Um pequeno erro do PT no
poder:
registro no Twitter
Paulo Roberto de Almeida
[Objetivo: debate público; finalidade: externar opinião pessoal]
Qual teria sido o maior erro do PT no poder?
Esta é a pergunta feita por um twiteiro não exatamente identificado (definido
como sendo um “cidadão médio”), que postou a seguinte consulta via Twitter:
“Vou fazer aqui uma pergunta séria, contando com a honestidade
intelectual e a reflexão crítica da galera dessa rede social, e gostaria de
respostas sérias:
Na opinião de vocês, qual foi o maior ERRO que o PT, como governo,
cometeu enquanto esteve na presidência do país?”
Respondi (PRA) o seguinte:
O maior “erro” – mas ele foi deliberado – do PT no poder foi ter
adaptado o comportamento naturalmente corrupto e mafioso dos meios sindicais
para o governo, tornando-se uma entidade criminosa empenhada em assaltar o
Estado por todos os meios para perpetuar-se no poder. Era o seu lado
bolchevique.
Essa foi a mini-resposta que postei apressadamente. Complemento agora,
além dos poucos caracteres do Twitter:
Mas o PT só conseguiu chegar a uma etapa superior de roubalheira
generalizada no sistema político brasileiro unindo a corrupção sistêmica dos
meios sindicais com o know-how de métodos clandestinos profissionais
transmitidos pelos serviços de inteligência de Cuba comunista aos guerrilheiros
e opositores que transitaram pela ilha nos anos 1970. Foram esses
neobolcheviques — guerrilheiros reciclados na luta “pacífica”, ainda
clandestina — que, retornando ao Brasil na anistia e na redemocratização,
elevaram a alturas inéditas a corrupção e deram consistência sistêmica à
extração de $$ do Estado e dos grandes capitalistas. Foram eles que fizeram o
salto dialético da passagem do “modo artesanal de produção de corrupção” —
típico da classe política tradicional, o mero roubo de oportunidade — para o
“modo Industrial de produção da corrupção”, típico de uma grande estrutura
mafiosa (sem a “ética” da máfia), comprometida basicamente com a manutenção do
monopólio do partido — convertido em organização criminosa — sobre o poder
político, suas várias instituições e agências públicas, tudo em aliança com o
grande capital.
Tudo absolutamente inédito no Brasil patrimonialista, que o PT converteu
em uma espécie de patrimonialismo gangsterista.
Durou bastante tempo, e ainda não foi totalmente dissolvida essa
estrutura sofisticada de corrupção, tanto porque ela serviu a um grande
conjunto de partidos e caciques da política que também se refestelaram na
criminalidade do PT. Uma grande e poderosa máquina devotada aos crimes
políticos e aos crimes comuns.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 13/11/2019
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