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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Russia: A Eurasia de Putin: “Oligarcas e Autocratas, uní-vos!” - Paulo Antonio Pereira Pinto


Mundorama, 09/01/2012

Logo após ter sido declarado novamente candidato a Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin anunciou, em outubro passado, proposta de novos vínculos para um espaço pós-soviético, que sugere caminho no sentido de uma “União das Repúblicas do Exterior Próximo”. Em sua dimensão política, a idéia poderá não ser mal recebida por dirigentes de países emancipados da URSS, em 1991, que anseiam por emular a forma de governança ditada por Moscou, como recurso para manterem-se no poder. Em algumas dessas capitais, tratar-se-ía apenas de retocar vícios herdados e preservados, a partir da independência da União Soviética. O artigo, a seguir, não pretende tratar, em detalhes, das implicações econômicas de tal proposta.
O retorno ao ordenamento antigo poderia ser conveniente para lideranças que desejam se manter no poder, por exemplo, ao Norte e Sul do Cáucaso. Neste lado da cordilheira, a real preocupação é evitar que a turbulência que se vive, no momento, no Oriente Médio e África do Norte, possa afetar a  conveniente situação de inércia regional, como resultado de manifestações locais a favor de maiores direitos políticos. O ressurgimento do paradigma soviético de governança, reitera-se, seria oportuno para lideranças que se sentem ameaçadas.
O artigo de Putin “Um novo projeto de integração para a Eurasia: o futuro que nasce hoje”2, sugere, nessa perspectiva, algo mais parecido com roteiro de um bem organizado retorno a um passado saudoso, do que movimento em direção a novo objetivo. Isto porque, durante a existência da URSS, Moscou dirigia todos os detalhes da organização político-sócio-econômica das Repúblicas Socialistas, entre as quais se incluíam as “Transcaucasianas”3. A réplica deste mesmo projeto permeia a descrição da proposta do ex e futuro Presidente da Federação Russa.
Assim, Vladimir Putin retoma, com o conceito da União Eurasiática, a defesa da fusão de mecanismos de integração existentes, com vistas à criação de um pólo de poder no mundo contemporâneo e ponto entre a Europa e a região da Ásia e Pacífico. O líder russo revela que a meta é chegar a “patamar superior de integração”4. Na prática, isso significaria a reconstrução de relações com os países do “exterior próximo”, que integravam tanto o Império Russo, quanto a União Soviética.
Lembra-se que, durante a existência da URSS, enquanto novas “Repúblicas”, traçadas a partir de Moscou, foram se consolidando, classes dirigentes fortaleceram-se com métodos de governança soviéticos, tais como julgamentos e execuções sumários, e “desaparecimentos”. Na medida em que estas “modalidades de controle social” íam se incorporando aos hábitos locais, vínculos de cumplicidades congelavam  elites que se mantinham no poder, às custas do emprego da violência contra seus próprios nacionais.
Pode ser oportuno, neste ponto, recordar, em linhas gerais, como se consolidaram os vínculos russo-caucasianos. Seria possível estabelecer 1820, segundo bibliografia disponível, como marco de partida para este cenário, quando  o Império Persa renunciou a suas pretensões quanto à área, enquanto os otomanos também perderam aqui sua autoridade. A partir de então, à exceção de curto período – entre 1918 e 1921 – após a Revolução Bolchevique e a guerra civil que se seguiu, o Norte e Sul do Caúcaso permaneceram sob a dominação russa, até a desintegração da União Soviética.
Hoje, a parte Meriodional integra a Federação Russa e a Austral é  composta por Azerbaijão, Armênia e Georgia, ainda sujeitos a forte influência econômica, de políticas energéticas e de segurança emanadas de Moscou.
Ressalta-se, a propósito, que não se considera aqui estar esta região  “predestinada” a ser controlada pela longínqua Moscou. Aos russos, como se sabe, coube um custo enorme  para garantir seu domínio. A consolidação das fronteiras imperiais, até as margens do Mar Cáspio, consumiu uma centena de anos, com atos que, hoje, seriam considerados genocidas, como a queima de povoados caucasianos, assassinatos da população nativa e deportações maciças. Lembra-se que, até os dias atuais, movimentos de insurgência continuam a desafiar a autoridade russa na  Chechênia e Daguestão.
Ocorreu, como se sabe, longa evolução, desde os tempos quando o Império Russo, em sua fase modernizadora sob Pedro “o Grande”, expandiu-se, a partir do Mar Negro, rumo ao Cáspio. Os novos invasores consideravam, então, ser aquela região habitada por populações primitivas, incluindo muçulmanos, pagãos e até adeptos do Cristianismo. Tratava-se de gente que escravizava mulheres européias, saqueavam comerciantes e tribos diversas que guerreavam entre si. Eram, portanto, “bárbaros” que deveriam ser “civilizados” pelas forças imperiais russas.
Tal postura perduraria até meados do século XIX, quando noticiário na Europa Ocidental e América do Norte começou a divulgar a luta dos povos das altitudes do Cáucaso contra os invasores russos. Criou-se, então uma certa analogia entre o que se passava nesta parte do mundo com o que acontecia nas fronteiras do “West” dos EUA. Tinha início uma fase de romantismo alimentado por autores renomados como Pushkin e Tolstoy, ao descreverem a “nobreza” daqueles povos, vítimas de atrocidades dos dirigentes em Moscou. “Fast foward”, e chega-se à segunda metade do século XX, quando a União Soviética procura fortalecer seu “caráter multicultural”, como etapa natural no sentido da “tomada definitiva do poder pelo proletariado”.
