sábado, 30 de janeiro de 2010

1895) Dicas para a carreira diplomatica: alguns posts dispersos...

Como reparei através do software Sitemeter, recentemente instalado neste blog, muitos dos visitantes estão curiosos para saber sobre a carreira diplomática. Para dizer a verdade, nem eu sei quanto eu já escrevi sobre isso, ao longo dos últimos anos, sempre atendendo algum pedido de informações, entrevista, questionário, esclarecimentos de candidatos, obviamente, mas também de jornalistas ou simples curiosos.
Como escrevi em post anterior:

Reparei que grande parte dos clicks de entrada e saída do blog se referem a assuntos da carreira diplomática, dicas do concurso, bibliografia, curiosidades da carreira, enfim, angustias e pesquisas de jovens desejosos de ingressar no charme discreto (nem sempre) da diplomacia.
Muito bem, para contemplá-los, vou consolidar, mais uma vez, a imensa quantidade de escritos (notas, ensaios, entrevistas, questionários) que já perpetrei em torno do assunto, de maneira a saciar, pelo menos parcialmente, as necessidades de meus jovens leitores.
Aguardem, pois a despeito de eu manter um registro relativamente fiável de tudo o que escrevo (não tudo, apenas o que está acabado e pode ser considerado publicável, mas existem muitos inéditos e incógnitos, também, deliberadamente), nem sempre é fácil de localizar tudo isso, posto que simplesmente arrolado numa lista de Word, sem indexação e sob títulos e referências diversas, nem todas bem identificadas.

Assim, vou tentar postar uma relação de meus escritos, a começar pelos próprios posts que fui jogando aqui.
Sinto não poder linkar cada um, mas isso me daria um trabalho infernal, quando sequer tenho tempo para tarefas mais urgentes. Vou simplesmente relacionar e, pelo número, ou pelo instrumento de busca ali do lado, cada um poderá talvez encontrar o que procura.

Carreira diplomática, algumas dicas e simples esclarecimentos

Do blog Diplomatizzando...:

1748) Carreira diplomática: salário e promoção - Jan 22, 2010

1700) Carreira diplomatica: especializacao e ... - Jan 16, 2010

1112) Carreira Diplomatica: respondendo a um ... - May 21, 2009

1144) Como avaliar um professor; carreira ... - Jun 06, 2009

1192) Diplomacia: dicas gerais para candidatos ... - Jul 02, 2009

667) Um autodidata na carreira diplomática - Dec 26, 2006

669) Carreira Diplomatica: dicas - Dec 28, 2006

897) Carreira Diplomática: dicas - Jun 25, 2008

1012) Concurso para a carreira diplomatica 2009 - Jan 20, 2009

559) Informações sobre a carreira diplomatica ... - Jul 05, 2006

560) Informações sobre a carreira diplomatica ... - Jul 05, 2006

561) Informações sobre a carreira diplomatica ... - Jul 05, 2006

759) Preparação à carreira diplomática: novo ... - Jul 31, 2007

1023) Ser diplomata: para os candidatos à carreira - Feb 07, 2009

1034) concurso para a carreira diplomática - Mar 15, 2009

1054) um candidato à carreira altamente motivado - Apr 02, 2009

762) candidatos à carreira diplomática: seleção de leituras - Aug 11, 2007

769) carreira diplomatica: informações - Aug 21, 2007

811) para os candidatos à carreira diplomática: clásssicos da ... - Nov 25, 2007

960) concurso para a carreira diplomática: algumas observações - Dec 06, 2008

1460) Concurso para o Itamaraty: 108 vagas - Oct 30, 2009

No site www.pralmeida.org, uma simples pesquisa através do instrumento Google, resultou nesta resposta:
"Results 91 from www.pralmeida.org for carreira diplomatica"
Acredito que cada um poderá aplicar suas palavras de busca e tentar achar o que lhe interessa.
Boa sorte e bons estudos...

