Pois é, sempre são melhores as soluções pacíficas, todo mundo convergindo para a solução ótima do ponto de vista do bem estar da população e para maior felicidade geral da Nação.
Pregar diálogo, convivência pacífica de opiniões divergentes, prevalência do direito internacional sobre o uso da força, tudo isso é muito bonito, muito nobre e até recomendável.
O problema é quando tudo isso se choca com a realidade: por exemplo, um "nasty dictator" que se recusa a entregar o controle do poder e ceder gentilmente o lugar para novos atores da política.
Como fazer então: continuar pregando o diálogo, a boa convivência, a boas maneiras?
Por vezes pode não funcionar, como não está obviamente funcionando em certo país africano.
Em certas circunstâncias, os países responsáveis são obrigados a adotar posturas mais duras do que a conversa amena e o diálogo compreensivo.
Paulo Roberto de Almeida
O relógio da crise andou
Editorial - O Estado de S.Paulo
24 de março de 2011
O Brasil defende uma saída à egípcia para o conflito na Líbia, revelou o chanceler Antonio Patriota, na aula inaugural do curso de Relações Internacionais da USP, anteontem. "Um processo político que leve a uma transição benigna", foram as cuidadosas palavras que ele escolheu para dizer que Brasília quer a saída do coronel Muamar Kadafi por bem. O chanceler gostaria de ver repetido em Trípoli o acerto que tornou possível a remoção do ditador Hosni Mubarak, sem que ele fosse preso ou obrigado a se exilar, 17 dias depois da chamada Revolução de 25 de Janeiro, quando começou o histórico movimento pela democratização do país.
Comparada à guerra cruenta em que se transformaram os protestos contra a tirania de Kadafi - agravada desde o último fim de semana com os ataques aéreos e marítimos ocidentais em apoio aos revoltosos -, a mudança de regime no Egito foi de fato relativamente benigna: perderam a vida cerca de 400 pessoas, ao passo que do outro lado da fronteira as baixas civis já se contam na casa do milhar. Mas a solução egípcia não pode ser transplantada para a Líbia. No primeiro caso, o ditador capitulou ao se dar conta de que perdera o respaldo do Exército, a força hegemônica no país, e do seu provedor por excelência, os Estados Unidos.
Já Kadafi conservou a lealdade de uma parcela ao menos da elite militar e dos chefes tribais. Essa base de sustentação, somada ao carisma que alimentou ao longo dos anos a fanática devoção dos seus seguidores, o incentivou a reprimir 0 levante com mão de ferro e deu-lhe os meios de empreender uma sequência de contra-ataques contra as posições dos insurretos, a ponto de acuá-los no leste do território. Foi o que, em última análise, motivou a intervenção armada ocidental cujo propósito declarado é salvar vidas civis e cujo alvo indisfarçável é a deposição do tirano. Em nenhum momento, desde a eclosão do que acabaria por se tornar uma guerra civil com participação estrangeira, Kadafi admitiu um desfecho que implicasse transferência de poder.
Na sua primeira aparição depois do início dos bombardeios, quando se especulava que ele teria fugido para o vizinho Chade, o ditador assomou a um balcão para repetir: "Estou aqui!". E para reiterar que não se renderá, dure o quanto durar o conflito. Salvo uma reviravolta por ora inimaginável, a obstinação de Kadafi esvazia a tese brasileira da "transição benigna". Além disso, o relógio da crise andou. Antes que a França e o Reino Unido, com o beneplácito da Liga Árabe, conseguissem dobrar as reservas do presidente americano, Barack Obama, sobre a interdição do espaço aéreo líbio, talvez ainda houvesse uma fresta para a busca de uma solução negociada da crise. Agora, parece uma miragem.
Isso está longe de desqualificar a posição brasileira como princípio de relações internacionais. Vem de longe o compromisso do País com a prevalência do diálogo sobre qualquer outra alternativa para a superação de contenciosos. Mesmo a imposição de sanções contra Estados transgressores é vista com relutância pela nossa diplomacia. Tendo votado a favor da medida no caso da Líbia e tendo patrocinado a sua suspensão do Conselho de Direitos Humanos da ONU quando se evidenciaram os massacres de Kadafi, o Brasil se absteve de apoiar, por sua amplitude, a resolução que autorizou "todas as medidas necessárias" para deter as atrocidades. Fez bem, mas não adiantou.
Soa cada vez mais frívola a discussão sobre o alcance do mandato concedido pelas Nações Unidas. Embora a resolução exclua a "ocupação" do país, o Ministério da Defesa britânico entende que invasões localizadas são permissíveis. E, embora o documento não autorize ações armadas diretas contra Kadafi, militares americanos dizem que de fato isso não está em cogitação, "a esta altura, precisamente" - ou seja, amanhã é outro dia. As desavenças entre os ocidentais sobre o comando da ofensiva que os Estados Unidos resolveram passar adiante poderão jogar areia nas engrenagens da campanha. Não a farão cessar, porém. O difícil será justificar o seu prosseguimento aos olhos dos parceiros árabes, agora que Kadafi perdeu o controle dos céus líbios, mas não dos seus redutos em Trípoli.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 24 de março de 2011
Adivinhe quem (nao) vem para almocar? -- ciumeira no cerrado central
Administrar ressentimentos é sempre difícil, sobretudo quando não se sabe como tratar certos personagens maiores do que sua própria imaginação. Melhor deixar quieto num canto, mas nem isso dá certo. Tem pessoas que falam demais e não ficam roucos, para desgraça alheia (no caso, nossa).
Juro que de vez em quando eu penso naquela célebre torneirinha que Monteiro Lobato agregou à boneca de pano Emília, apenas para que Narizinho pudesse fechar a torneira de dizer asneiras.
Certos personagens, como Monsieur Jourdan que fazia prosa sem saber, são lobatianos sem saber...
