Ludwig von Mises visitou a Argentina em 1959, quando fez as seis conferências de economia (na Universidade de Buenos Aires) que resultaram, mais adiante, em seu conhecido livro "Seis Lições" (disponível em edição em Português, no site do Instituto Liberal e no do Instituto Mises Brasil, que eu tenho em algum lugar de minha biblioteca; e em inglês, son o título de Economic Policy, no site mises.org). Uma das lições era, justamente, sobre o intervencionismo governamental na economia, sendo as outras sobre o capitalismo, o socialismo, a inflação, o investimento estrangeiro e sobre as ideias e as políticas econômicas.
Agora o governo argentino repete as seis lições, apenas que ao contrário, como aliás já faz o professor Chávez.
Paulo Roberto de Almeida
Argentina pode elevar controle sobre empresas
BUENOS AIRES - O governo argentino vai aumentar o controle sobre as 28 empresas privadas nas quais possui participação acionária herdada dos antigos fundos de pensão estatizados no final de 2008.
As companhias, entre elas as brasileiras Petrobras, Banco Patagonia (Banco do Brasil) e a processadora de alimentos Quickfood (Brasil Foods), já começaram a ser contatadas pelo vice-ministro deEconomia, Axel Kicillof - o novo homem forte do governo de Cristina Kirchner - e sua equipe passaram a semana passada em contatos com os presidentes das companhias, que foram avisados que têm prazo de 72 horas (a contar de ontem) para entregar uma série de documentos solicitados.
De acordo com o governo, as empresas terão de enviar ao governo relatórios detalhados de sua situação contábil, nível de produção, custos, comércio exterior, planos de investimentos e endividamento e informações sobre as decisões de diretoria. A solicitação destes dados está prevista no decreto que a presidente editou há cerca de 15 dias a fim de fixar normas para coordenar a ação dos 50 diretores estatais nestas empresas.
O governo argentino tem participação acionária nas empresas desde a estatização dos fundos de pensão, que passaram para as mãos da Agência Nacional de Seguridade Social (Anses). Na Petrobras, por exemplo, essa participação é de 9,8%, enquanto na Quickfood, é de 5,3% e no Banco Patagonia de 15,3%.
"Não acreditamos que possa haver problema com esse mecanismo porque a maioria da diretoria que decide é privada", disse fonte ligada a uma das empresas. Porém, continuou, "a presença agressiva do governo e a maior exigência poderia provocar melindre e atrasar novos projetos".
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