sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Xi para Obama: seja pacifico, paciente, calmo, nao se meta (sobre a Siria) - Shanghai Daily

Nada como um bom conselho para acalmar ardores guerreiros.
Na verdade, o bom mesmo é não fazer nada, deixar que se matem; em qualquer hipótese, o vencedor vai continuar comprando armas e vendendo petróleo, se for o caso...


Xi urges Obama to find political solution on Syria
Chinese President Xi Jinping told his US counterpart Barack Obama yesterday that the crisis in Syria should not be resolved through a military strike and urged him to consider a political solution.
(From: Shanghai Daily)

Ainda nao consegui entender; quem conseguir me explique...

Medidas de caráter monetário são, em princípio, para estímulo interno à economia. Tarifas, em princípio, são usadas para regular comércio exterior.
Juntar as duas coisas me parece um tanto esdrúxulo.
Quanto à volatilidade, ela se manifesta, em princípio,quando um governo faz várias coisas contraditórias ao mesmo tempo, como, por exemplo, pretender rigor fiscal e simultaneamente estimular o consumo doméstico.
Enfim, alguém precisa lembrar certas coisas...
Paulo Roberto de Almeida

Reunião do G20

Ao menos no discurso, Dilma condena 'protecionismo'

Veja.com, 6/09/2013

No mesmo evento em que a presidente dirigiu críticas às medidas de estímulos monetários, por considerá-las 'protecionistas', ela votou contra um acordo que impede a adoção de novas medidas de entrave comercial

Apesar de o Brasil ter votado contra um acordo que impede a adoção de novas medidas protecionistas pelos países - o chamado "Stand still", a presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta sexta-feira que o Brasil "repudia todas as formas de protecionismo" no comércio exterior. Antes de deixar a Rússia, onde participou da reunião de cúpula do G-20, a presidente comentou que uma das "novas" formas de protecionismo é a oscilação das moedas, fator que afeta a competitividade dos países no comércio.
"O Brasil repudia todas as formas de protecionismo. As novas também. Repudiamos as (políticas protecionistas) tradicionais e repudiamos as não tradicionais derivadas, por exemplo, das políticas monetárias não convencionais expansionistas que produziram num primeiro momento a valorização das moedas vis-à-vis o dólar e agora, na saída, vão provocar o efeito oposto", disse a presidente Dilma que comparou políticas monetárias relaxadas adotadas pelos Estados Unidos, pela Europa e pelo Japão às "novas medidas" protecionistas. Dilma, porém, não citou nomes dos países que optaram por essa estratégia.
Para a presidente brasileira, o ideal é não ter na economia global movimentos dessa natureza "nem de um lado nem de outro". "Nós queremos estabilidade, uma baixa volatilidade, uma maior tranquilidade no que se refere aos efeitos das decisões dos países nas políticas domésticas. Essa foi uma questão que foi muito insistida", disse, ao comentar a discussão durante os dois dias de cúpula do G-20.
Apesar de não citar nomes, a presidente brasileira disse que "tudo o que é país emergente ou em desenvolvimento estava reclamando sobre o tema" durante a reunião de cúpula do G-20. 
A presidente disse ainda que a perspectiva de reversão da política monetária nos EUA é um tema de especial preocupação dos países emergentes e em desenvolvimento no G-20. "Todos os participantes entendem que é importante haver um papel de coordenação das políticas econômicas, especialmente nas economias avançadas do G-20", disse.O
"Ao sair da atual política monetária, especialmente no caso do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), o que não for bem comunicado, e se não for feito de uma forma muito cuidadosa, pode afetar países em desenvolvimento", afirmou Dilma Rousseff. A presidente reforçou ainda a defesa de reforma de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e também do sistema financeiro global.
(com Estadão Conteúdo)

Solidariedade com o protecionismo argentino, e em defesa do proprio - Editorial Estadao

Vexame em São Petersburgo

Editorial O Estado de S.Paulo, 06 de setembro de 2013

O governo petista surpreendeu mais uma vez, conseguiu superar-se e atingiu um novo patamar de incompetência diplomática, ao se alinhar, em São Petersburgo, ao conhecido e desmoralizante protecionismo argentino. Em mais um vergonhoso pas de deux, a delegação brasileira uniu-se à argentina, na quarta-feira, para se opor à inclusão, no documento final da reunião de cúpula do Grupo dos 20 (G-20), de um compromisso a favor do livre-comércio.

