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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Chile quer voltar a ser um pais latino-americano; faz sentido?

Não, não faz nenhum sentido.
Não a pergunta do título, que está correta, mas o fato de o Chile, sob a atual direção socialista, pretender deixar de ser um típico país da OCDE, para voltar a ser um típico país latino-americano.
Uma pena voltar a um continente tão desastrado e recorrente no regressismo a políticas ultrapassadas, e que já fracassaram mais de uma vez.
Paulo Roberto de Almeida

Reformas de Bachelet colocam em risco modelo vitorioso chileno

Presidente reeleita quer fazer mudanças profundas no sistema educacional às custas da credibilidade que o país que governa levou décadas para construir

Luís Lima
Veja.com, 20/12/2014
Michelle Bachelet: reformas estruturais podem tirar do Chile os ganhos do passado
Michelle Bachelet: reformas estruturais podem tirar do Chile as vitórias do passado (Luis Hidalgo/AP/VEJA)
Há pelo menos quatro décadas a economia chilena vem se beneficiando do modelo liberal que a tornou a mais competitiva da América Latina. As virtudes desse modelo pareciam ser consenso entre políticos de todos os matizes ideológicos, e a socialista Michelle Bachelet nada fez para alterá-lo quando ocupou a presidência do Chile pela primeira vez, entre 2006 e 2010. No entanto, reeleita para mais um mandato, Bachelet dá sinais de querer abandonar a receita vencedora. A socialista depara-se com um país próspero, porém, marcado por revoltas estudantis. Quer resolver o problema usando ferramentas pouco ortodoxas. A primeira delas foi elevar os impostos do setor empresarial para viabilizar o aumento da participação do Estado na educação, na saúde e no sistema previdenciário. A guinada, tudo indica, pode levar a um grande retrocesso.
O modelo de livre mercado adotado pela coalizão de partidos chilenos de centro-esquerda, popularmente conhecida como Concertación, tem rendido bons frutos ao vizinho latino-americano. O país ocupou a sétima posição no ranking de economias mais livres do mundo por três anos seguidos e detém o maior PIB per capita da América Latina, segundo dados do Banco Mundial. Por manter as políticas que davam resultado, Bachelet deixou o governo quatro anos atrás com um índice de aprovação de 84%. Contudo, ao se postular novamente ao cargo, decidiu apoiar-se numa plataforma estatizante, buscando os eleitores insatisfeitos com a gestão de Sebastián Piñera, seu antecessor. O governo de Piñera foi marcado por um período de prosperidade, em que o PIB do país avançou, em média, 5,5% ao ano. Mas também foi palco de grandes revoltas de jovens, cujas principais demandas eram a melhora do sistema educacional — e sua universalização.
Reforma fiscal — Ao retornar ao Palácio de La Moneda, Bachelet resolveu colocar em prática suas propostas de campanha de forma, digamos, violenta: em menos de seis meses, enviou ao Congresso projetos para uma profunda reforma fiscal, a modificação do sistema eleitoral, além de mudanças estruturais nos setores de energia, saúde e previdência. Contudo, a mais importante guinada se dá na área educacional. No Chile, a educação superior é essencialmente privada, o que faz com que muitos estudantes se endividem para conseguir arcar com os custos. A elevação dos impostos pagos pelas empresas, já aprovada no âmbito da reforma tributária, aumentará em 8 bilhões de dólares a arrecadação do governo. Com essa receita, a presidente quer bancar um novo sistema de ensino essencialmente público. Em troca, as empresas verão seus encargos aumentar de 20% para 25%. A reforma também estabelece o fim do Fundo de Utilidades Tributárias (FUT), que incentiva empresários a reinvestir o lucro dentro do país.
Leia também:
Andrés Velasco: A melancolia do Mercosul
Educação — As mudanças propostas por Bachelet remontam ao modelo pensado por estadistas nos idos de 1950, quando achavam, providos de certa dose de inocência ou ignorância, que conseguiriam arcar com a educação de todos os cidadãos. A atual situação da Universidade de São Paulo (USP), cujas finanças foram defenestradas ao longo de décadas devido a elevados gastos e má gestão, poderia servir de exemplo para Bachelet. Mas não. A presidente chilena propõe um receituário que amplia o perigo: a extinção gradual da cobrança de mensalidades por parte de instituições do ensino fundamental e médio que recebem recursos do Estado; o fim dos processos seletivos para o ingresso nessas instituições; e o fim do caráter lucrativo das instituições subsidiadas.
Empresários de associações do setor educacional preveem que as mudanças acarretem no fechamento de 80% dos estabelecimentos de ensino subsidiados pelo Chile. "A ideia é debilitar o setor privado por razões ideológicas, a de que a escola deve ser estatal, eliminando ou dificultando enormemente a possibilidade de que aquelas instituições que perseguem o lucro participarem dessa atividade", afirma Francisco Klapp, pesquisador da Fundación Libertad y Desarrollo, cuja sede é em Santiago. Parece mais uma tentativa de trilhar o caminho da escola populista latino-americana, que tem entre seus membros mais ilustres a própria Dilma Rousseff, o herdeiro do chavismo Nicolas Maduro, e Cristina Kirchner, na Argentina. (Clique para continuar lendo)
VEJA
Uma forma de empreender uma reforma educacional capaz de atender às demandas dos estudantes seria manter os subsídios que fomentassem realmente o ensino superior, além de criar um sistema de bolsas que facilitasse o acesso dos que não podem custear a universidade privada. Trata-se de uma terceira via diferente da estatização, como sugere o pesquisador Francisco Sanchéz, da Fundación Para el Progreso (FPP). "A solução é manter um Estado capaz de dar subsídios a bons projetos de nível superior, num sistema em que coexista a educação particular e a oferta de bolsas e créditos que permitam o acesso de estudantes de baixa renda", afirma. 
Mudanças desnecessárias — Outra mudança proposta por Bachelet é a criação de uma entidade estatal voltada à gestão de recursos da previdência social. Atualmente, o sistema de pensões chileno é considerado um dos mais eficientes do mundo: é composto por contas de capitalização em que os trabalhadores depositam 10% de seus salários, que são administrados por empresas privadas. Elas também temem um recuo em seus ganhos.
Por fim, a presidente quer enveredar-se no vespeiro da reforma política e promulgar uma nova Constituição, já que o texto atual é do ditador Augusto Pinochet. Os debates se acirraram em torno do tema e a população se dividiu numa polarização muito similar à que ocorreu no Brasil durante as últimas eleições presidenciais. "Há setores da sociedade que consideram necessária uma nova Constituição, via Assembleia Constituinte. O problema é que a presidente tem sido ambígua em suas propostas e sinaliza que promoverá as mudanças por meio de um 'processo participativo, legítimo e institucional', sem especificar as intenções", disse Maximiliano Ravest, advogado e pesquisador da Fundação Jaime Gúzman. "Não há um cenário de ruptura institucional que justifique uma nova Constituição", diz. 
Diante das incertezas que se propagam na região, a economia chilena também começa a titubear, impactada principalmente pela desaceleração do setor privado. A perspectiva de crescimento para o Chile este ano é de 1,7%, a menor em cinco anos, segundo o banco central do país, prejudicada por resultados ruins nos terceiro e quatro trimestres. Para o ano que vem, a estimativa foi reduzida de um intervalo de entre 3% e 4% para uma faixa de entre 2,5% e 3,5%. Enquanto isso, a inflação acelera e deve encerrar este ano em 4,8% — acima da meta de 2% a 4%. Qualquer semelhança com os acontecimentos recentes no Brasil não é mera coincidência. Ao buscar inspiração em Dilma e em seus vizinhos populistas, Bachelet pode tirar de seu país o brasão de uma economia arrojada. O alento é que, no Chile, não há (ainda) reeleição.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

