Não posso referendar o que se afirma, mas em vista das muitas dúvidas e temores existentes, uma recontagem poderia acalmar os militantes, das duas partes. Caso contrário, é possível que tenhamos vítimas do processo de violência crescente.
Paulo Roberto de Almeida
A fraude foi a grande vencedora das eleições na Venezuela
Nota Latina, segunda-feira, 15 de abril de 2013
A Venezuela celebrou ontem eleições presidenciais, fraudulentas deste a data, uma vez que o pleito deveria ter sido convocado pelo menos desde janeiro deste ano, quando se anunciou a impossibilidade de Chávez voltar a governar, e em vez de Nicolás Maduro deveria estar governando até novas eleições o presidente da Assembléia, Diosdado Cabello. O CNE, órgão eminentemente chavista, fez vista grossa a essas irregularidades e ainda deu posse oficialmente a Nicolás Maduro no dia 8 de março.
Na edição do dia 4 de abril o Notalatina havia anunciado que a vitória seria de Maduro, não sem fraude, pois esta foi uma das deliberações do Foro de São Paulo (FSP) que realizou um encontro em Caracas, em edição extraordinária, no dia 1º de abril.
Embora toda a imprensa brasileira tenha anunciado que as eleições ocorreram em um clima de “paz e tranqüilidade”, não foi isto que vi e que era denunciado freneticamente por venezuelanos via Twitter e FaceBook durante todo o dia. Denunciavam que Maduro mandou fechar as fronteiras do país para dificultar o acesso de possíveis opositores e destaco o que assisti pelo canal Globovisión: no Liceu de Montalban, onde ocorreu mais fraudes em número e em diversificação, umas senhoras denunciavam haver chegado ao local às 5 h. da manhã e já passadas as 4 da tarde ainda não haviam votado. Dnunciavam que chegou um ônibus com 100 (CEM) cubanos, com cédulas novas, para votar naquela unidade mas que não pertenciam à comunidade. Nesta mesma localidade, o site La Patilla denuncia (com fotos e um vídeo que recomendo) que motorizados armados ameaçavam as pessoas; que um cidadão que chegou com o deputado Carlos Sierra, do PSUV, foi detido pela Polícia, pois trazia consigo 40 cédulas de identidade. Que os militantes chavistas continuavam fazendo campanha abertamente - quando era expressamente proibido pelo CNE a partir do dia 10 -, e o próprio Maduro não cessou de utilizar todos os canais de rádio e televisão em seu favor. Através do Twitter, um eleitor publica foto de urnas sendo levadas pela Guarda Nacional sem ser auditadas. Também através do Twitter Henrique Capriles denunciava: “Exigimos à reitora Tibisay Lucena o encerramento total das mesas de votação, estão tratando de votar com mesas encerradas. Fazer RT!”.
E como se fraudou, finalmente, as eleições? No dia 10 de abril, a ex-juíza eleitoral Ana Mercedes Díaz, que trabalhou no CNE por 25 anos, denunciou no programa de Jaime Bayly que as fraudes vêm ocorrendo desde o ano de 2004 e nunca mais pararam. Dentre uma das maneiras de se fraudar está na tinta utilizada para captar a impressão digital, que deveria ser indelével mas não é, onde pode-se apagar a digital impressa no papelete quantas vezes se deseje e no lugar ir colocando outras. Esta falha na qualidade da tinta foi também uma das incontáveis denúncias feitas pelos eleitores no Twitter ontem à tarde e parte da noite. A entrevista da Drª Ana Mercedes foi publicada em dois vídeos que podem ser vistos aqui e aqui, mas não deixem de ver, se quiserem compreender porquê há anos se denuncia o cometimento de fraude eleitoral na Venezuela.
O CNE tardou demais em apresentar os resultados e as expectativas eram imensas. O comando de Capriles estava seguro, pois tinha cópia das atas, que a vitória era do seu candidato. Em anos anteriores parece que a MUD (Mesa de Unidade Nacional) não teve fiscais em todas as mesas do país mas este ano sim, daí que puderam ter cópia de todas as atas. E o resultado dava Henrique Capriles com um vitória colossal, conforme pode-se ver no gráfico e na relação por estados abaixo. E enquanto aguardávamos, recebi essa informação que foi divulgada pelo Twitter, de alguém que trabalha no CNE:
“Com 95% de atas escrutinadas: Capriles 7.800M, Maduro 6.400M. Sou membro do CNE
Passa urgente para que se vejam de mãos atadas”.
