terça-feira, 12 de maio de 2015

A agenda das relacoes internacionais - Rubens Barbosa

Agenda das relações internacionais em 2015

Rubens Barbosa
O Estado de S. Paulo, 12 Maio 2015 | 03h 00
 
O segundo mandato do governo Dilma Rousseff não deve trazer inovações significativas na política externa brasileira. Os primeiros quatro meses mostram continuidade em todas as frentes e a política exterior permanece com a mesma baixa prioridade dos últimos quatro anos. Tornando-se partidária, a política externa do PT quebrou o consenso interno porque, em muitos casos, deixou de lado a defesa de princípios permanentes e do interesse nacional e apresentou minguados resultados. 
No concerto das nações, o Brasil retraiu-se, reduzindo sua contribuição nas discussões dos temas globais. Demos as costas para importantes nações democráticas e abraçamos regimes de clara inclinação totalitária, em flagrante contraste com as melhores tradições da nossa diplomacia.
Na região, tanto na integração regional quanto nas relações bilaterais, peças centrais da política externa brasileira na retórica do governo nos últimos 12 anos, o Brasil assumiu uma agenda que não é a nossa e a ação do Itamaraty tornou-se passiva e reativa. Por isso, o Brasil ficou a reboque dos acontecimentos: prevaleceram as afinidades ideológicas e a paciência estratégica, que prejudicaram o processo de integração regional e paralisaram o Mercosul. 
A partidarização da política externa tem consequências diretas na política de comércio exterior: acentuou o isolamento do Brasil e do Mercosul nas negociações comerciais; manteve o País fora das cadeias produtivas de alto valor agregado e empobreceu a nossa pauta de comércio.
A exemplo do que ocorreu no início do primeiro mandato do presidente Lula, a prioridade absoluta do segundo mandato da presidente Dilma será a economia, abalada pelos desmandos que provocaram um total descontrole das contas públicas e pela corrupção, que afetou a credibilidade do governo. A busca da estabilidade econômica para permitir a volta do crescimento, a redução da inflação e a retomada dos investimentos terá prioridade sobre as iniciativas de política externa.
O Itamaraty enfrenta três grandes desafios: os problemas internos de gestão, agravados pela drástica redução dos recursos orçamentários em 2015; o desprestígio da instituição, resultado do desprezo da presidente pela política externa; e o desaparecimento da voz do Brasil no cenário internacional. 
Esse é o pano de fundo da ação externa brasileira em 2015. Mas todos esperamos que o governo atual possa adotar políticas pragmáticas que permitam ajustes positivos na ação externa brasileira. Caso o quadro atual se mantenha, apesar dos esforços do Itamaraty, o mundo continua e não vai esperar pelo Brasil. 
A carregada agenda de 2015 encontrará o Brasil na defensiva e com pouca capacidade de iniciativa. Apenas para mencionar alguns dos acontecimentos mais importantes em que o governo brasileiro deveria ter participação significativa na defesa do interesse nacional, cabe lembrar:
- A presidência do Brasil no Mercosul no primeiro semestre de 2015. O setor privado espera ações concretas do governo em Brasília para que o Mercosul não continue a representar um peso para o setor externo brasileiro, não só pelas medidas protecionistas de nosso principal parceiro, a Argentina, mas, sobretudo, pelo isolamento do grupo das principais negociações comerciais que proliferam no cenário internacional. O Brasil tem de retomar a iniciativa e mudar o Mercosul.
- A eventual visita de Estado da presidente Dilma aos EUA. Depois de dois anos de estagnação em nível oficial, em decorrência dos problemas causados pela divulgação da espionagem promovida pela NSA, anuncia-se a visita presidencial a Washington em 30 de junho. Espera-se que o relacionamento bilateral possa retomar a normalidade e importantes acordos, como o de salvaguardas tecnológicas, que esperam uma decisão politico-diplomática, avancem. 
-  A negociação do acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Arrastando-se nos últimos 12 anos, espera-se que o governo brasileiro lidere essas negociações para retirar o Brasil do isolamento em que se encontra no tocante à abertura de mercados por meio de acordos de preferência tarifária. Nesse contexto, deveria ser definida nova estratégia de negociações comerciais bilaterais, regionais e globais, na qual a prioridade seria a abertura de novos mercados e a integração do Brasil às cadeias produtivas globais, que representam hoje 56% do comércio global e 72% dos serviços. No encontro entre a Celac, que congrega todos os países latino-americanos, e a União Europeia, em junho, o Brasil poderia propor concretamente uma data para o início das negociações.
- A negociação da renovação do Protocolo de Kyoto sobre meio ambiente e mudança de clima no final de 2015. O Brasil deveria assumir a liderança dessas negociações. A mudança do clima não é mais uma ameaça distante, mas um elemento que está afetando a quase totalidade dos países, como está acontecendo por aqui.
-  A investigação na Organização Mundial do Comércio (OMC), a pedido dos países desenvolvidos, contra a política industrial brasileira por alegadas violações das regras internacionais, em razão da política de incentivos fiscais nos setores automotivo e eletroeletrônico. Será necessário estreito e constante entrosamento com o setor privado para a preparação das respostas brasileiras.
Quanto à agenda com nossos vizinhos – o principal problema da política externa –, esperam-se avanços nas negociações para aprofundar os acordos comerciais com a Colômbia e o Peru e na negociação de acordos de garantia de investimentos. Além de revisão nas anunciadas doações de uma termoelétrica de R$ 30 milhões e a construção de uma hidrelétrica binacional de R$ 15 bilhões, com a Bolívia, o Brasil deveria assumir uma posição clara em relação aos arranhões à democracia na Venezuela.
*Rubens Barbosa é presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp

