O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Por que o Brasil cresce pouco? - Debate no TCU, Brasilia, 6/10/2014


Cuba: Kissinger fez planos para um ataque armado em 1976




Photo

Secretary of State Henry A. Kissinger, with President Gerald R. Ford, was angered by Fidel Castro’s 1976 incursion into Angola.CreditGerald R. Ford Presidential Library, via Associated Press

MIAMI — Nearly 40 years ago, Secretary of State Henry A. Kissinger mapped out secret contingency plans to launch airstrikes against Havana and “smash Cuba,” newly disclosed government documents show.
Mr. Kissinger was so irked by Cuba’s military incursion into Angola that in 1976 he convened a top-secret group of senior officials to work out possible retaliatory measures in case Cuba deployed forces to other African nations, according to documents declassified by the Gerald R. Ford Presidential Library at the request of the National Security Archive, a research group.
The officials outlined plans to strike ports and military installations in Cuba and to send Marine battalions to the United States Navy base at Guantánamo Bay to “clobber” the Cubans, as Mr. Kissinger put it, according to the records. Mr. Kissinger, the documents show, worried that the United States would look weak if it did not stand up to a country of just eight million people.
“I think sooner or later we are going to have to crack the Cubans,” Mr. Kissinger told President Ford at a meeting in the Oval Office in 1976, according to a transcript.
The documents are being posted online and published in “Back Channel to Cuba,” a new book written by the longtime Cuba experts William M. LeoGrande, a professor of government at American University, and Peter Kornbluh, the director of the archive’s Cuba Documentation Project.
The previously undisclosed blueprint to strike Cuba highlights the tumultuous nature of American-Cuban relations, which soured badly after the 1959 revolution that brought Fidel Castro to power.
Mr. Kissinger, who was secretary of state from 1973 to 1977, had previously planned an underground effort to improve relations with Havana. But in late 1975, Mr. Castro sent troops to Angola to help the newly independent nation fend off attacks from South Africa and right-wing guerrillas.
That move infuriated Mr. Kissinger, who was incensed that Mr. Castro had passed up a chance to normalize relations with the United States in favor of pursuing his own foreign policy agenda, Mr. Kornbluh said.
“Nobody has known that at the very end of a really remarkable effort to normalize relations, Kissinger, the global chessboard player, was insulted that a small country would ruin his plans for Africa and was essentially prepared to bring the imperial force of the United States on Fidel Castro’s head,” Mr. Kornbluh said.
“You can see in the conversation with Gerald Ford that he is extremely apoplectic,” Mr. Kornbluh said, adding that Mr. Kissinger used “language about doing harm to Cuba that is pretty quintessentially aggressive.”
The plans suggest that Mr. Kissinger was prepared after the 1976 presidential election to recommend an attack on Cuba, but the idea went nowhere because Jimmy Carter won the election, Mr. LeoGrande said.
“These were not plans to put up on a shelf,” Mr. LeoGrande said. “Kissinger is so angry at Castro sending troops to Angola at a moment when he was holding out his hand for normalization that he really wants to, as he said, ‘clobber the pipsqueak.’ ”
The plan suggested that it would take scores of aircraft to mine Cuban ports. It also warned that the United States could seriously risk losing its Navy base in Cuba, which was vulnerable to counterattack, and estimated that it would cost $120 million to reopen the Ramey Air Force Base in Puerto Rico and reposition destroyer squadrons.
The plan also drafted proposals for a military blockade of Cuba’s shores. The proposal warned that such moves would most likely lead to a conflict with the Soviet Union, which was a top Cuba ally at the time.
“If we decide to use military power, it must succeed,” Mr. Kissinger said in one meeting, in which advisers warned against leaks. “There should be no halfway measures — we would get no award for using military power in moderation. If we decide on a blockade, it must be ruthless and rapid and efficient.”
Mr. Kissinger, now 91, declined a request to comment.
The memos show that Donald H. Rumsfeld, who was secretary of defense from 1975 to 1977 under President Ford, and again under President George W. Bush, was also present at the meeting when Mr. Kissinger ordered up the contingency plan. Mr. Rumsfeld, 82, also declined a request to comment.
Some Cuba historians said the revelations were startling, particularly because they took place just as the United States was coming out of the Vietnam War.
“The military piece dumbfounds me a little bit,” said Frank O. Mora, a former deputy assistant secretary of defense who now directs the Latin American and Caribbean Center at Florida International University. “For Kissinger to be talking the way they were talking, you would think Cuba had invaded the whole continent.”
A version of this article appears in print on October 1, 2014, on page A12 of the New York edition with the headline: Kissinger Drew Up Plans to Attack Cuba, Records Show.

Politica Externa: a diplomacia petista em seus piores momentos - Editorial Estadao