(Graficos e tabelas)
E já passava da meia-noite quando finalmente os reitores do CNE resolveram apresentar os resultados, quando, segundo informação desse órgão, já se havia apurado 99,12% dos votos e àquela altura se poderia afirmar que o resultado era irreversível. Segundo Tibisay Lucena, com 78% de participação, Maduro alcançou 7.505.403 votos, com 50,66%, e Capriles 7.270.403 votos e 49,07%.
Hoje pela manhã recebi outra informação grave que traduzo literalmente, de pessoa que trabalha no CNE e por motivos óbvios não pode se identificar:
“Amiga, tremendo porre por aqui. Só Vicente (o único dos cinco reitores não-chavista G.S.) dá a cara. Já baixaram a diferença para 100 mil votos e ainda faltam os do exterior, esses não chegaram. Era mentira o que disseram. Difunde por favor para que as pessoas saibam da verdade e possamos mover as massas.
Querem proclamar Nicolás hoje mesmo à tarde.
No fiquemos calados! AGORA OU NUNCA!”.
Quer dizer, demoraram a anunciar os resultados porque estavam vendo de que maneira poderiam arranjar as coisas e anunciar o resultado determinado pelo Foro de São Paulo e pela ditadura cubana, mesmo sabendo que, além de mentir nos números que tinham em mãos, ainda faltavam os votos do exterior e que me foi informado que nos Estados Unidos, onde vivem mais de 9.000 famílias exiladas, a vitória foi de Capriles.
Tão logo Tibisay anunciou a farsa, Maduro fez um discurso histérico e desconexo desde o Palácio de Miraflores. Dalí ele gritava cheio de ódio contra a oposição, colocando no final de seus grunhidos o Hino Nacional cantado por Chávez. Capriles demorou a se pronunciar mas quando o fez, foi corajoso e preciso. Se em outubro de 2012 ele tivesse tomado a atitude de ontem, a Venezuela hoje não estaria passando por tudo isto de novo e talvez, a esta altura, Chávez e seu legado, sobretudo os agentes cubanos, fossem apenas partes de uma história nefasta, de um pesadelo maligno que durou 14 anos e foi parar no rol do esquecimento.
Em seu discurso calmo e comedido Capriles dirigiu um alerta a Maduro que resume tudo: “Se você antes era ilegítimo, agora está mais carregado de ilegitimidade”. No vídeo que apresento abaixo, de parte do seu discurso, Capriles disse que não vai aceitar os resultados apresentados pelo CNE e que exige uma auditoria com cada uma das urnas, 100% dos votos. Denunciou ainda que o resultado apresentado pelo CNE está baseado em 3.200 “incidências” e que quer que se conte voto por voto. Sobre o pedido de auditoria, José Miguel Insulza, Secretário Geral da OEA, afirmou que “respaldava” a iniciativa e que colocaria à disposição da Venezuela uma equipe de experts da OEA, “de reconhecido prestígio e longa experiência nesta matéria”. Apesar desse apoio, temo pelo que vão fazer tais “experts”, pois eles sempre avalizaram as fraudes cometidas por Chávez ao longo de mais de 10 anos, uma vez que a única eleição que lhe deu uma vitória “limpa”, foi a primeira, em 1998.
E hoje Capriles voltou a se pronunciar diante de seus leitores e pediu às autoridades eleitorais que suspendam a proclamação de Maduro até que se faça a re-contagem dos votos. A Maduro ele disse através de uma conferência de imprensa: “Se você vai e corre hoje covardemente a se proclamar, você é um presidente ‘ilegítimo e espúrio’”. Em seguida, dirigindo-se a seus eleitores, conclamou a um panelaço, caso o CNE desrespeite a solicitação de auditoria e dê posse a Maduro antes de se concluir a re-contagem. E concluiu dizendo: “Queremos um panelaço que se ouça no mundo inteiro para fazer sentir nossa indignação porque não se quer dar a conhecer a verdade expressada nas urnas no dia de ontem”. Vejam no vídeo abaixo.