1894) FSM e a situacao na Venezuela: a quadratura do circulo

Bem, a esperança que tinham os organizadores do Forum Social Mundial de Porto Alegre de receber os principais líderes do altermundialismo e da antiglobalização se desvaneceu rapidamente. Nenhum deles apareceu, no caso da Venezuela por razões muito evidentes, como todos podem deduzir das manifestações desta semana (e antes e as que estão por vir, infelizmente com perda de vidas humanas, provavelmente). Se Chávez sair do seu país agora, por qualquer motivo, corre o risco de não mais poder voltar, a menos de instalar um aparelho repressivo que vai aumentar ainda mais o derramamento de sangue.
Abaixo um post do conhecido jornalista Reinaldo Azevedo a propósito de um video da RCTV (aquela que foi fechada por Chávez), no qual se vê e se ouve que "este governo vai cair" e "1,2,3, Chavez fora do jogo".
O mais interessante seria conhecer a opinião dos líderes e dos participantes do FSM sobre o que vem ocorrendo na Venezuela, a começar pelas manifestações do próprio governo brasileiro, obviamente: ele sempre emite uma nota de pesar, cada vez que alguma pessoa é vítima da violência do terrorismo ou de algum governo em qualquer parte do mundo. O silêncio agora poderia dar a impressão de que, em nome de uma tal não-ingerência nos assuntos internos de outro governo, se observa, de fato, uma política de dois pesos e duas medidas (talvez um só peso, e duas medidas).

É ESTE O OUTRO MUNDO POSSÍVEL DOS FEDORENTOS DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL?
Reinaldo Azevedo, sexta-feira, 29 de janeiro de 2010 | 4:49

Vídeo da RCTV: 1 2 3 Chavez ta' ponchao

Acima, há um vídeo impressionante. Não li nada a respeito na chamada “grande imprensa” no Brasil — que, na média, cobre mal a crise na Venezuela. Trata-se de uma final de beisebol, esporte tão importante para os venezuelanos quanto é o futebol no Brasil, entre os times Caracas e Magallanes, de Valencia. O evento ocorreu no domingo passado, dia 24, no Estádio Universitário, em Caracas. Um grupo de estudantes começa a gritar “1, 2, 3, Chávez tas ponchao”, gíria que quer dizer “fora do jogo”. A palavra de ordem toma o estádio e é repetida num coro de milhares de vozes. Esse grito é intercalado com outro: “Sucio/ sucio/ sucio”: “Sujo/ sujo/sujo”. Manifestação semelhante já havia acontecido em Valencia, e a polícia desceu o sarrafo. No domingo, apesar da presença de policiais da tropa de choque (vê-se um deles no vídeo), nada pôde ser feito. Era impossível descer o porrete no estádio inteiro.

Imagens assim não podem mais ser exibidas na TV da Venezuela. Chávez tem o controle de 75% da radiodifusão. E o que resta de transmissão privada está subordinada a uma lei ditatorial, que dá ao tirano o poder de simplesmente retirar a emissora do ar, como fez na semana passada com seis TVs a cabo, inclusive a RCTV Internacional. A TV de sinal aberto do grupo já havia sido cassada. E Chávez pode alegar o que bem entender. No caso em particular, afirmou que elas desrespeitaram a lei quando se negaram a transmitir um discurso seu a militantes bolivarianos. Mas há também a possibilidade de acusá-las de incitamento à subversão. Em suma: o Bandoleiro de Caracas intervém quanto e onde quiser.

Sufocados, levando porretada nas ruas (ver posts de ontem), impedidos de se organizar institucionalmente, proibidos de se reunir em praça pública sem prévia autorização, os venezuelanos que discordam do governo encontraram uma maneira de informar ao mundo a sua luta por democracia: o jogo de beisebol. Os protestos são filmados e ganham o mundo. Também tem sido assim no Irã, onde a imprensa vive sob severa censura. Nesse caso, as novas tecnologias, como celulares, acabam sendo aliadas da democracia.