A pedidos: comparando o Brasil e a Alemanha - Roberto Ellery e Paulo Roberto de Almeida

O economista Roberto Ellery fez o que a presidente-candidata mandou: em lugar de comparar o Brasil com o Chile, como tinha aventado, entre outros países, o candidato oposicionista, ela disse que o Brasil precisava ser comparado com "economias maiores", com a da Alemanha, por exemplo.
Indiferente ao absurdo da pretensão -- que só poderia passar na cabeça de quem não entende nada de economia, e muito menos sabe história econômica, ou que jamais consultou estatísticas na vida -- cabe reconhecer que qualquer comparação entre países é válida, mesmo entre os Estados Unidos e a Somália, por exemplo.
Claro, alguém poderia mostrar, numa perspectiva de longo curso, que o diferencial de renda per capita entre os Estados Unidos recém independentes, digamos em 1790, e a então Somália, ou o que estivesse no seu lugar, fosse, chutando, de vinte vezes "apenas". Dois séculos depois, essa diferença deve ser superior a 100 vezes, se não for mais. Tudo bem, vocês podem argumentar, sempre se pode comparar, e descobrir que os EUA avançaram e a Somália estagnou, ou afundou. Coisas da vida.
Mas vamos comparar nosso paísinho que parece grande, com os mesmos EUA, grandões de verdade. Cem anos atrás, nós tinhamos uma renda per capita que não ultrapassava 11% da renda dos americanos, já então o povo mais rico do planeta. Avançamos, aos saltos e tropeços, no decorrer do século XX, mas o máximo que conseguimos fazer foi 25% ou 28% do PIB per capita americano, isso no auge do regime militar, quando tivemos taxas de crescimento chinesas, no início dos anos 1970 (bem, os chineses é que exibem agora as taxas "brasileiras" de quase meio século atrás). Atualmente, devemos nos situar abaixo de 20% da renda americana, o que significa que recuamos, ou então, o que é mais provável, eles avançaram mais do que nós (não tiveram hiperinflações, por exemplo).
Mas, esse tipo de comparação não é a mais significativa: dados brutos, em si, nunca são um indicador satisfatório para o desenvolvimento de um país. Eles podem refletir situações e conjunturas de crescimento -- ou de estagnação, com ou sem inflação, etc. -- mas o desenvolvimento implica em transformações estruturais, com prosperidade social, ou seja, crescimento da renda per capita, certo?
A esse título, a comparação do Brasil com a Alemanha nos deixa muito mal no retrato, a despeito do que pretende a presidente.
Mas, ela também recusou a comparação com o Chile, a pretexto de que o Chile é um pequeno país, com uma economia menor do que a do Rio Grande do Sul, disse ela. Outra bobagem, pois a esse título, a Alemanha também é um "pequeno" país em população e território, comparada com o Brasil, mas faz um PIB, total e per capita, várias vezes superior ao do Brasil, certo?
Mas, por que uma comparação com um "pequeno país" não serviria para esses exercícios de comparação? Só pelo tamanho? Mas isso é uma bobagem monumental. O mundo abriga países grandes, pequenos, médios, gigantes e minúsculos, sem que isso apresente qualquer problema para a prosperidade, ou a miséria, de seu povo. Temos grandes países miseráveis -- a Índia, por exemplo, ou de certo modo ainda a China rural -- e pequenos países riquíssimos, Suíça ou Luxemburgo.
O que importa, na verdade, é a qualidade das políticas econômicas de um país, de qualquer país, que o habilite a alcançar a prosperidade do seu povo, ou estagnar na decadência durante certo tempo, ou muito tempo. Desse ponto de vista, o Chile também dá de 7 a 1 no Brasil, como constata Roberto Ellery em relação à Alemanha, no trabalho que eu transcrevo aqui abaixo. Saindo de uma posição modesta em PIB per capita, o Chile cresceu muito no decorrer dos últimos 25 anos, ultrapassando o Brasil e sendo admitido como membro da OCDE, uma espécie de clube de países ricos, como se diz frequentemente.O Chile, nos anos 1990, foi um tigre asiático numa América Latina estagnada.
Isso porque as políticas econômicas do Chile foram muito mais consistentes do que as nossas durante largo tempo. Política fiscal sólida, inflação baixa, câmbio realista, abertura ao comércio e aos investimentos estrangeiros, poucos subsídios a indústrias.  É isso que faz a diferença, e é isso que deve ser comparado.
Se continuarmos com as políticas econômicas da presidente, estaremos condenando o Brasil a ser, não uma Somália, mas talvez uma Índia ou uma China, durante os dois ou três séculos em que esses gigantes estagnaram na competição pelo desenvolvimento econômico e social. O que o Brasil prefere?
E então, vamos comparar desempenhos de países?
Com vocês o texto do Roberto Ellery.
Paulo Roberto de Almeida

Brasil e Alemanha: A presidente mandou e eu comparei. 