Dilma e a diplomacia petista
Opinião
O ESTADO DE S.PAULO,  30 Setembro 2014 
O vexame que a presidente Dilma Rousseff fez o País passar perante uma audiência mundial, ao utilizar a tribuna da ONU para fazer campanha eleitoral, não resultou apenas de reles cálculo marqueteiro. É a consequência natural de uma visão distorcida do que vem a ser o interesse nacional, deliberadamente confundido com o interesse do partido ao qual Dilma pertence. Logo, ao defender na ONU as supostas realizações da era lulopetista, como se elas qualificassem o Brasil no cenário internacional, Dilma sacramentou a diplomacia partidária que vem carcomendo a credibilidade brasileira. Essa crença de que a política externa do País não pode ser "apenas uma política de Estado" foi reafirmada pela presidente, com essas exatas palavras, em entrevista à revista Política Externa, a propósito de seus planos para as relações exteriores, caso seja reeleita.
Na conversa, Dilma afirmou que "aprisionar a política externa em um só modelo" - isto é, a diplomacia de Estado, e não de partido - "denota uma atitude conservadora por parte dos que não querem mudar nada". Para ela, as estratégias diplomáticas são, "antes de tudo", uma "escolha da sociedade, que se faz periodicamente por meio de eleições". Com isso, a presidente reafirma, com a maior clareza possível, que a política externa legítima é aquela ditada pelo partido vencedor das eleições - e os que a isso se opõem são desde logo "conservadores" que "não querem mudar nada".
É evidente que o partido legitimado pelas urnas pode e deve implementar seu programa nos diversos aspectos da administração pública, aí incluída a atuação internacional. No entanto, isso é muito diferente de obrigar a diplomacia brasileira a atuar como braço do PT, alinhando o Brasil a países párias e a ditaduras, somente porque estes compartilham da ideologia companheira, e amarrando o País a compromissos que o impedem de fazer acordos comerciais que o tornariam mais competitivo no mercado internacional. A julgar pelo entusiasmo com que Dilma defendeu esse modelo na entrevista, no entanto, pode-se esperar que ele seja até mesmo aprofundado no eventual segundo mandato.
Indiferente à realidade, em autêntico estado de negação, Dilma disse que as "novas prioridades da política externa brasileira produziram resultados extraordinários" - orgulhando-se do desastroso desempenho comercial de seu mandato, que recentemente obrigou o governo a incluir a exportação fictícia de plataformas de petróleo para ajudar a conta a fechar no azul. Na construção da triunfante narrativa petista, Dilma diz que essa performance "extraordinária" não se deve apenas à demanda internacional por commodities, "mas fundamentalmente porque o Brasil, com sua nova política externa, adaptou-se bem às profundas mudanças que ocorreram, e ainda ocorrem, na geoeconomia e na geopolítica mundiais".
Tal "adaptação" resumiu-se ao aprofundamento das chamadas relações "Sul-Sul" -
A despeito dessa megalomania companheira, no entanto, Dilma dá pouca ou nenhuma importância para a diplomacia formal, e o maior exemplo disso é o contínuo sucateamento do Itamaraty. São abundantes as reclamações de diplomatas a respeito das restrições orçamentárias - causadas em parte pelo fracasso da estabanada política de multiplicação de representações diplomáticas promovida pelo governo Lula.
Além disso, enquanto reivindica para o Brasil um lugar entre os protagonistas globais, Dilma descuida dos rituais mais elementares das relações internacionais. Só isso explica o chá de cadeira que a presidente está dando a 28 embaixadores estrangeiros que estão há meses esperando que ela os receba para lhe apresentar suas credenciais, formalidade necessária para que eles sejam reconhecidos oficialmente como representantes de seus países.

Brasil dos companheiros: a mentira virou verdade - Arnaldo Jabor

A mentira virou verdade 

 Arnaldo Jabor

O Globo, 16/09/2014

Nunca antes se roubou em nome de um projeto político alastrante em todos os escaninhos do Estado