O governo Chávez está derretendo, e o regime assume, cada vez mais, características de um ditadura militar — a despeito de todos os truques vagabundos por ele empregados para alegar que está no poder porque foi eleito. A infra-estrutura venezuelana entrou em colapso. O país enfrenta racionamento de água e de energia. Os mercados “estatais” estão desabastecidos, e a população corre para estocar comida; a inflação, que já era alta, cresceu por causa da desvalorização da moeda; Chávez prossegue com suas nacionalizações, o que se tem traduzido por aumento da ineficiência; a indústria está desaparecendo, e a agricultura, na prática, acabou. Ele se sustenta com o assistencialismo agressivo que a receita do petróleo permite, o apoio de milícias armadas e o suporte, por enquanto ao menos, dos militares. Acuado pelo óbvio desastre que é seu governo e por rachas na cúpula bolivariana, ele ameaça radicalizar.

Há três dias, ao visitar o Fórum Social Mundial, reunido em Porto Alegre, Lula saudou os “governos progressistas” da América Latina. Certamente a Venezuela estava entre eles. Demonstrei aqui como a categoria exaltada pelo demiurgo reunia, na verdade, ditaduras e protoditaduras. Embora tente negar às vezes, o petista é hoje o mais importante aliado incondicional de Hugo Chávez no mundo. “Incondicional”, sim; não adianta negar. Não há maluquice que este delinqüente tenha proclamado que não tenha recebido o apoio sem reservas do governo do Brasil: do alinhamento escancarado com as Farc, fornecendo-lhe dinheiro e armas, à tentativa de patrocinar um golpe em outro país, com tentou fazer em Honduras. A mais recente contribuição de Lula ao tirano foi patrocinar a aprovação no Senado do ingresso da Venezuela no Mercosul — que, note-se, dispõe de uma cláusula que exclui países que não respeitem a democracia.

O mais curioso e que os delinqüentes nativos — refiro-me aos nossos — que pregam a “democratização” dos meios de comunicação querem uma legislação semelhante à venezuelana. E, sendo assim, é claro que sonham com uma democrata à moda Chávez para poder aplicá-la com eficiência. Vejam ali no que deu a democracia chavista: a população opta por protestar em estádios porque, nas ruas, tem de enfrentar os brucutus armados com ferros medievais.

A Venezuela é a pátria dos sonhos daqueles fedidos e fedidas do Fórum Social Mundial. Eles dizem: “Um outro mundo é possível”. É claro que é. A depender dessa gente, pode ser muito pior. Chávez é a prova. A minha fórmula é outra: outros mundos são sempre possíveis, mas nenhum é aceitável fora da democracia representativa e do estado de direito.

1893) The Economist constata falta de liberalismo no Brasil

Bem, não é propriamente uma novidade, desde sempre aliás. Acho que o liberalismo nunca teve passado no Brasil, e corre o risco de não ter futuro tampouco. Não na esperança de vida da geração presente, talvez em mais duas ou três, quem sabe?

Liberalism in Brazil
The almost-lost cause of freedom

The Economist, January 28th, 2010

Why is economic liberalism so taboo in socially liberal Brazil?

“ADMITTING to liberalism explicitly,” wrote Roberto Campos, a Brazilian politician, diplomat and swimmer against the tide who died in 2001, “is as outlandish in a country with a dirigiste culture as having sex in public.” His observation still holds for Brazil, where economic liberals (in the British, free-market sense, not the socialistic American one) are as scarce as snowflakes. Government revenue as a share of GDP has risen steadily in the past decade, and is now closer to the level in rich European countries than that of Brazil’s middle-income peers. Despite this, none of the likely candidates in the presidential election due in October talks about cutting taxes. The two leading candidates are both on the tax-and-spend centre-left.

Brazil’s shortage of economic liberals is even stranger given the country’s history. In Chile economic liberalism was tainted by association with military rule. But Brazil’s 1964-85 military dictatorship chose an economic model built around state planning and restricted imports. It is necessary to go back to the 19th century, when Brazil’s then monarchy was briefly in thrall to Scottish economists, to find something like classical liberalism there.

