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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Teoria da evolucao, evolucao na pratica e colecao de especies - Fernando Dias Avila Pires

Um artigo primoroso de um dos maiores conhecedores da teoria e da ação prática da evolução no Brasil...

Cobras, aranhas e outros bichos
Fernando Dias de Avila Pires
Jornal da Ciência Hoje, 17.06.2010

"Espécies diferem não apenas no seu aspecto e características físicas, mas em sua fisiologia, comportamento, ecologia e patrimônio genético. No caso dos animais venenosos e peçonhentos, diferem na natureza de seu veneno"
Fernando Dias de Avila Pires é pesquisador do Departamento de Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz. Artigo enviado pelo autor ao "JC e-mail":

Um leitor leigo que desconheça as entranhas dos museus deve estar confuso ante o noticiário sobre o desastre que atingiu as coleções do Instituto Butantã. Desastre este que não se circunscreveu ao Brasil, mas a toda comunidade científica mundial e às pessoas que, em qualquer parte do mundo, arriscam-se a ser picadas por cobras, aranhas escorpiões e outros animais perigosos.

A polêmica gerada pelas opiniões discrepantes de cientistas e administradores não contribui para a correta avaliação do desastre.

Quem visita um museu percorre as galerias de exposições que resumem, em uma mostra reduzida e organizada segundo critérios específicos para cada tipo de museu, temas de interesse geral. Um museu de zoologia pode optar por demonstrar a evolução da vida - como se vê, por exemplo, na Grande Galeria do Museu de História Natural de Paris - e por apresentar exposições temáticas comemorativas e temporárias, como as que este ano foram inauguradas em comemoração a Darwin.

Quem pensa que um museu se resume às exposições pode também acreditar que as atividades de um banco se restringem à dos caixas e gerentes com os quais os correntistas têm contato.

Mas por que guardar 85.000 cobras e outros milhares de aranhas e escorpiões?

O homem sempre foi colecionador: de pedras, objetos curiosos, incluindo escalpos, cabeças ou orelhas de inimigos mortos em combate. Durante séculos, as coleções zoológicas eram guardadas e expostas em gabinetes de curiosidades mantidos por nobres ou por ricos comerciantes. Um casal de cada espécie era o bastante, e as duplicatas podiam ser permutadas, como se faz com selos ou moedas.

No século 18, zoólogos começaram a observar que os indivíduos de cada espécie apresentavam pequenas ou grandes diferenças. A variação entre sexos e idades são notórias, mesmo para leigos que observam aves em seus jardins e os catálogos das coleções dos museus de zoologia traziam os nomes das espécies nele representadas, uma breve descrição de seu aspecto e a relação de indivíduos que apresentavam variações importantes em certos caracteres, como tamanho, cor e estruturas do corpo.

Em 1758 um zoólogo sueco propôs um sistema de classificação e um sistema de nomenclatura, que foram adotados internacionalmente, de maneira a conferir estabilidade e certeza de que zoólogos de qualquer lugar pudessem referir-se a cada espécie por um mesmo nome, em latim, o que não acontece com a nomenclatura popular, que varia de um lugar para outro e em diferentes línguas.

A teoria da evolução proporcionou uma nova visão da variabilidade dos seres vivos e mostrou que, para conhecer uma espécie, temos que conhecer toda a gama de variantes existentes em populações naturais. Daí a mudança na concepção dos museus, que passaram a recolher e guardar amostras de populações naturais, que representem as variações existentes.

Mesmo assim, o nome da espécie precisa ser ligado a um indivíduo - o tipo ou holótipo, escolhido para personificar ou representar a espécie, escolhido pelo zoólogo que primeiro a reconhece como nova para a ciência e ainda não descrita oficialmente e de acordo com regras internacionais. Esses tipos devem ser preservados em locais protegidos da luz, umidade, poeira - e fogo.

Se uma nave tiver que ser despachada para Marte com um único exemplar da espécie humana que represente a nossa espécie, quem seria escolhido? Sophia Loren, Obama, Bin Laden?

É fácil entender, assim, que 85.000 cobras ainda não representam todas as espécies existentes nem toda a variabilidade encontrada dentro de cada espécie. Algumas são conhecidas apenas por meia dúzia de exemplares, ou menos. Várias se extinguiram nos locais onde foram coletadas e de onde provem o tipo.

Espécies diferem não apenas no seu aspecto e características físicas, mas em sua fisiologia, comportamento, ecologia e patrimônio genético. No caso dos animais venenosos e peçonhentos, diferem na natureza de seu veneno.

Foi a coleta realizada por expedições científicas e por fazendeiros, caçadores e particulares que permitiu a Vital Brazil iniciar um trabalho pioneiro dirigido ao estudo, ao inventário e ao conhecimento da fauna, e que levou à preparação de soros específicos que salvaram a vida - e continuam salvando - de gente em todo o mundo, vitimas de picadas venenosas.

Sabe-se que cobras de uma mesma espécie, oriundas de regiões diferentes do país, apresentam variações na composição de seu veneno. Somente a pesquisa básica sobre a distribuição geográfica, a sistemática - que estuda a estrutura e evolução das espécies, a fisiologia, a variabilidade genética dos indivíduos das populações que constituem uma espécie - podem elucidar a variação da ação dos venenos.

Não é promovendo a dicotomia entre áreas igualmente importantes do conhecimento e estimulando a adoção de posições extremadas que oponham ciência básica e sua aplicação que se contribui para o progresso do conhecimento científico e sua aplicação à saúde, economia e bem estar de nossa população.

Em todas as épocas houve um campo do conhecimento que exerceu maior atrativo e recebeu maior apoio, como ciência da moda. Seguindo-se aos séculos em que o conhecimento dos clássicos da filosofia e literatura predominou, seguiu-se a era da física, que prometia unificar as leis naturais, da química, que promoveu o desenvolvimento da indústria de corantes e dos medicamentos, a genética e a biologia celular e molecular.

Pasteur vislumbrou a conquista da saúde e o fim das doenças infecciosas através da identificação dos microorganismos e o preparo de soros e vacinas. Seu sucesso, por sinal deveu-se principalmente ao avanço no conhecimento da sistemática e classificação das espécies de bactérias e outros microorganismos. Sem suas coleções, a era dos soros, vacinas e da imunologia não teria surgido e prosperado.

Infelizmente a humanidade não aprende com os exemplos da história. A atual polêmica entre cobras x vacinas lembrou-me de um episódio acontecido em um instituto de pesquisas antes da era da penicilina, onde a administração determinou o encerramento das atividades de um dos laboratórios à noite, tendo em vista as despesas consideradas excessivas com a energia necessária para manter as estufas ligadas. O laboratório pesquisava um fungo desconhecido na época, do gênero Penicillium do qual se extrairia, anos mais tarde, a penicilina.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Eike Batista: o mais rico do Brasil - Forbes

Billionaires List
Big Man In Brazil
Keren Blankfeld
Forbes Magazine, March 29, 2010

Eike Batista has ridden up the commodities boom to become the richest guy in his country. He aims to keep going.

In Brazil, perhaps the only thing that's bigger than Eike Fuhrken Batista is Pão de Açúcar, the peak that dominates Guanabara Bay in Rio de Janeiro. "Sugarloaf" mountain stares across to his tenth-floor office in the Praia do Flamengo building. Six years ago Batista swore he'd become Brazil's richest man. Now he is: With a net worth of $27 billion, two-thirds of that gained over the last 12 months, he's on his way to arriving at his latest boastful goal, becoming the world's wealthiest guy. His Facebook page mentions how rich he is three times.

Batista, 53, has made a pile in resources and other services: mining (MMX), energy (MPX), logistics (LLX), real estate (REX), shipbuilding (OSX), tourism and entertainment. But two-thirds of his fortune comes from a relatively new source--OGX Petróleo e Gas Participações, the oil-and-gas exploration company he founded in July 2007 and took public a year later. "If you compare the 17,000-to-1 ratio of success for gold discoveries to the 2-to-1 ratio for [offshore] oil," says Batista, "you can see why I became so enthusiastic about creating OGX." What's with all the "X"s in his companies' names? They're meant to suggest the multiplication of wealth. He almost always lives up to the promise. Shrewdness, drive and well-placed risks figure in his extraordinary success. So do good timing and sheer luck.

After roughly 25 years in precious metals Batista decided to bet on oil. In November 2007, four months after he formed OGX, state-owned Petrobras announced the discovery of an oil bed in the Santos Basin Tupi area, off Brazil's southeastern coast. With a potential 8 billion barrels of oil equivalent, it was the largest discovery ever made in Brazil (at the time the country had 14 billion barrels of oil and gas reserves). Batista, who has long had connections within Brazil's government, had been in touch with Paulo Mendonça, a 34-year veteran of Petrobras who had just retired as its chief of exploration. A little inducement--big salary, an equity stake in OGX and stock options based on performance (what Batista gamely calls "a bonus with an onus")--persuaded Mendonça to set aside retirement and work for the new company, along with six experienced colleagues. "In the end, if you spend on know-how, the risk you're taking on is smaller," says Batista. Especially on know-how that's so well connected.

OGX was created just in time to become one of the first--and last--big players in an auction of exploration licenses by the Brazilian National Petroleum Agency. Only two weeks before the leases went up for bid, the Brazilian government decided to remove the most promising 41 blocks closest to the Tupi field that Petrobras had just discovered. The multinationals jockeying for those reserves were sidelined.

Meanwhile OGX offered $800 million for the exploration rights on 21 concession blocks in four different shallow-water basins, in some cases outbidding Petrobras. Batista pulled out $375 million from his own pocket; the rest came from 12 investors (including the Ontario Teachers' Pension Plan and New York City's Ziff brothers), some of whom had bet with him on earlier deals. After the bidding OGX held concessions covering roughly 1.7 million acres, making it the biggest private player in oil and gas. (Last year OGX acquired an additional 70% participating interest in 4.9 million acres from the nearby Pamaíba Basin.) The company then contracted for five semisubmersible rigs, with leases of two to three years plus renewal options, and hired a survey ship to collect seismic data. OGX also built a 3-d oilfield visualization center five floors below Batista's office. Since most blocks are in shallow water and relatively easy to access, production costs could be as low as $8 a barrel, compared with perhaps $35 for offshore Brazilian crude trapped under thick layers of salt.

In June 2008 OGX raised $4.1 billion in an initial offering, the largest in Brazil's history at the time. Batista himself invested another $450 million. He's a little touchy when asked about how much of this good fortune is strictly his own brilliant planning. "You cannot exist as a $20 billion company with speculation," he says. "Luck is Brazil being in this stable economic position today; luck is Brazil having these blocks available for bidding. But it's also a lot about discipline and hard work. There's also timing: When I did the IPO the price of oil was $140. That wasn't my doing. That was luck."

