O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O Brasil em baixo crescimento estrutural: Persio Arida (Entrevista Estadao)

Em 2005 eu já comentava que o Brasil estava perfeitamente preparado para NÃO crescer, e aparentemente fui desmentido por vários anos de bonança chinesa. Agora que ela está acabando, os fatores que eu indicava neste artigo:

“Uma verdade inconveniente (ou sobre a impossibilidade de o Brasil crescer 5% ao ano)”, Brasília, 12 novembro 2006, 6 p. Disponível no site pessoal, link: www.pralmeida.org/05DocsPRA/1682VerdadeInconvTabs.pdf. Postado no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com/2006/11/637-uma-verdade-inconveniente_11.html#links). Publicado em Via Política (Porto Alegre; 12.11; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=15) e, com pequenos ajustes de forma e o subtítulo “(ou: por que o Brasil não cresce 5% ao ano...)”, em Espaço Acadêmico (ano 6, nº 67, dezembro 2006; ISSN: 1519-6186; link: http://www.espacoacademico.com.br/067/67pra.htm). 

se revelam plenamente válidos. Difícil ser profeta fora do prazo.
Em todo caso, leiam a entrevista do economista Persio Arida ao Estadão deste domingo, 14/07/2013.
Paulo Roberto de Almeida

Pibinho 2013: Para economista Persio Arida, crescimento do PIB ficará em torno de 1,8%

Minúsculo: PIB deve fechar abaixo de 2% e envergonhar o Governo

'O BRASIL PRECISA DE MENOS INTERVENCIONISMO'
Economista defende mudança radical na condução da política econômica 

O economista Persio Arida, um dos mais respeitados do País, defende uma guinada radical na condução da economia e faz uma proposta para arrepiar os desenvolvimentistas: "Uma política mais decididamente liberal e menos intervencionista, mais pró-mercado". Diz que um país como Brasil, que cobra impostos como se fosse a Inglaterra, mas não investe quase nada como contrapartida, "está fazendo algo de muito errado". E mais: acha que o País perdeu seu potencial de crescimento.

A receita de Arida prega que o governo faça tudo ao contrário do que fez até agora: corte seus gastos, acabe com os subsídios a empresas privadas, segure os bancos públicos na concessão de crédito, procure acordos comerciais com os Estados Unidos, Europa e Ásia e esqueça o Mercosul.

Sócio do banco BTG Pactual, um dos pais do Plano Real (que estabilizou a economia em 1994) e estrela do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Arida fez oposição ao regime militar e foi preso nos anos 70. Aos 61 anos, diz ter ficado entusiasmado com as manifestações de junho, que acompanhou pelo noticiário e ao vivo da janela de seu escritório na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, palco de uma das passeatas. "Confesso que, dado o meu passado, fiquei com muita vontade de descer. Mas acabei achando que passei da idade para isso."

A seguir, os principais trechos da entrevista:


O dólar disparou, a economia está parando e a inflação continua alta. A economia desandou?

O Brasil enfrenta uma conjuntura internacional adversa, provocada pela desaceleração da China e pela normalização da taxa de juros dos Estados Unidos. O freio de arrumação chinês tem consequências na demanda por commodities, portanto, afeta os países emergentes. A economia americana, por sua vez, está em franca recuperação e a taxa de juros de longo prazo já está subindo. É natural que os capitais refluam para os Estados Unidos. Os efeitos desses movimentos no Brasil foram potencializados por uma economia que já vinha fraquejando há algum tempo. É lamentável constatar isso, mas nossa realidade hoje é de baixo crescimento estrutural. Os sinais são claros.


Quais são esses sinais?

O crescimento da massa salarial perdeu o vigor, a geração de novos empregos é cadente, o crédito em bancos privados como proporção do PIB (Produto Interno Bruto) já está constante há um ano. A expansão de crédito é feita pelos bancos públicos, que obviamente seguem uma orientação governamental. Isso é mais preocupante quando se leva em conta que a política fiscal é expansionista e a taxa de juros estava baixa. Significa que nem dando muito gás a economia está crescendo. 


O que está dando errado?

O potencial de crescimento reflete a situação do País, mas também as políticas macroeconômicas. Acho que o Brasil teria muito a se beneficiar de uma menor intervenção estatal na economia, de uma redução dramática do volume de subsídios às empresas, de uma contração fiscal. Ou seja, da redução do tamanho do Estado, tirando menos impostos da sociedade e gastando menos. A abertura comercial também ajudaria muito. Claro que há entraves diplomáticos, tem Mercosul etc. Mas acho que fazer acordos de livre comércio com os parceiros comerciais que importam, que são Estados Unidos, Europa e Ásia, seria mais produtivo do que insistir no caminho do Mercosul. 


Isso é o contrário do que vem acontecendo...

É o contrário da tendência dos últimos anos, com certeza. Mas é um caminho que o Brasil precisa percorrer. Pense nas manifestações de junho. Longe de mim querer simplificar esse fenômeno social complexo, mas a tônica foi a demanda por um Estado mais eficiente. Nosso Estado é grande, a começar pela carga tributária, a maior entre os países emergentes. Cobramos impostos como país desenvolvido e entregamos serviços públicos de país subdesenvolvido. 


O sr. chegou a participar das manifestações?

Cheguei a olhar, mas não desci (uma das passeatas passou em frente à sede do BTG, em São Paulo). Confesso que, dado o meu passado, fiquei com muita vontade de descer, mas achei que já tinha passado da idade para isso. Mas, olha, a população brasileira está mais madura para o debate orçamentário do que as pessoas pensam. O debate antes era muito centrado no déficit. Hoje se discute também a qualidade do gasto. Uma coisa é ter um déficit pequeno com o Estado gastando todo seu dinheiro em subsídios. Outra coisa é ter um déficit pequeno com o Estado gastando todo seu dinheiro em infraestrutura. As pessoas estão prestando atenção.


Os críticos do governo defendem a troca da equipe econômica, inclusive do ministro Guido Mantega. O sr. concorda com essa avaliação?

Não cabe a mim avaliar isso. Mas acho que uma política decididamente mais liberal e menos intervencionista, mais pró-mercado, certamente aumentaria nosso potencial de crescimento. Isso passa por uma agenda muito diferente da agenda desenvolvimentista. Por exemplo: o volume de crédito precisa diminuir dramaticamente, os subsídios do Tesouro, a empresas ou setores específicos, têm de diminuir. São coisas que parecem intuitivamente boas, mas na verdade são ruins. 


Como o governo pode lidar ao mesmo tempo com o grito das ruas por mais investimentos, a pressão dos investidores pela redução dos gastos públicos e as eleições do ano que vem?

A pressão da sociedade não é por mais gastos. É por mais investimento em infraestrutura e por melhor eficiência na saúde. O problema no sistema de saúde, assim como na educação, não é que se gaste pouco - é que se gasta mal. Com relação às pressões orçamentárias típicas de anos eleitorais, isso não é só uma sina brasileira, os governos geralmente ampliam gastos nesses períodos. 


Vários investidores se dizem apreensivos com o desarranjo das contas públicas e com o crescente desequilíbrio das contas externas. Corremos o risco de entrar novamente em crise?

A combinação de uma conjuntura internacional adversa com o fraco potencial de crescimento do Brasil mais os efeitos da antecipação do calendário político criaram um ambiente de incerteza muito grande. É claro que isso tem um efeito ruim sobre a atividade econômica. Você vê estrangeiros que vendem seus investimentos para repatriar capital, que é uma das forças que levaram o dólar a subir. Está todo mundo mais preocupado com seu emprego, com sua renda, em poupar um pouco mais. Tudo isso diminui a demanda agregada da economia. 


Mas podemos entrar em crise ou não?

Olhando os componentes de demanda agregada, o consumo vai se retrair, o investimento também, gastos de governo ao menos não vão se expandir. Só vão crescer as exportações líquidas, pelo efeito da taxa de câmbio. Será que o ganho das exportações compensará a queda de consumo e investimento? Acho que não, o que significa que o PIB vai crescer menos. É bom lembrar também que houve uma forte subida da taxa de juros. Acho difícil escapar à conclusão de que o Brasil vai crescer ainda menos. 


Muitos analistas entendem que o governo se perdeu na condução da política econômica. O sr. concorda?