Blog do Roberto Ellery, 20/10/2014

Não me agrada comparar Brasil e Alemanha, somos um país pobre e eles são ricos, isso torna a comparação meio que inócua. Como a maioria dos que trabalham com crescimento econômico creio que comparações entre países só podem ser feitas quando o PIB per capita tem alguma proximidade, seja quando da comparação seja em um passado não tão distante. Mas como a presidente mandou comparar Brasil com a Alemanha no último debate e eu sou um súdito cidadão obediente farei a comparação.
No formato de nações independentes que conhecemos hoje o Brasil nasceu em 1822 quando D. Pedro I proclamou nossa independência de Portugal e a Alemanha nasceu em 1871 quando o Chanceler Oto von Bismark liderou a unificação alemã. Somos portanto uns cinquenta anos mais velhos que eles. Enquanto tivemos uma história relativamente pacífica com algumas revoltas internas (destaque para a Revolução Farroupilha e a Guerra de Canudos) e uma guerra em nossas fronteiras (Guerra do Paraguai) os alemães foram protagonistas das duas Guerras Mundiais que ocorreram no século XX. Na primeira saíram com a economia destruída, na segunda tiveram o país fisicamente destruído, para piorar após a II Grande Guerra foram divididos em áreas de influência das potências vencedores e assim ficaram até 1989 quando a Alemanha se reunificou. Não apenas somos mais velhos como desfrutamos de um maior período de paz e não tivemos territórios ocupados por potências estrangeiras.
Mesmo assim somos muito mais pobres que os alemães. Se compararmos o PIB per capita da Alemanha com o do Brasil a diferença é gritante, de acordo com os dados do FMI corrigidos por poder de compra o PIB per capita da Alemanha em 2013 foi de 43.475 dólares internacionais, de acordo com o Banco Mundial foi de 43.332 dólares internacionais, a diferença é explicada por métodos diferentes de ajuste do poder de compra. Para os que não são da área ajuste pelo poder de compra é uma forma de comparar valores em países onde os preços internos são diferentes. No Brasil o PIB per capita foi de 14.987 dólares internacionais pelo FMI e 15,034 pelo Banco Mundial, ou seja, ajustado pelos preços internos, o alemão médio umas três vezes mais que o brasileiro médio. Se não fizermos o ajuste pelo poder de compra o PIB per capita da Alemanha em 2013 foi US$ 45.085 e o do Brasil foi US$ 11.208 (dados do Banco Mundial), por esse critério os alemães são quatro vezes mais ricos que os brasileiros.
A comparação da renda per capita ficou ruim para o Brasil. Devo dizer que a comparação pode ser injusta com as intenções da presidente afinal PIB per capita não é construído em um governo, depende de toda uma história. É mais provável que a presidente queria saber como cada país cresceu durante o governo dela. Antes de passar aos números faço um alerta. Existem bons motivos para um país pobre (vá lá classe média baixa) como o Brasil crescer mais do que um país rico como a Alemanha. Quem trabalha com modelos neoclássicos imediatamente pensa em rendimentos decrescentes, quem prefere os modelos de crescimento endógeno pode pensar em oportunidades de inovação. Um país rico para crescer precisa descobrir e adotar novas tecnologias, um país em desenvolvimento (ficou melhor que pobre ou classe média baixa) como o Brasil pode apenas adaptar e/ou adotar tecnologias já existentes. Passemos aos números.
Para evitar problemas com correção por paridade de poder de compra calculei a taxa de crescimento a partir do PIB per capita em valores constates da moeda local de cada país conforme calculado pelo FMI. No período entre 2011 e 2014 o único ano em que o PIB per capita do Brasil cresceu mais que o da Alemanha foi em 2013, no acumulado do período o PIB per capita do Brasil cresceu 2,87% e o da Alemanha cresceu 7,41%. A conclusão é que não apenas os alemães são mais ricos que os brasileiros como ficaram ainda mais ricos durante o período em que Dilma governou o Brasil. A figura acima mostra o crescimento do PIB per capita em cada ano e no acumulado do período para os dois países.
Outra variável que está sempre no debate econômico é a inflação. Nesse quesito também nos saímos pior que os alemães. Em todos os anos nossa inflação foi maior que a deles, a média das inflações para o Brasil foi de 6,12%, para a Alemanha foi de 1,61%, a maior inflação que tivemos no período foi de 6,5% em 2011, a maior deles foi de 2,28% também em 2011, no acumulado nossa inflação entre 2011 e 2014 foi de 26,84% e a deles foi de 6,6%. A figura ao lado mostra a inflação dos dois países em cada ano e no acumulado, a diferença é gritante. Se no caso do crescimento podemos apelar para transformações de poder de compra para salvar o resultado aqui não tem discussão: nossa inflação é muito maior que a deles.
Deixemos de falar de inflação e de crescimento, isso é coisa de economista, de acordo com a sabedoria econômica oficial o que importa mesmo é o emprego. Falemos então de emprego, mas antes cabe uma ressalva: um desempregado na Alemanha tem renda maior que um orgulhoso membro da classe média brasileira conforme a definição do governo. Existem duas modalidades de seguro desemprego na Alemanha (link aqui). O primeiro tipo de benefício corresponde a 60% do salário de referência (€ 5.600 em 2013) podendo chegar a 67% se o beneficiário tiver filhos menores de 18 anos, esse benefício é pago por um período de 90 a 360 dias a depender do tempo que a pessoa ficou no último emprego. O segundo tipo de benefício é de € 350 por mês e é destinado a que ultrapassa o tempo de recebimento do primeiro benefício ou que não tem renda suficiente, os que recebem esse benefício são obrigados a participar de programas de treinamento. Tomando os 60% do salário de referências os beneficiários do primeiro tipo recebem pelo câmbio de hoje (3,15) o equivalente a R$ 10.584, ou seja, pelos critérios do nosso governo seria um sujeito rico no Brasil. Os beneficiários do segundo tipo de benefício recebem o equivalente a R$ 1.102,50 por mês, pelos critérios do governo seria de classe média no Brasil. É claro que comparar desemprego em condições tão diferentes quanto as vigentes no Brasil e na Alemanha é um exercício de pouca utilidade, mas não fui quem inventei de comparar Brasil com Alemanha, pelo contrário, avisei que não era uma boa ideia. Feitas as ressalvas passemos para os números. De acordo com o Banco Mundial (link aqui) a taxa de desemprego no Brasil em 2012 era de 6,9%, na Alemanha era de 5,4%. Não me dei por satisfeito e fui procurar números mais recentes (bendita Wikipedia, link aqui). Achei que em novembro de 2013 a taxa de desemprego no Brasil era de 5,4%, em fevereiro de 2014 a taxa de desemprego na Alemanha era de 5,1%. Mais uma vez a Alemanha se saiu melhor que o Brasil, e olha que nem usei os números da PNAD ampliada...
Estava decidido a não terminar o posto sem que o Brasil ganhasse em algum critério, não que o Brasil saísse de minha comparação pior do que a seleção se saiu no confronto com os alemães. Pensei que pelo menos nosso futuro poderia ser mais promissor que o deles e fui olhar a taxa de investimento nos dois países. A figura à direita mostra a comparação. Começamos na frente, em 2011 nossa taxa de investimento ficou de 19,73% contra míseros 18,51%, mantemos a dianteira nos anos seguintes, mas não teve jeito, após quatro anos de governo Dilma os alemães nos ultrapassaram também nesse quesito, ver figura à direita. A nação rica que está cuidando mais do futuro do que a nação pobre, talvez não por acaso que eles sejam mais ricos.
Me incomodei com a hipótese que os ricos alemães estejam mais preocupados com o futuro do que os brasileiros, não pode ser, pensei eu, desesperado peguei um daqueles livros do MEC para doutrinar ensinar nossos jovens para ver achava uma resposta. Achei! Alemães são malvados e constroem seu futuro com o sacrifício dos outros povos, passei a pensar como achar uma variável para confirmar a tese do livro do MEC que a esta altura era meu fio de esperança. Resolvi olhar a taxa de poupança, certamente os alemães financiam seus investimentos com dinheiro que pegam no resto do mundo enquanto nó temos que usar nossa poupança para financiar nosso investimento e ainda mandar dinheiro para financiar os alemães. Infelizmente os dados de poupança não confirmam a tese do livro do MEC, não apenas os alemães poupam mais do que nós, ver figura acima, como ainda poupam mais do que investem. Na realidade somos nós que pegamos dinheiro do resto do mundo para financiar nosso investimento, em todos os anos investimento mais do que poupamos. Malditos brasileiros malvados que expropriam os alemães!
Joguei a toalha. A comparação estava me deixando deprimido. Somos mais velhos (0x1), tivemos mais tempo de paz como nação independente (0x2), eles são muito mais ricos (0x3), eles cresceram mais (0x4), eles têm menos inflação (0x5), a taxa de desemprego deles é menor (0x6), nós investimos menos (0x7) e eles poupam mais (0x8). Decidido a não tomar um vexame maior que a canarinho apelei ao STJD, voltei aos dados do FMI e peguei a taxa de crescimento do PIB real conforme calculada pelo FMI, entre 2011 e 2014 nós crescemos 6,7% e eles cresceram 6,35%, tudo bem que em 2014 eles devem crescer mais de quatro vezes o que vamos crescer, mas quem se importa? Arranquei um ponto deles para nós, igualei a seleção nos 7x1. Não vou dizer que estou satisfeito, mas resolvi parar, vai que eles se invocam e fazem mais um...