Paulo Roberto de Almeida
Quem é quem
Editorial - O Estado de S.Paulo
23 de março de 2011
Se for verdade que o ex-presidente Lula acredita que a imprensa elogia a sucessora Dilma Rousseff para deixá-lo mal na comparação, ou para abrir uma cunha no relacionamento entre ambos, mais uma vez ele estará se deixando mistificar pela teoria conspiratória a que sempre apela para desqualificar as opiniões que o incomodam. No seu governo, especialmente depois do escândalo do mensalão, qualquer crítica ao que dissesse ou fizesse era rebatida como se fosse prova do "complô das elites" - expressão que não se cansaria de repetir - para derrubá-lo. O complô só existiu na imaginação do autor, contaminada afinal pela própria versão para consumo externo.
Agora, diz achar "no mínimo hilariante" a mídia apontar diferenças de desempenho entre ele e a nova presidente. Na segunda-feira, ao participar de um jantar em sua homenagem, promovido pela Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, em São Paulo, foi assim que ele concluiu um raciocínio que prima pela quase-lógica de inumeráveis outros argumentos de sua lavra. "Durante oito anos alguns adversários tentaram vender que éramos a continuidade do governo anterior", acusou, como se isso não fosse verdade em matéria de política econômica. "Agora que elegemos uma pessoa para dar continuidade, eles estão dizendo que está diferente."
Está - no fundo e na forma. Basta citar, na primeira categoria, o claro contraste entre o que vinha sendo e o que passou a ser a política externa brasileira, no campo dos direitos humanos, que serve cada vez mais para aferir a coerência entre palavras e atos dos países que aspiram ao respeito da comunidade internacional. Lula invocava o que seria o interesse nacional para confraternizar com tiranos como o iraniano Mahmoud Ahmadinejad e o líbio Muamar Kadafi. Já Dilma parece entender que a promoção do interesse nacional é compatível, quando não beneficiada, com atos objetivos em defesa de valores compartilhados com o que o mundo tem de melhor.
Na forma, então, nem se fala. A compostura, a contenção verbal e o manifesto respeito pela instituição que lhe tocou comandar representam uma formidável mudança simplesmente impossível de ser ignorada - e elogiada por todos quantos acreditam que palácio não é palanque e civilidade política fortalece a democracia. Se fosse preciso condensar em um único episódio o alcance dessa transformação, eis aí, ainda muito vivas, a decisão de Dilma de convidar todos os ex-presidentes para o almoço com o presidente americano, Barack Obama, no Itamaraty, e a decisão de Lula de não comparecer.
O convite da presidente foi mais do que um ato de consideração por seus antecessores ou de reconhecimento da importância da visita para o País. Foi uma oportunidade para mostrar, a quem quisesse ver, que o País é uma democracia amadurecida em que o Estado fala com voz única com os seus interlocutores estrangeiros. Mais do que isso, uma oportunidade para reconhecer, pública e explicitamente, que não avaliza o sentido do "nunca antes na história deste país", admitindo que o que houve de bom no governo Lula só foi possível porque a herança que ele recebeu do seu antecessor, particularmente no que se refere ao saneamento das finanças do Estado nacional, foi rigorosamente respeitada, por seu ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
Fez isso, com requintes de elegância, primeiro, colocando Fernando Henrique Cardoso na sua mesa e, depois, caminhando até ele para tocar sua taça na hora do brinde oficial. Ela poderia ter sido apenas correta; escolheu ser cordial, fazendo um claro gesto político.
Já Lula, com a sua ausência, escolheu a grosseria que não é alheia ao seu temperamento, mas que não se esperaria fosse dirigir à presidente de quem foi o primeiro e maior cabo eleitoral. Pior do que a recusa foi a versão difundida pelo seu pessoal de que, na realidade, ele não queria "ofuscar" a sua apadrinhada.
O fato é que Lula tem alergia a dividir o palco com quem quer que seja. No almoço, ele seria um ex-presidente ao lado de outros quatro - uma condição intolerável para quem não consegue desencarnar da Presidência e a ela pretende voltar. Afinal, algo se ganhou com a desfeita. Serviu para mostrar quem é quem.
Juro que de vez em quando eu penso naquela célebre torneirinha que Monteiro Lobato agregou à boneca de pano Emília, apenas para que Narizinho pudesse fechar a torneira de dizer asneiras.
Certos personagens, como Monsieur Jourdan que fazia prosa sem saber, são lobatianos sem saber...
Paulo Roberto de Almeida
Quem é quem
Editorial - O Estado de S.Paulo
23 de março de 2011
Se for verdade que o ex-presidente Lula acredita que a imprensa elogia a sucessora Dilma Rousseff para deixá-lo mal na comparação, ou para abrir uma cunha no relacionamento entre ambos, mais uma vez ele estará se deixando mistificar pela teoria conspiratória a que sempre apela para desqualificar as opiniões que o incomodam. No seu governo, especialmente depois do escândalo do mensalão, qualquer crítica ao que dissesse ou fizesse era rebatida como se fosse prova do "complô das elites" - expressão que não se cansaria de repetir - para derrubá-lo. O complô só existiu na imaginação do autor, contaminada afinal pela própria versão para consumo externo.
Agora, diz achar "no mínimo hilariante" a mídia apontar diferenças de desempenho entre ele e a nova presidente. Na segunda-feira, ao participar de um jantar em sua homenagem, promovido pela Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, em São Paulo, foi assim que ele concluiu um raciocínio que prima pela quase-lógica de inumeráveis outros argumentos de sua lavra. "Durante oito anos alguns adversários tentaram vender que éramos a continuidade do governo anterior", acusou, como se isso não fosse verdade em matéria de política econômica. "Agora que elegemos uma pessoa para dar continuidade, eles estão dizendo que está diferente."
