quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A mistificacao da historia pela propaganda asquerosa, e mentirosa...

O que pode levar certas pessoas a deformar a história de maneira tão brutal que os torna cúmplices dos militares e dos oligarcas do Brasil?
Deve ser o ódio contra quem de certa forma quer a mesma coisa que eles, mas não se encaixa nos projetos totalitários de quem comete fraudes com a história.
Como elogiar a ditadura e o governo vilipendiado quando  na época sem mentir descaradamente?
Leio o seguinte na imprensa online:

ULTIMO SEGUNDO ig, 20/02/2013
O panfleto com o texto principal do evento desta quarta-feira evidencia a preocupação do PT com a coesão da aliança que elegeu Dilma. Em vários trechos, o partido divide com os aliados os méritos pelos avanços obtidos nestes 10 anos. Segundo o documento, os avanços foram obtidos “pelo conjunto de forças políticas pertencentes à Frente Democrática e Popular, cuja liderança maior coube ao Partido dos Trabalhadores”.
O panfleto, cujo objetivo é fornecer uma “narrativa própria” do PT sobre as últimas décadas da política brasileira, enumera realizações dos governos Lula/Dilma (desenvolvimentista) e supostos fracassos da era Fernando Henrique Cardoso (neoliberal). Com isso o PT espera preparar o discurso para a campanha pela reeleição de Dilma em 2014, municiar a militância com informações e tirar o partido da agenda negativa intensificada com as condenações no julgamento do mensalão.
Em 15 páginas, o PT não cita o escândalo nem os percalços econômicos e administrativos de Lula/Dilma e usa termos pesados como “desastroso” para classificar o governo tucano. No contexto histórico, Fernando Henrique é colocado ao lado de Fernando Collor e Itamar Franco, todos neoliberais. Em momento algum o PT reconhece avanços obtidos na gestão tucana, como o fim da inflação e a a estabilidade econômica.

Até a ditadura militar (1964-1985) é tratada com mais boa vontade pelo PT para quem “durante os 21 anos do regime militar a inegável expansão de bases materiais da produção permitiu inserir o país entre as oito mais importantes economias capitalistas do mundo”.

O governo do peemedebista José Sarney (1985-1990), um dos principais aliados do PT no Congresso, é citado de forma positiva. O documento tem o cuidado de mencionar o período Sarney como o “governo da Nova República” que, segundo o documento, teve o “mérito da consolidação democrática” e não conseguiu realizar um novo “projeto nacional” devido à “herança da crise da dívida externa deixada pela ditadura”. O fato de Sarney ter deixado o governo com inflação de 80% ao mês não é citado.

Em duas tabelas e quatro gráficos o PT compara seus números aos da gestão tucana ano a ano em temas como inflação, crescimento econômico, dívida pública, reservas externas, emprego, redução da desigualdade e renda do trabalhador. Todos os números são amplamente favoráveis ao PT. Temas nos quais o PT leva desvantagem como o número de assentados em programas de reforma agrária não foram elencados.

A autoria do texto é do Instituto Lula, Fundação Perseu Abramo e do presidente nacional do PT, Rui Falcão.

TEXTO COMPLETO
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2013-02-20/pt-usa-10-anos-no-governo-para-consolidar-base-aliada.html

A blogueira e os mercenarios, 3: seria triste, se não fosse ridiculo

Leio na imprensa online:

Por Gabriel Castro e Marcela Mattos, n VEJA.com:
A blogueira cubana Yoani Sánchez foi recebida aos berros na Câmara dos Deputados por parlamentares pró-ditadura dos irmãos Castro.


