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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Politica economica companheira: entrevista com Marcos Lisboa

Marcos Lisboa:"O retorno ao desenvolvimentismo deu errado"
por Ludmilla Amaral
IstoÉ, 17/07/2014
Ex-secretário de Política Econômica de Lula, Marcos Lisboa classifica o comportamento da economia brasileira de medíocre e diz que o País deve retomar agenda que antecedeu a 2008

Ex- secretário de Política Econômica do governo Lula, o economista Marcos Lisboa avalia o comportamento da economia do País, desde 2009, como "medíocre". "Quando eu digo medíocre é um baixo crescimento, inclusive em comparação com nossos pares no resto do mundo. As dificuldades dos países desenvolvidos têm contaminado os países emergentes, mas nós temos sofrido mais do que os demais", afirmou Lisboa em entrevista à ISTOÉ concedida na terça-feira 15 na sede do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) em São Paulo, entidade da qual ele é vice-presidente. O economista atribui esse cenário, que, segundo ele, afeta o setor de serviços e ameaça o mercado de trabalho, à volta ao velho nacional-desenvolvimentismo dos anos 50 e 70, baseado na intervenção na economia.
 Para caracterizar esse movimento, ele menciona medidas como o aumento das barreiras protecionistas e da concessão de créditos subsidiados por meio dos bancos públicos, em particular o BNDES, e a reintrodução de políticas públicas discricionárias e intervencionistas em diversos mercados. "Apostava-se que ao proteger a economia e com a concessão pelo governo de subsídios e benefícios, que são pagos com nossos impostos, direcionados para esses setores, se estimularia o crescimento da demanda, do consumo e do investimento e se garantiria a aceleração do crescimento econômico. Má notícia: não funcionou", lamentou.

ISTOÉ -  As perspectivas quanto à economia brasileira não são positivas. A inflação está em alta e o crescimento muito aquém das expectativas. Como o sr. analisa esse cenário?
 MARCOS LISBOA - A economia brasileira tem tido um comportamento medíocre nos últimos anos. Quando eu digo medíocre é um baixo crescimento, inclusive em comparação com nossos pares no resto do mundo. O Brasil tem crescido menos do que a média do mundo e menos do que os países comparáveis.  Apesar da crise nos países desenvolvidos, os emergentes como Chile, Colômbia, Peru e mesmo outros países desenvolvidos, como Austrália e Nova Zelândia, têm conseguido manter taxas mais elevadas de crescimento que a economia brasileira. Em particular, a indústria no Brasil sofreu muito nos últimos anos. Até recentemente, no entanto, o setor de serviços no Brasil ainda apresentava um bom desempenho com crescimento robusto, o que garantia a geração de empregos. A má notícia é que recentemente o setor de serviços também começou a demonstrar sinais de enfraquecimento, ameaçando o mercado de trabalho.
ISTOÉ -  A que o sr. atribui isso?
 MARCOS LISBOA - As dificuldades dos países desenvolvidos têm contaminado os países emergentes, mas nós temos sofrido mais do que os demais. Então, existem dificuldades que são específicas da economia brasileira. Nós estamos abaixo, inclusive, da média de crescimento da América Latina. E o Brasil é grande na América Latina. Então, nós estamos puxando a média de crescimento para baixo. Quando analisamos os dados, verificamos que o Brasil estava até os anos de 2008/2009 com um crescimento muito maior do que no passado, chegando a pouco mais de 4%, e isso estava associado ao maior crescimento da produtividade. Com os mesmos recursos, a economia brasileira produzia mais do que antes. Infelizmente, a partir de 2008/2009 a produtividade da economia brasileira declinou.
 ISTOÉ -  Por que a economia brasileira apresentou essa queda?
 MARCOS LISBOA - Esse período de 2008/2009 marca uma significativa inflexão da política econômica no Brasil. O País até 1990 era uma economia fechada, com uma série de restrições ao comércio exterior, muito protegida da concorrência internacional, com forte desequilíbrio fiscal. Isso tudo se traduzia na alta inflação. A partir da década de 90, a economia brasileira entrou em uma agenda de profundas transformações: equilíbrio fiscal, ou seja, acertou as contas públicas, cujo grande passo é a Lei de Responsabilidade Fiscal. A abertura da economia permitiu importar bens de consumo, bens de produção e máquinas. E veio a estabilização dos preços. 
 ISTOÉ -  Qual foi a importância do Plano Real nessa mudança?
  MARCOS LISBOA - O Plano Real conseguiu depois de tanto tempo garantir um nível de inflação compatível com o dos demais países e, do ponto de vista institucional, uma série de reformas modernizando as relações do Estado com o setor produtivo. Essa agenda passou pelo governo Fernando Henrique e foi até o início do segundo mandato de Lula. A partir de 2007/2008, mas sobretudo de 2009 para cá, houve um retorno ao antigo nacional-desenvolvimentismo.
 ISTOÉ -  Como o sr. vê esse retorno?
 MARCOS LISBOA - Há um aumento das barreiras protecionistas, da concessão de créditos subsidiados por meio dos bancos públicos, em particular o BNDES, e a reintrodução de políticas públicas discricionárias e intervencionistas em diversos mercados. Isso é um pouco a volta ao velho nacional-desenvolvimentismo dos anos 50 e dos anos 70, baseado na intervenção na economia. Há uma crítica frequente de que o governo fez um modelo baseado no consumo. Acho injusta essa crítica ao governo. O governo tem um diagnóstico de que o desenvolvimento parte da proteção, do estímulo e da concessão de benefícios e estímulos da demanda. E o governo destinou uma grande parte de recursos ao investimento. Basta olhar o que aconteceu com os recursos do BNDES nesse período, por exemplo, entre 2007 e o começo de 2011. O problema é que deu errado. O investimento não reagiu na proporção com que os recursos foram concedidos. Agora, essa não foi uma agenda apenas do governo. Essa agenda foi defendida por muitas lideranças do setor privado. Apostava-se que ao proteger a economia e com a concessão pelo governo de subsídios e benefícios, que são pagos com nossos impostos, direcionados para esses setores, se estimularia o crescimento da demanda, do consumo e do investimento e se garantiria a aceleração do crescimento econômico. Má notícia: não funcionou. 
 ISTOÉ -   É possível voltar atrás? 
 MARCOS LISBOA - Acho que retomar aquela agenda prévia de 2008 é uma parte importante desse processo. Os trabalhos acadêmicos indicam, por exemplo, que quando você inicia um processo cuidadoso de abertura da economia, há aumento na competição e também no acesso a bens de capital e insumos tecnologicamente mais eficientes. Trabalhos acadêmicos mostram também como a produtividade da indústria aumentou na década de 90 pelo acesso a bens de capital. Uma agenda importante é a que estabeleça justiça econômica e simplificação. Também temos que voltar a fortalecer o Estado. Nos últimos anos a gente enfraqueceu o Estado em favor da discricionariedade do governo. É preciso voltar a fortalecer as agências reguladoras. 
 ISTOÉ – E as políticas públicas? Não acha que é preciso qualificá-las?
 MARCOS LISBOA - Sem dúvida. Certamente outra agenda importante é a da qualidade da política pública. A política social brasileira até 88 estava delegada a um plano inferior. Por exemplo, a educação nunca foi prioridade no Brasil até 88, tal como boa parte da política social, ao contrário de outros países. Para se ter uma ideia, em 1960 o Brasil era quase três vezes mais rico que a Coreia e, no entanto, 20 anos depois, a Coreia ficou tão rica quanto o Brasil e hoje apresenta indicadores de educação impressionantemente superiores. Isso não vale só para a Coréia. Se compararmos com nossos vizinhos, o Brasil destoa deles pelos baixos indicadores de educação. E não à toa o Brasil apresenta uma realidade desigual de renda. E isso está associado à desigualdade dos indicadores de escolaridade.
 ISTOÉ -  Nos últimos 25 anos aumentamos muito o investimento em educação. Mas por que nossos indicadores ainda estão defasados em relação a nações vizinhas e a outros países em desenvolvimento?
 MARCOS LISBOA - Felizmente, o Brasil mudou, em parte. A partir de 1988 começou a destinar mais recursos para a área social. Em particular na educação, o Brasil conseguiu massificar o ensino fundamental e isso foi um avanço. Ainda há um desafio no ensino médio, mas resta, sobretudo, um desafio na qualidade da educação. A nossa educação ainda é de baixa qualidade. Com a descentralização da política de educação, ela passou a ser de responsabilidade tanto do governo federal como do estadual e do municipal. E nós sabemos hoje, com alguns dados disponíveis, que alguns governos foram muito bem-sucedidos em melhorar a qualidade da educação. Sobral, por exemplo, no Ceará, conseguiu melhorar seus indicadores de qualidade de educação em menos de uma década e hoje tem indicadores melhores que São Paulo gastando muito menos. Parece que não tem muita magia aqui. O segredo é boa gestão.
 ISTOÉ -  O que seria uma boa gestão para melhorar a qualidade de educação, na  opinião do sr.?
 MARCOS LISBOA - Primeiro, avaliação, independentemente de resultado. Não pode o próprio gestor avaliar a qualidade daquilo que ele fez. É preciso ter órgãos independentes avaliando, aplicando provas, para saber quanto o aluno aprendeu, quem está ensinando bem e quem não está. Segundo, boa gestão nas salas de aula. Plano de aula bem definido, com acompanhamento periódico do aluno. Nós sabemos hoje que é preciso aprender na idade certa. O atraso na educação é muito custoso para a formação. O impacto que a educação tem na vida das pessoas depende da qualidade e de quão cedo começou. É preciso também valorizar o bom professor. O problema do Brasil é muito mais de gestão da sala de aula do que de recurso.
 ISTOÉ -  O desenvolvimento econômico passa pelo investimento na qualidade da educação?
 MARCOS LISBOA - O desenvolvimento econômico passa pela melhora do bem institucional, regras homogêneas, princípios gerais e criação de mecanismos de resolução de conflitos. Mas passa também, e nós sabemos do peso disso, pelo impacto da educação sobre a produtividade. Uma maior qualidade da educação melhora a produtividade, gera crescimento econômico e provoca uma melhor distribuição de renda. Nesse processo, foram fundamentais as políticas de transferência de renda que começaram no governo Fernando Henrique com o Bolsa Escola, que é a origem do Bolsa Família. O Bolsa Escola era uma política compensatória que procurava garantir condições mínimas de vida a pessoas com dificuldade no mercado de trabalho por causa da baixa escolaridade. Mas também era uma política estrutural, porque a contrapartida desse auxílio era que o filho tinha de ir para a escola. Então, o Brasil tem hoje uma agenda de produtividade pela frente. E a educação é parte dessa equação. Melhorar a qualidade na educação tem um impacto na produtividade da pessoa, na capacidade de geração da renda pessoal e, portanto, da renda do País. Essa agenda de produtividade passa por melhorar a qualidade da política pública em geral, e a educação é parte fundamental.