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Chile 14 vs Brasil 0: Copa das liberdades economicas e dos resultados sociais

Na verdade, o resultado final não é 13 a 1, e sim 14 a 0. O único item que aparentemente colocaria o Brasil na frente do Chile, o desemprego menor, de fato é maior, de acordo com as estatísticas amplas do IBGE, e não com a amostra de apenas 8 regiões metropolitanas que resulta nessa taxa mais favorável.
O Brasil perde em todos os capítulos.
Paulo Roberto de Almeida

Longe do gramado, Brasil toma goleada do Chile.
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Na "Copa da Liberdade Econômica", o Brasil patrimonialista de Dilma e Lula perde de 13 a 1 para o Chile, segundo levantamento realizado pelo Instituto Liberal de São Paulo:


Independentemente do resultado dentro dos gramados, fora deles o Chile é talvez o maior exemplo de como o Brasil poderia prosperar se adotasse medidas liberais em sua economia. Partido de indicadores muitos próximos aos brasileiros, o 7° país mais liberal do mundo teve nos últimos 30 anos uma grande melhora em todos os indicadores sociais e econômicos, goleando o Brasil em praticamente todos e atingindo níveis de países do primeiro mundo. Os chilenos vivem mais, têm facilidade muito maior para abrir empresas (11 *minutos* e pela internet), assassinatos são raros, a imprensa é muito mais livre, a corrupção é baixa e o sistema de saúde é muito superior. Tudo isso com baixa inflação e taxa de juros, levando o Chile a ter o maior PIB per capita da América Latina.

terça-feira, 10 de junho de 2014

O Chile de volta 'a America latina: reflexao do dia (repetida)

Um leitor deste blog (talvez recente) me escreve para pedir uma reflexão que eu já fiz:


Raph Nogueira comentou a postagem de seu blog
E o Chile, professor, que está se movimentando em direção ao aumento da carga tributária?

Com efeito, no dia 20 de maio, eu postava esta reflexão, com o mesmo título:

O Chile de volta à América Latina: reflexão do dia

O Chile, até há pouco, era um país normal, ou seja, estava em outra galáxia, ou pelo menos em outro hemisfério, aquele da racionalidade econômica, das políticas econômicas sensatas, do bom senso, enfim...
Mas, isso não podia durar muito.
A lei da gravidade latino-americana é poderosa.

O Chile está voltando ao continente, para se igualar a seus vizinhos esquizofrênicos.
O governo socialista de Michelle Bachelet acaba de decretar que pretende o fim do lucro na educação, que toda a oferta no setor será estatal, e que ninguém mais pagará por nada em matéria de ensino.

Corrijo: ninguém não. Alguém pagará.
Os empresários em primeiro lugar, que vão ter o imposto sobre o faturamento e os lucros aumentados de 25 a 35% dos volumes globais. Depois, toda a população pagará.
Quando todos pagam, não existe mais avaliação de custo-benefício, aferição de preços reais, retornos compatíveis com os investimentos realizados, nada disso.

Enfim, assim é o socialismo, o que é que vocês queriam?

O Chile voltou ao continente latino-americano.
Que pena! Estava tão bem fora dele...

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 20 de maio de 2014

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O que eu poderia acrescentar agora?
Pouca coisa, a não ser que cabe observar se é apenas um surto repentino de distributivismo mal concebido, ou se é realmente uma enfermidade que vai se espalhar pelo corpo do país, até torná-lo bem parecido com o resto da América Latina, como eu argumento acima.
Cabe dar um crédito de confiança (os famosos cem dias de todo novo governo) e ver se essa latino-americanice vai continuar, ou se será apenas para contentar os estudantes que se movimentaram tanto contra o governo anterior, pedindo justamente a escola risonha e franca, boa e barata, se possível de graça, do jardim da infância ao pós-doc.
Esse é o caminho mais rápido para a decadência educacional, como aliás a experiência brasileira deveria demonstrar.
Volto a dizer: o Chile estava tão bem fora do continente.
Pena que voltou...
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 10/06/2014

terça-feira, 20 de maio de 2014

O Chile de volta 'a America Latina: reflexao do dia

O Chile, até há pouco, era um país normal, ou seja, estava em outra galáxia, ou pelo menos em outro hemisfério, aquele da racionalidade econômica, das políticas econômicas sensatas, do bom senso, enfim...
Mas, isso não podia durar muito.
A lei da gravidade latino-americana é poderosa.

O Chile está voltando ao continente, para se igualar a seus vizinhos esquizofrênicos.
O governo socialista de Michelle Bachelet acaba de decretar que pretende o fim do lucro na educação, que toda a oferta no setor será estatal, e que ninguém mais pagará por nada em matéria de ensino.

Corrijo: ninguém não. Alguém pagará.
Os empresários em primeiro lugar, que vão ter o imposto sobre o faturamento e os lucros aumentados de 25 a 35% dos volumes globais. Depois, toda a população pagará.
Quando todos pagam, não existe mais avaliação de custo-benefício, aferição de preços reais, retornos compatíveis com os investimentos realizados, nada disso.

Enfim, assim é o socialismo, o que é que vocês queriam?

O Chile voltou ao continente latino-americano.
Que pena! Estava tão bem fora dele...

Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Reformas no Chile: de volta ao padrao normal na America Latina,prejudicando o crescimento

La Cámara de Diputados aprueba reforma que eleva impuestos a empresas

congreso chile
Infolatam/Efe
Santiago de Chile, 14 de mayo de 2014

Las claves
  • El proyecto fue aprobado en general la medianoche del martes en el Congreso por 72 votos a favor y 48 en contra, con los sufragios de los parlamentarios del pacto oficialista de centroizquierda, Nueva Mayoría, que tiene predominio en la Cámara Baja.
  • La derecha opositora, que ha cuestionado duramente la iniciativa argumentando que impactará negativamente en el crecimiento del país, votó en bloque en contra del proyecto, salvo el diputado de Renovación Nacional, Gaspar Rivas, que se unió a la opinión oficialista.

Chile: ¿para qué imitar a Venezuela cuando se puede emular a Suiza?