Some Brazilians who have followed Batista for years claim that he is locked in a classic Oedipal battle, perpetually trying to outshine his powerful father, Eliezer Batista da Silva. Dad protests. "Eike always gave signs of being a man who liked to get things accomplished," he says, "but I never imagined his success would be in this scale." Eliezer, now 85, presided over Brazil's behemoth mining company, Vale do Rio Doce, before it was privatized in 1997. During his presidency Vale, which had been primarily an iron ore exporter, expanded its operations globally and diversified into other metal markets and into pulp, forestry, shipping and railways. His reach in politics extended beyond leading the state-owned company: Minister of Mines & Energy off and on since 1962, Eliezer was named Secretary of Strategic Affairs in 1992 by President Fernando Collor. "I want to make it clear that I follow Eike's path more than he follows my path," says the elder Batista, who once advised Enron executive Rebecca Mark and today serves as a general business advisor to his son. "I've never been involved in oil."

Eike Batista bristles at the idea of any help from Dad. "All my businesses started from zero," he says. "My father was a problem for me because he never let me near Vale," he adds. "I wasn't allowed because he was afraid of a conflict of interest. I'm the one who made my own connections." Not to mention, laughs Batista, "my dad doesn't believe in taking risks."

Raised with his six siblings in Germany from age 12 to 23, mostly by his German mother, Batista studied metallurgy at the University of Aachen and claims he sold insurance door-to-door to help pay for school. In 1979 he returned to Brazil to try his hand at gold trading in the Amazon. His father thought he was crazy, but within 18 months Batista managed to bring in $6 million in commissions for himself. He used the loot to invest in a rudimentary operation of garimpeiros, men who lift gold ore from the jungle with pans and nets. But he underestimated the difficult logistics and the prevalence of diseases in the area. With only $300,000 left, he joked with friends that he should have taken the $6 million and hung out at the beach. But the workers eventually produced up to $1 million in gold per month. "Thank God, the mine was idiot-proof," quips Batista. "Only an extremely rich mine could have withstood all the mistakes I made. I was lucky."

A ciencia brasileira nas paginas da Nature

A mais prestigiosa revista de pesquisa científica do mundo, a inglesa Nature, publica duas matérias -- uma avaliação de conjuntura e uma entrevista com o ministro da área -- sobre os avanços da pesquisa científica no Brasil.

HIGH HOPES FOR BRAZILIAN SCIENCE
Anna Petherick
Nature, Vol 465, June 2010

As President Lula prepares to leave office, researchers expect that innovation will invigorate the economy.

It is rare that a head of state ends a second term with approval ratings of around 80%. But when Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva took to the stage last month at a science-policy conference, his popularity was clear: more than 3,000 scientists, administrators and industrialists stood to applaud him and to cheer his science minister of five years, Sérgio Rezende.

With a government convinced that science is an essential part of a growing economy, Brazilian researchers have never known better times, and the 4th National Conference on Science, Technology and Innovation in Brasilia on 26–28 May was brimming with optimism for an even sunnier future. At the conference, Lula signed a series of bills that will help to sustain his legacy of science investment after he and Rezende leave office on 1 January 2011. The bills, IF enacted by the National Congress, will increase funding for postdocs and establish three new biodiversity research centres, with the overall goal being to further reduce the country’s brain drain and perhaps even reverse it.

The conference will deliver a consensus statement from Brazil’s top scientific brass on where its research programme should focus over the next decade. The document is likely to be influential, says Luiz Davidovich, a director of the Brazilian Academy of Sciences and a physicist at the Federal University of Rio de Janeiro. “The conference is the first time that those at the heart of science, and those tangentially involved, have all been brought together — and at a point when things are really taking off,” adds Carlos Henrique de Brito Cruz, the scientific director of FAPESP, São Paulo’s state research foundation. The consensus statement, due to be published in two months’ time, will be sent to all of the presidential candidates.

One prominent suggestion expected to be in the statement is the fostering of centres of excellence. “We need to look after our Pelés as well as build more football pitches,” says de Brito Cruz. “The current focus of funding is on new centres, but there is no specific programme to fund research stars.” Another proposal is to provide more incentives for multinational companies to conduct research and development in Brazil.

These policies would build on a well-funded foundation. The Brazilian Ministry of Science and Technology says that after Lula took Office in 2003, total public and commercial funding for science and technology soared from 21.4 billion reais (US$11.4 billion) to 43.1 billion reais in 2008 (or from 1.26% to 1.43% of Brazil’s growing gross domestic product; GDP) – due in part to Lula, and to policies implemented by former president Fernando Henrique Cardoso.

Publications by Brazilians in peer-reviewed science journals have leapt from 14,237 in 2003 to 30,415 in 2008, according to data analysts Thomson Reuters. This is impressive not only in the context of Latin America but also compared with Russia, India and China, for example. In 2000, Brazil generated 43% of Latin America’s peer-reviewed publications. Scientific output has since improved across the region, but in 2008, Brazilian publications made up 55% of the total. Brazil has particular strengths in agricultural science; for example, in 2000, a consortium based in São Paulo became the first in the world to sequence the genome of a plant pathogen, the bacterium Xylella fastidiosa, which destroys citrus crops.

Brazil spends significantly more per researcher than China or Russia, according to its science ministry. “I believe we have reached a point where the sector will grow organically,” says Rezende. “So the next person in charge will not have to do much.

“ Science is also doing well at the level of individual states, which provide a significant source of public funding, although efforts to boost science are patchy. Many states are looking to emulate wealthy São Paulo, which has the strongest scientific tradition. “There is an article from 1947 in the constitution of the state of São Paulo,” explains de Brito Cruz. “It says that 1% of all revenues of the state go towards research. No other science-funding agency in possibly the whole world has that kind of financial security and autonomy [from the federal government].”

The benefits of having significant funding separate from federal sources were felt most keenly in the 1990s, when Brazil’s government struggled with economic stresses such as hyperinflation. Science funding dried up elsewhere in the country, but researchers in São Paulo experienced much less disruption.

Recently, other states have copied this legislation. In addition, São Paulo’s three large state universities receive 9.57% of the state’s income from its lucrative sales tax, giving them a unique boost.

But even in São Paulo, the growth in published research has not been matched by growth in patented research, which is crucial if science is to invigorate the economy and provide a better quality of life for Brazil’s 193 million inhabitants. Most scientists at the May conference agreed that solving this problem is probably the biggest challenge facing Brazilian science.

Early in its tenure, Lula’s administration made it legal for the government to fund research by private companies, and afforded tax breaks to firms that invest in innovation. But the number of patented inventions coming out of Brazil has risen only slightly since these measures were passed. “The problem is that company directors have the option of putting money in the hands of their heads of finance to generate a return in the financial markets, or in those of their head of research and development, which is risky and expensive,” says Eduardo Viotti of Columbia University in New York, who advises the Brazilian senate on science policy. “In the past, at least, it has seemed less risky to them to bet on the financial markets.”

Commercial research and development is being boosted by the discovery in 2007 of large oil deposits off the coast of São Paulo and Rio de Janeiro. When oil does start flowing, Lula has promised that a proportion of the riches will be siphoned towards science. The exact percentage is still being debated, but it will be set before Lula and Rezende leave office.

The chances are good that scientists will get much of what they ask for on their consensus wishlist, even after Lula’s departure. The frontrunners in October’s presidential election are José Serra, a former governor of science friendly São Paulo, and Lula’s former chief of staff Dilma Rousseff, who is backed by Lula and is expected to continue his policies. These may include his plan to raise science spending to 2% of GDP by 2020.


INTERVIEW: EXCITING TIMES FOR BRAZILIAN SCIENCE
Fonte: Interview by Fabio Pulizzi, Nature Materials, VOL 69, July 2010
Sergio Machado Rezende has served for 5 years as the Minister for Science and Technology of Brazil. Nature Materials has asked him about the past and future of science in his country.

How did you become interested in physics?

When I attended my first physics course in high school I was immediately fascinated by the rigorous formulation of classical mechanics and its ability to describe common phenomena through simple equations. Solving physics problems was really enjoyable for me. However, in the 1950s fundamental science did not really offer career opportunities in Brazil, so I decided to study engineering instead. After graduating in electronic engineering in Rio de Janeiro I went to MIT in the USA for my PhD. It was during this period that my interests shifted back towards the more fundamental, rather than applications-based aspects of the materials used in electronics, and gradually I became a materials physicist.

What made you decide to become active in politics as well as in science?

It was not really a deliberate decision, rather the consequence of my involvement with administration and policy making during my scientific career. After my PhD I went back to Rio, where I was appointed associate professor of physics at the Catholic University. In the early 1970s I moved to Recife, capital of the state of Pernambuco in the northeast of Brazil. I was in fact sent there on a mission of the National Research Council to establish a physics department that would be active in research at the Pernambuco Federal University. As I was the first faculty member in physics with a PhD degree, it was natural for me to become head of department. I was young and I learned to carry out administrative activities in parallel to research. In the 1980s I became dean of the Centre for Exact Sciences and in the early 1990s I was invited to become scientific director of the newly created Pernambuco Science Foundation, the first state agency to support science and technology in the northeast region. I managed to do the job in those positions while still remaining active in teaching and research. In 1995 I was invited to be the State Secretary for Science and Technology by Miguel Arraes, the elected state governor, even if I had no previous involvement with politics, and in four years I gained considerable experience in policy making and running science and technology programmes.

In your view, how has science in Brazil evolved in past decades?

Over the second half of the last century, Brazil built up a complex system of science and technology that today ranks thirteenth in the world in terms of scientific publications, according to the Thomson Reuters database, ahead of countries such as Holland and Russia. There are more than 100,000 active researchers in Brazil today, and we have a considerable number of scientists and engineers doing scientific and technological research of international standing. Among the best known examples of success in Brazilian research are the biofuels programme; oil drilling and production in deep waters by Petrobras; and agribusiness, where high productivity levels were made possible by work conducted by Embrapa, the federal organization for research in livestock and agriculture.

What about the time in which you have been science minister?

We need to keep in mind that building such a complex system and keeping it working required a huge effort. The scientific community lacked experience and there was no innovation culture; there were no steady science and technology policies, or substantial investments and, last but not least, there was almost no connection between research and industry. There were very difficult moments in which shortage of funds was such as to withhold fellowship payments for Brazilian students abroad. Fortunately, because of the firm priority given by President Lula’s government to science, technology and innovation in the past decade the situation has improved dramatically.

In what way? Have investments increased?