Está - no fundo e na forma. Basta citar, na primeira categoria, o claro contraste entre o que vinha sendo e o que passou a ser a política externa brasileira, no campo dos direitos humanos, que serve cada vez mais para aferir a coerência entre palavras e atos dos países que aspiram ao respeito da comunidade internacional. Lula invocava o que seria o interesse nacional para confraternizar com tiranos como o iraniano Mahmoud Ahmadinejad e o líbio Muamar Kadafi. Já Dilma parece entender que a promoção do interesse nacional é compatível, quando não beneficiada, com atos objetivos em defesa de valores compartilhados com o que o mundo tem de melhor.
Na forma, então, nem se fala. A compostura, a contenção verbal e o manifesto respeito pela instituição que lhe tocou comandar representam uma formidável mudança simplesmente impossível de ser ignorada - e elogiada por todos quantos acreditam que palácio não é palanque e civilidade política fortalece a democracia. Se fosse preciso condensar em um único episódio o alcance dessa transformação, eis aí, ainda muito vivas, a decisão de Dilma de convidar todos os ex-presidentes para o almoço com o presidente americano, Barack Obama, no Itamaraty, e a decisão de Lula de não comparecer.
O convite da presidente foi mais do que um ato de consideração por seus antecessores ou de reconhecimento da importância da visita para o País. Foi uma oportunidade para mostrar, a quem quisesse ver, que o País é uma democracia amadurecida em que o Estado fala com voz única com os seus interlocutores estrangeiros. Mais do que isso, uma oportunidade para reconhecer, pública e explicitamente, que não avaliza o sentido do "nunca antes na história deste país", admitindo que o que houve de bom no governo Lula só foi possível porque a herança que ele recebeu do seu antecessor, particularmente no que se refere ao saneamento das finanças do Estado nacional, foi rigorosamente respeitada, por seu ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
Fez isso, com requintes de elegância, primeiro, colocando Fernando Henrique Cardoso na sua mesa e, depois, caminhando até ele para tocar sua taça na hora do brinde oficial. Ela poderia ter sido apenas correta; escolheu ser cordial, fazendo um claro gesto político.
Já Lula, com a sua ausência, escolheu a grosseria que não é alheia ao seu temperamento, mas que não se esperaria fosse dirigir à presidente de quem foi o primeiro e maior cabo eleitoral. Pior do que a recusa foi a versão difundida pelo seu pessoal de que, na realidade, ele não queria "ofuscar" a sua apadrinhada.
O fato é que Lula tem alergia a dividir o palco com quem quer que seja. No almoço, ele seria um ex-presidente ao lado de outros quatro - uma condição intolerável para quem não consegue desencarnar da Presidência e a ela pretende voltar. Afinal, algo se ganhou com a desfeita. Serviu para mostrar quem é quem.
A frase da semana: Vale o que vale...
O que o governo quer é um assalto à Vale.
Miriam Leitão, O Globo, 23/03/2011
Corrijo ligeiramente: o que certas pessoas querem é um assalto ao dinheiro da Vale; é mais fácil do que ficar assaltando bancos, ou arrombar cofres de políticos, como nos velhos tempos...
Paulo Roberto de Almeida
Miriam Leitão, O Globo, 23/03/2011
Corrijo ligeiramente: o que certas pessoas querem é um assalto ao dinheiro da Vale; é mais fácil do que ficar assaltando bancos, ou arrombar cofres de políticos, como nos velhos tempos...
Paulo Roberto de Almeida
Tem quem goste de Kaddafi: talvez eles se assemelhem
Li, com toda a atenção que o assunto merece, a vibrante defesa que faz a Assembléia bolivariana do líder líbio, que ela considera um lutador anti-imperialista e amante da paz...
Eu fico tentando entender, mas não consigo.
Como é que pessoas que se consideram de "esquerda" conseguem apoiar um ditador capaz de cometer atentados terroristas e de mandar matar seu próprio povo?
Aliás, como é que pessoas que se consideram de esquerda conseguem apoiar um coronel (escolham qual) que não é de esquerda, e sim fascista, pois possui o mesmo DNA de Mussolini?
Só estou tentando entender...
Paulo Roberto de Almeida
La Asamblea Nacional de la República Bolivariana de Venezuela
Como Vocera Del Pueblo Soberano
Pronunciamiento en condena a la agresión militar imperialista en contra del pueblo e la Gran Jamahiriya Árabe Libia Popular Socialista
La Asamblea Nacional de la República Bolivariana de Venezuela, en representación del pueblo de Simón Bolívar, profundo amante de la paz, la solidaridad y la libre determinación de los pueblos en su lucha por la emancipación y el bienestar de la humanidad, condena enérgicamente la agresión militar imperialista en contra del pueblo de la Gran Jamahiriya Árabe Libia Popular Socialista por constituirse en una flagrante violación de los derechos humanos, la soberanía y autodeterminación de éste país hermano.
El pasado 17 de marzo, el Consejo de Seguridad de las Naciones Unidas aprobó la Resolución Nº 1.973. El contenido de la misma, violatorio de los principios del derecho internacional consagrados en la Carta de Naciones Unidas, permitió a los señores de la guerra activar “todas las medidas necesarias”, para crear una zona de exclusión aérea bajo el supuesto de la protección de la vida de los civiles libios.
Amparados en esa Resolución guerrerista, los gobiernos imperiales, cuyo verdadero propósito es el saqueo de las reservas de petróleo y de agua dulce de Libia para salvar al explotador y depredador modelo capitalista, desencadenaron un feroz bombardeo en contra de su pueblo, lo cual dejó como saldo, solo el primer día, 64 civiles muertos e incalculables daños materiales.
Esta acción representa una nueva agresión contra los pueblos del mundo que libran una ardua batalla por construir un mundo mejor, una alternativa a la barbarie capitalista donde reinen la paz, la igualdad y la justicia social.