Desde a primeira reunião, em 2008, no começo da crise, líderes das maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento têm reafirmado a intenção de evitar novas medidas protecionistas. A atitude brasileira é duplamente desastrada. Além de confirmar a vocação protecionista do governo, pode ser embaraçosa para o novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo.
Eleito para chefiar uma entidade global, com 159 países-membros, ele está proibido, assim como a francesa Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, de agir em nome dos interesses de seu país. Mas nunca deixará de ser lembrado como um diplomata brasileiro, apoiado por seu governo, como todos os concorrentes, na disputa do cargo. Como agirá na administração do sistema comercial, poderão perguntar autoridades de outros países, um funcionário eleito com o apoio de um governo abertamente protecionista? A única defesa de Roberto Azevêdo, diante do embaraço, é a reputação conquistada por seu esforço nos anos de atuação diplomática na OMC.
De qualquer ponto de vista é indefensável a posição brasileira, em São Petersburgo, em relação ao compromisso comercial. As promessas formuladas em reuniões do G-20 nem sempre têm sido cumpridas. Mas a multiplicação de barreiras, nos últimos cinco anos, foi menor, segundo especialistas, do que se poderia temer numa fase de estagnação e até de recessão nos maiores mercados. Brasil e Argentina estiveram entre os campeões do protecionismo, nesse período. Mas nunca haviam chegado a renegar oficialmente, perante a comunidade internacional, a prioridade do livre-comércio de mercadorias.
Brasil, Argentina, Rússia e Ucrânia aparecem com destaque num relatório da União Europeia sobre medidas protecionistas adotadas a partir de 2008. O relatório é especialmente comprometedor quando se refere ao período mais recente. De acordo com o documento, 154 novas barreiras foram impostas entre maio de 2012 e maio de 2013 e o Brasil seria responsável por mais de um terço, seguido por Argentina e Índia.
Nem toda elevação de tarifas contraria as normas internacionais. O Brasil ainda tem espaço para aumentar tarifas, argumenta a delegação brasileira. Mas nem por isso a ampliação de restrições deixa de ser prejudicial ao comércio, especialmente num período de baixo dinamismo internacional.
Curiosamente, a economia brasileira foi muito mais prejudicada pelo protecionismo argentino, a partir de 2008, do que pelas barreiras encontradas nos mercados mais desenvolvidos e mantidas, na maior parte, sem alteração.
As barreiras impostas pelo vizinho continuarão em vigor pelo menos por mais dois anos, como anunciou há poucos dias o governo da presidente Cristina Kirchner. Esse mesmo governo pretende prolongar o regime de comércio administrado para o setor automobilístico. Esse regime foi prorrogado várias vezes, com adaptações sempre ditadas pelos argentinos.
As autoridades brasileiras sempre aceitaram as imposições de cabeça baixa e ainda recomendaram atitude semelhante aos industriais brasileiros. A mesma atitude prevaleceu quando se decidiu suspender o Paraguai do Mercosul para facilitar o ingresso da Venezuela bolivariana.
Também nas negociações com a União Europeia o governo brasileiro se curvou ao protecionismo argentino. Essa é uma das causas principais do emperramento dessas negociações. Em São Petersburgo, no entanto, a diplomacia petista levantou a costumeira bandeira da mediocridade com vigor surpreendente até para os mais pessimistas.