Definitely. In 2000, expenses for science and technology were of the order of R$15.2 billion (R$ is the Brazilian unit of currency, the real), equating to 1.3% of Brazil’s gross domestic product (GDP) (at present US$1.00 = R$1.80). In 2008, investment surpassed R$43 billion, reaching 1.43% of GDP. These figures include the federal public sector, funding from single states and from public and private companies. The overall public-sector participation is 55%, versus 45% from companies. An important part of this funding is the National Fund for Scientific and Technological development (FNDCT), which nowadays is a prominent part of the budget of the Ministry of Science and Technology. It was first established in 1970, but for a long time it suffered from chronic shortage of funds. However, in 1999 the previous government created the so-called sectoral funds, which are based on taxation of specific sectors of economic activity. These sectors include the exploitation of natural resources, oil and specific industrial products, and they include fees on licenses for the acquisition of foreign technology. Such sectoral funds are now an integral part of the FNDCT, and have made possible its consistent growth. To give you an idea, the FNDCT disbursed R$350 million in 2002; in 2010 the amount will reach R$3.1 billion.

Which areas of research will develop more as a result these investments?

So far Brazilian scientists have mainly contributed to extending the frontiers of fundamental knowledge and I believe this process will intensify further. Researchers are becoming more experienced, young people are being exposed to science of higher quality and the infrastructure for research is improving. And in applied science and engineering there will be an effort in all the areas that represent a priority at the international level. To list a few: biotechnology and nanotechnology; information and communication technologies; health; energy; agribusiness; biodiversity and natural resources; Amazonian and semi-arid regions; meteorology and climate change; space and nuclear research.

Have research institutes of excellence in these areas been created?

Partly. Three years ago the government launched a programme for the National Institutes for Science and Technology with a call for US$330 million to provide established centres of excellence with the means to strengthen their resources. But we have also created new institutions. One of them is the National Center for Science and Technology of Bioethanol, in Campinas, in the state of São Paulo, with the aim of improving technology for producing ethanol from cellulose. We also created a new centre for microelectronics, the National Center for Advanced Electronics Technology, in Porto Alegre, in the state of Rio Grande do Sul, and the Center for Earth Studies at the National Institute for Space Research in the state of São Paulo, for studies in global climate change. We extended a few centres that are under the direct responsibility of the Ministry of Science and Technology, for example the National Institute for Amazonian studies. But aside from creating new institutes and expanded existing ones, the real effort was to improve the general infrastructure for research, increase the number of researchers and provide them with appropriate conditions to produce good results. Part of this has been raising the salaries of scientists working in universities and in the research centres of the Ministry of Science and Technology.

Brazilian researchers used to go abroad to gain expertise. Is this changing now?

It has already changed. It is important to clarify that only in the 1950s, with the establishment of federal agencies to support science, the National Research Council and the Commission for the Improvement of Faculty Personnel, did Brazil begin to lay the foundations for a scientific community. This was done mainly by granting fellowships for graduate studies abroad, primarily in the USA and Europe. The first MSc degree was created in Rio de Janeiro only in 1963, and it took several years to set up MSc and PhD programmes throughout the country. It is only natural therefore that the first generations of Brazilian scientists studied abroad. Nowadays, universities and research institutions are well equipped, there are excellent graduate programmes in many universities and the funding agencies offer fewer fellowships for graduate studies abroad. On the other hand, research experience in other countries is still considered very formative and graduates can easily obtain support for post-doctoral programmes abroad. The government also stimulates participation of young scientists working in ‘big science’, which requires huge investments and facilities to engage in international collaborations. For instance, we support participation in the research programmes of large American and European laboratories such as Fermilab and CERN for studying elementary particle physics, and large astronomical observatories such as the Southern Observatory for Astronomical Research, and Gemini in Chile.

Is there an effort to raise the number of undergraduate students in science?

Absolutely. The government launched a few programmes to stimulate the interest of science in schools. A classic example was the establishment in 2005 of the mathematics olympics for state schools only. Previously, only about 200,000 pupils per year would take part in such events, and they were mainly from private schools. State-school pupils did not feel confident enough so the government decided to create a state-schools-only competition. Ten million pupils participated in the first year and the number rose to 19 million in 2009. Programmes of this type stimulate interest in mathematics, and the best pupils can obtain fellowships and can keep studying the subject at a higher level. Of course increasing interest in mathematics contributes to stimulating interest in science and engineering as well.

You mentioned climate change: how will Brazilian science contribute in this area?

We should bear in mind that climate change is not just a scientific but also a political issue, with global economic, social and environmental consequences. Brazil has made its position on this matter internationally known, as well as its successful endeavours at reducing emissions and strengthening its scientific research capacity in this field. At the recent conference on climate change in Copenhagen, Brazil announced a voluntary commitment to reduce emissions of greenhouse gases by 37% relative to the ‘business-as-usual values’ in 2020. All this keeping in mind that Brazil is a relatively low-carbon-level society. Brazilian industry has had a record of low greenhouse gas emissions, and there is still room to maintain or even enhance this trend by increasing the use of renewable sources. According to data from the 2008 National Energy Balance, such participation is 45%, which means a clean energy matrix in comparison with the rest of the world average, which is 13%. An important part of this contribution is played by biofuels in transport. With the invention of flex-fuel cars, made by laboratories in Brazil, the use of ethanol from sugar cane has been increasing steadily and has matched that of gasoline. One of the largest contributions to greenhouse gas emissions in the past has been deforestation, but impressive efforts have also been made at reducing such emissions — they fell by about 45% in 2009 compared with 2008. I am convinced that Brazil is on the right track, and it will contribute decisively to global endeavours to mitigate climate change. Regarding the scientific work in this area, we have established a large network of laboratories and research groups involved in all aspects of climate change science, such as climate modelling, emissions from land use and agriculture practices, biodiversity and natural resources, among others. This network is led by some of the most experienced scientists in Brazil, who have participated in international boards, such as the Intergovernmental Panel on Climate Change, and have strong international collaboration.

You are obviously a very busy person. Are you still an active researcher as well?

I am in the sense that I keep thinking about physics; I follow the literature; try to give suggestions to colleagues and students; and I do some calculations, eventually publishing a few papers. But to be considered an active researcher at my age and with my experience I should be involved in many more topics of research that I am able to. I probably devote 10% of my energy and time to research, and this includes weekends, when I am most productive. It is not that much, but it allows me to keep in touch with the developments in the area that I am most involved, which is magnetic phenomena in nanostructured materials.

Will you remain active in politics, maybe still as a minister in the future?

I will definitely not stay a minister, regardless of who will be elected president next year. By 31 December 2010, I will have been heavily involved in science policy for 8 years as president of the Financing Agency for Studies and Projects for 2.5 years and as a minister afterwards. I think this is enough and I feel rewarded by the results achieved. I also have started to feel uncomfortable about spending most of the time away from home and family. Finally, I believe that a renewal of concepts, ideas and practices will be mostly beneficial for our scientific and technological system, to keep it healthy and make it progress further.

Os "sabios" do Banco Mundial e o Growth Report

Apenas indicação, por enquanto, depois de ler faço a crítica (ou uma apresentação bonita, se for o caso, embora desconfie desses tecnocratas de organismos multilaterais).

The Growth Report and New Structural Economics
World Bank Policy Research Working Paper No. 5336
JUSTIN Y. LIN, Peking University - China Center for Economic Research
CELESTIN MONGA, World Bank - Research Department

Despite its heavy human, financial, and economic cost, the recent global recession provides a unique opportunity to reflect on the knowledge from several decades of growth research, draw policy lessons from the experience of successful countries, and explore new approaches going forward. In an increasingly globalized world where fighting poverty is not only a moral responsibility but also a strategy for confronting some of the major problems (diseases, malnutrition, insecurity and violence) that ignore boundaries and contribute to global insecurity, thinking about new ways of generating and sustaining growth is a crucial task for economists. This paper reassesses the evolution of knowledge on growth and suggests a new structural approach to the analysis. It offers a brief, critical review of lessons learned from growth research and examines the remaining challenges -- especially from the policy standpoint. It highlights how the 2008 Growth Commission Report identifies the stylized facts associated with sustained and inclusive growth. And it explains how the new structural economics provides a consistent framework for understanding the key findings of the Report.

link to the study

Franceses irresponsaveis: querem continuar gastando e trabalhando pouco

Os franceses, como é seu hábito semanal (ou a cada vez que o governo fala em reformas), fizeram greve contra o projeto do governo de elevar a idade mínima da aposentadoria de 60 anos a 62 em 2018 (!!!!). Claro, os que fizeram greve são em geral funcionários públicos, como também aconteceria no Brasil se a medida (mais do que necessária) fosse votada.
É inacreditável. Os franceses (mas os brasileiros também entram na mesma irracionalidade) estão fazendo greve contra si mesmos, não contra o governo. Eles protestam, de maneira particularmente estúpida, contra a aritmética e contra a demografia, dois fenômenos que passam longe da capacidade do governo de exercer qualquer influência.
A demografia diz que cada vez haverá mais velhos inativos, e menos jovens ativos, para sustentar os pagamentos das pensões e aposentadorias.
A aritmética diz que, nessas circunstâncias, ou você aumenta o volume de contribuições ou você diminui as prestações, pois as contas simplesmente não fecham.
Como as pessoas estão vivendo cada vez mais, e melhor -- inclusive causando novos gastos, terríveis de suportar, sobre os sistemas públicos de saúde -- a lógica diria que, sim, as pessoas têm de trabalhar mais e contribuir mais tempo, se quiserem desfrutar de aposentadorias e pensões razoáveis.
A menos, claro, que do alto de sua irresponsabilidade, elas queiram deixar a conta para seus filhos e netos, e quebrar o sistema antes do tempo.
Não entendo como pessoas racionais podem lutar contra a demografia e a aritmética.
A menos que elas não sejam racionais, claro.
Paulo Roberto de Almeida

France's public finances
How buoyant is France?
The Economist, June 17th, 2010

The French government is slowly starting to tackle the country’s economic problems. But austerity remains a dirty word

Paris - ONE by one, euro-zone governments have been confecting austerity plans in a bid to reassure jumpy bond markets. After Greece, Spain, Portugal, Ireland and Italy, last week even creditworthy Germany unveiled a savings plan. Britain, although not in the euro zone, is braced for fiscal tightening in an emergency budget on June 22nd. The only big European economy yet to spell out an austerity plan is France—a country badly in need of one.

The government thinks it has a scheme to get the public finances under control. On June 16th it unveiled its long-awaited pension reform, which will raise the legal retirement age from 60 to 62 by 2018. Since this will meet less than half the €45 billion ($55 billion) state pension-fund shortfall by 2020, next year the top rate of income tax will be raised from 40% to 41%, and taxes on financial transactions will increase. By 2020 civil servants’ pension contributions will increase from 8.1% of pay to 10.5%.

The plan sends a reasonably serious message about France’s long-run resolve, although it will be resisted. Martine Aubry, the opposition Socialist leader, herself nearly 60, vowed to reverse the retirement-age rise if elected. The unions have called for protests on June 24th. In budgetary terms, however, the short-run impact of the measures will be limited. Even in the long run the reform will leave France with a younger retirement age than Greece.

