, mas não oposta absolutamente, ao PT e ao PSDB, razão pela qual acena com esse duplo apoio (que pode até vir, dependendo do oportunismo de cada um desses caciques). Ninguém está dizendo que é fácil ou que será possível, mas essa é a pretensão. Se formos verificar, PT e PSDB são dois irmãos siameses na política brasileira, ambos objetivamente socialdemocratas, embora não sejam nem um pouco siameses organicamente. O PT é um partido neobolchevique e, tendencialmente ao menos, totalitário, em espírito e métodos, além de ser intrinsecamente corrupto, não no sentido em que são corruptos os demais representantes da classe política, inclusive o PSDB, mas no sentido de ser uma associação mafiosa e orgulhosa de sê-lo.
A história política brasileira teria sido muito diferente se os dois siameses políticos tivessem se unido num programa reformista de esquerda, como foram outros socialdemocratas ao redor do mundo. Por que não fizeram? Por razões basicamente da personalidade dos líderes do PT, dois especificamente, por obsessões psicológicas e patológicas de um e outro, não por oposição das lideranças do PSDB. Ambos, em consequência, tiveram de governar com o que há de pior na política brasileira, à direita e à esquerda, embora eu considere o PT, igualmente, uma coisa muito ruim. Mas, não se faz história e políticas com hipóteses, e sim com fatos. O fato é que os dois siameses ficaram inimigos – mas por culpa apenas de dois mentecaptos do PT – e a história é essa que temos pelos últimos vinte anos.
A Marina vai realizar o milagre de uni-los? Provavelmente não, mas ela poderá, se eleita tenta dialogar com as duas forças, e terá de ser obrigada a isso, quer ela queira ou não. Este é um fato, embora eu esteja antecipando. O jornalista Reinaldo Azevedo antecipa o contrário, mas não explicitou suas razões de descrença.

RA: “Imaginar que PT e PSDB possam estar juntos num governo implica ignorar, logo de cara, o fato de que esses partidos têm vocações e fundamentos que são inconciliáveis. Se o ideário, hoje, dos tucanos é um tanto nebuloso aqui e ali — especialmente na área de valores —, os do PT são muito claros.”
PRA: Concordo na teoria, discordo completamente na prática. Nem o PSDB consegue socialdemocrata como gostaria, pois é obrigado a trabalhar com a direita, por um lado, e tem a oposição da esquerda, por outro, nem o PT consegue implementar a sua agenda bolchevique celerada no Brasil, a não ser marginalmente, pois a sociedade brasileira não aceita seus métodos e seus pendores totalitários. Na prática, portanto, os dois acabam fazendo uma socialdemocracia incompleta, no caso do PSDB, ou deformada, no caso do PT, pois não conseguem chegar ao final de seus propósitos ou vocações. Impressiona-me o fato de que Reinaldo Azevedo, tão fino analista da política brasileira, não consiga ver isto.

RA: “Estou fora.
Não caio nessa, sob pretexto nenhum — nem mesmo ‘para tirar o PT de lá’. Na democracia, voto útil é voto inútil. Se Deus me submetesse à provação — espero que não aconteça — de ter de escolher entre Dilma e Marina, escolheria gloriosamente ‘nenhuma’!”
PRA: Estamos aqui no cerne da questão, e RA decepciona mais uma vez, pela sua falta de lógica e de raciocínio. Vamos um desses exercícios de lógica elementar:
Premissa 1: A candidata A, ou D, é um desastre completo, assegurado.
Premissa 2: A candidata B, ou M, pode ser um desastre, não sei se completo ou incompleto, mas é uma possibilidade, não uma certeza.
Conclusão: Vamos tentar barrar a candidata A.

Esta é a maneira que eu penso. Diferente, portanto, de RA, que parece pensar:
Premissa 1: A candidata A, ou D, é um desastre completo, assegurado.
Premissa 2: A candidata B, ou M, também é, e isto transparece de suas falas.
Conclusão: Estou fora, portanto, e seja o que Deus quiser.

Como se vê, trata-se não de um exercício de política, mas de anti-política, com base não num julgamento ponderado dos processos e dos condicionantes da política brasileira, mas com base numa avaliação pessoal, subjetiva, da mentalidade de um dos atores, fiando-se nas suas palavras para tirar conclusões definitivas. Isso é política?