A Russia perdeu um seculo inteiro (o Brasil vai fazer o mesmo?) - Alexei Bayer

1913-2013: How Russia Botched an Entire Century

Could Russia have been as successful as the United States?



One hundred years ago, shortly before the Bolsheviks seized power in 1917, Russia was on the verge of becoming the China of the day. It had embarked on the path to industrial capitalism two or three decades after the United States and Germany.
By the start of World War I, it was developing dynamically enough to get on track to catch up with the leading industrial powers of the day.
The Russia of that era was an enormous country, even larger than the Soviet Union at its peak, because it included both Poland and Finland within its borders. It also boasted tremendous natural resources and a vast, diversified population.
Russia featured remarkably modern elements. For example, it abolished serfdom in 1861, two years before President Lincoln’s Emancipation Proclamation in the United States.
In the countryside, a class of prosperous peasants was emerging. And in Russia’s southern provinces and in Ukraine, there were large, productive farms — similar to those later found in the American Midwest.
These farms made Russia the breadbasket of the world, accounting for around one-third of the global wheat trade before World War I. In fact, Russia’s early 20th century wheat traders were so sophisticated that they initiated hedging prices and used financial markets in London and New York for their crops.
In the Donetsk region in eastern Ukraine, coal and steel production was expanding, also using British investment and knowhow.
The construction of the Trans-Siberian railway, inaugurated in 1890, linked European Russia with the Pacific Coast. This made the economic development and exploration of Siberia possible, a move from which even today’s Russia benefits most handsomely.

Lagging literacy

At the same time, Russia’s educational system was poor. Around 70% of the population was still illiterate at the start of the 20th century. However, the illiterate were mainly peasants. In cities, primary and secondary schools were being established, benefiting even the urban poor.
Russia also had very modern universities and a substantial scientific research establishment. Mathematician Nikolai Lobachevsky pioneered hyperbolic geometry and chemist Dmitri Mendeleev is credited with creating the first periodic table of elements, both in the 19th century.
Russian physiologist Ivan Pavlov was the fourth winner of the Nobel Prize for Medicine in 1904, followed by immunologist Ilya Mechnikov in 1908. No Russian has won the prize since.
Professional and technical education, too, was increasingly open to children of lower-ranking officials, workers and even peasants. The ranks of the Russian intelligentsia, the educated class, were swelling. By the start of World War I, the literacy rate rose to 40%.
Despite lagging behind in terms of literacy, Russia managed to develop world-class culture and arts. Tolstoy and Dostoyevsky were probably the most internationally famous and influential fiction writers of their time.
Chekhov’s plays shaped the development of theater throughout the 20th century and Gorky’s plays were performed all over Europe in the years before World War I.
Stanislavsky developed an acting method that is still widely used in Hollywood. The Actors’ Studio and Lee Strasberg, who trained some of the brightest stars of American theater and cinema in the middle of the 20th century, adapted it.
Meanwhile, Stravinsky, Prokofiev and Shostakovich were at the origins of modern classical music, and Diaghilev’s Ballet Russe created modern dance.
In 1913, the Armory Show became a major sensation in New York City. It brought the French post-impressionist art of Van Gogh, Gauguin and others to America for the first time. While Americans were just catching on to these trends, Russian artists had already moved beyond post-impressionism.
Just two years later, in 1915, Kazimir Malevich created his Black Square, the first abstract painting.