Buscava-se, então, criar condições regionais que refletissem a forma como russos e outros cidadãos soviéticos concebiam seu próprio país. Grupos de danças da região Transcaucasiana, com suas vestimentas típicas, o vinho da Georgia, o brandy da Armênia e os tapetes do Azerbaijão, tornaram-se símbolos daquele parte da URSS, bem como da “maneira soviética de ser e sentir”. Daí, este exotismo todo ser, naquele período, celebrado e satirizado, ao invés de temido. Filmes populares consolidavam a boa índole e naturalidade das pessoas do Sul da URSS, bem como as boas maneiras e ânsia de vida de suas populações.
Tais manifestações artísticas, no entanto, gradativamente passaram a ter conteúdo de protesto quanto à ausência de liberdades. Emblemático foi o lançamento do filme “Repentance”,  uma das obras mais significativas do final do período soviético. Dirigido por Tengiz Abuladze, nacional da Georgia, em 1986, a película cinematográfica aborda a política de violência e disputas territoriais, resultantes de ambições pessoais que levaram populações da URSS à ruína. O enredo trata da morte de um Sr. Varlam, prefeito autoritário de município não identificado, naquele país, ao Sul do Cáucaso. Após o enterro, a população local verifica que o corpo continua ressurgindo, em diferentes lugares, como se tivesse “vida própria”. Descobre-se, finalmente, que uma mulher, cuja família havia sido vítima de crueldades do falecido dirigente, era a responsável, após cada renovado enterro, pelo reaparecimento do cadáver. Levada a julgamento, a cidadã é considerada insana. Mas, perante o tribunal, a acusada consegue fazer denúncias que desmoralizam o ex-Prefeito Varlam. O filme transmitia a mensagem inconfundível de que, então, a União Soviética tinha que assumir o seu passado autoritário, para que  “os fantasmas de seus tiranos” deixassem de assombrar o processo de reformas político-econômicas exigidas no país.
Assim, no que diz respeito ao Cáucaso – mesmo com a independência de Azerbaijão, Armênia e Georgia -  no final da década de 1990 e início dos anos 2000, velhos hábitos ligados à doutrina estalinista de governança perduravam,  apesar do colapso da estrutura do Estado Soviético. Da mesma forma que o enredo do “Repentance”, citado acima, reivindicações herdadas do período de hegemonia da URSS, sobre esta região, continuavam a ressurgir, sem que mitos daquelas sete décadas de escuridão tivessem sido enterrados – como o corpo do falecido Prefeito Verlam.
Ao mesmo tempo, partes do Cáucaso, mantinham práticas antigas de governança. Isto tem sido possível, em virtude do legado do pensamento estalinista de vincular nações a territórios, bem como à disponibilidade de armamento russo, deixado para trás, quando do recuo de seus exércitos, alimentando, assim, a capacidade de destruição mútua das partes que identificavam conflitos históricos, entre si, reais ou imaginários.
Cabe retornar, neste ponto, ao argumento mencionado nos parágrafos iniciais, no sentido de que seria conveniente, para  autoridades ao Norte e Sul do Cáucaso, o ressurgimento do paradigma soviético. Conforme se procurou argumentar, normas de conduta e cumplicidades então cultivadas continuam a sustentar  regimes políticos nesta região, que se sentem, no momento, ameaçados pelas turbulências causadas pelo arco de instabilidade no Norte da África e Oriente Médio.
É a conveniência da promessa de estabilidade – cabe ressaltar – oferecida pela proposta de Putin que agrada autoridades destas ex-Repúblicas Soviéticas. Afinal acena-se com um “patamar superior de integração” com a reconstrução das relações com os países do “exterior próximo”, que integravam o Império Russo e a URSS.
Seria possível, então, a partir da formação desta nova “União de Repúblicas”, poder contar com o apoio de Moscou, caso  a juventude local queira livrar-se da persistente invocação, pelas classes dirigentes, de passado cheio de massacres – ocorridos ou não – sem referência a projeto de paz futuro, como forma de controle social. Haveria, então, a possibilidade de manter esta realidade opressiva, sem o evento de manifestações em defesa de liberdades individuais.
Autocratas e Oligarcas, uní-vos! – seriam as novas palavras de ordem, emanadas de Moscou. A utopia a ser agora  perseguida, no espaço pós-soviético, representaria “um futuro que nasceu”, com apelo a público bastante distinto daquele proletário, há quase um século, e beneficiaria, hoje, os que pretendem se perpetuar no poder, no Norte e Sul do Cáucaso.
Paulo Antônio Pereira Pinto é diplomata. Primeiro Embaixador do Brasil residente em Baku, Azerbaijão. Serviu, anteriormente, como Cônsul-Geral em Mumbai, entre 2006 e 2009 e, a partir  de 1982, durante vinte anos, na Ásia Oriental, sucessivamente, em Pequim, Kuala Lumpur, Cingapura, Manila e Taipé. Na década de 1970 trabalhou, na África,  nas Embaixadas em Libreville, Gabão, e Maputo, Moçambique e foi Encarregado de Negócios em Pretória, África do Sul.  As opiniões expressas são de sua inteira responsabilidade e não refletem pontos de vista do Ministério das Relações Exteriores (papinto2006@gmail.com)

