sábado, 15 de fevereiro de 2014

A Siria perto de ser uma nova Bosnia? - Nicholas Burns (Boston Globe)

Eu já havia aventado esta hipótese, outro dia, ao ler, na Foreign Policy, esta pequena notícia triste, no meio de tantas notícias desesperadoras sobre a Síria, e o seu presidente que prefere destruir o país, e matar metade dos habitantes, antes de renunciar ao seu poder ditatorial:

Syria
The U.N. mission to evacuate civilians from the besieged Old City of Homs and deliver aid resumed Wednesday after being suspended for a day. Talal Barzai, the governor of Homs, said operations had been suspended due to "logistical difficulties." The temporary cease-fire is set to expire Wednesday, but Barzai said it could be extended if more people wish to leave the area. The United Nations expressed concern over men and boys who have been detained after being evacuated. According to the United Nations, about 400 men between the ages of 15 and 54 have been detained, while the governor put the number at 330. The disparity in counts has raised concerns that 70 men have been transferred to the custody of security agencies. - See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/02/siria-um-genocidio-em-curso-em-camara.html#sthash.50V47fzW.dpuf

Parece que a hipótese se aproxima, mas ninguém se adianta, pois a Síria não é a Sérvia... é pior...
Paulo Roberto de Almeida

"A Srebrenica moment in Syria?"

Op-Ed, Boston Globe
February 13, 2014
Author: Nicholas Burns, Professor of the Practice of Diplomacy and International Politics, Harvard Kennedy School
Belfer Center Programs or ProjectsMiddle East InitiativeThe Future of Diplomacy Project
As the savage killings and stratospheric refugee numbers in Syria continue to climb, a key question emerges. When will the United States and other global powers experience a "Srebrenica moment," when they can no longer stand on the sidelines and resolve instead that they finally have to act?
That is what happened at the climax of the Bosnia war nearly 20 years ago. When the Bosnian Serb army murdered more than 8,000 Muslim men and boys in the United Nations safe haven of Srebrenica in July 1995, it was the worst massacre in Europe since the Nazi era. Those killings shocked and shamed Western leaders who had resisted decisive intervention until that point.
I was State Department spokesman at the time and can attest to the collective guilt felt by officials in the United States and Europe, particularly over our inability to protect innocent civilians from a marauding army. When the Bosnian Serbs bombed the Sarajevo marketplace six weeks later, President Clinton and European leaders had had enough. They ordered a NATO bombing campaign. Together with Richard Holbrooke's brilliant diplomacy, it led to a ceasefire and the peace accord at Dayton.
As the UN's listless Geneva talks on Syria reconvene this week, world powers are passive, disunited, and lacking the collective resolve that ended the Bosnia war. But the latest estimates of the Syria carnage should make us reflect on the human cost of our indifference. Over 130,000 Syrians have died since the war began in 2011. A shocking 9.3 million Syrians (in a country of 22.4 million) are refugees. They have lost their homes and jobs and are on the run inside and outside the country to escape the vicious fighting. Aleppo, Homs, and countless other cities suffer under the siege of heartless artillery and air assaults against civilians that maim and destroy at will.
There are no easy answers to the Syria crisis. A US-led ground invasion would require something on the scale of the 1991 Gulf War - - hundreds of thousands of troops. That's not in the cards for a president, Congress, and public emerging from two major wars since 9/ 11. Russia and China continue to shield Syrian President Bashar Assad from international pressure at the UN, going so far as to object to proposals to facilitate the delivery of humanitarian aid. For now, the main, and mainly vain, hope is UN-led talks for a ceasefire and transition from Bashar Assad's rule. At its current languid pace, that could take years to materialize.
Washington finds itself in an uncharacteristically weak position to drive events in Syria. President Obama has taken force off the table, refusing to strike last September following Assad's use of chemical weapons against civilians. Obama has still not provided effective, lethal support to moderate rebels or threatened strikes on Assad's air force if the brutal killings continue. As a result, the United States lacks the leverage and credibility to intimidate Assad. The administration plods along the diplomatic path, remaining a responsible contributor of humanitarian aid but lacking the strength to produce a solution on its own.
The one country that could make a decisive difference to stop the fighting is Vladimir Putin's Russia. But Putin, aligned with Iran's Revolutionary Guard and Hezbollah, prefers to run arms to the Syrian government and serve as Assad's de facto lawyer in Geneva. Of course, Putin's attention this week is elsewhere. His $50 billion campaign to rebrand Russia at the Sochi Olympics began with last Friday's lavish opening ceremonies. But where was the Russian protest in the following days when Syrian women and children fleeing a besieged Homs were killed by Assad's blistering attacks?
This glaring gap between what Putin wants us to see in Sochi and the reality of his callous disregard for Syrian lives is obvious. But even Putin reached a new low on the hypocrisy meter over the weekend when the Russian Foreign Ministry solemnly asked "all parties involved in armed conflicts" to adopt an "Olympic truce" for the period of the Sochi Games. Putin doesn't want the world to be distracted by bloody Syrian atrocities while the Sochi games are underway. He will, without doubt, refuel Assad's machine of hate and destruction as soon as they end.
Putin will never reach a "Srebrenica moment" on Syria. That leaves the rest of us to consider once more -- how many more lives will be claimed by Syria's ceaseless civil war before we are finally shamed to stop the killings?