The French have made other noises about spending cuts. Just days after Germany’s Angela Merkel announced her austerity plan, worth €80 billion by 2014, François Fillon, France’s prime minister, appeared to trump it by announcing €100 billion of savings by 2013. Yet there was nothing new here: he was merely quoting the saving needed to meet France’s promise, under euro-zone rules, to curb its deficit from 8% of GDP this year to 3% by 2013.

Moreover, Mr Fillon claimed cheerily that economic growth would do half the repair work. That leaves €50 billion to be found in cuts. He hopes to squeeze €5 billion by trimming tax exemptions, and says he will freeze the 2011 budget in real terms. Small savings will come from an old plan to replace only one in two retiring civil servants, and he says he will stop ministers claiming a salary and pension at the same time. But the rest is unspecified. “France for the moment stands out as the only country that has not spelled out how it will reduce its deficit,” notes Laurence Boone, an economist at Barclays Capital in Paris.

Why? A generous explanation is that France is doubtful about the wisdom of premature fiscal tightening. Before Mrs Merkel produced her cuts, Christine Lagarde, the finance minister, had accused Germany of not doing enough to stimulate demand. Another minister says an austerity plan would risk “killing off growth”. Mr Fillon himself has said that France is “far from an austerity plan”.

A more plausible reason is that the government is too nervous to tell voters about the need for deep spending cuts, let alone implement them two years before a presidential election. The French word for austerity, rigueur, remains taboo on both left and right. It is linked in the public mind to the painful austerity drive introduced by President François Mitterrand in 1983, after his “rupture with capitalism” had sunk the currency and built up a crushing deficit.

Politicians are haunted too by the fate of Alain Juppé, a prime minister on the right, who tried to reform France’s welfare and pensions in 1995. Strikes paralysed the country for weeks; Mr Juppé backed down and his government was booted out at the next election. With over 5m people, or nearly one in five of the labour force, working for the state, any squeeze on public-sector pay or benefits can draw crowds on to the streets. Although Nicolas Sarkozy was elected on a promise to shake things up, the recession has tempered his liberalising zeal. Pension reform aside, he appears more focused on keeping a lid on social discontent ahead of 2012.

The trouble is that economic reality demands tough measures. “We are closer to Greece than to Germany,” says Nicolas Baverez, a commentator who has long warned the government about its public finances. France’s budget deficit this year is forecast at 8% of GDP, next to 9% in Greece (see chart), and its deficit-cutting plans rely on optimistic growth forecasts. Its public debt, at 84%, is worryingly high. Moreover, Mr Sarkozy has a tendency to spend his way out of trouble. The French government spends 56% of GDP, more than any other euro-zone country. As the national auditor pointed out recently, a quarter of the increase in the deficit in 2009 was unrelated to the recession.

For the time being, the credit agencies continue to give French sovereign debt a top rating, enabling it to borrow cheaply. France has a big, diversified economy, and worries about debt in the euro-zone periphery have drawn investors to the perceived haven of French bonds. Yet the spread over German bonds has widened recently, and in February Moody’s, a rating agency, warned that in the absence of consolidation, rising debt could threaten France’s AAA rating. François Baroin, the budget minister, admitted that the objective of preserving France’s rating was tendu, which means “tight” or “stretched” (although he later insisted he intended it to mean “constant” or “unbending”).

The real difficulty is credibility. Mr Sarkozy says he wants to write a rule into the constitution to commit governments to reducing the deficit, something Germany has done. But this could take time, and it is unclear how binding it would be. The harsh truth is that no French government has balanced its budget since the early 1970s. As Jacques Delpla, an economist on the Council of Economic Analysis, points out, French governments have lived beyond their means even during the years of plenty—a failure he calls “scandalous”.

Brasil: inacreditavel desvio das financas publicas

O chamado Fundo Soberano do Brasil -- que não é bem fundo, sequer soberano -- representa uma forma especialmente deformada de contornar controles parlamentares e a boa administração das finanças públicas para capitalizar, sem passar pelo Congresso, uma empresa pública como o Banco do Brasil.
O Fundo Soberano do Brasil não foi constituído, como os outros exemplos do gênero, com superávits fiscais ou saldos excedentários de transações correntes -- duas coisas que o Brasil não tem -- mas com recursos orçamentários, num terrível desvio de uma administração correta das contas públicas, já que esse dinheiro transferido para o FSB passa a ser administrado exclusivamente pelo Executivo sem qualquer controle parlamentar.
Teoricamente destinado a operar no plano internacional, o FSB está sendo utilizado para prover de capital uma empresa pública, que poderia estar se abastecendo no mercado de capitais, ou se submeter aos controles parlamentares para o provimento de recursos.
Mais um exemplo de deterioração na qualidade das contas públicas no país.
Mas esse tipo de desvio de funções da boa administração das contas públicas e uso indevido de recursos da sociedade brasileira não existe apenas na configuração do Fundo Soberano -- uma piada de mau gosto -- mas sobretudo nas capitalizações que o Tesouro vem fazendo indevidamente e não contabilizando como dívida pública o que de fato é dívida pública.
O mesmo desvio ocorre, por exemplo, na recente lei que redefiniu o regime de exploração do petróleo do pré-sal, com um esquema malandro de capitalização da Petrobras (de fato, um financiamento antecipado pelo governo, e uma entrega futura, e aleatória, de petróleo ainda não extraído). O que de fato existe é que a sociedade brasileira está financiando a Petrobras, quando ela poderia, na verdade, usar o dinheiro do Tesouro para investimentos e ou despesas tipicamente estatais (saúde e educação, por ex.), quando a Petrobras ou empresas privadas que poderiam estar tranquilamente fazendo os investimentos necessários no regime anterior - teriam a faculdade de se abastecer no mercado de crédito privado (onde a Petrobras, aliás, já teve melhor rating do que o Brasil).
Esse tipo de absuso com o dinheiro público, para fins puramente demagógicos, é uma marca desse governo.
Paulo Roberto de Almeida

Brazil Sovereign Wealth Fund To Buy Banco Do Brasil Shares
Dow Jones, 17.06.2010

SAO PAULO - The Brazilian sovereign wealth fund will buy 66.5 million shares to be offered by state-run Banco do Brasil SA (BDORY, BBAS3.BR), Latin America's biggest bank by assets, through bank's primary and secondary offering of shares on the Sao Paulo Stock Exchange, BMFBovespa.
Banco do Brasil said, in a statement late Wednesday, that Brazil's sovereign wealth fund, Fundo Soberano do Brasil, will acquire its shares via a special fund known as FFIE.
Earlier this month, Banco do Brasil said it will offer a total of 356.85 million shares, with 286 million shares through a primary offering and 70.8 million shares via a
secondary offer.
The operation could raise about 9.77 billion reais ($5.46 billion) based on Banco do Brasil's closing price of BRL27.39 on Wednesday.
Investors can reserve shares from June 21 through June 29. Trading is expected to begin July 2.
With the acquisition of shares to be made by the sovereign wealth fund, the federal government will keep its control on Banco do Brasil.
Brazil created the sovereign wealth fund in late 2007 with the aim of reinforcing public sector savings and funding projects of strategic interest abroad.

Nouriel Roubini, o economista que previu a crise financeira

Apenas a título de informação sobre um dos economistas mais famosos da atualidade

Nouriel Roubini, el economista que predijo el crack financiero
Gillian Tett
El Cronista.com, Mon, 14 June 2010

Nació en Turquía y vive en Estados Unidos. Fue uno de los pocos intelectuales que pronosticó el colapso bancario. Antes fue criticado por alarmista cuando lo llamaban Dr Funesto. Hoy es uno de los gurús más prestigiosos y toda una celebridad hollywoodense.

El hotel Soho Grand de la neoyorquina Tribeca parece un set de filmación. Dominan la espaciosa recepción las columnas de concreto, las esculturas de metal y amplios sofás de cuero, que la gente elegante, de belleza inalcanzable decora con su presencia.

No parece ser el lugar para encontrarse a desayunar con un académico en Economía. Pero Nouriel Roubini no es el intelectual promedio. Hasta que comenzó la crisis financiera hace tres años Roubini se había dedicado a analizar la economía y a escribir obras como “Ciclos políticos yMacroeconomía” (1997) o “La nueva arquitectura financiera internacional” (coedición, 2005). También dio una serie de discursos referidos a la fragilidad del mundo de los bancos que fue tan agria que le valió el mote de Dr Doom (el Dr. Funesto).

Pero en 2007 se produjo un cambio inesperado. La crisis financiera estalló y, casi de la noche a la mañana, el mundo se dio cuenta de que él era uno de los pocos economistas que había anticipado un colapso bancario de tal magnitud. En la actualidad los líderes del mundo se sujetan de sus palabras, los periodistas van en tropel a sus discursos para enterarse de los últimos anticipos y los clientes pagan sumas altísimas a cambio de los análisis de su consultora Roubini Global Economics.

Su influencia fue más allá del mundo de los negocios y llegó hasta Hollywood. Aparece, representándose a sí mismo, en “Wall Street: Money Never Sleeps”, el próximo filme de Oliver Stone, que continúa la parábola de mercados enloquecidos de la década de los años ochenta, y también en “Inside Job”, un documental narrado por Matt Damon que se estrenará próximamente. Es algo así como un intelectual para enmarcar: su página de Facebook tiene muchas fotos de Roubini en fiestas llenas de estrellas, en general, acompañado de un grupo de mujeres de gran hermosura y juventud. Les encanta la belleza de mi mente... Soy feísimo, pero mi cerebro las atrae‘, le dijo a una sección de chismes el año pasado.

Pocos minutos antes de las ocho, el intelectual devenido en ídolo, de cincuenta y un años, llega a la recepción, vestido con un par de jeans de color negro y una camisa amarillo pálido con el cuello sin abotonar. Combina perfectamente con la decoración del hotel. La única nota disonante son sus zapatos de cuero marrón: sorprende cuán maltrechos están. ¿Es demasiado inteligente para preocuparse por la trivialidad de lustrarlos? O sencillamente, ¿confía demasiado en sí mismo como para que le importe? De cualquier modo, le da a este famoso economista un aire artístico un tanto raro.

Empiezo con: “¿Cómo se siente ser una celebridad?”. Él masculla: “La celebridad tan sólo es palabrería. La gente habla como si yo hubiera salido de la nada, como si todos estos años hubiera trabajado por cuenta en alguna oficina perdida antes de, repentinamente, volverme famoso. Pero eso no es cierto para nada. ¡Hace veinte años que trabajo de economista!”