Direitos humanos no Iran: direitos? humanos?: execucoes secretas...


A despeito de alguns problemas de tradução (como, por exemplo, "estandartes" em lugar de padrões), o texto abaixo revela uma realidade humanitária simplesmente terrível no Irã, atualmente.
Pode ser que a pena de morte ilegal também esteja sendo aplicada por outras razões do que combate às drogas...
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Paulo R. de Almeida

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From: Irã Direitos Humanos <infobr@iranhumanrights.org>
Subject: Execuções Secretas: Evidências Contrariam a Narrativa do Judiciário
Date: 9 de janeiro de 2012 13:50:19 BRST
To: pralmeida@xxx.xxx


Execuções Secretas: Evidências Contrariam a Narrativa do Judiciário
Detalhes sobre os procedimentos da pena de morte confirmam a necessidade de moratória
101 identidades de presos executados coletivamente na prisão de Vakilabad são reveladas

(09 de Janeiro de 2012) A Campanha Internacional para os Direitos Humanos no Irã (International Campaign for Human Rights in Iran – ICHRI, sigla em inglês) publicou na última quinta-feira, 05 de janeiro, a primeira lista pública de 101 vítimas de execuções coletivas secretas na prisão de Vakilabad. A Campanha instou o Parlamento e o Judiciário iraniano a adotarem imediatamente a moratória das execuções e a agirem com celeridade para abolir a pena de morte.
“Infelizmente, muitas dessas execuções ocorrem a portas fechadas, sem o envolvimento de advogados ou conhecimento da família das vítimas e sem a possibilidade de um julgamento justo”, disse Shirin Ebadi, prêmio Nobel da Paz.
Ebadi adicionou que a prática abusiva da pena de morte no Irã não tem contribuído no combate ao crime, dizendo:
“O Judiciário e o governo iraniano sabem que a pena de morte não é uma solução adequada para combater o crime, especialmente aqueles relacionados a drogas. A pergunta fundamental é: por que o governo iraniano usa este tipo de punição com tanto entusiasmo? A questão é que essas execuções apenas geram medo e intimidação e servem somente para um propósito político. Todas as estatísticas mostram que enquanto o número de execuções cresceu o número de crimes relacionados a drogas não diminuiu em nenhum aspecto”.
Em 21 de dezembro de 2011, o Aiatolá Sadegh Amoli Larijani, chefe do Judiciário, disse “eu nego categoricamente qualquer execução coletiva secreta (...) Todas as execuções são anunciadas ao meu gabinete (…) se alguém tiver informações sobre execuções realizadas em qualquer lugar que tenham sido secretas, sem o conhecimento das famílias, avisem-nos e nós iremos investigá-las”.
A lista publicada pela Campanha revela nomes de 101 indivíduos que foram executados sem divulgação oficial, entre 09 de junho de 2010 e 20 de dezembro de 2010, na prisão de Vakilabad. Esta lista, que é acompanhada do relatório “Enforcamentos Secretos no Irã: Execuções Coletivas Secretas na Prisão de Vakilabad na Cidade deMashhad” (Iran's Secret Hangings: Mass Unannounced Executions in Mashhad's Vakilabad Prison, nome original em inglês) pela primeira vez torna pública as identidades dos presos que foram executados secretamente na prisão de Vakilabad.
Ativistas locais obtiveram essas informações arriscando sua própria segurança com o objetivo de dar mais crédito a relatos anteriores.
“Essas estatísticas, em minha opinião, e na opinião de outros que contribuíram para o relatório, são o patamar básico para a análise”, disse Asieh Amini, renomada ativista de direitos humanos do Irã que contribuiu para a publicação.
“Em minha opinião, a questão das execuções não é um assunto simplesmente para um indivíduo, uma cidade, ou uma comunidade. Tampouco é simplesmente uma questão para as vítimas e suas famílias. Para nós, as execuções são um assunto com abrangência nacional e precisam ser resolvidas de modo amplo (...) Enquanto as principais notícias sobre direitos humanos forem sobre as execuções injustas, secretas e coletivas no Irã, é responsabilidade de todos os iranianos questionar o judiciário, ‘por que?’ e tentar acabar com essa vergonha nacional”, adicionou Asieh Amini.   
O Irã é maior executor per capita do mundo, atrás apenas da China em números absolutos. Em 2011, o Irã executou mais de 600 pessoas, ao menos 161 das quais secretamente.
A Campanha documentou mais de 471 execuções secretas na cidade de Mashhad e em outras cidades desde janeiro de 2010. Os números reais são provavelmente muito maiores. A Campanha recebeu essas informações de fontes locais e de ativistas que têm acesso a dados governamentais.
As execuções são consideradas secretas quando não são anunciadas publicamente pelas autoridades e a família e advogado da vítima não têm conhecimento prévio de que a sentença será levada a cabo.
De acordo com ativistas locais, os presos executados secretamente em Vakilabad não tinham conhecimento de que suas execuções estavam agendadas e só tomaram conhecimento destas pouco antes da realização. As autoridades carcerárias informaram os indivíduos apenas algumas horas antes de suas execuções que eles tinham que escrever os seus testamentos e fazer um ritual de purificação para se preparar para a sentença de morte.
As autoridades carcerárias enforcaram os presos em um corredor a céu aberto que dá para a sala de visitas da prisão. Sob o manto do sigilo, os telefones dentro da prisão de Vakilabad foram desconectados algumas horas antes das execuções, impedindo telefonemas de dentro e de fora da prisão.
A eficiência burocrática desses enforcamentos é exemplificada pelo fato do instituto médico legal haver emitido as declarações de óbito um dia antes das execuções. As declarações de óbito apontavam a “execução legal” (ghatl-e ghanooni, em persa) como causa das mortes.
As execuções foram presenciadas por representantes de diversas agências governamentais incluindo do escritório do Promotor da cidade de Mashhad, polícia local e distrital, Judiciário local, instituto médico legal, bem como pelo diretor da prisão e pelo chefe de inteligência de Vakilabad.
Acredita-se que maioria dessas execuções foram levadas a cabo sem respeitar as salvaguardas internacionais e estandartes de julgamentos justos.
Fontes da cidade de Mashhad descreveram como diversas dessas sentenças são o resultado de julgamentos apressados e injustos, marcados por processos judiciais também injustos e imprecisos.  Em 18 de agosto de 2010, o sobrinho de um preso executado disse à Campanha: “Passaram-se apenas dois meses entre a prisão e a execução do meu tio, sendo que ele não teve direito a um julgamento justo (...) a verdade ou imprecisão de sua defesa nunca foi ao menos investigada”.
Alguns dos presos executados em Vakilabad não eram iranianos, mas cidadãos do Afeganistão, Gana e Nigéria, e aparentemente não tiveram acesso a seus representantes diplomáticos. Acredita-se que maioria das pessoas executadas era economicamente desfavorecida.
Ademais, a grande maioria das execuções secretas ocorreu devido a crimes relacionados às drogas, para os quais a pena capital não é aplicável segundo o direito internacional.
Quando pressionados, funcionários do governo iraniano admitiram publicamente que algumas dessas execuções secretas ocorreram. De acordo com o relatório sobre direitos humanos no Irã, do Secretário-Geral da ONU publicado em março de 2011, o governo iraniano confirmou a execução coletiva de 60 pessoas na cidade de Mashhad.
O aumento abusivo das execuções secretas criou preocupação e condenação internacional e foi citado como violação de direitos no relatório parcial do Relator Especial da ONU para a situação de direitos humanos no Irã, publicado em outubro de 2011.
O artigo 6, inciso 2, do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (ICCPR, sigla em inglês), ratificado pelo Irã em 1975, estabelece que “nos países em que a pena de morte não tenha sido abolida, esta poderá ser imposta apenas nos casos de crimes mais graves”.
O Comitê de Direitos Humanos da ONU, a principal autoridade internacional sobre o ICCPR e o Relator Especial para Execuções Extrajudiciais, Sumárias ou Arbitrárias mostraram de maneira clara que crimes relacionados às drogas não satisfazem o estandarte de “crimes mais graves”. Portanto, o uso da pena de morte feito pelo Irã para esses crimes viola as obrigações internacionais assumidas pelo governo.
O artigo 14 do ICCPR garante que todos os suspeitos têm direito a um julgamento justo. Ademais, as Salvaguardas da ONU para a Proteção dos Direitos daqueles que Sentenciados à Morte(UN Safeguards Guaranteeing Protection of the Rights of those Facing the Death Penalty, original em inglêsenuncia de maneira clara que “a pena capital só pode ser levada a cabo depois de um processo legal com todas as salvaguardas para garantir um julgamento justo” e que os condenados devem ter várias possibilidades de apelação.
Ao redor do mundo, 96 países, incluindo o Brasil, Turquia e Ruanda, aboliram formalmente a pena de morte, e outros 34 países, tais como Quênia, Marrocos e Rússia, acabaram com seu uso na prática.
“O Irã mostrou falta de capacidade para fazer uso da pena de morte de forma legal e responsável”, disse Hadi Ghaemi, porta-voz da Campanha. “Com a multiplicação do número de execuções marcadas por julgamentos injustos e procedimentos judicias opacos, está na hora do Irã estabelecer uma moratória a pena capital e unir-se à crescente tendência a favor da abolição”. 
Ouça em inglês aos Podcasts da Campanha: Weekly Iran Rights Podcast
Para os últimos acontecimentos sobre direitos humanos no Irã visite o site da ICHRI
Para entrevistas e mais informações:
 