(Infolatam).- La presidente chilenaMichelle Bachelet quiere reducir la desigualdad. Me sospecho que se refiere a la desigualdad de resultados, que es la que mide el coeficiente Gini. Pero es posible que en su afán nivelador acabe desplumando a la gallina de los huevos de oro.
La Cámara de Diputados chilena ha aprobado el proyecto de ley que establece una reforma tributaria promovida por el Gobierno, que sustancialmente eleva los impuestos a la empresas y baja la tasa máxima a la renta de las personas, para financiar cambios en la enseñanza pública del país.
Tras un debate que se prolongó más de doce horas, la mayoría de los diputados respaldó esta madrugada la iniciativa impulsada por la presidenta Michelle Bachelet, quien señaló que “queremos asegurar que cada niño, niña y joven de nuestra patria tenga derecho a recibir educación de calidad”.
El proyecto fue aprobado en general la medianoche del martes en el Congreso por 72 votos a favor y 48 en contra, con los sufragios de los parlamentarios del pacto oficialista de centroizquierda, Nueva Mayoría, que tiene predominio en la Cámara Baja.
La derecha opositora, que ha cuestionado duramente la iniciativa argumentando que impactará negativamente en el crecimiento del país, votó en bloque en contra del proyecto, salvo el diputado de Renovación Nacional,Gaspar Rivas, que se unió a la opinión oficialista.
Este miércoles se realizará la votación detallada de los distintos artículos que considera la reforma, para iniciar luego su trámite legislativo en el Senado donde el oficialismo también tiene mayoría.
Ernesto Silva, presidente de la Unión Demócrata Independiente (UDI), el principal partido de la derecha chilena, había anticipado que rechazarían la reforma “porque le hace mal a la clase media y a los emprendedores de Chile”.
Las aprensiones de la derecha, que son compartidas por algunos gremios empresariales, han sido rebatidas por el Gobierno que ha insistido en que el alza progresiva del impuesto a las empresas de un 20 a un 25 % en un plazo de cuatro años sólo impactará a la compañías de gran tamaño.
La reforma considera también la eliminación de un beneficio que permite a las compañías tributar sólo por las utilidades retiradas y no las efectivas; y la derogación de un estatuto que otorga un sistema impositivo especial a las inversiones extranjeras.
Ambas normas, vigentes desde la década de 1980, como un incentivo a la inversión, han sido calificadas como “obsoletas” por el ministro de Hacienda, Alberto Arenas.
Paralelamente, el proyecto de ley establece un recorte en la tasa máxima de los impuestos a las rentas de las personas desde un 40 a un 35 %.
A través de estas modificaciones se pretende que el fisco recaude unos 8.200 millones de dólares adicionales, equivalentes a unos 3 puntos porcentuales del Producto Interior Bruto (PIB) chileno, para financiar cambios en el sistema de educación que mejoren su calidad y garanticen gratuidad en todos su niveles.
La reforma del sistema de enseñanza chileno es uno de los pilares de la administración de Bachelet y recoge una de las más extendidas demandas de la sociedad, expresadas desde 2011 en masivas movilizaciones estudiantiles.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Chile: deixando de ser Suica para ser Venezuela? - Carlos Alberto Montaner

Grato a meu amigo Orlando Tambosi por exibir um artigo incontornável.
Estaremos assistindo ao fim do modelo chileno de crescimento?
Não era bem um modelo, por sinal, e sim simples bom senso: estimular os negócios privados, a concorrência, os investimentos estrangeiros, abertura comercial, boa governança, infraestrutura decente, baixa corrupção e burocracia funcional, enfim, trabalho duro, nada que seja estranho ao capitalismo de mercados livres.
Tudo isso vai acabar agora?
Parece que sim...
Paulo Roberto de Almeida 

Por que imitar a Venezuela, senhora Bachelet?

Melhor seria, escreve Carlos Alberto Montaner, imitar a Suiça. Mas, ao que parece, a presidente chilena Michelle Bachelet anda reavivando a "luta de classes". Segue o texto na íntegra:


La presidente chilena, Michelle Bachelet, quiere reducir la desigualdad. Me sospecho que se refiere a la desigualdad de resultados, que es la que mide el coeficiente Gini. Pero es posible que en su afán nivelador acabe desplumando a la gallina de los huevos de oro.

Corrado Gini fue un brillante estadístico italiano de principios del siglo XX, fascista en su juventud, quien, fiel a sus orígenes ideológicos, propenso a estabular a las personas en estamentos, dividió a la sociedad en quintiles y midió los niveles de ingresos que percibía cada 20%.

En su fórmula matemática, 0 correspondía a una sociedad en la que todos recibían la misma renta, y 100 a aquella en la que una persona acaparaba la totalidad de los ingresos. De su índice se colegía que las sociedades más justas eran las que se acercaban a 0, y las más injustas las que se aproximaban a 100.

Como suelen decir los brasileros, Gini tenía razón, pero poca, y la poca que tenía no servía de nada. Chile, de acuerdo con el Banco Mundial, tiene 52,1 de desigualdad (mejor que Brasil, Colombia y Panamá, por cierto), mientras Etiopía, la India y Mali andan por el 33. Es difícil creer que estos tres países son más justos que Chile.

Es verdad que los países escandinavos, los mejor organizados y ricos del planeta, se mueven en una franja entre 20 y 30, pero Kenia exhibe un honroso 29 que sólo demuestra que la poca riqueza que produce está menos mal repartida que la que muestra Sudáfrica con 63,1, uno de los peores guarismos del mundo.

Es una lástima que, pese a su experiencia como jefe de Gobierno, la señora Bachelet no haya advertido que su país logró ponerse a la cabeza de América Latina, y consiguió reducir la pobreza de un 45 a un 13%, no repartiendo sino creando riqueza.

Cuando la señora Bachelet examina a las sociedades escandinavas observa que hay en ellas un alto nivel de riqueza e igualdad junto a una tasa impositiva cercana al 50% del PIB y supone, equivocadamente, que los tres datos se encadenan. Incurre en unnon sequitur.

Sencillamente, no es cierto. La riqueza escandinava, como la de cualquier sociedad, se debe a la laboriosidad y la creatividad de todos los trabajadores dentro de las empresas, desde el presidente hasta el señor de la limpieza, pasando por los ejecutivos.

Supongo que ella entiende que sólo se crea riqueza en actividades que generan beneficio, ahorran, innovan e invierten. Es decir, en las empresas, de cualquier tamaño que sean.

¿Y por qué está mejor repartida la riqueza en Escandinavia que en Chile?

Los socialistas suelen pensar que es el resultado de la alta tasa impositiva, pero no es verdad. La falacia lógica parte de creer que la consecuencia se deriva de la premisa, cuando no es así. Sucede a la inversa: el alto gasto público es posible (aunque no sea conveniente) porque la sociedad segrega una gran cantidad de excedente.

Lo que genera la equidad en las sociedades prósperas y abiertas es la calidad de su aparato productivo. Si una sociedad fabrica maquinarias apreciadas, objetos con alto contenido tecnológico, medicinas valiosas y originales, o suministra servicios sofisticados por medio de su tejido empresarial, será recompensada por el mercado y podrá y tendrá que pagar a los trabajadores un salario sustancial, de acuerdo con sus calificaciones, para poder reclutarlos y competir.

