O valor do voto na democracia
Paulo Roberto de Almeida
A democracia foi definida,
por Winston Churchill, como o pior dos regimes políticos, à exceção de todos os
demais. De fato, ela não é a solução-milagre para todos os problemas sociais e
econômicos que um povo enfrenta no caminho da prosperidade. Mas é ela que
permite, de forma racional e pacífica, ainda que de maneira delongada e não
isenta de confronto de opiniões, a busca de soluções para os principais
problemas da sociedade, através dos mecanismos de representação política.
As prioridades mais comuns
na vida das pessoas são: segurança na esfera privada, garantia de que os bens
não serão tomados ou expropriados de forma ilegal, boas condições de habitação
e de transportes, um emprego capaz de garantir sua manutenção e a de
familiares, possibilidades de ascender na vida pelo trabalho honesto e o acesso a cuidados razoáveis de saúde. A
condição para que estes objetivos sejam alcançados é o nível de desenvolvimento
social. Os elementos essenciais para a prosperidade de um povo são dados por um
conjunto de requerimentos usualmente encontráveis nas democracias de mercado.
1) Estabilidade macroeconômica: ou seja, inflação baixa, valor de
compra da moeda preservado, contas públicas equilibradas, juros e câmbio
regulados mais pelo próprio mercado do que pelas manipulações dos governos.
2) Competição microeconômica: ambiente aberto à livre concorrência entre
indivíduos e empresas, mediante inovações tecnológicas, sem a ação de
monopólios e carteis; a competição saudável é a melhor garantia de que os
consumidores terão bons produtos a preços acessíveis.
3) Boa governança: instituições sólidas, responsáveis e controladas
por órgãos independentes e pela própria cidadania; justiça disponível a todos,
rápida e justa; ampla segurança na defesa do patrimônio e respeito aos
contratos; os representantes do povo devem ser abertos à verificação de suas
ações, por meio da mais ampla e transparente publicidade no exercício de suas funções.
4) Alta qualidade dos recursos humanos: a boa educação para crianças e
jovens, nos níveis básico, médio e técnico-profissional, é a garantia de que o
país poderá prosperar mediante ganhos de produtividade e inovações
tecnológicas; essa é a base mediante a qual se fazem boas universidades e
instituições de pesquisa; todos devem ter acesso igualitário a uma educação de
qualidade.
5) Abertura ao comércio e aos investimentos estrangeiros: os países
mais ricos são aqueles mais abertos ao comércio internacional e aos capitais
produtivos, sem discriminações falsamente nacionalistas; mais importante,
aliás, do que o comércio de bens é o intercâmbio de ideias; a sua diversidade
faz a riqueza de um povo.
Tais requisitos são mais comuns
num ambiente democrático e numa economia de mercados livres do que em regimes
fechados e dotados de um sistema político pouco. transparente.
Paulo Roberto de Almeida
[Tacoma, WA 9 de setembro de 2014]
Nenhum comentário:
Postar um comentário