O que pode levar homens graúdos, alguns barbados, certamente alfabetizados (portanto capazes de ler até jornal) a empreender esse tipo de reação com alguém que visita o Brasil, vindo de uma ditadura que ninguém que tem dois neurônios teria coragem de defender abertamente?
O que os leva a protestar contra quem tem uma mensagem de liberdade, de tolerância de democracia?
Deveria ser triste, ou patético, mas encontro sumamente ridículo toda essa movimentação em torno de uma simples visita, um clamor geral, seja a favor, seja contra. Constrangedor assistir espetáculos desse tipo, o que demonstra quão ridículas são certas pessoas... e quão ridículo está o país...
Paulo Roberto de Almeida

Liberdade à cubana

20 de fevereiro de 2013 | 2h 09
Editorial O Estado de S.Paulo
 
Os militantes que na segunda-feira hostilizaram a dissidente cubana Yoani Sánchez nos aeroportos do Recife e de Salvador e na mesma noite impediram a exibição, em Feira de Santana, de um documentário produzido no Brasil de que ela é protagonista decerto nunca leram uma linha da líder revolucionária alemã Rosa Luxemburgo (1871-1919). Eles são exímios, de toda forma, em pôr de ponta-cabeça a máxima que a apartou dos maiores líderes revolucionários de seu tempo, como Lenin e Trotsky. Enquanto estes, fiéis a Marx, consideravam a ditadura do proletariado imprescindível à construção do que seria o edênico sistema comunista, já então, com admirável senso premonitório, ela cunhou a máxima graças à qual se poupou de entrar para a história pela via da ignomínia e da apologia da violência em escala até então sem precedentes. "A liberdade", escreveu, "é quase sempre, exclusivamente, a liberdade de quem discorda de nós."
Os grupelhos autoritários que tentaram intimidar a filóloga e jornalista Yoani, de 37 anos - a única voz contra a ditadura castrista que se exprime pela internet, no seu blog Generación Y, criado em 2007 -, desfrutariam em Cuba da "liberdade" de concordar com a senil ordem política local. Só há pouco, numa tentativa de adiar o seu desmanche, o castrismo passou a permitir viagens ao exterior sem que os interessados tenham de obter o infame visto de saída da ilha. Graças a isso, Yoani pôde tirar o passaporte que lhe vinha sendo negado sistematicamente. Ela só esteve fora de Cuba de 2002 a 2004, quando morou na Europa. Sendo o que são os seus fanatizados detratores - filiados a organizações patéticas como a União da Juventude Socialista, ligada ao PC do B e admiradora do regime norte-coreano; do Partido Comunista Revolucionário, que almeja "dirigir a classe operária"; e do Partido Consulta Popular, pró-MST, que ministra um curso de "realidade brasileira" -, seria nulo o seu risco de punição no feudo dos irmãos Castro.
Isso porque não há hipótese de que o contato com a realidade cubana viesse a abalar a sua petrificada mentalidade. Antes, seriam capazes de competir com os serviços de segurança do regime no zelo persecutório aos que ousam exercer "a liberdade de quem discorda". Esse lumpesinato político nem precisa ser mobilizado pela Embaixada de Cuba em Brasília para querer sabotar a passagem de Yoani pelo País. A blogueira e colunista do Estado, que só não foi agredida fisicamente na chegada porque estava sob proteção, não se surpreendeu. "Com insultos, estou acostumada", comentou. "Tenho a pele curtida contra xingamentos. Isso é o cotidiano na minha vida." (Depois de amanhã, ela participará de um evento aberto ao público, "Conversa com Yoani", na sede deste jornal. No mesmo dia será exibido o documentário barrado em Feira de Santana, Conexão Cuba-Honduras, do cineasta baiano Dado Galvão.) Pior são os petistas que não só comungam com o castrismo e a chamada Revolução Bolivariana de Hugo Chávez, mas comparam dissidentes a delinquentes, ou "bandidos".
Foi o inesquecível termo empregado pelo então presidente Lula, numa visita a Havana em março de 2010, quando o jornalista cubano Guillermo Fariñas completava 15 dos seus 135 dias em greve de fome pela libertação dos presos políticos da ilha. No Brasil, os manifestantes que chamam Yoani de "traidora" e de "agente da CIA" fazem barulho. O PT faz mais: o bastante para se assegurar de que o governo brasileiro se abstenha de criticar, que dirá condenar, Cuba nos fóruns internacionais sobre violações de direitos humanos. Dirigentes do partido, como o mensaleiro José Dirceu, pagam de bom grado a sua infindável dívida com Fidel por tê-los acolhido - e treinado para o desvario da guerrilha - no tempo da ditadura militar. Já Yoani, no que dependeu dela, começou bem a sua visita. O seu comedimento e manifesto fair-play chamaram desde logo a atenção. Por exemplo, recusando-se a comparar Cuba ao Brasil, mencionou os estrangeiros que, tendo passado duas semanas em um hotel de Havana, "explicam para mim como é o meu país". Mas não deixou de lembrar a frase de um amigo: "Os brasileiros são como os cubanos, mas são livres".

