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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

A Gazeta do Povo pretende "provar" os efeitos benéficos da Cloroquina, em benefício do Capitão

Um dos editores da Gazeta do Povo, um jornal legitimamente de direita e desavergonhadamente defensora e promotora do psicopata no poder, tenta provar que ele tinha razão ao recomendar o uso da Cloroquina, como se ele fosse um cientista ou tivesse acesso a informações supostamente científicas aqui relatadas para recomendar o seu uso preventivo.

Como meu blog é de debate e informação, posto a nota do editor de Ideias da Gazeta do Povo.

Paulo Roberto de Almeida 


sexta-feira, 28 de maio de 2021

O Itamaraty e as infelizes declarações "dipromáticas' de um presidente antidiplomático - noticias

 Itamaraty responde à CPI que não é fonte da declaração de Bolsonaro sobre 'guerra química'


CPI perguntou se origem da declaração do presidente, que fez referência indireta à China, é informação da pasta. 'Será que não estamos enfrentando uma nova guerra?', indagou Bolsonaro.

Por Gustavo Garcia, G1 — Brasília
28/05/2021 01h26  Atualizado há 6 horas

O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, encaminhou à CPI da Covid nesta quinta-feira (27) ofício no qual afirma que o Itamaraty não é a fonte de informação utilizada pelo presidente Jair Bolsonaro para levantar a hipótese de estar em curso uma "guerra química".

No último dia 5, em discurso durante cerimônia no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que "ninguém sabe" a origem do vírus da Covid-19, mencionou a "guerra química" e fez uma referência indireta à China, principal fornecedor de insumos para vacinas produzidas no Brasil.

"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês", declarou Bolsonaro na ocasião. A China foi o único país com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado.

Diante dessas declarações — e com base em um requerimento do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) — a comissão parlamentar de inquérito enviou ao Itamaraty e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) um pedido de explicações, perguntando aos dois órgaos se eram a fonte da suspeita levantada por Bolsonaro.

À comissão, o Ministério das Relações Exteriores encaminhou a seguinte resposta:

"Este ministério não produziu ou forneceu informação 'sobre a possibilidade de estar em curso uma guerra não declarada, promovida por nação estrangeira, por meio de guerra química, bacteriológica e radiológica'."

A resposta da Abin ainda não foi encaminhada à comissão ou não foi disponibilizada no sistema da comissão no portal do Senado.

Repercussão
Embora Bolsonaro não tenha mencionado explicitamente a China, parlamentares interpretaram a afirmação como mais um ataque do presidente ao país asiático.

A fala de Bolsonaro foi criticada por integrantes da CPI. Omar Aziz (PSD-AM), presidente do colegiado, por exemplo, afirmou que a declaração "piora" a obtenção, pelo Brasil, de insumos contra a doença, uma vez que grande parte da matéria-prima para produção de vacinas vem da China.

No requerimento, Tasso Jereissati escreveu: "Trata-se de uma afirmação de alta gravidade na medida em que o comandante supremo das Forças Armadas adverte para a possibilidade de estar em curso um conflito não declarado, promovido por nação estrangeira".

Dois dias depois da declaração de Bolsonaro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se reuniu com o embaixador da China no Brasil. "Essas declarações do presidente não envolvem a China, e o presidente Bolsonaro tem atuado fortemente para incentivar a campanha de vacinação", afirmou Queiroga (vídeo abaixo).

Relação com a China
No pedido de informações encaminhado ao Itamaraty, Tasso Jereissati também quis saber em que estágio está se encontram as relações entre Brasil e China.

Na resposta, o ministro Carlos Alberto França diz que o país asiático é, desde 2009, "o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais fontes de investimentos estrangeiros no país". O ministro também apresenta dados da balança comercial Brasil-China, que, em 2020, teve um saldo positivo de US$ 33 bilhões.

A pasta também sustenta que, após o início da pandemia da Covid-19, a cooperação para o enfrentamento da crise sanitária "passou a ocupar lugar de destaque na agenda bilateral".