An economic boom

While it is hard to assess economic growth in the early 1900s — few institutions collected data back then, any available figures were notoriously unreliable and modern statistical tools had not yet been developed — there is evidence that Russia stormed into the modern era after 1905.
There was rapid urbanization, with men increasingly moving to towns in search of employment. The share of the agricultural sector fell from 58% of the economy in 1885 to 51% before World War I.
Meanwhile, industry, construction and transportation accounted for 32% of the Russian economy, up from 23% in 1885. The rail network increased from 2,000 km to 70,000 km.
Like all rapidly developing nations, including the United States shortly before, Russia was a huge user of foreign capital. In the final decades of the czars’ rule, foreign investment accounted for 40% of all industrial investment, and a substantial portion of agricultural investment as well.
Western Europe, notably England, France and Belgium, provided most of that capital. By the start of World War I, Russia accounted for 15% of all international debt.
Even though Russia was still an underdeveloped country by prevailing Western European standards, it was not as backward as it is commonly portrayed. Just look at Russia’s performance in World War I, when it confronted Europe’s leading industrial power, Germany.
At the start of the conflict, Russia was not only able to mobilize quickly. It also managed to deliver troops and supplies to the front fast enough to start an invasion of Galicia in September 1914.
In fact, Russia was able to help its Western allies by forcing Germany to divert forces out of France in order to use them to assist Austria-Hungary, which was reeling from Russia’s assault.
In World War I, Russians certainly were outmatched by German efficiency and military technology. But the czar’s troops held up a lot better than Stalin’s Red Army did in the summer of 1941.

Soviet failures

After the Bolshevik revolution, the introduction of the command economy did manage to mobilize the Soviet Union. Later on, by channeling much of the country’s immense resources into the military-industrial complex, the communists were able to defeat Nazi Germany. Thereafter, they were able to come close to matching American military prowess for around half a century.
But such a gigantic effort could not be sustained. To get close, the Soviet government wasted and destroyed much of the resources on which Russia’s economic success relied.
First and foremost, it squandered Russia’s human resources. Russia’s population is currently around 140 million. Some demographers believe that natural growth since 1913 should have put its population to almost 200 million or even 225 million.
Two World Wars, fought by Russian commanders without regard for losses, two famines in the early 1920s and the 1930s, purges and social ills brought about by communist mismanagement have resulted in as many as 85 million in today’s Russia “going missing” — not being born at all.
The communists did create a good educational system and achieved nearly 100% literacy, but they managed to waste human capital in other ways. Peasants were herded into collective farms, effectively reintroducing serfdom.
Life expectancy for men in Russia now is an extremely low 64.3 years — on a par with or less than in many countries in Sub-Saharan Africa. Chronic illnesses and alcoholism that often precede an early death rob society of the most productive years of its males.
Moreover, the economic system that prohibited private enterprise kept several generations of Russians from fulfilling their potential and benefiting society as a whole.
While pre-revolutionary Russia was developing into a major global economic power naturally and consistently, the USSR was a colossus with feet of clay.
Today’s Russia still suffers from the disastrous legacy of the Soviet era. Instead of co-leading the world, as its potential suggested at the start of the 20th century, it is, on average, one of the poorest and technologically backward countries in Europe.
In a 19th century kind of way, Russia produces little and survives by selling its vast array of raw materials to the world’s leading industrial nations.
With that as economic strategy, the country itself exists in a serf-like state. The raw material riches benefit small, kleptocratic elites, who shift their assets abroad. Considerable parts of the country’s infrastructure are as if they dated back to the medieval era. Social services are rudimentary and the quality of life is extremely poor.
The United States has spent much of the past 100 years relentlessly developing, perfecting its industrial base and its technological infrastructure and investing into human capital. It has focused on creating optimal conditions for individuals to achieve their potential.
Despite various mistakes and setbacks, the United States still sets the direction of technological innovation and its culture dominates the world.
Russia, in contrast, has wasted its resources, especially human ones. It literally killed off many talented people. Others were able to escape in time and achieved fame in Europe and, especially, in the United States, thus contributing notably to America’s economy and culture.
Choreographer George Balanchine, writer Vladimir Nabokov and, most recently, Google founder Sergei Brin are just a few examples among many.
Russia’s political economy has not moved forward much over the past 100 years. Despite mind-boggling mistakes, mismanagement and crimes of its leaders, Russia even now has much unrealized potential.
Russians may yet rise up and fulfill their human potential. But for that to happen, they will need to change the country’s kleptocratic political system and end their own serf-like mentality. Both are, in so many ways, the direct descendants of the Soviet era.
Alexei Bayer is a contributing editor of The Globalist. His debut novel, Murder at the Dacha, which is set in 1960s Moscow, was published in May.