EUA: a industria do declinismo de novo assanhada... - Marcos Troyjo (FSP)

Marcos Troyjo
Folha de S.Paulo, 14/02/2014

O peso dos EUA no cenário global está diminuindo? A questão segmenta os que vislumbram declínio ou aumento da importância relativa do país no mundo.

"Declinistas" apontam que, em 1950, os EUA representavam metade do PIB mundial, contra apenas 20% hoje. Em 2023, observaremos um eclipse em que a China converte-se na maior economia do planeta. Nos últimos meses, o país asiático já superou os EUA como maior nação-comerciante (resultado atingido pela soma total em dólares de exportações e importações).
No campo político-militar, embora os EUA sejam a única potência capaz de intervenção com forças convencionais em qualquer lugar do planeta, sua máquina de guerra encontra-se em fadiga. Oneroso legado humano, político e orçamentário da "Guerra ao Terror" e suas impopulares investidas no Afeganistão e no Iraque.
Pior, a ausência de mandatos negociados na ONU, bem como a rede de bisbilhotagem eletrônica voltada também a parceiros tradicionais, fragilizaram a influência de Washington. No âmbito do soft power, os EUA desfalcaram-se do argumento moral  a sustentar onipresença geopolítica. Um gigante cínico, não uma "superpotência benigna".

Já os "relativistas" entendem que, embora já tenham respondido por fatia percentualmente maior do PIB mundial, os EUA são mais centrais do que nunca. A ascendência do FED sobre as finanças globais não tem paralelo. O atual escarcéu com eventuais inflexões mais bruscas da política de estímulos monetários bem o provam.
A revolução do xisto altera dramaticamente a conta custo-benefício do fator energia no mundo.  Neste ano os EUA provavelmente superarão a Rússia como maior produtor mundial de petróleo & gás. A China já compra mais barris de países-membros da OPEP do que os EUA. Para quem então o Oriente Médio passa a ser mais estrategicamente vital?
Os EUA são o principal motor da negociação para mega-acordos econômicos no Atlântico e no Pacífico.  Em termos de inovação, lideram ao articular capital, ciência e empreendedorismo no desencadeamento de novos ciclos econômicos.
Daí surgem tecnologias disruptivas orientadas a lucros civis e dianteira militar. Os drones são bom exemplo. Por um lado, podem precipitar revolução na logística, como vem experimentando a Amazon.  Por outro, alteram a própria natureza de operações militares no ar. Muitos sugerem que o caça F35, hoje estado-da-arte em termos de sofisticação, talvez seja a última aeronave de combate a depender de um piloto humano em seu cockpit.
Essa combinação de “desengajamento” em certos temas e regiões com o avanço de tecnologias passíveis de aplicação militar retira o foco da questão do declínio. Debate mais relevante é o da "metamorfose" do papel dos EUA, pois parece convidar Washington a uma política global menos “presencial”.
Com a emergência de novas potências e a retração de suas (autoimpostas) responsabilidades globais, tudo indica que os EUA não serão hegemônicos. Não haverá uma Pax Americana. Gostemos ou não, aguarda-nos contudo um cenário em que, ao lado de importantes coadjuvantes, os EUA terão o papel de protagonistas.    