Petralhas: larapios ultra-rapidos, dilapidaram a Petralhabras em muitos bilhoes


O balanço auditado divulgado pela Petrobras informa que foram engolidos pela corrupção 6,2 bilhões de reais entre 2004 e 2012, período em que o Brasil foi governado por Lula e Dilma Rousseff.
Nove anos correspondem a 3285 dias. A cada 24 horas, portanto, foram desviados 1,9 milhão de reais. São 78.504 reais por hora. Ou 1309 reais por minuto. A cada cinco segundos, os quadrilheiros desviaram 110 reais. Nunca antes na história deste país se roubou tanto, com tanta velocidade. (Impávido Colosso).


Mensalao: Lula confessou ao presidente Mujica, do Uruguai - Polibio Braga

"Para Mujica, ficou claro que Lula falava do mensalão", diz autor de livro

Segundo Andrés Danza, um dos autores da biografia 'Uma Ovelha Negra no Poder', não restou dúvida para o ex-presidente uruguaio que Lula se referia ao escândalo ao dizer que teve de "lidar com muitas coisas imorais".
A entrevista é de Leonardo Coutinho, do site www.veja.com.br deste final de tarde. Ele ouviu Danza pelo telefone internacional.
Leia tudo:
Andrés Danza, um dos autores do livro Una Oveja Negra al Poder (Uma Ovelha Negra no Poder), confirmou a VEJA declaração do ex-presidente uruguaio, José Mujica, de que Lula se referia ao mensalão quando justificou a corrupção em seu governo. Uma frase de Danza publicada no site G1 nesta sexta-feira deu a falsa impressão de que ele estava negando o conteúdo do livro. Na frase em questão ("Não, Lula estava falando sobre as 'coisas imorais' e não sobre o mensalão. O que Lula transmitiu ao Mujica foi que é dificil governar o Brasil sem conviver com chantagens e 'coisas imorais"), Danza apenas esclareceu que Lula não tinha usado especificamente a palavra "mensalão", embora tenha ficado claro para Mujica que era exatamente a esse escândalo que o brasileiro se referia. Ao relatar a conversa aos jornalistas que escreveram o livro, Mujica associou imediatamente a confissão ao escândalo que levou à prisão algumas das principais lideranças do PT e do governo Lula, como José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha. A seguir, a entrevista de Danza a VEJA:
O jornal O Globo publicou uma reportagem sobre seu livro, que causou muita repercussão porque revelou o conteúdo de uma conversa entre o ex-presidente José Mujica e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nele está a revelação de que Lula sabia o que se passou...
No mensalão.
Sim. Quais são os detalhes dessa conversa?
Foi uma conversa que Mujica teve com Lula antes de assumir a presidência do Uruguai, em 2010. Mujica viajou ao Brasil com o vice-presidente Danilo Astori. A conversa foi em Brasília. Mujica conta que Lula lhe disse que como presidente teve de lidar com questões imorais e chantagens, e que essa é a forma de governar o Brasil. Lula não usou especificamente a expressão "mensalão". Ele disse que a corrupção é alta no Brasil e que um presidente tem de lidar com questões imorais e chantagens. Embora a confissão que Lula fez sobre corrupção tenha sido genérica, para Mujica ficou claro que ele estava se referindo especificamente ao mensalão. Mujica disse a Lula que isso é algo típico de muitos países.

