quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A politica externa da continuidade: muy hermanos, a cada 3 meses...

Dilma confirma que manterá as reuniões trimestrais com Chávez
Agencia EFE, 12/01.2011

Caracas, 11 jan (EFE) - A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e o líder venezuelano, Hugo Chávez, anunciaram um acordo nesta terça-feira para manter as reuniões trimestrais que os dois Governos realizam desde o fim de 2008, além de retomar a agenda de integração energética regional.

Após conversa por telefone nesta terça-feira, Dilma e Chávez concordaram em se reunirem no Peru em fevereiro, no marco da Cúpula de chefes de Estado da América do Sul e dos países árabes, indicou um comunicado da Chancelaria venezuelana.

A “Agência Brasil”, por sua vez, informou que os presidentes se encontrarão em 16 de fevereiro para programar a visita oficial de Dilma à Venezuela.

O comunicado da Chancelaria venezuelana assinalou que os dois líderes dialogaram hoje com “o fim de trocar ideias acerca do novo momento que se abre na relação estratégica bilateral”, após Dilma ter assumido a Presidência do Brasil.

Nesse sentido, espera-se que “nos próximos dias” o assessor da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia, visite Caracas para desenvolver “junto ao Governo venezuelano as principais linhas desta nova etapa da relação estratégica entre os dois países”, assinalou o comunicado venezuelano.

Durante a conversa telefônica desta terça-feira, Dilma e Chávez “concordaram em retomar a agenda de integração energética sul-americana, particularmente nas áreas de petróleo e gás”.

A politica externa do nunca antes...: talvez nunca mais, mesmo...

Uma coleção dos "sucesos" (em espanhol, pessoal) de uma política externa que já foi para os livros, ou quase...

Contra um brasileiro e a favor do Brasil
Blog do Reinaldo Azevedo, 10/01/11

Contra todas as aparências, um ministério teria de ser refundado, salgando a terra dos últimos oito anos: o das Relações Exteriores. Mais do que qualquer outra pasta, o Itamaraty restou com o lixo ideológico do petismo o mais rombudo, o mais bocó, o mais ignorante. Não por acaso, a grande expressão da pasta no período, além de Celso Amorim, o Megalonanico, foi Marco Aurélio Garcia. É aquele senhor segundo quem apenas os 3% ou 4% que reprovam o governo Lula se interessam pelos passaportes diplomáticos dos parentes e apaniguados do Babalorixá.

A inserção comercial no Brasil, que não é nem maior nem menor do que no governo FHC - as commodities é que estão mais caras, e o mundo, na média, cresce muito mais -, nada têm a ver com o Itamaraty. Nada mesmo! Zero! No que era tarefa sua, específica, o ministério só conseguiu cobrir o país de ridículo, fazendo com que amargasse insucesso atrás de insucesso. Mais um está para acontecer.

Lula, o rei posto, indicou José Graziano da Silva como o candidato do país a chefiar a FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação da ONU). A idéia era contar com o apoio de países latinos, inclusive os europeus, como a Espanha. Pois é… Ocorre que Miguel Angel Moratinos, ex-ministro de Relações Exteriores daquele país, anunciou que postula o mesmo cargo, o que deve dividir os votos latino-americanos.

Para a FAO, certamente é uma notícia auspiciosa. Seria interessante saber por que Graziano, que responde por um mico histórico, o chamado “Programa Fome Zero”, que deu com os burros n’água, seria um bom nome para chefiar o programa da ONU. As eleições ocorrem em junho.

Se Graziano vai ou não conseguir, isso eu não sei. A situação se complicou bastante para ele, sem dúvida. Moratinos é bastante respeitado naquele universo que o PT costuma chamar de “progressista”. A Espanha é o país que mais contribui com a FAO, e seu candidato vem de uma recente e bem-sucedida negociação com a ditadura cubana para a libertação de presos políticos - enquanto Lula, o que já era, passava a mão na cabeça do facínora.

Graziano tem todos os méritos para perder a disputa, obviamente. Mas, se isso acontecer, ele não deve tomar como uma derrota pessoal. O Itamaraty quebrou a cara em todas as batalhas internacionais em que se meteu: todos os seus candidatos a postos em organismos multilaterais foram derrotados. Será que o mundo temia Celso Amorim e lhe dava um troco? Não! É que as pessoas realmente relevantes sempre lhe deram uma solene banana.

É claro que estou na torcida contra Graziano. E a favor do Brasil! Vamos lembrar os “sucesos” “sucessos” da política externa brasileira:

LISTA DE BESTEIRAS E DERROTAS DE CELSO AMORIM:

NOME PARA A OMC
Aamorim tentou emplacar Luís Felipe de Seixas Corrêa na Organização Mundial do Comércio em 2005. Perdeu. Sabem qual foi o único país latino-americano que votou no Brasil? O Panamá!!! Culpa do Itamaraty, não de Seixas Corrêa.