Hadi Ghaemi, em Nova Iorque: +1 917-669-5996

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Capitalismo global - McKinsey Quarterly

McKinsey Quarterly
Monthly Newsletter
January 2012


Editors’ choice
The next industrial revolution
Economic advances now sweeping through China, India, and other emerging markets dwarf the pace and scale of the Western world’s industrial transformation in the 18th and 19th centuries. As three billion more middle-class consumers join the global economy over the next two decades, the resource landscape will change profoundly: demand for many commodities will soar, and new technologies will be needed to counterbalance critical shortages of food, water, and other resources.

Mobilizing for a resource revolution” shows how higher resource productivity and expanded supply can meet this surging demand. “Voices on the resource revolution” comprises three video interviews on the risks and opportunities ahead, with Harvard historian Niall Ferguson, the North American CEO of a leading water services company, and Boeing’s environmental chief. “Five technologies to watch” explores potentially revolutionary approaches that could dramatically affect the unfolding of the resource productivity revolution.
A great change is coming. Read this new package of articles to explore some of the most important implications for your company.

This month’s highlights
ECONOMIC STUDIES
How the role of equities may shrink
A powerful new class of investors in emerging markets prefers other kinds of assets.
STRATEGY
What really drives value in corporate responsibility?
Few companies understand the harm bad strategies can cause or how investing in social initiatives will change the behavior of stakeholders.
HEALTH CARE
A wake-up call for Big Pharma
Lower profit margins suggest that the industry needs new business models.
ECONOMIC STUDIES
Economic Conditions Snapshot, December 2011
Executives in most parts of the world view the global economy and their own companies’ prospects more positively than they did in September—but less positively than they did in June.
MARKETING & SALES
An interview with the executive chairman of Federated Media Publishing
John Battelle shares his view that content should be seen as a system of conversations. [available on McKinsey’s Chief Marketing & Sales Officer Forum site]
Special package: Managing IT’s bigger role in business strategy
From growth strategies rooted in “big data” to the cloud-computing platforms now transforming operations in many companies, IT stands at the center of today’s competitive environment. Our new package of articles shows how technology managers can drive growth and innovation—while delivering value for the business.

Geopolitica do poder naval - Rubens Ricupero


Volta ao mar
Rubens Ricupero
FOLHA DE S. PAULO, segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
É significativo que não se tenha tocado nos porta-aviões, núcleo da superioridade americana
O corte no orçamento militar anunciado por Obama é mais expressão de reajuste nas prioridades estratégicas do que prova adicional da decadência do poder americano.
Depois de dez anos de desvio ocasionado pelos atentados de setembro de 2001, o esforço principal volta a apontar para o verdadeiro rival estratégico, a China.
Um século atrás, as guerras balcânicas antecipavam a Primeira Guerra Mundial, início do declínio da hegemonia europeia e de sua substituição pela dos EUA.
Sete anos antes, o barão do Rio Branco já adivinhara o deslocamento do eixo do poder de Londres para Washington, criando na capital americana a primeira de nossas embaixadas e para ela nomeando Joaquim Nabuco.
O século 20 seria dominado por guerras no coração da Europa, mobilizando gigantescos Exércitos terrestres de milhões de combatentes.
O deslocamento do eixo econômico e político para a Ásia altera a natureza dos desafios estratégicos, que passam a ser marítimos.
O desengajamento do Iraque e do Afeganistão, juntamente com a transferência da prioridade do Oriente Médio para a Ásia do Leste, significam que o Exército suportará o peso primordial dos cortes.
É significativo que não se tenha tocado nos porta-aviões que constituem o núcleo da indiscutível superioridade americana.
A meta dessa "segunda Guerra Fria" não é provocar um conflito armado com a China, e sim organizar sua contenção dentro de um cordão sanitário formado pelos aliados declarados ou tácitos dos EUA.
Partindo ao norte do Japão e da Coreia do Sul, a barreira de contenção prossegue por Taiwan, Cingapura, Indonésia, Malásia, Tailândia, Vietnã (que teve curta guerra contra a China em 1979), Filipinas, Índia, Austrália e Nova Zelândia.
Trata-se de formidável arco de penínsulas, ilhas, arquipélagos, países que, na maioria, disputam com a China a soberania sobre ilhas e zonas marinhas de exploração petrolífera. Nessa, área estão os maiores portos do mundo, as grandes frotas mercantes de contêineres, uma economia costeira e um comércio em grande parte marítimo.
Pelo estreito de Málaca, que domina a entrada do mar do Sul da China, passa seis vezes mais petróleo que por Suez e 17 vezes mais que pelo canal do Panamá. Oitenta por cento das importações chinesas de petróleo trafegam por essa rota.
O interesse comum que une americanos e aliados é impedir que a China faça desse mar um lago interior, como os EUA fizeram com o Caribe no século 19. Para tanto, a Marinha em sentido lato, abrangendo a Força Aérea, é arma decisiva.
Desse ponto de vista, a superioridade americana é esmagadora. Sua Marinha desloca quase 2,9 milhões de toneladas ante pouco mais de 3 milhões do resto do mundo, inclusive as 280 mil toneladas da China!
Afonso de Albuquerque, o "Albuquerque terríbil" de Camões, já havia concebido plano para controlar o comércio asiático de especiarias mediante a dominação de quatro pontos cruciais: Goa, Málaca, Hormuz (entrada do golfo Pérsico) e Áden, no mar Vermelho. Chegou perto, fracassando apenas na última.
Meio milênio depois, mudam as armas e os países. A estratégia, porém, até que não mudou tanto.