Aproxima-se a hora da verdade política do país. Hora da verdade ou hora da mentira?
Mentira virou verdade? Nossas “verdades” institucionais foram construídas por 500 anos de mentiras. Portanto, virou uma razão de Estado para o governo do PT a proteção à mentira brasileira inventada pela secular escrotidão portuguesa. Se a verdade aparecesse em sua plenitude, nossas instituições cairiam ao chão. Por isso, o Governo acha que é necessário proteger as mentiras para que a falsa “verdade” do país permaneça. E não é só a mentira que indigna. É a arrogância com que mentem. E a mentira vai se acumulando como estrume durante um ano e acaba convencendo muitos ingênuos de que “sempre foi assim” ou de que “erraram com boa intenção”.
Não só roubaram cerca de R$ 2 bilhões desviados de aparelhos do Estado, de chantagem com empresários, de fundos de pensão, de contratos falsos, mas roubaram também nossos mais generosos sentimentos. A verdadeira esquerda se modificou, avançou, autocriticou-se enquanto eles não arredaram os pés dos velhos dogmas da era stalinista e renegaram todo trabalho de uma esquerda mais social-democrata, como aliás fazem desde que não votaram nos “tucanos” da época e o Hitler subiu ao poder.
“Nunca antes”, nunca antes um partido tomou o poder no Brasil e montou um esquema secreto de “desapropriação” do Estado, para fundar um “outro Estado”. Nunca antes se roubou em nome de um projeto político alastrante em todos os escaninhos do Estado, aparelhado por mais de 30 mil militantes.
O ladrão tradicional sabia-se ladrão. O ladrão tradicional roubou sempre em causa própria e se escondia pelos cantos para não ser flagrado.
Os ladrões desse governo roubam de testa erguida, como se estivessem fazendo uma “ação revolucionária”, se orgulham de fingir de democratas para apodrecer a democracia por dentro.
A verdade está sempre no avesso do que dizem.
São hábeis em criar um labirinto de “falsas verdades”, formando uma rede de desmentidos, protelações e enigmas que vão desqualificando as investigações de coisas como a CPI da Petrobras e todos os crimes de seus aliados. Regozijam-se porque seus eleitores são ignorantes e pobres e não sabem nem o que é “dossiê” — pensam que é um tipo de doce. A verdade do Brasil é coloquial, feita de pequenos ladrões, sujos arreglos políticos, emperramentos técnicos. Hoje, sabemos que somos parte da estupidez secular do país. Assumir nossa doença talvez seja o início da sabedoria.
A verdade é que os petistas nunca acreditaram na “democracia burguesa”; como disse um intelectual emérito da USP — “democracia é papo para enrolar o povo”.
O PT que se agarra ao poder degrada a linguagem. Falam de um lugar que é o auge de um baixo voluntarismo aventureiro, de uma ideia de socialismo decaída em populismo. A esquerda petista não tem memória. Dá frio na espinha vê-la tender para os mesmos erros de 64 e 68.
Na cabeça dessa gente ignorante e dogmática nada é real; só a ideologia existe.
Todos os erros eram previsíveis por comentaristas e foram cumpridos à risca pelos governos petistas.
Milhares de petistas ocupam o Estado aparelhado e querem que a Dilma ganhe para permanecerem nas “boquinhas”.
As agências reguladoras estão sendo assassinadas.
Dilma berra que o Banco Central não tem de ter autonomia.
A era Meirelles-Palocci foi queimada, velho desejo dos camaradas.
Qualquer privatização essencial foi esquecida. A reforma da Previdência “não é necessária” — dizem eles — não havendo nenhum “rombo” no orçamento (!). Os gastos públicos aumentaram pois, como afirmam, “as despesas de custeio não diminuirão para não prejudicar o funcionamento da máquina pública”.
Se reeleita, voltará a obsessão do “Controle” sobre a mídia e a cultura. E, como não poderá se reeleger, o bolivarianismo vai florir e o passarinho do Chávez vai cantar em seus ouvidos. Nossa maior doença — o Estado canceroso — foi e será ignorada. Tudo que construíram, com sua militância, foi um novo “patrimonialismo de Estado”, com a desculpa de que “em vez de burgueses mamando na viúva, nós, do povo, nela mamaremos”.
O perigo que corremos é sua reeleição, porque o país de analfabetos é boçal, espera um salvador da pátria. No fundo, brasileiros preferem uma boa promessa de voluntarismo e populismo, na base do “pau no burro” ou “bota para quebrar”. Estamos prontos para ditadores e demagogos; para administradores e reformadores racionais, não.
Enquanto o óbvio se exibe, a covardia de muitos intelectuais é grande. Há o medo de serem chamados de reacionários ou caretas. Continuam ativos os três tipos exemplares de “radicais”: os radicais de cervejaria, os radicais de enfermaria e os radicais de estrebaria. Os frívolos, os burros e os loucos. Uns bebem e falam em revolução; outros alucinam; e os terceiros zurram.
A “presidenta” vive a missão impossível de ser “socialista e dirigir um país... ah... capitalista. A conclusão é que Dilma perdeu o controle da zona geral que Lula sabia “desorganizar” com esmero e competência. Dilma não é competente nem para desorganizar. Não é apenas o fim de dois maus governos; é o despertar de um caos institucional que será mais grave do que pensávamos. Estamos diante de um momento histórico gravíssimo, com os dois tumores gêmeos de nossa doença: a direita do atraso e a esquerda do atraso. É uma herança que vai amaldiçoar o futuro. Como escreveu Bobbio, se há uma coisa que une esquerda e direita é o ódio à democracia.
O Brasil evolui pelo que perde e não pelo que ganha. Sempre houve no país foi uma desmontagem contínua de ilusões históricas. Com a História em marcha a ré, estranhamente, andamos para a frente. Como?
O Brasil se descobre por subtração, não por soma. Chegaremos a uma vida social mais civilizada quando as ilusões chegarem ao ponto zero.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/a-mentira-virou-verdade-13944296#ixzz3ErjxGa7V
© 1996 - 2014. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Brasil dos companheiros: Jabor registra em cartorio a listas dos desastres anunciados...

A lista dos perigos
ARNALDO JABOR
O Estado de S.Paulo,  30/09/2014

O que acontecerá com o Brasil se a Dilma for eleita?

Aqui vai a lista:

A catástrofe anunciada vai chegar pelo desejo teimoso de governar um país capitalista com métodos "socialistas". Os "meios" errados nos levarão a "fins" errados. Como não haverá outra "reeleição", o PT no governo vai adotar medidas bolivarianas tropicais, na "linha justa" da Venezuela, Argentina e outros.

Dilma já diz que vai controlar a mídia, economicamente, como faz a Cristina na Argentina. Quando o programa do PT diz: "Combater o monopólio dos meios eletrônicos de informação, cultura e entretenimento", leia-se, como um velho petista deixou escapar: "Eliminar o esterco da cultura internacional e a 'irresponsabilidade' da mídia conservadora". Poderão, enfim, pôr em prática a velha frase de Stalin: "As ideias são mais poderosas do que as armas. Nós não permitimos que nossos inimigos tenham armas, porque deveríamos permitir que tenham ideias?".

As agências reguladoras serão mais esvaziadas do que já foram, para o governo PT ter mais controle sobre a vida do País. Também para "controlar", serão criados os "conselhos" de consulta direta à população, disfarce de "sovietes" como na Rússia de Stalin.

O inútil Mercosul continuará dominado pela ideologia bolivariana e "cristiniana". Continuaremos a evitar acordos bilaterais, a não ser com países irrelevantes (do "terceiro mundo") como tarefa para o emasculado Itamaraty, hoje controlado pelo assessor internacional de Dilma, Marco Aurélio Garcia. Ou seja, continuaremos a ser um "anão diplomático" irrelevante, como muito acertadamente nos apelidou o Ministério do Exterior de Israel.

Continuaremos a "defender" o Estado Islâmico e outros terroristas do "terceiro mundo", porque afinal eles são contra os Estados Unidos, "inimigo principal" dos bolcheviques que amavam o Bush e tratam o grande Obama como um "neguinho pernóstico".

Os governos estaduais de oposição serão boicotados sistematicamente, receberão poucas verbas, como aconteceu em S. Paulo.

Junto ao "patrimonialismo de Estado", os velhos caciques do "patrimonialismo privado" ficarão babando de felicidade, como Sarney, Renan "et caterva" voltarão de mãos dadas com Dilma e sua turminha de brizolistas e bolcheviques.