Tenho fé que desta vez os venezuelanos, vendo a coragem e a força moral apresentada por Capriles agora, não deixem que a ditadura cubana e o FSP decidam seus destinos. Que vão às ruas fazer o panelaço, que façam muito barulho para que o mundo inteira conheça que Chávez implantou uma ditadura violenta na Venezuela e que o povo não agüenta nem aceita mais. Que Deus abençoe a Venezuela e seu “bravo povo”, que a paz, a democracia, a liberdade e a prosperidade possam voltar àquela terra de gente tão querida. Fiquem com Deus e até a próxima!
Comentários e traduções: G. Salgueiro
G. Salgueiro às 5:25 PM
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2 comentários:
Ezequiel Navarro15 abril, 2013 22:33
Estava na cara que essas eleições seria uma fraude. Por tudo que se tem noticiado nesse blog, esses maniacos iam ferrar com as eleições...
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Anônimo16 abril, 2013 00:58
O povo venezuelano não pode aceitar esta fraude. Deve denunciar aos organismos internacionais. Que estes auditores da OEA possam realizar sua apuração e legitimar o resultado.
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Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
terça-feira, 16 de abril de 2013
Educacao companheira: alguns exemplos dos "curços çuperior" - O Globo
A culpa não é só dos companheiros, é verdade, mas eles são os mais tolerantes com as "forma popular" de falar, elevando a incompetência ao estado da arte do MEC, que está inteiramente refletido na matéria abaixo.
Paulo Roberto de Almeida
Respostas de formandos no Enade 2012 têm erros de português como 'egnorância' e 'precarea'
Lauro Neto
O Globo, 15/04/2013
Estudantes que estão concluindo ensino superior cometem equívocos grosseiros de ortografia e construção frasal. Inep diz que há rigor na correção
Não é apenas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que os estudantes cometem erros absurdos de ortografia. No Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), alunos que estão se formando no ensino superior cometem desvios tão ou mais graves como "egnorancia", "precarea" e "bule" (bullying).
Esses e outros exemplos foram repassados por uma corretora do Enade 2012, que avaliou concluintes de cursos como Direito, Comunicação Social, Administração, Ciências Econômicas, Relações Internacionais e Psicologia. A professora entregou o material pessoalmente ao GLOBO, mas, por ter assinado contrato de sigilo com o Ministério da Educação (MEC), não pode ser identificada. A docente procurou o jornal depois de ler, também no GLOBO, a reportagem, publicada no dia 18 de março, mostrando que redações que receberam nota 1.000 no Enem tinham erros como "trousse", "enchergar" e "rasoável".
Em dez respostas à segunda questão discursiva, há erros, sobretudo, de estrutura frasal, imprecisão vocabular e fragmentação de sentido. Segundo a professora, mesmo corrigidos equívocos de pontuação, regência, ortografia e concordância, esses textos continuariam errados.
A questão pedia que, a partir da análise de charges e da definição de violência formulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o candidato redigisse um texto sobre a violência atual, contemplando três aspectos: tecnologia e violência (3 pontos); causas e consequências da violência na escola (3 pontos); proposta de solução para a violência na escola (4 pontos).
Um formando escreveu: "A violencia e causada muitas vezes pela falta de cultura e pela egnorancia dos seres humanos, cuja a tecnologia sao duas grandes preocupação para a sociedade, causando violencia nas escolas". Outro estudante respondeu: "Hoje o sistema de segurança publica a inda e muito precarea no Brasil precisa ater mais infraestrutura para a segurança da sociedade em geral".
Um terceiro redigiu: "As escolas tem que orienta e ajuda estas crianças que são violêntas e pratica o bule por enquanto são crianças por que só assim elas terão chacer de melhora e ser uma pessoa melhor e mas calma". Em outra resposta, constava: "Esperamos que com a oportunidade de farias formação academica possa futuramente acabar ou diminuir este comportamnento do sr humano".
- Os critérios são benevolentes, mandam não pesar a mão para manter média 5. Precisa se dar à opinião pública a ideia de que o ensino está melhorando. Mas não está. As faculdades formam profissionais analfabetos funcionais. Esse é o final do filme - diz a corretora.
Em nota, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep) rebate com veemência as críticas, afirmando que "são completamente infundadas as suspeições levantadas pela suposta corretora de que ocorreu orientação para 'aliviar' nas correções". De acordo com o órgão, responsável pela aplicação da prova, "isso não acontece, nem aconteceu, no Enade, Enem, ou em qualquer outro exame sob responsabilidade do Inep/MEC". O comunicado esclarece ainda quaisquer erros tão grosseiros como os citados nesta reportagem certamente teriam "baixíssima avaliação".