Como Mujica avaliou a afirmação de Lula de que não há como governar sem corrupção?
Mujica se preocupa com a corrupção. Vive de forma humilde e a combate. Ele não a defende. Mas ele defende Lula, com quem tem uma relação muito próxima. Ele considera que Lula não é corrupto e o vê como padrinho. Ele entende que Lula teve de conviver com a corrupção.
Mujica ficou incomodado com a repercussão dessa revelação?

Não falei com ele ainda. Mas é um trabalho jornalístico. Nós temos tudo mais que confirmado e por isso publicamos. Mujica participou do lançamento do livro em Buenos Aires, na semana passada. Faz muito tempo que nos conhecemos e há entre nós respeito profissional. Ele nunca exigiu que algo que disse fosse ou não publicado.

Intervencionismo economico: o fascismo nosso de cada dia - Antony P. Mueller

As raízes do estado intervencionista moderno

Ordem Livre, 11/05/2015

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Antony P. Mueller é doutor em economia pela Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, e atualmente atua como professor na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ele é o fundador do Continental Economics Institute e mantém os blogs Economia Nova, Cash and Currencies e Sociologia econômica.

Desde o fim do padrão-ouro, que foi abandonado com o início da Primeira Guerra Mundial, a posição intervencionista teve a mão superior na política econômica. A tese que a economia e a sociedade precisem de correção tem sido a crença dominante durante o século passado até aos nossos tempos. Por sua própria natureza, o estado moderno de bem-estar e de guerra é um estado intervencionista. Como não consegue seu objetivo, e cada intervenção requer uma nova intervenção, este tipo de estado é expansionista e autodestrutivo no mesmo tempo.
Economia de guerra
O início da Primeira Guerra Mundial marcou o início da economia de guerra. Os governos começaram a intervir cada vez mais na economia e, antes que o comunismo soviético fosse lançado em 1917, os países beligerantes já tinham instalado sistemas de comunismo de guerra. De fato, para os revolucionários russos, a economia de guerra representou o ideal de uma economia planificada e um exemplo que deveria ser seguido também em tempos de paz.
O caos intervencionista na economia global continuou depois da Primeira Guerra Mundial ter terminado. O comunismo não gerou bem-estar geral como prometido, mas a coletivização na União Soviética provocou pobreza e fome em massa em dimensões de genocídio. Depois as destruições da guerra, a Alemanha foi devastada mais uma vez pela hiperinflação e as reparações. O grande império austro-húngaro tornou-se uma colcha de retalhos de países. Já nos anos 1920, a economia do Reino Unido se encontrou em estagnação antes mesmo de ter sido atingida pela Grande Depressão dos anos 30. Em muitos países as relações políticas domésticas foram marcadas pela desconfiança entre as classes sociais e guerras civis. Agressões profundas dominavam as relações internacionais. Dos combatentes, somente os Estados Unidos haviam atingido o seu objetivo de guerra. Com os rivais europeus desintegrados, os Estados Unidos tinham o caminho aberto para se tornar a grande superpotência do século 20 e além.
O surgimento da classe burocrática e militar
Já antes da Primeira Guerra Mundial as ideias intervencionistas começavam a florescer na classe intelectual. O imenso progresso econômico que chegou com a revolução industrial inspirou a fantasia dos intelectuais e incendeu os desejos das massas de criar um estado de bem-estar que não era de vir da economia de mercado e da laboriosidade e criatividade dos empresários e dos trabalhadores, mas do estado com seus políticos e burocratas. Muitos intelectuais escolheram o lado do estado porque foi o estado quem lhes ofereceu emprego. O estado moderno intervencionista se tornou operacional baseado na burocracia e na educação pública. Com a expansão da atividade estatal veio a criação de posições poderosas para os burocratas legalmente treinados como funcionários públicos. Com o estado moderno surgiu a existência da burocracia ao lado da antiga classe militar.
As raízes fascistas do estado moderno
Os pronunciamentos iniciais do fascismo refletem a sua ligação com o socialismo revolucionário e a sua pretensão de proporcionar bem-estar através de uma nova organização da sociedade e da economia. Controlar a economia, colocando-a sob a autoridade do estado enquanto no mesmo deixando a propriedade privada formalmente intacta é a característica específica do capitalismo de estado fascista.
Manifesto Fascista, proclamado em 1919 por Alceste De Abris e Filippo Tommaso Marienetti, exigia o sufrágio universal e a representação proporcional do eleitorado. Os autores chamaram para o estabelecimento de um sistema corporativista de "conselhos nacionais" formadas por especialistas que deveriam ser eleitos a partir das suas organizações profissionais. O Manifesto pedia uma jornada de oito horas de trabalho e um salário mínimo. Exigia também a representação dos trabalhadores na gestão industrial e a igualdade dos representantes dos sindicatos industriais com executivos empresariais e funcionários públicos. Os autores do Manifesto Fascista exigiam uma tributação progressiva, seguro de invalidez e aposentadoria antecipada.