Brasil: pais caro demais para os seus proprios estudantes...

Apenas um país que despreze o estudo, que não valoriza seus estudantes, que pretende continuar pobre e atrasado, ou seja, apenas um país estúpido -- ou com dirigentes estúpidos, absolutamente -- consegue ser perverso com seus próprios estudantes, com os mais pobres em particular.
Ou seja, apenas um país que pretende inviabilizar suas chances de crescer e ficar rico, consegue ser idiota a tal ponto de cobrar uma carga tributaria pesada sobre os materiais de estudo.
Aliás, sobre qualquer coisa.
Só países estúpidos impõem uma carga tributária de quase 50% sobre produtos de consumo (neste caso do material escolar, de investimento).
Paulo Roberto de Almeida 

Carga tributária de material escolar chega a 47%, calcula instituto

Caneta, régua, agenda e borracha são alguns dos produtos desta cesta que têm a maior incidência de tributos

Agência Estado, 09 de janeiro de 2012 | 12h 43
SÃO PAULO - Entre os produtos comuns na cesta de material escolar pedida pelas escolas neste início de ano, a caneta é o item com a maior incidência de tributos. A caneta chega a ter 47,49% do preço abocanhado pelo governo em suas três esferas - federal, estadual e municipal -, informa levantamento realizado Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), divulgado nesta segunda-feira.
Outros produtos com carga tributária acima dos 40% são régua (44,65%), agenda escolar (43,19%), borracha (43,19%), cola Tenaz (42,71%), estojo (40,33%) e pasta plástica (40,09%). Os itens com menor incidência de tributos são os livros escolares, com 15,52% do preço sendo taxado pelo governo.
O presidente do IBPT, João Eloi Olenike, diz, em nota divulgada à imprensa, que "a alta carga tributária sobre itens como a caneta, lápis e caderno, indispensáveis na volta às aulas, é um dos fatores que pode dificultar o acesso do brasileiro à educação". 
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e não custa repetir o que já transcrevemos: 

O Brasil está caro, o que explica várias dificuldades

Editdorial O Estado de S.Paulo, 07 de janeiro de 2012 | 3h 06
O IBGE explicou que foi sua a decisão de arredondar para 6,5% a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2011, que, na realidade, foi de 6,4994%. Temia-se que chegasse a 6,51%. Desse modo, o presidente do Banco Central não precisa escrever uma carta para explicar por que o índice superou o teto fixado pelo Conselho Monetário Nacional. Isso não nos impede de considerar que, sendo de 4,5% o centro da meta, a inflação foi, afinal, muito alta.
Examinemos o impacto de alguns preços no IPCA. Na prática, 35 itens levaram o índice à casa dos 5,33%, isto é, responderam por 95,2% do resultado do IPCA.
Entre os bens ou serviços que tiveram a maior queda, podem-se incluir sete: aparelhos telefônicos, com queda de 11,69%; TV, som e informática, 11,26%; automóvel usado, 3,71%; automóvel novo, 2,88%; eletrodomésticos, 2,42%; e motocicleta, 2,08%. São produtos que enfrentam concorrência internacional e dependem total ou parcialmente da importação.
Já do ponto de vista dos itens que tiveram maior impacto na elevação do índice de inflação, podemos listar os empregados domésticos, com aumento salarial de 11,33%; as mensalidades escolares, 8,09%; os ônibus urbanos, 8,41%; os aluguéis residenciais, 11,01%; a gasolina, 6,92%; os planos de saúde, 7,54%; e as passagens aéreas, 52,91%. O que predomina na lista são os serviços, que não podem ser substituídos por importações.
Alguns desses aumentos merecem explicação: os empregados domésticos, no quadro de um aumento do salário mínimo e que, em razão disso, conseguiram pelo segundo ano um aumento significativo; as mensalidades escolares, vinculadas a um sistema em que seu valor tem de ser fixado pelo menos quatro meses antes do dissídio dos professores; e a alta das passagens de ônibus, que mostra a incapacidade das prefeituras de assumirem um serviço a um custo acessível. A alta das passagens aéreas tem dupla explicação: o aumento dos combustíveis e os descontos exagerados do ano anterior. Cabe mencionar outras anomalias: o aumento de 17,19% na hospedagem em hotéis e de 12,46% nos serviços bancários.
A análise desses aumentos nos mostra que os produtos importados são muito mais baratos e que, de modo geral, os serviços, no quadro da euforia do crescimento e na ausência de competição externa, foram reajustados de modo irracional.
Uma conclusão se impõe: o Brasil tornou-se um país muito caro, o que explica as dificuldades que tem, de um lado, para exportar e, de outro, para atrair visitantes estrangeiros.


Brasil: pais de passagem da droga; quando na producao?