Heranca maldita dos companheiros, 2: o Brasil ja esta em recessao? - El Pais

Tecnicamente, recessão é quando uma economia recua dois trimestres seguidos, ou seja, quando o valor agregado é negativo, menor do que o anterior, no mesmo ciclo, ou menor do que o mesmo período do ciclo anterior.
Se esse é o critério, o Brasil já está em recessão, apenas que o emprego não conheceu decréscimos significativos, isto porque as empresas, como em certos países esquizofrênicos, teriam de pagar muito para despedir, e depois não conseguiriam mão-de-obra treinada mais adiante, outra praga do modelo lulista de deseducação generalizada.
Paulo Roberto de Almeida


El alza inesperada de las temperaturas a principios del año en Brasil, la crisis en Argentina, las manifestaciones contra el Mundial de fútbol y el anuncio de la presidenta de la Reserva Federal de EE UU, Janet Yellen, previniendo sobre la vulnerabilidad de los emergentes. El año 2014 empezó movido para los brasileños, que hoy tuvieron que enfrentarse a la desconfianza de los mercados externos tras la divulgación del índice de actividad económica por parte del Banco Central (IBC-Br).
La caída del 1,35% registrada por el indicador en diciembre quedó un poco por encima de las expectativas de las instituciones financieras locales. Pero el dato trimestral, que muestra una caída, del 0,17%, encendió la luz amarilla para algunos analistas. Junto a la rebaja del 0,21% en el periodo anterior supondría que el país ha caído en la llamada recesión técnica, cuando la economía se contrae por dos trimestres consecutivos.
El dato fue recibido con cautela por los economistas brasileños, ya que la metodología del indicador del Banco Central es diferente de la utilizada por el Instituto Brasileño de Geografía y Estadística (IBGE), el órgano que hace el cálculo oficial del Producto Interno Bruto (PIB) de Brasil. El dato final del PIB de 2013 – y el cálculo del último trimestre – será divulgado por IBGE el próximo 27 de febrero. El hecho es que el PIB retrocedió 0,5% entre julio y septiembre. Y si el resultado trimestral de los tres últimos meses del año es también negativo, el cuadro de recesión estaría confirmado.
“Este diagnóstico es un poco fuerte. No veo la confirmación de este cuadro negativo”, dice Fabio Silveira, de la consultoría GO Asociados. “Sí, la actividad está lenta, pero todavía existen factores que se sostienen, para mantenernos en el terreno positivo”, evalúa. Silveira apunta la expansión del crédito, aunque en menor proporción que los últimos años, y el aumento de renta a través de la subida de sueldo del trabajador, como factores que juegan a favor del país, ante el ritmo letárgico de crecimiento. También ayuda la devaluación cambiaria, provocada por la volatilidad tras el cese de los estímulos monetarios de EE UU, sumados a la tensión de la crisis financiera en Argentina. “El dólar fuerte favorece las exportaciones”, afirma.
José Augusto Castro, presidente de la Asociación de Comercio Exterior de Brasil (AEB), cree que la devaluación del real (moneda brasileña) ayudará a las ventas al exterior, pero también como protección para las importaciones, crecientes en el país. “El repunte del crecimiento en los Estados Unidos también es una buena noticia, porque importan manufacturas brasileñas”, apunta Castro.
Castro admite, sin embargo, que 2014 se configura como un año de “emociones fuertes” para el país. “Nadie esperaba que en enero hubiese un descontrol en Argentina. Esto nos quitará al menos 2.000 millones de dólares de exportaciones”, calcula. Los argentinos son el tercer socio comercial de Brasil, después de China y EE UU.
Este escenario lleva a AEB a rehacer las cuentas sobre el saldo comercial que el país debe alcanzar en 2014: en diciembre, la proyección era de 7.000 millones de dólares, cifra que debe quedarse entre 4.000 y 5.000 millones de dólares ante lo sucedido en Argentina.
Aunque considera que el escenario del país no pueda ser clasificado como de recesión, Nicola Tingas, economista de la Asociación Nacional de las Instituciones de Crédito, Financiamiento e Inversiones, admite que existen factores para preocuparse. “El motor del crecimiento brasileño se muestra más frío. Considerando el escenario para el consumo e inversiones que tuvimos hace pocos años, la lectura es que estaríamos más paralizados que en recesión”, dice.
Para Julio Gomes de Almeida, economista de la Universidad de Campinas, los bajos niveles de crecimiento sumados a una caída de inversiones sí pueden llevar a una recesión. “Es como si la economía brasileña estuviese caminando sobre el filo de una cuchilla. Si resbala, esa posibilidad se volverá una realidad”, afirma.
Otros creen que este pesimismo se ha generado por un ataque procedente del exterior. Para el economista Luiz Roberto Calado, de Brasil Inversiones y Negocios, lo que sucede en realidad es una ofensiva internacional contra su país. “Si consideramos el parámetro del ranking de negocios Doing Business, del Banco Mundial, Brasil subió 14 puestos en 2013, hasta la posición 116”- son evaluadas 189 economías en este estudio.
El diario británico Financial Times es de los que apuesta porque el país podría estar en recesión. Pero José Bezerra de Menezes, controlador del Banco Bic, afirma que los británicos se caracterizan por exagerar tanto en los buenos momentos como en los malos. “No consigo reconocer algo sustancial en los datos que lleve al diagnóstico de que hay una recesión. El cambio desfavorable no es algo exclusivo de la moneda brasileña, sino una tendencia por la que están pasando todas las divisas”, explica.