Em 1922, Benito Mussolini chegou ao poder na Itália e começou a realizar a maior parte do programa fascista. Hitler tomou o poder ditatorial na Alemanha em 1933 e instalou a radicalização da agenda fascista em forma do nacional-socialismo. Ao início dos anos 1930, o intervencionismo fascista junto com o planejamento central do comunismo se tornou um movimento global. No mundo em desenvolvimento, o presidente brasileiro Getúlio Vargas introduziu uma disposição vasta das leis trabalhistas de proteção, que lhe valeu o apoio dos sindicatos e da classe trabalhadora, e organizou o estado corporativista. Vargas criou a versão brasileira do fascismo como "integralismo" através da instalação do "Estado Novo". O legado de Vargas vive até hoje no Brasil. Depois várias tentativas nas décadas anteriores, foi a vez de Juan Domingo Perón estabelecer inteiramente um estado intervencionista na Argentina nos anos 50, e criar um sistema que continua bloquear o progresso econômico deste país até hoje, em um labirinto apertado de regulamentações e intervenções.

Intervencionismo macroeconômico
 Enquanto a depressão continuava nos Estados Unidos, o desemprego na Alemanha foi reduzido à metade já em 1935 e a economia aproximou-se do pleno emprego em 1936 -- o mesmo ano em que John Maynard Keynes publicou sua teoria sobre como superar depressões. No prefácio da edição alemã da “Teoria Geral”, Keynes elogiou o sucesso da ditadura em combater o desemprego com obras públicas.
 Os programas de governo para estimular a economia marcaram o regime de Hitler. Na verdade, ele apenas tinha que tirar os planos para obras públicas das gavetas da burocracia dos governos anteriores. Embora estes projetos tenham sido concebidos anos antes, não foram realizados por temor de uma nova hiperinflação. O regime ditatorial de Hitler conseguiu realizar as obras públicas por ter imposto um controle ditatorial sobre preços e salários. Desta forma as consequências inflacionárias e as profundas distorções microeconômicas desta política permaneceram escondidas e o mito do sucesso do combate ao desemprego com obras públicas nasceu.
 Hoje em dia, o estado intervencionista está presente em todos os lugares da sociedade, a compor um novo tipo de totalitarismo. Tornou-se comum esperar emprego, saúde, educação, segurança interna e externa e muito mais do estado. Mas esta expansão do intervencionismo acontece por causa da lógica perversa de que quanto maior o fracasso de uma medida intervencionista, maior o estímulo para se ampliar o intervencionismo. Nada se resolve com a nova medida, mas a presença da política cresce.
 Conclusão
 O nazismo e o comunismo desaparecerem pela sua própria natureza autodestrutiva. O estado intervencionista de hoje opera de maneira mais sutil, mas o estado intervencionista moderno nunca perdeu sua marca de nascença obtida na Primeira Guerra Mundial, com as características essenciais adquiridas no período da instalação do comunismo e do fascismo.
 Em sua versão moderna o estado não é muito menos totalitário do que era em suas raízes históricas. Em vez de vir de um único partido, o totalitarismo moderno se expressa intelectualmente em sua universalidade reclamada pelo politicamente correto e economicamente pelo sua onipresença.
Fonte: Instituto Ordem Livre