Brasil: um pais afogado pelos impostos - Roberto Abdenur

Simplicidade e transparência
Roberto Abdenur
 O Globo, 5/09/2013

Roberto Abdenur é presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial

Como fazer negócios em um país onde a carga tributária chega a 36% do PIB; os tributos são tão complexos que requerem especialistas para lidar com eles; o pagamento dos tributos exige que empresas gastem em média 2.600 horas por ano (dez vezes mais do que a média mundial); as regras mudam sempre (em média, 40 novas normas por dia) e a burocracia é quase kafkiana? Difícil. Esse país é o Brasil.
O ranking Paying Taxes 2013 analisou o tempo gasto para pagar impostos em 185 economias, O Brasil ficou em 156^ lugar. Os Emirados Árabes Unidos, no topo do ranking, demandam 12 horas anuais, em média. A Argentina, 149^ colocada, exige 405 horas anuais.
O custo para efetuar os pagamentos tem, evidentemente, impacto sobre a carga tributária, já elevada. De 1988 a 2005, ela aumentou em quase 90% além do PIB. De acordo com a Fiesp, 64% dos empresários consideram que isso limita investimentos.
A complexidade do sistema tributário onera em-presas e pessoas físicas.
O Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) debruçou-se sobre o assunto e, com a Associação Comercial de São Paulo, a Fecomércio-SP e o Sescon-SP, elaborou proposta para o Programa de Simplificação e Racionalização do Sistema Tributário.
As sugestões estão alinhadas com o pensamento da presidente, que, ao tomar posse, disse ser "inadiável a implementação de um conjunto de medidas que modernize o sistema tributário, orientado pelo princípio da simplificação e da racionalidade"
Visando a evitar um ambiente de insegurança jurídica e adequar a legislação às demandas atuais, as sugestões incluem propostas de leis, que, entre outras coisas, proíbem a edição de medida provisória sobre matéria tributária; vedam a cobrança de tributos antes de decorridos 180 dias da data em que a lei for publicada e limitam o valor de multas tributárias.
O debate exige que se discuta também a remodelação do ICMS, pois a simplificação desse imposto é fundamental para o fim da guerra fiscal.
As reformulações ajudarão a formalizar peque-nas empresas. Recente pesquisa do SPC Brasil mostrou que quase metade (49%) desses empresários não sabe o que fazer para regularizar o próprio negócio.
O estabelecimento do MEI (Microempreende-dor Individual) foi um grande passo na formalizaÇão, mas urge rever o limite máximo de rendimento anual, de R$ 60 mil.
A complexidade do sistema beneficia transgressores, afasta investimentos e reduz o potencial de crescimento do País.
É verdade que, nos últimos anos, o Brasil ficou mais eficiente na gestão tributária. Várias iniciativas apoiadas pelo ETCO produziram importantes resultados, como a Nota Fiscal Eletrônica (NFe), implementada em 2008, que reduz a burocracia nas transações comerciais.
A chave de qualquer bom tributo é ser simples. Também é preciso mais transparência. Simplicidade e transparência são essenciais para que a tributação no Brasil seja menos injusta, menos onerosa e menos contraproducente para a economia.