Os gastos públicos jamais serão cortados, e aumentarão muito, como já formulou a presidenta.

O Banco Central vai virar um tamborete usado pela Dilma, como ela também já declarou: "Como deixar independente o BC?".

A Inflação vai continuar crescendo, pois eles não ligam para a "inflação neoliberal".

Quanto aos crimes de corrupção e até a morte de Celso Daniel serão ignorados, pois, como afirma o PT, são "meias-verdades e mentiras, sobre supostos crimes sem comprovação...".

Em vez de necessárias privatizações ou "concessões", a tendência é de reestatização do que puderem. A sociedade e os empresários que constroem o País continuarão a ser olhados como suspeitos.

Manipularão as contas públicas com o descaro de "revolucionários" - em 2015, as contas vão explodir. Mas ela vai nomear outro "pau-mandado" como o Mantega. Aguardem.

Nenhuma reforma será feita no Estado infestado de petistas, que criarão normas e macetes para continuar nas boquinhas para sempre.

A reforma da Previdência não existirá, pois, segundo o PT, "ela não é necessária, pois exageram muito sobre sua crise", não havendo nenhum "rombo" no orçamento. Só de 52 bilhões.

A Lei de Responsabilidade Fiscal será desmoralizada por medidas atenuantes - prefeitos e governadores têm direito de gastar mais do que arrecadam, porque a corrupção não pode ficar à mercê de regras da época "neoliberal". Da reforma política e tributária ninguém cogita.

Nossa maior doença - o Estado canceroso - será ignorada e terá uma recaída talvez fatal; mas, se voltar a inflação, tudo bem, pois, segundo eles, isso não é um grande problema na política de "desenvolvimento".

Certas leis "chatas" serão ignoradas, como a lei que proíbe reforma agrária em terras invadidas ilegalmente, que já foi esquecida de propósito.

Aliás, a evidente tolerância com os ataques do MST (o Stedile já declarou que se Dilma não vencer, "vamos fazer uma guerra") mostra que, além de financiá-los, este governo quer mantê-los unidos e fiéis, como uma espécie de "guarda pretoriana", como a guarda revolucionária dos "aiatolás" do Irã.

A arrogância e cobiça do PT aumentarão. As 30 mil boquinhas de "militantes" dentro do Estado vão crescer, pois consideram a vitória uma "tomada de poder". Se Dilma for eleita, teremos um governo de vingança contra a oposição, que ousou contestá-la. Haverá o triunfo "existencial" dos comunas livres para agir e, como eles não sabem fazer nada, tudo farão para avacalhar o sistema capitalista no País, em nome de uma revolução imaginária. As bestas ficarão inteligentes, os incompetentes ficarão mais autoconfiantes na fabricação de desastres. Os corruptos da Petrobrás, do próprio TCU, das inúmeras ONGs falsas vão comemorar. Ninguém será punido - Joaquim Barbosa foi uma nuvem passageira.

Nesta eleição, não se trata apenas de substituir um nome por outro. Não é Fla x Flu. Não. O grave é que tramam uma mutação dentro do Estado democrático. Para isso, topam tudo: calúnias, números mentirosos, alianças com a direita mais maléfica.

E, claro, eles têm seus exércitos de eleitores: os homens e as mulheres pobres do País que não puderam estudar, que não leem jornais, que não sabem nada. Parafraseando alguém (Stalin ou Hitler?) - "que sorte para os ditadores (ou populistas) que os homens não pensem".

Toda sua propaganda até agora se acomodou à compreensão dos menos inteligentes: "Quanto maior a mentira, maior é a chance de ela ser acreditada" - esta é do velho nazista.

O programa do PT é um plano de guerra. Essa gente não larga o osso. Eles odeiam a democracia e se consideram os "sujeitos", os agentes heroicos da História. Nós somos, como eles falam, a "massa atrasada".

É isso aí. Tenho vontade de registrar este texto em cartório, para depois mostrar aos eleitores da Dilma. Se ela for eleita.

Estado da nacao: um estrategista analisa a realidade da republica companheira - Afonso Farias

Retórica, incremento e desorientação
Afonso Farias
Correio Braziliense, 29 Setembro  2014


A nação transformou-se em monopólio de negociadores governamentais de plantão. Ocupam cargos para construir suas riquezas materiais e organizar estruturas e sistemas (aparentemente do bem) para se perpetuarem estrategicamente nas posições ocupadas.

Sobre a educação, depois de analisada por organismos internacionais e constatado que o Brasil está mal, foi a vez de o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) apontar os desmandos da gestão nacional do setor. As notas do Ideb caíram no ensino médio de 16 redes públicas estaduais entre 2011 e 2013.

O país não atingiu as metas previstas para 2013 nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e no ensino médio. A meta de 2013 só foi atingida nos primeiros anos do ensino fundamental (1º ao 5º ano).

Um fato chama a atenção: as escolas particulares não alcançaram as metas em nenhuma das três fases de ensino. Nos anos iniciais do ensino fundamental, as instituições privadas foram as únicas a não alcançar a meta do Ideb. A situação se repete nos anos finais. Tecnicamente, a educação é pouco eficiente.

Relativamente à economia, nos três primeiros trimestres de 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou recuo de 0,6%. O Banco Central, como tem feito costumeiramente, revisou para baixo a expectativa de crescimento deste ano, passando a previsão do PIB de 0,70% para 0,52%.

Com esse percentual, 2015 tem previsão de crescimento em torno de 1%. Crescendo menos que os demais Brics, o Brasil perdeu a confiança do investidor estrangeiro. Hoje, verificando 44 economias que tiveram o desempenho dos três primeiros trimestres analisado pela revista Economist, apenas Japão e Ucrânia estão numa situação pior que a do Brasil.