Não sei se perdido é o termo correto. Mas certamente ele não teve eficácia nas suas tentativas. Os investimentos em infraestrutura, por exemplo. O governo anunciou as concessões de rodovias, voltou atrás, anunciou de novo, melhorou as condições... Claramente é um processo em que não há sintonia entre o que o governo está fazendo e o que os investidores procuram. Veja as mudanças do quadro regulatório. Algumas delas foram desastradamente implementadas, como no caso de energia elétrica. O efeito sobre os investidores é devastador.


Quanto isso afeta?

É difícil para um investidor estrangeiro achar que o caso da energia elétrica foi um caso isolado e não vai se repetir em outras concessões. Qualquer que tenha sido a intenção original, o efeito é aumentar a incerteza sobre a economia brasileira. É ruim porque o que o Brasil mais precisa hoje é atrair capitais privados para infraestrutura. O País tem duas rotas de crescimento óbvias e ambas requerem mudanças na política estatal: uma é criar condições regulatórias para atrair capital privado para infraestrutura; a outra é diminuir o tamanho do Estado. É preciso ser duro na política fiscal para baixar juros. A gente tem de viabilizar inflação baixa e taxas de juros baixa. Os dois. 


Houve leniência com a inflação?

É fácil analisar depois. Na prática, desde que o sistema de metas foi anunciado, a inflação tem ficado muito mais acima da meta do que abaixo dela. De 1999 para cá, esse é o padrão, o que sugere que o Banco Central dos últimos três presidentes foi menos duro do que poderia ter sido na política monetária. Mas isso não é novo. O novo é a inflação ficar batendo no topo por tanto tempo e o fato de que as expectativas de inflação estão, digamos, desancoradas. Nesse sentido a situação é pior do que antes.


Por quê?

Antes, a inflação subia, mas, no longo prazo, as pessoas achavam que ela ia voltar para a meta. Agora, a inflação subiu e as pessoas não acham que vai voltar. Tão grave quanto ter deixado a inflação chegar no topo foi ter deixado as expectativas decolarem e ficarem desancoradas. Isso vai fazer o trabalho de trazer para a meta muito mais difícil do que poderia ter sido. Aliás, acho que a meta de 4,5% é muito elevada. O ideal seria baixar.


Agora? Para quanto?

Agora, não. Mais para a frente. O ideal seria fixar uma meta mais realista, 3% e agir de forma a efetivamente garanti-la.


Dois anos atrás o sr. foi o primeiro economista de peso a defender a redução dos juros...

Continuo gostando de juros baixos. Mas é preciso avaliar o contexto. Quando a política fiscal é muito expansionista, a taxa de juros tem de ser alta, para manter a inflação sob controle. Ou então é melhor desistir de manter a inflação sob controle - não tem mágica. A maneira de explorar ao máximo o potencial de crescimento da economia brasileira é viabilizar a taxa de juros baixa. Só que não pode ter inflação. 


Mas esse é o problema...

O ponto é que o Brasil precisa reduzir o custo de capital para crescer. Mas como ter taxa de juros e inflação baixas? O segredo é só um. Cortar gastos públicos, diminuir impostos e abrir a economia. Um País como o nosso, que arrecada 36% do PIB, uma taxação inglesa, e investe só 0,5% do PIB, está fazendo algo de muito errado. 


O governo parece convencido disso?

Várias medidas necessárias dependem de vontade política. A mais óbvia é mudar a lei de indexação do salário mínimo. É uma excrescência: o mínimo sobe automaticamente com o PIB, em termos reais. Quem ganha salário mínimo merece ter aumento real, é obvio que sim. Mas o problema não é esse. É que ele é piso para todas as negociações sindicais. A economia funciona como se tivesse choques de salário real e indexa as aposentadorias. Quando o País cresce, o valor real das aposentadorias do setor público cresce também. 


Mas isso é ruim?

O Brasil é o único país que conheço no mundo que dá compulsoriamente aumento real de pensão para aposentados. No fundo, está tirando renda dos segmentos ativos da sociedade e transferindo para os aposentados. Todo mundo tem o direito de se aposentar e ter uma boa renda. Mas ter aumentos reais automaticamente num país carente como o nosso? Reduzir o valor real das aposentadorias seria injusto, mas dar aumento automático também é injusto com os outros que trabalham.


Com que taxa de juros o sr. está trabalhando?

Eu acho que o nível de atividade vai surpreender para baixo, a inflação também, e a taxa de juros vai ter de subir menos do que se imagina. Algo entre 9,5% e 10% no máximo.


O sr. está imaginando uma recessão no Brasil?

Recessão, tecnicamente, tem muitas definições diferentes. Com certeza vamos crescer abaixo de 2%. Algo em torno de 1,8%.

Hotel Brasil: de Tegucigalpa a La Paz: diferentes hospedes - Mac Magolis

O Brasil já abrigou um ex-presidente, em sua embaixada em Honduras: tinha direito a todas as honras da casa e ao apoio completo do governo brasileiro, que se movimentou na OEA contra o governo de fato para fazer reconhecer os direitos do seu asilado "diplomático" (que no entanto fazia da Embaixada um palanque político). Durou o que durou, e um dia se conhecerá a história verdadeira do que esteve por trás da intrusão do chapeleiro maluco num recinto diplomático brasileiro.
Agora o Brasil abriga um senador de oposição, perseguido pelo governo de La Paz. Não se sabe quais ações fora do quadro bilateral o governo brasileiro está empreendendo para tirar o boliviano em questão de seu local de "residência" para um asilo a que tem direito, no Brasil ou em terceiro país. Provavelmente, ele não conta com o mesmo apoio político de que desfrutava o ex-presidente hondurenho.
Tudo uma questão de aliados, amigos, companheiros, vocês entendem...
Paulo Roberto de Almeida

O Snowden bolivariano

MAC MARGOLIS

O Estado de S.Paulo 

domingo, julho 14, 2013


No modesto quarto no primeiro andar de um prédio comercial, o asilado político ajeita-se como pode. Há 14 meses, seu mundo restringe-se a um cômodo de 20 metros quadrados na embaixada de uma nação amiga, mobiliado com uma cama, escrivaninha e frigobar. O banheiro é compartilhado. Tomar sol, apenas pela fresta da janela. Como todo refugiado, resta-lhe a escolha ingrata: entregar-se às autoridades ou aguentar firme até que consiga passagem para outra pátria.

Não é Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, que para evitar sua extradição para Suécia se pôs à mercê da Embaixada de Equador em Londres. Tampouco me refiro a Edward Snowden, o bisbilhoteiro americano que derramou segredos da espionagem de Washington e acabou confinado no aeroporto de Moscou.

O relato acima é de Roger Pinto, o Snowden bolivariano. Quem? Perguntaria o leitor. Esquecido nas manchetes e nos malabarismos diplomáticos dos dois refugiados mais célebres do planeta está o drama do boliviano que, desde maio de 2012, está preso na Embaixada do Brasil, em La Paz. Guardadas as proporções, seu caso é emblemático para América Latina, ainda sob o luar do finado caudilho Hugo Chávez, e um problemão para a diplomacia regional.

Senador pelo Departamento de Pando, leste da Bolívia, Roger Pinto é conservador, rico, politicamente articulado e um crítico implacável do governo do presidente Evo Morales. Oposicionista do bloco Convergência Nacional, já integrou um movimento pela independência administrativa e fiscal de um naco tropical do país. A proposta não vingou, mas conseguiu provocar urticária no governo de Evo.

Para piorar, Roger também acusou um integrante do governo de envolvimento com o narcotráfico internacional. Em seguida, ele se tornou alvo de uma chuva de processos, acusado de delitos dos mais diversos, desde corrupção a doações irregulares para uma universidade.

Entre petições e impropérios - e muitas ameaças de morte -, o senador optou pela retirada e bateu à porta da embaixada brasileira. Disse que era um perseguido político e pediu asilo. Brasília, corretamente, o concedeu e ficou por isso mesmo.

Pela Constituição boliviana, todo cidadão tem o direito de pleitear o asilo. No entanto, nos meandros da Carta redigida a dedo pelo partido governante, não há regras nem normas claras para conceder o salvo-conduto. Sem ele, a concessão de asilo cai no vazio. Eis o labirinto de Roger, um asilado entre quatro paredes.

Evo rebate a crítica com um argumento familiar. O senador não seria nenhum prisioneiro político, mas um criminoso comum. Logo, só cabe ao réu render-se à justiça. O argumento soa razoável, não fosse o magistrado boliviano togado pela mesma cartilha bolivariana.