A Ucrania sumiu do mapa diplomatico brasileiro? Em todo caso das notas do Itamaraty (site do MRE)

Morando fora, nem sempre acompanho tudo o que acontece naquele cantinho de planeta redondo, inclusive porque sendo ele redondo, e atendida a curvatura da terra, não consigo enxergar tudo o que se passa lá embaixo, estando eu aqui em cima (ou vice-versa, se nos fiarmos nos mapas bolivarianos e nos comunicados da TeleSur, que colocam o Sul no norte e o Norte no sul, ou vice-versa, vocês decidem). Enfin, passons...
Procurando saber o que nós, profissionais do ramo, teríamos a dizer sobre o infausto acontecimento do avião da Malásia que simplesmente foi obliterado nos céus da Ucrânia, ou procurando saber o que gente mais graúda tinha a dizer sobre o infausto, etc., fui ao único lugar onde se pode encontrar notas desse tipo, que é justamente o da instituição encarregada de falar, em nome do governo brasileiro, o que este tem a dizer sobre acontecimentos infaustos desse tipo.
Salvo miopia da minha parte, não consegui ver, e olha que repassei todas as notas, antes, durante e depois do infausto acontecimento...
Conclusão: à diferença de terremotos na Ásia, inundações um pouco em todas as partes, e até atos reprováveis cometidos por esses caras que andam por aí, perturbando a paz do mundo, nós não temos nada a dizer sobre o infausto acontecimento. Tem até uma nota sobre o conflito atual entre "Israel e a Palestina" (sic), que é um primor de equilíbrio, com linguagem ponderada, etc. Mas não achei nada sobre o tal de avião da Malásia sobrevoando a Ucrânia. Certamente vamos esperar pelas investigações para nos pronunciarmos. Assim espero.
Mas é curioso: sempre pensei que a gente emitisse notas quase automaticamente...
Paulo Roberto de Almeida

PS.: Addendum em 22/07/2014:
Descobri porque o governo, não o Itamaraty, ainda não emitiu nenhuma nota sobre o caso do avião abatido nos céus da Ucrânia: poderia ter sido o avião do Putin, assim, melhor esperar as investigações, com a ajuda do próprio, por sinal. Esta é, aliás, a explicação oficial dada nas mais altas esferas, com a linguagem que lhe é peculiar:
"É prudente tomar cuidado, porque tem um segmento da imprensa dizendo que o avião que foi derrubado estava na rota da volta do avião do presidente Putin. Coincidia com o horário e o percurso (...) Então, o governo brasileiro não se posicionará quanto a isso até que fique mais claro (...)"