One reason why liberals have been so muted since Brazil became a democracy again is that voting in elections is compulsory. This means that a large number of poor voters, who pay little tax but benefit from government welfare spending, help to push the parties in the direction of a bigger state. If the same system were to be applied to America, the Democrats might well enjoy a permanent majority.

Also, many of today’s leading Brazilian politicians played a part in the opposition to military rule. This world of intellectual and sometimes violent resistance was dominated by various shades of left-wing thought, seasoned with anti-Americanism (the United States welcomed the 1964 coup that brought the generals in). During the dictatorship today’s president, Luiz Inácio Lula da Silva, was a trade-union boss; his predecessor, Fernando Henrique Cardoso, was a Marxist academic. The front-runner in the presidential polls, José Serra (from Mr Cardoso’s Social Democrats), was an exiled former student leader. His main rival, Dilma Rousseff (from Lula’s Workers’ Party), was a Trotskyist.

That said, all of these people have proved to be pragmatists when in office. Mr Cardoso’s government, in which Mr Serra was health minister, mixed liberalism and social democracy in similar quantities to Tony Blair’s government in Britain. Lula’s, in which Ms Rousseff is his chief of staff, has continued in like vein.

What will happen when this generation is succeeded by a younger one? Carlos Alberto Sardenberg, a broadcaster and author of a recent plea to rehabilitate liberalism, called “Neoliberal, no. Liberal”, fears that Brazil’s schools and publicly funded universities are so ideologically skewed that their worldview is likely to reproduce itself in the next generation.

However, things may not be so bad. For a start, the institutions that carry out economic policy are more liberal, in the sense of being free from government interference, than they have been for a long time. The Central Bank is independent in practice if not in law and the real floats freely against other currencies. Since President Fernando Collor eased restrictions on imports in 1990 Brazil has become more open to trade. Just as in India, which saw a similar opening at the same time, companies have improved productivity as a result of foreign competition, and some big firms have expanded successfully abroad.

This recent advance has encouraged those who would like Brazil to move further in this direction to make more noise. The Liberty Forum, an annual gathering in the southern city of Porto Alegre, attracts the most dedicated members of this tribe. But they can also be found in the Movement for a Competitive Brazil, a lobby group founded by Jorge Gerdau Johannpeter, a steel baron; within the influential economics faculty of PUC-Rio, a university; and among the bankers and senior managers of Brazilian firms engaged in trade.

No home to call their own
As in many democracies, Brazil’s liberals lack a party where their views are welcome. The fading Democrat party (previously called the Liberal Front) tried to become this, but struggled to escape its origins as an old-fashioned, pork-barrel, machine party. The latest blow to its attempt at transformation came in November when police launched an investigation into an alleged kickback scheme involving José Roberto Arruda, the Democrat governor of Brasília (he denies wrongdoing). Brazil’s small band of economic liberals, marginalised in politics, can console themselves that at least their country is among the most socially liberal. All sorts of religious minorities worship freely; São Paulo hosts the world’s largest gay-pride march. Cultural conservatives pushing in the opposite direction are disorganised and uninfluential. For now, though, people who want to practise economic liberalism are advised to do so in private. Roberto Campos’s critics often dismissed him as “Bob Fields”, an English translation of his name, implying his ideas were foreign. A politician pushing his ideas now would still be viewed as a bit eccentric.