Não creio que existam condições insuperáveis a que o Brasil se transforme de país de trânsito em país de produção de drogas. Sempre poderemos contar com o jeitinho, a capacidade de improvisação, a genialidade brasileira para nos fazer passar da condição de mero país de passagem, para a de país produtor de drogas com demanda assegurada em certos mercados.
Teremos conseguido, assim, realizar certos sonhos impossíveis: além de conseguir desmantelar as instituições do Estado, determinadas forças estão também conseguindo inserir o Brasil no circuito mundial dos Estados falidos...
Paulo Roberto de Almeida 

DOBRA A ÁREA PLANTADA DE COCA NA BOLÍVIA! BRASIL É CORREDOR PARA EUROPA E CONSUMIDOR!
O Estado de S.Paulo, 08/01/2012

Expulsos da Bolívia pelo governo de Evo Morales, os serviços de inteligência da Grã-Bretanha e dos EUA passaram a depender das operações e da influência do Brasil no país vizinhos para combater o tráfico de drogas, um problema cada vez mais crítico na região. O que preocupa americanos e europeus é que a Bolívia vem se transformando em um importante produtor de cocaína. A Colômbia ainda lidera, mas a repressão ao cultivo causou uma queda drástica da área plantada de coca no país.
      
Uma das consequências foi a transferência da produção para a Bolívia. Em dez anos, a área de cultivo da planta boliviana dobrou, segundo a ONU. Para desembarcar nos mercados europeus e americano, parte da droga passa pelo Brasil. Na avaliação da Europol, 250 toneladas de cocaína a cada ano – 30% da produção mundial – entram na Europa ou nos EUA passando por portos brasileiros. A maior parte da cocaína que vai para os EUA não passa pelo Brasil. Já a droga que chega à Europa sai preferencialmente da Bolívia e, em segundo lugar, do Peru. Estima-se que 60% dela ficam no Brasil.

Produção em hectares de folhas de coca. Em 2000 eram 160 hectares na Colômbia contra 17 na Bolívia. Em 2009 foram 70 hectares na Colômbia contra 35 na Bolívia.

Brasil: pais caro demais no plano internacional...

Apenas um exemplo, dentre muitos, de que o Brasil ficou um país caro demais para ter grande sucesso econômico: quando os preços relativos são distorcidos para o alto, fica difícil aguentar a concorrência internacional.
E não preciso dizer quem é o culpado por esta situação, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida 



DESPENCA A PROPORÇÃO DE ESTRANGEIROS NOS 'RESORTS' BRASILEIROS!
Folha de S.Paulo, 08/02/2012

Em 2011, apenas 19% dos hóspedes de resorts brasileiros eram estrangeiros. Três anos antes, eram 43%. Vem caindo ano a ano: em 2008 eram 43% de estrangeiros, em 2009 foram 26% de estrangeiros, em 2010 foram 20%, e em 2011, são 19%.   "Além do real valorizado, também temos problemas com a alta tributação. Pagamos 20% mais impostos que nossos concorrentes do setor de cruzeiros", afirma Jatahy presidente da Associação Brasileira de Resorts.
     
A taxa de ocupação em 2008 era de 51%. A taxa de ocupação dos resorts brasileiros voltou ao patamar registrado antes do início da crise de 2008.  Em 2011, o índice foi de 52%, segundo estudo da Associação Brasileira de Resorts. "Não é um resultado brilhante. Precisamos chegar ao menos em 55% para rentabilizar nosso negócio", diz Rubens Régis.

Haiti: um editorial e um artigo de opiniao no NYTimes

Já que a diplomacia brasileira se prepara para renovar seus laços com o Haiti, nada melhor do que ler e discutir sobre a situação do país.
Paulo Roberto de Almeida 

Editorial New York Times, January 8, 2012

Haiti’s Slow Recovery

The Interim Haiti Recovery Commission was one of Haiti’s great hopes after the earthquake, a Haitian-led international partnership that would finally summon the money, will and organizational intelligence to build the country back better than before. But if you visit the commission’s Web site today, on the eve of the second anniversary of the Jan. 12 disaster, this is what you see:
“Please kindly note that the mandate of the I.H.R.C. expired on October 21, 2011. Pending a decision of the Haitian Parliament regarding the future of the institution, a team is currently dealing with day-to-day business. The (re)submission of project proposals remains closed until further notice.”
President Michel Martelly has so far failed to get Parliament’s approval to extend the mandate.
Led by former President Bill Clinton and Jean-Max Bellerive, Haiti’s former prime minister, the commission was given an 18-month mission to oversee an ambitious array of rebuilding projects. It took too long to get organized and former President René Préval was more of a hindrance than a partner. A list of approved projects fills 256 pages, though few are finished or fully financed.
Still, Haitians have seen real progress in the last two years. About half of the 10 million cubic feet of quake debris has been removed from Port-au-Prince and other areas. More people have access to clean water in the capital than before the quake. With investment from a Korean garment maker, an industrial park is being built in the northeast, with the promise of 20,000 jobs.
The commission still has a critical role to play, organizing projects, bolstering accountability and transparency, and working to give international donors the confidence to follow through on their pledges. Only about half of the $4.6 billion promised for 2010 and 2011 has been received and spent.
A United Nations analysis showed that while many nations have been generous, particularly the United States, Brazil, Canada, Spain and France, almost all the money has gone to nongovernmental organizations and private contractors. To build Haitian capacity, that will have to change, and the commission can help — by giving guidance to Haiti’s ministries and monitoring their efforts.
President Martelly is a more engaged leader than his predecessor. In the fall, he announced a plan to house 30,000 residents of six tent cities with rental subsidies and new construction. More than a half-million Haitians remain in camps and it is not clear if he will take on powerful landowners to free up the land needed for rebuilding. He needs to abandon his focus on building an army. What Haiti needs is a professional, accountable police force.
Other governments and institutions are pressing on. Last month the World Bank approved a $255 million plan to build houses, train teachers and feed schoolchildren. The grant includes $50 million in agricultural projects. A nongovernmental organization, Partners in Health, plans to open a teaching hospital in the countryside. The Inter-American Development Bank has gathered about $150 million in a five-year, $500 million plan that will build and repair hundreds of schools and train thousands of teachers to bring free public education to all Haitian schoolchildren.
The Haitian government badly needs a national strategy for creating permanent housing and jobs, to resettle people out of Port-au-Prince. The coming year should be one in which Haitians begin to take control of their rebuilding, with continued outside help.
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Haiti Can Be Rich Again