Notas 

Nota nº 159 - 17/07/2014
Conflito entre Israel e Palestina
Nota nº 153 - 15/07/2014
VI Cúpula BRICS - Declaração de Fortaleza
15/07/2014 - Reunidos da VI Cúpula do BRICS, Chefes de Estado e de Governo do Brasil, da Rússia, da Índia, da China e da África do Sul aprovaram a "Declaração de Fortaleza" e o "Plano de ação de Fortaleza" 
Nota nº 143 - 04/07/2014
Calendário de eventos entre 05 de julho e 13 de julho de 2014

O Fim do Brasil? Uma analise devastadora da situacao economica - FelipeMiranda (Empiricus)

A análise é consistente, e o tom é apocalíptico.
Talvez o Brasil mereça.
Texto muito longo, com inúmeras tabelas e gráficos, transcrito apenas em sua parte inicial.
Recomendo ler a totalidade no site: empiricus.com.br
Grato ao Carlos Pozzobon por ter me chamado a atenção para o autor, o site, o texto.
Paulo Roberto de Almeida 

ALERTA: O que você vai ler nas próximas linhas é polêmico e revelador. O texto pode ser ofensivo a determinadas audiências. Recomenda-se discrição na leitura.

 O Fim do Brasil: www.empiricus.com.br

Olá. Meu nome é Felipe Miranda.
Há quase cinco anos, eu fundei, junto ao Caio Mesquita e ao Rodolfo Amstalden, a Empiricus Research, a primeira casa de pesquisa independente voltada a investimentos do Brasil.
Hoje, a Empiricus é referência em recomendações de investimento, contando com 200 mil leitores diariamente. Chegamos a um tamanho que nem nós mesmos aventávamos quando da criação da Companhia. Agradeço todos os dias por isso. Aos leitores e a nossos profissionais – seria impossível chegar aqui sem tamanhas competência e paixão. É a nossa vocação, de fato.
Talvez a esta altura você já conheça a Empiricus por conta de nossos serviços prestados nos últimos anos. Temos ajudado milhares de investidores a ganhar dinheiro com o cenário de queda da Bolsa brasileira desde nossa fundação, alta dos imóveis e comportamento volátil da taxa de câmbio.
Nós alertamos nossos leitores, por exemplo, a evitar as ações da Petrobras, pouco antes do início de seu derretimento. Também recomendamos vender ações de construtoras às vésperas de problemas emblemáticos de estouro de orçamento, parcerias mal feitas e de práticas que desrespeitavam os acionistas minoritários. Evitamos com isso prejuízos da ordem de até 90%.
Alguns de nossos leitores ficaram ricos apostando na queda das ações de Petrobras ou de grandes incorporadoras. Outros ganharam bom dinheiro seguindo a recomendação de comprar dólar a R$ 1,90.
Em outras palavras, nossos assinantes puderam lucrar mesmo num ambiente extremamente desafiador para o mercado de capitais. Que seja de meu conhecimento, não há uma única empresa de pesquisa e/ou consultoria no Brasil com histórico tão consistente de acerto em suas recomendações de investimento aos clientes.
Aqui cito apenas exemplos mais contundentes. Poderia perder um tempo enorme na lista de acertos. Mas eu não escrevo este texto para isso.
Faço referência à capacidade de fazer nossos assinantes ganharem dinheiro num ambiente difícil tão somente por uma questão: há tempos muito mais difíceis por vir. Projetamos a mais importante crise para o Brasil desde 1994. Ela está aí, batendo à nossa porta.
Só por isso eu tenho dedicado uma enormidade de tempo e dinheiro nos últimos meses preparando este material.
Em resumo, quero falar de um evento específico cuja ocorrência deve se dar num futuro bastante próximo, com implicações pronunciadas sobre as finanças de cada brasileiro e, até mesmo, sobre nosso modo de vida.
Esta esperada crise encontra suas raízes no colapso do sistema financeiro de 2008, cujo ápice é marcado pela quebra do centenário banco norte-americano Lehman Brothers e pelo consequente caos em Wall Street. Para tentar neutralizar impactos do tsunami externo por aqui, o Brasil abandonou os pilares tradicionais de política econômica e seguiu uma série de medidas heterodoxas, com implicações trágicas, conforme será visto um pouco à frente.
Para nosso caso, os problemas a ser vistos nos próximos meses serão muito piores do que os vivenciados em 2008. Se houve quem classificasse a crise de seis anos atrás como uma marolinha para o Brasil, desta vez não existirá espaço para qualquer metáfora parecida. Isso ficará claro em alguns minutos.
Adiantando um pouco, tão logo haja catálise do que eu projeto, teremos disparada da inflação, aumento destacado do desemprego, interrupção do crédito, maior endividamento da população e grande salto do dólar.
Acredite: o argumento aqui, conforme ficará evidente, é estritamente técnico. Não faço uma projeção sequer sem o devido embasamento, tampouco tenho a pretensão de assustar o leitor.
Tenho uma vida dedicada a investimentos e às recomendações financeiras. Comecei a investir em ações ainda aos 14 anos, por influência de meu pai – e também meu herói -, que era um grande investidor de Bolsa. Solidifiquei a prática com a teoria. Cursei Economia na USP e um mestrado em Finanças na FGV, de onde me tornei professor aos 26 anos. Criado em educação jesuíta, eu aceitei ao chamado da minha vocação e tenho me dedicado às finanças integralmente.
Fiz toda minha carreira profissional como analista de investimentos, para, então, fundar a Empiricus. Jamais colocaria uma vida construída sob os pilares da ética, do amor ao trabalho e da dedicação por conta de uma simples tese catastrofista.
Tudo que faço aqui é levar meu esforço de pesquisa dos últimos meses a uma conclusão lógica.
Eu fiz o mesmo quando alertei que as ações da incorporadora PDG, na época a R$ 9,00, atingiriam R$ 1,50. Rigorosamente o mesmo com Gafisa, Brookfield, Hering e Marisa. De novo, apenas alguns exemplos. Quando dos primeiros anúncios, ninguém levou a sério. A princípio, fui taxado de louco. O tempo provou de que lado estava a sanidade.
