O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Politica brasileira: um retrato do Brasil de ontem, de hoje, de sempre...


O Brasil de hoje é o Maranhão de 1966

José Nêumanne, jornalista, escritor, é editorialista do 'Jornal da Tarde' 

O Estado de S.Paulo, 28/09/2011

Nesta semana, este Estadão ainda não se livrou da censura imposta pelo Judiciário às notícias a respeito da Operação Boi Barrica, na qual a Polícia Federal (PF) investigou negócios suspeitos da família Sarney. Esta também foi aliviada com a notícia de que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) invalidou as provas que a referida autoridade policial levantou na dita investigação. O YouTube revelou a cinéfilos e interessados em política um curta-metragem de propaganda feito pelo baiano Glauber Rocha, ícone do Cinema Novo e da sétima arte no Brasil, por encomenda do então jovem governador do Maranhão, registrando o início de uma carreira política que, contrariando as previsões mais otimistas, o levou à Presidência da República. E a um poder, na presidência do Senado, que ora lhe permite substituir no Ministério do Turismo um indicado, Pedro Novais, afastado por suspeita de corrupção e evidências de má gestão, por outro, Gastão Vieira, cuja única virtude notória é a de ser mais um ilustre desconhecido e leigo nos assuntos da pasta a assumi-la.
O filme de Glauber Rocha, Maranhão 66, suscitou um debate inócuo em torno das intenções e dos verdadeiros interesses do cineasta e da notória sagacidade do político profissional que patrocinou um comercial da própria posse e terminou por financiar um documentário vivo e cru da dura realidade do País e de seu Estado miserável. Questionou-se se o cineasta foi leal a seu patrocinador ou se se aproveitou do patrocínio dele para, com imagens chocantes, denunciar o abismo existente entre o discurso barroco do empossado e a revoltante miséria de seu eleitorado. Também foram levantadas dúvidas sobre o papel do protagonista do filme no relativo ostracismo em que a obra mergulhou, não merecendo a fortuna crítica que obras como Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe viriam a ter. Glauber foi um militante de esquerda, mas aderiu à ditadura em seus estertores quando voltou ao Brasil, chegando a chamar o ideólogo da intervenção militar contra a pretensa República sindicalista, general Golbery do Couto e Silva, de "gênio da raça". O Sarney por ele filmado era da "Bossa Nova" da UDN, com tinturas pink, mas aderiu ao regime autoritário e, depois, se afastou dele para entrar na chapa que lhe pôs fim no colégio eleitoral.
Personagem e autor podem, assim, alinhar-se na galeria das "metamorfoses ambulantes" em que Luiz Inácio Lula da Silva se introduziu, inspirando-se em Raul Seixas, para justificar na prática sua adesão ao lema de Assis Chateaubriand, segundo o qual "a coerência é a virtude dos imbecis". Mas, com todo o respeito às boas intenções de quem entrou no debate, não é a incoerência do material do curta-metragem que interessa, e sim exatamente o contrário: a permanência das práticas denunciadas com a imagética bruta da fita sob a gestão do orador inflamado e empolado, que as usava para detratar seus antecessores, dos quais assumiu os mesmos vícios ao tomar-lhes o lugar nos braços do povo que, "bestializado", na definição de José Murilo de Carvalho, o ouvia e aclamava.
O autor deste texto é glauberiano de carteirinha: presidi o Cine Clube Glauber Rocha em Campina Grande um ano depois de o curta ter sido produzido, mas nunca me interessei por ele. Graças ao mesmo YouTube que trouxe de volta obras-primas perdidas da música para cinema no Brasil, como as trilhas de Sérgio Ricardo para Deus e o Diabo na Terra do Sol e de Geraldo Vandré para A Hora e a Vez de Augusto Matraga, Maranhão 66 emergiu. E despertou o debate errado: não importa se Glauber exaltou ou execrou Sarney nem se este foi elogiado ou ludibriado pelo cineasta contratado. Interessa é perceber a genialidade da peça cinematográfica no que ela tem de mais poderoso: a constatação de que a cena de um homem fazendo um penico de prato antecede outra em que urubus sobrevoam um lixão, ao som da retórica barroca e vazia de um demagogo, retratando o Maranhão daquela época e, sem tirar nem pôr, o Brasil de agora.
Sarney, que preside o Senado e o Congresso e põe no Ministério do Turismo de Dilma Rousseff quem lhe apraz, é o símbolo vivo do Brasil em que, no poder, o PT da presidente, associado ao saco de gatos do PMDB do senador pelo Amapá, mantém incólume "tudo isso que está aí" e que Lula prometeu a seus devotos exterminar. O problema do filme feito para exaltar a esperança no jovem político que assumiu o poder prometendo mudar tudo não é ter seu diretor traído, ou não, o acordo feito com o financiador ao expor as mazelas que ele garantiu que acabaria e não acabou. A tragédia é que nada mudou.
E não é o caso só de Sarney. A vassoura com que Jânio Quadros varreria o Brasil terminou sendo posta atrás da porta do Palácio do Planalto para expulsá-lo do poder. O caçador de marajás Fernando Collor foi defenestrado sob a acusação de ter executado com desenvoltura as práticas daninhas que usou como chamarizes para atrair eleitores incautos e, depois do período sabático fora do poder, voltou ao Congresso para bajular os novos guardiães dos cofres da viúva. E estes também desempenharam com idêntico cinismo o papel de restauradores da moralidade que engrossaram o caldo sujo da malversação do erário, primeiro, sob Luiz Inácio Lula da Silva e, depois, sob Dilma Rousseff, cuja meia faxina em nada fica devendo aos arroubos de falso moralismo de antanho.
Desde sempre, vem sendo cumprida a verdadeira missão dos políticos no poder no Brasil sob qualquer regime e com qualquer bandeira partidária: "O Estado brasileiro usa as leis para manter os maus costumes", definiu, magistralmente, o antropólogo Roberto DaMatta na entrevista das páginas amarelas da Veja desta semana. Foi por isso que aqui se inverteu o aforismo de Heráclito de Éfeso: o rio em que nos banhamos tem sido emporcalhado a jusante por quem promete limpar a água - Sarney, Jânio, Collor, Lula, Dilma, etc.

China dependencia: uma analise do Citi


Emerging Markets Macro and Strategy Outlook: Is China all that's left?
David Lubin, Johanna Chua, Joaquin Cottani
Citi, September 29, 2011
  • ‘China-dependence’ is no new phenomenon in the global economy, but its importance has been reinforced in the past few months. Back in March, Citi expected 24% of global GDP growth to be generated by China in both 2011 and 2012. Our forecasts now show this contribution rising to 28% this year, and to 30% next year.
  • China, in turn, has become increasingly reliant on investment spending to deliver GDP growth, which reflects the way in which the exceptionally large credit stimulus was implemented after the Lehman crisis. This has caused an upward shift in China’s share of global commodities consumption.
  • The credit stimulus remains substantial, and appears to create something of a virtuous circle: since credit extension remains high, so does investment spending; and since investment spending remains high, so does GDP growth; and since GDP growth remains high, asset quality in the financial sector remains healthy-looking. Yet the recent decline in the marginal efficiency of investment spending raises some questions about how easily this virtuous circle can be sustained.
  • On the face of it, China seems less vulnerable to an external shock than it was pre-Lehman, since net exports are making a much smaller contribution to GDP growth than they used to — another consequence of the credit stimulus. Yet China’s vulnerability to global slowdown shouldn’t be underestimated: total exports account for more than a quarter of GDP and the export sector employs a big army of labor.
  • China has plenty of room to deliver new stimulus measures, both fiscal and monetary. But the efficiency of additional credit stimulus may be weaker than it was post-Lehman; and it might take a shock to asset prices in order for the Chinese authorities to put stimulus measures in place.
  • In view of these risks, we put together a very simple framework to help investors think about what economic contagion risks might result from a sharp China slowdown. But this is tentative. Absence of the Chinese engine for global GDP growth would contain very broad risks.