OMC DE NOVO
O Brasil indicou Ellen Gracie em 2009. Perdeu de novo. Culpa do Itamaraty, não de Gracie.

NOME PARA O BID
Também em 2005, o Brasil tentou João Sayad na presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Deu errado outra vez. Dos nove membros, só quatro votaram no Brasil - do Mercosul, apenas um: a Argentina. Culpa do Itamaraty, não de Sayad.

ONU
O Brasil tenta, como obsessão, a ampliação (e uma vaga permanente) do Conselho de Segurança da ONU. Quem não quer? Parte da resistência ativa à pretensão está justamente no continente: México, Argentina e, por motivos óbvios e justificados, a Colômbia.

CHINA
O Brasil concedeu à China o status de “economia de mercado”, o que é uma piada, em troca de um possível apoio daquele país à ampliação do número de vagas permanentes no Conselho de Segurança da ONU. A China topou, levou o que queria e passou a lutar… contra a ampliação do conselho. Chineses fazem negócos há uns cinco mil anos, os petistas, há apenas 30…

DITADURAS ÁRABES
Sob o reinado dos trapalhões do Itamaraty, Lula fez um périplo pelas ditaduras árabes do Oriente Médio.

CÚPULA DE ANÕES
Em maio de 2005, no extremo da ridicularia, o Brasil realizou a cúpula América do Sul-Países Árabes. Era Lula estreando como rival de George W. Bush, se é que vocês me entendem. Falando a um bando de ditadores, alguns deles financiadores do terrorismo, o Apedeuta celebrou o exercício de democracia e de tolerância… No Irã, agora, ele tentou ser rival de Barack Obama…

ISRAEL E SUDÃO
A política externa brasileira tem sido de um ridículo sem fim. Em 2006, o país votou contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas, no ano anterior, negara-se a condenar o governo do Sudão por proteger uma milícia genocida, que praticou os massacres de Darfur - mais de 300 mil mortos! Por que o Brasil quer tanto uma vaga no Conselho de Segurança da ONU? Que senso tão atilado de justiça exibe para fazer tal pleito?

FARC
O Brasil, na prática, declara a sua neutralidade na luta entre o governo constitucional da Colômbia e os terroristas da Farc. Já escrevi muito a respeito.

RODADA DOHA
O Itamaraty fez o Brasil apostar tudo na Rodada Doha, que foi para o vinagre. Quando viu tudo desmoronar, Amorim não teve dúvida: atacou os Estados Unidos.

UNESCO
Amorim apoiou para o comando da Unesco o egípcio anti-semita e potencial queimador de livros Farouk Hosni. Ganhou a búlgara Irina Bukova. Para endossar o nome de Hosni, Amorim desprezou o brasileiro Márcio Barbosa, que contaria com o apoio tranqüilo dos Estados unidos e dos países europeus. Chutou um brasileiro, apoiou um egípcio, e venceu uma búlgara.

HONDURAS
O Brasil apoiou o golpista Manuel Zelaya e incentivou, na prática, uma tentativa de guerra civil no país. Perdeu! Honduras realizou eleições limpas e democráticas. Lula não reconhece o governo.

AMÉRICA DO SUL
Países sul-americanos pintam e bordam com o Brasil. Evo Morales, o índio de araque, nos tomou a Petrobras, incentivado por Hugo Chávez, que o Brasil trata como uma democrata irretocável. Como paga, promove a entrada do Beiçola de Caracas no Mercosul. Quem está segurando o ingresso, por enquanto, é o Parlamento… paraguaio! A Argentina impõe barreiras comerciais à vontade. E o Brasil compreende. O Paraguai decidiu rasgar o contrato de Itaipu. E o Equador já chegou a seqüestrar brasileiros. Mas somos muito compreensivos. Atitudes hostis, na América Latina, até agora, só com a democracia colombiana. Chamam a isso “pragmatismo”.

CUBA, PRESOS E BANDIDOS
Lula visitou Cuba, de novo, no meio da crise provocada pela morte do dissidente Orlando Zapata. Comparou os presos políticos que fazem greve de fome a bandidos comuns do Brasil.

IRÃ, PROTESTOS E FUTEBOL
Antes do apoio explícito ao programa nuclear e do vexame de agora, já havia demonstrado suas simpatias por Ahmadinjead e comparado os protestos das oposições contra as fraudes eleitorais à reclamação de uma torcida cujo time perde um jogo.