Con indignación, repasa los detalles de su ejercicio profesional. Es inusitado. Nació en Estambul en 1959, de padres iraníes que profesaban la fe judía. Los primeros años de su vida los pasó en Irán; luego se mudaron a Italia, donde fue a la escuela y a la universidad. Más adelante, se mudó a los Estados Unidos y en Harvard se doctoró en Economía. Luego dio clases en Yale y en Nueva York. Roubini habla italiano, hebreo y persa, pero dice que sintió que en verdad había llegado a los Estados Unidos: “hace aproximadamente quince años, cuando comencé a soñar en inglés”. En este período también realizó trabajos para el Fondo Monetario Internacional (FMI), la Reserva Federal, el Banco Mundial, el Consejo de Asesores Económicos de la Casa Blanca y el Departamento del Tesoro, antes de poner en marcha su propia consultora.

Difícilmente ese sea el currículum de un don nadie. Pero en el otoño de 2006, mientras la economía mundial y los mercados de crédito estaban en auge, Roubini aún estaba lejos de ser un nombre reconocido cuando le advirtió al FMI: “es probable que los Estados Unidos enfrenten, por única vez, el estallido de la burbuja inmobiliaria, la conmoción en la industria del petróleo, la abrupta caída en la confianza del consumidor y, finalmente, una profunda recesión”, además, que “los propietarios no cumplan los pagos de las hipotecas, y que billones de dólares en títulos garantizados con hipotecas fallen en todo el mundo y el sistema financiero global se detenga repentinamente”. Era una apuesta muy audaz; tanto, que muchos líderes y economistas creyeron que Roubini estaba un poco loco.

En realidad, cuando Roubini fue el Foro Económico Mundial que se reunió en Davos, en enero de 2007, e hizo estos anuncios, no se le prestó atención a sus advertencias. Lo conocí en este resort montañés de aire enrarecido, y recuerdo muy bien nuestro encuentro. Durante los meses anteriores, yo también había empezado a escribir sobre los peligros de las finanzas complejas (si bien de un modo mucho menos elocuente e impresionante que el de Roubini), y esos artículos desencadenaron las críticas de algunas de los luminares reunidos en Davos, que me tacharon de ser “alarmista”. Pese a que no nos habíamos conocido -y habíamos hablado poco desde que lo hicimos-, Roubini defendió vigorosamente mis artículos en un soleado almuerzo muy concurrido que se ofreció en un hotel suizo. Le expresé mi agradecimiento; los agoreros eran muy pocos en ese entonces.

Riendo, Roubini señala: “Lo recuerdo”. Luego evoca, no sin enojo, el artículo que Michael Lewis, autor del ensayo “Liar’s Poker” (1989) y de “The Big Short” (2009), que escribió en esa reunión de Davos, en la que se llamó debiluchos y sosos a los agoreros como Roubini. “Sorprende el modo como algunas personas cambiaron su forma de pensar”, afirma y añade con mordacidad, “Ahora todos son generales después de la batalla”.

Con el profesor de historia económica Stephen Mihm, Roubini es coautor de un libro que trata el colapso bancario, “Crisis Economics”, que aspira a responder a la pregunta de ¿por qué el mundo perdió el control en 2007? y sugiere qué es lo que puede hacerse para subsanarlo. A primera vista, parece dedicarse a la misma temática que los libros originados en el aprieto económico, que en la actualidad los economistas producen en serie. Sin embargo, lo que distingue a esta obra es que Roubini puede afirmar que entendió lo que sucedía antes de que sobreviniera el desastre, a diferencia de casi cualquier otro economista, con la excepción de William White y Claudio Borio del Banco de Pagos Internacionales (BPI). Le pregunto qué fue lo que le dio certeza de que estaba en lo correcto. Me explica: “Después de diez años de analizar los mercados emergentes, sé que Uds. tienen patrones que se repiten una y otra vez. Una burbuja es como el fuego, que precisa oxígeno para seguir ardiendo... cuando ya no hay oxígeno, las cosas cambian”. Más concretamente, en el verano de 2006, Roubini ya veía que el mercado inmobiliario había alcanzado su pico. Eso lo convenció de que el sistema estaba a punto de colapsar, porque había mucha deuda hipotecaria.

Siguió dando advertencias desde el colapso financiero. A principios de 2009, sostuvo que la crisis bancaria podría no haber llegado a su fin. También insinuó que había una probabilidad del 20% de una W (nueva caída en la recesión), a causa de que el crecimiento estadounidense sería muy débil. De hecho, la economía de los EE.UU. se recuperó más rápidamente que lo esperado y también subió el valor de las acciones de los bancos. Por todo ello, algunos rivales se regodean en decir que lo que Roubini tuvo en su mensaje de 2006 fue, simplemente, suerte. Pese a ello, Roubini replica con rapidez que aún es demasiado pronto para concluir que la economía mundial camina hacia la recuperación. Y al menos un mensaje de los que envió últimamente estuvo en lo cierto: durante el año pasado, advirtió repetidas veces sobre los peligros de acechar la deuda soberana. En especial, cree que las dificultades que hay en Grecia son reflejo del problema mayor que enfrenta el mundo occidental, pues parece que los gobiernos no tienen la voluntad de tratar de resolver la deuda gubernamental creciente.

“En la actualidad, lo que en verdad me preocupa sobre los EE.UU. es que tienen estancamiento político”, afirma Roubini y sostiene que esto evita que el gobierno tome las decisiones arduas que se necesitan. “El Reino Unido tiene el mismo problema. No hay una voluntad real de recortar gastos o aumentar los impuestos”. En consecuencia, “habrá tentación de seguir monetizando el déficit fiscal”, lo que finalmente produce inflación.

Para detener esos riesgos, Roubini quiere que los líderes cooperen con la línea de los partidos y que dejen atrás las antiguas etiquetas ideológicas de la “derecha” y la “izquierda”. “Crecí en la Italia de la década de los años sesenta y setenta, y fue un período de mucha agitación social, en la que hasta los adolescentes más jóvenes estaban en política. En ese momento, era un más de centroizquierda”, afirma. En la actualidad, es de centro por lo que respecta a las cuestiones económicas, pues cree que los gobiernos precisan gastar durante una crisis, de modo de respaldar el sistema, lo que está de acuerdo con el pensamiento económico keynesiano; sin embargo, cree que, cuando la crisis llega a su fin, deben cambiar por los enfoques de libremercado, y así refleja los principios de la denominada Escuela Austríaca de Economía. “Hay una gran discusión entre la escuela keynesiana y la austríaca. Pero soy pragmático y ecléctico. Se trata del momento oportuno”.

Entonces, en su opinión, la gente, ¿donde debería invertir en este momento? ¿Qué es lo que él hace? Evasivo, responde: “Jamás compré siquiera una acción, un bono o divisa. Tengo mi 401k (plan de ahorro y aporte jubilatorio) en un fondo de tipo pasivo, que tiene el 100% de inversiones en acciones, la mitad de Estados Unidos y la otra mitad de otras partes. El resto de los ingresos que percibí en los últimos años está en dinero. En algún momento, volveré a los activos que involucren un riesgo mayor, mas no ahora”. Insinúo que esta cautela parece propia del Dr. Doom. No está de acuerdo. “Como apodo, Dr. Doom era lindo y me gustó durante un tiempo, pero en lo que ahora insisto es que soy el Dr. Realist (Dr. Realista)”.

En otras palabras, Roubini ahora quiere que se lo conozca como el sabio que puede dar consejos provechosos y prácticos, en vez del que es capaz de anticipar el desastre. Ciertamente, el día que nos conocimos él había escrito un artículo para el FT, en el que acuciaba a Europa a permitir que Grecia reestructurase su deuda. Y recién regresó de Washington, donde se entrevistó con un grupo de ministros de finanzas y banqueros centrales de Occidente. “Lo que me importa es que, cuando escribo algo, la gente me escuche. Les doy mi sabiduría, con independencia de que coincidan con ella o no”.

Mientras le agrega cucharadas de yogur a la granola, voy directo al grano. ¿Cómo es posible que esta elevada “sabiduría” económica conviva con la fama que recientemente descubrió y lo catapultó a las noticias de chismes? Suspira: “La fama se volvió una carga; el horario es más exigido. La gente cree que viajar en avión a distintos lugares es glamoroso. Pero no lo es, pues aun cuando uno viaje en clase business y se hospede en hoteles fantásticos, uno está a 10.000 millas de su hogar”. Admite que está de viaje casi las tres cuartas partes de cada año; no sorprende saber que su nueva obra se escribió, en su mayor parte, a bordo de un avión.

Conflito Argentina-Uruguai: desafios para algum candidato a lider regional

Inacreditável que manifestantes privados da Argentina mantenham, com o apoio da presidência desse país (desde a presidência precedente, aliás), um bloqueio perfeitamente ilegal contra o comércio, o turismo, a simples passagem de bens, serviços, pessoas, por uma ponte bilateral, e que depois de um laudo da Corte Internacional de Justiça considerando ilegal esse bloqueio, a situação ainda não esteja resolvida.
O Mercosul há muito tempo deveria ter sido acionado para tratar de um assunto que certamente desafia seus princípios de livre circulação de mercadorias. Países vizinhos, que pretendem exercer liderança regional (e até mundial), já deveriam ter agido para resolver uma situação que claramente compromete as chances de funcionamento normal do Mercosul.
Paulo Roberto de Almeida

Ponte entre Argentina e Uruguai reabrirá após 3 anos de bloqueio
Reuters, 17.06.2010

BUENOS AIRES (Reuters) - Uma das principais passagens fronteiriças entre Argentina e Uruguai será aberta por 60 dias a partir do próximo sábado depois de mais de três anos de bloqueio, disseram na quarta-feira manifestantes que a fecharam em protesto pela instalação de uma fábrica de celulose na fronteira.

Os manifestantes, reunidos do lado argentino da ponte binacional General San Martín, que cruza o rio Uruguai unindo a província de Entre Rios com o Uruguai, exigem que os governos de ambos os países negociem um sistema de monitoramento conjunto da fábrica, suspeita de contaminar o rio.
"No próximo sábado às 13 horas iniciamos o suspensão por 60 dias, no dia 19", disse um dos porta-vozes dos manifestantes, depois de uma assembleia na qual a maioria dos participantes votou para negociar com o governo.

Na votação, 402 manifestantes apoiaram o levantamento do bloqueio e 315 votaram contra.
"Quero dizer ao mundo que (a fábrica de celulose da) Botnia contamina, não com nossa voz, mas com a tecnologia mais avançada", disse Juan Veronesi, um dos manifestantes.

Há mais de 3 anos, os manifestantes mantêm bloqueada a comunicação terrestre com Uruguai devido à fábrica que segundo eles, contamina o rio Uruguai, limítrofe entre as duas nações. A instalação da fábrica provocou um desacordo bilateral entre as nações vizinhas na qual interveio o Tribunal Internacional de Haia.
A corte internacional determinou em abril que o Uruguai violou artigos de um tratado bilateral sobre o rio, mas permitiu que a fábrica continuasse funcionando por falta de elementos que provassem a contaminação.