Reino Unido: uma eleicao que nao resolve os problemas fundamentais -Theodore Dalrymple

Eye on the News

THEODORE DALRYMPLE
Britain in Crisis
David Cameron’s troubles are just beginning.
The City Journal, May 11, 2015

PHOTO BY NUMBER 10
On Election Day, May 7, I went to see my doctor, a Polish immigrant. Because he was a legal resident he had the right to vote, and he lost no time (in a very un-English way) in telling me that he was voting Tory. I turned to his nursing assistant, who was also in the room.
“You’d better vote Tory too,” I said, “or you’ll be out of a job.”
“I’m voting Conservative,” she said.
“The Tories are the Conservatives,” said the doctor.
“I never knew that,” she said. “I always wondered who they were.”
I was immediately reminded of what Churchill once said: the best argument against democracy is a five-minute conversation with the average voter. How, I wondered, could someone born and bred in this country reach her early twenties and not know that the Tories were the Conservatives? How had she managed not to notice it? But then she said something that redeemed her a little: “I want to keep what we have, you never know with change, do you?”
In any case, she was not alone in her ignorance. It turned out that the pollsters, with nothing else to do but prognosticate, were completely wrong. They had predicted that Labour and the Conservatives would be neck and neck, but the Conservatives polled 6 percent more votes than Labour and won an unexpectedly outright majority in the House of Commons.
Why were the polls so wrong? One possible explanation is that people are reluctant to admit to third parties that they are going to vote Conservative, as if to do so were to admit a secret vice or to being actuated only by the most selfish motives. In other words, their reluctance is an indication of how far the Left has won the battle for the hearts and minds of at least a large section of the population, who do not believe that there can be any respectable arguments for conservatism. Not, of course, that the British Conservatives are genuinely conservative; they are merely less progressive than their opponents. The very term progressive causes a bias against conservatives, for who can be against progress? That real progress occurs largely by non-political means is not an idea that can be expressed in a slogan, while supposed progress by political means can easily be reduced to slogans. Moreover, since competitive politics is about the righting of wrongs and the addressing of complaint, any suggestion that some things should remain the same is easily portrayed as unfeeling complacency by the privileged. 
In fact, the reelection of David Cameron, which in the past would have been a manifestation of stability, solves nothing of the crisis of political legitimacy in Britain (constitutional legitimacy is something else). With voter turnout of 66 percent and the British party system Balkanized, Cameron won reelection with the suffrage of 24.7 percent of the adult population. Even more startling was the fact that a vote for the Scottish Nationalists weighed nearly 150 times more heavily as far as representation in Parliament was concerned as did a vote for UKIP. (It took 25,974 votes to elect an SNP Member of Parliament, but 3,881,129 to elect a UKIP one.) A vote for the SNP weighed about 25 times more than a vote for the Greens. The SNP won 50 percent of the votes in Scotland but 95 percent of the seats. Clearly, we now live in an unrepresentative democracy. 
For the SNP, it was a heads-I-win-tails-you-lose election. If Labour had won more seats than the Conservatives, but not an absolute majority (which was always very unlikely), the SNP would have been able to dictate policy or at least influence it strongly; if the Conservatives won, the SNP could claim that the U.K. government had no mandate or legitimacy in Scotland, and use the vote to emphasize the difference between England and Scotland, and perhaps as a further grievance.
Cameron’s problems are just beginning, and his triumph will be short-lived. He has promised a referendum on membership of the European Union, a promise that would be difficult even for Houdini to escape; and if it goes against membership, the Scots, who are Europhile but anti-English, might declare their independence and try to remain in the European Union (though it is by no means a foregone conclusion that the Union would have them). Nor would independence be without potential for creating deep divisions, bitterness, and conflict within Scotland itself, though the leadership of the SNP speaks the language of unanimity. The potential for chaos both north and south of the border is enormous. 
One of Britain’s prevailing assets has been its political stability. But that stability has evaporated, probably for good—with potentially disastrous results for its financial sector, upon which it so strongly (though foolishly) depends. Terrible political problems have been conjured out of nothing except the ambition of politicians, and the country’s deeper problems—its low productivity, its abysmal cultural and educational levels—remain not only unanswered, but unremarked. 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Parabens companheiros: conseguiram criar a maior recessao em 25 anos - Epoca