Palestina - Los BRICS y América Latina se equivocan: Jorge Castaneda

Los BRICS y América Latina se equivocan
Jorge Castaneda
InfoLatam, 29/09/2011


En la votación celebrada en las Naciones Unidas hace 64 años sobre lo que se conoció como la partición, a raíz de la cual se creó el Estado de Israel, y posteriormente se le otorgó la condición de miembro de pleno derecho, varios países latinoamericanos –Brasil, El Salvador, Argentina, Colombia, Chile y Honduras- se abstuvieron o, en el caso de Cuba, votaron en contra de las resoluciones pertinentes. En el tema de la partición México se abstuvo, pero votó a favor de admitir a Israel en las Naciones Unidas unos meses después, y más tarde reconoció al Estado judío, pues comprendió que no tomar ninguna postura en el embrollo de Medio Oriente servía más a su interés nacional.
En las siguientes semanas la mayoría de los países latinoamericanos votarán a favor de alguna forma de membresía en las Naciones Unidas o reconocimiento como Estado que la Autoridad Palestina está solicitando. Sin embargo, algunos países no lo harán. No es un asunto sencillo para Brasil y Colombia, los dos países latinoamericanos que son miembros no permanentes del Consejo de Seguridad, ni para Cuba, Nicaragua, Venezuela, Costa Rica, Argentina, Bolivia, Chile, Ecuador, Perú, Uruguay y Honduras, que ya reconocieron a Palestina, pero aún no han votado para darle la condición de “observador” en las Naciones Unidas.
Para ser miembro de pleno derecho de las Naciones Unidas, el Consejo de Seguridad debe hacer una recomendación a la Asamblea General; pero igualar la categoría de la Autoridad Nacional Palestina a la del Vaticano –que en teoría le permitiría participar en muchos organismos de las Naciones Unidas, incluida la Corte Penal Internacional – requiere solamente dos tercios de los votos de la Asamblea General. En cualquier caso, las consecuencias políticas relegan a segundo plano los asuntos legales o burocráticos. Obligar a los Estados Unidos a usar su veto en el Consejo de Seguridad u obtener el apoyo de más de 150 de los 193 Estados miembros de las Naciones Unidas en la Asamblea General sería una gran derrota para Israel y los Estados Unidos, por lo que el voto latinoamericano es importante.

Brasil ha señalado que tiene la intención de votar en el Consejo de Seguridad a favor de recomendar la admisión de Palestina a la Asamblea General; Colombia ha dicho que planea abstenerse. La mayoría de los otros países latinoamericanos votarán probablemente a favor de alguna forma de estatus ampliado de la Autoridad Nacional Palestina.
La comunidad judía de los Estados Unidos, y en menor medida la administración del Presidente Barack Obama, han intentado convencer a Chile y a México, que aún no han dado a conocer su postura, que de nada serviría aislar a Israel (o, para ese caso, a los Estados Unidos) en este asunto. En efecto, el que la Autoridad Nacional Palestina fuera un Estado de pleno derecho no cambiaría nada en la práctica si Israel y los Estados Unidos no lo aceptan –y México y Chile podrían perder mucho al distanciarse de un aliado en un asunto de gran importancia para él.
En resumen, como hace más de medio siglo, la región no se ha expresado con una sola voz en estos asuntos cruciales. Ahora como entonces, la mayoría de los países de América Latina no han tomado una posición de principio –a favor o en contra de Israel o de los palestinos. En cambio, han seguido un camino de conveniencia en función de la influencia y fuerza relativa de sus comunidades judías o árabes, y de la insistencia de Washington o del llamado bloque ALBA, compuesto por Cuba, Venezuela, Nicaragua, Bolivia y Paraguay.
La falta de convicción de los latinoamericanos en asuntos tan serios como ese –a excepción de los países del ALBA, que tienen ideales equivocados, pero al menos creen en ellos casi religiosamente- ha marginalizado a la región en otros asuntos internacionales importantes, como la reciente crisis en Libia, y la que se desarrolla en Siria. En cuanto a la resolución de las Naciones Unidas que establece una zona de exclusión aérea y la protección de civiles en Libia, Brasil, junto con los otros tres “BRICS” (y aspirantes a potencias mundiales) –Rusia, India y China- se abstuvieron. El cuarto, Sudáfrica, aceptó pero a regañadientes.
Y ahora, en lo que se refiere al intento estadounidense y europeo de imponer sanciones aprobadas por las Naciones Unidas al Presidente de Siria, Bashar al-Assad, los BRICS han ido de mal en peor. Primero, enviaron una misión de tres países (Brasil, India y Sudáfrica) a Damasco para “persuadir” a Assad de que no mate a su pueblo. Huelga decir que no les contestó que, en efecto, había asesinado unos cuantos miles, pero que ahora que lo mencionaban trataría de tener más cuidado.
Hicieron declaración tras declaración argumentando que Siria no era Libia y que no permitirían otra intervención occidental para cambiar el régimen en otro país árabe sólo porque su pueblo parecía molesto con el dictador local. Un alto funcionario de una ONG de derechos humanos dijo que: “Están castigando al pueblo sirio porque no les agradó que la OTAN transformara el mandato de protección a los civiles en Libia en uno para cambiar al régimen.”
Dada su creciente participación en la economía global, es comprensible que los países latinoamericanos más grandes, junto con los demás BRICS, estén buscando un papel mundial de mayor influencia. Esta no es la forma de lograrlo.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Estudantes que nao estudam? Ou nao pesquisam? A universidade virou uma colonia de ferias?

Recebi a demanda seguinte de um estudante, esta tarde: 



Olá Paulo Roberto de Almeida,
sou Pxxxx Bxxxxx, aluno de jornalismo da Uxx. Gostaria de saber se você poderia responder um questionário sobre o Wikileaks, pois preciso fazer uma matéria sobre o tema. (...)
Atenciosamente,
Pxxxx Bxxxxx



Eis o questionário:



 1- De modo bem claro, gostaria de saber como, quando e porque surgiu o Wikileaks?
 2- Quem é o fundador do site. Qual a sua principal proposta quando o fundou?
 3- Quais foram os principais problemas, casos, gerados pelas publicações do Wikileaks, entre Estados nacionais?
 4-O Wilkileaks é a materialização da influência dos meios de comunicação sobre os Estados, governos nacionais? Essa influência é vista de modo claro por meio da ação deste site?
 5- Alguns autores, como Sérgio Amadeu da Silveira, teórico da UFBA, ponderam a influência do Wikileaks sobre os governos e o poder dos atuais meios de comunicação sobre os governos, pois acredita que o fenômeno Wiki jamais modificou alguma posição diplomática e governamental de algum governo em relação aos demais. Gostaria que você, por gentiliza, comentasse tal afirmação.