1892) Volta ao mundo em materia de visitantes

Contando e localizando os curiosos (e alguns espiões)

Por imitação ao blog do meu caro amigo embaixador Francisco Seixas da Costa (Duas ou Três Coisas...), fui levado a instalar, mais por curiosidade do que por necessidade, um sitemeter neste meu blog.
Nem bem acabei de instalar, cliquei novamente no link de home, e busquei minhas estatísticas: primeiro um mapa do mundo, muito bonito, com vários pontos iluminados aqui e ali, verde, vermelho, seja lá o que for.
Curioso, cliquei no locations e aí percebi que, descontando os "incógnitos" -- serviços secretos talvez, que ficam vigiando o meu trabalho, por ordem de impérios poderosos, ou mais simplesmente gente acessando via VPN -- os visitantes e voyeurs eram das mais diferentes localidades, como transcrevo aqui (eliminando os desconhecidos, sempre indicados como Unknown na lista):

Recent Visitors by Location
Detail Country Location
1 Unknown
2 Brazil Curitiba, Parana
4 Brazil Sao Paulo, Sao Paulo
5 Brazil
6 France Paris, Ile-de-France
8 Brazil Braslia, Distrito Federal
9 Portugal Sao Domingos De Rana, Lisboa
10 Brazil Sao Paulo, Sao Paulo
11 Brazil
12 United States Santa Barbara, California
14 France Moulineaux, Haute-Normandie
16 Brazil Brasilia, Distrito Federal
19 Brazil
20 Brazil
21 Brazil
22 Brazil
23 Brazil
24 Brazil Braslia, Distrito Federal
25 Brazil Salvador, Bahia
26 United States Los Angeles, California
27 Brazil Sao Paulo, Sao Paulo
28 Brazil Sao Paulo, Sao Paulo
29 Brazil Santana De Parnaba, Sao Paulo
31 Brazil Belem, Para
32 Brazil Campo Grande, Mato Grosso do Sul
33 Brazil
34 Brazil Belo Horizonte, Minas Gerais
35 United States Mountain View, California
37 Brazil Brasilia, Distrito Federal
38 Brazil Sao Paulo, Sao Paulo
40 Brazil
41 Brazil Sao Paulo, Sao Paulo
43 Brazil
44 Brazil Sao Paulo, Sao Paulo
49 Brazil
50 Brazil Santo Andre, Sao Paulo
51 Brazil Belem, Para
52 Venezuela Caracas, Distrito Federal
53 Cape Verde
55 Brazil Viamao, Rio Grande do Sul
58 Brazil Rio De Janeiro, Rio de Janeiro
59 Brazil Rio De Janeiro, Rio de Janeiro
60 Brazil Rio De Janeiro, Rio de Janeiro
61 Brazil Rio De Janeiro, Rio de Janeiro
63 Mexico Veracruz, Veracruz-Llave
64 Brazil Niteroi, Rio de Janeiro
65 Brazil Belo Horizonte, Minas Gerais
67 Spain Madrid
69 Brazil Vitoria, Espirito Santo
70 Brazil Viamao, Rio Grande do Sul
71 Brazil Varzea Grande, Mato Grosso
72 Brazil Braslia, Distrito Federal

Na verdade, esse instrumento de medição não serve apenas para alimentar o narcisismo do autor do blog, mas é uma importante ferramenta para saber o quê, exatamente, as pessoas estão buscando, quando visitam o meu blog, e possivelmente o meu site, também.
Reparei que grande parte dos clicks de entrada e saída do blog se referem a assuntos da carreira diplomática, dicas do concurso, bibliografia, curiosidades da carreira, enfim, angustias e pesquisas de jovens desejosos de ingressar no charme discreto (nem sempre) da diplomacia.
Muito bem, para contemplá-los, vou consolidar, mais uma vez, a imensa quantidade de escritos (notas, ensaios, entrevistas, questionários) que já perpetrei em torno do assunto, de maneira a saciar, pelo menos parcialmente, as necessidades de meus jovens leitores.
Aguardem, pois a despeito de eu manter um registro relativamente fiável de tudo o que escrevo (não tudo, apenas o que está acabado e pode ser considerado publicável, mas existem muitos inéditos e incógnitos, também, deliberadamente), nem sempre é fácil de localizar tudo isso, posto que simplesmente arrolado numa lista de Word, sem indexação e sob títulos e referências diversas, nem todas bem identificadas.
Vai vir...
Em todo caso, quero agradecer ao SiteMeter a gentileza do free lunch...