Segundo a Fundação Nueva Democracia, que defende os direitos humanos na Bolívia, a Justiça virou joguete na mão do governo. Apenas nos últimos quatro meses de 2012, o grupo contabilizou 11 casos de suspensão ou de destituição de autoridades democraticamente eleitas, 21 casos de perseguição judicial por motivações políticas e 5 casos de suspensão de autoridades judiciais por causas políticas.

Segunda a Nueva Democracia, são "flagrantes violações de direitos humanos" atribuídas à atuação dos órgãos de segurança, ao Ministério Público e às autoridades da Justiça. Nas palavras de Jorge Quiroga, ex-presidente boliviano, "não se pode oferecer a um americano detido em Moscou o que não se cumpre com um boliviano em La Paz".

Aí está o fio condutor que une Roger Pinto a Edward Snowden e Julian Assange. Heróis ou bandidos, escolha você. Certamente, todos devem explicações pelos seus atos perante a Justiça. Mas que Justiça?

Brasil: Apres-moi le deluge? O que se vayan todos? - Carlos Alberto Montaner

Carlos A. Montaner: Brasil y las protestas

Brasil y el diluvio que viene

Infolatam
Miami, 23 junio 2013
Por CARLOS ALBERTO MONTANER

(Infolatam).- Es un espectáculo raro. Usualmente, los brasileros sólo se lanzaban a las calles durante los carnavales. Ahora lo hacen para protestar. ¿Qué ha pasado? Todo comenzó por un aumento de las tarifas del transporte público, pero ésa sólo fue la coartada. Había mar de fondo. La verdad profunda es que una buena parte de la sociedad está fatigada de la corrupción, la impunidad, la intrincada burocracia y la mala gestión que realiza el gobierno.
En Brasil se pagan impuestos de primer mundo, pero se reciben servicios de tercero. Eso irrita mucho. El 38% de la riqueza que crean los brasileros, el famoso PIB, va a parar a manos del gobierno. En Canadá, donde el Estado educa, cura y administra satisfactoriamente, es el 37.3. En España el 35.9. Los suizos, han construido uno de los estados más prósperos con sólo el 33.6. Pero desde la perspectiva brasilera tal vez lo más hiriente es el vecino Uruguay: el sector público uruguayo apenas consume el 28.9 del PIB  y el país está bastante más organizado y es notoriamente más habitable que su enorme vecino.
Claro que el PIB brasilero es pequeño o grande, según como se mire. Brasil tiene la sexta fuerza laboral del planeta con 107 millones de trabajadores. Por su tamaño, es la octava economía del mundo, pero cuando se divide la producción (US$2374 billones, o trillones si lo decimos en inglés) entre el conjunto de la población (201 millones de angustiados sobrevivientes), el país pasa a ocupar el mediocre puesto 106 del mundo. Incluso, seis países hispanoamericanos tienen mejor per cápita que Brasil, sin contar otra media docena de islas caribeñas que también lo superan.
En Brasil la burocracia es torpe hasta la crueldad y, con frecuencia, es corrupta. El transporte público es malo. La justicia resulta desesperantemente lenta. Las cárceles son un horror. En general, la educación y la salud pública son mediocres. La seguridad es una vaga ilusión desmentida por el acoso constante de los maleantes y el sonido de los disparos en las favelas. No hay una sola universidad brasilera entre las primeras 100 del planeta y sólo hallamos dos en la lista cuando analizamos 500. Apenas se publican investigaciones científicas originales. El país marcha a remolque de los centros creativos del mundo.
Naturalmente, hay algunas zonas de excelencia. Por sólo citar algunos casos: Petrobrás, donde el gobierno controla el 64% de las acciones, es la mayor compañía de América Latina y una de las más eficientes petroleras del mundo. Embraer es una buena fábrica de aviones de mediano tamaño fundada por el gobierno y luego privatizada. Oderbrecht es una excelente empresa de ingeniería civil que funciona a escala mundial. Lo malo y lo grave es que el tejido empresarial, en general, se aísla de la competencia exterior con aranceles y otras medidas proteccionistas que van en detrimento de los consumidores locales.
Simultáneamente, en la última década han salido de la pobreza decenas de millones de brasileros y el gobierno ha hecho un notable esfuerzo por solucionar el problema de la desnutrición en las zonas más desvalidas de la sociedad, pero esos logros, que nadie discute, no compensan el horrendo capítulo de la mala administración.
La presidente Dilma Rousseff, demagógicamente, ha respaldado a los manifestantes, como si las protestas no fueran contra su gobierno, pero Brasil, desde hace más de una década, ha sido administrado por la izquierda y la sociedad comienza a decir que el Partido de los Trabajadores –el de Lula, el de Dilma—está compuesto por ladrones y sinvergüenzas que se las arreglan para gozar de impunidad. Unos perfectos hipócritas que, sin abandonar el discurso de la reivindicación de los humildes, han resultado tan corruptos como la derecha y el centro, pero mucho menos eficientes.
El riesgo que implica esta actitud, si se generaliza, es que en el país se oiga un fatídico grito que destruye los partidos políticos y les abre la puerta a la aventura y el disparate: “que se vayan todos”. A ver si lo entienden: la democracia liberal es un sistema que sólo funciona y prevalece si se gobierna bien y con apego a la ley. De lo contrario, un día viene el diluvio

Ser um escritor significa ser antes de tudo um leitor - Nancy Hendrickson

Today's Writing Inspiration
By Nancy Hendrickson


Novelist John O'Hara wrote:


"Becoming the reader is the essence of becoming a writer."

Whether your book is fiction or non-fiction, memoir, how-to or poetry, try to see the finished product through the eyes of your reader. If you can't remove yourself far enough to be objective, read other works written in your genre. This will inspire you, give you new ideas, and get you back on your journey.  

You can't be a writer without being a reader.  So how about taking a few hours today and read? 

What I'm reading now:

  • The Story Template
  • Timbuctoo
  • Kingdom
  • Blind Faith
  • The Fire in Fiction
  • Sign Talker
  • Rock Your Plot
How about you???
Today's Writing Inspiration
Nancy Hendrickson

O fim da bonanca economica chinesa deixa o Brasil em situacao dificil -Afonso Celso Pastore

Os keynesianos de botequim da república dos companheiros, seguindo neste caso a bobagem do seu mestre, que pretendia ter invertido a chamada "Lei de Bastiat" (para quem a oferta criaria sua própria demanda), sempre insistiram em estimular a demanda brasileira, conseguindo, com isso, apenas estimular a inflação e diminuir o crescimento.
Os resultados estão aí, para ninguém botar defeito.
Paulo Roberto de Almeida