Segundo o Inep, as correções do Enade 2012 são feitas por bancas constituídas de um professor doutor como presidente e membros com titulação de doutorado ou mestrado, vinculados há, pelo menos, cinco anos a instituições de ensino superior. "São cerca de 500 profissionais do mais alto nível que podem atestar a seriedade do exame e das correções", diz a nota.
De acordo com o órgão, "o rigor das avaliações do Enade se expressa nas medidas de supervisão e regulação adotadas pelo MEC, com base nos indicadores de qualidade como o índice geral de cursos (IGC) e o conceito preliminar de curso (CPC). Na nota do CPC, o desempenho dos estudantes representa 55% do total". O resultado do Enade não impossibilita que os estudantes se formem, a menos que eles não compareçam à prova.
Pós-doutor em Linguística Aplicada e professor da UFRJ e da Uerj, Jerônimo Rodrigues de Moraes Neto considera gravíssimo o exercício de qualquer profissão sem o conhecimento da língua portuguesa:
- As profissões nas quais esses alunos se formam não geram à sociedade os resultados a que se destinam. Advogado que não entende cliente não consegue, na petição, se fazer entender pelo juiz. Não tem condições de interpor recursos.
Este ano, apenas 10,3% dos 114.763 participantes que prestaram o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram aprovados. É o pior resultado desde que passou a ser aplicado no formato unificado, em 2010. E, como mostrou pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios, erros de português são o principal motivo de reprovação em processos seletivos de estágio. No estudo, que avaliou 7.219 alunos de níveis superior e médio, 28,8% perderam oportunidades por isso. Para corrigir as deficiências, universidades oferecem cursos de reforço. Na opinião de Moraes Neto, esse tipo de curso é excelente, mas o cerne da questão é a formação do professor de Português:
- O ponto crucial reside na formação do professor de Português, que deverá ensinar o aluno a falar, escrever e ler, mediante conhecimento do sistema linguístico da língua portuguesa.
Para a professora Cibele Yahn de Andrade, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp, nivelar o ensino superior é necessário. Mas, para ela, o centro do problema está nos ensinos fundamental e médio.
- Não é possível superar essas deficiências acumuladas, de modo satisfatório, em curto prazo. São habilidades que deveriam ser adquiridas ao longo da vida escolar, na sequência de atividades de leitura e escrita diversificadas e com desafios crescentes.
Paulo Roberto de Almeida
Respostas de formandos no Enade 2012 têm erros de português como 'egnorância' e 'precarea'
Lauro Neto
O Globo, 15/04/2013
Estudantes que estão concluindo ensino superior cometem equívocos grosseiros de ortografia e construção frasal. Inep diz que há rigor na correção
Não é apenas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que os estudantes cometem erros absurdos de ortografia. No Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), alunos que estão se formando no ensino superior cometem desvios tão ou mais graves como "egnorancia", "precarea" e "bule" (bullying).
Esses e outros exemplos foram repassados por uma corretora do Enade 2012, que avaliou concluintes de cursos como Direito, Comunicação Social, Administração, Ciências Econômicas, Relações Internacionais e Psicologia. A professora entregou o material pessoalmente ao GLOBO, mas, por ter assinado contrato de sigilo com o Ministério da Educação (MEC), não pode ser identificada. A docente procurou o jornal depois de ler, também no GLOBO, a reportagem, publicada no dia 18 de março, mostrando que redações que receberam nota 1.000 no Enem tinham erros como "trousse", "enchergar" e "rasoável".
Em dez respostas à segunda questão discursiva, há erros, sobretudo, de estrutura frasal, imprecisão vocabular e fragmentação de sentido. Segundo a professora, mesmo corrigidos equívocos de pontuação, regência, ortografia e concordância, esses textos continuariam errados.
A questão pedia que, a partir da análise de charges e da definição de violência formulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o candidato redigisse um texto sobre a violência atual, contemplando três aspectos: tecnologia e violência (3 pontos); causas e consequências da violência na escola (3 pontos); proposta de solução para a violência na escola (4 pontos).
Um formando escreveu: "A violencia e causada muitas vezes pela falta de cultura e pela egnorancia dos seres humanos, cuja a tecnologia sao duas grandes preocupação para a sociedade, causando violencia nas escolas". Outro estudante respondeu: "Hoje o sistema de segurança publica a inda e muito precarea no Brasil precisa ater mais infraestrutura para a segurança da sociedade em geral".