Minha resposta: 

Meu caro Pxxxx Bxxxxx,
Vi o questionario, e constatei que se trata de um questionario generico, de perguntas absolutamente corriqueiras sobre o Wikileaks, que qualquer estudante de jornalismo, ou qualquer jornalista poderia responder, bastando pesquisar o assunto.
Se voce espera que eu vá fazer esse trabalho para você, está muito enganado.
Basta você pesquisar e terá todas as respostas de que precisa, sem pedir que outros façam aquilo que você mesmo precisa e deve fazer.
Esta deveria ser a sua primeira, e única, na verdade, lição de jornalismo.
A única pergunta "pessoal" que você me faz é um pedido de comentário sobre uma afirmação de um outro acadêmico, o que eu poderia, a rigor, fazer, mas acho a pergunta, e o posicionamento, do acadêmico em questão totalmente subjetivos.
Posso até dizer que concordo com ele, mas isso acho que não adianta muito.

Se você quer fazer jornalismo, vá pesquisar, e encontre suas próprias respostas, sem ter de pedir aos outros que façam o seu trabalho.

Meu comentário agora: 

Eu sinceramente não compreendo o que estudantes universitários estão fazendo de seus cursos, atualmente.
O primeiro recurso em face de um trabalho qualquer é ir para o Google. Aí o indivíduo acha alguém que escreveu sobre o tema em questão -- no meu caso, dois ou três trabalhos para o Wikileaks -- e o "gênio" resolve pedir uma "ajudinha" para esse alguém, achando que todo mundo tem a obrigação de ajudar um pobre estudante preguiçoso.
Vou interromper meu comentário por aqui, pois acho que o estudante em questão não merece que eu perca mais o tempo.
Aliás, só postei o que vai acima para dissuadir outros engraçadinhos...
Paulo Roberto de Almeida

Cancer participativo (com perdao dos casos reais, e familiares), a mais nova invencao do Lider Supremo


Participatory Cancer in Venezuela
Javier Corrales
Professor - Department of Political Science, Amherst College
The Center for Hemispheric Policy, September 29, 2011

Hugo Chávez, Venezuela’s president, has cancer.   His survival in office—and in life—is now in question.  The third-longest-serving, democratically-elected president in the Americas might not make it alive—politically or otherwise—to the presidential elections scheduled for October 2012.   There is a lot of talk about Chávez’s cancer in Caracas and Washington, and even hope for a transition to a new post-Chávez era, but not enough discussion of the risks associated with an ailing president.

Initially, the government tried to hide the president’s illness.  He hid in Cuba to receive his first treatments.  For a few weeks, ministers openly denied that the president was even sick, let alone hiding.  But since July, cancer is all that Chávez wants to talk (or tweet) about.  The few times that Chávez makes a public appearance nowadays, he won’t fail to mention that he is beating this disease, getting better by the minute and undergoing a born-again experience.  Oddly for a regime with Marxist leanings, the government now organizes collective prayer sessions throughout the country and abroad.  From Havana last week, where Chávez was receiving his reportedly fourth chemotherapy session, Chávez called The Riverside Church near Harlem, New York, to thank parishioners for their prayers. 

In the early years of the Chávez administration, the government talked incessantly about “participatory democracy,” the idea that a more inclusive form of democracy was being born.  Now, all the talk is about the president’s cancer.   Welcome to participatory cancer, the latest twist in the regime that Chávez is trying to implant in Venezuela. 

As with participatory democracy back in the early 2000s, the term “participatory cancer” as a moniker for the current regime in Venezuela is probably a misnomer.  Just as very few ordinary citizens actually got to participate in decision-making during the heyday of participatory democracy, an even more reduced number of Venezuelans knows anything, let alone participates in decisions about how to deal with the president’s cancer.  Not even his ministers seem to know for sure about Chávez’s health status. 

Nevertheless, also like participatory democracy six years ago, participatory cancer seems to be playing a political role.  All the talk about participatory democracy was intended to expand Chávez’s coalition beyond an initial radical-military faction into a mass movement, and perhaps hide how the president, more than any other actor, was slowly monopolizing  the political system.  Likewise, all this talk about cancer seems intended to attract votes, at least of the sympathy variety, and perhaps distract attention from serious problems in governance. 

As an electoral trick, participatory democracy worked, garnering the government enormous electoral victories until 2006.  Participatory cancer, in contrast, is not working.

It is obvious that the government is betting that all this talk about cancer and revival—with collective prayers and other tactics—will perform the expected miracle.  Yet, all polls suggest that cancer is not improving the popularity of the president, which has been stuck at around 50 percent for the past several years.  If anything, polls suggest that swing voters seem unlikely to vote for an ailing president, let alone a deceitful one, who claims to be getting better but is actually looking worse.  With the economy in shambles and the president sick, things do not look good for the government as it approaches the October 2012 presidential elections. 

Participatory cancer might not be having a positive impact on the government’s electoral prospects, but it is nonetheless having an impact within the president’s party, the Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV).  A party that not too long ago was famous for its obsequiousness and “yes, commander” mentality is now experiencing an earthquake.  Before cancer, nobody would dare question the president.  During cancer, the top party leadership (and military command) is thinking of succession, or at a minimum, on how to fill the power vacuum that exists. 

Disarray and internal competition for succession within the party is predictable in any “cancerocracy.”  The moment party leaders began to contemplate that Chávez might not be around too much or too long, or be strong enough to run a political campaign, instinctive forces were unleashed within the party leadership to decide which of the orbiting planets would take the place of the Sun King. 

The danger is not so much that the PSUV is thinking about succession while the president is thinking of re-election.  The danger is rather that party leaders might start thinking of cheating their way through the elections.  As the party recognizes that no chavista other than a healthy Chávez himself is electorally competitive, the party will enter a state of electoral panic.  Since 2004, party leadership has been fully convinced that it can win elections.  Now, it is not so sure.  All it can think about is how not to lose. 

One formula to avoid defeat was already provided by Adán Chávez, the president’s brother, who said it might be necessary to defend the revolution with arms.  Another formula would be to encourage the opposition to run divided, something that all major opposition candidates have agreed to avoid.  Another formula would be to resort to dirty tricks heading toward the elections.

There are already signs of future troubles.  Harassment of journalists is increasing.  Despite orders from an international court, the government continues to refuse to allow a well-liked opponent, Leopoldo López, to run for political office.  The electoral calendar has already been changed to shorten the duration of the campaign, and to decouple presidential elections from regional elections. Furthermore, the government seems disinclined to invite international observers for the election, has moved dollar reserves into Caracas, where they are safer in case of international sanctions, and has given job promotions to individuals who have talked about “not recognizing” a  victory by the opposition. 

If the government, out of panic, intensifies electoral cheating, one additional scenario automatically becomes probable:  Venezuela could succumb to an electoral crisis of the sort that we have seen elsewhere in the Color Revolutions that have undermined semi-autocracies in Georgia (2003), Ukraine (2004), Kyrgyzstan (2005) and Egypt (2010-11), and in the repressions that occurred in Belarus (2005), Iran (2009) and Bahrain (2011).  Electoral irregularities will most certainly scandalize the already-galvanized opposition.  In the event of a disputed election, a showdown between government and opponents could break out.  Participatory cancer will give way to participatory turmoil.  

An electoral crisis next year might end up catching the United States by surprise.  Whether we like the policy or not, the United States does have a policy to deal with Venezuela’s anti-American foreign policy—talk softly, sanction government officials softly and stay on the alert.  But the United States does not have a policy to deal with an electoral crisis in a regime that is looking to have a confrontation with the United States. 

In such a crisis, the United States could end up easily in a lose-lose situation:  if it tries to encourage protesters to calm down, the United States will be seen as betraying democracy.  If instead the United States encourages the government to play clean, it will be accused of harassing a popular government. 