El economista Claudio Frischtak, presidente de Inter. B Consultoría Internacional de Negocios, prefiere no decir que la recesión sea inevitable. Pero sí que el país vive un dilema este año. La responsabilidad fiscal y monetaria para asegurar que la inflación no se dispare provocará un bajo crecimiento, que puede llegar al 1% en el año, según dijo. Pero esto no tiene en cuenta una eventual crisis energética. El país vive uno de los peores veranos de los últimos decenios, con temperaturas por encima de los 35 grados en las últimas semanas, lo que provocó la sequía y el racionamiento de agua en algunas ciudades, y la caída del nivel de los reservatorios de las hidroeléctricas, que representan 60% de la fuente energética de Brasil. A la vez, aumentó el consumo de energía con el uso del aire acondicionado y ventiladores, encendidos por la población para protegerse de las altas temperaturas.

Heranca maldita dos companheiros: o Brasil recua na industria - Editorial Estadao

O Brasil conheceu vários retrocessos nos últimos dez anos. Este foi um deles.
Paulo Roberto de Almeida

Desastre no emprego industrial

14 de fevereiro de 2014 | 2h 08
O fracasso da política industrial da presidente Dilma Rousseff, uma das marcas de sua administração, pode ser medido pela queda da produção, pela piora das contas externas, pela inflação persistente e também pela redução do emprego setorial. Em 2013 a indústria cortou 1,1% de seus assalariados e o número de horas pagas diminuiu 1,3%, segundo informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, a folha de pagamento real aumentou 1,2%, com a elevação do salário médio, um dos poucos aspectos positivos do balanço dos últimos três anos. A maior parte das informações indica o fiasco da política de incentivos e o erro do diagnóstico formulado e teimosamente mantido pela equipe econômica. Tudo se passa como se os gabinetes federais fossem blindados contra más notícias originadas na economia brasileira. Males autênticos e reconhecidos, só os provenientes do mundo cruel fora das fronteiras nacionais.
Como se ignorasse os números do IBGE e de outras fontes do governo, a presidente chamou de pessimistas e caras de pau os autores de críticas baseadas nesses mesmos dados. Serão pessimistas e caras de pau também os responsáveis pelas estatísticas oficiais?
Segundo o IBGE, os empregados ocupados na indústria aumentaram 1% em 2011, diminuíram 1,4% em 2012 e encolheram mais 1,1% em 2013. No ano passado, o emprego na indústria foi, portanto, cerca de 1,5% inferior ao de 2010. A queda poderia ter sido maior, se a oferta de mão de obra qualificada ou meramente qualificável fosse mais abundante. Nesse caso, as empresas teriam provavelmente dispensado maior número de funcionários, porque a reposição, quando os negócios melhorassem, seria mais fácil.
A moderação nas demissões, apontada pelo governo como um dado positivo da economia brasileira, é de fato um indício de outro desastre, o da política educacional da era petista. Durante os oito anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a prioridade foi facilitar o acesso ao chamado ensino superior. Foi uma decisão obviamente demagógica e eleitoreira. Não se deu a necessária importância aos problemas dos níveis fundamental e médio.
O desempenho dos estudantes brasileiros nos testes internacionais melhorou um pouco, mas continuou muito ruim. O governo preferiu festejar a pequena melhora e negligenciar o problema, apesar dos alertas lançados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em suas pesquisas sobre a qualidade da mão de obra.
Só há pouco tempo o governo federal começou a se ocupar do ensino profissionalizante - uma novidade explorada pela presidente Dilma Rousseff como se fosse uma revolução promovida pelo PT. Por que, afinal, ela deveria reconhecer as ações há muito tempo desenvolvidas por alguns Estados, principalmente o de São Paulo, e por entidades empresariais mantenedoras de instituições como o Senai e o Senac? Esse reconhecimento envolveria algum compromisso com os fatos e destoaria do estilo partidário.
A redução do emprego industrial combina, obviamente, com o enfraquecimento da indústria nos últimos três anos. O setor perdeu eficiência e poder de competição, prejudicado pelo mau ambiente de negócios, pela insegurança resultante da improvisação política e pelo continuado aumento de custos - salariais, por exemplo.
A redução do emprego industrial foi de certa forma disfarçada pela geração de vagas em outros setores. O governo chama a atenção, com frequência, para o nível de emprego no Brasil, comparando-o com números bem menos favoráveis principalmente nos países desenvolvidos. A vantagem brasileira diminui muito quando a comparação é feita com outros países emergentes ou em desenvolvimento. Mas o dado negativo mais importante, e pouco visível nos grandes números, é a queda da qualidade do emprego. A indústria ainda é a principal fonte de empregos decentes e razoavelmente remunerados. Vagas foram abertas, nos últimos anos, principalmente em atividades pouco produtivas e com padrões de contratação menos favoráveis. Mais uma grande realização petista.