Com o menor percentual de investimento entre os componentes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e Árica do Sul), 18% do PIB, o Brasil está comprometendo seu futuro econômico e afastando os investidores. Tecnicamente, o país está em recessão.

Sobre a violência, no que toca aos homicídios, morrem mais de 56 mil pessoas por ano no Brasil. Isso é quase que a totalidade de americanos mortos na sangrenta Guerra do Vietnã (58 mil), durante mais de 10 anos de conflito.

Sobre suicídios, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou um relatório recente, sobre a América Latina, no qual apenas cinco países tiveram aumento percentual no número de suicídios entre 2000 e 2012: Guatemala (20,6%), México (16,6%), Chile (14,3%), Brasil (10,4%) e Equador (3,4%).

Torna-se relevante perceber que, no Brasil, o número de mulheres que tiraram a própria vida cresceu mais (17,80%) do que o número de homens (8,20%) no período de 12 anos. A OMS afirmou que há aproximadamente 800 mil suicídios/ano no planeta — a cada 40 segundos, suicida-se uma pessoa. Tecnicamente, matam-se e suicidam-se mais pessoas neste país.

Assim, apenas pela abordagem desses três pontos (educação, economia e violência), é notório que a correção urge e que as estruturas governamentais e institucionais passem realmente a funcionar. Ações retóricas, promessas vazias, mudar para nada acontecer e o politicamente correto afundaram as instâncias públicas nacionais e estão corroendo o tecido social.

O petróleo sempre foi objeto de lucro, de esperança e de sucesso nesta terra. Nunca na história deste país, ele foi notado e carimbado como problema. Agora, depois de sucessivas denúncias e, mais recentemente, da delação, a Petrobras emaranhou-se e afunda-se nos pântanos de uma administração completamente enviesada pela politicagem e fraudulentos procedimentos.

Por fim, os dois grandes problemas nacionais residem na ética tropeçante e na ineficiência da gestão. Ultimamente, as notícias, floridas pelas campanhas eleitorais, explodem desvios, má-gestão e pífios resultados dos governos. A ineficiência só aumenta e as mentiras de autoridades seguem o incremento. Qual é a proa? Onde está a bússola? Socorro! Furtaram o compasso.

» AFONSO FARIAS Especializado em política e estratégia, mestre em administração e doutor em desenvolvimento sustentável, é professor do Programa de Pós-Graduação da Universidade da Força Aérea

Nossa diplomacia nanica - Jolivaldo Freitas (O Correio, Bahia)

Nossa diplomacia nanica

Jolivaldo Freitas

 
 
Ruy Barbosa, o Águia de Haia, José Maria da Silva Paranhos, o Barão de Rio Branco, o português Alexandre de Gusmão, avô da diplomacia brasileira, estão, com absoluta certeza, revoltados nas suas respectivas tumbas, com vergonha daquilo que a diplomacia brasileira vem fazendo passar os brasileiros e os diplomatas de carreira. Não somos, mas estamos nanicos. Como disse diplomata israelense, revoltado com o fato da presidente Dilma ter criticado os ataques retaliatórios de Israel aos palestinos do Hamas.
Mas o governo brasileiro não tomou vergonha e nem aprendeu com o erro de abordagem e avaliação. Acaba de condenar os ataques dos Estados Unidos e França contra o califado formado pelos terroristas do Estado Islâmico, bem no momento em que eles decepavam a cabeça de mais um jornalista. Na ONU, o Brasil se recusou a assinar acordo para eliminar os desmatamentos até 2030.
São muitos os equívocos que vêm sendo colecionados pela diplomacia petista desde os tempos primais de Lula. Por exemplo, foi mais que deserta a afasia dos diplomatas face às retaliações do governo castrista aos dissidentes políticos cubanos que fizeram greve de fome. Para Lula eram ladrões de galinha.
Quando o planeta inteiro se mostrou indignado com a violência perpetrada pelo governo sírio contra a população civil que protestava contra o status quo, nossos diplomatas não esboçaram indignação e tomaram a atitude de procrastinar uma ação de tom humanitário ou mesmo iluminista. Insistiram na confabulação animosa com o ditador Bashar AL-Assad. Fomos isolados e ridicularizados internacionalmente.
É bom lembrarmos juntos que a diplomacia do PT tem mesmo uma tendência de apoiar as ditaduras. Quantas vezes o iraniano Mahmoud Ahmadinejad não foi paparicado. Lula chegou a ir para Teerã para evitar ações que acabassem com o programa nuclear iraniano. Coisa que a CIA, o MI6, a Abin e até a baiana do acarajé sabem que só vai dar em bomba atômica.
Somos amigos do ditador Mugabe, lá do Zimbabue; de José Eduardo dos Santos, de Angola; fomos de Hugo Chávez, da Venezuela, e estamos com seu precursor Nicolas Maduro e todos os bolivarianos; com as Farc, então! Lembre-se que presidente destituído de Honduras, Manuel Zelaya, fez da nossa embaixada em Tegucigalpa seu escritório particular. O governo da Bolívia expropriou uma instalação da Petrobras e nossos diplomatas enfiaram a cebeça no chão. Os agricultores brasileiros que atuam na área de fronteira vêm sendo expulsos pela Bolívia e não têm apoio do nosso governo.
Por sua atitude, o Brasil vem sofrendo derrotas em várias vertentes, como por exemplo quando defendeu o egípcio e antissemita Farouk Hosni para dirigir a Unesco. Não teve nenhum apoio. Dilma esteve na China e ignorou completamente o tema direitos humanos. E tem amor pela Coreia do Norte.   Somos terceiro-mundistas. Estados Unidos, Alemanha, França e Inglaterra? somos contra.
Política externa é coisa de estado. Não dos companheiros. E como bem diria Ruy Barbosa ao neo-Itamaraty: “Sabe nada, inocente”. 