It is time to think about the possibility of an electoral crisis in Venezuela.  We have a bit of time--a year--to be exact.  At the moment, conditions are aligning in the right direction for a perfect storm:  the opposition is moving toward unity and the ruling party toward disunity. 

The good news is that participatory cancer as a political regime-type tends not to last long.  Either the cancer goes away, or the patient goes away.  The problem is there is no certainty that this disappearing act will occur soon enough to save Venezuela from dangerous times.   

Javier Corrales is professor of political science at Amherst College in Amherst, Massachusetts.  He has been a Fulbright scholar in Caracas, Venezuela, as well as a fellow at the Woodrow Wilson International Center for Scholars in Washington, D.C.  Dr. Corrales has also taught in Amsterdam, Washington, D.C., Caracas and Bogotá, and has worked as a consultant for several organizations, including the World Bank and the United Nations. His research has been published in numerous academic journals and he is the co-author of Dragon in the Tropics: Hugo Chávez and the Political Economy of Revolution in Venezuela (Brookings Institution Press, 2011), co-editor of The Politics of Sexuality in Latin America (University of Pittsburgh Press 2010), and author of Presidents without Parties: the Politics of Economic Reform in Argentina and Venezuela in the 1990s (Penn State University Press 2002).

The End Is Near: Arrependei-vos terraqueos consumistas...

Profetas do apocalipse sempre existiram. Os malthusianos foram a espécie que vigorou no século 19. No século 20 foram substituídos pelos ecologistas. Agora são os catastrofistas do aquecimento global.
Vamos ter de aguentar esse barulho por alguns anos mais, até novos dados científicos, de um lado, e a evolução natural das sociedades de mercado -- algo em que esses novos malthusianos não acreditam -- de outro consigam desfazer o alarido apocalíptico dos novos profetas do fim do mundo...
Enfim, já temos tantas seitas, uma a mais não faz muita diferença.
As seitas da teologia da prosperidade arrancam dinheiro dos incautos prometendo algum tipo de conforto espiritual. As seitas malthusianas arrancam os recursos públicos ameaçando desconforto físico.
Não sei quais são as mais nocivas...
Paulo Roberto de Almeida

  • Meio Ambiente

  • Convergência de processos críticos fecha horizonte do planeta, alerta professor Ladislau Dowbor
    Texto atualizado em 28 de Setembro de 2011 - 18h02
    Vera Gasparetto, de Florianópolis/SC


    O professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e consultor de Agências das Nações Unidas, Ladislau Dowbor, apresenta um conjunto de dados que, em termos estatísticos, fecham o horizonte do planeta. “Após 250 anos de revolução industrial os estudos superaram a disciplinaridade, hoje juntamos tudo para entender o tamanho do desafio planetário que enfrentamos e concluímos que há uma convergência de processos críticos”, analisa Dowbor, destacando a explosão do aquecimento global como o mais eminente, com a produção de dióxido de carbono, gás e o efeito estufa.
    “A produção de dióxido de carbono está se acelerando e a partir de 450 o aquecimento global entra num ponto de não-retorno”. Citou o relatório Sturm, que afirma que os efeitos são crescentes, catastróficos, e que hoje seria necessário 0,6% do PIB mundial para começar a enfrentar essa situação.
    Para ele, a indústria de opinião pública é a grande responsável, junto com o crescimento demográfico, pelo aumento do consumo infinito do planeta. São 7 bilhões de habitantes, 80 milhões de pessoas a mais por ano no mundo, o que equivale a 220 mil pratos a mais por dia no planeta. “Hoje um bilhão de pessoas passam fome, destas, 80 milhões são crianças e entre elas 11 milhões por ano são deixadas morrer. Esse é o nível de desajuste que o mundo enfrenta”.
    Para ele, o modelo de desenvolvimento mundial, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), é um conta errada. “O PIB mundial explode, mas como medir o estouro da bomba de petróleo no Golfo do México? O PIB não mede resultados, mas a intensidade do uso dos recursos. Para nós é uma conta que pesa, porque diminuir o desemprego não é suficiente, mas sim pensar o que produzimos com isso”.
    “O governo Lula reduziu o desmatamento da Amazônia, mas os interesses internacionais (empresas como Cargill, Bunge, Monsanto e Yara) no Brasil estão pressionando para mudar o Código Florestal”. Na sua opinião, todo o sistema de vida é interconectado, como florestas, mares, dióxido de carbono. Citou também a venda de terras brasileiras a investidores estrangeiros: “compram a terra, a qualidade do solo, energia e água e no futuro a pressão será sobre esses bens de sobrevivência sobre o planeta”, alerta Dowbor.

    Governo patrocina o racismo, estimula o Apartheid institucionalizado...

    Todo mundo sabe que existe uma Secretaria racista no governo brasileiro, toda ela dedicada a promover a "causa negra", as causas "afrobrasileiras", e outras casas racistas desse tipo.
    Eu já sabia disso. Estou apenas postando isto aqui para que todos saibam onde está sendo gasto o meu, o seu, o nosso dinheiro.
    O governo, aliás, não esconde que pratica racismo oficializado.
    E ainda nos chama de idiotas, ao anunciar que está fazendo isso mesmo: gastando o nosso dinheiro construindo o Apartheid e praticando racismo oficial.
    Paulo Roberto de Almeida

    Prêmio de Expressões Culturais Afro-brasileiras

    Informativo Em Questão
    Editado pela Secretaria de Comunicação Social
    da Presidência da República
    Sexta-feira - 30 de setembro de 2011 Edição 1381

    A 2ª edição do Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, que tem como objetivo estimular e incentivar as expressões artísticas de estética negra, foi lançada na última quarta-feira (28). A premiação é dividida em três categorias: artes visuais, dança e teatro. Esta edição é dedicada às comemorações do Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, como forma de reconhecimento às expressões artísticas e culturais. O prêmio é coordenado pelo Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira (DEP) da Fundação Cultural Palmares. Podem se inscrever pessoas jurídicas de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, que trabalhem com a temática cultural negra. Serão contemplados 20 projetos, quatro por região do País, totalizando um investimento de R$ 1,1 milhão em prêmios. As inscrições poderão ser feitas, gratuitamente, de 10 de outubro a 24 de novembro de 2011, em www.premioafro.org.

    iPad owners (like myself): beware of the competition


    Amazon’s Tablet Leads to Its Store The New York Times, September 28, 2011
     
    Emmanuel Dunand/Agence France-Presse — Getty Images
    The Kindle Fire has access to Amazon’s library of 18 million e-books, songs and movies and television shows, and can run Android applications that have been approved by Amazon. 