Um terceiro redigiu: "As escolas tem que orienta e ajuda estas crianças que são violêntas e pratica o bule por enquanto são crianças por que só assim elas terão chacer de melhora e ser uma pessoa melhor e mas calma". Em outra resposta, constava: "Esperamos que com a oportunidade de farias formação academica possa futuramente acabar ou diminuir este comportamnento do sr humano".
- Os critérios são benevolentes, mandam não pesar a mão para manter média 5. Precisa se dar à opinião pública a ideia de que o ensino está melhorando. Mas não está. As faculdades formam profissionais analfabetos funcionais. Esse é o final do filme - diz a corretora.
Em nota, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep) rebate com veemência as críticas, afirmando que "são completamente infundadas as suspeições levantadas pela suposta corretora de que ocorreu orientação para 'aliviar' nas correções". De acordo com o órgão, responsável pela aplicação da prova, "isso não acontece, nem aconteceu, no Enade, Enem, ou em qualquer outro exame sob responsabilidade do Inep/MEC". O comunicado esclarece ainda quaisquer erros tão grosseiros como os citados nesta reportagem certamente teriam "baixíssima avaliação".
Segundo o Inep, as correções do Enade 2012 são feitas por bancas constituídas de um professor doutor como presidente e membros com titulação de doutorado ou mestrado, vinculados há, pelo menos, cinco anos a instituições de ensino superior. "São cerca de 500 profissionais do mais alto nível que podem atestar a seriedade do exame e das correções", diz a nota.
De acordo com o órgão, "o rigor das avaliações do Enade se expressa nas medidas de supervisão e regulação adotadas pelo MEC, com base nos indicadores de qualidade como o índice geral de cursos (IGC) e o conceito preliminar de curso (CPC). Na nota do CPC, o desempenho dos estudantes representa 55% do total". O resultado do Enade não impossibilita que os estudantes se formem, a menos que eles não compareçam à prova.
Pós-doutor em Linguística Aplicada e professor da UFRJ e da Uerj, Jerônimo Rodrigues de Moraes Neto considera gravíssimo o exercício de qualquer profissão sem o conhecimento da língua portuguesa:
- As profissões nas quais esses alunos se formam não geram à sociedade os resultados a que se destinam. Advogado que não entende cliente não consegue, na petição, se fazer entender pelo juiz. Não tem condições de interpor recursos.
Este ano, apenas 10,3% dos 114.763 participantes que prestaram o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram aprovados. É o pior resultado desde que passou a ser aplicado no formato unificado, em 2010. E, como mostrou pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios, erros de português são o principal motivo de reprovação em processos seletivos de estágio. No estudo, que avaliou 7.219 alunos de níveis superior e médio, 28,8% perderam oportunidades por isso. Para corrigir as deficiências, universidades oferecem cursos de reforço. Na opinião de Moraes Neto, esse tipo de curso é excelente, mas o cerne da questão é a formação do professor de Português:
- O ponto crucial reside na formação do professor de Português, que deverá ensinar o aluno a falar, escrever e ler, mediante conhecimento do sistema linguístico da língua portuguesa.
Para a professora Cibele Yahn de Andrade, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp, nivelar o ensino superior é necessário. Mas, para ela, o centro do problema está nos ensinos fundamental e médio.
- Não é possível superar essas deficiências acumuladas, de modo satisfatório, em curto prazo. São habilidades que deveriam ser adquiridas ao longo da vida escolar, na sequência de atividades de leitura e escrita diversificadas e com desafios crescentes.
A maldicao do petroleo atingira' o Brasil?
Pode ser, e se depender da cupidez dos companheiros, certamente.
Mas uma coisa, o petróleo já aguçou: o espírito rentista de políticos e outros "expertos".
Paulo Roberto de Almeida
Presalt Oil Discoveries
Pablo Fajnzylber, Daniel Lederman and Julia Oliver
World Bank (4/2013)
Presalt oil discoveries and the long-term development of Brazil by Pablo Fajnzylber, Daniel Lederman and Julia Oliver published by World Bank (4/2013). "Newly discovered oil reserves off the coast of Brazil present a unique opportunity for the country to boost an already successful trajectory of growth and developmente. This note examines potencial choices for the government when it contemplates how to disburse this newfound wealth. This review suggest that Brazil would be well served by saving a large amount of the windfall, ensuring that the country's increased wealth reaches the poor, puting in place strong fiscal planning to guide efficient investment, and building the country's research and development capacity."
http://bit.ly/16P6Yue
Mas uma coisa, o petróleo já aguçou: o espírito rentista de políticos e outros "expertos".