As tarefas economicas do novo governo - Afonso Celso Pastore

Discordo apenas da parte relativa à valorização do real: não se trata apenas da pequena poupança do Brasil, e sim dos altos níveis de despesas públicas e dos juros, o que atrai inevitavelmente capitais externos. O governo tem de fazer sua parte. Pode aumentar a poupança interna, claro, reduzindo os gastos públicos e abaixando a tributação, mas como isso não vai ocorrer facilmente, tem de se atuar nos juros, que aliás dependem das mesmas ações.
Ou seja, os juros vão continuar altos e a atração de capitais externos idem, até algum desastre pela frente, o que pode demorar mais um ou dois anos...
Paulo Roberto de Almeida

''Há várias perguntas para o novo governo dar resposta''
Leandro Modé
O Estado de S.Paulo, 09 de janeiro de 2011

Para economista, Banco Central já começou a esclarecer algumas dúvidas. Mas ainda restam outras, como a política fiscal e o ritmo de crescimento do País nos próximos anos

SÃO PAULO - O ex-presidente do Banco Central (BC) Affonso Celso Pastore não vê contradição entre a calmaria que o mercado financeiro exibiu durante o processo eleitoral e a leve tensão que tomou conta das mesas de operação dos bancos nas últimas semanas. "Surgem dúvidas após a eleição, o que acho natural", diz. Ele mesmo tem uma série delas. A começar pela condução da política fiscal e da política monetária no governo Dilma Rousseff.

"Eu suponho que o BC terá a mesma independência que teve até aqui. Mas temos de ver todos os sinais da política econômica", observa. As escolhas que forem feitas pelo novo governo vão determinar se os riscos para a economia brasileira - sobretudo o fiscal - crescerão ainda mais nos próximos anos. O que mais incomoda Pastore, hoje, é a evolução do déficit em conta corrente, que, segundo ele, está diretamente relacionado à evolução do gasto público. "Estamos nos expondo a um risco ao qual não deveríamos nos expor." A seguir, os principais trechos da entrevista ao Estado.

Qual o cenário para a economia brasileira em 2011?
O Brasil vai ter um crescimento maior do que a média dos últimos dez anos, mas menor que o do ano passado. Em 2010, expandimos acima de 7,5%. Estávamos saindo de uma recessão e havia capacidade ociosa. O crescimento que temos pela frente é o potencial. Talvez possamos ficar um pouco acima do potencial por algum tempo. Mas minha impressão é de que o número básico é de 4,5%.

Quais os riscos para esse cenário?
Há grande dúvida sobre a economia internacional. Meu quadro é de um crescimento lento nos EUA e na Europa. Mas caindo o risco de duplo mergulho nos EUA por causa dessa última reação de política fiscal do governo Obama. Há um risco de dívida soberana na Europa, mas é pequeno. Considerando tudo, o risco internacional caiu, o que favorece o Brasil. Do lado doméstico, precisamos saber os detalhes da política econômica do novo governo. No meu pressuposto, vão fazer um ajuste fiscal, mas não um ajuste enorme. Para chegar a 2,5%, 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) de superávit primário, que é o meu número, é preciso muito corte de despesa e aumento de receita. O segundo ponto da política econômica diz respeito ao Banco Central. Suponho que o BC terá a mesma independência que teve até aqui. Escolheram um excelente presidente. Mas temos de ver todos os sinais da política econômica.

Um superávit primário de 3,1% do PIB, que é a meta, está descartado?
Não está descartado, mas é extremamente difícil. Seria necessário fazer cortes de gastos com um custo político muito grande. O governo teria de cortar salários do funcionalismo.

Durante a eleição, o mercado ficou tranquilo. Mas agora há muitas dúvidas sobre a condução da política econômica, inclusive do sr.. Por que a diferença?
Uma coisa é a percepção durante a eleição e outra é o fato concreto. Surgem dúvidas, o que acho natural. O Relatório de Inflação (divulgado no fim de dezembro) e os pronunciamentos do novo presidente do BC começaram a dirimir muitas dúvidas. A afirmação é que, dada a atual trajetória de crescimento da inflação, é necessário uma elevação imediata da taxa básica de juros (Selic). A indicação é de que o ciclo de elevação se iniciará em janeiro e, no total, somará 1,5 ponto porcentual. A sinalização confusa dos últimos meses da gestão Meirelles parece coisa do passado. Mas há dúvidas que permanecem. A primeira é se o governo cumprirá a meta do superávit primário. Como disse, são necessários cortes de gastos de magnitude nunca ocorrida. A outra dúvida é sobre o curso do câmbio, uma vez que a valorização do real tem ajudado a conter a inflação. No longo prazo, também há dúvidas. O governo quer manter o crescimento do PIB em 5,5% ao ano. Em entrevista recente, Nelson Barbosa (número dois do Ministério da Fazenda) afirmou isso enfaticamente. As taxas de investimento necessárias para sustentar um crescimento de 5,5% (em torno de 25% do PIB) nos levariam a déficits não sustentáveis na conta corrente. Cabe ao governo esclarecer como pretende superar tal barreira.