Aún siguen frescas en la memoria las imágenes del zarpazo contra el pueblo de Irak, cuya invasión estadounidense ha dejado hasta ahora un millón y medio de civiles muertos; la agresión israelí en la navidad del año 2008, cuyo “plomo fundido” dejó mil cuatrocientos civiles palestinos asesinados o el golpe de Estado perpetrado contra el mártir chileno Salvador Allende, un 11 de septiembre de 1973, así como la violación sistemática de los derechos humanos, producto de la aplicación del denominado “Plan Condor”.
Hacemos un llamado a los pueblos del mundo a movilizarse y organizarse en oración ecuménica en respaldo a nuestro hermano pueblo de Libia, así como a la construcción de una agenda de paz y respeto de los derechos humanos que enfrente esta agenda guerrerista que amenaza con aniquilar la especie humana.
Respaldamos la iniciativa de paz impulsada tanto por el presidente de la República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez, como por la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América - Tratado de Comercio de los Pueblos (ALBA-TCP), en pro de mediar en la situación política actual de Libia.
Nos unimos al llamado realizado por el presidente del Estado Plurinacional de Bolivia, Evo Morales, en función de exigir el retiro del Premio Nobel de la Paz, el presidente de Estados Unidos, Barack Obama, ante el hecho de ser actor principal de este nuevo atentado contra los pueblos del mundo.
Finalmente, invitamos a los pueblos que aman la libertad y la paz a unirse en una campaña masiva de rechazo a esta agresión, para exigir el inmediato alto al fuego por parte de los gobiernos imperiales.
Comuníquese y publíquese.
Dado, firmado y sellado en el Palacio Federal Legislativo, sede de la Asamblea Nacional, en Caracas, a los veintidós días del mes de marzo de dos mil once. Año 200° de la Independencia y 151° de la Federación
Eu fico tentando entender, mas não consigo.
Como é que pessoas que se consideram de "esquerda" conseguem apoiar um ditador capaz de cometer atentados terroristas e de mandar matar seu próprio povo?
Aliás, como é que pessoas que se consideram de esquerda conseguem apoiar um coronel (escolham qual) que não é de esquerda, e sim fascista, pois possui o mesmo DNA de Mussolini?
Só estou tentando entender...
Paulo Roberto de Almeida
La Asamblea Nacional de la República Bolivariana de Venezuela
Como Vocera Del Pueblo Soberano
Pronunciamiento en condena a la agresión militar imperialista en contra del pueblo e la Gran Jamahiriya Árabe Libia Popular Socialista
La Asamblea Nacional de la República Bolivariana de Venezuela, en representación del pueblo de Simón Bolívar, profundo amante de la paz, la solidaridad y la libre determinación de los pueblos en su lucha por la emancipación y el bienestar de la humanidad, condena enérgicamente la agresión militar imperialista en contra del pueblo de la Gran Jamahiriya Árabe Libia Popular Socialista por constituirse en una flagrante violación de los derechos humanos, la soberanía y autodeterminación de éste país hermano.
El pasado 17 de marzo, el Consejo de Seguridad de las Naciones Unidas aprobó la Resolución Nº 1.973. El contenido de la misma, violatorio de los principios del derecho internacional consagrados en la Carta de Naciones Unidas, permitió a los señores de la guerra activar “todas las medidas necesarias”, para crear una zona de exclusión aérea bajo el supuesto de la protección de la vida de los civiles libios.
Amparados en esa Resolución guerrerista, los gobiernos imperiales, cuyo verdadero propósito es el saqueo de las reservas de petróleo y de agua dulce de Libia para salvar al explotador y depredador modelo capitalista, desencadenaron un feroz bombardeo en contra de su pueblo, lo cual dejó como saldo, solo el primer día, 64 civiles muertos e incalculables daños materiales.
Esta acción representa una nueva agresión contra los pueblos del mundo que libran una ardua batalla por construir un mundo mejor, una alternativa a la barbarie capitalista donde reinen la paz, la igualdad y la justicia social.
Aún siguen frescas en la memoria las imágenes del zarpazo contra el pueblo de Irak, cuya invasión estadounidense ha dejado hasta ahora un millón y medio de civiles muertos; la agresión israelí en la navidad del año 2008, cuyo “plomo fundido” dejó mil cuatrocientos civiles palestinos asesinados o el golpe de Estado perpetrado contra el mártir chileno Salvador Allende, un 11 de septiembre de 1973, así como la violación sistemática de los derechos humanos, producto de la aplicación del denominado “Plan Condor”.
Hacemos un llamado a los pueblos del mundo a movilizarse y organizarse en oración ecuménica en respaldo a nuestro hermano pueblo de Libia, así como a la construcción de una agenda de paz y respeto de los derechos humanos que enfrente esta agenda guerrerista que amenaza con aniquilar la especie humana.
Respaldamos la iniciativa de paz impulsada tanto por el presidente de la República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez, como por la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América - Tratado de Comercio de los Pueblos (ALBA-TCP), en pro de mediar en la situación política actual de Libia.
Nos unimos al llamado realizado por el presidente del Estado Plurinacional de Bolivia, Evo Morales, en función de exigir el retiro del Premio Nobel de la Paz, el presidente de Estados Unidos, Barack Obama, ante el hecho de ser actor principal de este nuevo atentado contra los pueblos del mundo.
Finalmente, invitamos a los pueblos que aman la libertad y la paz a unirse en una campaña masiva de rechazo a esta agresión, para exigir el inmediato alto al fuego por parte de los gobiernos imperiales.
Comuníquese y publíquese.
Dado, firmado y sellado en el Palacio Federal Legislativo, sede de la Asamblea Nacional, en Caracas, a los veintidós días del mes de marzo de dos mil once. Año 200° de la Independencia y 151° de la Federación
O Brasil no centro do mundo: uma nacao indispensavel (e como)
Sem o Brasil, como fariam as demais nações do mundo para importar jogadores de futebol?
E modelos de desfile? E travestis?