* Jolivaldo Freitas  é jornalista e escritor

Cuba: minha primeira experiencia com o Facebook

Explico: não se trata de Cuba e o Facebook, uma conexão pelo menos bizarra, como vocês devem imaginar.
Mas é que Cuba foi o objeto de minha primeira postagem no FaceBook, em 2010, quando eu ainda resistia a esta ferramenta, e na verdade fiquei ausente por mais três anos depois dessa experiência isolada e pioneira.
Quando decidir testar o novo instrumento, resolvi fazer um comentário sobre o anúncio pelo governo ditatorial em torno das mudanças econômicas na ilha, que pareciam prenunciar uma revolução capitalista no regime castrista, em direção de um sistema de tipo chinês, ou pelo menos vietnamita.
Nada disso aconteceu, como se sabe, mas aproveito para postar aqui o texto que fiz em setembro de 2010, em plena campanha eleitoral no Brasil.
Quatro anos depois, Cuba não mudou muito, ou quase nada, e o Brasil, se mudou alguma coisa, foi para pior, talvez no caminho de Cuba (aliás, ainda não se discutia a sustentação financeira da ditatura pelos companheiros totalitários do partido hegemônico brasileiro.
Em todo caso, rever antigos textos é sempre inspirador...
Paulo Roberto de Almeida 

O desenvolvimento do capitalismo em Cuba

September 20, 2010 at 10:07am
O mesmo título, substituindo Cuba por Rússia, foi usado no único livro de Lênin que foi resultado de pesquisa semi-acadêmica. Ele lidou com estatísticas agrárias, industriais e alguns outros indicadores econômicos, e foi tudo. As teses estavam pré-determinadas, e o resultado final, antecipadamente, era anunciado como sendo o socialismo, como a única via de "salvação" da Rússia, para fora do "purgatório capitalista", construindo o "paraíso socialista".
Depois de outro livro pretensamente teórico -- Imperialismo, etapa superior do capitalismo -- no qual ele copiou desavergonhadamente Hobson e Rosa Luxemburgo, Lênin se entregou a tarefas mais práticas, passando a construir o seu socialismo, depois de seu putsch de novembro de 1917.
Enfim, deu no que deu: miséria humana, escravidão da classe trabalhadora, e o maior desastre social, econômico e humano já vivido pela nação russa. Demorou setenta anos para acabar, mas acabou.
Pois bem, agora é Cuba que ensaia o caminho de volta do socialismo, em direção ao capitalismo.
Já deveriam ter aprendido bem antes: se não cinquenta anos atrás, pelo menos 20 anos atrás, quando a URSS se desfazia.
Vou seguir o edificante exemplo cubano, que se prepara para jogar no olho da rua um milhão (eu disse UM MILHÃO) de trabalhadores estatais, que são redundantes. Para que vocês tenham um ideia do que isso significa, basta dizer que a população total da ilha é de 11,2 milhões de pessoas, com menos de 5 milhões de PEA (ativos), ou seja, uma proporção enorme de desempregados potenciais, mais de 20% jogados na fila de desemprego. Bem, em Cuba eles tem muita experiência de fila, assim que este não é o problema.
O problema é que antes se fazia fila para receber a magra ração do governo, e dorenavante não haverá mais fila pois cada um terá de se virar por si mesmo.
Antevejo um lampejo de capitalismo em Cuba, e com isso a plutocracia gerontocrática será colocada no olho da rua, por sua vez.
Já não era sem tempo...
Paulo Roberto de Almeida

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Livro: uma leitura exemplar, Escorel sobre Maquiavel, e uma reflexao propria...

Estou lendo, para resenhar para o meu tradicional Prata da Casa, este livro aqui:



Lauro Escorel:
Introdução ao Pensamento Político de Maquiavel
(3a. ed.; Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, FGV, 2014, 344 p.; ISBN: 978-85-88777-59-0)

            Escrito em 1956, publicado pela primeira vez em 1958, novamente em 1979, este clássico da maquiavelística brasileira é agora apresentado por um acadêmico e complementado por uma conferência de 1980 do autor, que se tornou “maquiavélico” ao servir na capital italiana em meados dos anos 1950. 
Para Escorel, “as observações de Maquiavel sobre a política externa dos Estados continuam a apresentar... uma extraordinária atualidade” (p. 329-30). O florentino foi o primeiro grande teórico da política do poder.   
Mas no plano interno também, Escorel segue Maquiavel no sentido em que a política é um “regime de precário equilíbrio entre as forças do bem e as forças do mal, em que estas muitas vezes superam aquelas...” (34). Os dois colocam o “problema cruciante das relações da política com a moral”, que está no centro da obra do italiano.
Escorel argumenta, em sua introdução escrita em Roma, em 1956, que a política "é uma técnica e, como tal, está voltada naturalmente para um objetivo prático: o êxito na obtenção de seus fins específicos, que são a conquista e a manutenção do poder. Mas é uma técnica que deve servir a uma finalidade ética: a aplicação efetiva do poder em benefício da comunidade. Um político imoral, portanto, é aquele que utiliza a técnica política para satisfazer objetivos particularistas egoístas, caso em que serea também um político incompentente, uma vez que estará agindo em detrimento da comunidade a que deve servir" (36).
"Na medida em que a política é uma técnica e uma arte, dotadas de características e exigências peculiares, pode-se dizer que Maquiavel a conheceu e analisou como ninguém, legando ao mundo moderno a mais lúcida e implacável análise que jamais foi realizada de sua natureza ambígua e contraditória" (36-37).