    With a glossy 7-inch color touch screen and a dual-core processor, the Kindle Fire, a new mobile device introduced by Amazon on Wednesday, sure looks like a tablet, and one not so different from the Apple iPad.
    But Jeffrey P. Bezos, Amazon’s founder and chief executive, has another word for it.
    “I think of it as a service,” he said in an interview on Wednesday. “Part of the Kindle Fire is of course the hardware, but really, it’s the software, the content, it’s the seamless integration of those things.”
    Amazon is counting on its vast online warehouse of more than 18 million e-books, songs, movies and television shows, as well as access to a selection of Android applications, to help it beat competitors like the iPad and the Nook from Barnes & Noble. Previous Kindles were only e-book readers with black-and-white screens.
    The access to content is important as Amazon transforms its business into a digital retailer and responds to consumer demands for mobile devices, lest it wind up in a retail graveyard like Borders, a former peer.
    “It will appeal to a different set of customers who are magazine readers and cinema fans,” Mr. Bezos said.
    The other advantage Mr. Bezos is counting on is price: the Fire will sell for $199 while the cheapest iPad sells for $499. Amazon began taking orders for the Fire on its Web site on Wednesday; it will start shipping them Nov. 15.
    Mr. Bezos took the stage on Wednesday at a news conference held in Manhattan to show off the Kindle Fire. The tablet, which weighs less than a pound and can fit comfortably in the palm of a hand, builds on the company’s popular line of e-readers.
    Amazon is hoping it appeals to a broader audience that also wants to browse the Web and stream music, movies and video from a mobile device. The Kindle Fire also has access to a virtual newsstand that includes content from magazines like Wired, Vanity Fair and Cosmopolitan.
    Amazon custom-built the Fire’s mobile Web browser, called Amazon Silk, so that it loads media-rich Web pages faster by shifting some of the work onto Amazon’s cloud computing engine, called EC2. “It’s truly a technical achievement,” Mr. Bezos said.
    The Kindle Fire’s 8-gigabytes of memory is capable of storing 80 apps and either 10 movies, 800 songs or 6,000 books. The tablet also includes a free cloud-based storage system, meaning that no syncing with cables is necessary.
    The Kindle Fire is missing some things the iPad 2 has — most notably, a camera and a microphone for video calls. The Fire can send and receive data only over Wi-Fi, not cellular networks.
    The device’s $199 price tag is less than half that of many tablet computers on the market, including the HTC Flyer, which also features a 7-inch screen but sells for $499 at Best Buy. The Kindle Fire will also compete with the Color Nook e-reader, developed by Barnes & Noble, which has enjoyed healthy sales at $249.
    Amazon can afford to charge less because it hopes to make up the difference by selling books, movies and popular television shows. Customers may also be more inclined to pay $79 a year for Amazon Prime, which gives them access to Amazon’s movie streaming service and free shipping, which in turn, encourages more shopping at Amazon.com.
    Because Amazon sells its family of Kindle devices through its own Web site, it does not need to share revenue with another retailer. And in most states, customers do not have to pay sales tax on those devices.
    “If you price your products in such a way that no one can compete with you, that has to be a good thing in the end,” said Scott Devitt, an analyst at Morgan Stanley.
    On Wednesday, Mr. Bezos also introduced two new touch-screen Kindles, and a slimmer monochrome-screen Kindle, that range in price from $79 to $149.
    Apple has secured a strong lead in tablets, selling more than 29 million iPads in the product’s first 15 months on the market. Mr. Bezos says that he expects shoppers will put both Kindles and iPads in their carts.
    By entering the magazine-selling business, Amazon has also planted a flag in a digital marketplace that has so far been dominated by Apple.
    With another player — particularly one that is as large and influential with consumers as Amazon — magazine companies could suddenly find that they have a useful bargaining chip when it comes to negotiating with Apple.
    The price of magazine subscriptions on the Fire are higher than what readers would pay in print. Condé Nast, publisher of magazines like GQ, Vanity Fair and Glamour, is selling most of its publications for $20 a year, nearly twice what it charges in print.
    Several magazines will be priced even higher, like The New Yorker, which will be $60 a year on the Fire. “It helps us establish that higher price point at our new benchmark,” said Bob Sauerberg, president of Condé Nast.
    Mr. Bezos is confident in the company’s strategy. “Some of the tablets that have come on the market, the reason they haven’t been successful is because they weren’t services,” he said. “They were just tablets.”
    Analysts say that the new family of devices will corral users into a tightly walled garden around Amazon’s content and devices and may secure a new dominance for Amazon as an online retailer and technology company. Music is streamed using Amazon’s Cloud Player, while movies and television shows are viewed through Amazon Instant Player. E-books rely on the Kindle app.
    Owners will have access only to Android apps approved by Amazon and distributed through its Amazon Android Store. Even the Fire’s software, based on a Google Android framework, is disguised under a custom layer built by Amazon.
    “From a customer point of view, its unrecognizable as Android,” said Mr. Bezos, who said the company chose not to work closely with Google to develop the Fire, unlike most hardware markers that build products on Android.
    “The Kindle feels more locked down than the iPad,” said Ross Rubin, an analyst at the NPD Group, the market research firm.
    More than most companies, Amazon thinks in terms of years and decades rather than quarters.
    The original Kindle was meant to remove the retailer’s reliance on the physical book at a moment when a successful e-reader appeared inevitable. Amazon decided it was better to cannibalize its own future than let a competitor do it.
    With the Fire, every dollar Amazon loses on the device could be more than made up for by the data gained. The Silk browser, by virtue of being situated in the cloud, will record every Web page that users visit. That has implications for privacy and commerce.
    “Amazon now has what every storefront lusts for: the knowledge of what other stores your customers are shopping in and what prices they’re being offered there,” Chris Espinosa, an Apple engineer, wrote on his personal blog.
    Jeremy W. Peters contributed reporting.

    Politica automotiva confusa: muda conforme as reclamacoes...

    Parece que não será a última, nem a mais importante mudança numa política que não é bem política, muito menos automotiva, apenas uma colcha de retalhos feita de medidas improvisadas, segunda uma visão confusa do que seja o interesse nacional. Parece que vamos viver de improvisações e de ajustes durante certo tempo.
    Paulo Roberto de Almeida

    Uruguai comemora acordo com Brasil que eliminará barreiras não-tarifárias

    Uruguai – AFP – 28/09/2011

    O ministro da Indústria uruguaio, Roberto Kreimerman, classificou de “muito bom” o acordo através do qual o Brasil se comprometeu a isentar o Uruguai do aumento de 30% nas tarifas de importação de veículos fixada há 15 dias e eliminar gradualmente outras barreiras não-tarifárias.
    “Foi alcançado um acordo que é muito bom”, disse Kreimerman à AFP, destacando que é “o reconhecimento do Brasil ao isentar o Uruguai deste imposto, que coloca o país em igualdade de condições para poder continuar exportando” ao país.
    O aumento do imposto será eliminado para o Uruguai “em 15 dias, aproximadamente”, acrescentou.
    Segundo um acordo binacional anterior, as montadoras uruguaias podem exportar anualmente ao Brasil uma quota de 20 mil veículos, sempre que os produtos tenham 35% de componentes locais (peças produzidas no Uruguai ou no Mercosul).
    Mas no dia 15 de setembro, o Brasil decidiu aumentar em 30% o imposto sobre os carros importados para proteger sua indústria dos veículos asiáticos, isentando aqueles que cumprem com requisitos como inovação tecnológica, 65% de conteúdo regional ou empresas importadoras com produção no Brasil.
    As montadoras instaladas no Uruguai que vendem automóveis ao Brasil são Chery-Socma – que exporta os modelos Tiggo e Face-, Chongqing-Effa Motors – com os modelos Lifan-, e Nordex, associada a Kia Motors, Dongfeng Motor e Renault Trucks.
    A maior parte da produção destas companhias está dirigida ao mercado brasileiro, que, com 25% das exportações totais uruguaias, é o principal sócio comercial do Uruguai.
    Para Kreimerman, o ponto positivo do acordo é que “também foram aprofundadas as bases para um maior desenvolvimento produtivo e uma maior industrialização de ambos os países, (e) foi decidido incentivar mecanismos para que sejam realizados mais investimentos em autopeças a fim de alcançar um conteúdo regional maior”.
    As partes também decidiram nos casos em que existem barreiras não-tarifárias, “trabalhar em uma diminuição progressiva das mesmas”, destacou.