Si Bachelet desea reducir la pobreza chilena y construir una sociedad más equitativa, no debe generar una atmósfera de lucha de clases y obstaculizar la labor de las empresas, sino todo lo contrario: debe facilitarla.

¿Cómo? Propiciando las inversiones nacionales y extranjeras con un clima económico y legal hospitalario; agilizando y simplificando los trámites burocráticos, incluida la solución de los inevitables conflictos; facilitando la entrada al mercado de los emprendedores; estimulando la investigación; creando infraestructuras (puertos marítimos y aéreos, carreteras, telefonía, electrificación, internet) que aceleren las transacciones; multiplicando el capital humano y cultivando la estabilidad institucional, la transparencia y lahonradez administrativa.

Es verdad que ese tipo de gobierno no gana titulares de periódicos ni el aplauso de la devastadora izquierda revolucionaria, pero logra multiplicar la riqueza, disminuye la pobreza y aumenta el porcentaje de la renta que recibe la clase trabajadora.

Lo dicho: ¿para qué imitar a Venezuela cuando se puede emular a Suiza? Casi nadie sabe quién es el presidente de Suiza, pero hacia ese país se abalanza el dinero cada vez que hay una crisis. Por algo será. (Libertad Digital).

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domingo, 11 de maio de 2014

Chile: fim do modelo bem sucedido de integracao aberta com o mundo, baseado no mercado? - Mauricio Rojas

Retirado do blog de meu amigo Orlando Tambosi:

Orlando Tambosi, 10/05/2014

Artigo de Maurício Rojas sobre o "assalto ao modelo" promovido pela presidente socialista Michelle Bachelet. A estupidez ideológica, na América Latina, é atavismo:

Hace algunos días The Wall Street Journal (4.5.2014) publicó un artículo titulado “Asalto al milagro chileno”. Su tema era la drástica reforma tributaria propuesta por la nueva presidenta, Michelle Bachelet, que puede llegar a elevar la tributación de las empresas del 20 al 35%. Ello, combinando el efecto de un alza del impuesto a la ganancia del 20 al 25% y la eliminación de la franquicia tributaria referente a las ganancias reinvertidas. Así, Chile se mueve a contracorriente en un mundo donde la tendencia, especialmente en economías pequeñas y abiertas, es bajar los impuestos para atraer la inversión.

De esta manera, la presidenta socialista da inicio a la destrucción de los fundamentos de una época de notable crecimiento y progreso en Chile. Lo hace, además, con todo el desparpajo característico de la demagogia populista, alegando que sólo los ricos pagarán, como si un asalto semejante a los inversores no fuese a deteriorar la creación de empleo y, con ello, el desarrollo de los salarios reales y la lucha contra la pobreza y la desigualdad.

Pero aún más grave que este descriterio económico es el propósito del mismo, que no es otro que promover una reforma educacional cuyo norte es la estatización creciente de la educación chilena. Dentro de pocos días se presentará al parlamento el proyecto prohibiendo el lucro, es decir, el emprendimiento, en la educación que recibe algún tipo de aporte estatal. Este es un ataque directo a aquella multitud de escuelas concertadas de todo nivel donde hoy se educa en torno la mitad de los niños chilenos. De esta manera, el socialismo pretende lo que siempre ha pretendido por doquier: apoderarse de la formación de las nuevas generaciones para hacerlas a su imagen y semejanza. Que con ello se pueda destruir aquel sistema educacional que, con todas sus deficiencias, es el mejor de América Latina según las mediciones de PISA parece importarle poco a la actual presidenta. 

Y por si esto fuera poco, el socialismo chileno se ha lanzado a destruir las bases mismas de una sociedad liberal proponiendo un sistema de cuotas o “discriminación positiva” en la educación y la política –y luego vendrá toda otra actividad– que pondrá a Chile en la senda de una sociedad donde los individuos no son juzgados de acuerdo a su mérito sino por su pertenencia a un grupo determinado.


Malos tiempos para Chile, pero nada nuevo bajo el sol. El socialismo no defrauda, lo que sí defrauda son los pueblos que se dejan embaucar por su demagogia y lo eligen. (Fundación para el Progresio).

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Chile-Bolivia y la salida al mar: entrevista al canciller chilenoHeraldo Munoz

Heraldo Muñoz: "Tenemos que agregar la dimensión política a los argumentos jurídicos"


Futbolero empedernido y fanático albo, el canciller Heraldo Muñoz celebró el domingo la estrella 30 alcanzada por su equipo, pero lo hizo con los ojos puestos con lo que ocurría a 12 mil kilómetros de distancia, en La Haya, hasta donde había viajado el Presidente Evo Morales para presentar personalmente el martes la memoria con los argumentos de la demanda boliviana en contra de Chile.

Muñoz admite que el equipo jurídico boliviano presentó un escrito serio, aún cuando se trata de una “demanda artificiosa, que carece de fundamento jurídico, y que revierte un proceso de diálogo constructivo y de generación de confianzas mutuas que Chile ha privilegiado”, como lo hizo ver en la declaración oficial del gobierno chileno que leyó el mismo martes.

¿Cómo interpreta el hecho inédito en la historia de la corte de que el Presidente Evo Morales en persona haya ido a entregar la memoria boliviana ante la corte?

Bolivia es soberana para elegir el método de entrega de la memoria. En todo caso, lo usual es que este tipo de documentos los entregue a la corte el agente del respectivo país designado ante dicho tribunal. Evidentemente se ha querido dar dramatismo a una entrega puramente administrativa. Por nuestra parte, pretendemos continuar con la sobriedad con que tradicionalmente se han manejado nuestras relaciones exteriores.

¿Es una señal de que frente a Bolivia, Chile enfrentará un caso más mediático y político que jurídico?

Aquí no se trata de un diferendo limítrofe, sino de una demanda por lo que se ha venido en denominar supuestos “derechos expectaticios”. Por lo mismo, Bolivia agrega componentes políticos y mediáticos para darle fuerza a un caso que no tiene sustento jurídico.

Todo indica que Bolivia mantendrá la estrategia de buscar la solidaridad internacional frente a su demanda. ¿Chile va a hacer un esfuerzo mayor en esos ámbitos también?

Haremos todo lo que sea necesario para defender los intereses de Chile, incluyendo, por cierto, la diplomacia pública.

En el juicio frente a Perú, la estrategia de Chile privilegió el trabajo jurídico, se hizo una muy buena defensa jurídica basada en la intangibilidad de los tratados, la corte le dio la razón a Chile en todos los puntos de la demanda, pero, de todas maneras, modificó la frontera marítima con un inesperado argumento de las 80 millas para dejar tranquilo también a Perú. ¿Qué lecciones se aprendieron de ese juicio con miras al litigio que tenemos ahora con Bolivia?