Já expus em oportunidades anteriores o grosso de meu racional, tanto a nossos leitores quanto em conferências de economia. Alguns ouvintes ficaram furiosos. Mas, veja: nenhum deles conseguiu refutar minha pesquisa, embora sejam incapazes, ao menos por enquanto, de aceitar a intensidade das conclusões previstas.
Por conta disso, antes de prosseguir com a leitura, faço um alerta a você:
As palavras a serem ditas aqui gerarão polêmica. Elas podem ofender bastante gente. Esquerdistas, direitas, petistas, tucanos e qualquer outra classificação semelhante. Com efeito, eu já recebi uma enxurrada de emails de ódio sobre minha tese.
Reconheço que, a princípio, as ideias e soluções a serem apresentadas podem parecer radicais. Talvez até mesmo antipatrióticas.
Minha sensação é de que, ao ler o começo desta carta, você dirá: “Não há espaço para isso acontecer. Não aqui. Não agora.”
Tenha um pouco mais de paciência. Respondo com o pedido de que prossiga até o final da argumentação. E lembre-se:
Ninguém acreditou em mim inicialmente quando eu alertei para os problemas das construtoras, a fragilidade do modelo de negócios das varejistas de moda, a dívida da Petrobras.
Ninguém também supunha que o dólar poderia ultrapassar R$ 2,10 quando ele estava a R$ 1,90 – em poucos meses, a taxa de câmbio voou a R$ 2,45.
Foi exatamente o que aconteceu. E é o que nos traz à data presente.
Os exatos mesmos problemas antes identificados para as empresas acima ou para nossa taxa de câmbio agora ameaçam a economia brasileira como um todo. Vou explicar exatamente como chegamos até aqui. Ficará claro como falamos de algo importante e crítico para você e para cada brasileiro.
A próxima fase desta crise vai afetar cada ponto de nosso modo de vida.
A poupança de milhões de pessoas será dizimada. A mudança vai afetar seus negócios e seu emprego. Veremos impactos dramáticos sobre as poupanças, os investimentos e as aposentadorias.
Além de outras implicações menores, mas também importantes. Os destinos de viagem serão alterados, a escola dos filhos pode ser revista, local e forma sua família faz compras talvez mude.
Mais especificamente, faço referência à volta de condições anteriores ao Plano Real. Os mais antigos sabem do tamanho do problema. Os mais jovens podem perguntar a seus pais.
Falo de inflação alta, perda da metade do poder de compra do salário ao longo do mês, congelamento de preços, problemas de desabastecimento, falta de produtos nas prateleiras, impossibilidade de planejamento por consumidores e empresários.
Vou explicar como cada um desses eventos vai ocorrer. Então você poderá decidir por você mesmo se há ou não embasamento em minha argumentação. De minha parte, eu nunca estive tão convicto a respeito dessa crise quanto de qualquer outra situação em minha vida.
Economia não admite experiências de laboratório. Erros cobram seu preço e as consequências são grandes. Obviamente, o mais importante aqui não é exatamente o que está acontecendo, mas sim o que você pode fazer a respeito.
Dito de outra forma, você estará preparado quando esta crise se materializar?
O que eu proponho neste material é mostrar a você exatamente aquilo que eu mesmo estou fazendo, para proteger e até mesmo aumentar meu próprio patrimônio, da mesma maneira que você poderá fazer.
Note que eu poderia, com quase 100% de certeza, afirmar que a maior parte dos brasileiros não estará preparada quando os preços de produtos básicos dispararem, seu acesso a crédito secar, bancos fecharem e seus cartões de crédito pararem de funcionar.
A forma de viver de cada brasileiro está prestes a mudar – isso eu lhes prometo. Nesta carta, vou mostrar exatamente o que está acontecendo.
Você pode questionar cada um de meus apontamentos. Ao final, vai perceber que estou certo em todas as alegações, uma por uma.
Então, você poderá julgar e decidir por você mesmo.
Daí, pergunta-se: você vai agir agora para proteger a si mesmo e a sua família da catástrofe econômica que está sendo formada?
Eu espero que sim. E é por isso que escrevo esta carta.
Vou levá-lo exatamente pelo caminho que eu mesmo estou seguindo pessoalmente, para que você, caso queira, possa segui-lo também. Infelizmente, não posso garantir que você sairá desta crise sem nenhum ferimento. Mas posso lhe assegurar que você estará muito à frente daqueles que não seguirem os passos propostos.
Peço desculpas. Estou apressando um pouco as coisas.
Deixe-me dar um passo atrás e mostrar, nos termos mais simples possíveis, o que está acontecendo, o porquê de tamanha preocupação e qual é meu prognóstico para os próximos 12 meses…

Leiam a íntegra no site: www.empiricus.com.br,

Raul Castro na Granja do Torto: Um Itamaraty humilhado? - Mario Machado (Coisas Internacionais)

Raul Castro na Granja do Torto: Um Itamaraty humilhado?
Coisas Internacionais,  20 Julho 2014 09:29 AM PDT

A diplomacia brasileira sempre gozou de muito prestígio, aliás, com chanceleres de carreira, ou seja, sem respaldo de votos e partidos é importante que tenha prestígio para se fazerem ouvir na esplanada, assim é o sistema brasileiro, precisamos ter em mente.

Patriota caiu por que nunca soube controlar a máquina e principalmente nunca conseguiu gozar de prestigio palaciano, há relatos – sem confirmação oficial – de que era ademoestado, em público, com a veemência (grosseria) habitual da presidente. Um desprestigio pessoal que também pesava sobre a pasta.

Aliás, foi o caso do senador boliviano confinado a nossa embaixada em La Paz, que deu cabo a um processo nunca antes vistos no MRE, uma comissão de sindicância, presidida por pessoa alheia ao Serviço Exterior Brasileiro, não recordo nem no período de truculência militar um processo semelhante.

O Itamaraty enfrentou, também, processos grevistas inéditos – e a meu ver justos – na luta contra o anacrônico assédio moral e por melhores salários para funcionários locais.