    Mercosul assimetrico: enxugando gelo (e torrando nosso dinheiro...)

    Primeiro a notícia, para não acharem que estou exagerando, enganando, ou deformando:

    Representante do Mercosul defende revisão em fundo
    DCI,29/09/2011

    Para diminuir desigualdades regionais e incentivar uma política industrial comum, o alto-representante-geral do Mercosul, o embaixador Samuel Pinheiro, voltou a defender ontem uma revisão do valor depositado anualmente no Fundo Estrutural de Convergência do Mercosul (Focem). O montante é destinado a melhorar a infraestrutura das economias menores do bloco. - A ideia é que as contribuições do Brasil - responsável por 70% do depósito -, da Argentina (27%), do Uruguai (2%) e do Paraguai (1%) somem US$ 200 milhões. O dinheiro deve ser investido em transporte e energia, por exemplo, reduzindo "assimetrias". "Um país que não tem construída sua infraestrutura tem dificuldade de crescimento", constata Pinheiro.

    O embaixador disse que não há energia suficiente na Região Norte do Paraguai, apesar de o país ser sócio da Usina Hidrelétrica de Itaipu e que, para reverter problemas como esse, US$ 100 milhões anuais são insuficientes.

    Para integrar os países, Pinheiro também defendeu a coesão política no bloco, por meio de uma "harmonização" das legislações, além de "discursos afinados" em negociações internacionais, principalmente com a China. Segundo ele, essas são questões prioritárias, assim como a revisão da contribuição para o Focem, e o estímulo para a entrada da Bolívia e do Equador no Mercosul, como membros plenos no bloco. Pinheiro explicou que as primeiras negociações dependem de uma visita à Bolívia, que está para ser agendada pelas autoridades daquele país.

    Agora meus comentários (PRA):

     Parece inacreditável, mas tem gente, no Brasil, no Mercosul (e até fora dele), que acredita que "assimetrias estruturais" serão corrigidas colocando um pouco de dinheiro público aqui, outro tanto ali, e fazendo aquilo que os mercados poderiam fazer melhor, e praticamente sem custos, ou sem despesas para os governos.
    Incentivar uma "política industrial comum" significa um pouco mais de dirigismo nas políticas setoriais nacionais, sem a garantia de que elas serão, de fatos compatíveis ente si, concordantes e, mais ainda, integradas além dos ganhos rentistas que elas permitem para os industrias assim beneficiados.
    Basta ver o que stá acontecendo com as políticas e regimes automotivos do Mercosul, ou melhor, de cada um dos países membros, para constatar que lobbies empresarias se organizam para barrar a competição e garantir ganhos rentistas em cada mercado e se possível no dos outros. O grau de improvisação, a renúncia à competição, a adesão ao protecionismo mais deslavado são explícitos, implíticos e politicamente estimulados em todos esses países.
    Almas cândidas, como a do Alto-Representante (ou seria auto-representante, estricto et lato sensi?) acreditam que dobrando os recursos do Focem, estaríamos caminhando para resolver os problemas dos países membros, das "assimetrias" no Mercosul, e assim teríamos um mundo melhor e uma integração mais perfeito. Basta o Brasil dobrar sua contribuição, para fazer obras essenciais, como essa de prover o norte do Paraguai de energia (que o próprio país tem em abundância), que o panorama seria ainda mais róseo do que nunca foi. Inacreditável: o Paraguai tem muito mais energia do que pode consumir e somos nós, brasileiros, que temos de construir, financiar, doar, linhas de transmissão para que os paraguaios possam ter energia. Certamente se trata de um programa "Luz Para Todos os Paraguaios" que o dito funcionário está convidando os brasileiros a doar de graça aos paraguaios.
    Isso para diminuir as desigualdades regionais, quando as desigualdades internas ao Brasil são ainda maiores do que aquelas que existem entre os países do Mercosul.
    E o que dizer de "afinar" o nosso discurso com a China nas negociações internacionais? !!!???
    Os chineses agradecem e aceitam, sim, que brasileiros e mercosulinos os apoiem nas suas negociações internacionais que eles dirão quais são...
    E que tal estimular Bolívia e Equador a ingressarem no Mercosul?
    Sem TEC, como para a Venezuela, e cumprindo apenas o que eles desejarem, gostarem, selecionarem?
    Que maravilha de Mercosul! Assim todo mundo quer...
    Inacreditável ingenuidade de certos "altos" (ou autos?) funcionários...
    Paulo Roberto de Almeida

    Política fiscal e política monetaria no Brasil: incongruencias?


    Política fiscal não substitui a política monetária do BC
    O Estado de S.Paulo, 27 de Setembro de 2011

    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao explicar em Washington a política econômica do Brasil, declarou que o governo havia decidido substituir a política monetária pela fiscal. Isso não é novidade para quem acompanha a evolução da economia brasileira. Na recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), sob a influência do governo, as autoridades monetárias tomaram uma decisão que as levou perto da renúncia à política de metas de inflação. Mas nunca o ministro havia sido tão explícito em relação à mudança da política econômica.
    Existe, no entanto, uma grande dúvida quanto às possibilidades dessa substituição, dado o contexto da economia brasileira.
    A política monetária não se limita ao aumento ou queda da taxa de juros básica. Também atua sobre o volume do crédito, seja por meio do recolhimento compulsório sobre os depósitos à vista ou a prazo, seja por meio de exigências quanto ao capital das instituições financeiras em relação a seus empréstimos, com o objetivo principal de evitar o excesso de liquidez.
    No seu arsenal de instrumentos de controle, pode escolher o que tem o efeito mais rápido sobre a atitude dos bancos em relação à expansão de crédito. Mas o grande inimigo dos instrumentos da política monetária é o governo, que pode injetar na economia uma grande liquidez por meio de seus gastos, sejam eles financiados por emissões monetárias ou pela captação de recursos com a emissão de títulos da dívida pública colocados especialmente no exterior. E esse excesso de liquidez, se favorece a atividade econômica, sem dúvida propicia uma elevação das pressões inflacionárias.
    Em princípio, a política fiscal poderia contribuir para a contenção da alta dos preços, aliviando a carga tributária das empresas. Essa, porém, não é a orientação do Ministério da Fazenda, que deixou claro que não pretende reduzir as despesas do governo e continuará alimentando a liquidez da economia. O esforço de poupança se limitará a não gastar todo o excesso de arrecadação. Ou seja, não se reduz a carga tributária; ao contrário, ela é ampliada com o novo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
    Deste modo, os gastos do governo - cada vez maiores e menos produtivos, uma vez que o que menos se privilegia são os investimentos em infraestrutura - criam uma pressão de demanda que a produção nacional não pode atender, recorrendo as empresas à importação de componentes para ter preços mais condizentes com os dos produtos estrangeiros.
    ===========