Apres moi, le deluge: Obama's budget free fall...

EDITORIAL
Real Cost of Shrinking Government
The New York Times: February 16, 2013

In less than two weeks, a cleaver known as the sequester will fall on some of the most important functions of the United States government. About $85 billion will be cut from discretionary spending over the next seven months, reducing defense programs by about 8 percent and domestic programs by about 5 percent. Only a few things will be spared, including some basic safety-net benefits like Social Security, as well as pay for enlisted military personnel.

Domestic Effects
2,100 fewer food safety inspections would be conducted at domestic and foreign plants.

4,000 workers would be furloughed every day at the F.A.A., causing flight backups.

70,000 children would lose Head Start; the cuts also jeopardize 14,000 teachers and other school employees.

125,000 families would be put at sudden risk of homelessness because their rental assistance would end.

373,000 seriously mentally ill adults and severely emotionally disturbed children would most likely lose their treatments.

600,000 women and children would lose nutrition aid from the Women, Infants and Children program.

Military and Security Effects
2,600 fewer criminal and civil cases would be handled by federal prosecutors because of staff reductions.

251,000 civilians employed by the Army could be furloughed for up to 22 days.

$3 billion would be the potential shortfall in the military’s health insurance program; some services could be denied for retirees and dependents of active-duty personnel.

25 and 470 ships and aircraft, respectively, would forgo maintenance.

The sequester will not stop to contemplate whether these are the right programs to cut; it is entirely indiscriminate, slashing programs whether they are bloated or essential. The military budget, for example, should be reduced substantially, but thoughtfully, considering the nation’s needs. Instead, every weapons system, good or bad, will be hurt, as will troop training and maintenance.

These cuts, which will cost the economy more than one million jobs over the next two years, are the direct result of the Republican demand in 2011 to shrink the government at any cost, under threat of a default on the nation’s debt. Many Republicans say they would still prefer the sequester to replacing half the cuts with tax revenue increases. But the government spending they disdain is not an abstract concept. In a few days, the cuts will begin affecting American life and security in significant ways.

While some departments may have exaggerated the dire effects of their reductions, Congressional budget experts say they have little doubt that the size and pervasive nature of the sequester will inflict widespread pain. Here are some examples from the government departments most affected:

NATIONAL SECURITY Two-week furloughs for most law-enforcement personnel will reduce Coast Guard operations, including drug interdictions and aid to navigation, by 25 percent. Cutbacks in Customs agents and airport security checkpoints will “substantially increase passenger wait times,” the Homeland Security Department said, creating delays of as much as an hour at busy airports. The Border Patrol will have to reduce work hours by the equivalent of 5,000 agents a year.

The Energy Department’s nuclear security programs will be cut by $900 million, creating delays in refurbishing the weapons stockpile, and cutting security at manufacturing sites. Environmental cleanup at nuclear weapons sites in Washington State, Tennessee, South Carolina and Idaho will be delayed.

AIR TRAFFIC About 10 percent of the Federal Aviation Administration’s work force of 47,000 employees will be on furlough each day, including air traffic controllers, to meet a $600 million cut. The agency says it will be forced to reduce air traffic across the country, resulting in delays and disruptions, particularly at peak travel times.

CRIMINAL JUSTICE Every F.B.I. employee will be furloughed for nearly three weeks over the course of the year, the equivalent of 7,000 employees not working each day. The cut to the F.B.I. of $550 million will reduce the number of background checks on gun buyers that the bureau can perform, and reduce response times on cyberintrusion and counterterrorism investigations.

A cut of $338 million will mean more than a two-week furlough for 37,000 prison employees. This will result in lockdowns at federal prisons across the country, increasing the chances for violence and risks to guards, and preventing the opening of three new prison buildings.