Paulo Roberto de Almeida
Presalt Oil Discoveries
Pablo Fajnzylber, Daniel Lederman and Julia Oliver
World Bank (4/2013)
Presalt oil discoveries and the long-term development of Brazil by Pablo Fajnzylber, Daniel Lederman and Julia Oliver published by World Bank (4/2013). "Newly discovered oil reserves off the coast of Brazil present a unique opportunity for the country to boost an already successful trajectory of growth and developmente. This note examines potencial choices for the government when it contemplates how to disburse this newfound wealth. This review suggest that Brazil would be well served by saving a large amount of the windfall, ensuring that the country's increased wealth reaches the poor, puting in place strong fiscal planning to guide efficient investment, and building the country's research and development capacity."
http://bit.ly/16P6Yue
(Des)Oneracoes - José Roberto R. Afonso
O governo, jornalistas e muitos comentaristas falam de desoneração para referir-se a algumas ações do governo, quando a realidade é bem outra: a carga tributária tem crescido continuamente, como revela este artigo do mais importante especialista em questões tributárias. A desoneração é ilusória, e no caso dos encargos laborais houve simplesmente uma substituição. Duvido que tenha sido realmente onerosa para o governo, e além de sua carga potencial, sobre produtores, a substituição também pode ser anti-produtividade, ao gravar a capitalização das empresas, congelando, portanto, seu processo de upgrade tecnológico.
Alguém poderia tratar desta questão, que me parece relevante, mas não tenho visto nenhum economista se ocupar dela.
Paulo Roberto de Almeida
(Des)onerações
José Roberto Afonso
(Des)onerações artigo de José R. Afonso publicado na Revista Jurídica Consulex(3/2013). "Desonerações tributárias são anunciadas sucessivamente pelo governo federal, com estimativas de benefícios fiscais na casa de dezenas de bilhões de reais. Em que pese todos incentivos concedidos, a carga tributária no País cresceu nos últimos meses e bateu recordes históricos...Outro ponto que deveria merecer atenção especial respeita a nova jabuticaba que apareceu no sistema tributário brasileiro: a dita desoneração da folha salarial quando se troca esta base pela do faturamento bruto." PDF Anexado
Alguém poderia tratar desta questão, que me parece relevante, mas não tenho visto nenhum economista se ocupar dela.
Paulo Roberto de Almeida
(Des)onerações
José Roberto Afonso
(Des)onerações artigo de José R. Afonso publicado na Revista Jurídica Consulex(3/2013). "Desonerações tributárias são anunciadas sucessivamente pelo governo federal, com estimativas de benefícios fiscais na casa de dezenas de bilhões de reais. Em que pese todos incentivos concedidos, a carga tributária no País cresceu nos últimos meses e bateu recordes históricos...Outro ponto que deveria merecer atenção especial respeita a nova jabuticaba que apareceu no sistema tributário brasileiro: a dita desoneração da folha salarial quando se troca esta base pela do faturamento bruto." PDF Anexado
Venezuela: esperando a primeira vitima...
Ela virá, estou certo, mais cedo do que tarde.
Infeliz Venezuela, um país profundamente dividido, desigualmente.
Milícias fascistas, exército instrumentalizado, de um lado, manifestantes frustrados, votantes fraudados, de outro.
A primeira vítima aparecerá em menos tempo que se consiga recontar os votos, se por acaso isso ocorrer...
Paulo Roberto de Almeida
Addendum em 16/04, às 17:56hs
Quando escrevi o que vai acima, pouco depois da meia noite de hoje, não esperava que a primeira víticma viesse tão rapidamente, nem que seriam tantos os mortos: até agora, segundi sei, são sete, talvez mais, que só vamos saber mais adiante. Fora prisões, repressão, Estado policialesco, como são todas as ditaduras ordinárias, algumas extraordinárias...
Lamento profundamente que um país irmão, conhecido tradicionalmente pela sua alegria, por seu povo cordial, tenha sido levado a essa situação de profunda divisão, de ódio, de ditadura, mesmo, pura e simplesmente.