RA: “...eu, que sou um partidário da democracia representativa e das instituições democráticas, deixarei claro, nessa hipótese, que estarei sem candidato no segundo turno. Mas torço e até rezo para que o Brasil seja poupado.”
PRA: RA consegue retroceder ao período anterior a Maquiavel, não o anjo torto da política, mas o fino analista da política florentina, ou melhor, o homem que queria salvar a Itália dos bárbaros invasores e que, mesmo sendo um republicana humanista, aceitava até um tirano eventual, desde que fosse para assegurar ordem e concórdia, como ele dizia. Ou seja, entre dois males, ele escolhia aquele que garantisse o funcionamento normal da pátria, não a anarquia e a desordem.
Ora, o que temos hoje, assegurado? Anarquia e desordem, tudo o que RA despreza e abomina, e eu também. Marina seria essa tirana salvadora? Longe disso. Ela apenas permitiria tirar os bárbaros que já estão entre nós, e que ocupam o poder desde doze anos, e que pretendem continuar mais alguns anos, para implementar todas aquelas vocações e propósitos que RA abomina. Marina faria o mesmo que estão fazendo os bárbaros? Dificilmente, até porque não dispõe de uma associação para delinquir, o que é o caso dos bárbaros atuais, e que precisará governar com uma composição de pequenos e grandes conselheiros do príncipe, talvez até alguns bárbaros, mas não será a mesma associação que pretendem manter o monopólio do poder.
Seria muito difícil a RA deixar os seus fantasmas de lado e fazer uma análise de custo-benefício político, como Maquiavel o faria? Seria ele o anti-Maquiavel ingênuo?

RA: “Marina Silva? Não! Muito obrigado! Não quero! “Ah, mas ela pode ser eleita e fazer um grande governo…” É, tudo pode acontecer. Não tenho bola de cristal. Quando voto, levo em conta o passado dos candidatos, suas utopias, suas prefigurações, sua visão de mundo, o apreço que têm pela democracia, a factibilidade de suas propostas.”
PRA: RA parece aqui repetir uma famosa tirada que inventaram a propósito de Jânio Quadros, provavelmente mentirosa, mas interessante. Jânio, essa Marina Silva avant la lettre – mas que falava melhor e se fazia entender, nos seus propósitos simples de varrer a corrupção da política, ainda que fosse um louco completo – teria dito uma vez: “Fi-lo porque qui-lo!” É o que está dizendo RA: não gosto, não quero, não vou, estou fora! Isso é política? Sinto muito, mas é uma renúncia inaceitável da política, inclusive porque não é tomada em bases morais – dessas que tem certos objetores de consciência que não querem, não participar de uma guerra, mas de entrar no exército – mas em bases puramente individuais e subjetivas. Ele já chegou à conclusão, por todas as evidências que a candidata não se cansa de confirmar, de que ela é um desastre – o que pode ter o assentimento de muitos – e aí ele, não recomenda mas, adota a postura de se eximir desse cenário sujo e desagradável que é a política real.

RA: “Os idiotas que acham que sou antipetista a ponto de votar até num sapo se o PT estiver do outro lado nunca entenderam direito o que penso. Em dilemas que são de natureza moral, não havendo o ótimo, a obrigação é escolher o caminho menos danoso. Na democracia, felizmente, temos a possibilidade de recusar o ruim e o pior.”
PRA: RA não deixa entender exatamente o que pensa, apenas suspeitamos que ele seja contra uma e outra. Não creio que o dilema seja moral, pois o que está em jogo é apenas a governança do Brasil, que poderá continuar nas mãos dos neobolcheviques – que se esforçarão, mas não conseguirão perpetrar todas as suas maldades – ou poderá passar para as mãos de uma iluminada, que entende pouco da máquina do governo, não dispõe de uma associação para delinquir atrás de si, e poderá demonstrar toda a sua incompetência escolhendo os conselheiros e determinando as políticas que sua pouca preparação lhe permitir. Repito RA: “não havendo o ótimo, a obrigação é escolher o caminho menos danoso.” De acordo, mas RA não está escolhendo isso, e sim lavando as mãos, como Pôncio Pilatos; ele até poderá passar para a história, como o homem que anteviu todos os desastres e foi “sábio” o bastante para não escolher nenhum dos dois caminhos. Pena que a história não é escrita por antecipação, e sim como resultado das ações dos homens, e mulheres, dentro de circunstâncias determinadas, um pouco como escreveu o Marx da introdução ao 18 Brumário, que nisso conseguiu ser um pouco maquiavélico. Ou seja, existem a fortuna e a virtù. Na ausência da segunda, confiamos na primeira, esperando que a conjunção dos homens de bem consiga superar a ausência das virtudes, e contornar os defeitos, dos condottieri que inevitavelmente estarão à frente da República.
Maquiavel não se eximiu. Mesmo no exílio da política prática, ele continuou a pensar, e a oferecer suas receitas de política prática que encontrava necessárias para salvar a Itália do desastre. RA não nos convida a isso; ele está dizendo a Maquiavel que ele pode ficar na solidão da sua casa, lendo seus livros, sem se envolver. Ou então, quando Maquiavel vai à taverna, ele o aconselharia a dizer a seus companheiros de vinho que não escolham nada, que não façam nada, que deixem o rio caudaloso invadir as propriedades e arrastar as pessoas. Ele vai esperar que o rio passe...
Para mim, isso não é política, mas apenas anti-política.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 25 de agosto de 2014