Federal prosecutors will handle 2,600 fewer cases, because of furloughs resulting from a $100 million cut. That means thousands of criminals and civil violators will not face justice, and less money will be collected in fines.

EARLY CHILDHOOD EDUCATION About 70,000 children will lose access to Head Start, and 14,000 teachers and workers will be laid off, because of a $424 million cut. Parents of about 30,000 low-income children will lose child-care assistance.

HEALTH AND SAFETY A cut of $350 million to the Centers for Disease Control and Prevention will mean 25,000 fewer breast and cervical cancer screenings for low-income women; 424,000 fewer H.I.V. tests; and the purchase of 540,000 fewer doses of vaccine for flu, hepatitis and measles. Community health centers will be cut by $120 million, meaning that about 900,000 fewer patients lacking insurance will receive primary care.

A three-week furlough of all food safety employees will produce a shortage of meat, poultry and eggs, pushing prices higher and harming restaurants and grocers. The Agriculture Department warns that public health could be affected by the inevitable black-market sales of uninspected food.

Several air-monitoring sites will be shut down, as will more than 100 water-quality projects around the country. About $100 million will be cut from Superfund enforcement, allowing companies to evade their responsibilities to clean up environmental disasters.

RESEARCH Nearly 1,000 grants from the National Science Foundation will be canceled or reduced, affecting research in clean energy, cybersecurity, and reform of science and math education.

RECREATION National parks will have shorter hours, and some will have to close camping and hiking areas. Firefighting and law enforcement will be cut back.

DEFENSE PERSONNEL Enlisted personnel are exempt from sequester reductions this year, but furloughs lasting up to 22 days will be imposed for civilian employees, who do jobs like guarding military bases, handle budgets and teach the children of service members. More than 40 percent of those employees are veterans.

The military’s health insurance program, Tricare, could have a shortfall of up to $3 billion, which could lead to denial of elective medical care for retirees and dependents of active-duty service members.

MILITARY OPERATIONS The Navy plans to shut down four air wings on March 1. After 90 days, the pilots in those air wings lose their certifications, and it will take six to nine months, and much money, to retrain them. The Navy has also said the Nimitz and George H. W. Bush carrier strike groups will not be ready for deployment later this year because the service will run out of operations and maintenance money. This means the Truman and Eisenhower strike groups will remain deployed indefinitely, a decision affecting thousands of service members and their families.

Continuous bomber flights outside of Afghanistan will be reduced, and there will be cutbacks to satellite systems and missile warning systems.

TRAINING AND MAINTENANCE The Army, which has done most of the fighting in Afghanistan and Iraq, says it will be forced to curtail training for 80 percent of its ground forces and that by the end of the year, two-thirds of its brigade combat teams will fall below acceptable levels of combat readiness. Air Force pilots expect to lose more than 200,000 flying hours. Beginning in March, roughly two-thirds of the Air Force’s active-duty combat units will curtail training at their home bases, and by July will no longer be capable of carrying out their missions. Some ship and aircraft maintenance will be canceled for the third and fourth quarters of the fiscal year, resulting in fewer available weapons.


Last week, Senate Democrats produced a much better plan to replace these cuts with a mix of new tax revenues and targeted reductions. About $55 billion would be raised by imposing a minimum tax on incomes of $1 million or more and ending some business deductions, while an equal amount of spending would be reduced from targeted cuts to defense and farm subsidies.

Republicans immediately rejected the idea; the Senate minority leader, Mitch McConnell, called it “a political stunt.” Their proposal is to eliminate the defense cuts and double the ones on the domestic side, heedless of the suffering that even the existing reductions will inflict. Their refusal to consider new revenues means that on March 1, Americans will begin learning how austerity really feels.