HAITI wasn’t always the “poorest nation in the Western hemisphere,” though it’s almost impossible to read about the country today without coming across that phrase. In the two years since the earthquake that devastated it, Haiti has experienced political conflict and its first ever cholera epidemic; hundreds of thousands of the displaced are still living in makeshift tents strewn like dusty flags by the sides of highways. It is easy to forget that, for most of the 19th century, Haiti was a site of agricultural innovation, productivity and economic success.
In the wake of the earthquake, many have talked about the need to lay foundations for a better future. To do that, Haiti should look to the past, and the system of small farms and the decentralized economy that once provided Haitians with dignity, autonomy and wealth.
The slave revolution that ended with Haiti’s creation in 1804 led to what the sociologist Jean Casimir dubbed a “counter-plantation” system. As slaves, the islanders had harvested and processed sugar cane, but fed themselves by cultivating their own tiny gardens, for which they developed sophisticated techniques of inter-cropping — a kind of sustainable agriculture that involved planting a variety of crops close together. Once free, Haitians drew on that knowledge to raise livestock and grow fruits, root vegetables and even coffee for export to the global market. In establishing their own small farms, they forestalled any possibility of a return to the large plantations that had defined the days of slavery.
This system of agricultural self-reliance provided a better quality of life than that of African descendants anywhere else in the Americas. The country attracted many immigrants, including thousands of African-Americans. And though the United States government didn’t officially recognize Haiti until 1862, American businessmen eagerly traded with the island nation.
Haiti’s economy was decentralized, organized around 11 largely autonomous regions, each with its own port. There was plenty of conflict in the country, largely over control of the central government, and heavy taxes on exports, as well as the power of foreign merchants, sapped the profits of farmers. Yet the regional economies thrived, and a decentralized political and military system assured many Haitians a great deal of control over their destiny.
In the 20th century, however, this system came under increasing pressure. Outsiders, along with many in the Haitian elite, saw small farms as a barrier to progress. When the United States occupied Haiti, from 1915 to 1934, it worked to centralize the economy in Port-au-Prince. It pushed through a re-writing of the Haitian Constitution to allow foreigners to own land, which the country’s founders had banned for fear of re-enslavement, and worked to replace small farms with large plantations owned by foreign corporations. Many farmers saw their land expropriated.
In the teens, when the countryside erupted in a revolt against the occupation and the use of forced labor to build roads, the United States created a newly centralized gendarmerie to suppress the insurrection. Violence and economic decline in the countryside forced many Haitians to flee to the cities or to plantations in neighboring Cuba and the Dominican Republic. In the years since, the countryside has continued to experience environmental and economic degradation as well as exodus, while the big cities, especially Port-au-Prince, have become overcrowded. Today, about half of Haiti’s food is imported.
The flow of ideas and money to Haiti that followed the earthquake provides an opportunity to restore the system of small farms that was a pillar of Haitian society after independence. Michel Martelly, Haiti’s new president, has talked of the need to decentralize the economy, and nongovernmental organizations have begun projects to help farmers. But far more can be done.
Municipal governments should construct properly equipped marketplaces for the women who sell rural produce. The Haitian state should develop trade policies aimed at protecting the agricultural sector, and take the lead in fixing roads and ports, confronting deforestation and improving systems of water management. Foreign organizations working in the country can help simply by making it a policy to buy food and other goods from local producers.
The return on the investment in the rural economy would be self-reliance, the alleviation of dangerous overcrowding in cities and, most important, a path toward ending Haiti’s now chronic problems of malnutrition and food insecurity. As Haitians look to rebuild in 2012, the best blueprints will come from their own proud and vibrant history.
Laurent Dubois, the author of “Haiti: The Aftershocks of History,” and Deborah Jenson, the author of “Beyond the Slave Narrative,” are co-directors of the Haiti Humanities Laboratory at Duke.

Falando de soberania... - Belgica recebe advertencia da Comissao de Bruxelas...

Pois é, soberania é algo complicado, sobretudo para quem não tem...
Receber adevertências de um bando de tecnocratas deve ser duro.
Mas, pior que isso, é pretender viver do dinheiro alheio...
Paulo Roberto de Almeida 

Rappelée à l'ordre par l'UE, la Belgique gèle plus d'un milliard d'euros

LEMONDE.FR avec AFP | 07.01.12 | 17h48   •  Mis à jour le 07.01.12 | 17h48

La Belgique a décidé de geler plus d'un milliard d'euros de dépenses "pendant quelques mois" pour se conformer aux exigences de la Commission européenne, a expliqué le ministre du budget belge, Olivier Chastel, samedi 7 janvier sur RTL-TVI.

La Commission européenne a mis en garde le gouvernement belge à propos du budget fédéral 2012, jugeant que le chiffre du déficit prévu par le gouvernement d'Elio Di Rupo était trop optimiste, et a réclamé en conséquence dans une lettre des efforts supplémentaires de 1,2 à 2 milliards d'euros.
"La commission nous avait laissé le choix, soit de nouvelles mesures tout de suite en un week-end pour 1,2 milliard, ce que nous nous sommes refusés à faire, ou alors geler un certain nombre de dépenses, l'espace de quelques mois, et c'est cette option-là que nous avons choisie", a expliqué M. Chastel. Selon RTL, le principal poste de dépenses gelé concernera les chemins de fer, à hauteur de 400 millions d'euros. La défense devra reporter l'achat d'hélicoptères en raison d'un gel de crédits de 177 millions d'euros.
DES GAINS SURÉVALUÉS
La Commission, qui doit se prononcer sur le budget belge le 11 janvier, avait dit, dans sa lettre, attendre une réponse "lundi matin au plus tard". Elle avait en effet proposé une solution de rechange sous la forme d'une "réserve budgétaire (...) en gelant (au moins temporairement) certaines dépenses". Mais ce gel ne présage pas des décisions qui seront prises en février, lorsque le gouvernement belge réexaminera le budget, a expliqué M. Chastel.
La Commission estime que le gouvernement belge a surévalué le gain de certaines mesures budgétaires ainsi que la croissance économique escomptée, ce que celui-ci conteste.
Dans une interview parue samedi dans La Libre Belgique, le gouverneur de la Banque centrale de Belgique, Luc Coene, estime lui aussi que le gouvernement a été trop optimiste, en raison des effets que la politique de rigueur devrait engendrer."Il est clair que toutes ces mesures vont avoir un effet sur la conjoncture etentraîner un ralentissement plus prononcé que prévu. La Commission fait simplement état de cet élément-là et demande donc à l'Etat belge de faire des efforts supplémentaires", souligne-t-il.
E alguns dos comentários de leitores do Le Monde:
Eh bien, un ramassis d'inepties. Vous êtes belge, c'est normal, vous êtes juge et partie. La Wallonie est classée 47e région d'Europe en terme de richesse (eurostat 2008), la Flandre, elle, 11ème. Le fossé n'est pas mince, mais il est moins épais que celui qui sépare en France, l'ile de France de l'Auvergne, l'Alsace et le Languedoc réunis (et je prends pas les régions les plus pauvres!) ou encore la Rhénanie du Nord avec le reste de l'Allemagne. En Belgique, c'est un problème linguistique.
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La Belgique a la Wallonie comme maillon faible. Or cette région très pauvre veut vivre richement, dépensant inconsidérément un argent qu’elle doit quémander à la Flandre (don important pour la forêt équatorienne, etc.). La ville de Mons qui possède une gare parfaitement utilisable, va la remplacer par une construction contemporaine, analogue à la gare liégeoise des Guillemin, de véritables gares de parvenus. Le rattachement de la Wallonie à la France changerait tout mais séduit trop peu.
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(2/2) En Belgique, le véritable problème est linguistique et historique. Au carrefour d'une longue frustration flamande (tout à fait justifiée pendant des décennies) s'entremêle une revanche économique sous forme de résurgence des populistes nauséabonds. D'ailleurs le discours flamand s'articule autour des symboles : Waterloo, la tache d'huile francophone, Les éperons d'or, BHV... C'est un nationalisme qui d'émancipateur, par force de pouvoir, devient belliqueux.
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En tant que Français, je trouve plus choquantes les atteintes au droit des flamands envers les francophones (logement sociaux réservés aux flamands, non nomination de maires victorieux mais parlant français, interdiction de parler français dans les administrations flamandes, même si on est bilingue et qu'une vielle dame vient demander un papier). Et toute les fêtes flamandes qui sanctifient les victoires contre les Français (sans parler des maisons flamandes en France).

