Um ministro da educação, no passado, fez aprovar uma lei sobre piso salarial dos professores apenas para "ferrar" -- o termo é mesmo esse -- sua adversária política, governadora tucana, que dizia que seu estado não tinha recursos para pagar o piso estabelecido, certamente bem mais alto.
Dinheiro sempre tem, obviamente, tudo é uma questão de prioridades. Tem gente que prefere gastar em publicidade, por exemplo.
Pois bem, quis a vontade do povo que o antigo ministro virasse governador, do mesmo estado.
Agora esse cidadão, que deve andar de quatro de tamanha incoerência, diz que não vai pagar, e vai apelar para a Justiça (da qual ele também já foi responsável, mas muito irresponsável, pois mandou deportar dois refugiados, o justiceiro).
Mas a Justiça apenas interpreta leis, ela não faz as leis. Quem faz é o parlamento.
O ministro cavalgadura deveria saber disso...
Paulo Roberto de Almeida
PS.: Quem acha que o governador anda de quatro é o jornalista abaixo. Eu só o sigo...
De cabeça para baixo, Coluna Carlos Brickmann
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(*) Coluna exclusiva para a edição dos jornais de Quarta-feira, 7 de março de 2012
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Há cem anos, o Japão não tinha condições de sustentar sua população. Por isso, estimulou as emigrações (e, por isso, tantos japoneses vieram para o Brasil). Há 67 anos, duas bombas atômicas destruíram Hiroxima e Nagasáqui e o Japão foi ocupado por tropas americanas. Há cinquenta e poucos anos, produto japonês era famoso por ser mal feito, mal acabado, pouco durável.
Como é que o Japão mudou, sem fontes de energia, sem recursos naturais? O jornalista Renato Lombardi, sempre competente, manda duas pistas: o salário inicial de um professor de ensino fundamental no Japão equivale a R$ 4 mil. Professor de escola pública é a 17ª profissão mais bem paga do país.
Já o Brasil, que há cem anos tinha condições de absorver os imigrantes japoneses, está agora em guerra para não pagar aos professores a fortuna mensal de R$ 1.451. Onze Estados avisaram que não vão pagar o piso de lei. No Rio Grande do Sul, o governador Tarso Dutra, do PT, ex-ministro da Justiça, ligadíssimo ao atual ministro da Justiça, quer pagar aos professores salários que nem analfabeto hoje aceita: R$ 791.
Aluguel, comida, livros? Os professores que se virem. Já Tarso, cuja função certamente não é tão útil quanto a de um professor, recebe quase R$ 30 mil mensais, fora casa, comida e muitas mordomias. E, a julgar pelo que anda dizendo, já faz tempo que não gasta nada de seu salário com livros.
Diziam que os japoneses, do outro lado do mundo, andavam de ponta-cabeça. Aqui, nosso Governo não avança nem andando sobre os pés. E veja, são quatro!
Um pouco de luz
A Justiça gaúcha determinou ao Governo que pague o piso legal, incluindo os atrasados desde 2009. Mas o governador que foi ministro da Justiça vai recorrer.
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