A encarnacao do otimismo americano: Dale Carnegie e sua vida exemplar - Steven Watts

Pode parecer incrível, mas ainda ontem eu tinha começado um artigo, sobre o Mercosul, tendo como subtítulo "do otimismo à resignação", e comecei justamente por relembrar este livro de Dale Carnegie: Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, que aliás nunca li por inteiro -- pois não sou da literatura de auto-ajuda, mas que percorri diversas vezes em livrarias e com amigos e conhecidos --, antes de me referir a outro livro de sucesso, sobre a aceitação da nossa condição de imperfeitos, para terminar com o pequeno livro de Bernard Lewis, What Went Wrong?, sobre as dificuldades do mundo islâmico na sua complicada adaptação ao mundo moderno,

Escrevi, e depois deixei de lado, pois o artigo estava maior do que o encomendado.
E não é que agora me deparo com uma biografia do homem que vendeu o otimismo para os EUA e o mundo?
Bem, coincidências ocorrem, sempre...
Paulo Roberto de Almeida 


Books and Culture

LAURA VANDERKAM
“The Story of America Itself”
Dale Carnegie’s influential life
13 February 2014
Self-help Messiah: Dale Carnegie and Success in Modern America, by Steven Watts (Other Press, 592 pp., $29.95)
In November 1936, in the midst of the Great Depression, the publishing industry scored a stunning victory: a chatty volume of anecdotes and advice started rocketing off bookstore shelves, selling 250,000 copies in its first three months and millions of copies within a few years.How to Win Friends and Influence People promised people hope for less than $2. It described a new way of achieving success, even in tough times. In his thick and readable new biography, Self-help Messiah, Stephen Watts argues that Carnegie reshaped the Protestant work ethic for the modern world. “Much as Franklin Roosevelt saved capitalism during the Great Depression, Dale Carnegie saved the culture of individualism that accompanied it,” he writes. Thanks to Carnegie’s influence, we all accept that hard work is not enough, and that we need people skills as well—an idea that Carnegie exemplified during his fascinating life.
He was born Dale Carnagey in 1888, a “rough-edged, ill-clad farm boy” in rural Missouri. As he’d often recall, his parents worked brutally long days, only to see weather, disease, and other bad luck eat into their farm’s income. They instilled in their son old-fashioned rural values, an aw-shucks style—and a desire to get out. He attended Central Missouri State College, where he began competing in oratory contests (his interest in public speaking probably came from his mother, a skilled lay preacher). He wasn’t any good at first, but he outworked everyone else, and he soon started winning.
After a moderately successful sales career, he arrived in New York City in 1911. As Watts writes, “It was a classic scene pulled directly from the long tradition of success-seeking in American culture”: the farm boy in the big city trying to make it. He worked briefly as an actor, served a short stint in the armed forces during World War I, traveled in Europe (“the more I see of Europe, the more respect I have for America”), wrote, and survived a disastrous first marriage. He taught public speaking at an uptown YMCA, where he learned how to inspire people to conquer their fears.
Carnegie became a keen observer of human nature. As a child, he’d seen his father display the ribbons he won at livestock shows. Writes Watts: “Dale drew an important conclusion: Each individual seeks a feeling of distinction, of being recognized for some kind of achievement, worthiness, or attractiveness, no matter how small.” Carnegie saw that the most effective speeches appealed to desires: to become richer, happier, well-loved. You could convince people of anything if they thought it would benefit them. He became a prodigious note-taker, always on the lookout for useful stories and anecdotes. His courses grew more popular, and he traveled the country giving them. He teamed up with major corporations to train their employees—a lucrative sideline. And he took to the radio, using the new medium as a platform to reach even more people.
