Os estragos do governo petista em estatais
Tudo desandou no governo de Dilma Rousseff, no qual a Petrobras e o braço estatal do setor elétrico sob controle da União enfrentam sérios problemas, curiosamente impostos por políticas equivocadas do Planalto.
Se fosse outro governo, com o PT na oposição, já teriam ocorrido tentativas de instalar CPIs no Congresso, e haveria grande mobilização política em torno de um alegado projeto de levar estatais à ruína para privatizá-las a preço vil.
Os dados objetivos sobre a Petrobras e a Eletrobras denunciam uma gestão desastrosa. No caso, do principal acionista das empresas.
O mergulho dado pela cotação das ações das duas é revelador. A da Petrobras estava em R$ 29 quando Dilma assumiu. Desabou para abaixo dos R$ 15. Defensores do governo argumentam que, por trás da oscilação do valor de mercado da empresa, há variações no preço do petróleo no mercado internacional. Sim, mas enquanto as cotações voltavam a subir no mundo, a Petrobras continuava a se desvalorizar.
Há, portanto, causas específicas na desvalorização patrimonial da empresa. Duas delas: o uso da estatal como instrumento de controle da inflação, com o virtual congelamento do preço de combustíveis, vendidos no mercado interno abaixo do custo de importação, e a sua conversão em instrumento de substituição de importações de equipamentos, mesmo sob o risco de atrasos na execução de projetos e perda de eficiência operacional. Na administração de Graça Foster, há tentativas de se flexibilizarem algumas dessas regras para não prejudicar ainda mais a eficiência da empresa.
No plano geral, é a subordinação da Petrobras a objetivos político-ideológicos que afasta investidores de suas ações. No caso do sistema elétrico, há a subjugação da Eletrobras e subsidiárias ao projeto eleitoreiro de corte da conta de luz em 20%, também a qualquer custo. Resultado: o valor de mercado da Eletrobras caiu 75,8% desde 2010, de R$ 46 bilhões para R$ 11 bilhões. Como para a Petrobras, isso dificulta a capitalização futura da companhia via mercado de ações. Tem sido tão ruinosa a intervenção do governo no setor elétrico que ela gera um rombo fiscal nas contas públicas, devido a subsídios para evitar repasses ao consumidor antes da urnas de outubro.
É de suprema ironia que, ao subordinar estatais à visão intervencionista em voga no Planalto, o governo do PT aja como grande predador de empresas públicas.
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