Depois de alguns anos de retomada do crescimento – no início dos anos 2000, e ainda assim com, demanda puxada pela China – o Brasil volta a decepcionar:
De 2011 até 2019, sem pandemia, o Brasil cresceu 6,78% no período, ou seja 0,75% ao ano.
Em 2020, com pandemia, há uma previsão de queda de 4,40%. Com isso a década fechará com um crescimento de 2,38%, ou seja: 0,24% ao ano. E o mundo uma média de 3,0% ao ano.
Ricardo Bergamini
Brasil cresce apenas 2,2% na década, enquanto mundo avança 30,5%
Gustavo Patu na Folha de S.Paulo, 20 dezembro, 2020
Em poucos dias o Brasil completará 40 anos em que sua economia cresce abaixo do ritmo mundial. No período, nunca essa disparidade foi tão grande quanto nesta década prestes a acabar.
De 2011 a 2020, o país empobreceu em termos absolutos e relativos. Seu PIB (Produto Interno Bruto) terá crescido não mais de 2,2%, se considerada uma projeção de queda de 4,5% neste ano — em razão do impacto da Covid-19 — feita pelo Ministério da Economia.
No mesmo período, segundo cálculos do FMI (Fundo Monetário Internacional), o PIB global terá crescido 30,5%, mesmo com recuo semelhante ao brasileiro neste 2020.
A taxa de 2,2% numa década, que seria fraca até como um resultado anual, é bem inferior à do crescimento da população brasileira ao longo desses dez anos, estimada pelo IBGE em 8,7%. Em outras palavras, a renda média nacional por habitante encolheu.
Para além da estatística, a cifra se traduz em óbvia perda de bem-estar da população, mensurável em índices como os de desemprego e pobreza.