Maquiavel: teje preso (ok, nao foi assim, mas quase...) - The Telegraph

Seria assim, se tivesse sido no Brasil. Por sorte de Maquiavel não foi; acho que ele não sobreviviria a uma cadeia brasileira, que segundo o ministro da Justiça (justiça?) são medievais.
O Maquiavel teve sorte de já viver no Renascimento (embora isso não tivesse a mínima importância) e de estar na Toscana, onde parece que ainda não existia o Primeiro Comando da Capital, só ratos, pulgas e percevejos.
Embora ele tenha sido torturado, parece que não arrancaram suas unhas, tanto é que terminou de escrever O Príncipe.
Tive a oportunidade de ajudá-lo a reescrever essa obra (vejam no meu site), adaptando aos nossos tempos, muito mais bárbaros (pelo menos politicamente) do que os dele.
Em todo caso, divirtam-se...
Paulo Roberto de Almeida

Briton finds 500-year-old arrest warrant for Machiavelli

A British academic has stumbled upon a 500-year-old "most wanted" notice for the arrest of Niccolo Machiavelli, the infamous Renaissance political operator who wrote The Prince.

Briton finds 500-year-old arrest warrant for Machiavelli
Drawing of the trumpet used by the town crier, left, was found together with the proclamation calling for the arrest of Machiavelli Photo: University of Manchester
Prof Stephen Milner from Manchester University discovered the historic document by accident while researching town criers and the proclamations they read out in archives in Florence.
The 1513 proclamation, which called for the arrest of Machiavelli, eventually led to his downfall and death.
"When I saw it I knew exactly what it was and it was pretty exciting," said Prof Milner.
"When you realise this document marked the fall from grace of one the world's most influential political writers, it's quite a feeling.
"The Prince is a seminal work, with a lasting influence on political thought and culture. The term 'Machiavellian' and the naming of the Devil as 'Old Nick' all derive from this single work, but the circumstances of its composition have often been overlooked."
When the Medici family returned to power in Florence in 1512, Machiavelli was removed from his post in the city's chancery because of his association with the head of a rival faction.
His name was then linked with a conspiracy to overthrow the Medici. They issued the proclamation found by Prof Milner for his arrest.
"On the same day, he was imprisoned, tortured and later released and placed under house arrest outside the city," said the historian, an authority on Renaissance Italy.
Machiavelli, known as the Prince of Darkness, then wrote The Prince in the hope of regaining the approval of the Medicis.
"But there's no evidence to suggest they even read it," said Prof Milner, who is Visiting Professor at the Harvard Centre for Italian Renaissance Studies at Villa I Tatti in Florence.
Machiavelli's fortunes spiralled downwards and he died in abject poverty 14 years later.
The academic found the document while studying hundreds of town crier proclamations issued between 1470 and 1530.
He also found documents relating to the payment of four horsemen who scoured the streets of the Tuscan city for Machiavelli.
Florence is this year celebrating the 500th anniversary of Machiavelli's writing of The Prince, a political treatise which argues that the pursuit of power can justify the use of immoral means.
The celebrations include, on February 19, a reconstruction of the events surrounding his arrest and imprisonment.

Burocratas da Franca e do Brasil: uni-vos! (e como!) - Ricardo Velez-Rodriguez

Um artigo de 2002, ou seja, ainda antes da inauguração da década dos companheiros, tão colbertistas (mesmo sem saber o que é isso, como Monsieur Jourdain) quanto os franceses, e que revela que os burocratas dos dois países ainda vão conseguir afundar as respectivas economias...
Vale a pena ler por inteiro...
Paulo Roberto de Almeida

O SOCIALISMO NA FRANÇA E NO BRASIL: UMA ANÁLISE FEITA EM 2002 

Ricrdo Vélez-Rodríguez

Blog Rocinante,  15/02/2013

Em Agosto de 2002 escrevi esta análise acerca das semelhanças entre os socialismos francês e brasileiro. Depois de ver o desempenho do governo Hollande, que não consegue fazer despegar o avião da economia francesa, e depois de ver, por outro lado, o tamanho do "pibinho" com que o terceiro governo petista nos brinda, acho que a minha análise tem plena atualidade.
O que é que a França tem de comum com o Brasil? Poderiamos dizer que, em primeiro lugar, a estrutura centralizada do Estado. Em segundo lugar, poder-se-ia afirmar, validamente, que os nossos marxistas são tão estatizantes e dogmáticos quanto os comunistas franceses. Estalinistas mesmo. Com uma diferença: na França, e talvez em Portugal e na Espanha, esses dinossauros ficaram confinados no PC. No Brasil, mimetizam-se em tudo quanto é partido de esquerda, do PT ao PC do B, ocupando sofregamente o segundo escalão dos Ministérios, quando não a direção das Universidades Federais e as Secretarias Estaduais ou Municipais, nos lugares onde há governantes favoráveis.
 (...)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Pesquisa em biblioteca universitaria americana (Uau!)