Paulo Roberto de Almeida (30.01.2010)

1891) Love story: my "Macs", one by one (2)

Meus Macs, tentativa de recuerdo...
Creio que levei meu LC com teclado em Português para a França, quando fui para a Embaixada em 1993. Não cheguei a comprar um desktop Mac em Paris, porque o péssimo costume dos franceses era o de exigir sistema operacional exclusivamente em francês e teclado "azerty", em lugar do nosso "qwerty", americano e brasileiro.

PowerBook 5300
Mas não resisti e comprei meu primeiro laptop digno dsse nome: um Powerbook 5300, todo preto, com, hélas, teclado e sistema operacional em francês. Ele está até hoje comigo, mas aposentado...
Foi na França que fui apresentado à linguagem html, inventada pelo CERN, e que me conectei à internet pela primeira vez em casa (a despeito de já conhecer o sistema em seu funcionamento corporativo): eu tinha comprado programas e conexões nos EUA (da Compuserve, que foi meu primeiro endereço eletrônico, provavelmente pralmeida@compuserve.com), mas nunca tinha conseguido usar no Brasil por falta de provedores de aceso. O Brasil era então (talvez ainda seja) um atraso em matéria de conexões e sistemas, em todo caso excessivamente caro para orçamentos limitados como era o meu.

iMac Blue
De volta ao Brasil, trouxe um iMacBlue, que me serviu valentemente durante minha permanência em Brasília: as conexões ainda eram via telefone, com enorme lentidão nos acessos a sites e descarregamento de arquivos. Em todo caso, era o que se podia dispor no Brasil: eu acessava o sistema do MRE, para correio, e o da UnB para navegar, e levava o PowerBook francês para trabalho em viagem (sim, ele não tinha modem interno, e eu usava uma plaqueta de conexão com a linha telefônica).

iBook Blue
Partindo para os EUA, em 1999, acho que passei por toda a linha dos Macs disponíveis, pessoalmente e para a família: todo mundo tinha Mac em casa, menos o papagaio...
Lembro-me de um iBook Blue, que acabou tendo infelizmente sua tela quebrada numa queda (em família), dois ou três iMacs, e depois uma sucessão de Powerbooks que foram acompanhando a linha evolutiva dos processadores cada vez mais poderosos (pelo menos três, talvez quatro, contando a família.

PowerBook G4
Aparentemente eu comprava Macs com mais facilidade, e disposição, certamente, com que comprava ternos ou calçados. Não posso reclamar dessa addiction: ela sempre me permitiu dispor do que havia de mais avançado e matéria de plataforma de trabalho, sem mais nenhum tipo de problema com respeito a transposição de arquivos entre plataformas. Sim, os MacOS eram cada vez mais aperfeiçoados, e cada vez mais poderosos, exigindo, por isso mesmo, ferramentas mais aperfeiçoadas.

PowerBook
Curiosamente, nos EUA me mantive à margem da febre dos iPods, que explodiram quando eu ainda estava lá: minha filha ainda era relativamente pequena e não tinha atentado ainda para essas inacreditáveis maquinetas de ouvir música: só fui aderir ao costume, de volta ao Brasil, embora comprando um ou outro em viagens internacionais.
Mesmo no Brasil, comprei dois outros PowerBooks em viagens aos EUA, sempre com intenso uso (teclado ficando preto, tela cheia de dedos, marcas por aqui e por ali). Os sistemas embutidos de wireless já permitiam conexão em qualquer lugar dos EUA e da Europa, embora no Brasil ainda seja limitado (e caro).

MacBookProCoreDuo
Sim, não deixei de comprar um desktop Mac para meu uso em casa, que é este iMac Flat, no qual estou trabalhando agora, sempre com integração com o PowerBook que está atrás de mim e que carrego para o trabalho todos os dias, assim como em viagens.

iMacFlat

No geral, não posso reclamar, e nunca reclamei, da funcionalidade dos meus Macs. No começo, havia alguma dificuldade para passar meus textos escritos em MacWrite ou em WriteNow para os Word DOS ou Windows dos sistemas PCs, exigindo filtros ou programas especiais, eventualmente passando por algum arquivo intermediário em rtf. Mas isso foi rapidamente superado, pelos programas mais conviviais da Microsoft ou da própria Apple.

