Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Socialismo E Morte: a tragedia bolivariana da Venezuela - Anibal Romero
(Des)Governanca companheira: as seis leis do caos administrativo - Jose Serra
Ineficiência aprendiz e loquaz: 6ª antilei petista
Euroland e centro financeiro londrino: consequencias da saida da GB da UE - John Springford
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Diplomacia companheira vira Miseria da Diplomacia - Demetrio Magnoli
Miséria da diplomacia
Eleicoes 2014: trocando cassinos por votos (e mais 90 milhoes...)
Alerta Total
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Lobby do jogo oferece R$ 90 milhões ao PT para apoiar legalização de cassinos e bingos no Brasil
Politica economica companheira: incompetencia com mentiras - Editorial Estadao
Confissão de incompetência
A Grande Copa Nacional que se aproxima: o futebol da politica... - Milton Simon Pires
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Russia: o novo despotismo em construcao (NYT)
Estes são os nossos aliados nos Brics: os que promovem censura, repressão nos meios de comunicação, ataques a blogueiros independentes ou de oposição, enfim, monopolização do poder político, tudo o que gostariam de fazer no Brasil os companheiros do partido neobolchevique, os leninistas tropicais, frustrados porque até agora não conseguiram fazer o mesmo que seus aliados russos, chineses, bolivarianos, ou seja, totalitários de várias espécies
Russia Quietly Tightens Reins on Web With ‘Bloggers Law’
By NEIL MacFARQUHAR
The New York Times, May 6, 2014
A polarizacao do debate no simplismo e no maniqueismo - Cesar Gandhi e Guilherme Brandao
Todo muro tem dois lados. Posições claramente invertidas na história política brasileira, vemos hoje discursos revolucionários da “direita” e até reacionarismos da “esquerda” – aspas porque atualmente poucos se enquadram perfeitamente nessas nomenclaturas. O debate político é demais salutar e muito bem vindo em termos de se lançar luzes sobre o que queremos ser enquanto nação. Todavia, o que preocupa é a crescente fulanização dos discursos, a superficialidade, o excesso de radicalização, e o voo longe da análise dos crescentes obstáculos e das reais oportunidades nacionais.
O sagrado diálogo está cada vez mais distante.
Fulanização
Se há algo claramente em comum hoje entre a esquerda e a direita no Brasil é, tristemente, o discurso do ódio. A falta de empatia é doentia e os dois grupos se digladiam – e não debatem. Esses discursos são lidos e aplaudidos. Opiniões são formadas. E o pensamento político brasileiro é modelado conforme.
Entretanto, talvez o maior problema dessa rinha de galo seja outro: a fulanização. Atacar o individual é quase sempre o retrocesso no debate e impossibilita o clareamento de soluções: o discurso muda de debatedor para debatedor, é transitório, é raso e se perde no ego de cada um.
A crítica pessoal pode até ser pertinente em alguns casos. Afinal, não daria pra analisar homens públicos, que estão na TV, têm biografias publicadas etc., sem partir para aspectos mais subjetivos. Mas quando o debate se restringe ao embate físico fica claro o desserviço que se presta ao país.
São os “esquerdistas”, os “coxinhas”, os “esquerdopatas”, os “entreguistas” que, ao usarem e abusarem desses termos, infantilizam os bate-bocas e estacionam o desenvolvimento político brasileiro. A criatividade ofensiva não cessa; mas pouco se vê de propostas efetivas, inovadoras, empolgantes para ultrapassar nossos obstáculos como nação.
Na retórica, o nome disso é “envenenamento de poço”. Tememos, porém, que esse poço seja a República Federativa do Brasil, e não fulano ou sicrano.
Superficialidade
A falta de proposições é pulsante nesse UFC à distância. Como esponjas, o grosso dos dois grupos absorve o que pode nas manchetes breves dos grandes veículos e se armam com analises alheias rápidas. Pouco se vê em aprofundamento nos grandes temas, e menos ainda em oferta de alternativas. Os canais de comunicação – os tradicionais e os novos – têm grande responsabilidade nesse ponto.
A modernização da administração pública, um salto de qualidade na educação, um sistema de saúde digno, a transfiguração da nossa mobilidade pública do século XXI, são alguns dos temas urgentes que estão a anos-luz do embate rasteiro que hoje se vê. É mortificante assistir a discussões estéreis que, além de ofensas pessoais e saudosismo romântico, passam ao largo de propostas de solução de problemas reais e urgentes.
Quanto mais lançamos nossos olhos, mais parece que a sociedade está se apequenando, se paralisando, se fraudando. Desafios vindos de forma universal para pessoas fragmentadas, binárias, xiitas.
A verdade é que muito além da superficialidade dos debates e da personalização dos conflitos, há desafios titânicos congênitos da República brasileira que não se inserem claramente nas conotações desbotadas da esquerda/direita. Aqui, os intelectuais de cada lado têm falhado.
Temas como sistema de voto proporcional, sistema de governo presidencialista de coalizão, repartição tributária, acesso à cidade e justiça célere são alguns dos pontos fora dos quadrantes estanques. São quase neutros, por isso a maiorias dos nossos intelectuais preferem não cuidar deles. Quem não tem lado, não tem apoio, não tem espaço.
Pontos de conversão: o que há além do muro
Sem pessimismos sombrios, acreditamos que há saída para esse impasse ideológico. Devemos buscar os pontos de contato entre os tais polos. Repetimos: todo o muro tem dois lados. Todo o ponto de vista é a vista de um ponto. Ainda: os desafios do Brasil não são “de lados”. São ambidestros, plurais.
A busca pelo amparo aos incapacitados, a eliminação da pobreza, a equidade competitiva deve ser também uma busca da direita, como já o é para muitos. De igual forma, a esquerda deve visualizar as vantagens da competitividade, da meritocracia, da busca pela eficiência do Estado, os valores da criatividade, inventividade e iniciativa humana. É sonhar demais?
Falamos da miopia de um mundo binário, maniqueísta: esquerda/direita, bem/mal, certo/errado. Falamos da teimosia em se manter em polos enquanto a vida social segue de forma multitudinal, policromática e ambidestra.
Parece urgente falar de alteridade, de visualizar o outro, em 2014?
* César Gandhi e Guilherme Brandão são bacharéis em Direito, funcionários públicos e coordenam, ao lado de Walter Brandão, o projeto Erga Omnes, uma iniciativa de caráter apartidário e voluntário que promove a educação política nas escolas públicas de ensino médio do Distrito Federal.
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