Vários países do mundo possuem assessores especiais em assuntos externos, mas nesses países os chanceleres são políticos com tração social, então a chancelaria não se vê em desprestígio, por exemplo, o caso do State Department que não detém o monopólio da política externa americana, mas é altamente relevante em sua execução e construção. O modelo brasileiro tem a vantagem de supostamente descolar a política externa de interesses de curtíssimo prazo da política partidária, ele resguarda o patrimônio construído pelas gerações e dá a Política Brasileira a bem vista previsibilidade e senso de interesse de Estado com ampla continuidade temporal.

Há muito que qualquer observador atento percebe que mais e mais decisões de política externa são decididas exclusivamente no Planalto. Marco Aurélio Garcia é homem poderoso, coordenador de campanhas presidenciais e articulador da Política Externa para América do Sul e Latina e apesar de todos os circunlóquios fica clara que eleições afetivas e ideológicas pesam sobremaneira nessas decisões, ou como explicar hospedar o ditador cubano na Residência Oficial da Granja do Torto?

Já escrevi isso várias vezes, pode-se fazer uma política externa cosmopolita, sul-sul, anti-hegemonica, ou qualquer adjetivo que se queira, sem ter que ir na “extra-mile”, em um vocabulário mais corrente é possível ter relações independentes com qualquer país sem ter que “puxar saco”. É claro, que nos assuntos internacionais se aperta a mão e se posa pra fotos com pessoas não recomendadas para o consumo humano, mas abrir sua casa para elas, é um tanto demais.

Quais os ganhos que hospedar com tamanha deferência o líder cubano trarão para o Brasil? E por que tratar a hospedagem como “Segredo de Estado”?

Força diplomatas, sempre tão avessos a intervenção dos “amadores” na Política Externa, não há humilhação que seja pra sempre. E pensando bem, imagino o porquê do silêncio. A subserviência é sempre constrangedora.

domingo, 20 de julho de 2014

Eleicoes 2014: entre a pesquisa e a realidade - Dora Kramer

Com bola e tudo
Dora Kramer
O Estado de S.Paulo, 20/07/2014

A última pesquisa Datafolha, primeira depois da Copa do Mundo, trouxe um alerta ao governo que serve também aos demais candidatos: definitivamente o eleitorado não é um ajuntamento de seres imaturos permeáveis a manipulações de natureza barata.

Situação e oposição tentaram cada qual ao seu modo tirar proveito do Mundial. A presidente Dilma Rousseff tripudiando sobre as previsões dos "pessimistas" quis se beneficiar do sucesso fora do campo.

Seus principais adversários, Aécio Neves e Eduardo Campos, ensaiaram capitalizar o repúdio da plateia à governante nos estádios. Movimentos inúteis, conforme mostrou a pesquisa.

Com toda a euforia da Copa e o êxito da organização, Dilma viu suas intenções de votos oscilarem para baixo (de 38% para 36%), a rejeição subir de 32% para 35% e a avaliação negativa do governo aumentar de 26% para 29%.

A conclusão é óbvia e simplesinha: a eleição não depende de truques e o eleitorado não está disposto a transitar pelo terreno das realidades paralelas.

Há um dado objetivo que é o cenário do segundo turno, este sim muito preocupante para o governo. Em 15 dias a diferença entre a presidente Dilma e o candidato do PSDB se reduziu em sete pontos porcentuais. Período em tese bom para a presidente, pois estava todo mundo vivendo o encantamento dos turistas com o Brasil meio de fantasia.

No início de julho Dilma tinha 46% contra 39% de Aécio. Duas semanas depois, o quadro era de 44% contra 40%, praticamente um empate indicando possibilidade de ultrapassagem pelo candidato da oposição.

Uma questão de lógica, porque a candidata à reeleição não para de cair e seu oponente mais próximo sustenta a posição. Note-se ainda o seguinte: do primeiro para o segundo turno ela vai de 36% para 44%; acrescenta oito pontos ao seu capital enquanto ele dobra o patrimônio, subindo de 20% para 40%.

O terceiro colocado, com 8%, vai para 38% no segundo turno. De onde Eduardo Campos arrumou 30 pontos porcentuais? Da rejeição à presidente, claro. Um sentimento que aumenta e se consolida a cada pesquisa. A campanha do PT tem dois desafios, de imediato: estancar e inverter a tendência.

Não há uma fórmula mágica à vista e por enquanto a aposta é tradicional, a exposição no horário da propaganda de rádio e televisão, cujo tempo reservado à presidente é quase o triplo do segundo colocado. Não deixa de ser uma vantagem, mas a eficácia pode ser relativa.

Dilma já conta com exposição total nos veículos de comunicação e fica difícil perceber como a aplicação de novas e altas doses do mesmo remédio poderia resolver o problema. Ou seja, liquidar a eleição no primeiro turno.

Já para os oponentes, muito menos conhecidos, qualquer acréscimo de ocupação de espaço é vantajoso, porque têm margem para crescer, o que não ocorre com a presidente conhecida por 99% e rejeitada por 35% do eleitorado.

A disputa no segundo turno ocorre na base do mano a mano: há obrigação de comparecer aos debates, os tempos de televisão são divididos de forma igualitária entre um e outro e é na etapa final que a rejeição tem um peso fatal. Daí a urgência de vencer no primeiro turno, o que não parece uma hipótese à disposição de Dilma Rousseff.

A desigualdade vem diminuindo no mundo, gracas ao capitalismo e aglobalizacao - Tyler Cowen


Income Inequality Is Not Rising Globally. It's Falling.
The New York Times, JULY 19, 2014

