Interrogações sobre o futuro
A União Soviética esteve no centro das relações internacionais do século XX, de 1917 até 1991, provocando reações nas democracias ocidentais e a animosidade dos fascismos concorrentes.Depois foi um vazio de duas décadas, por auto implosão, não porque o capitalismo ou a democracia tenham vencido o maior desafio à estabilidade econômica e política do mundo durante mais de três gerações.
Agora a Rússia, uma irmã menor, quase vassala, da China, a nova candidata a Hegemon mundial, parecem se colocar no centro do século XXI. Teremos mais 70 anos de tensões geopolíticas?
É possível que sim, mas não porque a China pretende mudar a estrutura econômica e política do globo, como era a intenção dos bolcheviques leninistas. Ela apenas quer se colocar numa posição de não ser submetida novamente por potências estrangeiras.
Em parte, as tensões atuais se devem a que o atual Hegemon não pretende adotar uma política de igualdade estratégica e de paridade no processo decisório mundial.
Até aí, ainda estamos no terreno normal das disputas geopolíticas entre grandes potências.
Mas será que no terreno dos valores, a grande disputa possa ser considerada apenas nos termos tradicionais de espaços de poder decisório.
Raymond Aron ainda teria algo a nos ensinar?
Acredito que sim...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 30/07/2023