O fim da bonança externa
Affonso Celso Pastore  *
O Estado de S.Paulo, 14/07/2013
Há duas mudanças em marcha na economia internacional. Primeiro, os Estados Unidos vêm retomando o crescimento sustentado, com o Federal Reserve devendo iniciar em breve a redução das compras de ativos. Com isso, o dólar se valoriza, readquirindo o seu DNA de moeda forte. Segundo, o crescimento da China vem se desacelerando, o que leva à desaceleração da demanda mundial de commodities, reduzindo seus preços.
Há, assim, um redirecionamento de fluxos de capitais para os EUA em detrimento dos países emergentes, e há uma perda de relações de troca nos países produtores de commodities. Essas mudanças marcam o fim do período dominado pela bonança externa - a abundância de ingressos de capitais combinada com o aumento de preços de commodities que por alguns anos favoreceu o crescimento brasileiro.
Com uma breve interrupção na fase aguda da crise internacional, em 2008/2009, o crescimento econômico brasileiro se beneficiou dos fortes ingressos de capitais. Cresceram os investimentos estrangeiros diretos; os ingressos de capitais ajudaram a expansão do crédito; e empresas puderam se capitalizar lançando ações que atraíram capitais estrangeiros.
Foram esses ingressos que financiaram os déficits nas contas correntes provocados pelo excesso dos investimentos sobre as poupanças domésticas, e foram eles que permitiram o ciclo de IPOs de 2006 e 2007, no qual várias empresas saíram da informalidade, melhoraram a governança e se capitalizaram, criando um ambiente de negócios estimulador dos investimentos.
Porém, tão ou mais importante do que isso foi o ciclo de elevação dos preços internacionais de commodities. Os efeitos da elevação dos preços de commodities sobre o crescimento do PIB aparecem claramente no gráfico nesta página, que é repetidamente mostrado pelo economista José Carlos Faria,superpondo as taxas de variação dos preços de commodities às taxas de variação do PIB.
Testes de causalidade aplicados a essas duas séries mostram que são os movimentos nos preços de commodities que causam os movimentos nas taxas de variação do PIB, e não o contrário, e a correlação positiva elevada e estável entre as duas séries atesta que a aceleração no crescimento dos preços de commodities conduz à aceleração no crescimento do PIB. Tanto a aceleração do crescimento no período de 2006 a 2008 quanto a forte recuperação da economia em 2010 são em grande parte fruto de um acentuado crescimento dos preços de commodities.
O Brasil é reconhecidamente um país produtor de commodities, mas tem uma estrutura produtiva muito diferente da Austrália, país no qual uma correlação positiva elevada como a mostrada no gráfico não causaria qualquer estranheza. Contudo, apesar de o peso do setor de serviços no PIB brasileiro ser muito grande, e de o País ter um setor industrial grande e diversificado, há setores importantes, com reflexos nos demais, cujo desempenhe depende diretamente dos preços dí commodities. São os casos do agronegócio, da mineração e da siderurgia.
Mais importante ainda é o fato de que a elevação dos preços de commodities leva a ganhos de relações de troca, que permitem o crescimento dos investimentos acima das poupanças domésticas, que são reconhecidamente escassas, levando à absorção de poupanças externas na forma de importações líquidas, sem que o déficit na contas correntes seja excessivamente pressionado.
Por um caminho ou por outro, as elevações dos preços internacionais de commodities levam a uma expansão da formação bruta de capital fixo. Se no gráfico substituirmos as taxas anuais de variação do PIB pelas taxas anuais de variação da formação bruta de capital fixo, veremos reproduzido o mesmo padrão de elevada correlação positiva, com os testes de causalidade mostrando que neste caso também são os preços de commodities que causam variações nos investimentos, e não o contrário.
Diante desses dados, não poderia haver nenhuma surpresa quanto à desaceleração da economia em 2012 e 2013: ela se deve em parte aos desestímulos vindos da queda dos preços internacionais de commodities. Em um passado não muito distante, o Brasil tinha seu crescimento impulsionado pelo crescimento da China, que expandia a demanda de commodities elevando seus preços. Agora, a desaceleração do crescimento na China contribui significativamente para a desaceleração do crescimento no Brasil.
A queda dos investimentos reduz o crescimento do PIB potencial, e nesse sentido a desaceleração ocorrida nos últimos anos é um fenômeno ligado à oferta, e não à demanda. Porém, desde a resposta à recessão de 2008/2009, todas as ações do governo estão voltadas apenas ao estímulo da demanda. Foi no pressuposto de que "a demanda cria a sua própria oferta", que o governo forçou uma queda exagerada da taxa de juros a partir de 2011, e que provocou acentuada expansão fiscal em 2012 e 2013, elevando a demanda sem o correspondente estímulo à produção, aumentando a inflação e o déficit em contas correntes. A queda da taxa de juros não foi capaz de libertar o "espírito animal" dos empresários, porque este estava acorrentado pelo desestímulo vindo do final da bonança externa. A insistência em ampliar a demanda levou a uma situação de pleno emprego, que elevou os salários e o custo unitário do trabalho na indústria, impedindo-a de crescer, mas, em contrapartida/o crescimento dos salários acentuou a inflação.
Resta, apenas, comemorar uma consequência da valorização do dólar; da queda dos ingressos de capitais e das relações de troca, que é a depreciação cambial. Com ela, uma parte da competitividade perdida pela indústria poderá ser recuperada, elevando os seus lucros e favorecendo o aumento dos investimentos. Mas, para que a competitividade seja recomposta, é preciso que a depreciação do câmbio nominal influencie predominantemente o câmbio real, e não simplesmente o aumento da inflação.
Isto requer que a depreciação do câmbio nominal seja seguida da austeridade nas políticas fiscal e monetária, e na medida em que o governo continuar tímido no uso do instrumento fiscal, a carga terá de ser suportada pela taxa de juros. A recusa em seguir este caminho trará como conseqüência uma inflação persistentemente mais elevada e crescimento econômico medíocre.
 * ECONOMISTA E EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL

Ja que estamos falando de reformas, as minhas propostas - Paulo Roberto de Almeida

Um leitor habitual, e generoso, deste blog (e de meus blogs anteriores, também), vem me lembrar de um antigo texto meu -- vejam vocês, foi postado como item 43, no meu primeiro blog -- tratando das reformas de que o Brasil necessita.
Não retiro nada do que escrevi, e provavelmente acrescentaria outras reformas mais, num sentido mais radical.
Atenção, meu conceito de "reforma política" não tem absolutamente nada a ver com o que pretendem os partidos, atualmente, e eu nem insistiria nesse tipo de reforma, pois acho inútil, impossível, e se for feita vai contra tudo aquilo que penso. Melhor deixar de lado.
A reforma política a que me refiro é uma limpeza completa na Constituição, um monstrengo que está atrasando o Brasil. Vou escrever a respeito.
Por enquanto, fiquem com a "hora da saudade", nem tão saudade assim, uma vez que nada se fez, e tudo está para ser feito...
Paulo Roberto de Almeida

Blog Paulo Roberto de Almeida

TERÇA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2005

43) Uma proposta modesta: a reforma do Brasil


Monteiro Lobato, num de seus livros da série do Sítio do Pica-Pau Amarelo, atribuiu a Emília a tarefa de fazer uma "reforma da Natureza": coisa de corrigir alguns mal-feitos do Criador, e consertar o que parecia errado aos olhos de retrós de uma boneca de pano. Mas ele também tentou "consertar o Brasil" várias vezes, chegando até a enfrentar prisão devido algumas de suas sugestões.
Não creio que eu corra o mesmo risco agora; provavelmente vou receber apenas sorrisos condescendentes.
Em todo caso, dou primeiro o meu diagnóstico (muito rápido), depois um pequeno receituário, também rápido e rasteiro, já que nenhuma dessas tarefas será empreendida anytime soon...

Uma proposta modesta: a reforma do Brasil
Paulo Roberto de Almeida

Prolegômenos:
Não creio que o Brasil necessite, tão simplesmente, de uma mera reforma econômica. Ele precisa, sobretudo, de várias reformas estruturais, a começar pelo terreno político, onde se encontra a chave para a resolução dos muitos problemas que explicam o nosso baixo desempenho econômico.

Primeira parte - O Diagnóstico

1. Constituição intrusiva demais, codificando aspectos de detalhe que deveriam estar sendo regulados por legislação ordinária.

2. Estado intrusivo, despoupador, perdulário, disforme e pouco funcional para as tarefas do crescimento econômico.

3. Legislação microeconômica (para o ambiente de negócios e para a regulação das relações trabalhistas) excessivamente intrusiva na vida dos cidadãos e das empresas, deixando pouco espaço para as negociações diretas no mercado de bens, serviços e de trabalho.

4. Preservação de monopólios, cartéis e outras reservas de mercado, com pouca competição e inúmeras barreiras à entrada de novos ofertantes.

5. Reduzida abertura externa, seja no comércio, seja nos investimentos, seja ainda nos fluxos de capitais, gerando ineficiências, preços altos, ausência de competição e de inovação.

6. Sistemas legal e jurídico atrasado e disfuncional, permitindo manobras processualísticas que atrasam a solução de controvérsias e criam custos excessivos para as transações entre indivíduos.

Segunda parte - A Reforma

1. Reforma política, a começar pela Constituição: seria útil uma “limpeza” nas excrescências indevidas da CF, deixando-a apenas com os princípios gerais, remetendo todo o resto para legislação complementar e regulatória. Operar diminuição drástica de todo o corpo legislativo em todos os níveis (federal, estadual e municipal), retirando um custo enorme que é pago pelos cidadãos; Proporcionalidade mista, com voto distrital em nível local e alguma representação por lista no plano nacional, preservando o caráter nacional dos partidos.

2. Reforma administrativa com diminuição radical do número de ministérios, e atribuições de diversas funções a agências reguladoras. Privatização dos grandes monstrengos públicos que ainda existem e são fontes de ineficiências e corrupção, no setor financeiro, energético, e outros; fim da estabilidade no serviço público.

3. Reforma econômica ampla, com diminuição da carga tributária e redução das despesas do Estado; aperto fiscal nos “criadores de despesas” irresponsáveis que são os legislativos e o judiciário; reforma microeconômica para criar um ambiente favorável ao investimento produtivo, ao lucro e para diminuir a sonegação e a evasão fiscal.