Nós somos indispensáveis em certas coisas, mas não em todas.
Em bossa-nova, certamente, que toca em todos os shoppings do mundo, ou em imagens da selva bruta, ou de favelas. Certas coisas frutificam melhor aqui...
Não tenho certeza de que não se pode fazer reforma da ONU sem o Brasil: e se for feita, o que faz o Brasil? Ordena uma invasão da sede da ONU?
Nenhum país é o centro do mundo, exceto aqueles, ou aquele, que estão efetivamente no centro do mundo. Todo o resto do mundo é ROW, ou exatamente rest of the world...
Mudando de assunto: eu também sou a favor de uma solução pacífica, sempre.
Mas, pergunto: e quando uma das partes não gosta de pacifismo e se empenha em massacrar alegremente os adversários políticos?
Vamos ficar clamando por uma solução pacífica e depois simplesmente ajudar a enterrar os mortos?
Certas posições me surpreendem, não sei se por ingenuidade, cegueira ou outras coisas... (vocês preencham as reticências, pois eu já perdi a vontade...).
Paulo Roberto de Almeida
Dilma diz que não é concebível reforma do CS da ONU sem Brasil
Reuters, 22/03/2011
BRASÍLIA (Reuters) – A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira não ser concebível uma reforma do Conselho de Segurança da ONU que não inclua o Brasil como membro permanente do órgão.
“Não é concebível uma ONU reformada sem o Brasil. Nós não temos a menor dúvida quanto a isso”, disse Dilma a jornalistas em Manaus após o lançamento de programa para prevenção e tratamento do câncer de mama e do colo de útero.
A obtenção de um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) é um dos principais objetivos da política externa brasileira. A reforma do órgão e a inclusão do Brasil foi, inclusive, um dos temas tratados por Dilma com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a visita dele a Brasília no sábado.
Brasil e outros países, como Índia e Alemanha, defendem uma reforma do Conselho que permita a ampliação dos membros permanentes. Atualmente, são integrantes fixos Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China.
Ao contrário do que fizera com a Índia durante viagem a Nova Délhi em novembro, Obama não apoiou explicitamente as aspirações brasileiras na ONU.
Segundo Dilma, “não existirá um Conselho da ONU reformado” sem a presença de alguns países, como Índia e Brasil, “países expressivos… que hoje são consideradas grandes forças”.
Dilma também defendeu um cessar-fogo na Líbia, onde forças internacionais iniciaram no sábado ataques para conter o avanço das tropas do líder Muammar Gaddafi, que há mais de um mês enfrenta rebeldes que exigem sua saída.
“Nós somos a favor de uma solução pacífica”, disse ela.
Na véspera, o governo brasileiro já havia se posicionado a favor de um “cessar-fogo efetivo” no país do norte da África.
Na semana passada, o Brasil se absteve na votação da ONU que criou uma zona de exclusão aérea na Líbia.
E modelos de desfile? E travestis?
Nós somos indispensáveis em certas coisas, mas não em todas.
Em bossa-nova, certamente, que toca em todos os shoppings do mundo, ou em imagens da selva bruta, ou de favelas. Certas coisas frutificam melhor aqui...
Não tenho certeza de que não se pode fazer reforma da ONU sem o Brasil: e se for feita, o que faz o Brasil? Ordena uma invasão da sede da ONU?
Nenhum país é o centro do mundo, exceto aqueles, ou aquele, que estão efetivamente no centro do mundo. Todo o resto do mundo é ROW, ou exatamente rest of the world...
Mudando de assunto: eu também sou a favor de uma solução pacífica, sempre.
Mas, pergunto: e quando uma das partes não gosta de pacifismo e se empenha em massacrar alegremente os adversários políticos?
Vamos ficar clamando por uma solução pacífica e depois simplesmente ajudar a enterrar os mortos?
Certas posições me surpreendem, não sei se por ingenuidade, cegueira ou outras coisas... (vocês preencham as reticências, pois eu já perdi a vontade...).
Paulo Roberto de Almeida
Dilma diz que não é concebível reforma do CS da ONU sem Brasil
Reuters, 22/03/2011
BRASÍLIA (Reuters) – A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira não ser concebível uma reforma do Conselho de Segurança da ONU que não inclua o Brasil como membro permanente do órgão.
“Não é concebível uma ONU reformada sem o Brasil. Nós não temos a menor dúvida quanto a isso”, disse Dilma a jornalistas em Manaus após o lançamento de programa para prevenção e tratamento do câncer de mama e do colo de útero.
A obtenção de um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) é um dos principais objetivos da política externa brasileira. A reforma do órgão e a inclusão do Brasil foi, inclusive, um dos temas tratados por Dilma com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a visita dele a Brasília no sábado.
Brasil e outros países, como Índia e Alemanha, defendem uma reforma do Conselho que permita a ampliação dos membros permanentes. Atualmente, são integrantes fixos Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China.
Ao contrário do que fizera com a Índia durante viagem a Nova Délhi em novembro, Obama não apoiou explicitamente as aspirações brasileiras na ONU.
Segundo Dilma, “não existirá um Conselho da ONU reformado” sem a presença de alguns países, como Índia e Brasil, “países expressivos… que hoje são consideradas grandes forças”.
Dilma também defendeu um cessar-fogo na Líbia, onde forças internacionais iniciaram no sábado ataques para conter o avanço das tropas do líder Muammar Gaddafi, que há mais de um mês enfrenta rebeldes que exigem sua saída.
“Nós somos a favor de uma solução pacífica”, disse ela.
Na véspera, o governo brasileiro já havia se posicionado a favor de um “cessar-fogo efetivo” no país do norte da África.
Na semana passada, o Brasil se absteve na votação da ONU que criou uma zona de exclusão aérea na Líbia.
Soberanite aguda atrasa exploracao comercial de Alcantara por mais de dez anos: agradecam ao PT...