"Brasil e China dialogam e cooperam constantemente no enfrentamento da crise. A embaixada do Brasil em Pequim acompanha, em bases permanentes, os processos de autorização de exportação de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) e tem agido com rapidez necessária. Segundo dados oficiais chineses, o Brasil é o terceiro maior importador de vacinas e IFAs provenientes da China", diz o documento encaminhado pelo Itamaraty à CPI.

Nesta quarta-feira (26), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu a agentes de inteligência do país a produção, em até 90 dias, de um relatório sobre a origem do Sars-CoV-2, o novo coronavírus causador da Covid-19.

Agentes norte-americanos trabalham com duas hipóteses: a de o coronavírus ter escapado por acidente de um laboratório ou — a hipótese que era mais aceita — de a origem da pandemia ter sido o contato de humanos com animais selvagens.

Em março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) descartou a hipótese de que a pandemia tenha sido provocada por um acidente de laboratório.

https://g1.globo.com/politica/noticia/2021/05/28/itamaraty-diz-a-cpi-que-nao-e-fonte-da-declaracao-de-bolsonaro-sobre-guerra-quimica.ghtml

Saúde tentou importar IFA indiano para produzir cloroquina no Brasil

Por Wilson Lima
28.05.21 07:45

Durante a gestão Eduardo Pazuello, o Ministério da Saúde trabalhou pela importação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) da hidroxicloroquina junto ao governo da Índia, com o objetivo de intensificar a produção do medicamento no Brasil.

A informação consta de ofício enviado pelo Itamaraty à CPI da Covid. O documento, ao qual O Antagonista teve acesso, ratifica o esforço brasileiro para ampliar a produção de um medicamento sem comprovação científica no tratamento de Covid.

Além de tentar importar o IFA, o Ministério da Saúde encomendou cloroquina para o Exército e para a Fiocruz.

Segundo o documento, o setor privado acionou o Itamaraty, em março do ano passado, para tentar facilitar a importação do IFA da cloroquina junto ao governo indiano. Entretanto, a Índia vetou as exportações do produto em virtude da alta demanda no mercado internacional.

Três meses depois, com as retiradas das restrições às exportações pelo governo indiano, coube ao Ministério da Saúde atuar “para verificar as condições de possível importação de IFA difosfato de cloroquina da Índia”, conforme documento encaminhado à CPI da Covid.

Após a interferência do Ministério da Saúde, o governo brasileiro recebeu ofertas para receber o IFA da Índia e de Bangladesh. Apesar do esforço diplomático, não houve formalização de contrato.

Leia na íntegra o ofício do Itamaraty (https://cdn.oantagonista.net/uploads/2021/05/cloroquina_Itamaraty_oficio.pdf)

https://www.oantagonista.com/brasil/saude-tentou-importar-ifa-indiano-para-produzir-cloroquina-no-brasil/

Itamaraty não apoiou conversas com a China por insumos, diz Covas

Diretor do Instituto Butantan voltou a culpar falas do governo federal por atrapalhar desenvolvimento da Coronavac no Brasil

BRASIL | Gabriel Croquer, do R7
27/05/2021 - 17H15 (ATUALIZADO EM 27/05/2021 - 17H16)

O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quinta-feira (27), à CPI da Covid, que o ministério de Relações Exteriores sob gestão do ex-ministro Ernesto Araújo não ofereceu apoio diplomático ou logístico nas conversas com a China para a obtenção de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo). 

Araújo, que também foi chamado à CPI, foi demitido do cargo em março, após pressão do Congresso para a aceleração do processo de vacinação no Brasil. Em publicações nas redes sociais, o ex-ministro se defendeu das acusações de que sua gestão teria atrapalhado a compra de vacinas e as relações com a China para envio de insumos. 

Ele deu a informação em resposta ao senador Fabiano Contarato ( Rede-ES), um dos últimos senadores a falar na sessão desta quinta-feira (27). Antes, Covas também havia afirmado que  declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fizeram o ministério da Saúde interromper negociações com o Butantan em 2020 para compra de 60 milhões de doses da Coronavac. 