The Depression only lifted him to new heights. People became hungry for advice just as the rise of large conglomerates meant that success relied not only on individual achievement, but also on mobilizing others toward common purposes. Simon & Schuster approached Carnegie about turning his lectures into a book (he’d already written a text on public speaking), and the result was the iconic self-help book—one whose influence remains profound today. Carnegie’s writing was “filled with snappy prose and abundant anecdotes” and “drew lessons from real individuals who had succeeded at overcoming stressful problems that threatened their lives,” Watts writes. Above all, it was “down-to-earth and useful.” He even anticipates the modern taste for “clickable” section titles: Six Ways to Make People Like You, Twelve Ways to Win People to Your Way of Thinking.
Much of Carnegie’s advice boils down to being nice (smile and “become genuinely interested in other people”). But the book offers a complex picture of virtue. Carnegie insisted that “sincerity is the very soul of eloquence,” yet How to Win Friends is full of advice that amounts to manipulating people: compliment them so that they’ll do what you want; let them think the idea is theirs. “If you know what people want and can show them that they will get it by following your proposals, success is yours,” Carnegie noted. Of course, the American success ethic is complicated, too. We glorify honesty and hard work, but we also love the colorful personality who wins people over.
Carnegie embodied these complexities in his own life. He extolled simple rural virtues, yet his wealth enabled less virtuous behavior. He most likely fathered a child with a married woman, an episode about which Watts reveals new details. Carnegie married a much younger woman late in life, and he showered cash on friends and family to smooth ruffled feathers. Presumably he let people believe that his generosity was their idea.
“Carnegie,” Watts writes, “did not leave American culture where he found it.” Indeed, we have become a self-help nation. A commemorative service held at Yankee Stadium two weeks after the 9/11 attacks featured Oprah Winfrey as master of ceremonies. The talk show hostess’s rags-to-riches story has some similarities to Carnegie’s. “In this time of national tragedy, instead of a political or religious leader striding forward to seize the moment, it was America’s leading representative of the modern self-help culture who salved the nation’s wounds and affirmed its highest aspirations,” Watts writes. “Such a thing would have seemed preposterous in the aftermath of Pearl Harbor in 1941.”
Readers might ponder the oddity of a 500-page tome about someone who achieved fame by writing a breezy and relatively short book. Sometimes Watts loses himself in his research. He repeats examples from Carnegie’s book at different points, and his occasional Freudian and religious interpretations weigh things down. But when he sticks to his subject, he paints a fascinating picture of a man who “struggled to accommodate his yearning for affluence with a genuine respect for moral virtues” and whose story “is, in essence, the story of America itself in a dynamic era of change.”

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Quem com cubano fere, com cubano...