Tem gente que sofre de uma doença crônica, que por vezes recrudesce, e depois se retrai (ou é retraída por um excepcional ataque de lucidez).
As palavras acima se aplicam à extraordinária cegueira, que beira à estupidez pura e simples, de grão-petistas e petistas anões (em pensamento e moral) ao barrar, dez anos atrás, a tramitação de um acordo Brasil-EUA para a utilização comercial da base de Alcântara. Fizeram bobagem, e das grossas: se enrolaram na bandeira da soberania nacional e com isso atrasaram o programa espacial brasileira e a exploração comercial de Alcântara durante todo esse tempo.
Agora se arrependem: não sei se ocorreu algum retrocesso na estupidez ou na soberanite. Em qualquer dos casos é grave, pois pode voltar...
Paulo Roberto de Almeida
Brasil pode retomar acordo com EUA para uso do Centro de Lançamento de Alcântara
Inforel, 23/03/2011 - 15h05
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou que o Brasil poderá retomar as negociações com os Estados Unidos para que o país utilize o Centro de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão.
Acordo de salvaguarda tecnológica neste sentido encontra-se parado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados desde 2002.
O acordo assinado em 2000 encontrou forte resistência política no Brasil.
Há época, a oposição entendeu que o Brasil teria sua soberania ameaçada e o acordo não andou mais.
O próprio Mercadante que era senador se opôs por entender que Alcântara estaria sendo alugada aos Estados Unidos que limitariam o avanço do Programa Espacial Brasileiro.
Para que um novo acordo seja assinado, o atual precisa ser retirado da Câmara onde chegou a passar em três comissões.
O ministro entende que a cooperação pode avançar se houver a exclusão de pontos polêmicos que dizem respeito à soberania nacional.
Para que a proposta avance, os Estados Unidos devem retirar a proibição para que o Brasil utilize os recursos arrecadados para o lançamento de foguetes próprios; a restrição ao uso do CLA por países classificados pelos norte-americanos como “terroristas”; ou a permissão para a assinatura de outros acordos de salvaguarda somente com os 36 países que participam do regime de controle de tecnologia de mísseis.
Segundo Mercadante, “nós estamos em um novo momento da relação bilateral. Não sinto hoje que a exigência norte-americana seria a exclusividade de lançamento, para nós abdicarmos da parceria com a China, com a Ucrânia e com outros países”.
No último sábado, os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, assinaram um acordo-quadro (veja íntegra no InfoRel) para identificar áreas de interesse mútuo para desenvolver programas ou projetos de cooperação para a exploração e os usos pacíficos do espaço.
Atualmente, os Estados Unidos são responsáveis pela fabricação de 82% de equipamentos inteiros ou de componentes de satélites, sondas e naves lançados em todo o mundo.
Mercadante destacou que a exploração espacial e o lançamento de satélites movimenta US$ 206 bilhões anuais na economia internacional.
Para o novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp, um acordo de salvaguarda na área espacial com os Estados Unidos parece ser “óbvio”.
Raupp vê muitas possibilidades e entende que a cooperação espacial com os Estados Unidos será aprofundada nos próximos anos.
VLS
A presidente Dilma Rousseff afirmou que o Programa Espacial Brasileiro não foi interrompido devido ao acidente que matou 21 cientistas em Alcântara em 2003.
Para Dilma, o Programa Espacial “tem importância estratégica para o Brasil”.
“O uso de satélites para monitorar o território, auxiliar na previsão do tempo e prevenir e mitigar danos causados por desastres naturais é imprescindível para que ações venham a ser tomadas no tempo devido. Da mesma forma, políticas públicas como as de defesa, segurança hídrica e alimentar e de comunicações de governo, por exemplo, dependem igualmente desses equipamentos”, afirmou.
Dilma Rousseff destacou que “ter a capacidade de construir satélites, lançar em órbita e operar é uma meta buscada pelo governo brasileiro. Especificamente em relação ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), a Torre Móvel de Integração, destruída naquele acidente, foi inteiramente reconstruída seguindo os melhores padrões técnicos mundiais. O Centro de Controle, os radares e o sistema de telemetria do CLA foram modernizados”.
A presidente explicou que o Brasil vai investir no Programa Espacial Brasileiro por meio da contratação de novos profissionais para a AEB e para os órgãos executores do programa e pela injeção de recursos.
“A meta é ter um programa espacial autônomo, capaz de atender às demandas da sociedade brasileira e, adicionalmente, fortalecer a soberania do país”, concluiu.
As palavras acima se aplicam à extraordinária cegueira, que beira à estupidez pura e simples, de grão-petistas e petistas anões (em pensamento e moral) ao barrar, dez anos atrás, a tramitação de um acordo Brasil-EUA para a utilização comercial da base de Alcântara. Fizeram bobagem, e das grossas: se enrolaram na bandeira da soberania nacional e com isso atrasaram o programa espacial brasileira e a exploração comercial de Alcântara durante todo esse tempo.
Agora se arrependem: não sei se ocorreu algum retrocesso na estupidez ou na soberanite. Em qualquer dos casos é grave, pois pode voltar...
Paulo Roberto de Almeida
Brasil pode retomar acordo com EUA para uso do Centro de Lançamento de Alcântara
Inforel, 23/03/2011 - 15h05
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou que o Brasil poderá retomar as negociações com os Estados Unidos para que o país utilize o Centro de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão.
Acordo de salvaguarda tecnológica neste sentido encontra-se parado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados desde 2002.
O acordo assinado em 2000 encontrou forte resistência política no Brasil.
Há época, a oposição entendeu que o Brasil teria sua soberania ameaçada e o acordo não andou mais.
O próprio Mercadante que era senador se opôs por entender que Alcântara estaria sendo alugada aos Estados Unidos que limitariam o avanço do Programa Espacial Brasileiro.