Ainda de acordo com Covas, as falas de integrantes do governo federal prejudicaram o desenvolvimento do imunizante no país e, posteriormente, a entrega de remessas de insumos da China. 

Questionado pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN) se o governo atuou para estimular a produção de vacinas no Brasil, Covas afirmou que "no caso do Butantan, especificamente no caso dessa vacina [Coronavac], não".

https://noticias.r7.com/brasil/itamaraty-nao-apoiou-conversas-com-a-china-por-insumos-diz-covas-27052021

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Ernesto mobilizou Itamaraty para garantir cloroquina, mesmo após alertas - Patrícia Campos Mello (FSP)

 Telegramas mostram que Ernesto mobilizou Itamaraty para garantir cloroquina, mesmo após alertas


Em telefonema, Bolsonaro disse ao premiê indiano que havia resultados positivos da droga contra Covid no Brasil

Folha de S. Paulo, 9.mai.2021 às 23h15
Patrícia Campos Mello

O ex-chanceler Ernesto Araújo mobilizou o aparato diplomático do Brasil para garantir fornecimento de cloroquina ao país, mesmo após a Organização Mundial da Saúde ter interrompido testes clínicos com a droga e depois de associações médicas terem alertado para a ineficácia e o risco de efeitos colaterais.

Isso é o que revelam telegramas diplomáticos obtidos pela Folha e informações de pessoas envolvidas nas negociações. O ex-ministro, que pediu demissão no fim de março, será ouvido na CPI da Covid na próxima quinta (13), para explicar se houve prejuízo na aquisição de insumos e vacinas por causa da política externa de sua gestão.

A corrida do Itamaraty atrás da cloroquina começou pouco depois de o presidente Jair Bolsonaro falar em "possível cura para a doença" em suas redes sociais, em 21 de março do ano passado.

"Hospital Albert Einstein e a possível cura dos pacientes com Covid-19. Agora há pouco os profissionais do hospital Albert Einstein me informaram que iniciaram um protocolo de pesquisa para avaliar a eficácia da cloroquina nos pacientes com Covid-19", escreveu ele.

Um dia antes, a Prevent Senior e o hospital Albert Einstein haviam anunciado que tinham iniciado estudos com o medicamento. Em declaração durante reunião do G-20, em 26 de março, relatada em telegrama, Bolsonaro apontou para “testes bem-sucedidos, em hospitais brasileiros, com a utilização de hidroxicloroquina no tratamento de pacientes infectados pela Covid-19, com a possibilidade de cooperação sobre a experiência brasileira”.

No mesmo dia, mesmo não existindo nenhum “teste bem-sucedido” em hospitais brasileiros, o ministério das Relações Exteriores pediu, em telegrama, que os diplomatas tentassem “sensibilizar o governo indiano para a urgência da liberação da exportação dos bens encomendados pelas empresas antes referidas [EMS, Eurofarma, Biolab e Apsen] e outras que se encontrem em igual condição, cujo desabastecimento no Brasil teria impactos muito negativos no sistema nacional de saúde”. Na época, o governo indiano havia restringido a exportação da cloroquina.

Em outra comunicação, no dia 15 de abril, o ministério pede que a embaixada na Índia faça gestões junto ao governo indiano para liberar uma carga de hidroxicloroquina comprada pela empresa Apsen antes de a exportação ser vetada por Déli e para que a venda da droga seja normalizada.

Durante todo o mês de abril, houve inúmeros pedidos do Itamaraty para obtenção de cloroquina —defendida por Bolsonaro como “cura” para a Covid-19.

Um dos telegramas, por exemplo, afirma que o Itamaraty teria pedido à Organização Pan-Americana de Saúde que entrasse em contato com o governo indiano para conseguir a liberação de um lote de milhões de doses de hidroxicloroquina.

Em outro, datado de 24 de abril, o ministério pede apoio para uma farmacêutica brasileira conseguir importar sulfato de hidroxicloroquina e relata que ela forneceria habitualmente para "FURP [Fundação para o Remédio Popular], Fiocruz, LAQFA [Laboratório Químico-Farmacêutico da Aeronáutica] e Laboratório do Exército". Na comunicação, o ministério pede à embaixada que sejam feitas gestões junto ao governo indiano para liberar a carga.