Brasil-Bolivia: um inquerito desequilibrado

ITAMARATY 
Prova material 
Coluna  Dora Kramer
O Estado de S. Paulo, 05/09/213

O diplomata Eduardo Saboia, que trouxe o senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil depois de 15 meses de confinamento na embaixada em La Paz, pediu ao Itamaraty a liberação das cerca de 400 mensagens trocadas nesse período entre a representação brasileira na Bolívia e a chancelaria em Brasília, sobre a situação.
O advogado de Saboia, Ophir Cavalcanti, ainda vai requerer que o depoimento do diplomata - em princípio previsto para a próxima semana - na comissão de sindicância instalada para apurar o caso só seja feito depois da entrega da documentação. A ideia é produzir prova material (e oficial) de que o então encarregado de negócios da embaixada não fez nada que não fosse de conhecimento pleno do Itamaraty.
Um dado contido na correspondência eletrônica mostraria inclusive que os adidos militares tratavam a retirada do senador como o "plano de contingência". Aí ficaria também demonstrado que Eduardo Saboia não atuou à revelia dos superiores e agiu no intuito de cumprir o dever de preservar a vida do asilado.
Cavalcanti também entrou com pedido na Justiça Federal para que ouça o senador Molina sobre as condições de vida durante o tempo em que esteve na embaixada. Segundo ele, o relato do parlamentar servirá para embasar as razões pelas quais o diplomata optou por tirá-lo de lá e, assim, sustentar a defesa no processo disciplinar movido contra Eduardo Saboia.
De acordo com o advogado, as mensagens em ordem cronológica vão deixar claro que houve uma mudança de posição do governo brasileiro desde a concessão do asilo, no primeiro semestre de 2012, até a decisão de deixar a Bolívia: do interesse inicial, passou ao titubeio quando o governo de Evo Morales começou a pressionar, e daí até a completa indiferença quanto à concessão do salvo conduto para Molina poder sair do país.
Saboia e seu advogado trabalham com a hipótese de o Itamaraty se recusar a fornecer as mensagens para a defesa, alegando sigilo de documentos de Estado, embora Ophir Cavalcanti não considere que seja um caso de proteção à segurança nacional. "Eram apenas tratativas para concretizar o asilo já concedido", argumenta.
Mas, se houver essa alegação, o advogado poderá entrar com mandado de segurança pedindo à Justiça que assegure a Eduardo Saboia o amplo direito de defesa. "Dois conceitos estarão em jogo: o do sigilo de documentos e o da garantia à defesa, que me parece preponderante", diz o advogado. Ele, no entanto, prefere não trabalhar com essa possibilidade. "Vamos dar tempo ao tempo e confiar no bom senso do Itamaraty".

Agência Brasil - Caso Molina é tratado de forma política e não jurídica, diz advogado