Para que um novo acordo seja assinado, o atual precisa ser retirado da Câmara onde chegou a passar em três comissões.
O ministro entende que a cooperação pode avançar se houver a exclusão de pontos polêmicos que dizem respeito à soberania nacional.
Para que a proposta avance, os Estados Unidos devem retirar a proibição para que o Brasil utilize os recursos arrecadados para o lançamento de foguetes próprios; a restrição ao uso do CLA por países classificados pelos norte-americanos como “terroristas”; ou a permissão para a assinatura de outros acordos de salvaguarda somente com os 36 países que participam do regime de controle de tecnologia de mísseis.
Segundo Mercadante, “nós estamos em um novo momento da relação bilateral. Não sinto hoje que a exigência norte-americana seria a exclusividade de lançamento, para nós abdicarmos da parceria com a China, com a Ucrânia e com outros países”.
No último sábado, os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, assinaram um acordo-quadro (veja íntegra no InfoRel) para identificar áreas de interesse mútuo para desenvolver programas ou projetos de cooperação para a exploração e os usos pacíficos do espaço.
Atualmente, os Estados Unidos são responsáveis pela fabricação de 82% de equipamentos inteiros ou de componentes de satélites, sondas e naves lançados em todo o mundo.
Mercadante destacou que a exploração espacial e o lançamento de satélites movimenta US$ 206 bilhões anuais na economia internacional.
Para o novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp, um acordo de salvaguarda na área espacial com os Estados Unidos parece ser “óbvio”.
Raupp vê muitas possibilidades e entende que a cooperação espacial com os Estados Unidos será aprofundada nos próximos anos.
VLS
A presidente Dilma Rousseff afirmou que o Programa Espacial Brasileiro não foi interrompido devido ao acidente que matou 21 cientistas em Alcântara em 2003.
Para Dilma, o Programa Espacial “tem importância estratégica para o Brasil”.
“O uso de satélites para monitorar o território, auxiliar na previsão do tempo e prevenir e mitigar danos causados por desastres naturais é imprescindível para que ações venham a ser tomadas no tempo devido. Da mesma forma, políticas públicas como as de defesa, segurança hídrica e alimentar e de comunicações de governo, por exemplo, dependem igualmente desses equipamentos”, afirmou.
Dilma Rousseff destacou que “ter a capacidade de construir satélites, lançar em órbita e operar é uma meta buscada pelo governo brasileiro. Especificamente em relação ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), a Torre Móvel de Integração, destruída naquele acidente, foi inteiramente reconstruída seguindo os melhores padrões técnicos mundiais. O Centro de Controle, os radares e o sistema de telemetria do CLA foram modernizados”.
A presidente explicou que o Brasil vai investir no Programa Espacial Brasileiro por meio da contratação de novos profissionais para a AEB e para os órgãos executores do programa e pela injeção de recursos.
“A meta é ter um programa espacial autônomo, capaz de atender às demandas da sociedade brasileira e, adicionalmente, fortalecer a soberania do país”, concluiu.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Mercosul: comemorando os 20 anos (comme il faut...)
Bem, cada um comemora à sua maneira. Os argentinos, por exemplo, da melhor forma que podem, praticando seu esporte favorito, que é empurrar os prejuízos de seu não ajuste econômico para cima do Brasil, que aceita galhardamente e ainda pede mais.
Feliz Aniversário Mercosul!
Mais barreiras argentinas
Editorial - O Estado de S.Paulo
22 de março de 2011
As barreiras argentinas contra produtos brasileiros são cada vez maiores e mais difíceis de transpor. A escalada protecionista iniciada pelo governo da presidente Cristina Kirchner desmoraliza cada vez mais o Mercosul e ainda viola as normas da OMC. A tibieza do governo brasileiro estimula novos abusos, como se a tolerância à violação das boas normas comerciais fosse uma condição essencial à sobrevivência do Mercosul. Essa avaliação, já adotada no governo Lula, é um erro grave. Quanto maior a aceitação de restrições comerciais, mais fraco se torna o bloco regional e menores as suas possibilidades de ação no mercado global.
Desde o começo do ano o governo argentino ampliou de 400 para 600 0s produtos sujeitos à licença prévia de importação. A medida atinge indiscriminadamente os produtos do Mercosul e os de fora da região. Barreiras contra os vizinhos são determinadas em Buenos Aires há muitos anos e têm aumentado nos últimos dois anos e meio, desde o agravamento da crise internacional, no segundo semestre de 2008.
Ao oficializar a ampliação da lista, o governo argentino prometeu cuidados para não prejudicar os brasileiros. Além disso, propôs um acompanhamento das condições de comércio por funcionários dos dois países. A promessa de evitar problemas para os brasileiros foi descumprida. As autoridades argentinas foram apenas coerentes com seu estilo habitual de comportamento. O governo brasileiro manteve igualmente seu padrão de passividade em face dos abusos.
O governo argentino tem demorado mais de 60 dias para emitir licenças de importação, violando uma norma da OMC. Os governos do Mercosul nem deveriam adotar essas licenças no comércio com os vizinhos. Mas o governo da presidente Cristina Kirchner não só as adota, como ainda ultrapassa o prazo permitido pelos acordos globais de comércio. Máquinas agrícolas brasileiras não chegam à Argentina desde janeiro e alguns exportadores do setor têxtil esperam licenças há cerca de um ano.
O licenciamento, no entanto, é só uma forma de barrar a entrada de produtos. De modo muito mais ostensivo o comércio é dificultado também pela retenção de caminhões na fronteira. O governo argentino tem recorrido a esse expediente com frequência. Ao retardar o ingresso de caminhões, a autoridade alfandegária não só restringe o comércio, como também eleva arbitrariamente o custo de cada operação.