Income inequality has surged as a political and economic issue, but the numbers don’t show that inequality is rising from a global perspective. Yes, the problem has become more acute within most individual nations, yetincome inequality for the world as a wholehas been falling for most of the last 20 years. It’s a fact that hasn’t been noted often enough.
The finding comes from a recent investigation by Christoph Lakner, a consultant at the World Bank, and Branko Milanovic, senior scholar at the Luxembourg Income Study Center. And while such a framing may sound startling at first, it should be intuitive upon reflection. The economic surges of China, India and some other nations have been among the most egalitarian developments in history.
Of course, no one should use this observation as an excuse to stop helping the less fortunate. But it can help us see that higher income inequality is not always the most relevant problem, even for strict egalitarians. Policies on immigration and free trade, for example, sometimes increase inequality within a nation, yet can make the world a better place and often decrease inequality on the planet as a whole.
International trade has drastically reduced poverty within developing nations, as evidenced by the export-led growth of China and other countries. Yet contrary to what many economists had promised, there is now good evidence that the rise of Chinese exports has held down the wages of some parts of the American middle class. This was demonstrated in a recent paper by the economists David H. Autor of the Massachusetts Institute of Technology, David Dorn of the Center for Monetary and Financial Studies in Madrid, and Gordon H. Hanson of the University of California, San Diego.
At the same time, Chinese economic growth has probably raised incomes of the top 1 percent in the United States, through exports that have increased the value of companies whose shares are often held by wealthy Americans. So while Chinese growth has added to income inequality in the United States, it has also increased prosperity and income equality globally.
The evidence also suggests that immigration of low-skilled workers to the United States has a modestly negative effect on the wages of American workers without a high school diploma, as shown, for instance, in research by George Borjas, a Harvard economics professor. Yet that same immigration greatly benefits those who move to wealthy countries like the United States. (It probably also helps top American earners, who can hire household and child-care workers at cheaper prices.) Again, income inequality within the nation may rise but global inequality probably declines, especially if the new arrivals send money back home.
From a narrowly nationalist point of view, these developments may not be auspicious for the United States. But that narrow viewpoint is the main problem. We have evolved a political debate where essentially nationalistic concerns have been hiding behind the gentler cloak of egalitarianism. To clear up this confusion, one recommendation would be to preface all discussions of inequality with a reminder that global inequality has been falling and that, in this regard, the world is headed in a fundamentally better direction.
The message from groups like Occupy Wall Street has been that inequality is up and that capitalism is failing us. A more correct and nuanced message is this: Although significant economic problems remain, we have been living in equalizing times for the world — a change that has been largely for the good. That may not make for convincing sloganeering, but it’s the truth.
A common view is that high and rising inequality within nations brings political trouble, maybe through violence or even revolution. So one might argue that a nationalistic perspective is important. But it’s hardly obvious that such predictions of political turmoil are true, especially for aging societies like the United States that are showing falling rates of crime.
Furthermore, public policy can adjust to accommodate some egalitarian concerns. We can improve our educational system, for example.
Still, to the extent that political worry about rising domestic inequality is justified, it suggests yet another reframing. If our domestic politics can’t handle changes in income distribution, maybe the problem isn’t that capitalism is fundamentally flawed but rather that our political institutions are inflexible. Our politics need not collapse under the pressure of a world that, over all, is becoming wealthier and fairer.
Many egalitarians push for policies to redistribute some income within nations, including the United States. That’s worth considering, but with a cautionary note. Such initiatives will prove more beneficial on the global level if there is more wealth to redistribute. In the United States, greater wealth would maintain the nation’s ability to invest abroad, buy foreign products, absorb immigrants and generate innovation, with significant benefit for global income and equality.
In other words, the true egalitarian should follow the economist’s inclination to seek wealth-maximizing policies, and that means worrying less about inequality within the nation.
Yes, we might consider some useful revisions to current debates on inequality. But globally minded egalitarians should be more optimistic about recent history, realizing that capitalism and economic growth are continuing their historical roles as the greatest and most effective equalizers the world has ever known. 
Tyler Cowen is professor of economics at George Mason University.
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A version of this article appears in print on July 20, 2014, on page BU6 of the New York edition with the headline: All in All, a More Egalitarian World.

Mercosul: a bolivarianizacao do bloco? - Cupula em Caracas dias 29/07

Mercosur se reunirá en julio y Venezuela insiste en alianza con el Alba y Petrocaribe
La Tercera (Chile), por AFP, 18/07/2014

"La cumbre del Mercosur está fijada para el 29 de julio, en Caracas. Allí tenemos varias propuestas. Una de ellas es la creación de la gran zona económica de desarrollo compartido entre Mercosur, el Alba y Petrocaribe", dijo Nicolás Maduro.

La próxima cumbre de Mercosur se realizará el 29 de julio en Caracas, según informó el presidente de Venezuela Nicolás Maduro. En la ocasión, Venezuela dejará la presidencia, y se propondrá una  alianza con el Alba y Petrocaribe.
Las presidencias del Mercosur son por seis meses, aunque  extraordinariamente, alegando problemas de agenda de los presidentes y  situaciones en sus países, Venezuela la ha tenido por un año. Esta fue la  primera presidencia venezolana desde su incorporación al Mercosur.
"La cumbre del Mercosur está fijada para el 29 de julio, en Caracas. Allí  tenemos varias propuestas. Una de ellas es la creación de la gran zona económica de desarrollo compartido entre Mercosur, el Alba y Petrocaribe", dijo  Maduro en una conferencia de prensa al término de la cumbre China con la  Comunidad de Estados Latinoamericanos y del Caribe en Brasilia.
Petrocaribe es una iniciativa venezolana, que integran El Salvador, Guatemala, Honduras y Nicaragua y la mayoría de los miembros de la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA), que pueden adquirir petróleo a precios preferenciales.
El bloque comercial Mercosur está integrado por Argentina, Brasil, Paraguay, Uruguay y Venezuela. Bolivia y Ecuador están en proceso de  incorporación.
"Ya nos han ratificado su presencia todos los presidentes, tanto miembros  principales como observadores. La presidencia la va a recibir la presidenta de  Argentina, Cristina Fernández", aseguró Maduro.

Livros sobre economia brasileira e 1964 - blog Jose Roberto Afonso

Blog José Roberto Afonso

Baixo Crescimento (Fundap)

Livro Cinquenta Anos Esta Noite (Serra)

History of Brasil (Luna & Klein)

Livro Internet no Brasil (Knight)

Por que o Brasil cresce pouco? (Mendes)

Baixo Crescimento (Fundap)
Nível de atividade no governo Dilma: determinantes do baixo crescimento econômico boletim divulgado pelo Grupo de Economia da Fundap (6/2014). "Este boletim volta ao tema do nível de atividade, para explorar os aspectos estruturais da economia brasileira que, combinados com a fase de desaceleração do ciclo de consumo doméstico, atuam na configuração de um regime de baixo crescimento econômico no país."

Livro Cinquenta Anos Esta Noite (Serra)
Cinquenta Anos Esta Noite - O golpe, a ditadura e o exílio nas memórias de José Serra, pela Record. "Refletindo criticamente sobre as origens e os desdobramentos do golpe militar de 1964, o ex-governador de São Paulo José Serra - conhecido pela clareza e assertividade de seus textos - emprega toda sua experiência (e seu espantoso conhecimento) para conceder este que poderia ser considerado um livro de memórias..." O evento de lançamento será no dia 22 de julho de 2014 na Livraria da Travessa - Rio de Janeiro.