A "Latin American Library" de Tulane University, o segundo maior acervo latino-americano do sistema universitário dos EUA, está oferecendo bolsas (passagem, hospedagem, estipêndio) para pesquisas em seu acervo, num período que vai de um a três meses. 
São duas bolsas, a serem concedidas com base nas qualificações do candidato, no mérito do projeto e na adequação da pesquisa ao nosso acervo. 
O prazo é 30 de abril. 
Detalhes do anúncio, com o formulário de inscrição,
em inglês: http://bit.ly/WRaJbX 
em espanhol: http://bit.ly/WRaKMY 
em português: http://bit.ly/WRaNbI

Meu proximo livro: Integracao Regional - Paulo Roberto de Almeida

Meu próximo livro:

Eis o Índice...

1. O regionalismo: um fenômeno complexo da economia mundial
2. O conceito de regionalismo e os processos de integração
3. Por que acordos regionais? Para quê integração econômica? 
4. Como são os acordos regionais? Que tipos de integração econômica existem?
5. Por que não integrar: razões antigas e modernas, boas e más 
6. Como se processa a integração no plano internacional?
7. O futuro do regionalismo comercial: mais do mesmo?
8. Conclusões
--> Cronologia da integração no contexto internacional
Glossário
Fontes e referências 

e o Prefácio...