Além disso, a demora na liberação das mercadorias pode impedir a venda na época adequada. A comercialização de roupas depende da estação. Este detalhe foi lembrado por exportadores brasileiros no ano passado, diante da demora na concessão das licenças. Neste ano, as barreiras estão dificultando a entrega de produtos de chocolate para a Páscoa.
O governo argentino resolveu também aumentar a aplicação de sobretaxas a produtos brasileiros, alegando a prática de dumping, isto é, a concorrência desleal, baseada em preços inferiores aos considerados normais no mercado. Taxas antidumping foram aplicadas a algumas indústrias e outras estão em estudo.
Sobretaxas desse tipo são usadas frequentemente no comércio internacional. Com frequência, porém, a cobrança de direitos antidumping é baseada em argumentos distorcidos e atende apenas a interesses protecionistas, como já foi mostrado em muitos processos na OMC. No caso da Argentina, o recurso frequente a medidas protecionistas desmoraliza qualquer alegação de dumping, especialmente contra produtos brasileiros.
Protecionismo é a grande especialidade revelada até agora pela ministra da Indústria, Débora Giorgi. Mas ela não está sozinha na execução dessa política. É auxiliada pelo secretário do Comércio Interior, Guillermo Moreno, perito na fabricação de índices de inflação favoráveis ao governo especialista em pressionar importadores para deixarem de comprar produtos brasileiros. Quanto ao governo brasileiro, sua especialidade, nessa área, tem sido a tolerância à imposição de barreiras a produtos brasileiros pelos governos da região.
=========
PS: Escrevi um artigo chamado "Seria o Mercosul Reversível?", explorando justamente as possibilidades de reconversão do Mercosul em simples zona de livre comércio. Estou aguardando autorização para publicá-lo.
Aguardem.
Paulo Roberto de Almeida
Feliz Aniversário Mercosul!
Mais barreiras argentinas
Editorial - O Estado de S.Paulo
22 de março de 2011
As barreiras argentinas contra produtos brasileiros são cada vez maiores e mais difíceis de transpor. A escalada protecionista iniciada pelo governo da presidente Cristina Kirchner desmoraliza cada vez mais o Mercosul e ainda viola as normas da OMC. A tibieza do governo brasileiro estimula novos abusos, como se a tolerância à violação das boas normas comerciais fosse uma condição essencial à sobrevivência do Mercosul. Essa avaliação, já adotada no governo Lula, é um erro grave. Quanto maior a aceitação de restrições comerciais, mais fraco se torna o bloco regional e menores as suas possibilidades de ação no mercado global.
Desde o começo do ano o governo argentino ampliou de 400 para 600 0s produtos sujeitos à licença prévia de importação. A medida atinge indiscriminadamente os produtos do Mercosul e os de fora da região. Barreiras contra os vizinhos são determinadas em Buenos Aires há muitos anos e têm aumentado nos últimos dois anos e meio, desde o agravamento da crise internacional, no segundo semestre de 2008.
Ao oficializar a ampliação da lista, o governo argentino prometeu cuidados para não prejudicar os brasileiros. Além disso, propôs um acompanhamento das condições de comércio por funcionários dos dois países. A promessa de evitar problemas para os brasileiros foi descumprida. As autoridades argentinas foram apenas coerentes com seu estilo habitual de comportamento. O governo brasileiro manteve igualmente seu padrão de passividade em face dos abusos.
O governo argentino tem demorado mais de 60 dias para emitir licenças de importação, violando uma norma da OMC. Os governos do Mercosul nem deveriam adotar essas licenças no comércio com os vizinhos. Mas o governo da presidente Cristina Kirchner não só as adota, como ainda ultrapassa o prazo permitido pelos acordos globais de comércio. Máquinas agrícolas brasileiras não chegam à Argentina desde janeiro e alguns exportadores do setor têxtil esperam licenças há cerca de um ano.
O licenciamento, no entanto, é só uma forma de barrar a entrada de produtos. De modo muito mais ostensivo o comércio é dificultado também pela retenção de caminhões na fronteira. O governo argentino tem recorrido a esse expediente com frequência. Ao retardar o ingresso de caminhões, a autoridade alfandegária não só restringe o comércio, como também eleva arbitrariamente o custo de cada operação.
Além disso, a demora na liberação das mercadorias pode impedir a venda na época adequada. A comercialização de roupas depende da estação. Este detalhe foi lembrado por exportadores brasileiros no ano passado, diante da demora na concessão das licenças. Neste ano, as barreiras estão dificultando a entrega de produtos de chocolate para a Páscoa.
O governo argentino resolveu também aumentar a aplicação de sobretaxas a produtos brasileiros, alegando a prática de dumping, isto é, a concorrência desleal, baseada em preços inferiores aos considerados normais no mercado. Taxas antidumping foram aplicadas a algumas indústrias e outras estão em estudo.
Sobretaxas desse tipo são usadas frequentemente no comércio internacional. Com frequência, porém, a cobrança de direitos antidumping é baseada em argumentos distorcidos e atende apenas a interesses protecionistas, como já foi mostrado em muitos processos na OMC. No caso da Argentina, o recurso frequente a medidas protecionistas desmoraliza qualquer alegação de dumping, especialmente contra produtos brasileiros.
Protecionismo é a grande especialidade revelada até agora pela ministra da Indústria, Débora Giorgi. Mas ela não está sozinha na execução dessa política. É auxiliada pelo secretário do Comércio Interior, Guillermo Moreno, perito na fabricação de índices de inflação favoráveis ao governo especialista em pressionar importadores para deixarem de comprar produtos brasileiros. Quanto ao governo brasileiro, sua especialidade, nessa área, tem sido a tolerância à imposição de barreiras a produtos brasileiros pelos governos da região.
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PS: Escrevi um artigo chamado "Seria o Mercosul Reversível?", explorando justamente as possibilidades de reconversão do Mercosul em simples zona de livre comércio. Estou aguardando autorização para publicá-lo.
Aguardem.
Paulo Roberto de Almeida
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