History of Brasil (Luna & Klein)
The economic and social history of Brazil since 1889 by Francisco Vidal Luna and Herbert Klein edited by Cambridge University Press (5/2014). "This is the first complete economic and social history of Brazil in the modern period in any language. It provides a detailed analysis of the evolution of the Brazilian society and economy from the end of the empire in 1889 to the present day..."

Livro Internet no Brasil (Knight)
A internet no Brasil: origens, estratégia, desenvolvimento e governança por Peter T. Knight (5/2014), indicado por Roberto Macedo.. "O livro traz uma excelente oportunidade para os jovens de hoje e do futuro compreenderem os caminhos que trouxeram até eles esta fantástica oportunidade de desenvolvimento pessoal e social que é a Internet..."

Por que o Brasil cresce pouco? (Mendes)
Por que o Brasil cresce pouco? - Desigualdade, democracia e baixo crescimento no país do futuro por Marcos Mendes livro publicado pela Elsevier - Campus. "O livro em debate argumenta que a raiz do problema está na coexistência de alta desigualdade com um regime democrático amplo, instalado a partir de 1985..."O workshop de lançamento do livro será realizado no dia 01 de agosto de 2014, São Paulo.

O Banco dos Brics, visto desde Washington - Raj M. Desai, James Raymond Vreeland (WP)

What the new bank of BRICS is all about
By Raj M. Desai and James Raymond Vreeland
The Washington Post, July 17, 2014

Leaders of the BRICS nations, from left, Russia’s President Vladimir Putin, India’s Prime Minister Narendra Modi, Brazil’s President Dilma Rousseff, China’s President Xi Jinping and South Africa’s President Jacob Zuma, pose for a group photo during the BRICS summit in Fortaleza, Brazil, Tuesday, July 15, 2014 (Silvia Izquierdo/Associated Press).
As World Cup fever recedes, this week in Fortaleza heads of state from Brazil, Russia, India, China, and South Africa (the so-called BRICS countries) agreed to establish a New Development Bank (NDB) at their summit meeting. They will have a president (an Indian for the first six years), a Board of Governors Chair (a Russian), a Board of Directors Chair (a Brazilian), and a headquarters (in Shanghai). What is the purpose of this BRICS bank? Why have these countries created it now? And, what implications does it have for the global development-finance landscape?

The “what” is relatively straightforward. The NDB has been given $50 billion in initial capital. As with similar initiatives in other regions (see below), the BRICS bank appears to work on an equal-share voting basis, with each of the five signatories contributing $10 billion. The capital base is to be used to finance infrastructure and “sustainable development” projects in the BRICS countries initially, but other low- and middle-income countries will be able buy in and apply for funding. BRICS countries have also created a $100 billion Contingency Reserve Arrangement (CRA), meant to provide additional liquidity protection to member countries during balance of payments problems. The CRA—unlike the pool of contributed capital to the BRICS bank, which is equally shared—is being funded 41 percent by China, 18 percent from Brazil, India, and Russia, and 5 percent from South Africa.

Next, the “why.” As we have discussed in our research, the rising economic strength of the BRICS countries has outpaced increases in their voice at the World Bank and the International Monetary Fund (IMF). South-South economic cooperation has expanded dramatically in recent years. Brazil now has more embassies in Africa than does the United Kingdom. China has become Africa’s most important trading partner. The value of South-South trade now exceeds North-South trade by some $2.2 trillion—over one-quarter of global trade. Low-income countries have also seen unprecedented growth in “South–South” foreign aid—with China, Brazil, and India all becoming larger donors. So, these BRICS institutions are partly just the result of a two-decades long process of greater economic engagement by and among developing nations.


In the meantime, long-standing dissatisfaction with Bretton-Woods institutions has also pushed BRICS towards a developing-country alternative to global development finance. We have seen this before. In the late 1960s, Andean nations created the Corporación Andina de Fomento (CAF), also known as the “Development Bank of Latin America,” as a way of bypassing the stringent rules imposed by the World Bank on infrastructure loans. In the early 2000s, partly as a reaction to a widely perceived failure of the IMF to stop currency speculation during the Asian Crisis, 10 ASEA nations plus China, South Korea, Japan established a network of bilateral currency swap agreements that would become he Chiang Mai Initiative. In 2009 seven Latin American countries signed an agreement to establish the “Bank of the South” or BancoSur to fund regional development and social protection, and in which each member nation would have one vote. Both of these latter efforts were launched, in part, as a response to the Bretton-Woods enforcement of conditions on countries seeking emergency loans. So it is with the NDB and the CRA; said the official statement, “International governance structures designed within a different power configuration show increasingly evident signs of losing legitimacy and effectiveness.”

Although the BRICS comprise over one-fifth of the global economy, together they wield about 11 percent of the votes at the IMF. But reform to the governance of the Bretton-Woods institutions has encountered a number of roadblocks. In 2008 and again in 2010, quota reform at the IMF was intended to double total financial commitments from all member countries, while at the same time giving BRICS countries larger voting shares. Because this required additional contributions by member governments of richer countries, several balked for different reasons.

Smaller European countries, whose quota shares would be reduced by the changes, opposed quota reform on the grounds that their contributions to total official development assistance would be undermined if their voting strength were diminished at the IMF. In the United States—whose shares would not be reduced by quota reform—the Congress failed to approve increased capital contributions to the IMF. In the one recent effort to pass quota reform, Democrats in the House of Representatives tried to sneak an amendment into a loan guarantee for Ukraine that would have authorized the increased quota, but then withdrew the amendment, bowing to Republican opposition. Thus, the one time the Congress has considered IMF quota reform has been as a rider in an unrelated bill.

These developments show the political tightrope on which countries must walk when it comes to global development finance:  while low- and middle-income countries have legitimate claims about their exclusion from the governance of the Bretton-Woods institutions, richer countries cannot cede too much influence over these institutions to developing nations and still justify large contributions—in particular, to the World Bank’s International Development Association every three years, and to the IMF as part of quota reforms—to their restless voters, especially during difficult economic times.


What are the implications of the BRICS institutions for international development finance? Developing nations hope that BRICS bank/CRA may eventually challenge World Bank-IMF hegemony over matters such as:  funding for basic services, emergency assistance, policy lending, and funding to conflict-affected states. The World Bank’s own estimates point to a $1 trillion infrastructure investment “gap” in developing countries. Existing multilateral development banks are able to fill approximately 40 percent of that gap. So, the fact that a BRICS bank aims to make electricity, transport, telecommunications, and water/sewage a priority is important; the demand for infrastructure is expected to grow sharply as more countries transition out of low-income status. In terms of scale, it has been suggested that—after a couple of decades, should membership be expanded, and should co-financing by governments and private investors be mobilized—that BRICS Bank loans could dwarf World Bank loans. This type of success has been seen with the CAF, which now funds more infrastructure in Latin America than the World Bank and the Inter-American Development Bank combined.