As medidas do BC vão ajudar a conter a tendência de valorização do real?
A nova medida do BC reduz drasticamente a posição vendida dos bancos em dólar. Mas o maior efeito se dará no cupom cambial (juro em dólar dentro do Brasil). É equivalente a uma intervenção no mercado futuro, mas o BC opta por não seguir este caminho, e sim por medidas prudenciais. Dado seu pequeno efeito sobre a taxa no mercado à vista, isso é apenas o topo do iceberg. O governo continua desconfortável com a valorização do real, e provavelmente virão outras medidas.

Por que o real vem se valorizando?
Como no Brasil as poupanças domésticas são baixas, a alta dos investimentos requer a absorção de poupanças externas, o que se faz pelo aumento das importações. Para que essas se elevem, o câmbio tem de se valorizar (barateando as importações). O dilema que enfrentamos é simples: na ausência de poupanças domésticas suficientes, o Brasil terá de conviver com uma moeda forte para elevar os investimentos. Ou descobrimos uma forma de conviver com um real mais forte (elevando a eficiência da economia com reformas) ou temos de elevar a poupança doméstica para permitir um câmbio de equilíbrio mais desvalorizado.

O juro vai ter de subir em 2011, em um ambiente internacional de liquidez ainda farta. Dá para imaginar mais valorização do real?
Se os juros sobem, atrai-se mais dinheiro para o País, o que valoriza o real. O Brasil vai sempre viver com o real mais forte do que viveria se tivesse poupança doméstica maior. O perigo é evitar valorização excessiva. A melhor forma é por meio de intervenções do BC no câmbio.

A balança comercial terá déficit?
A probabilidade de ficar em zero ou negativa é alta. Em 2010, só não foi pior por causa desses enormes ganhos com a relação de troca (produtos que o Brasil exporta se valorizaram mais do que os que importa). Ainda teremos isso em 2011, mas, mesmo assim, nossa projeção é de um déficit de US$ 3 bilhões.

Alguns observadores dizem que os riscos de médio e longo prazos da política econômica vêm crescendo. O sr. tem essa percepção?
Há uma piora de qualidade visível na política fiscal. Este último governo Lula, me desculpe, abriu as comportas e aumentou o gasto como poucos fizeram. Será difícil corrigir isso. Segunda coisa: o uso dos bancos públicos. O governo abriu a porteira e acho que isso também terá um custo que precisaremos arrumar lá na frente. Perdeu-se muito a visão de que é preciso ser prudente nesse tipo de campo. Na medida em que isso aconteceu, aumentou-se o déficit em conta corrente.

Qual o risco disso?
Hoje, muitos acham que não é um problema porque dá para financiar. Dá porque (1) há um fluxo de capitais enorme, que deriva da situação do mercado internacional, que deve permanecer em 2011, mas não durará para sempre e (2) tal condição do mercado internacional produziu esse enorme ganho de relação de troca. Se não houvesse isso, nosso déficit em conta corrente em 2010 não seria de 2,5% do PIB. Seria bem mais alto. Estamos vivendo um momento em que um maná caiu do céu. A crise internacional permite que a economia brasileira tenha um nível de consumo muito maior do que teria caso não existisse a crise. Isso só ocorre porque os EUA estão expandindo liquidez como loucos. Na hora em que saírem dessa crise, veremos menos fluxo de capitais e menos ganhos de relação de troca. Nesse momento, estaremos expostos a um déficit muito grande.

É algo que conhecemos bem...
A história se repete. Precisamos tomar cuidado com a síndrome do "this time is different". Estamos nos expondo a um risco ao qual não deveríamos nos expor.

Poderíamos estar aproveitando esse maná para criar condições estruturais melhores para o País?
Em vez de elevar o consumo na velocidade que estamos aumentando, poderíamos estar poupando mais para financiar um investimento maior e criar condições de crescer com menor dependência externa.

O crédito dobrou nos últimos anos. O sr. vê algum risco de bolha?
Há bolha imobiliária no Brasil? Acho que há certo exagero das construtoras na compra de terrenos bem localizados, que se refletiu no aumento do preço da terra e, por tabela, das casas. Isso é uma anomalia e alguém vai perder lá na frente. Mas como avaliar se é bolha? Antigamente, a demanda por imóveis estava reprimida porque não havia crédito. De uns anos para cá, os bancos passaram a emprestar. Isso deslocou a demanda, que leva a um aumento de preço e de quantidade. Esse aumento de preço não é anômalo. Anômala era a situação anterior, em que não havia crédito.

Brasil-Iran: nao se pode confiar mais nos amigos...