O aviso dos manifestantes chega depois que um juiz argentino os ordenou a desistir de sua postura e depois de o governo da presidente Cristina Fernández Kirchner registrar demandas judiciais contra alguns deles, pois o protesto teria causado perdas e dificuldades ao comércio, impedimento também o livre trânsito.

Parlamento do Mercosul: o Brasil cedeu na questao da proporcionalidade

Ingenuos esses parlamentares brasileiros: começaram cedendo na questão da proporcionalidade (deformada) que aceitaram para o funcionamento do Parlamento do Mercosul (uma instituição, aliás, muito mais decorativa do que verdadeiramente funcional) e agora reclamam que o que tinha sido "acertado" antes não venha sendo cumprido. Pressa e ingenuidade são duas características que parlamentares experimentados não deveriam ter. A menos que eles sejam movidos por ganhos políticos de curto prazo, obviamente. Tudo começou errado...
Paulo Roberto de Almeida

Secretaria de Relaciones Institucionales y Comunicacion Social
Nota do vicepresidente da delegação brasileira ante o Parlasul

Dr. Rosinha espera que la proporcionalidad sea aprobada aún este semestre

El acuerdo político, aprobado por el Parlamento del MERCOSUR en abril de 2009, que definió la proporcionalidad atenuada, se encuentra en la pauta de discusión del Consejo del Mercado Común (CMC) desde julio de 2009. Al final del año pasado, los Estados Partes casi llegaron a un acuerdo, sin embargo, la Cancillería Argentina solicitó la postergación del tema, para que el mismo sea aprobado en su Presidencia Pro témpore, en este primer semestre de 2010.

El Parlamentario brasileño Dr. Rosinha espera que la proporcionalidad sea aprobada por el CMC en la próxima Cumbre de Presidentes, a realizarse el mes de julio en San Juan, Argentina.

En las últimas reuniones del CMC, la delegación de Argentina viene imponiendo condiciones para aprobar la proporcionalidad atenuada, entre ellas, la reforma del reglamento interno del Parlamento del MERCOSUR, pretendiendo alterar las mayorías requeridas para aprobación de los actos parlamentarios.

Dr. Rosinha destaca que “al final del año pasado, ya estábamos prontos para un acuerdo, cuando la Cancillería Argentina solicitó posponer la aprobación de la proporcionalidad, sin imponer ningún tipo de condición. El reglamento interno es un texto interno del Parlamento y está construido por Parlamentarios.”

El Parlamentario brasileño resalta también que “en ningún Parlamento del mundo, a menos que sea dictadura, el Ejecutivo interviene en las decisiones del Parlamento. La reforma del reglamento interno como la Cancillería Argentina desea, significa aniquilar parte de las competencias del Parlamento del MERCOSUR”.

“No creo que ningún Estado, luego de una seria reflexión, quiera dictar como un Parlamento debe funcionar”, aseguró Dr. Rosinha.

Pre-Sal: uma campanha ditada pelos interesses politicos do governo

Este engenheiro entrevistado pela Folha de S.Paulo confirma o que já se sabia desde o começo: o governo vem fazendo política com uma coisa muito séria, que é a exploração de petróleo.
Ele vem ditando um ritmo acelerado nos investimentos do pré-sal, fazendo uma confusão dos diabos no regime de exploração (que ele mudou completamente para satisfazer suas necessidades de demagogia política, jogando os estados uns contra os outros), estatizando projetos que poderiam tranquilamente ser realizados ao abrigo do antigo regime de concessão, retirando dinheiro necessário a investimentos sociais muito mais importantes para a coletividade do que essa necessidade febril de dar recursos à companhia (que, num regime normal de exploração, prospecção e produção, poderia conseguir esses recursos no mercado internacional de créditos), distorcendo a agenda financeira do Tesouro e do BNDES, enfim, manipulando politicamente a voracidade sempre manifesta dos políticos por novos recursos para gastar. Uma vergonha.
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 18.06.2010)

Campanha do pré-sal terá de ser revista, diz especialista
AGNALDO BRITO
Folha de S.Paulo, 13/06/2010

DE SÃO PAULO - Crítico da correria imposta pelo governo Lula à Petrobras, Newton Monteiro, ex-funcionário da estatal e ex-diretor de exploração da ANP (Agência Nacional do Petróleo), afirma que atual campanha para o investimento no pré-sal será revista pelo próximo presidente.

Para ele, simplesmente é impossível cumprir um programa com investimentos de US$ 200 bilhões a US$ 220 bilhões em cinco anos, com os recursos financeiros e humanos à disposição do país. Ele defende novas concessões, principalmente em terra, onde a exploração é mínima.

Monteiro diz que a pressa do governo brasileiro para o pré-sal é uma questão meramente política. "O grupo técnico da Petrobras tem a noção perfeita de quanto tempo esse processo [da descoberta ao início da produção] leva", diz.

A seguir, os princípios tópicos da entrevista
Ritmo
O volume de recurso para o pré-sal está muito acima do nível que a Petrobras estava acostumada a trabalhar. A companhia está numa escala fora do que costuma fazer.

Tempo
Há uma coisa que nós não estamos levando muito em consideração nessa equação toda do pré-sal, que é o tempo. Os projetos para prospecção e exploração de petróleo não estão nas prateleiras. O projeto em águas profundas não apareceu da noite para o dia. A diferença é que naquela época não havia essa pressa que há hoje em ter essa receita.

Retorno
Vai levar pelo menos 10 anos para alguém começar a ter receita com o pré-sal. Não é com os testes que vai se obter isso. Não é colocando um navio para produzir 100 mil barris por dia que você terá esse recurso do pré-sal. Se fizer assim, vai levar 170 anos para obter o retorno.

Gente
De uns anos para cá, a Petrobras perdeu grande parte do pessoal especializado. Segundo a turma do recursos humanos, quase 50% do pessoal da Petrobras tem cinco anos de experiência. São caras competentes, mas falta a vivência. Em petróleo, há muito de empirismo e de experiência.

Volta ao passado
Nos anos 60, quando a gente entrava na Petrobras, precisávamos fazer um curso intensivo de inglês para poder falar com os chefes. Não vamos ter gente para tocar tanto projeto. Caso contrário vamos voltar ao passado, quando entravamos numa plataforma da Petrobras e só tinha gringo. Nós substituímos esses caras. Vamos voltar a essa situação?

Limites
Quando se produz petróleo em terra, como no Iraque, na Arábia Saudita ou na Rússia, é possível começar a produzir em até seis meses. Se não houver um oleoduto, é possível produzir e transportar o óleo por caminhão. Isso é impossível no mar. Lá só se produz quando tudo, rigorosamente tudo estiver pronto.

A política
Acho que o pré-sal segue o viés político, algo complicado. Grupos técnicos da Petrobras têm perfeita noção do tempo desse processo [da descoberta ao início da produção]. Vários amigos meus que estão na Petrobras estão preocupados com isso.

Pré-sal revisto
A campanha para a exploração do pré-sal terá de ser revista. Até porque, é necessário saber o que vai ocorrer no Brasil. Se o país continuar a crescer e o pré-sal continuar com projeções para dez anos, corremos o risco de perder a autossuficiência.

Candidatos
Qualquer governante que assumir a Presidência da República em 2001 terá de pensar na revisão da campanha do pré-sal. Isso vai ser revisto, para o bem ou para o mal. Pode ser o [José] Serra (PSDB), a Marina [Silva] (PV), qualquer um terá de ter a própria visão. Acho que até o PT. Eles vão ficar quatro, oito anos. Essa situação atual sobre a Petrobras será revista.

Inexplorado
O Brasil tem hoje uma área de 6 milhões de quilômetros quadrados com potencial petrolífero. A exploração on shore (em terra) é hoje de 500 mil quilômetros quadrados. A dúvida no Brasil hoje é a seguinte: vamos sair da era do petróleo sem aproveitar esse grande potencial que nós temos? A Petrobras está no mar. Tudo bem, mas e o resto?

Desde Cabral
Desde Cabral até 2008, o Brasil furou 24 mil poços de petróleo. Nesse mesmo período, os Estados Unidos furaram 4,5 milhões. A Rússia furou no mesmo período 550 mil poços. Como se vê, falta muito coisa a fazer. Nossa área é quase do tamanho da dos Estados Unidos, mas furamos pouquíssimo.

Preço do petróleo
A tendência é de estabilidade. Sem ruído, o preço ficará estável. O mundo está consumindo entre 80 e 90 milhões de barris por dia, não mais do que isso. Mas as previsões de preço e de produção de petróleo estão sempre erradas. A questão é que se negocia diariamente cinco a seis vezes a produção do mundo. É muito difícil avaliar isso.

Acidente no Golfo
Acho que está vazando lá entre 20 e 30 mil barris por dia. A Petrobras tem muito mais experiência do que a BP na exploração em águas profundas. A exploração em águas profundas no Golfo do México está começando agora. A Petrobras, o Ibama estão lá para ver como é a situação.

Apartheid racial: o Brasil caminha para tras...

Infelizmente, um país que se encaminhava para ser a primeira nação multirracial no mundo, faz volta atrás e começa a cultivar políticas que foram enterradas em outros países: a separação racial e a promoção de políticas ativas baseadas em divisões raciais (que obviamente não existem, mas estão inventando uma coisa chamada "afro-brasileiro").
Lamento profundamente que isso esteja ocorrendo no Brasil, e espero que, como outras medidas que "não pegam", essa também seja rapidamente esquecida no bau de ideias anacronicas e inaceitáveis. Mas o risco é grande.
Mesmo sem cotas raciais, a simples aprovação de um Estatuto da (Des)Igualdade Racial, já representa, no plano conceitual, uma grande involução na construção de uma sociedade inclusive e inclusiva no Brasil.
Paulo Roberto de Almeida

Senado aprova Estatuto da Igualdade Racial, mas retira cotas para negros nas escolas
Agência Senado
16/06/2010

Por acordo partidário, com votação simbólica dos líderes, o Plenário do Senado aprovou no início da noite, em sessão extraordinária, o Estatuto da Igualdade Racial. O projeto, que tramitou por sete anos no Congresso, será enviado imediatamente à sanção do presidente da República. O Senado suprimiu um artigo que previa cotas para negros nas universidades federais e escolas técnicas públicas.

O projeto havia sido votado no início da tarde pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde também houve acordo. A proposta (PLS 213/03) foi apresentada em 2003 pelo senador Paulo Paim (PT-RS). No Plenário, apenas o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, explicou as mudanças que fez na proposta, por meio de supressão, fruto inclusive de negociação com o senador Paulo Paim (PT-RS), representando os movimentos raciais e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Com a supressão de trechos, a matéria não precisa retornar ao exame dos deputados.