Finalmente, fiquei tentado, várias vezes, a comprar um e-boo, ou melhor, um aparelho para ler livros eletrônicos: todos me pareciam limitados: Sony Reader, Kindle ou Nook. Agora que surgiu o iPad, acho que vou comprar um, mas não imediatamente. Vou esperar a segunda geração, que certamente será mais barata, mais poderosa e mais aperfeiçoada do que o modelo que acaba de surgir.

1890) Love story: my "Macs", one by one (1)

Meus Macs
Sou o que comumement se chama nos EUA um "MacAddict", embora eu não seja um fanático defensor da marca, nem um fundamentalista do sistema operacional. Apenas ocorre que, em toda a minha vida "informática", nunca comprei, para meu uso pessoal, jamais fui tentado a adquirir, nunca fui induzido a trabalhar em meus próprios textos por nenhum outro computador que não tivesse sido um Mac, ou Apple.
Claro, no escritório, em lugares "comuns", eventualmente em viagem, nos hoteis, sou até levado a trabalhar com os "Rwindows" da vida, mas não, jamais, por escolha própria.
Tendo sido apresentado aos computadores ainda no tempo das carroças, quando trabalhamos com telas pretas e sinais de verde fosforecente, com discos flexíveis e sistema operacional DOS, tomei horror desses PCs comuns, e nunca suplantei essa rejeição.
Por isso hesitei muito em comprar meu primeiro computador pessoal, não apenas porque eram caros e eu não conhecia exatamente detalhes técnicos de desempenho e possibilidades intrínsecas, mas também porque simplesmente eles não me atraiam.


Macintosh Plus
Bem, tudo começou em 1987, quando fui apresentado ao primeiro computador Apple que eu via na minha vida: um MacIntosh Plus de 128kbs: foi amor a primeira vista. Mesmo que tudo tivesse de ser feito a partir de um único diskete de 128kbs, que continha tudo (o sistema operacional, os programas para trabalhar e os arquivos e parava por aí, não indo muito além disso), eu fiquei fascinado pela nova engenhoca. Depois de usar no começo o próprio programa da Apple, chamado MacWrite, que tinha a característica do wysywyg (ou seja, what you see is what you get), passei a escrever meus textos num programa chamado WriteNow.

Meu primeiro periférico foi um disco rígido externo, fabricado na Irlanda, que devo ter comprado em 1988; foi relevante para poder superar a barreira da limitação física dos disketes do MacPlus. Logo em seguida, numa viagem aos EUA, comprei o mesmo modelo de MacPlus, mas mais avançado, um SE-30, ou seja, contendo um hard-drive de 30MB.

MacSe-30
Daí em diante, nunca mais parei e, com exceção dos chamados "tower models", creio que tive todos os modelos disponíveis da linha de computadores pessoais da Apple. Fui dos primeiros a comprar um MacPortable, que, diferentemente do que o nome diz, era meramente "transportável", com um certo custo: um peso enorme, uma tela longe do ideal, e obviamente lento. Esse eu importei diretamente dos EUA, já estando no Uruguai, junto com uma impressora a laser, que me custou um bocado de dinheiro para, finalmente, pouco uso.

MacPortable
Também importei um PowerMac com dupla plataforma, ou seja, duas placas, mas híbrido, uma funcionando no sistema Apple, outra em Windows, sempre inferior ao MacOS, mas mais disseminado (em função dos problemas de transposição de uma plataforma a outra, que ainda se enfrentava).