O Estadão parece possuir o seu próprio "Wikileaks". Só falta descobrir o "soldado" delator...

Irã faz protesto contra crítica de Dilma
Patrícia Campos Mello e Jamil Chade
O Estado de S.Paulo, 12 de janeiro de 2011

Diplomacia. Lula buscou aproximação com Ahmadinejad
Em telefonema à embaixada brasileira no país, governo de Ahmadinejad expõe mal-estar com declarações de autoridades da nova administração sobre a política de direitos humanos de Teerã; após o segundo turno, presidente condenou apedrejamento

O governo iraniano registrou um protesto contra as críticas do governo Dilma Rousseff à situação dos direitos humanos no Irã, num primeiro sinal de mal-estar entre os dois países, após anos de ótimas relações.

Em telegrama diplomático a cujo conteúdo o Estado teve acesso, com data de anteontem, diplomatas brasileiros em Teerã relatam que um assessor especial do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, telefonou para o embaixador brasileiro no Irã, Antonio Salgado, para se queixar. O assessor "transmitiu o incômodo de Teerã com as repetidas referências à situação dos direitos humanos no Irã, feitas por autoridades brasileiras". Segundo o telegrama, o assessor iraniano teria pedido ao embaixador que informasse o Itamaraty sobre o desconforto.

O Brasil, que antes adotava a posição de não condenar violações aos direitos humanos no Irã, mudou a posição com Dilma. Em entrevista ao jornal Washington Post, em 18 de novembro, Dilma criticou o comportamento do Brasil na ONU, ao abster-se de votar uma condenação às violações de direitos humanos no Irã. "Não concordo com o modo como o Brasil votou. Não é a minha posição", afirmou Dilma, mencionando "práticas medievais aplicadas quando se trata de mulheres". "Ficaria desconfortável, como uma mulher eleita presidente, em não me manifestar contra o apedrejamento", disse ela, referindo-se à condenação da iraniana Sakineh Ashtiani à morte por apedrejamento.

Em entrevista à revista Veja, publicada no domingo, o chanceler Antonio Patriota foi na mesma linha. "A questão da ameaça de apedrejamento da iraniana obviamente vai contra tudo o que nós representamos", disse Patriota. "Acho que vai haver uma reflexão interna sobre essa questão dos direitos humanos."

O protesto do governo iraniano é a primeira consequência formal da mudança de direção da política externa brasileira em relação ao Irã. O governo Lula foi marcado por uma posição de não intervenção nas questões que envolvem o país. Ele comparou os tumultos que se seguiram à eleição iraniana em 2009, quando centenas de iranianos foram detidos e agredidos por agentes do regime, a uma "briga de torcida" - não passaram de "uma coisa entre flamenguistas e vascaínos", disse Lula. Instado a protestar contra a condenação de Sakineh, Lula afirmou: "É preciso tomar muito cuidado porque as pessoas têm leis e regras. Se começarem a desobedecer às leis deles para atender aos pedidos dos presidentes, daqui a pouco há uma avacalhação." Depois, ofereceu asilo à iraniana, dizendo: "Se minha amizade e afeição pelo presidente do Irã são importantes e se essa mulher está causando problemas lá, nós a acolheremos aqui no Brasil." E o Itamaraty tradicionalmente se abstinha nas votações no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Tanto a diplomacia brasileira quanto assessores do governo evitaram nos últimos dias a falar sobre o assunto. No Itamaraty, diplomatas chegaram a negar a existência do comunicado, enquanto outros simplesmente afirmavam "desconhecer" a existência da ligação telefônica. O ministro Tovar Nunes, assessor do chanceler Antonio Patriota, afirmou ser "natural" essa comunicação entre as chancelarias. "Nosso diálogo é fluido, somos sensíveis às preocupações dos países, mas também temos nossas posições, manifestadas de forma clara", disse Tovar. "Não há mal estar nenhum."

Mas não é a primeira vez que um descompasso é explicitado na relação bilateral. Em fevereiro de 2010, o Estado publicou com exclusividade o conteúdo de um telegrama do Itamaraty sobre a situação de direitos humanos no Irã. O telegrama relatava um encontro realizado entre a embaixadora Vera Machado, a então subsecretária de Assuntos Políticos, e o embaixador do Irã em Brasília, Mohsen Shaterzadeh. Durante a reunião, a embaixadora ressaltou o fato de que a aproximação entre o Irã e o Brasil estaria sendo criticada pela "imprensa conservadora" do País. O apelo feito por ela era para alertar os iranianos sobre a situação dos direitos humanos, principalmente a situação da população Bahai, discriminada pelo regime de Teerã.