Eu também procurei, como Maquiavel, embora numa escala bem mais modesta, ir em busca da verità effetualle della cosa, escrevendo um "O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os contemporâneos" (disponível em edição Kindle), como informado abaixo. As circunstâncias dessa "reflexão no deserto", ou no ostracismo, foram mais ou menos similares, embora menos dramáticas as minhas do que as do florentino, torturado pelo novo regime que tomou o poder na sua cidade natal. No meu caso não era minha cidade natal, e a "tortura" assumiu outras formas...
Mudanças de regime são sempre desafiadoras para os que buscam certo equilíbrio entre a moral e a política, em face de novos donos do poder simplesmente imorais...
Paulo Roberto de Almeida 

Start reading O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os contemporâneos on the free Kindle Reading App or on your Kindle in under a minute. Don't have a Kindle? Get your Kindle here.

OR

with Kindle Unlimited
Deliver to:
Enter a promotion code
or gift card
 


Try it free

Sample the beginning of this book for free

Click to open expanded view

O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os contemporâneos (Portuguese Edition) [Kindle Edition]

Paulo Roberto Almeida , Pedro Paulo Palazzo de Almeida

Kindle Price: $4.35
Kindle Unlimited Read this title for free and get unlimited access to over 700,000 titles. Learn More




Free Kindle Reading App Anybody can read Kindle books—even without a Kindle device—with the FREE Kindle app for smartphones, tablets and computers.

Pausa para... a historia recente do Brasil em 3 quadrinhos...

Um criador, um parasita, uma madeireira...

RBPI: numero especial sobre a China

​O Instituto Brasileiro de Relações Internacionais – IBRI informa o lançamento da edição especial da Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI, intitulada

China rising – strategies and tactics of China’s growing presence in the world

editada por Henrique Altemani de Oliveira, Professor da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB e por Antônio Carlos Lessa, professor da Universidade de Brasília e editor da RBPI.

Editorial
China rising – strategies and tactics of China’s growing presence in the world: a special issue of RBPI, by Henrique Altemani de Oliveira & Antônio Carlos Lessa

Articles
Mao’s steps in Monroe’s backyard: towards a United States-China hegemonic struggle in Latin America?, by Jose León-Manríquez & Luis F. Alvarez;
Swords into ploughshares? China’s Soft Power strategy in Southeast Asia and its challenges, by Tony Tai-Ting Liu & Tung-Chieh Tsai;
China’s rising Soft Power: the role of rhetoric in constructing China-Africa relations, by Lucy Jane Corkin;
Japan and India: soft balancing as a reaction to China’s rise?, by Wellington Amorim & Antonio Henrique Lucena da Silva;
The international implications of the Chinese model of development in the Global South: Asian Consensus as a network power, by Javier Vadell, Leonardo Ramos, Pedro Neves;
Brazil, China, US: a triangular relation?, by José Augusto Guilhon-Albuquerque;
China’s proposing behavior in Global Governance: the cases of the WTO Doha Round negotiation and G-20 process, by Hongsong Liu;
South-South relations and the English School of International Relations: Chinese and Brazilian ideas and involvement in Sub-Saharan Africa, by Joseph Marques & Anthony Spanakos;
Between system maker and privileges taker: the role of China in the Greater Mekong Sub-region, by Truong-Minh Vu;
Chinese energy policy progress and challenges in the transition to low carbon development, 2006–2013, by Larissa Basso & Eduardo Viola;
The tale of a Trojan horse or the quest for market access? China and the World Trade Organization, by Sven Van Kerckhoven & Adriaan Luyten;
Peaceful rise and the limits of Chinese exceptionalism, by Raquel Vaz-Pinto;
Macau in China’s relations with the lusophone world, by Carmen Amado Mendes;
Muddle or march: China and the 21st century Concert of Powers, by Weizhun Mao;
Chinese engagement for Global Governance: aiming for a better room at the table?, by Henrique Altemani de Oliveira & Alexandre César Cunha Leite.

Esta edição pode ser adquirida na Loja do IBRI

Hong Kong: um pais dois sistemas (e como...)



Photo
CreditPatrick Chappatte
Continue reading the main storyShare This Page 
Pro-democracy demonstrators take over Hong Kong’s streets.

Duas tragedias da humanidade: Ebola e Holocausto - Der Spiegel

Matérias desta data (30/09/2014) na revista alemã Der Spiegel:

INTERVIEW WITH EBOLA DISCOVERER PETER PIOT

'It Is What People Call a Perfect Storm'

Almost four decades ago, Peter Piot was part of the team that discovered the Ebola virus. In a SPIEGEL interview, he describes how the disease was isolated and explains why the current outbreak is different than any that have come before.
Photo Gallery: A Growing Epidemic

A VOICE FOR THE DEAD

Recovering the Lost History of Sobibór

Henchman with the Nazi SS sought to cover up the mass murder that occurred at the Sobibór concentration camp in eastern Poland. Archeologists recently uncovered the site's hidden gas chambers and important artifacts that shed light on the victims.

Eleitores nao podem ser presos: oba, pessoal! Vamos aproveitar...