Mesmo depois de a Sociedade Brasileira de Infectologia, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira desaconselharam o uso da cloroquina contra a Covid e apontarem efeitos colaterais graves, em 19 de maio, o Itamaraty continuou acionando o corpo diplomático, em telegramas em junho, para garantir o fornecimento de hidroxicloroquina.

Já o empenho do Itamaraty para garantir vacinas e medicamentos da China foi muito menor do que o dedicado à cloroquina. Até novembro de 2020, o ministério não havia enviado instruções específicas para diplomatas prospectarem potenciais fornecedores de vacinas ou medicamentos na China, segundo pessoas envolvidas em negociações.

A China é o país que mais produz imunizantes contra a Covid e foi alvo de ataques constantes durante a gestão de Ernesto. O país tem cinco vacinas aprovadas pelas autoridades sanitárias locais, entre elas a da gigante Sinopharm —ainda que os produtos chineses tenham eficácia menor do que os da Pfizer e da Moderna, por exemplo.

Das chinesas, o Brasil só usa a Coronavac, da Sinovac, produzida em parceria com o Instituto Butantan, em acordo fechado pelo governador de São Paulo, João Doria. Mais de 80% das doses administradas no Brasil são de Coronavac. Segundo pessoas envolvidas na negociação, houve apenas pedidos vagos de informação sobre os desenvolvimentos na área de vacinas, mas nenhuma orientação ativa para obter vacinas, ao contrário do que foi feito com a cloroquina.

Só a partir deste ano, a embaixada do Brasil na China foi acionada para fazer gestões pela liberação de insumos para a produção de vacinas da AstraZeneca.

Um telegrama de 4 de abril de 2020 relata que o presidente Bolsonaro teria dito, em conversa telefônica com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que o Brasil havia tido “resultados animadores” no uso da hidroxicloroquina para tratar pacientes com Covid-19.

No entanto, não houve no Brasil nenhum estudo considerado padrão-ouro (randomizado, duplo-cego e com grupo controle) que demonstrasse eficácia da hidroxicloroquina contra a doença. Só duas semanas após o telefonema de Bolsonaro, a Prevent Senior divulgou um estudo preliminar, que foi considerado falho, incompleto e com indícios de fraude.

O Albert Einstein também conduzia um estudo com um grupo de hospitais sobre o uso da hidroxicloroquina —o resultado, divulgado no fim de julho, aponta que a droga não mostrou efeito favorável na evolução clínica de pacientes adultos hospitalizados com formas leves ou moderadas de Covid-19.

No telefonema ao premiê indiano, relatado no telegrama, Bolsonaro pedia a Modi a liberação de carregamentos de hidroxicloroquina adquiridos por empresas brasileiras, dizendo ser “um apelo humanitário” e afirmando que a cloroquina “poderia salvar muitas vidas no Brasil”.

A reportagem entrou em contato com o Itamaraty por e-mail e telefone em busca de posicionamento do ministério e do ex-ministro Ernesto Araújo sobre a questão. Até o fechamento desta edição, o Itamaraty não havia respondido.

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/05/telegramas-mostram-que-ernesto-mobilizou-itamaraty-para-garantir-cloroquina-mesmo-apos-alertas.shtml


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Permito-me remeter a minha postagem sobre essa matéria: 

O EMBUSTEIRO do Itamaraty - Paulo Roberto de Almeida

 O EMBUSTEIRO do Itamaraty

Paulo Roberto de Almeida


Manchete da Folha de S. Paulo desta segunda-feira 10/05/2021:

“Ernesto usou o Itamaraty para garantir cloroquina”

(Segue matéria de primeira página, da Patrícia Campos Mello,  sobre como o patético ex-chanceler acidental fez de tudo para secundar os intentos criminosos do “querido chefe”.)

Acabo de colocar um ponto final em meu quarto, e esperava que fosse o último livro da série do bolsolavismo diplomático, cujo titulo é, como apropriadamente sugerido por meu amigo e colega Miguel Gustavo De Paiva Torres, O Itamaraty Sequestrado (subtítulo: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo, 2018-2021).