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PS.: Uma última observação sobre este "wikileaks" brasileiro [PRA]:

Sobre este trecho:
"Durante a reunião [com o embaixador do Irã em Brasília, Mohsen Shaterzadeh], a embaixadora [Vera Machado, subsecretária de Assuntos Políticos do MRE] ressaltou o fato de que a aproximação entre o Irã e o Brasil estaria sendo criticada pela "imprensa conservadora" do País."

Parbleu! Por que "imprensa conservadora"? Se fosse pela "imprensa progressista" seria aceitável a crítica? Apenas a "imprensa conservadora" não tem o direito de fazer críticas à aproximação do Brasil com o Irã, na verdade o apoio do Brasil ao regime e ao governo atual do Irã? Supostamente, a imprensa progressista não se ocupa de direitos humanos, ou exerce uma análise crítica da política externa?
A imprensa atua de uma ou outra maneira segundo sua "coloração ideológica"?
Talvez no imaginário de certos governos seja assim; no mundo da imprensa séria, e comprometida com a verdade, a imprensa costuma ser crítica de qualquer governo, em qualquer regime, em qualquer época...
Paulo Roberto de Almeida

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Toque de recolher
Dora Kramer
O Estado de S.Paulo, 12.01.2011

Nada de inusitado na proibição dos livros de Paulo Coelho no Irã. Gestos como esse são inerentes a ditaduras.
Diferente no episódio foi o Brasil cumprir sua obrigação de protestar e condenar a violência, considerada "abominável" pela ministra da Cultura, Ana de Holanda, que anunciou pedido de providências oficiais ao Itamaraty.
Diante de ataques aos direitos humanos e agressões à liberdade - morte de dissidentes em Cuba, fraude eleitoral no Oriente e matanças na África -, no governo Lula o Brasil não apenas calou como celebrou as ações dos regimes autoritários. Em pelo menos duas ocasiões, confraternizou publicamente com os ditadores e desdenhou da posição dos opositores.
Comparou os dissidentes cubanos a bandidos comuns e igualou os protestos da oposição iraniana contra a roubalheira eleitoral do regime ao choro de perdedores em partidas de futebol.
Manifestou-se a ministra, falta se posicionar a presidente Dilma Rousseff: pessoalmente seria o ideal, como fez no caso da condenação por apedrejamento da iraniana Sakineh Ashtiani, mas se o fizer por intermédio do Ministério das Relações Exteriores já terá dado um passo a mais para reposicionar o Brasil no cenário internacional como uma democracia guardiã de princípios universais.
Condição que o antecessor subtraiu ao País quando subordinou valores a interesses de maneira equivocada e, sobretudo, perversa, contando para isso com a colaboração de um chanceler obcecado pelo ofício da bajulação.
Diga-se em defesa de Celso Amorim que não foi o único. São inúmeros os exemplos de exorbitâncias decorrentes da subserviência de auxiliares do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que, receosos de suas reações e curvados à sua popularidade, preferiam fazer suas vontades a cumprir a Constituição e preservar as respectivas biografias.
Amorim é apenas o caso mais patente. O fecho de sua gestão diz tudo: a concessão indevida de passaportes diplomáticos aos filhos maiores de idade e a um neto de 14 anos do então presidente, dois dias antes do encerramento do mandato, sob a justificativa de que atendia aos interesses do País.
Tanto não atendia que o Itamaraty calou a respeito. Sabe-se ali que o ato resultou do afã de cumprir ordens e agradar ao chefe que deixava o cargo consagrado, construindo um cenário de preservação de poder em perspectiva.
Quando a subserviência se sobrepõe a tudo o mais é que se deteriora a proposição fundamental do Estado de Direito: o respeito à legalidade, a observância a quesitos como probidade, impessoalidade e igualdade dos cidadãos perante as regras que regem a vida em sociedade.
No momento em que sai de cena o objeto do servilismo, se sobressai o burlesco da situação. Amorim foi para casa com esse troféu, outros a partir de agora provavelmente - vai depender de a presidente Dilma Rousseff conduzir-se por lógica diferente - dar-se-ão conta das oportunidades que deixaram passar de se dar ao respeito.
Para ficarmos nos episódios finais, temos o ministro da Defesa, Nelson Jobim, a classificar como "ridículas" as críticas à concessão de área militar para o ex-presidente tirar férias com a família.
Com perdão da deselegância do termo, ridículo é um ministro de Estado se prestar ao exercício da adulação com o dinheiro público para servir ao ex como se a prerrogativas presidenciais ainda tivesse direito.
Que o ar fica mais respirável, o ambiente mais ameno e saudável na ausência de Lula, não resta a menor dúvida.
Em boa medida pelo recolhimento (temporário?) dos bajuladores.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

China: disciplina na base do desempenho escolar

Sempre tem um outro lado da moeda. Menos futebol e mais matemática...