4. Reforma trabalhista radical, no sentido da flexibilização da legislação laboral, dando maior espaço às negociações diretas entre as partes; extinção da Justiça do Trabalho, que é uma fonte de criação e sustentação de conflitos; Retirada do imposto sindical, que alimenta sindicalistas profissionais, em geral corruptos.

5. Reforma educacional completa, com retirada do terceiro ciclo da responsabilidade do Estado e concessão de completa autonomia às universidades “públicas” (com transferência de recursos para pesquisa e projetos específicos, e os salários do pessoal remanescente, mas de outro modo fim do regime de dedicação exclusiva, que nada mais é do que um mito); concentração de recursos públicos nos dois primeiros níveis e no ensino técnico-profissional.

6. Abertura econômica e liberalização comercial, acolhimento do investimento estrangeiro e adesão a regimes proprietários mais avançados.
Brasília, 15 de dezembro de 2005.

Cronica do racismo ordinario, por um politico italiano ordinario (sim, ainda existe gente desse tipo)

Apenas reproduzindo, pois dispensa qualquer comentario, à exceção do já feito no título deste post.
Paulo Roberto de Almeida

Roberto Calderoli is condemned after speech in which he also said Cécile Kyenge should work as minister 'in her country'
Lizzy Davies in Rome
The Guardian, Sunday 14 July 2013

The Italian prime minister, Enrico Letta, has condemned as unacceptable comments made by a senior rightwing senator in which he suggested the country's first black government minister had "the features of an orangutan".
Cécile Kyenge, an eye surgeon who was born in the Democratic Republic of the Congo but has Italian citizenship, has faced repeated racial slurs and threats since being appointed minister for integration by Letta in April.
She was once again on the receiving end of grossly offensive comments on Saturday when Roberto Calderoli, a former minister under Silvio Berlusconi and senate vice-president of the Northern League, told a rally in the northern town of Treviglio that Kyenge would be better off working as a minister "in her country".
According to the Corriere della Sera, which reported the event, he added: "I love animals – bears and wolves, as is known – but when I see the pictures of Kyenge I cannot but think of the features of an orangutan, even if I'm not saying she is one."
The remark provoked horror from the rest of the Italian political class, especially in Kyenge's centre-left Democratic party. In a statement, Letta said the remarks were unacceptable. "Full solidarity and support to Cécile," he added.
Asked about the comments, Kyenge said it was not up to her to call on Calderoli to resign, but hoped all politicians would "reflect on their use of communication". "I do not take Calderoli's words as a personal insult but they sadden me because of the image they give of Italy," she told the Ansa news agency.
Ever since she was made minister in Letta's fractious grand coalition government, Kyenge, 48, has been the target of much criticism from the League. Some of it has been directed at her policies, particularly her desire to change a harsh citizenship law to make it easier for Italian-born children of foreigners to gain full nationality before they are 18.
But some of it has been very personal and vitriolic. Mario Borghezio, a member of the European parliament for the League, said in April that Kyenge wanted to "impose her tribal traditions from the Congo" and branded Letta's coalition a "bongo bongo" government. "She seems like a great housekeeper but not a government minister."
In June a local councillor for the League was ejected from the party after she posted a message on Facebook suggesting Kyenge should be raped. Referring to an alleged attempted rape in Genoa, Dolores Valandro wrote: "Why does no one rape her, so she can understand what the victim of this atrocious crime felt?"
Asked on Sunday to explain the latest slur, Calderoli insisted he had been joking. "I was speaking at a rally and I made a joke, an unfortunate one perhaps," he told Ansa. "I did not want to cause offence and if Minister Kyenge has been offended I apologise but my joke came in the context of a much broader political speech that criticised the minister and her politics."
This is not the first time that the 57-year-old has caused controversy. In 2006 he quit the government after going on television in a T-shirt emblazoned with cartoons of the prophet Muhammad – a move credited with inspiring deadly riots outside the Italian consulate in Libya.
Later that year, after Italy's football team beat France in the World Cup, he said the opposing side had been made up of "niggers, Muslims and communists". In 2007, he called for a "Pig Day" protest against the construction of a mosque in Bologna.

If you have any questions about this email, please contact the guardian.co.uk user help desk: userhelp@guardian.co.uk.

guardian.co.uk Copyright (c) Guardian News and Media Limited. 2013 Registered in England and Wales No. 908396 Registered office: PO Box 68164, Kings Place, 90 York Way, London N1P 2AP

A queda... e a queda do Mercosul? - Leonardo Vera (Venezuela)

Cabe destacar, antes qualquer outra informação, este trecho:

"[Nicolas Maduro] Llegó a Montevideo como ya acostumbra en sus más recientes giras como Presidente de Venezuela: En un avión de Cubana de Aviación, rodeado de un ejército de guardaespaldas y de una comitiva de centenares de burócratas.
No más llegar a la sede de Mercosur en Parque Hotel, el primer impase se suscito entre su escolta y la policía uruguaya, todo esto frente a reporteros y cámaras de televisión. Los escoltas intentaron tomar las instalaciones e ingresar por un acceso prohibido, la policía uruguaya se mantuvo firme, vetó el ingreso y esto originó la primera ofuscación del encuentro."
Boa sorte nos próximos encontros.
Paulo Roberto de Almeida 