Parece que vou ter de continuar nessa senda infeliz, pois tenho de denunciar uma vez mais o PIOR chanceler de nossa história diplomática como um verdadeiro EMBUSTEIRO!

O que é exatamente um embusteiro?

Vou socorrer-me, para definir o termo, de ninguém menos do que Adam Smith, em sua Teoria dos Sentimentos Morais (1759):

“Dizer para uma pessoa que ela é embusteira constitui a mais mortal das afrontas. (...) O homem que padecesse da desgraça de pensar que ninguém fosse acreditar em uma só palavra do que dissesse, se sentiria um pária na sociedade humana, se espantaria ante a mera ideia de integrar-se a ela ou de apresentar-se a ela, e penso que quase com certeza morreria de desespero.”

Como todos sabem, o infeliz e desastroso ex-chanceler já confessou publicamente que não se sente desconfortável em ser um pária reconhecido, mesmo pretendendo defender a “liberdade” (apenas para si, pois que aprisionou todos os diplomatas e o próprio Itamaraty na imbecilidade do antiglobalismo conspiratório a que se rendeu, por submissão vergonhosa a uma malta de aloprados).

Sinceramente não creio que o patético, desequilibrado e infeliz ex-chanceler vai se sentir desesperado por ser, de fato, um EMBUSTEIRO, mas é o que será considerado quando se apresentar na CPI da Pandemia, pois quem é que vai acreditar em suas palavras, na miserável defesa que fizer de sua DESASTROSA gestão à frente do Itamaraty? Penso até que vai “pazuelizar”, ou seja, tentar escafeder-se de comparecer, pois deve saber que estará mentindo o tempo todo.

Denuncio formalmente o EMBUSTEIRO do pior chanceler EVER por ter tentado DESTRUIR a diplomacia e o Itamaraty, como explico em meu quarto livro de um ciclo que não deveria existir.

Como sempre, assino embaixo do que escrevo.

Paulo R. de Almeida

Brasilia, 10/05/2021

sexta-feira, 7 de maio de 2021

O Sargento Tainha e o Capitão Cloroquina: quem vai pagar o pato? - Marta Salomon (Piauí)

 A irresponsabilidade da gestão Pazuello — interino e oficial — no MS é um prato cheio para a CPI da Pandemia e a recomendação do uso precoce da cloroquina deve figurar no alto de todas as demais acusações ao Sargento Tainha: o homem (escondido) corre o risco de pagar por todos os crimes do capitão.

Paulo Roberto de Almeida 

questões de transparência

“QUEIMA” DE CLOROQUINA PRÉ-CPI

Após 337 dias no ar, Ministério da Saúde apagou recomendação para uso da droga às vésperas de comissão ser instalada no Senado

06maio2021_18h55

O ministro Marcelo Queiroga na sessão da CPI - 

Durante 337 dias, entre 20 de maio de 2020 e 22 de abril de 2021, o Ministério da Saúde manteve no ar, contra evidências científicas e pedido formal do Conselho Nacional de Saúde, recomendação para uso de cloroquina em casos leves, moderados e graves de Covid-19. O documento foi apagado no portal do ministério às vésperas da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no Senado.

O sumiço da recomendação ao uso de cloroquina ocorreu depois de uma reunião na Casa Civil da Presidência e de uma lista de 23 questões sobre o enfrentamento da pandemia a que os ministérios deveriam responder. Um dos itens da lista era “o governo promoveu tratamento precoce sem evidências científicas comprovadas”, como revelou o jornalista Rubens Valente, colunista do Uol. A lista foi encaminhada ao Ministério da Saúde no dia 21. No dia seguinte, não estava mais visível no site do ministério a nota informativa n17/2020, de 30 de julho de 2020.