Al ser tan distinta la demanda del Perú respecto a la boliviana, no hay lecciones fácilmente traspasables. Pero en la actual situación tenemos que agregar la dimensión política a los buenos argumentos jurídicos. Los tribunales deben decidir en función de argumentaciones jurídicas, pero ellos se enfrentan a las argumentaciones de las partes y, en este caso, la de Bolivia es claramente política. Y más allá de esto, debemos contar con la necesaria unidad nacional, preparación rigurosa y cabeza fría para enfrentar el caso en cuestión.

¿Qué tipo de acciones impulsará Chile para sumar esa dimensión política que plantea?

No corresponde revelar públicamente la estrategia que Chile seguirá en este caso.

¿Tras leer la memoria boliviana, sigue considerando que la demanda boliviana es artificiosa y carece de sustento jurídico?

Eso lo sabíamos antes de leer la memoria, al conocer la presentación inicial de la demanda realizada el 24 de abril de 2013. Bolivia confunde su aspiración marítima con derechos que supuestamente obligarían a Chile a otorgarle acceso soberano al mar producto de los diálogos que ambos países han sostenido al respecto. Un derecho así de relevante y trascendente, que afecta ni más ni menos que la integridad territorial de un país, no puede inferirse a partir de supuestos y expectativas. De ser cierta la tesis boliviana, ningún país podría entrar en tratativas con otro por el temor a que las fórmulas que se barajen, si fracasan, se conviertan posteriormente en obligaciones para dicho Estado. En definitiva, en las relaciones entre los Estados, lo que vale son los tratados y el de 1904 fijó las fronteras entre ambos países y las condiciones de acceso de Bolivia al mar. Eso es lo que cabe respetar, pues los tratados de límites corresponde cumplirlos.

¿Eso significa, que no debemos darle mayor importancia y que está destinada al fracaso?

De ninguna manera. No hay que menospreciar esta demanda unilateral en contra de nuestro país. Bolivia ha contratado abogados externos de primer nivel y ha hecho el mejor esfuerzo para apoyar su caso. Pero nosotros nos hemos preparado desde hace tiempo para resguardar nuestros derechos esenciales. No estamos improvisando.

¿Cuáles son los riesgos reales que enfrenta Chile a raíz de esta demanda en la Corte Internacional de Justicia de La Haya?

No me corresponde como Canciller colocarme en situaciones hipotéticas.

Tras la presentación de la memoria boliviana, usted declaró que la demanda revierte el proceso de diálogo constructivo y de generación de confianza que se había iniciado con Bolivia. ¿Esto implica que es imposible la búsqueda de un acuerdo con Bolivia fuera de corte?

Lo hemos dicho reiteradamente: Chile desea las mejores relaciones posibles con el Gobierno y el pueblo de Bolivia. Estaríamos disponibles para reponer la agenda de 13 puntos acordada con Bolivia durante la primera administración de la Presidenta Bachelet. Pero considerando que Bolivia ha demandado a nuestro país en la corte de La Haya pretendiendo obligarnos a negociar una salida soberana al mar con resultado cierto, responderemos en ese tribunal y habrá que excluir el punto 6 de esa agenda.

¿Cuál es su evaluación respecto de la forma en que se llevaron las relaciones con Bolivia en la etapa previa a la presentación de demanda? En la Nueva Mayoría han cuestionado la forma en que Piñera llevó las relaciones bilaterales.

Evidentemente hubo un notorio deterioro del clima bilateral bajo la anterior administración. Pero creo que el momento actual es el de la unidad nacional y, por lo demás, la administración del Presidente Piñera enfrentó la demanda boliviana con una perspectiva de Estado.

El nombramiento de Bulnes es una señal de continuidad en una de las áreas en las que más se crítico al gobierno anterior, como es el de las relaciones exteriores...

La confirmación por parte de la Presidenta Bachelet de Felipe Bulnes como agente de Chile efectivamente es expresión de una política de Estado. Eso habla bien de nuestro país. Además, valoramos altamente la capacidad y talento jurídico de Bulnes, así como del co-agente Claudio Grossman, con quienes hemos conformado un equipo de primera línea para defender los intereses nacionales.

Figuras de la Nueva Mayoría, como el ex senador Camilo Escalona, han planteado que Chile debiera aprovechar esta coyuntura para asumir un rol proactivo y hacer una propuesta de concesión territorial a Bolivia. ¿Qué le parece ese planteamiento, que es respaldado por otros dirigentes y que busca reeditar la propuesta de Charaña?

Respeto esa y otras opiniones. Pero frente a una demanda concreta presentada en contra de Chile no corresponde otra cosa que hacer respetar los tratados que nos unen con Bolivia. Como sostuvo la Presidenta, esto es algo muy claro y esencial para nosotros.

¿El gobierno de Morales está empleando la demanda como una herramienta para presionar a Chile para restablecer un diálogo sobre una fórmula específica de salida soberana al mar?

Chile no se va a dejar presionar en esta sensible materia. Y, lamentablemente, el camino que ha escogido Bolivia es uno potencialmente largo, oneroso e improductivo.

El presidente de la corte, Peter Tomka, reiteró la semana pasada que el tribunal ve con buenos ojos la posibilidad de que los Estados alcancen un acuerdo de solución a los problemas que ven en la Corte, antes de que el tribunal tenga que pronunciarse. ¿Hay alguna posibilidad de restablecer el diálogo con Bolivia sobre el tema marítimo?

La realidad es otra: Bolivia presentó una demanda contra Chile en La Haya y la responderemos en la Corte. Eso es lo que hoy corresponde.

Desde 1895 hasta el 2010, Chile ha iniciado periódica y reiteradamente conversaciones para alcanzar una solución a la mediterraneidad boliviana. ¿Eso no es una demostración de que Chile reconoce la existencia de un problema pendiente con Bolivia?

Si Chile no ha logrado un acuerdo con Bolivia durante los diversos diálogos que se han registrado a través de la historia bilateral, quiere decir que el tema es complejo de acordar. Y no todos los diálogos han tenido el mismo alcance u objetivo. Lo que sí es constante, es que Chile jamás le ha otorgado a Bolivia un derecho como el que hoy día pretende y, por cierto, ningún tribunal internacional puede obligar a un Estado a ceder graciosamente parte de su territorio,

En 1974 la Corte falló en un litigio presentado por Australia y Nueva Zelandia en contra de Francia por las pruebas nucleares atmosféricas en el Pacífico Meridional, estableciendo que “las declaraciones hechas mediante actos unilaterales, respecto de situaciones jurídicas o de hecho, pueden tener el efecto de crear obligaciones jurídicas”. ¿Visto así, Bolivia puede tener un caso?

Este caso no tiene nada en común con la demanda boliviana. En la demanda de Bolivia no se dan ninguno de los elementos ni características exigidas para que actos unilaterales constituyan fuente del derecho internacional como persigue Bolivia.

¿Hay inquietud en otras naciones por los efectos que podría tener un eventual fallo de La Haya en favor de Bolivia, alentando controversias en otros países?

Este es un punto importante. Las fronteras en muchos de nuestros países, así como en diversos lugares del mundo, generalmente se han fijado como consecuencia de momentos difíciles e incluso dolorosos. Creo que en este caso se cierne una sombra de incerteza jurídica sobre la intangibilidad de los tratados de límites. Hay que tener particularmente en cuenta que en virtud del principio de la estabilidad de las fronteras los tratados de límites tienen una protección reforzada bajo el derecho internacional.