Leonardo Vera: Venezuela y la Cumbre Mercosur

Mercosur: Espacio Regional de Incertidumbres

Infolatam
Caracas, 14 julio 2013
Por LEONARDO V. VERA

(Especial Infolatam).- Nicolas Maduro, asume no sin contratiempos y desafíos, la Presidencia Pro Tempore de Mercosur. La asume en un momento por lo demás crítico para la alianza que ya cumple 22 años desde la firma del Tratado de la Asunción. Llegó a Montevideo como ya acostumbra en sus más recientes giras como Presidente de Venezuela: En un avión de Cubana de Aviación, rodeado de un ejército de guardaespaldas y de una comitiva de centenares de burócratas.
No más llegar a la sede de Mercosur en Parque Hotel, el primer impase se suscito entre su escolta y la policía uruguaya, todo esto frente a reporteros y cámaras de televisión. Los escoltas intentaron tomar las instalaciones e ingresar por un acceso prohibido, la policía uruguaya se mantuvo firme, vetó el ingreso y esto originó la primera ofuscación del encuentro.
Durante el primer día los presidentes de los cuatro países activos del acuerdo se reunieron por casi tres horas. De ahí sólo tres decisiones políticas merecen ser destacadas. La primera condenando en forma unánime el percance sufrido por Evo Morales en Europa el pasado día 2 de julio, cuando su vuelo fue obligado a aterrizar en Viena, debido a la negativa de las autoridades de Francia, Italia, Portugal y España de permitir el paso aéreo por sus jurisdicciones. En ese sentido los Presidentes acordaron llamar a consulta a sus embajadores en estos países.
La segunda, condenando las acciones, cada vez más evidentes, de “espionaje cibernético” conducidas por el gobierno de los Estados Unidos y solicitando la suspensión de éstas prácticas.La tercera, correspondió al anuncio de asumir la incorporación de Paraguay como miembro pleno y activo en los órganos del Mercosur (a partir del 15 de Agosto), valorando positivamente las elecciones en ese país y considerando al mismo tiempo cumplidos los requisitos establecidos en el artículo 7 del Protocolo de Ushuaia.
Es en éste último punto donde la tensión no ha disminuido. Aunque Paraguay no fue invitado a las deliberaciones, el Canciller paraguayo, Fernández Estigarribia, se refirió de inmediato al levantamiento de la sanción política y señaló que con Venezuela a la cabeza del bloque, se complica el regreso de Paraguay, ya que el Congreso de su país no aceptó en su momento la inclusión del país caribeño. Es decir, desde la perspectiva del gobierno saliente de Paraguay, Venezuela y Maduroejercen ilegítimamente la presidencia del bloque.
Pero desde la perspectiva del gobierno entrante también hubo pronunciamiento y las pocas horas el presidente electo de Paraguay, Horacio Cartes, descartó la incorporación al Mercosur tras manifestar que el ingreso de Venezuela y la entrega de la Presidencia Pro Tempore a Nicolás Maduro, no se ajusta a los tratados internacionales firmados por los socios fundadores. Cartes no pudo ser más claro y preciso al señalar: “Las características jurídicas del ingreso de Venezuela como miembro pleno al Mercosur, en julio del 2012, no han sido subsanadas conforme a las normas legales… El derecho concerniente, internacional y nacional, debe ser reconocido, respetado y cumplido, tal como se ha acordado”.
La realidad es que las ventas dentro del propio Mercosur han descendido sensiblemente (7% en 2012)
La realidad es que en cierto sentido la cumbre ha perdido una vez más un momento valiosísimo. Más allá de estas polémicas en la intimidad política del bloque, y de las declaraciones y formulas de denuncia a los oídos del mundo, un conjunto de problemas económicos y comerciales asechan el desempeño de Mercosur y obstaculizan el avance de la integración en su seno. Ni una mención a estos problemas hubo en el encuentro. Tampoco un detalle sobre la naturaleza de los desafíos. Pero los problemas y los desafíos están allí.
Evidencia de que algo no está funcionando al interior del bloque resulta de comparar la evolución que han tomado los flujos comerciales en otros bloques de la región. Al tiempo que las exportaciones de la Comunidad Andina en 2012 crecieron 5,1%, las del Mercado Común Centroamericano 5,5%, y las de México en 6,3%, las de Mercosur cayeron 2,2%. Cierto es que los países miembros de Mercosur encaran sus propias dificultades internas, y que la situación europea, hacia donde existe una concentración importante del comercio, ha significado una merma en las exportaciones del bloque, pero ¿no se supone en esta circunstancia que el comercio intra-regional debe constituirse como un mecanismo compensatorio?
La realidad es que las ventas dentro del propio Mercosur han descendido sensiblemente (7% en 2012). De hecho, después de la caída en las ventas a Europa (en crisis) lo que más ha caído son las ventas intra-mercosur: el reflejo de medidas restrictivas unilaterales, retaliaciones en la demora de licencias, restricciones en frontera por regulaciones. En fin, como bien señaló Pepe Mujica en alguna oportunidad, “Mercosur es una mala unión aduanera”.
Uno de los más importantes desafíos del Mercosur es la necesidad de que pueda moverse en una matriz de intereses comunes. Quien observa la evolución del bloque, notará que las motivaciones de cada país a menudo han estado atadas a los intereses de gobiernos de turno y por lo tanto el bloque sufre de frustraciones y malos entendimientos. Este argumento puede ilustrarse con ejemplos simples pero reveladores. En los años noventa la participación brasileña en el Mercosur estuvo movida más por consideraciones estratégicas de negociación internacional que por razones puramente comerciales de alcance regional. En parte esto explica la inclinación brasileña hacia una forma de integración del tipo “unión aduanera”, en oposición a un área de libre comercio.
En el año 2012 cuando Hugo Chávez decide aceptar la entrada de Venezuela en el acuerdo, la economía venezolana se encontraba (y se encuentra) en una de las peores condiciones para encarar los desafíos de un acuerdo de éste tipo. Con una tasa de cambio fija y sobrevaluada con respecto al dólar (en más de 100 por ciento), con un parque industrial en desmantelación y sin ventaja competitiva alguna, con una caída en las exportaciones no tradicionales de más de 50% en sólo dos años y con un sector agrícola arruinado por las malas políticas y la expropiación de más de 4 millones de hectáreas de tierra, Venezuela no está en capacidad de beneficiarse en forma alguna de las facilidades de Mercosur, y por el contrario, ahora avanza hacia una simple relación de intercambio de petróleo por espejitos ¿Qué buscaba afanosamente Hugo Chávez en Mercosur? Influencia geopolítica sobre la región con la expansión de un proyecto político sobre el bloque que consideraba más permeable.
Sin una matriz común de intereses que vaya más allá de las simpatías políticas y sin una adecuada combinación de flexibilización de sus instrumentos y reglas con la aceptación de sus países miembros de un mínimo de disciplinas colectivas que estén dispuestos a respetar, el Mercosur puede entrar entonces en una fase de creciente incertidumbre y desintegración, donde prevalecerá el escape unilateral de sus miembros hacia otros espacios de integración más promisorios.

LEONARDO V. VERA. Economista por la Universidad Central de Venezuela, Master en Economía por Roosevelt University, Chicago, Ph.D. en Economía en la University of East London. Ex economista Senior de la Oficina de Asesoría Económica del Congreso, Consultor de la Segunda Vice-Presidencia del Senado, de la Comisión de Energía y Minas del Congreso, de la Oficina de Análisis y Programación Macroeconómica del Ministerio de Finanzas y Director de Investigación Económica de la Pro-Competencia. Ganador del Premio Peltzer en el año 1999. Actualmente es profesor de la Cátedra de Teoría Económica Avanzada y de Macroeconomía de la Escuela de Economía de la UCV, profesor de la Maestría en Teoría y Política Económica de FACES, "Andrés Bello Fellow" de la Universidad de Oxford y Economista Senior de la Unidad de Investigación Económica del Banco Mercantil. Autor del libro "Stabilization and Growth in Latin America: A Critique and Reconstruction for Post Keynesian and Structuralist Perspectives", Palgrave, London, 2000 y de numerosas publicaciones en revistas internacionales arbitradas.
 

A OTAN, nas portas do Brasil? O que vao dizer os militares brasileiros? - Carlos Alberto Montaner

Na verdade, o autor deste artigo, um jornalista muito conhecido, mais preocupado com a Venezuela, sequer toca no Brasil ou no que podem pensar, ou deixar de pensar, seus militares e diplomatas.
Na verdade, já sabemos o que pensam alguns deles, os mesmos que tinha lamentado o Plano Colômbia que os EUA  montaram para ajudar os colombianos a combater os seus narcotraficantes, os terroristas das FARC, aliás aliados dos companheiros. Na época, Bill Clinton até chegou a propor a FHC que o Brasil participasse nesse esforço, o que tem todo sentido, uma vez que a droga dos narcoterroristas também entra, e em parte fica, no Brasil, junto com a do Peru, da Bolívia, etc. FHC declinou gentilmente de participar, pois sabia das debilidades e limitações das FFAA brasileiras, o que pode ter sido um erro, ou pelo menos uma perda de oportunidade.
Agora que a Colômbia deseja aprofundar os laços com a OTAN, o que vão dizer os anti-imperialistas brasileiros?
Vamos ver como reagem aos passos concretos que a Colombia empreender...
Paulo Roberto de Almeida

Colombia, Venezuela, OTAN: “Pa´que se acabe la vaina”