Disciplina rege educação na China
David Barboza (New York Times)
O Estado de S.Paulo, 9/01/2011

Sistema escolar rígido do país gera alunos altamente capacitados para realizar testes; modelo, porém, inibe criatividade e autonomia
Na aula de matemática do 9º ano da professora Li Zhen, o exercício era de geometria. Os alunos da escola, associada à Universidade de Professores Jing"An, deveriam explicar o tamanho relativo das formas geométricas por meio do teorema euclidiano dos paralelogramos. "Quem sabe como demonstrar que duas linhas são paralelas sem usar um segmento proporcional?", perguntou Li aos cerca de 40 alunos.

Um a um, vários estudantes dessa escola pública levantaram a mão. Quando eram chamados, ficavam de pé ao lado de suas carteiras, dando respostas corretas. Eles voltavam a se sentar quando eram instruídos a fazê-lo.

Educadores dizem que essa abordagem disciplinada ajuda a explicar o fato de que 5,1 mil alunos de 15 anos vindos de Xangai apresentaram desempenho superior ao de alunos de 65 outros países no Pisa - um teste internacional realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que avaliou competências de leitura, matemática e ciência.

Os americanos ficaram entre a 15.ª e a 31.ª posições nas três categorias. França e Grã-Bretanha também apresentaram desempenho semelhante. O Brasil apareceu nos últimos lugares.

Especialistas dizem que é complicado comparar resultados obtidos por alunos de países e cidades diferentes e também que os resultados dos estudantes de Xangai não podem ser considerados representativos do restante da China, pois a cidade de 20 milhões de habitantes é relativamente abastada. Ainda assim, eles ficaram impressionados com as altas notas.

O resultado foi visto como outro sinal da crescente competitividade chinesa. A colocação obtida pelos Estados Unidos foi descrita como "chamado de alerta" por Arne Duncan, secretário americano de Educação.

Apesar de esta ter sido a primeira vez que a China participou do Pisa, o resultado ressaltou a reputação do país de produzir alunos capacitados em matemática e ciência.

Para os especialistas, o sucesso dos estudantes de Xangai, assim como dos alunos de outras partes da Ásia, como Coreia do Sul, Cingapura e Hong Kong, é explicado por um sistema que enfatiza a disciplina, o aprendizado por memorização e a preparação obsessiva para as provas.

Os estudantes ficam na escola até as 16 horas, não assistem televisão e só são admitidos no mercado de trabalho depois de completarem 16 anos. "É raro encontrar uma criança que receba um treinamento tão intenso quanto o que é oferecido na China", disse Sun Baohong, especialista em educação da Academia de Ciências Sociais de Xangai. "Se o teste envolve matemática e ciência, não há dúvida de que os chineses vão superar a concorrência."

Mas muitos educadores dizem que a força da China na educação representa também uma fraqueza. O sistema educacional do país é muito voltado para as provas, as escolas sufocam a criatividade e a pressão exercida pelos pais muitas vezes priva a criança das alegrias da infância, dizem eles.

"São dois lados da mesma moeda: as escolas chinesas são muito competentes na preparação de seus alunos para provas padronizadas", escreveu Jiang Xueqin, vice-reitor da Escola do Ensino Médio da Universidade de Pequim, em artigo publicado no Wall Street Journal.

"Por isso, elas fracassam em prepará-los para a educação superior e para a economia do conhecimento." Jiang disse que os chineses enfatizam demasiadamente as provas, produzindo alunos sem curiosidade e desprovidos da capacidade de pensar de maneira crítica e independente.

"Os estudantes ficam com uma mentalidade muito estreita", disse. "A China precisa de empreendedores e inovadores." Trata-se de uma queixa comum no país. Os educadores dizem que uma ênfase excessiva nos testes padronizados é em parte responsável pela escassez de novas empresas inovadoras e criativas na China.

E executivos de empresas globais que operam no país dizem enfrentar dificuldades para encontrar funcionários que pensem com criatividade e solucionem problemas.

Sob muitos aspectos, o sistema reflete o passado confucionista do país. Espera-se das crianças que honrem e respeitem seus pais e professores.

Embora Xangai seja renomada pela preparação de seus alunos, os administradores locais tentam tornar os currículos mais variados e estender um maior grau de liberdade aos distritos.

"Soberanite aguda": uma doenca freudiana...

Tem gente que tem o "soberanismo" solto, desprendido, despregado, perdido talvez.
Qualquer coisa que não se consegue explicar com argumentos defensáveis, minimamente racionais, se invoca a tal de "soberania nacional".
Deve ser algum problema psicológico, talvez freudiano, certamente doentio...