Demóstenes Torres, que relatou a matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), foi indicado pelo presidente do Senado, José Sarney, para apresentar parecer em nome das outras comissões por onde a matéria tramitou. No seu parecer, a palavra "raça" foi substituída por "etnia". Demóstenes ponderou que a ciência já mostrou que não há raça negra, branca ou amarela, mas sim raça humana. "A diferença entre dois homens de cor diferente, conforme a ciência, não chega a 0,005 por cento", disse. Demóstenes informou ainda que decidiu suprimir as expressões "cotas raciais", por entender que devem existir cotas sociais. A questão está sendo tratada em outro projeto.

Demóstenes informou ainda ao Plenário a supressão de um artigo inteiro que previa incentivos fiscais para as empresas que mantivessem em seus quadros até 20% de negros. Para ele, o incentivo acabaria se tornando inócuo, pois todas as companhias acabariam reivindicando o benefício. "Assim, poderíamos provocar atrito entre a população negra e a branca pobre", opinou. Ele também recusou um item que previa a inscrição, nos partidos políticos, de 10% de candidatos negros.

Demóstenes Torres disse acreditar que o Estatuto da Igualdade Racial contenta os movimentos sociais e mantém todas as possibilidades de adoção de ações afirmativas em favor da população negra. Para ele, tais ações devem ser tomadas de forma pontual, "e não de maneira genérica, como estava no projeto", e sua adoção "poderia acirrar a questão racial no Brasil".

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) disse que pretendia, pela votação de destaques em separado, manter o texto que previa tratamento específico, na saúde pública, para negros, especialmente gestantes negras. Mas, em função do acordo, abriu mão dessa ideia. Já a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) anunciou que, apesar do acordo, iria se abster na votação, pois defende as cotas para negros.

Ao concluir a votação, o presidente do Senado, José Sarney, lembrou que foi um dos primeiros parlamentares a apresentar projeto prevendo a introdução de cotas raciais no país.

CCJ aprova texto de consenso para Estatuto da Igualdade Racial
Eli Teixeira / Agência Senado

A Turquia se coloca fora da UE, voluntariamente - Tom Friedman

Com os seus gestos de diplomacia ativamente anti-Israel, e pró-islâmica, a Turquia dá por encerrada sua aventura europeia -- certamente mal recebida por dois países inconsequentes como França e Alemanha, um equívoco histórico, equivalente a reincidir na batalha de Lepanto -- e faz um volta-atrás que vai lhe custar muito em termos de modernização e inserção no contexto europeu.
Pena, para um país que estava avançando no caminho da modernidade e da integração ao mundo global. Vai entrar no ritmo do Oriente Médio, ou seja, mais do mesmo, em termos de política com vertente religiosa, nacionalismo estreito, Israel-bashing e aliança com os piores inimigos da cultura e da civilização.
Pior para a classe média turca, que já se imaginava europeia e globalizada: vai ter de redescobrir suas origens camponesesas, islâmicas e oligárquicas, no pior estilo império otomano.

Op-Ed Columnist
Letter From Istanbul
By THOMAS L. FRIEDMAN
The New York Times, June 15, 2010

Turkey is a country that had me at hello. I like the people, the culture, the food and, most of all, the idea of modern Turkey — the idea of a country at the hinge of Europe and the Middle East that manages to be at once modern, secular, Muslim, democratic, and has good relations with the Arabs, Israel and the West. After 9/11, I was among those hailing the Turkish model as the antidote to “Bin Ladenism.” Indeed, the last time I visited Turkey in 2005, my discussions with officials were all about Turkey’s efforts to join the European Union. That is why it is quite shocking to come back today and find Turkey’s Islamist government seemingly focused not on joining the European Union but the Arab League — no, scratch that, on joining the Hamas-Hezbollah-Iran resistance front against Israel.

Now how did that happen?

Wait one minute, Friedman. That is a gross exaggeration, say Turkish officials.

You’re right. I exaggerate, but not that much. A series of vacuums that emerged in and around Turkey in the last few years have drawn Turkey’s Islamist government — led by Prime Minister Recep Tayyip Erdogan’s Justice and Development Party — away from its balance point between East and West. This could have enormous implications. Turkey’s balancing role has been one of the most important, quiet, stabilizers in world politics. You only notice it when it is gone. Being in Istanbul convinces me that we could be on our way to losing it if all these vacuums get filled in the wrong ways.

The first vacuum comes courtesy of the European Union. After a decade of telling the Turks that if they wanted E.U. membership they had to reform their laws, economy, minority rights and civilian-military relations — which the Erdogan government systematically did — the E.U. leadership has now said to Turkey: “Oh, you mean nobody told you? We’re a Christian club. No Muslims allowed.” The E.U.’s rejection of Turkey, a hugely bad move, has been a key factor prompting Turkey to move closer to Iran and the Arab world.

But as Turkey started looking more South, it found another vacuum — no leadership in the Arab-Muslim world. Egypt is adrift. Saudi Arabia is asleep. Syria is too small. And Iraq is too fragile. Erdogan discovered that by taking a very hard line against Israel’s partial blockade of Hamas-led Gaza — and quietly supporting the Turkish-led flotilla to break that blockade, during which eight Turks were killed by Israel — Turkey could vastly increase its influence on the Arab street and in the Arab markets.

Indeed, Erdogan today is the most popular leader in the Arab world. Unfortunately, it is not because he is promoting a synthesis of democracy, modernity and Islam, but because he is loudly bashing Israel over its occupation and praising Hamas instead of the more responsible Palestinian Authority in the West Bank, which is actually building the foundations of a Palestinian state.

There is nothing wrong with criticizing Israel’s human rights abuses in the territories. Israel’s failure to apply its creativity to solving the Palestinian problem is another dangerous vacuum. But it is very troubling when Erdogan decries Israelis as killers and, at the same time, warmly receives in Ankara Sudan’s president, Omar Hassan al-Bashir, who has been indicted by the International Criminal Court on charges of war crimes and crimes against humanity for his role in the bloodshed in Darfur, and while politely hosting Iran’s president, Mahmoud Ahmadinejad, whose government killed and jailed thousands of Iranians demanding that their votes be counted. Erdogan defended his reception of Bashir by saying: “It’s not possible for a Muslim to commit genocide.”

As one Turkish foreign policy analyst said to me: “We are not mediating between East and West anymore. We’ve become spokesmen for the most regressive elements in the East.”

Finally, there is a vacuum inside Turkey. The secular opposition parties have been in disarray most of the decade, the army has been cowed by wiretaps and the press has been increasingly intimidated into self-censorship because of government pressures. In September, the Erdogan government levied a tax fine of $2.5 billion on the largest, most influential — and most critical — media conglomerate, Dogan Holdings, to bring it to heel. At the same time, Erdogan lately has spoken with increasing vitriol about Israel in his public speeches — describing Israelis as killers — to build up his domestic support. He regularly labels his critics as “Israel’s contractors” and “Tel Aviv’s lawyers.”

Sad. Erdogan is smart, charismatic and can be very pragmatic. He’s no dictator. I’d love to see him be the most popular leader on the Arab street, but not by being more radical than the Arab radicals and by catering to Hamas, but by being more of a democracy advocate than the undemocratic Arab leaders and mediating in a balanced way between all Palestinians and Israel. That is not where Erdogan is at, though, and it’s troubling. Maybe President Obama should invite him for a weekend at Camp David to clear the air before U.S.-Turkey relations get where they’re going — over a cliff.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Venezuela (4): el derrumbe del coronel

Se le cae el bahareque a Chávez
Blog Las Armas de Coronel
Miércoles 16 de junio de 2010

Dedicado a documentar los abusos de poder del régimen chavista, para el conocimiento de la gente de hoy y de la gente del futuro.

Ni un pulpo sería capaz de tapar todas las grietas que aparecen, a diario, en el bahareque chavista. La estructura de barro, caña amarga y saliva de loro se resquebraja aceleradamente y ya amenaza con venirse abajo estrepitosamente. Esto es tan evidente que los chavistas más calculadores han comenzado a escaparse para no ser aplastados por su colapso, junto con el demente. En su retórica dominical Chávez aún habla de su bahareque como algo similar a la gran muralla china, pero las grietas indican algo muy diferente.

La estampida de los más vivos.
Ramon Carrizales y su esposa lo vieron así cuando decidieron huir precipitadamente del país, no sin asegurarse de que sus modestos ahorros obtenidos en sus cargos de vicepresidente y de ministro(a) estuvieran a salvo en algun banco extranjero. Henri Falcón advirtió que el bahareque se venía abajo y decidió trasladarse a sitio más seguro, la tienda del PPT. Alberto Muller Rojas colgó los guantes, después de una larga trayectoria sirviendo a la democracia y a la dictadura con igual arrogancia intelectual y falta de escrúpulos. José Vicente Rangel ya tiene tiempo con medio cuerpo afuera, preocupado por ser indiciado por corrrupción. La mafia de PDVSA ha tomado vuelo y se hace de millones de dólares importando comida podrida y contratando equipos viejos, gallinas flacas, a precios de gallina gorda, siempre y cuando le quede su parte.

El control de cambios.
El férreo e inepto control de cambios que ha impuesto el régimen afecta la vida económica de la nación pero también la vida normal de los ciudadanos y su capacidad para viajar libremente. Esto ha causado una profunda insatisfacción entre los venezolanos, quienes aman la libertad individual.

Huída de capitales.
Esta es una gran grieta ya que se estima en unos diez mil millones de dólares al año. Mucho del dinero huído es de los chavistas mismos. El dinero en la Venezuela de Chávez se hace rapidamente, si se tienen los contactos con el régimen, pero así como se hace así se va del país. El control de cambios no existe para los chavistas. Fernandez Berruecos, hoy en desgracia temporalmente, pasó de ser un modesto comerciante hace ocho o nueve años, a declarar un patrimonio por mil seiscientos millones de dólares. Esa sangría ha debilitado considerablemente al régimen y no amaina sino que tiende a incrementarse.

Ausencia de Inversión Directa Extranjera.
Esta grieta tiene que ver con la ausencia total de inversión directa extranjera. La inversión neta ha sido negativa en los últimos años, es decir, los inversionistas se han llevado el dinero que tenían invertido. Este colapso de la inversión extranjera ha forzado al régimen a endeudarse con los chinos y los rusos. Esta deuda de unos $30.000 millones se pagará con petróleo futuro. Es decir, Chávez ha hipotecado los recursos del país, lo cual es ilegal. Esto le ha dado dinero a corto plazo para seguir en su cadena de derroche dentro y fuera de Venezuela, en una orgía de despilfarro como nunca la habíamos visto en nuestro país.