¿Algún país ha planteado a Chile esa preocupación?

Creo que hay muchos países que observarán con atención este caso.

¿Cómo cree que será la relación con Bolivia con el litigio en marcha en La Haya?

Por nuestra parte, será de respeto hacia sus autoridades y a su pueblo. Entendemos que el tema marítimo tiene un especial significado en Bolivia. Esperamos, asimismo, que, pese a las diferencias, podamos avanzar en otros temas de la agenda de integración y cooperación y que el respeto sea mutuo.

Hay quienes plantean encapsular el tema de la demanda por una salida al mar y avanzar en las demás materias con Bolivia, algo así como las “cuerdas separadas”, ¿qué opina de aquello?

El caso de Bolivia tiene características muy excepcionales y es muy diferente a la controversia sobre el límite marítimo que planteara el Perú, y diferente a los casos que habitualmente ha visto la Corte de La Haya. Por eso mismo, el avanzar en otros temas bilaterales con Bolivia no tiene la misma connotación que en el caso del Perú.

El Presidente Morales ha planteado que Bolivia mantendrá firme su alegato independientemente de los resultados que logre en La Haya, por lo que un fallo favorable a Chile tampoco sería determinante en la relación con ese país. ¿Ve eso como una complejidad adicional?

El desafío de hoy es la demanda boliviana. La relación con Bolivia generalmente ha sido compleja, pero independientemente del desenlace del juicio en La Haya, nos gustaría que fuese mejor, más cooperativa, más integradora, pues nuestros dos pueblos ganarían con esa aproximación. Merecemos estar en una relación acorde con el siglo 21 y no quedarnos anclados en el siglo 19.

El gobierno de Bachelet ha puesto énfasis en la integración sudamericana y en estrechar las relaciones con los países de la región. ¿El juicio con Bolivia complica este objetivo?

Nuestra posición de avanzar en una convergencia en la diversidad ha tenido buena acogida en los países de la región. Y las señales de acercamiento con los países sudamericanos ya son claras. El juicio no complica estos esfuerzos de integración. Más aún, con Bolivia podemos trabajar en diversas dimensiones de la integración: corredores transfronterizos, integración física, cooperación científico-tecnológica, movilidad de personas, facilitación del turismo, medidas sanitarias y fitosanitarias, por nombrar algunas.

En varias de las embajadas de Latinoamérica, aunque también en Europa, el gobierno ha optado por instalar a figuras políticas de experiencia, la mayoría ex parlamentarios o ex autoridades de los gobiernos de la Concertación. ¿Cuál es la señal que se pretende dar con esos nombramientos?

Lo que me encargó la Presidenta ha sido lograr una combinación virtuosa de embajadores políticos en países que requieren conocimiento y experiencia política, especialmente en América Latina. Pero, además, la Presidenta ha decidido nombrar más mujeres embajadoras y promover diplomáticos jóvenes a cargos de embajador. Tendremos más mujeres embajadoras que en ningún otro período de gobierno. Y hay embajadas de primer nivel donde embajadores políticos serán sucedidos por diplomáticos de carrera; por ejemplo, Naciones Unidas, la OEA, Londres, Roma y Madrid, por nombrar algunas.

A través de algunas de sus declaraciones y con el nombramiento del futuro embajador (un ex ministro de Allende y cercano al gobierno de Maduro, como es Pedro Felipe Ramírez), el gobierno ha hecho algunos gestos de acercamiento a Venezuela, ¿A qué obedecen esas señales?

Quien haya leído bien mis declaraciones sobre Venezuela, más allá de los titulares de prensa, verá que han sido en favor del diálogo político, el avance hacia un camino de paz, el rechazo al derrocamiento por la fuerza de un gobierno democráticamente electo y por el pleno respeto de las garantías democráticas, el estado de derecho y los derechos humanos. El papel constructivo de Chile para instalar el inédito diálogo, que ya está arrojando frutos, lo ha reconocido tanto el gobierno como los líderes de la oposición con quienes estuve en Caracas junto a los cancilleres de Unasur, y además por separado. Por tanto, nuestras señales no apuntan a favorecer al gobierno, sino a lograr, con la debida discreción, la confianza de las partes para los acercamientos que puedan conducir al cese de la violencia, a la tolerancia y a la gobernabilidad democrática.

Usted afirma que no hay gestos especiales al gobierno de Venezuela, pero sus declaraciones a O´Globo le costaron críticas en sectores de la oposición acá en Chile.

Sé muy bien como es el juego político de área chica. Se reprodujo en un medio local esa entrevista con un titular sacado totalmente fuera de contexto. La frase anterior a lo citado en ese titular, referido a la necesidad de defender a un gobierno democráticamente elegido de un derrocamiento por la fuerza -criterio por lo demás que la amplia mayoría de la oposición Venezolana comparte-, decía que tenemos la responsabilidad de defender la democracia, el estado de derecho y los valores de los derechos humanos en Venezuela. Esta última frase como titular habría tenido otra repercusión, aunque quizás no habría servido para generar una polémica. Tanto en las reuniones con el gobierno del Presidente Maduro como con la oposición, en nuestra reciente visita a Caracas, expresé nuestro inequívoco compromiso con la gobernabilidad democrática, los derechos humanos y el estado de derecho. Lo importante de mi empeño, siguiendo las directrices de la Presidenta Bachelet, ha sido colaborar a un camino de distensión y diálogo en Venezuela, cosa que se está logrando. Es algo inédito el acercamiento gobierno-oposición, que espero se profundice, gracias a la gestión de Unasur que partió en Santiago en la reunión de Cancilleres al término del cambio de mando. Desde Chile todos debiéramos ayudar a que exista entendimiento entre los diversos sectores en pugna en Venezuela, y no atizar la polarización que puede llevar a un callejón sin salida.

Usted mantiene una relación cercana con algunos cancilleres de otros países, no sólo de la región, sino también fuera de Latinoamérica. ¿Cree que eso ayude a fortalecer las posiciones chilenas en los distintos foros internacionales?

Las relaciones personales ayudan. Facilitan la comunicación en momentos claves o abren puertas más fácilmente para expresar las posiciones nacionales. Pero al final lo que importa son los intereses del país que uno tiene la responsabilidad de defender y promover, coincidan o no con cancilleres amigos o cercanos. La semana pasada me llamó el secretario de Estado norteamericano John Kerry para invitarme como expositor a una conferencia sobre Océanos en Washington DC, que ya acepté. Es una buena oportunidad de exponer sobre una materia de importancia para el país. Próximamente viene a Chile Sergei Lavrov, Canciller de Rusia, a quien conocí bien en el Consejo de Seguridad de la ONU en los años 2003-2004 y con quien solía jugar fútbol. Sin duda habrá asuntos del mayor interés para conversar ahora que estamos nuevamente en el Consejo de Seguridad. Así que renovar estos contactos y discutir con estas autoridades temas de interés para Chile, ayuda ciertamente.