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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Gustavo Chacra: um nao-religioso numa festa religiosa e de memoria judaica (Rua Judaica)

Rua Judaica é o boletim do cônsul de Israel no Rio de Janeiro, sempre com notícias perfeitamente tendenciosas (ou seja, expressando o ponto de vista judeu, ou israelense), mas perfeitamente objetivas, sinceras, claras, transparentes, honestas.
Sempre apreciei, sem precisar concordar com tudo o que vai escrito ou transcrito ali.
Paulo Roberto de Almeida

Um goy brasileiro-libanês em um Seder em NY
Gustavo Chacra
Rua Judaica, 9/04/2015



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Guga Chacra – De Nova Iorque para a Rua Judaica
Sou de origem cristã. Pelo lado materno (italiano e português), católico. Pelo lado paterno, dos meus avós libaneses, sou metade cristão grego-ortodoxo e metade cristão grego-católico (melquita). Na prática, não sou religioso e minha família tampouco é religiosa. Meus pais esqueceram de me batizar, embora meus irmãos tenham sido batizados. Já adulto, fui batizado por um judeu no rio Jordão em reportagem para o caderno de Turismo da Folha. E não descarto me batizar na Igreja Melquita ou na Ortodoxa em São Paulo.

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Sei que algumas famílias cristãs, sejam elas católicas ou ortodoxas, ainda mantem a tradição religiosa em festas como o Natal ou a Páscoa. Na minha, porém, sempre se restringiu a troca de presentes no 24 de dezembro com uma ceia de comida libanesa. Na Páscoa, quando éramos pequenos, ganhávamos ovos de chocolate. Sei que o mesmo ocorre com a maior parte dos meus amigos. Apenas alguns mais religiosos vão à missa nestas datas. Mas é raro. No final das contas, é um jantar em família.


Quando recebi o convite da minha amiga Betty Steinberg para o Seder na casa dela em Connecticut, para a celebração do Pessach, não imaginava como esta festividade judaica seria tão diferente. A leitura da história do povo judeu, orações e canções lindas em hebraico. A importância de cada comida no prato. A participação de todos. Fiquei impressionado como os judeus sabem guardar e conservar a sua história.

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Em dúvida, ainda perguntei para o jornalista Caio Blinder, que também estava presente, se isso era comum também em famílias judaicas mais seculares, como a dele. Ele me explicou que sim. E também me disse ser comum convidar não judeus como eu e a minha mulher (também de origem libanesa cristã, com italiano e português como eu). Na época do movimento pelos direitos civis, segundo o Caio, era muito comum famílias judaicas convidarem negros para o Seder. Foi um dia que ficará para sempre na minha memória.

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