05/09/2013 - 7h27

Renata Giraldi, repórter da Agência Brasil

Brasília – O advogado Fernando Tibúrcio Peña, que defende o senador boliviano de oposição Roger Pinto Molina, de 53 anos, disse à Agência Brasil que o envio de uma missão de alto nível, com autoridades da Bolívia, a Brasília demonstra que o tema é tratado de forma política, e não jurídica, pelo governo do presidente Evo Morales. Tibúrcio acrescentou que não está preocupado com a chegada das autoridades, pois o advogado boliviano Luís Vásquez Villamor, que também atua na defesa de Molina, está a caminho do Brasil.
“Não temos preocupação alguma com a chegada dessa missão de alto nível, pois isso só confirma que o assunto é tratado de maneira política, afinal há três ministros no grupo, além de integrantes do Ministério Público. É bom que todos venham para o Brasil e tragam os documentos que, na verdade, comprovam a inocência do senador”, disse Tibúrcio.
Ontem (4), a defesa de Pinto Molina foi surpreendida. Vásquez Villamor, que seguia de La Paz (capital boliviana) para Brasília, ficou retido por seis horas no Aeroporto de Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia). Ex-senador, o advogado conseguiu ser liberado após uma longa negociação com as autoridades bolivianas. Ele vem a Brasília para agregar mais documentos ao processo de Pinto Molina.
“A retenção do advogado Vásquez Villamor é uma demonstração clara que o caso do senador é tratado como uma questão política. É um absurdo um advogado ficar retido no aeroporto. Isso não pode ocorrer em situação alguma. É um insulto”, declarou o advogado.
No Brasil há 12 dias, Pinto Molina ficou abrigado por 455 dias na embaixada brasileiras em La Paz e, ao deixar seu país, deflagrou uma crise diplomática entre bolivianos e brasileiros. O governo de Morales classifica o parlamentar como um “delinquente comum”. O senador nega as acusações relativas a desvios de recursos públicos e corrupção. No total, são mais de 20 processos que envolvem o parlamentar.
“As acusações contra o senador surgiram a partir de 2011, quando ele passou a denunciar o envolvimento de autoridades, ligadas ao presidente Evo Morales, com o narcotráfico. Ele [Pinto Molina] tem 30 anos de vida pública e jamais houve uma denúncia contra ele, só agora, por que será?”, reagiu o advogado.
A missão de alto nível, que desembarcará em Brasília, é formada pelo ministros Carlos Romero (Casa Civil), Nardi Suxo (Transparência Institucional e Luta contra a Corrupção), Cecilia Ayllón (Justiça) e integrantes do Ministério Público. A missão pretende apresentar documentos sobre os processos judiciais envolvendo Molina.
Pinto Molina foi retirado da Bolívia rumo ao Brasil, em uma operação organizada pelo encarregado de Negócio do Brasil em La Paz, o diplomata Eduardo Saboia, que desencadeou uma crise diplomática. O então chanceler Antonio Patriota foi substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado. Em junho de 2012, o Brasil concedeu asilo diplomático ao senador, mas o governo boliviano não deu o salvo-conduto para ele deixar o país.

As grandes contribuicoes do socialismo para a humanidade - Paulo Roberto de Almeida

Um leitor deste blog e do meu site, me formula as seguintes perguntas:

On 05/09/2013, at 23:12, L. P. <lpxxxxxxxx@uol.com.br> wrote:

Paulo,
Qual(is) de fato a(s) contribuição(ões) que o socialismo deixou para o mundo, se é que deixou algum? 
E no Brasil?

É realmente um mito que ele ajudou os trabalhadores a terem salários "melhores"?

Existem algum(ns) direito(s) social(is) que teve vá lá a contribuição dessa corrente genocida?

Abraço

Lxxxx Pxxxxx


Minhas respostas (PRA): 

Bem, parece que deixou 100 milhões de mortos, muitos povos bem mais pobres do que poderiam ser atualmente, sem suas teorias malucas, e mesmo os países economicamente avançados, já capitalistas, ficaram bem mais estatizados, e portanto mais esquizofrênicos economicamente, do que mereciam ser.
No Brasil, trouxe totalitários ao poder, disfarçados de distributivistas...

Os salários maiores apenas parcialmente foram elevados por lutas sindicais e reivindicações trabalhistas (e não apenas "socialistas", mas sindicatos puramente combativos, ou reformistas), mas a contribuição maior para a elevação progressiva dos rendimentos reais dos trabalhadores foi dada pelos ganhos de produtividade, algo intrinsecamente, inextricavelmente ligado ao processo de crescimento da produtividade do trabalho, e das transformações tecnológicas, que por sua vez deriva diretamente da competição em mercados livres.
Sistemas monopólicos - e no socialismo o monopólio é total, já que tudo pertence ao Estado -- só produzem estagnação, rentismo, preços altos (ainda que disfarçados pela falta de produtos a preços "tabelados"), perda de opções para os consumidores (que somos todos nós, trabalhadores), enfim, o socialismo é sinônimo de atraso e involução.

Não consigo pensar em nenhum direito social que tenha sido trazido pelo socialismo: todos eles foram conquistas do liberalismo, econômico e político, ou seja, de um regime de liberdades máximas no plano individual. Socialismo é, por definição, um Estado policial, que vive do medo e da opressão.

Acho que fui claro...
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Paulo Roberto de Almeida 
Hartford, 5 de setembro de 2013

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...