Para AGU, manter Battisti foi 'ato soberano' do governo
Advogado-geral da União diz que decisão de Lula sobre a extradição será mantida
O Estado de S.Paulo, 11 de janeiro de 2011

Dá vontade de deitar (se preciso à força) esses indivíduos que se enrolam na bandeira da soberania nacional em algum divã de psicanalista (talvez uma maca de psiquiatra fosse mais recomendável), e tentar extrair o que vai na cachola de indivíduos como esses. Se não se encontrar explicação razoável, melhor mandar internar...
Paulo Roberto de Almeida

Medicos improvisados contra medicos de verdade: uma quase tragedia brasileira

Os ministérios da Educação (na gestão Tarso Genro), da Justiça (na gestão Tarso Genro) e das Relações Exteriores (na gestão Celso Amorim) insistiram muito para que fossem legalizados, sem maiores procedimentos de verificação, os diplomas dos supostos médicos formados em supostos cursos de Cuba em medicina. Claro que outros "espertos" montaram na oportunidade.
Melhor que tenham sido reprovados. Se poupam algumas vidas.
Acredito que o MST (que mandou muitos candidatos) deveria agradecer também essa barragem contra os falsos médicos: eles poderiam matar alguns militantes...
Paulo Roberto de Almeida

Médicos reprovados
Editorial - O Estado de S.Paulo
03 de janeiro de 2011

Os resultados do projeto-piloto criado pelos Ministérios da Saúde e da Educação para validar diplomas de médicos formados no exterior confirmaram os temores das associações médicas brasileiras.
Dos 628 profissionais que se inscreveram para os exames de proficiência e habilitação, 626 foram reprovados e apenas 2 conseguiram autorização para clinicar.
A maioria dos candidatos se formou em faculdades argentinas, bolivianas e, principalmente, cubanas.
As escolas bolivianas e argentinas de medicina são particulares e os brasileiros que as procuram geralmente não conseguiram ser aprovados nos disputados vestibulares das universidades federais e confessionais do País.
As faculdades cubanas - a mais conhecida é a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Havana - são estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas por afinidade ideológica. Os brasileiros que nelas estudam não se submeteram a um processo seletivo, tendo sido indicados por movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos políticos.
Dos 160 brasileiros que obtiveram diploma numa faculdade cubana de medicina, entre 1999 e 2007, 26 foram indicados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). Entre 2007 e 2008, organizações indígenas enviaram para lá 36 jovens índios.

Desde que o PT, o PC do B e o MST passaram a pressionar o governo Lula para facilitar o reconhecimento de diplomas cubanos, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira têm denunciado a má qualidade da maioria das faculdades de medicina da América Latina, alertando que os médicos por elas diplomados não teriam condições de exercer a medicina no País.

As entidades médicas brasileiras também lembram que, dos 298 brasileiros que se formaram na Elam, entre 2005 e 2009, só 25 conseguiram reconhecer o diploma no Brasil e regularizar sua situação profissional.
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Por isso, o PT, o PC do B e o MST optaram por defender o reconhecimento automático do diploma, sem precisar passar por exames de habilitação profissional - o que foi vetado pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira. Para as duas entidades, as faculdades de medicina de Cuba, da Bolívia e do interior da Argentina teriam currículos ultrapassados, estariam tecnologicamente defasadas e não contariam com professores qualificados.

Em resposta, o PT, o PC do B e o MST recorreram a argumentos ideológicos, alegando que o modelo cubano de ensino médico valorizaria a medicina preventiva, voltada mais para a prevenção de doenças entre a população de baixa renda do que para a medicina curativa.
No marketing político cubano, os médicos "curativos" teriam interesse apenas em atender a população dos grandes centros urbanos, não se preocupando com a saúde das chamadas "classes populares".

Entre 2006 e 2007, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara chegou a aprovar um projeto preparado pelas chancelarias do Brasil e de Cuba, permitindo a equivalência automática dos diplomas de medicina expedidos nos dois países, mas os líderes governistas não o levaram a plenário, temendo uma derrota.
No ano seguinte, depois de uma viagem a Havana, o ex-presidente Lula pediu uma "solução" para o caso para os Ministérios da Educação e da Saúde. E, em 2009, governo e entidades médicas negociaram o projeto-piloto que foi testado em 2010. Ele prevê uma prova de validação uniforme, preparada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC, e aplicada por todas as universidades.

Por causa do desempenho desastroso dos médicos formados no exterior, o governo - mais uma vez cedendo a pressões políticas e partidárias - pretende modificar a prova de validação, sob o pretexto de "promover ajustes".
As entidades médicas já perceberam a manobra e afirmam que não faz sentido reduzir o rigor dos exames de proficiência e habilitação.

Custa crer que setores do MEC continuem insistindo em pôr a ideologia na frente da competência profissional, quando estão em jogo a saúde e a vida de pessoas.

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