Também lamento que quem poderia se pronunciar sobre isso -- como a Unasul, por exemplo, ou o Mercosul, ou ainda governos dos países membros -- não esteja fazendo nada, apenas se solidarizando com a nova ditadura.
Era inevitável que isso ocorresse.
Como parece inevitável que os companheiros apoiem esse tipo de governo ditatorial.
Paulo Roberto de Almeida
Infeliz Venezuela, um país profundamente dividido, desigualmente.
Milícias fascistas, exército instrumentalizado, de um lado, manifestantes frustrados, votantes fraudados, de outro.
A primeira vítima aparecerá em menos tempo que se consiga recontar os votos, se por acaso isso ocorrer...
Paulo Roberto de Almeida
Addendum em 16/04, às 17:56hs
Quando escrevi o que vai acima, pouco depois da meia noite de hoje, não esperava que a primeira víticma viesse tão rapidamente, nem que seriam tantos os mortos: até agora, segundi sei, são sete, talvez mais, que só vamos saber mais adiante. Fora prisões, repressão, Estado policialesco, como são todas as ditaduras ordinárias, algumas extraordinárias...
Lamento profundamente que um país irmão, conhecido tradicionalmente pela sua alegria, por seu povo cordial, tenha sido levado a essa situação de profunda divisão, de ódio, de ditadura, mesmo, pura e simplesmente.
Também lamento que quem poderia se pronunciar sobre isso -- como a Unasul, por exemplo, ou o Mercosul, ou ainda governos dos países membros -- não esteja fazendo nada, apenas se solidarizando com a nova ditadura.
Era inevitável que isso ocorresse.
Como parece inevitável que os companheiros apoiem esse tipo de governo ditatorial.
Paulo Roberto de Almeida
O charme insuportavel das copulas das cupulas: a promiscuidade pouco superior dos inconstitucionais
Sem comentários (e precisa?):
15/04/2013 | 22h28
Fux cancela
festa de aniversário paga por advogado
A celebração, que teria a presença de
juízes, advogados e políticos, causou constrangimento no meio jurídico
A pedido do ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, o advogado Sérgio Bermudes cancelou a festa que
ofereceria em seu apartamento no Flamengo, na zona sul do Rio, no próximo dia
26 para comemorar os 60 anos do amigo.
A celebração, que teria a
presença da cúpula do Judiciário brasileiro e do Tribunal de Justiça do Rio,
além de advogados e políticos como o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB),
causou surpresa no meio jurídico. Bermudes e o ministro são amigos há 40 anos.
Para pedir o cancelamento, o ministro alegou problemas de saúde da mãe, Lucy
Fux.
O jantar, com mais de 150
convidados de uma lista indicada por Fux, ocorreria em um contexto em que o
ministro do STF tem sido questionado por seu voto no processo domensalão. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu contou na semana passada, ao jornal Folha de
S.Paulo, que, em busca de apoio para ser nomeado ministro do STF, Fux teria lhe
pedido apoio — àquela altura, Dirceu já era processado no Supremo pela acusação
de compra de votos no Congresso. O ex-ministro afirma que Fux teria prometido
que, se nomeado, o absolveria. O ministro do STF, que não nega ter tido contato com o acusado para lhe
pedir apoio, respondeu afirmando que não polemiza com réu.
Outro elemento do cenário
em que a celebração ocorreria é a declaração do presidente do STF, Joaquim
Barbosa, de que há "conluio" entre magistrados e advogados, que
causou mal-estar no mundo jurídico.
Segundo Bermudes, a
realização da festa havia sido uma sugestão da filha de Fux, Marianna, de 32
anos, advogada no escritório de seu escritório. Ela é candidata a
desembargadora no TJ fluminense pelo quinto da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), lista com seis nomes de candidatos ao posto que é encaminhada ao TJ. A
partir dessa lista, o TJ elabora, por voto de seus desembargadores, uma lista
tríplice, a ser enviada ao governador. É dele a prerrogativa de escolher, a
partir da relação, quem será o novo desembargador.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
A segunda frase (companheira) da semana: solidarizando-se...
“Felicito o presidente Maduro pela sua vitória e, ahhhnnn, aqui reafirmamos a disposição de seguirmos trabalhando muito estreitamente com o governo venezuelano”.
Foi rápido. Não se esperava outra atitude...
Foi rápido. Não se esperava outra atitude...
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