    O BC e a subversão dos fatos - a mais longa marcha

    Lourdes Sola*
    O Estado de S.Paulo, 29 de setembro de 2011

    Os 'Fatos são Subversivos' é o título de um livro de Garton Ash, um dos mais lúcidos "historiadores do presente". É um chamado à responsabilidade histórica dos formuladores de políticas públicas que se valem de conjunturas de grande incerteza para fazer valer suas prioridades. "Os fatos são subversivos (...) porque subvertem os argumentos dos líderes democráticos eleitos tanto quanto dos ditadores (...), porque subvertem as mentiras, as meias-verdades e os mitos de todos aqueles de fala fácil". O argumento reporta-se a um contexto de incerteza ainda mais extremo do que o atual cenário econômico. Mira as mentiras e meias-verdades oficiais que levaram o povo e o Congresso americanos a legitimar a invasão do Iraque e à guerra no Afeganistão em resposta ao 11 de Setembro. Sem esses recursos, retóricos, mas nada inofensivos, a História mundial teria sido outra.
    O que dá um sentido trágico a essa constatação é a impossibilidade de reverter o que foi consumado com apoio em meias-verdades e mitos. Restam dois recursos corretivos: as lições de História que os fatos propiciam e a oportunidade para uma correção de rumos. Mesmo assim, há uma boa dose de otimismo na constatação de Garton Ash, porque ancorada num suposto forte: a vigência de instituições democráticas e de uma mídia investigativa, graças às quais cedo ou tarde os fatos virão à luz. No essencial, tem razão, pois toda tentativa de impedir que os fatos venham à tona traz à luz também um déficit democrático. Que as decisões da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ilustram. Ao subtrair da agenda pública a disparidade entre a taxa oficial e a taxa efetiva da inflação, com medidas legais restritivas à autonomia de consultores e jornalistas, lança luz sobre a subordinação do Judiciário ao Executivo - e sobre indícios anteriores de regressão autoritária.
    No novo contexto de incerteza global voltam a entrar em pauta entre emergentes temas correlatos, como inflação, disciplina fiscal e monetária, papel do mercado interno e crescimento. No Brasil volta à cena um velho espectro - a questão da autonomia do Banco Central (BC) - que os mercados e os analistas julgavam exorcizado desde 1999, graças ao mandato (informal) para exercer sua autoridade no marco de um conjunto de regras e normas, caracterizado como regime de metas de inflação. O debate que se seguiu à redução abrupta da taxa de juros interbancária dá o que pensar. Há convergência entre analistas quanto aos rumos da política econômica: substituição do regime de metas de inflação por metas ad hoc para a taxa de juros, adoção de uma banda oculta para as variações na taxa de câmbio. Dá o que pensar, também, sobre o modo de fazer política do governo. Por um lado, há elementos que reforçam o contraste entre a nossa trajetória e a da Argentina. O presidente do BC, o ministro da Fazenda e assessores informais do governo vieram a público legitimar tecnicamente as medidas mencionadas - sob o escrutínio dos seus pares. Com isso atestam a vigência (tênue) de um requisito democrático: a prestação de contas pelos decisores e a chance de responsabilização futura por suas apostas. Isso compõe o quadro de credibilidade econômica acumulada ao longo dos últimos anos, graças à qual foi afastada a possibilidade de reproduzirmos o padrão errático da Argentina - o "efeito vodca".
    Há duas questões intrigantes a respeito. Em que momento definidor se consolidou a divergência de rumos entre os dois países? Além disso, o argumento sobre a função subversiva dos fatos pressupõe que, uma vez revelados, a capacidade para elaborá-los está dada e bem distribuída. Seria assim sempre? A resposta à primeira questão é simples: os momentos definidores foram as decisões políticas tomadas em duas encruzilhadas, em resposta aos choques externos de 1999 e 2002-2003. Respectivamente, a adoção do tripé regime de metas de inflação-flutuação cambial-superávit primário e a opção pela continuidade em 2002-2003 e nos anos seguintes. Esse rumo é posto em causa pelo governo, de forma concertada e pouco transparente. Baseia-se na aposta numa crise sistêmica internacional deflacionária, que estaria a exigir políticas fiscal e monetária expansivas aqui e agora. É uma questão em aberto, mas não se esgota nisso. Vale a pena refletir também nos termos de Garton Ash. Na hipótese de que o horizonte de crescimento dos emergentes seja menos negro do que o suposto, quais as chances de que uma nova onda inflacionária em 2012-2013 tenha um efeito subversivo sobre os mitos, as ideologias e meias-verdades de curso oficial?
    Há razões para ceticismo, estruturais e históricas. As democracias de massa, num mundo globalizado, caracterizam-se pela existência de um hiato entre a democratização das informações, por um lado, e a capacidade de elaborá-las adequadamente, por outro. A experiência da inflação e das flutuações no poder de compra internacional da moeda é imediata, brindada por indicadores diários nos jornais televisivos. Dependemos da intermediação de vários atores sociais para elaborar o que significam - incluídos os que detêm o saber especializado, os ideólogos, os legisladores.
    A experiência histórica também justifica o ceticismo. Uma das características da trajetória econômica brasileira é a opção pelo que caracterizo como "fuga para a frente". Diante da falsa disjuntiva estabilidade ou crescimento, reapresentada em encruzilhadas históricas como 1956-1957, ou quando dos choques do petróleo no governo Geisel, ou no Plano Cruzado, recria-se um impulso inexorável: por políticas expansionistas, ponto. Hoje enfrentamos um teste de estresse. Mas se explica a resistência à institucionalização da autonomia do Banco Central. É histórica, mas contou com a cumplicidade dos mercados para os quais essa é uma questão residual - até evidência em contrário.
    * Ph.D em Ciência Política pela Universidade de Oxford, professora aposentada da USP, é membro da Academia Brasileira de Ciências.

    Reflexos da Guerra Fria: coloquio na Alemanha


    20, Liste de diffusion en Histoire Politique du XXème siècle

    COLLOQUE
    Les dimensions transnationales de l’anticommunisme de guerre froide: actions, réseaux, transferts
    Fribourg, 26-29 octobre 2011
    Université de Fribourg, Allemagne

    Alors que la lutte contre le communisme pendant la guerre froide est souvent associée à une « croisade », sur laquelle plane par ailleurs l’ombre – la « main invisible » – des Etats-Unis et de leurs services secrets (CIA), et que l’historiographie de ces dernières années a beaucoup étudié des aspects tels que la guerre psychologique et la diplomatie culturelle, tout en développant le concept d’histoire transnationale, le moment semble venu de faire le point sur la part de « transnationalité » de l’anticommunisme. Dans quelle mesure celui-ci a-t-il été réellement concerté, coordonné et ramifié de manière transnationale ? Quelles interactions et interdépendances observe-t-on entre les différents types d’anticommunisme à l’échelle européenne et transatlantique ? Quelles ont été les dynamiques de transfert à l’œuvre tant au niveau des pratiques que des idées ? Quels réseaux et quelles configurations enjambant les frontières le combat contre le « péril rouge » a-t-il engendrés ? Comment se sont articulées activités clandestines et publiques, privées et étatiques ? Telles sont les principales questions auxquelles des spécialistes européens et américains tenteront d’apporter des réponses, en se penchant sur tout l’éventail des connexions hétérogènes qui se sont manifestées dans le cadre de la lutte anticommuniste. Ainsi le colloque vise-t-il à rendre compte des accomplissements aussi bien que des limites de la « solidarité anticommuniste occidentale » durant la guerre froide.

    Organisation
    Département des Sciences Historiques – Histoire contemporaine - Université de Fribourg :
    • Prof.  Claude Hauser
    • Prof.  Damir Skenderovic
    • Dr Luc van Dongen (FNS Ambizione)
    • Dr Stéphanie Roulin
    • Assistant de colloque : Dr Grzegorz Sienkiewicz
    Institute for History, Université de Leiden (Pays-Bas) :
    • Prof.  Giles Scott-Smith

    Partenaires
    Les organisateurs remercient les institutions suivantes pour leur généreux soutien financier :
    Faculté des Lettres de l’Université de Fribourg - Fondation Pierre du Bois pour l’histoire du temps présent (Lausanne) - Fonds national suisse de la recherche scientifiques - Gebert Rüf Stiftung (Zurich/Bâle) et Institut interfacultaire d’Europe orientale et centrale (Université de Fribourg) -Institute for History de l’Université de Leiden (Pays-Bas) - Rectorat de l’Université de Fribourg -Secrétariat d’Etat à l’éducation et à la recherche.