G1, 14/02/2014

A médica cubana Ramona Rodriguez, que abandonou o programa Mais Médicos, quer uma indenização do governo brasileiro de R$149 mil. Assessorada pelo DEM, ela entrou nesta sexta-feira (14) com uma ação na Justiça do Trabalho do Pará pedindo R$ 69 mil por questões trabalhistas e mais R$ 80 mil por danos morais.
Se o pedido for acolhido, pode abrir brecha para outros médicos cubanos questionem na Justiça o programa, uma das principais vitrines da presidente Dilma Rousseff.
A ação leva em consideração ainda a posição preliminar do Ministério Público do Trabalho de que o Mais Médicos institui uma relação de trabalho –e, não, uma bolsa de especialização– e que é necessário equiparar o salário dos médicos cubanos ao dos demais profissionais (R$ 10 mil mensais).
Atualmente, 7.400 médicos cubanos foram selecionados para o programa. A indicação é que os cubanos recebem apenas 10% da bolsa paga aos outros médicos estrangeiros.
"Essa ação tem potencial para provocar um rombo nas contas do governo. É preciso reconhecer os direitos desses médicos cubanos", afirmou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).
Segundo relato de Ramona, os cubanos recebem US$ 400 em sua conta e outros US$ 600 seriam depositados em uma conta em Cuba.
O governo cubano recebe R$ 10 mil por mês (cerca de US$ 4.170), por médico que está no Brasil trabalhando no programa, mesmo valor pago individualmente aos profissionais de outros países no Mais Médicos.
A Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) intermedeia o acordo com Cuba. O salário pago efetivamente aos médicos cubanos era um mistério até o caso de Ramona vir a público. Falava-se em um pagamento de 25% a 40% do total repassado pelo Brasil ao governo cubano.
De acordo com o Ministério da Saúde, 22 cubanos deixaram o Mais Médicos formalmente e voltaram para Cuba. Além deles, o ministério admite que outros cinco cubanos abandonaram o programa, dentre eles Ramona, que está em Brasília, e Ortelio Jaime Guerra, que já está morando nos Estados Unidos. A pasta não tem informações sobre os outros três profissionais.
Diante da polêmica, o Planalto avalia negociar com o governo cubano um aumento no salário pago aos médicos do país que estão no Brasil participando do Mais Médicos.

O objetivo do reajuste seria evitar novas debandadas de profissionais do programa que possam comprometer não só a sua execução como também gerar prejuízos políticos para a presidente Dilma Rousseff, que tentará se reeleger no pleito de outubro. O valor do reajuste para os médicos cubanos ainda não foi definido e depende de a presidente aprovar a ideia.

O partido totalitario continua a zombar da Justica - Gilmar Mendes (STF)

SEVERINO MOTTA
DE BRASÍLIA
FSP, 14/02/2014 

 Após receber um ofício do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) cobrando explicações sobre as suspeitas levantadas contra as doações para petistas condenados no processo do mensalão, o ministro Gilmar Mendes enviou uma carta ao parlamentar e sugeriu a realização de uma vaquinha para ressarcir "pelo menos parte dos R$ 100 milhões subtraídos dos cofres públicos".
No documento, Mendes diz ter certeza que Suplicy "liderará o ressarcimento ao erário" e comenta que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que conseguiu num único dia arrecadar R$ 600 mil, poderá emprestar sua "expertise" para colaborar na recuperação do dinheiro desviado pelo mensalão.
"Não sou contrário à solidariedade a apenados. Ao contrário, tenho a certeza que Vossa Excelência liderará o ressarcimento ao erário público das vultuosas cifras desviadas (...) Quem sabe o ex-tesoureiro Delúbio Soares com a competência arrecadatória que demonstrou – R$ 600 mil num único dia, verdadeiro e inédito prodígio!– possa emprestar tal expertise", diz trecho da carta.

Na carta, o ministro destacou trecho do artigo 5º da Constituição dizendo que "nenhuma pena passará da pessoa do condenado". Para ele, assim como a pena de prisão, a pena de multa é intransferível e restrita ao condenado.

MULTAS
Ou seja, tal como pessoas solidárias aos condenados não podem passar alguns dias por eles na cadeia, também não poderiam pagar as multas impostas pela Justiça. "[A campanha de doações para o pagamento da multa] em última análise sabota e ridiculariza o cumprimento da pena– que a Constituição estabelece como pessoal e intransferível– pelo próprio apenado".
Mendes ainda reclama da falta de transparência no sistema de arrecadações e diz que todos os dados devem ser analisados pelo Ministério Público e pela Receita Federal.
Diz ainda que sites usados para as arrecadações são hospedados no exterior, o que dificultaria ainda mais a fiscalização das "doações moralmente espúrias" e destinadas a "contornar efeitos de decisão judicial".

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...