Whether the BRICS institutions go the way of the more successful CAF on the one hand, or the way of the as yet unutilized Chiang-Mai Initiative or BancoSur on the other, will ultimately depend on two other factors:  risk management and coordination.

Presumably a BRICS bank and reserve fund will need to ensure a high-quality loan portfolio that maximizes developmental impact, but keeps defaults to a minimum (for expanding the scale of lending operations, it would also be important to make profits on its loans). And so the problem of surveillance will have to be tackled. Unfortunately, the track record of regional initiatives on surveillance does not bode well. The Chiang Mai Initiative, for example, was simply unable to devise and implement a system of monitoring and surveillance, and eventually resigned itself to requiring countries using its credit lines to undergo surveillance by the IMF! The result:  not a single Asian nation has used credit through the initiative.

Meanwhile, given the abundance of evidence that multilateral economic initiatives work best when their principal stakeholders are able to resolve coordination problems, the possibility of serious intra-BRICS disagreements could prevent these new institutions from operating at capacity. Hugo Chavez’s dream of BancoSur supplanting both the World Bank and IMF in Latin America foundered on a series of disagreements on issues such as:  the bank’s tax-free status, the role of concessional finance, relationships with the private sector, transparency rules, and the need for environmental safeguards.

The structural disparity between China and the rest of the BRICS members (the Chinese economy being larger than the economies of all other BRICS combined) is at the heart of the matter for any BRICS institution. China’s dominant position makes coordination—in terms of operations and funding priorities—difficult to imagine. At one point, all other BRICS countries have expressed concern with Beijing’s economic policies and currency regime. Brazilian and Indian central bankers spoke out against the undervalued Yuan in 2009 and 2010, but to little effect. Ongoing trade disputes among developing countries also threaten unity. Last year WTO member states reached a deal on trade facilitation in Bali but India, among a group of developing nations, has threatened to withdraw support for the protocol over the issue of food security. A joint communiqué of BRICS trade ministers remains vague about whether BRICS countries commonly support the Bali agreement. These, along with a host of other intra-BRICS disputes, could limit the effectiveness of the NDB/CRA. For now, they seem to have been papered over amid the excitement surrounding the Fortaleza agreements. But they will, ultimately, determine whether the developing world has finally found a viable alternative to Bretton Woods.

Raj M. Desai is Associate Professor of International Development at the Edmund A. Walsh School of Foreign Service and in the Department of Government at Georgetown University, and a Non-resident Senior Fellow at the Brookings Institution. James Vreeland is Associate Professor of International Development at the Edmund A. Walsh School of Foreign Service and in the Department of Government at Georgetown University.

Brasil companheiro: negocios nao convencionais em alta...

"Nunca vi tanto dinheiro", diz Procurador-Geral da República sobre Oepração Lava-Jato
André Richter
Agência Brasil, 18/07/2014

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse hoje (18) que as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, revelaram um grande esquema de lavagem de dinheiro. “Nunca vi tanto dinheiro”, afirmou Janot, ao comentar dados da operação aos quais teve acesso. O procurador participou nesta sexta-feira de um café da manhã com jornalistas.

Ele nomeou uma força-tarefa do Ministério Público para dar celeridade aos trabalhos, mas ressaltou que a conclusão dos inquéritos não será  rápida, devido à complexidade das investigações.

De acordo com informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), os acusados movimentaram mais de R$ 10 bilhões. Janot disse que era “um esquema enorme de lavagem de dinheiro” e que o dinheiro era usado para mais de uma finalidade. “Tem campanha [política], tem corrupção, são vários os destinatários e destinos dessas importâncias. O volume de dinheiro é enorme e as investigações prosseguem. Nunca vi tanto dinheiro na minha vida”, enfatizou.

SUPERQUADRILHA
Deflagrada no dia 17 de março deste ano, a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, desarticulou uma organização que tinha como objetivo a lavagem de dinheiro em seis estados e no Distrito Federal.

Segundo a Polícia Federal, o grupo investigado, “além de envolver alguns dos principais personagens do mercado clandestino de câmbio no Brasil”, é responsável pela movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em crimes como tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração e contrabando de pedras preciosas e desvio de recursos públicos.

A operação foi intitulada Lava Jato porque o grupo usava uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar o dinheiro. Em um dos inquéritos, são investigados supostos desvios de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. No processo, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e outros acusados são investigados por lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público, a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões e os gastos já chegaram a R$ 20 bilhões.

Heranca maldita dos companheiros: inflacao em alta, crescimento em baixa

BRASIL PODE SOFRER NOVO 7X1 NA ECONOMIA, DIZ FINANCIAL TIMES
Revista Exame, 18/07/2014

São Paulo - O trauma da derrota para o time alemão de 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo pode ganhar em breve um equivalente econômico, segundo o Financial Times.

Um texto publicado hoje no blog Beyond Brics, do site do jornal britânico, diz que o Brasil pode fechar 2014 com inflação próxima de 7% e crescimento do PIB em 1%.

Em junho, a inflação no país desacelerou mas chegou a 6,52% no acumulado de 12 meses, acima do teto da meta do governo, de 6,5%.

A avaliação de economistas é que a pressão dos alimentos sobre os preços está diminuindo, mas que a inflação acumulada só vai voltar para abaixo do teto mais para o fim do ano. Em relação ao crescimento, as perspectivas só pioram.

O último boletim Focus, uma sondagem do Banco Central que compila a opinião de vários economistas e instituições, prevê que 2014 vai fechar com inflação de 6,45% e expansão de 1,05% no PIB.

O texto do Financial Times termina com uma análise do que este cenário pode significar para as eleições de outubro:

"Alguns economistas começaram a falar sobre a possibilidade de uma recessão técnica em 2014 se os dados do PIB do primeiro trimestre forem revisados para baixo no mês que vem. Para os candidatos de oposição do Brasil, esse pode ser o 'gol contra' que eles estiveram esperando do PT - tudo que eles precisam para ganhar eleitores no que deve ser a disputa eleitoral mais disputada dos últimos 25 anos."