PowerMac
De volta ao Brasil comprei um LC fabricado no próprio Brasil, pela Apple, algo excepcional. Tinha teclado em Portugues, ainda que eu preferisse o sistema operacional original. Foi uma das poucas experiências de fabricação local pela Apple, depois disso eles nunca mais tentaram: suponho que por dificuldades logísticas, impostos, ou outras coisas.

1889) Brasil em Davos: criticas no plano democrático

Ministros do governo atual, e o próprio presidente, como se sabe, pensam, e agem, como se a história tivesse começado em 2003, e que antes -- antes da História, claro, numa espécie de A.L. e D.L. -- tudo era um desastre, um horror, e que fomos "salvos" por um governo providencial, que tudo fez e tudo providenciou: a estabilização, as políticas sociais, a defesa da soberania nacional, enfim, que se não fosse por este governo, ainda estaríamos num país de botocudos, submissos ao FMI, comendo o pão que o diabo amassou.
Esse tipo de discurso mistificador pode até passar aqui, pois a imprensa raramente contesta, em matérias analíticas ou de opinião, o festival de bobagens que ela mesmo serve, em suas páginas, como matérias informativas, ou descritivas, a partir das declarações desses personagens que nunca antes neste país abusaram tanto da capacidade de enganar os incautos.
Mas essas coisas colam menos em ambientes mais bem informados e menos sujeitos à propaganda governamental, como revela este despacho de Davos...

Brasil falha na defesa da democracia, diz economista
Rolf Kuntz
O Estado de S. Paulo, 30/01/2010

Maior economia da América Latina, o Brasil tem falhado em usar seu peso para defender a democracia na região, segundo o economista Ricardo Hausmann, professor de Harvard, ex-economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ex-ministro do Planejamento da Venezuela (99-93). Moderador dos debates num almoço organizado para discussão das perspectivas brasileiras, Hausmann proporcionou com sua cobrança a grande surpresa do encontro. O Brasil está na moda e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro premiado pelo Fórum Econômico Mundial com o título de Estadista Global.

O almoço, marcado para depois da premiação, poderia ter sido um perfeito evento promocional, se o mestre de cerimônias se limitasse a levantar a bola para as autoridades brasileiras chutarem. Ele cumpriu esse papel no começo da reunião. Deu as deixas para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, falarem sobre o desempenho brasileiro durante a crise internacional e sobre as mudanças ocorridas no País nos últimos sete anos. Nem tudo saiu barato: pressionado por uma pergunta de Hausmann, o ministro da Fazenda elogiou o trabalho do governo anterior no controle da inflação e na elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal.

"O Brasil", disse Mantega, "teve um bom presidente antes de Lula." Mas acrescentou, como era previsível, uma lista de realizações a partir de 2003, como a elevação do superávit primário, a expansão econômica mais veloz e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Não faltou o confronto: a economia cresceu em média 2,5% no período de Fernando Henrique Cardoso e 4,2% na era Lula.

O almoço poderia ter continuado nesse ritmo se Hausmann não resolvesse enveredar pela política. Quando a Venezuela fechou a fronteira com a Colômbia, disse Hausmann, o Brasil mandou uma missão empresarial para ocupar o mercado antes suprido pelos colombianos. Quando a Colômbia anunciou um acordo militar com os EUA, Lula convocou uma reunião da Unasul.

É uma questão de pragmatismo, respondeu o empresário Luiz Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Lula. Elogiou o presidente por seu apoio à exportação - "agiu como um homem de negócios" - e acabou chegando ao ponto mais delicado: "A Venezuela compra do Brasil US$ 5 bilhões por ano. Que fazer?"

"O Brasil é signatário de uma Carta que o obriga a defender a democracia", observou Hausmann. O Brasil, disse ele depois ao Estado, poderia ter feito um trabalho mais importante em defesa da democracia, na região, se a sua ação internacional fosse baseada em princípios e não no pragmatismo descrito pelo ex-ministro Furlan. O governo Lula, segundo o economista, deu à Colômbia um motivo para considerar o Brasil não confiável e uma razão a mais para se aproximar dos EUA.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...