Infolatam
Miami, 9 junio 2013
Por CARLOS ALBERTO MONTANER

(Infolatam).- El presidente Juan Manuel Santos se propone vincular Colombia a la OTAN, aunque sea por la puerta trasera. Me parece una iniciativa responsable.
La OTAN es la más formidable coalición militar de la historia. La creó Harry Truman en 1949 en medio de la Guerra Fría, cuando la URSS experimentaba su peor espasmo imperial. Aunque se llama Organización del Tratado del Atlántico Norte, la institución no toma demasiado en serio esa circunstancia geográfica. Italia, Grecia o Turquía radican en otro vecindario y forman parte del acuerdo.
En realidad, la OTAN no surgió para hacer la guerra, sino para evitarla. Truman, que leía a los clásicos y amaba la historia, solía repetir la frase latina: si vis pacem, para bellum. Si quieres la paz, prepárate para la guerra. Eso fue lo que hizo. Estaba bajo la influencia del pensamiento estratégico del joven diplomático George Kennan. Había que contener a la URSS, sin desatar otra guerra mundial, hasta que las contradicciones del colectivismo, la ineficiencia y la opresión la hicieran implosionar. Demoró unas cuantas décadas, pero sucedió.
Juan Manuel Santos tiene buenas razones para proteger a su país de los peligros potenciales de una guerra regional. Nicolás Maduro acaba de anunciar la creación de una milicia obrera de dos millones de soldados. Quiere fabricar uno de los mayores cuerpos armados del planeta. Es perfectamente lógico que sus vecinos se asusten. Esto se suma a las decenas de aviones de combate, tanques de guerra y sofisticados equipos antiaéreos que Venezuela lleva años acumulando. Armas, todas, que no son las adecuadas para mantener el orden interno ni enfrentarse a un enemigo local. Son equipos diseñados para librar guerras convencionales, presumiblemente contra otros países.
Hay una norma de oro que suele regular el modus operandi de las Fuerzas Armadas: “la forma define la función”. Cuando crecen, se desbordan y se hacen muy peligrosas. El momento en que el régimen cubano, con el apoyo soviético, pudo construir el ejército más poderoso de América Latina, se lanzó a las aventuras africanas y allí estuvo entre 1975 y 1990: la más larga operación militar internacional en la que ha participado un cuerpo militar de América (incluido Estados Unidos).
La manera más económica que tiene Colombia de impedir que Venezuela la arrastre a una guerra, como en el pasado amenazó Hugo Chávez, que hasta llegó a ordenar públicamente a sus generales que movieran los tanques y la artillería hasta la frontera, es colocarse bajo la protección simbólica de la OTAN.
Las otras dos opciones son peores. Una de ellas sería no hacer nada y arriesgar a la sociedad colombiana a un conflicto bélico, precisamente por la indiferencia del Estado ante un riesgo real. La otra, consistiría en iniciar una costosísima carrera armamentística que desangraría al país. Ya Colombia, como consecuencia de las acciones de las narcoguerrillas comunistas, es el país de América Latina que más recursos gasta en asuntos bélicos con relación a su PIB (un 3.8%). ¿Para qué invertir más dinero en ese campo cuando las necesidades de la sociedad son inmensas?
La OTAN tiene este disuasivo efecto benéfico. En general, evita las guerras. A lo que puede agregarse un factor pedagógico: induce un mejor comportamiento en los militares y, en cierta medida, genera una mayor subordinación a los gobiernos civiles. Por lo menos, eso fue lo que supuso el socialista español Felipe González cuando propició la asociación permanente de su país al organismo. Lo hizo en el referéndum convocado por su gobierno en 1986, pese a su rechazo original de 1981, cuando estaba en la oposición.
Evo Morales ha dicho que la iniciativa de Santos es una amenaza para su país. Pero Morales también aseguró que el Imperio Romano había atacado a Bolivia. Frente a Evo hay que recordar la cumbia de Carlos Vives: “¿Qué cultura va a tener, si nació en los cardonales?”. Moralito es así. Hay que entrar en la OTAN “pa´que se acabe la vaina”.

China reduz papel do Estado e fortalece setor privado: o que vao dizer os companheiros?

Os companheiros, que são muito néscios nessas matérias econômicas, costumam citar a China como exemplo de economia de sucesso que combina um grande papel do Estado, como força diretora e propulsora da economia como um todo, embora a China seja, sob vários aspectos, mais capitalista do que o Brasil, e bem mais aberta.
Agora eles correm o risco de ficar órfãos nas suas recomendações de política econômica.
Que pena...
Paulo Roberto de Almeida

The New York Times, May 24, 2013

China Plans to Reduce the State’s Role in the Economy



SHANGHAI — The Chinese government is planning for private businesses and market forces to play a larger role in its economy, in a major policy shift intended to improve living conditions for the middle class and to make China an even stronger competitor on the global stage.
In a speech to party cadres containing some of the boldest pro-market rhetoric they have heard in more than a decade, the country’s new prime minister, Li Keqiang, said this month that the central government would reduce the state’s role in economic matters in the hope of unleashing the creative energies of a nation with the world’s second-largest economy after that of the United States.
On Friday, the Chinese government issued a set of policy proposals that seemed to show that Mr. Li and other leaders were serious about reducing government intervention in the marketplace and giving competition among private businesses a bigger role in investment decisions and setting prices. Whether Beijing can restructure an economy that is thoroughly addicted to state credit and government directives is unclear. But analysts see such announcements as the strongest signs yet that top policy makers are serious about revamping the nation’s growth model.
“This is radical stuff, really,” said Stephen Green, an economist at the British bank Standard Chartered and an expert on the Chinese economy. “People have talked about this for a long time, but now we’re getting a clearly spoken reform agenda from the top.”
China’s leaders are under greater pressure to change as growth slows and the limitations of its state-led, investment-driven economy are becoming more evident. This month, manufacturing activity contracted for the first time in seven months, according to an independent survey by HSBC. Economists are lowering their growth forecasts and weighing the risks associated with high levels of corporate and government debt that have built up over the last five years.
“There are quite a number of messages coming from these new leaders,” said Huang Yiping, chief economist for emerging Asia at the British bank Barclays. “They realize that if we continue to delay reforms, the economy could be in deep trouble.”
The broad proposals include expanding a tax on natural resources, taking gradual steps to allow market forces to determine bank interest rates and developing policies to “promote the effective entry of private capital into finance, energy, railways, telecommunications and other spheres,” according to a directive issued on the government’s Web site. “All of society is ardently awaiting new breakthroughs in reform,” the directive said.
Foreign investors will be given more opportunities to invest in finance, logistics, health care and other sectors. For years, Western governments, banks and companies have complained that the China government has impeded foreign investment in banking and other service industries, despite promising to open up. The latest directive, however, did not give details about the specific changes to foreign investment rules that policy makers in Beijing have in mind.
China’s leaders are also promising to loosen foreign exchange controls, changes that are likely to reduce price distortions in the economy and allow the market to determine the value of the Chinese currency, the renminbi. On Friday, the central bank, the People’s Bank of China, issued a statement that repeated such vows.
The push does not signal the end of big government in China. The Communist Party, experts say, is unlikely to abandon the state capitalist model, break up huge, state-run oligopolies or privatize major sectors of the economy that the party considers strategic, like banking, energy and telecommunications.
Beijing seems to be pressing ahead because it has few alternatives. The economy has slowed this year because of fewer exports to Europe and the United States and slower investment growth. Rising labor costs and a strengthening currency have also reduced manufacturing competitiveness.
China’s leaders, including a group of pro-market bureaucrats who seem to have gained in the leadership shuffle this year, seem to think that more government spending could worsen economic conditions and that the private sector needs to step in.
China is also facing significant changes in its demographics and drivers of economic growth. The population is rapidly aging, and the number of young people entering the work force has begun to decline. Those shifts are forcing China to upgrade its industrial operations and compete using something other than inexpensive goods and low-cost labor, analysts say.
Nicholas R. Lardy, a senior fellow at the Peterson Institute for International Economics and an authority on the Chinese economy, said government controls on interest rates, the exchange rate and the price of energy had resulted in a huge misallocation of capital and unbalanced growth. “These reforms would raise household income and reduce savings, providing a double-barreled boost to private consumption,” Mr. Lardy said.
To succeed, China’s leaders will have to fend off powerful interest groups, as well as corrupt officials who have grown accustomed to using their political power to enrich themselves and their families through bribes and secret stakes in companies.
The previous administration, led by President Hu Jintao and Prime Minister Wen Jiabao, also promised to deepen economic overhauls and strengthen the private sector. But analysts say they lacked the political clout needed to succeed. During their two five-year terms, the state’s role in the economy actually expanded.
The new leaders, who took office in March after a once-in-a-decade leadership transition, seem more determined to change course. In his speech this month, delivered to party officials nationwide by teleconference, Mr. Li, the prime minister, said, “If we place excessive reliance on government steering and policy leverage to stimulate growth, that will be difficult to sustain and could even produce new problems and risks.”
“The market is the creator of social wealth and the wellspring of self-sustaining economic development,” he said.
He spoke of deregulation and slimming down the role of government.
“Li Keqiang thinks like an economist,” said Barry J. Naughton, a professor of Chinese economy at the University of California, San Diego. “He wants the government to get out of the way.”
Chris Buckley reported from Hong Kong.

domingo, 14 de julho de 2013

O Ocidente, o resto e o mundo de ninguem - book review, Charles A. Kupchan

Book review

Charles A. Kupchan:
No one’s world: the West, the rising rest and the coming global turn
New York and Oxford: Oxford University Press. 2012. 272pp. 
Index. £16.99. isbn 978 0 19973 939 4. Available as e-book.