Sobre o ufanismo do PIB e ranking mundial - Brasil desce, sobe, desce novamente, sobe um pouco...

Existem mentiras, malditas mentiras, e estatísticas, dizia um gozador, talvez Mark Twain...
Isto apenas para dizer que não se deve confiar totalmente nos números.
Quando uma fundação inglesa avisou, poucas semanas atrás, que o Brasil tinha acabado de passar o Reino Unido em termos de PIB, uma onda de ufanismo patrioteiro se alastrou em diversos setores do governismo ingênuo: não faltou quem predisse que logo seríamos a quinta potência econômica mundial, ou seja, ultrapassando a França, que também patina no crescimento.
Expressões contábeis de taxas de câmbio são sempre voláteis e incertas, como sabem aqueles que lidam com dados econômicos, uma vez que qualquer movimento para cima ou para baixo altera radicalmente a posição de um ator econômico.
Sabemos disso: antes da desvalorização de 1999, nosso PIB passava de 800 bilhões de dólares, para novamente cair a menos de 500, poucos meses depois...
Para não deixar muito iludidos aqueles que se entusiasmam com a atual sexta posição, colo aqui matéria enviada por um dos meus leitores, que confirma que tudo o que é sólido se desmancha no ar...
De Outubro de 2003...
Paulo Roberto de Almeida
01/10/2003 - 11h32

Brasil deve cair de 12ª para 15ª maior economia mundial


EDUARDO CUCOLO

da Folha Online


O Brasil está ficando para trás em relação às maiores economias do mundo. Segundo estudo da consultoria Global Invest, o país deve perder este ano três posições no ranking que mede a soma das riquezas (PIB) dos países e amargar a colocação de 15ª economia mundial, caso seja confirmada a previsão de crescimento abaixo de 1%.
Em 1998, o país ocupava a 8ª posição no ranking, mas nos últimos cinco anos foi ultrapassado por Canadá, Espanha (em 1999); México (em 2001); Coréia do Sul (em 2002); e agora deve perder posições para Holanda, Índia e Austrália.
Segundo o economista Alexsandro Agostini, um dos responsáveis pelo levantamento, a queda do Brasil no ranking se deve ao baixo crescimento da economia nestes anos --uma média de 1,49% ao ano-- e à desvalorização do real frente ao dólar, já que o valor do PIB é convertido de uma moeda para outra na hora da comparação.
Ele afirmou que os números derrubam o mito de que o Brasil seria a 8ª ou 10ª economia do mundo. "O Brasil foi o país que mais perdeu posições no ranking", disse Agostini.


Crescimento "pífio"
A estimativa para 2003 --a maior queda no ranking no período estudado-- está baseada nos dados do PIB brasileiro no primeiro semestre do ano divulgados ontem pelo IBGE, de R$ 711 bilhões, e na estimativa de que as somas das riquezas no ano cheguem a US$ 467 bilhões. Em 1998, o PIB era de US$ 788 bilhões.
"Em 2003, o cenário permite projetar um crescimento pífio da economia, que é insuficiente para acompanhar o desempenho dos demais países", afirmou.
O peso da economia brasileira entre os 15 maiores PIBs do mundo caiu quase pela metade neste período, segundo o levantamento, passando de 3,3%, em 1998, para 1,7% em 2003.
Nestes anos, o país sofreu com uma série de crises internas e externas, que contribuíram para drenar as riquezas do país. Mesmo com a desvalorização do real em 1999, o país ainda conseguia se manter entre as dez maiores economias. Mas a redução do crescimento, agravada pelo racionamento de energia e efeitos da crise argentina, além das seguidas desvalorizações do real a partir de 2001, fizeram com que o país fosse ultrapassado no ranking.
Segundo ele, para voltar ao grupo das dez maiores economias, o Brasil teria de crescer a taxas de 3,5% ao ano e ainda contar com uma valorização da moeda.


EUA
Um exemplo de país que seguiu uma trajetória totalmente oposta à do Brasil é a China, que em 1998 estava apenas uma posição na frente (7ª), se manteve entre o 6º e 7º lugar nos anos seguintes, mas para sustentar a posição cresceu o equivalente a um PIB brasileiro.
A maior potência mundial continua sendo os EUA, que viram suas riquezas crescerem de US$ 8,7 trilhões para US$ 10,9 trilhões no período.
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