Este livro, ainda que modesto em suas dimensões, e deliberadamente sintético em seus argumentos substantivos – como, aliás, requerido pela coleção –, consolida um itinerário bastante longo de estudos, pesquisas dirigidas, atividades práticas e de escritos publicados sobre os processos de integração regional, em suas diferentes variantes institucionais e em suas múltiplas manifestações geográficas e políticas. Trata-se, como o subtítulo indica, de uma introdução, daí ter o autor resumido muitos outros trabalhos – seus ou de pesquisadores mais reputados, inclusive estrangeiros – em um texto que se atém ao essencial do que constitui um dos mais importantes processos dinâmicos da globalização contemporânea e do sistema multilateral de comércio, administrado, desde 1995, pela Organização Mundial do Comércio.
O fenômeno da regionalização, em si, é obviamente bem mais antigo do que isso, sendo propriamente secular, ainda que sob outros formatos e roupagens; assim como são mais antigas – mesmo se de apenas duas ou três décadas – as preocupações deste autor com suas manifestações concretas, aliás despertadas desde o nascimento do Mercosul, que constituiu, justamente, o tema de seu primeiro livro: O Mercosul no contexto regional e internacional (São Paulo: Aduaneiras, 1993), obra hoje esgotada. Seguiu-se outro livro, mais sistemático, sobre esse importante bloco de comércio do hemisfério meridional – Mercosul: fundamentos e perspectivas (São Paulo: LTr, 1998) – e, dois anos depois, uma sua versão atualizada, em perspectiva comparada com a União Europeia, publicada na França: Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud (Paris: L’Harmattan, 2000). Entre os dois, uma obra didática, fazia uma análise, de amplo escopo histórico, das experiências existentes nessa modalidade de liberalização comercial no âmbito do sistema multilateral de comércio: O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999).
Seguiram-se artigos, conferências e palestras sobre a integração regional, em especial sobre o Mercosul e a Alca, inclusive vários capítulos preparados para integrar livros coletivos. Todos esses escritos tinham a preocupação primordial de situar historicamente esse fenômeno e de contextualizá-lo no quadro dos experimentos em curso na América Latina; exibiam, também, o cuidado com o lado didático, traço sempre presente neste autor, constantemente dividido entre a atividade profissional na diplomacia brasileira e o empenho voluntário na docência universitária.
Muitas dessas reflexões, inclusive sobre o chamado “minilateralismo”, foram mais recentemente objeto de uma grande síntese multidisciplinar, em livro que reuniu diferentes estudos meus sobre a integração, no contexto mais vasto da ordem mundial contemporânea: Relações Internacionais e Política Externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: LTC, 2012). Essas análises abrangentes, elaboradas no momento mesmo da implementação desses processos – ou no próprio ato de sua criação, como, por exemplo, no caso do Mercosul – estavam marcadas, em todos os escritos referidos, por uma tripla combinação metodológica: a de uma abordagem propriamente histórica, inserida numa explanação basicamente econômica desses fenômenos, mas com a visão política indispensável que costuma guiar um analista acadêmico doublé de negociador prático, como este que escreve.
Com efeito, os trabalhos publicados sobre a integração e o Mercosul – cuja lista completa pode ser conferida no site pessoal deste autor: www.pralmeida.org – se beneficiaram, certamente, da pesquisa bibliográfica e da reflexão de tipo acadêmico, mas foram, sobretudo, o fruto do envolvimento do autor com processos concretos de negociações comerciais regionais e multilaterais ao longo de uma carreira diplomática basicamente articulada em torno das relações econômicas internacionais do Brasil: primeiro, no contexto da Rodada Uruguai do Gatt, em Genebra; depois, no foro negociador da Aladi, em Montevidéu; em seguida, na própria unidade encarregada dessas áreas na Secretaria de Estado das Relações Exteriores, no Itamaraty, em Brasília; na sequência, em muitas reuniões de trabalho do processo negociador da Alca, em Miami; ocorreu, também, uma abordagem paralela, não necessariamente única ou exclusiva, desses fenômenos durante minhas estadas em Paris – inclusive acompanhando os trabalhos da OCDE nessa área – e em Washington, sede dos mais importantes organismos multilaterais econômicos – entre eles o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a OEA, que promovem e estimulam importantes estudos sobre a integração regional nas Américas – e de alguns think tanks e fundações que também estudam intensamente essas modalidades de liberalização comercial, com destaque, nessa capital, para o Nafta e, então, para o frustrado processo negociador da Alca.
Estas referências pessoais – aparentemente exageradas – visam unicamente demonstrar que este pequeno livro não é apenas o reflexo, ou o resultado, de mera pesquisa conduzida em livros ou mediante uma rápida síntese de leituras variadas; ele é, essencialmente, o resultado de um longo envolvimento prático com negociações concretas de experimentos de integração regional, bem como de um conhecimento direto do funcionamento interno do Mercosul, da Aladi e, ainda que de modo indireto, da União Europeia e do Nafta (para não mencionar a natimorta Alca). Foi a constante convivência com todos esses mecanismos, instituições e negociações, bem como com seus eventuais percalços ou retrocessos, que permitiu ao autor discorrer, linearmente, em sucessivos capítulos desta obra, sobre os mais diferentes exemplos de integração regional, praticamente sem recorrer a extensas pesquisas preliminares, dispensando até os livros de história, uma vez que ele assistiu, foi protagonista, ou contemporâneo, de muitos dos processos que vão aqui descritos em seus traços essenciais.
Sem qualquer falsa modéstia, o livro consolida, por assim dizer, a trajetória pessoal, tanto intelectual quanto diplomática deste autor, motivo pelo qual possui, legitimamente, uma credibilidade que poucas obras puramente acadêmicas podem exibir. Ele certamente não está isento de limitações e de insuficiências – várias motivadas pelo formato voluntariamente sintético e didático que assumiu por opção – em função das quais deve, como ocorre em todos os casos, submeter-se às críticas dos especialistas, sejam eles economistas acadêmicos ou negociadores profissionais.
Em qualquer hipótese, uma característica provavelmente distingue o autor dos escritores de gabinete e, certamente, de muitos dos diplomatas da área: ele elaborou esta obra com pleno conhecimento de causa e com toda a honestidade intelectual de que é capaz um autor que, ainda que pertencendo a uma carreira de Estado, estabelece como sendo as principais tarefas do analista, sua missão primordial, a fidelidade aos fatos e o indispensável rigor analítico. Aos leitores, agora, a missão de avaliar se este esforço atende às suas expectativas.

Paulo Roberto de Almeida 

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...