Li esta chamada sobre uma das maiores jabuticabas brasileiras:
A determinação vale até 48 horas após o encerramento da votação

E me pergunto: se considerarmos o padrão "Petrobras" de assalto companheiro, não seria temerário deixar o pessoal aproveitar essa jabuticaba para se locupletar impunemente?
É só uma pergunta...
Paulo Roberto de Almeida 

Poliica externa companheira: o mundo como palanque - Mac Margolis

O mundo é um palanque 
Mac Margolis 
O Estado de S. Paulo, 28/09/2014
Mac Margolis é colaborador da Bloomberg View e colunista do 'Estado'

Este mundo é um palanque. Que o diga a presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Com a corrida presidencial nas últimas semanas e a promessa de um final suado, a líder brasileira fez o que faz todo mandatário que se preze em momentos difíceis: viajou.
Claro, já constava na agenda presidencial a sua participação da 69.ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Afinal, o Brasil é o país que dá início à solenidade anual da ONU, que reúne chefes de Estado e de governo de 193 nações. Restou para a brasileira - ou seus marqueteiros - o lampejo de amarrar a pompa à circunstância e converter a cúpula global em comício.
Seu discurso não encantou. Como oradora, a presidente é uma excelente tecnocrata. Ela, corretamente, chamou atenção para o desequilíbrio nas instituições de governança multilateral, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas, para o qual o Brasil reivindica um assento permanente. Exatamente como fez no ano passado, quando Brasília já era voto vencido.
Criticou as grandes potências pela sua queda por soluções militares para os conflitos no Oriente Médio, deixando para a imaginação como seria uma negociação de paz com os encapuzados do Estado Islâmico (EI).
Convocou os pares internacionais para engrossar a luta contra o aquecimento global. Perdeu a oportunidade de explicar porque o Brasil, campeão em derrubada de florestas, não se juntou aos 150 países, 35 empresas, 16 grupos indígenas e 45 grupos da sociedade civil que assinaram o compromisso de reduzir o desmatamento pela metade até 2020, na última Cúpula do Clima.
Na toada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticou os países ricos ("os louros de olhos azuis", como preferiu seu mentor), pelo colapso mundial após a quebra do banco Lehman Bros., crise pela qual o Brasil teria navegado com louvor.
Pulou a parte da pane na economia nacional, que recentemente embicou em recessão técnica, com inflação em alta e confiança do investidor, cadente.
Tocou apenas de raspão no tema da espionagem das agências americanas, que fez dela uma vítima e dominou seu discurso na mesma sala, no ano passado, e quase deflagrou uma crise diplomática entre Brasília e Washington. Mas esse foi o ultraje de ontem.
Hoje, com o segundo mandato em jogo, Dilma tem outro público a convencer. Por isso, enxergou no colegiado das nações um estúdio itinerante de propaganda eleitoral e seu discurso, um 'Café com a Presidenta' pelo teleprompter alheio.
Combate à desigualdade, aula magna de administração econômica, cerco implacável contra a corrupção e apoio total aos direitos dos homoafetivos: o Brasil do governo Dilma representa tudo isso e mais, afirmou.
Como a presidente brasileira, seus pares latino-americanos também escolheram o pódio internacional como atalho para as urnas.
O presidente boliviano, Evo Morales, que concorre à reeleição em outubro, jogou para a sua base andina ao propor um "tribunal do povo" para julgar os "crimes" do presidente americano, Barack Obama.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, que sonha em fazer seu sucessor no ano que vem, aproveitou sua vez ao microfone para bater nos credores "abutres", aqueles que ao recusar os termos do acordo geral da dívida teriam levado seu país à oitava moratória externa desde 1820. "Terroristas não são apenas aqueles que jogam bombas", disse a presidente.
Cristina pegou a casa ainda cheia e atenta. Já Nicolas Maduro, da Venezuela, teve de se contentar com alguns gatos pingados. Maduro, enfim, não é Chávez, o orador dublê de bufão que encantava suas plateias com impropérios e blagues.
Dilma teve recepção melhor, em parte pelo peso do Brasil, em parte pelo horário, pois discursou logo antes de Barack Obama.
Do Brasil, emergente titular das Américas, sétima economia do mundo, sócio-fundador do grupo Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul), o mundo talvez imaginasse um discurso à altura. Pena que tenha ouvido mais um programa do horário eleitoral, com tradução simultânea.

Mandarins da republiqueta dos privilegiados continua a afundar a Republica

Ministro do STF dá auxílio-moradia a todo o Judiciário
Folha de S. Paulo, 26/09/2014

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), estendeu o auxílio-moradia às Justiças do Trabalho, Militar, e a magistrados de nove Estados que ainda não recebem o benefício. Há quinze dias, o ministro havia autorizado o pagamento do benefício à magistratura federal, em medida liminar, o que abriu brecha para beneficiar todo o Judiciário.
Após a decisão, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) entrou com ação pleiteando o direito para a Justiça Militar e para nove Estados que ainda não pagam o benefício. A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) fez o mesmo movimento, em nome dos juízes do trabalho. Ao analisar as duas ações, Fux apontou que o pedido era o mesmo formulado pela magistratura federal. "Onde houver o mesmo fundamento, deve ser assegurado o mesmo direito", afirmou o ministro, nas liminares.
Ele destacou que a decisão não depende de regulamentação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na primeira liminar, Fux sugeriu que o conselho regulamentasse a questão. Os magistrados passam a ter direito desde a data da primeira liminar concedida - 15 de agosto e em mesmo valor. Na ocasião, foi estabelecido pagamento no valor a que têm direito os ministros do Supremo, que é de R$ 4.377,73.
Além dos ministros do Supremo, já têm direito hoje ao auxílio-moradia os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os conselheiros do CNJ e membros do Ministério Público, desde que não possuam residência oficial ou imóvel funcional no local de trabalho. Com as três liminares de Fux, ficam abarcados os magistrados federais, do Trabalho, da Justiça Militar e dos Estados que ainda não pagavam o benefício: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os demais tribunais estaduais já efetuam o pagamento do benefício. De acordo com o CNJ, o País possui no total 16,3 mil magistrados, mas deverão receber o benefício apenas os que não possuírem residência oficial no local de trabalho.