    Programme
    MERCREDI 26 OCTOBRE 2011 (BÂTIMENT MISÉRICORDE, AUDITOIRE C)
    17.15    Ouverture du colloque

    KEY­NOTE
    17.30  Giles SCOTT-SMITH (Université de Leiden et Roosevelt Study Center à Middleburg)
    Tracking the Bear ? Anticommunism and the Transnational Imperative
    18.30    Discussion
    19.00    Vin d’honneur de la Chancellerie de l’Etat de Fribourg (Hall Mosaïque)

    JEUDI 27 OCTOBRE 2011 (BÂTIMENT VKHS)

    9.00    Accueil par les organisateurs

    9.25­11.45 PANEL I : FIGURES

    9.25    Modération : Brigitte Studer (Université de Berne)
    9.30     Bernard LUDWIG (Université de Paris I) « Dr. Anti » : Eberhard Taubert, de l’Antikomintern au Volksbund für Frieden und Freiheit (VFF)
    9.50    Olivier DARD (Université de Metz) Suzanne Labin, cinquante ans d’« expertise » anticommuniste
    10.10     Discussion
    10.30     Pause
    10.45     Pierre ABRAMOVICI (journaliste et IHEAL Paris 3 Sorbonne) Stefano Delle Chiaie, combattant de l’anticommunisme ou terroriste d’extrême­droite ? Mythe et réalité
    11.05     Luc VAN DONGEN (Université de Fribourg) « Brother Tronchet », un leader syndical suisse dans l’orbite des Etats­Unis
    11.25     Discussion
    11.45    Repas

    14.00­15.15 PANEL II : RENSEIGNEMENT ET SECURITE / INTELLIGENCE AND SECURITY

    14.00    Modération : Damir Skenderovic (Université de Fribourg)
    14.05     Daniele GANSER (Université de Bâle) Der internationale Kontext der NATO Geheimarmeen und der Terroranschlag in München 1980
    14.35     Peer Henrik HANSEN (Cold War Museum Langelandsfort de Rudkøbing) « How to Dismantle a Communist Party From the Inside » : Anti­Communism and Danish­US Intelligence Operations 1947­1963
    14.55    Discussion
    15.15    Pause

    15.30­17.35 PANEL III : LE CONGRES POUR LA LIBERTE DE LA CULTURE / THE CONGRESS FOR CULTURAL FREEDOM

    15.30    Modération : Claude Hauser (Université de Fribourg)
    15.35     Mikael NILSSON (Chercheur indépendant) Herbert Tingsten and the Congress for Cultural Freedom : the Intellectual History
    of the « Death of Ideology » Thesis in Sweden
    15.55    Maren ROTH (Amerika-Institut Ludwig-Maximilians-Universität de Munich)
    Melvin Lasky – ein intellektueller Agent im kulturellen Kalten Krieg
    16.15    Discussion
    16.35     Nicolas STENGER (Université de Genève)
    Anticommuniste parce que chrétien : Denis de Rougemont et le Congrès pour la
    liberté de la culture
    16.55    Paola CARLUCCI (Scuola Normale Superiore de Pise)
    « Tempo Presente » (1956­1968) : A Transnational Journal in Italy
    17.15-17.35  Discussion

    VENDREDI 28 OCTOBRE 2011 (BÂTIMENT VKHS)

    9.00­11.20 PANEL IV : CHRISTIANISME / CHRISTIANISM

    9.00    Modération : Stéphanie Roulin (Université de Fribourg)
    9.05    Markku RUOTSILA (Université de Helsinki) Transnational Fundamentalist Anticommunism : The International Council of Christian Churches
    9.25     Johannes GROSSMANN (Université de Sarre) Ein « christliches Kominform » ? Das Comité International de Défense de la Civilisation Chrétienne
    9.45     Discussion
    10.05    Pause
    10.20    Bent BOEL (Université d’Aalborg) Bible Smuggling and Human Rights in the Soviet Bloc during the Cold War
    10.40     Matthieu GILLABERT (Université de Fribourg) La soviétologie fribourgeoise de Józef M. Bochenski (1955­1965)
    11.00    Discussion
    11.20    Repas

    13.30­14.55 PANEL V : INFORMATION ET PROPAGANDE / INFORMATION AND PROPAGANDA

    13.30    Modération : Alain Clavien (Université de Fribourg)
    13.35    Hugh WILFORD (California State University de Long Beach) The American Society of African Culture : The CIA and Transnational Networks of African Diaspora Intellectuals in the Cold War
    13.55    Tity DE VRIES (Université de Groningen) Not An Ugly American – a Dutch Reporter As Agent of the West in Africa
    14.15    Simona TOBIA (journaliste et Université de Reading) How the USA Conquered the RAI : the Transnational Struggle on Short­Waves,
    1945­1956
    14.35    Discussion
    14.55    Pause

    15.10­16.35 PANEL VI : ECONOMIE ET ELITES / ECONOMICS AND ELITS

    15.10    Modération : Thomas David (Université de Lausanne)
    15.15    Valérie AUBOURG (Université de Cergy-Pontoise) L’atlantisme comme antidote du communisme : le cas du groupe de Bilderberg dans les années 1950­1960
    15.35    Niels BJERRE-POULSEN (University of Southern Denmark) Abandoning the Road to Serfdom : The Mont Pelerin Society and the Reconstruction of Postwar Germany
    15.55    Adrian HÄNNI (Université de Zurich) A Global Crusade against Communism : The Cercle and the 6I in the 1980s
    16.15    Discussion
    16.35    Fin de la journée

    SAMEDI 29 OCTOBRE 2011 (BÂTIMENT MISÉRICORDE, AUDITOIRE 3115)

    9.00    Accueil par les organisateurs

    9.10­10.15 PANEL VII : JEUNESSE ET ÉTUDIANTS / YOUTH AND STUDENTS
    9.10    Modération : Jean­François Fayet (Université de Genève)
    9.15     Nick RUTTER (Université de Yale) Prohibit, Mimic, Torment, Engage ? Anti­Communist Answers to the World Youth Festival, 1947­1973
    9.35     Karen M. PAGET (Chercheuse indépendante) Liberation Politics and US National Security Objectives during the Cold War : Students, Covert Action and the Case of Algeria
    9.55    Discussion
    10.15  Pause

    10.30­12.00 PANEL VIII: ÉMIGRÉS

    10.30    Modération : Lubor Jílek (Centre d’archives européennes de Coppet)
    10.35    Bernard WIADERNY (Friedrich-Meinecke-Institut Freie Universität de Berlin) Der Kongress für kulturelle Freiheit und die polnische Pariser Exilzeitschrift « Kultura »
    10.55     Gergely FEJERDY (Université Catholique Pázmány Péter de Budapest) Les Hongrois en émigration et la construction européenne comme outil de lutte contre le communisme au début de la Guerre Froide
    11h15    Discussion
    11.35    Conclusion
    12.00    Fin du colloque et buffet dînatoire (Hall Mosaïque)

    Contact :
    Grzegorz Sienkiewicz