What will replace the western world order once the United States is no longer capable of exercising global leadership? Will China’s rise be ‘unpeaceful’ and prove to be disruptive, as John Mearsheimer argues, or will rising powers support today’s system that is ‘easy to join and hard to overturn’, as G. John Ikenberry predicts? Who will rule the world once the United States’ reign ends, and what will such a world look like? Is it a ‘post-American world’, a ‘Chinese world’, or simply a western world order under non-western leadership?
Rejecting such predictions, Charles Kupchan predicts that tomorrow’s world will ‘belong to no one’. Before elaborating on this claim, the author briskly moves through centuries of history to explain why the West was quickly able to develop economically and leave other, traditionally successful, regions behind, thus initiating western global dominance. While the world had historically been compartmentalized, with each region operating according to culturally particular and exclusive principles, the author argues that Europe’s rise helped create one single global system: as European powers conquered the world, ‘they also exported European conceptions of sovereignty, administration, law, diplomacy, and commerce’ (p. 65)—thus creating what we now call the ‘western world order’.
Kupchan writes that ‘remaking the world in its own image was perhaps the ultimate exercise of Western power’ (p. 66). The West’s capacity to define modernity caused generations of non-western thinkers to argue about whether there was a difference between modernization and westernization. Kupchan shows that in a few decades, at least three BRIC countries will be among the world’s five leading economies, and he predicts that there will be multiple versions of modernity. Not only do the characteristics of Brazil’s, India’s and China’s rise differ markedly from Europe’s, but their cultural DNA is different, too, he argues. This is hardly news; the author fails to explain how internal peculiarities affect countries’ strategy vis-àvis the global system. His assertion that ‘much of Latin America has been captivated by left-wing populism’ and that this represents ‘an alternative to the West’s brand of liberal democracy’ is controversial (p. 90). What exactly are the characteristics of the ‘West’s brand of liberal democracy’? Is Brazil’s democratic system fundamentally different from, say, Portugal’s?


Anton Antonov-Ovseyenko: obituario por Anne Applebaum (WP)

Recomendo a leitura do livro desta historiadora sobre o Gulag, já traduzido e publicado no Brasil, para os que ainda se pretendem simpáticos ao socialismo soviético.
Segundo esse extraordinário autor, o stalinismo foi "gangsterism enthroned." Nada mais correto.
Conhecemos um pouco do gangasterismo no poder, também por aqui...
Paulo Roberto de Almeida

Anton Antonov-Ovseyenko, historian and survivor of Stalin’s gulag, dies at 93

By 

The Washington Post, July 13, 2013

Anton Antonov-Ovseyenko, a Soviet historian and dissident who survived the gulag under Stalin and in later decades brought new attention to the scope of the regime’s barbarism, died July 9 in Moscow. He was 93.
The cause was a stroke, said Russian scholar Stephen F. Cohen, who played a crucial role in the English-language publication in 1981 of Mr. Antonov-Ovseyenko’s best-known work, “The Time of Stalin: Portrait of a Tyranny.”
“Anton was one of a handful of Soviets who were able and brave enough and resourceful enough to break the silence about the real history of the Soviet Union, which was completely falsified under Stalin,” said Cohen, a professor emeritus at New York University and Princeton University. “He told the truth as he knew it, the uncensored truth of the Stalin era.”
Anton Vladimirovich Antonov-Ovseyenko led a life that might be said to mirror the fate of his country.
He was born in Moscow on Feb. 23, 1920, just after the Russian revolution, into a prominent Bolshevik family. His father, Vladimir Antonov-Ovseyenko, was a military commander who in 1917 led the revolutionary assault on the Winter Palace in St. Petersburg and, together with Leon Trotsky, helped create the Red Army.
A founding member of the Soviet state, Vladimir Antonov-Ovseyenko later served as adviser and arms supplier to the anti-fascists during the Spanish Civil War.
In the 1930s, the Antonov-Ovseyenko family fell victim to Stalin’s purge of the Soviet Communist Party and in particular to his persecution of “Old Bolsheviks” — who might challenge his claim to power — and their relatives.
Mr. Antonov-Ovseyenko was 16 when his mother committed suicide in prison and 18 when his father was executed.
In 1940, when he was 20 years old, Mr. Antonov-Ovseyenko was himself arrested after he refused to denounce his father as an “enemy of the people.” He spent most of the subsequent 13 years imprisoned in Soviet jails and concentration camps, including Butyrka, one of the most notorious Moscow prisons, and Vorkuta, a mining camp above the Arctic Circle, where he suffered from illnesses caused by malnutrition.
In a 2011 interview with the Public Radio International program “The World,” Mr. Antonov-Ovseyenko said criminal gangs were common in the gulag, but they treated him better than other prisoners because of his ability to recite stories and poems.
“And I was expected to do this after a while,” he said. “So I always enjoyed this special status. But of course thieves are thieves. They can still steal from you even if they like your stories.”
After Stalin’s death in 1953, Mr. Antonov-Ovseyenko was released. He sought obscurity and settled in what was then the Soviet republic of Georgia. But despite poor vision — his eyes were ruined in the labor camps, and he needed special assistance to read and write — he began to chronicle the fate of his father’s generation, and of his own.
Thanks to family and friends who had old Communist Party connections, he eventually gained access to documents and records that were not at that time available to historians, let alone to the general public.
His father’s status as an “Old Bolshevik” gave him access to people and witnesses who would not have trusted others. Among other things, he had access to material produced by Stalin’s successor, Nikita Khrushchev, who conducted a secret inquiry into Stalin’s life and reign in 1954.
Mr. Antonov-Ovseyenko’s first book, published under a pseudonym during the short-lived political “thaw” after Stalin’s death, was a sympathetic biography of his father. But his best-remembered work, “The Time of Stalin,” written in the 1960s and ’70s, was never officially published in the Soviet Union.
Instead, it was smuggled out of Moscow by Cohen, whose biography of Nikolai Bukharin, a founding father of the Soviet state, won him trust among an inner circle of anti-Stalin, post-gulag intellectuals that included Mr. Antonov-Ovseyenko.
In an interview, Cohen recalled first meeting him: “He was like something out of Dostoyevsky — half-blind, wiry, lean and embattled. He challenged me to chin-ups equal to my age. I did 1, and he did 82.”
Mr. Antonov-Ovseyenko’s book about Stalin first appeared in Russian in 1980 and then in English. Writing in the New York Times, journalist Harrison E. Salisbury called it “an extraordinary endeavor” and “a milestone toward the understanding of three-quarters of a century of Russian trauma.”
“The Time of Stalin” is best described as a biography of Stalin combined with an extended polemic against Stalinism, a political system Mr. Antonov-Ovseyenko defined as “an entire historical epoch during which the vilest and bloodiest kind of evildoing flourished upon this earth. It was gangsterism enthroned.”
The book was one of the first to number the victims of Stalin in the millions, rather than the hundreds or thousands, and it contained many insiders’ stories of life inside Stalin’s Kremlin.
Not every detail of the book has held up to archival research, and the book is very much a product of its era. It shies away from criticizing Vladimir Lenin, for example, who launched the first reign of terror in the Soviet Union.
The book was remarkable — and remarkably brave — for its time, because the author criticized not only Stalin, who was dead, but also his “apologists,” who were very much alive. “I have striven for truthfulness,” he wrote, “there are no fabrications in this book. What would be the need? The truth is horrendous enough.”
The book made Mr. Antonov-Ovseyenko into a political dissident. Upon hearing of its publication, Soviet authorities ordered a day-long search of his Moscow apartment, and he was kept well away from mainstream historians. Russian versions of the book were subsequently smuggled back into the Soviet Union, where they found an avid clandestine readership.
Mr. Antonov-Ovseyenko’s bravery and dedication to truth-telling made him a singular figure during the Soviet era. In his later years, his obstinacy shaded into fanaticism. He quarreled with other historians and fell out with other groups of survivors and activists who also were trying to chronicle the history of Stalinism. Foreign royalties from sales of his book abroad made him relatively well-off, however, which enabled him to function independently.
Survivors include his wife, Yelena Solovarova, and a son, Anton.
In 2001, he founded, almost entirely on his own, the State Museum of the History of the Gulag in Moscow. The project, which opened in 2004, once featured a replica of a barrack from the gulag, kept purposefully chilly, and near it was an interrogators’ room.
The museum received mixed reviews from other survivors and scholars in the former Soviet Union. The museum is poorly funded, not least because Mr. Antonov-Ovseyenko did not cooperate with others in its construction.
Mr. Antonov-Ovseyenko remained committed to the remembrance of Stalin’s crimes until the end of his life. At the age of 87, he attended a ceremony at Bukovo, a vast killing field outside Moscow where his father was murdered along with more than 20,000 other people. In 2010 he told a Radio Liberty interviewer that Russia should have removed the Lenin mausoleum as well as Stalin’s tomb from Red Square long ago.
These were “monuments to a great betrayal,” he said, and should be destroyed.

Applebaum is a columnist and historian whose 2003 book, “Gulag: A History,” won the Pulitzer Prize for nonfiction.