Deterioro de PDVSA
Una gran grieta está representada por el deterioro de PDVSA, empresa otrora ejemplar hoy convertida en un pozo séptico, donde la comida podrida, las gabarras hundidas, la adiposidad burocrática y laboral y las refinerías semi-paralizadas revelan la inmensa magnitud de su degradación. Esta empresa es la caja no tan chica de Chávez pero el dinero merma debido a la baja producción y a la entrega de miles de barriles regalados a Cuba o cambiados por cambures y caraotas en el Caribe, por armas rusas o satélites chinos chimbos.

La Prostitución y Desmoralización del ejército.
Una enorme grieta ha surgido en la fuerza armada venezolana, al dividirse entre adulantes e institucionales. Una parte apreciable de la fuerza armada ha sido comprada por Chávez con aumentos de sueldo, privilegios indebidos y haciéndose de la vista gorda ante los negociados de algunos de sus líderes. Ello los ha llevado a desfilar obedientemente, vestidos de payasos escarlatas, gritando patria, comunismo o muerte, en negación de su deber con la nación. Mientras tanto, Chávez ha tratado de reemplazar a estos prostitutos con miles de pobres venezolanos a quienes se les ha vestido como extras en una película de Román Chalbaud y se les ha dado un “chopo” para que defiendan al país de la invasión de los gringos, algo que no termina de llegar. La fuerza armada representa hoy una profunda grieta en el chavismo porque no hay dinero suficiente para mantenerlos contentos en el mediano plazo.

La ineptitud burocrática.
Esta es una tronera, más que una grieta. Se expresa en términos de comida podrida, de medicinas vencidas, de escasez de alimentos, de fallas eléctricas, falta de agua potable, colapso vial, falta de divisas extranjeras para la actividad comercial, la galopante criminalidad y el derrumbe de las misiones y de los sistemas hospitalarios y educativos de la nación. La presidenta de PDVAL, una señora llamada Virginia Mares, acaba de ser despedida por incompetente, como lo fue Angel Rodriguez como ministro de la electricidad (se robaba la luz para su casa en Anzoategui). Mares reemplazó a Pulido, hoy detenido por el caso de los millones de kilogramos de comida podrida importada por PDVAL/PDVSA. El demente se desespera porque entiende, como lo entendemos nosotros, que sus colaboradores son unas plastas, excepto que solo él tiene la culpa de haberlos nombrado. Los insulta en televisión pero eso no surte ningún efecto. Nadie deja de ser estúpido por ser insultado. Diosdado Cabello es uno de los objetivos favoritos del demente, aunque esa hostilidad tiene bastante que ver con celos.

La corrupción.
Esta grieta es inmensa y es abierta por los familiares de Chávez, por sus amigotes, por los ministros de finanzas como Nóbrega y Merentes, por Rafaél Ramírez en PDVSA y PODRIVESA, por los militares del Plan Bolivar 2000, por los miembros del Poder (in) Moral, por los magistrados del Tribunal Supremo de Justicia, por los embajadores del chavismo y por el mismo Hugo Chávez. En efecto, corrrupción no solo es robar, que también lo hacen muy bien, sino abusar del poder para sus fines personales, violar las leyes y la constitución, amenazar a los disidentes políticos con la cárcel, negar su condición de funcionarios públicos para ponerse al servicio de un hombre, utilizar indebidamente los bienes del estado para sus fines particulares.

Las expropiaciones y confiscaciones.
Esta grieta se ha ahondado ultimamente con la orgía de expropiaciones y confiscaciones hechas por el demente. No solo son inncesarias y contraproducentes, creando gran rechazo popular, sino que son violatorias de las leyes venezolanas, ya que en muchos casos no existe pago oportuno ni justo como indemnización.
La toma de la gerencia pública por los trabajadores.
Esta resquebrajadura es tan dañina como grotesca. Chávez le ha entregado a los trabajadores el manejo de las empresas de la CVG, por otra parte ya quebradas, y exhorta a los trabajadores a asumir el control de PDVSA. El demente acelera su caída por ganarse unos cuantos aplausos de la galería. Es tan absurdo esto que los mismos trabajadores de la CVG (Sidor) quieren vender sus acciones y el régimen no se las quiere comprar. En empresas donde ahora todos son caciques, quien trabaja?

El asalto a la propiedad privada.
El asalto a La Carolina de Diego Arria y los asaltos a los depósitos de POLAR han causado un unánime rechazo del pueblo venezolano, con la única excepción de un reducido número de resentidos sociales quienes se regocijan con estos actos de vandalismo chavista. La indignación popular es una grieta importante en el bahareque chavista.
Persecución de los líderes de la sociedad civil venezolana.
Oswaldo Alvarez Paz, Franklin Brito, Guillermo Zuloaga, los comisarios, la inhabilitación caprichosa de Leopoldo López y otros líderes políticos, la prisión de carniceros humildes, la abusiva prisión de la jueza Afiuni, todo ello configura una enorme tronera en el bahareque de Chávez. Su figura despótica es ya reconocida en todo el mundo, al lado de Mugabe, Ahmadinejad, los hermanos Castro y otros forajidos de la política mundial.

La mayor tronera en el bahareque es Hugo Chávez.
A pesar de las grietas medianas y grandes que exhibe el bahareque chavista no hay ninguna mayor que la creada por el mismo demente. Su vulgaridad, progresiva incoherencia, insensibilidad social disfrazada de defensa de los pobres, su odio contra todos quienes tienen éxito, su alineamiento con terroristas y narcotraficantes, su hostilidad contra el mundo civilizado, todo ello refleja una personalidad patológica, sociopática que hará las delicias de los psiquiatras una vez que salga del poder (porque hoy nadie se atreve a hacerlo).
El bahareque de Hugo Chávez se viene abajo. El demente no logrará terminar su mandato debido a la profunda descomposición del régimen. Se llevará a cabo una implosión del régimen. Esto es algo que se huele en el aire, que todos intuimos cercano

Venezuela (3): milicias armadas a servico do caudilho

Milícia reúne de donas de casa a desempregados
Ian James, AP, de Charallave, Venezuela
Valor Econômico - 16/06/2010

Uma dona de casa de 54 anos dispara, com satisfação, uma metralhadora pela primeira vez na vida. Um instrutor de um campo de treinamento de recrutas grita: "Mate esses gringos!".

Milhares de voluntários civis usando uniformes militares verde-oliva estão participando de um treinamento de fim de semana em uma base do Exército da Venezuela, onde aprendem a rastejar sob fios de arame farpado, disparar armas automáticas e aproximar-se sorrateiramente de inimigos em combate. Conhecido como Milícia Bolivariana, esse impetuoso grupo, formado principalmente por gente da classe trabalhadora, estudantes e aposentados, está unido pelo apoio militante ao presidente Hugo Chávez e sua disposição de defender o governo.

Do quê, exatamente?
Chávez vem fazendo alertas repetidos sobre potenciais ameaças: os Estados Unidos, a Colômbia, aliada dos americanos, e a "oligarquia" venezuelana. Ele conclama os recrutas a estarem prontos para doar suas vidas, se necessário, para combater "qualquer ameaça, estrangeira ou doméstica", muito embora a Venezuela nunca tenha entrado em guerra com outro país desde a independência.

Enquanto isso, a milícia é um instrumento para Chávez arregimentar seus defensores, estimular o fervor nacionalista e intimidar os oponentes que possam considerar outro golpe como aquele que ele conseguiu conter em 2002. Um assessor próximo, o ministro das Obras Públicas, Diosdado Cabello, diz que a milícia já conta com 120 mil pessoas e poderá crescer para 200 mil.

Os oponentes de Chávez afirmam que esses números são exagerados, mas ainda assim estão alarmados com o fato de defensores do regime estarem sendo armados em todas as partes do país. Eles também condenam os mais de US$ 4 bilhões que Chávez gastou comprando armas russas, incluindo revólveres, helicópteros e caças Sukhoi, que agora às vezes voam com grande alarde sobre Caracas.

A milícia é "um exército pessoal, uma guarda pretoriana", diz o contra-almirante aposentado Elias Buchszer, um adversário de Chávez. Ele diz que apesar de Chávez falar em repelir uma invasão dos Estados Unidos, o verdadeiro objetivo da milícia é manter o controle, mantendo-o no poder e "fazendo o país temer que, se alguma coisa acontecer, os milicianos entrarão em ação".

Os membros da força voluntária vão de desempregados a eletricistas, bancários e assistentes sociais. A maioria dos que foram entrevistados durante o treinamento de abril disse que se beneficia de programas de ensino gratuitos do Estado ou trabalham como servidores públicos. Eles não são pagos para participar dos eventos, mas recebem cerca de US$ 7 cada um para pagar o transporte.

Como parte do treinamento, eles se alinham diante de alvos de papel colocados a uma distância de 75 metros e miram num alvo vermelho com velhos fuzis FAL belgas. Eles praticam reação a emboscadas na floresta, camuflados com lama cobrindo o rosto e mato seco enfiado no colarinho do uniforme.

Os instrutores, que incluem milicianos experientes e oficiais do Exército, dizem que um dos objetivos é preparar as pessoas para uma guerra de resistência contra uma força de ocupação.

Osmaira Pachecho, a dona de casa que atirou com uma metralhadora, diz com uma risada eufórica que foi "maravilhoso" atirar em um boneco empalhado vestido com um uniforme militar. Ficando mais séria, ela diz que não gosta de se imaginar matando alguém, especialmente um venezuelano.

"Mas, se nos atacarem de outro lugar, acho que estamos preparados", diz Pachecho, que está estudando para ser professora em um programa gratuito do governo e admira fervorosamente Chávez. "Estamos preparados para apoiar as Forças Armadas se eles precisarem de nós."

Chávez fez um pronunciamento a estimados 35 mil milicianos em uma manifestação ao ar livre realizada em 13 de abril, oitavo aniversário de sua volta ao poder depois da fracassada tentativa de golpe de 2002. Usando a boina vermelha de seus anos no Exército, Chávez desembainhou uma espada que pertenceu ao herói da independência do Século XIX Simon Bolívar, inspiração de seu movimento da revolução bolivariana, e a manteve erguida enquanto fazia os milicianos prestarem um juramento.

"Vocês precisam estar prontos para pegar as armas que têm aqui, a qualquer hora, e dar suas vidas, se isso for preciso, pela revolução bolivariana!", gritou Chávez. Ele disse, sem dar detalhes, que tem certeza que alguns adversários esperam assassiná-lo. "Se eles forem fazer isso, há minhas milícias, há o meu povo. Você sabem o que precisam fazer: simplesmente tomem o poder na Venezuela, absolutamente todo! Eliminem a burguesia de todos os espaços políticos e econômicos. Aprofundem a revolução!", disse ele à multidão.