Com o título “Orientações do Ministério da Saúde para o manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19”, o documento amplia a orientação de prescrição de difosfato de cloroquina e de sulfato de hidroxicloroquina para pacientes grávidas. A nota, de 40 páginas, afirma levar em consideração “a larga experiência” do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento de outras doenças infecciosas e de doenças crônicas do SUS e a “inexistência, até o momento, de outro tratamento eficaz disponível para a Covid-19”. A administração da cloroquina deveria ser combinada com a do antibiótico azitromicina desde a apresentação de sintomas leves pelos pacientes, recomendava o documento.

 A nota informativa no 17 substituiu outras duas, de números 9 e 11, editadas em 20 de maio e 17 de junho de 2020, e que também continham orientações semelhantes para o uso de cloroquina. Desde a primeira versão, as notas são acompanhadas por termos de consentimento a serem assinados pelos pacientes. Eles deveriam concordar com o uso dos medicamentos sabendo não haver garantia de resultados positivos contra a Covid-19 e dos riscos de efeitos colaterais. As notas foram editadas entre a demissão do então ministro Nelson Teich, no dia 15 de maio, e a posse do general Eduardo Pazuello, em 16 de setembro, período em que Pazuello respondeu interinamente pelo comando do Ministério da Saúde.

Antes mesmo da edição da primeira nota, o Ministério da Defesa já havia comprado 600 kg de pó de cloroquina, atestam registros no Tesouro Nacional. A compra foi feita por meio da Sulminas, uma empresa instalada em conjunto habitacional no município de Campanha, em Minas Gerais, que importou o insumo da Índia. Entre março e agosto, com as recomendações para o uso da cloroquina já divulgadas, o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército havia fabricado 3 milhões de comprimidos.

 

Aorientação para o uso da cloroquina não foi atualizada nem substituída por outra, mas simplesmente retirada do portal do Ministério da Saúde. Quem clica no acesso à nota informativa n17 na página sobre manejo clínico e tratamento da Covid-19, é direcionado para a abertura do portal do ministério, no qual aparece com destaque a campanha de vacinação. Procurado, o ministério informou que a nota foi retirada para atualização, sem prazo definido. A piauí salvou o antigo link, aqui. Ou seja: o ministério não excluiu o documento do banco de dados do site.

Pelo menos um pedido formal para a retirada da nota foi ignorado pelo ministério antes da abertura da CPI da Covid. Em 19 de janeiro, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) solicitou por meio de ofício que o ministério revogasse a nota técnica n17 e se abstivesse de incentivar o uso de medicamentos sem eficácia e segurança comprovada. Desde maio de 2020, quando o ministério editou a primeira nota sobre o tratamento precoce, o CNS alerta para o risco do uso da cloroquina no tratamento da Covid e recomenda a suspensão das notas. O Conselho é um colegiado que reúne representantes dos usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de serviços do Sistema Único de Saúde.

“A minha avaliação é que retiraram a nota agora por conta da CPI, numa política de redução de danos sobre o que fizeram de forma errada, apesar das recomendações do CNS, que nunca foram atendidas”, disse à piauí o presidente do conselho, Fernando Pigatto. “Obviamente não dá para começar do zero, como se mais de 400 mil vidas não tivessem sido perdidas”, completou. O CNS avalia a gestão da pandemia pelo governo federal como “um desastre”.

No site da Saúde, é possível encontrar notas técnicas sobre outros medicamentos usados sem previsão na bula para a Covid-19, mas nada sobre a cloroquina havia sido publicado até a quinta-feira, 6. À CPI da Covid, o ministro Marcelo Queiroga indicou que uma nova diretriz terapêutica estava sendo elaborada. Esse foi o motivo que Queiroga alegou para não se manifestar nem contra nem a favor do medicamento defendido pelo presidente Jair Bolsonaro.

No caso do antiparasitário ivermectina, nota do ministério publicada em março deste ano afirma que não há evidências científicas suficientes para a recomendação do medicamento. O documento reitera a orientação da Organização Mundial da Saúde para que a ivermectina seja usada apenas em protocolos de pesquisa clínica. No caso da nitazoxanida, um vermífugo cujos resultados clínicos precários contra a Covid foram anunciados com estardalhaçoem cerimônia no Palácio do Planalto, outra nota técnica também datada de março afirma que são necessários estudos com maior qualidade e rigor metodológico.