Obra de Lula e Dilma: a maior recessão em 25 anos.
Segundo a revista Época, este é o resultado da inépcia de Lula e Dilma na condução da economia. De, fato, a conta chegou - e vai raspar os bolsos dos cidadãos para pagar a conta da roubalheira e da incompetência:

Os sinais de aprofundamento da crise econômica no país se multiplicam. Há duas semanas, o coquetel de más notícias foi especialmente indigesto para o governo, o PT e seus aliados. Depois de afetar as empresas e o governo, que gastou mais do que podia e agora tem de cortar gastos para equilibrar suas contas, a crise chegou ao emprego. Esse era o último pilar da gestão Dilma Roussef que resistia à desaceleração da economia. Segundo dados do IBGE, o desemprego voltou a subir em março, pelo quarto mês consecutivo, e atingiu o maior nível desde maio de 2011. Além do aumento do desemprego, a renda dos brasileiros teve em março a maior queda mensal desde 2003, quando Lula assumiu a Presidência. 

Na quarta-feira, dia 29, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou uma nova alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros. Elevou-a para 13,25% ao ano, o maior nível desde 2008, no auge da crise global. Foi a quinta alta seguida nos juros desde setembro do ano passado. Diante da inflação de 8,2% ao ano, bem acima da meta, o Copom teve de recorrer mais uma vez ao remédio amargo dos juros, para tentar conter a escalada de preços. Ainda na quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá fechar 2015 com uma retração de 1%, a maior recessão em mais de duas décadas. A previsão do FMI reforça a percepção de que o Brasil está enfrentando uma estagflação, uma combinação perversa de estagnação econômica com inflação em alta.

Infelizmente, o atual quadro de desalento é o preço que os brasileiros terão de pagar pelos erros cometidos na política econômica por Dilma I e também por Lula, no final do segundo mandato. Ao contrário do que Dilma, Lula, o PT e seus aliados ainda insistem em dizer, a crise por que passa o país não se deve apenas a fatores externos. Suas raízes têm a ver essencialmente com  inépcia administrativa. A lista de equívocos, que só passaram a ser corrigidos depois da nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, é longa: a gastança irresponsável de recursos públicos, as pedaladas fiscais, destinadas a multiplicar os recursos à disposição do governo sem lastro no orçamento, a concessão de benefícios seletivos a certos setores e empresas, o aparelhamento do Estado. Que o custo a ser pago pelos brasileiros pelo menos sirva como uma lição para que esses erros não venham a se repetir.

domingo, 10 de maio de 2015

Ah, como era duro chegar na minha legacao: memorias diplomaticas - CHDD


Ah, como era duro chegar no meu primeiro posto...

Desde quando comecei a pesquisar nos arquivos históricos do Itamaraty, tendo antes começado pelos velhos e excelentes relatórios dos Negócios Estrangeiros do Império, costumava ler, e anotar, com enorme prazer trechos desses despachos e ofícios de que se valia a nossa chancelaria para manter um serviço diplomático de alta qualidade, a despeito dos meios exíguos com que sempre contou em toda a sua história. Atualmente, quase não precisamos mais buscar nos maços matérias para esse tipo de reflexão: elas chegam até nós, literalmente, graças ao trabalho dedicado do Arquivo Histórico e Diplomático, ou  mais exatamente do Centro de História e Documentação Diplomática, que vem editando material de alta qualidade e divulgando esse material editado nos Cadernos, regularmente publicados.
Vejam, por exemplo, este despacho de instruções ao encarregado de negócios em uma primeira missão brasileira numa das repúblicas americanas, durante o período regencial:

O regente em nome do Imperador, confiando no seu zelo, dignou-se nomeá-lo encarregado de negócios do Brasil junto a esse governo, como verá da competente carta de crença e da de chancelaria, que o regente escreve ao presidente daquela república.
 O governo brasileiro deseja conservar perfeitas relações de amizade com os Estados conterrâneos e é para as estreitar ainda mais que há nomeado agentes diplomáticos que neles residam. Cumprirá, pois, que, apenas V.Mce. chegar à capital e depois de ter feito a entrega das cartas sobreditas, procure por todos os meios adequados de capacitar esse governo das puras intenções dos brasileiros, fazendo desvanecer quaisquer impressões sinistras – que ocorrências imprevistas ou calúnias de mal intencionados tenham, por acaso, originado – e pedindo-me logo informações quando fatos sobrevenham, de que não tenha conhecimento.
Convirá, indispensavelmente, que V.Mce., por todos os meios, indague dos sucessos políticos que possam, direta ou indiretamente, interessar o Brasil e que hajam lugar em qualquer das repúblicas americanas... Na correspondência com esta Secretaria de Estado, me participará tudo circunstanciadamente e, bem assim, aos nossos agentes [nas demais presidentes...]
O Governo Imperial está informado do grande consumo que esse Estado já faz dos nossos gêneros coloniais e este ramo de comércio – que convém ser animado por V.Me., quanto estiver a seu alcance – há toda probabilidade que, para o futuro, se torne mui considerável, porque nenhuma nação que os possui está em circunstâncias de os fornecer a [esse país], com mais brevidade e por preço mais cômodo [do que o Brasil]. Estas razões não podem ser desconhecidas naquele país e, por isso, é de toda a probabilidade que o governo proponha a V.Mce. a confecção de um tratado de comércio, a que o Governo Imperial se não oporá... Não deverá, porém, V.Mce. tomar a iniciativa de semelhante negociação; mas a acolherá, quando lhe seja feita, sem repugnância, referindo-se ao Governo Imperial para pedir instruções, insinuando logo que, achando-nos ligados a ajustes com algumas nações europeias, os quais devem durar até o ano de 1842 – os de mais longo prazo –, não poderão conceder-se [a esse país] favores especiais antes daquela época, porque as outras nações os gozariam, seja qual for a posição especial em que nos achemos para com as nações americanas e o interesse comercial que disso derivasse. (...)
E como por esta repartição se oficiará seguidamente a V.Me., em tempo adequado se lhe marcará o que convier acrescentar a estas instruções, e a concluirei asseverando a V.Me. que espero ter muitas ocasiões de poder louvar os seus bons serviços e que, pela cópia do decreto respectivo, vai V.Me vencendo o ordenado anual de 2:400$000 réis.

Paço, em 22 de julho de 1836
Antonio Paulino Limpo de Abreu,
Ministro dos Negócios Estrangeiros
 (AHI 317/04/11; in: Cadernos do CHDD, 13/24, 2014, p. 17-19)

Dois contos e quatrocentos mil réis, foi quanto recebeu o encarregado de negócios, junto com as instruções para trasladar-se a uma das repúblicas americanas, nos primórdios dos nossos serviços na região. Parece que a quantia lhe pareceu pouca, pois ele escreveu logo em seguida ao ministro para dizer-lhe que:

Nomeado pelo governo de S.M.I. encarregado de negócios... tendo de me retirar para o lugar de meu destino e fazer prolongada viagem por terra (extensão de quatrocentas léguas para mais) com todas as dificuldades de péssimas estradas, em que se não acha nem mesmo o necessário para as primeiras exigências da vida; tendo de levar em minha companhia minha esposa e meus três filhos em tenra idade, obrigado portanto a carregar comigo tudo quanto me for preciso mesmo os mais pequenos arranjos; tenho reconhecido que nem que empregue a maior economia, é de absoluta impossibilidade dar conta dessa viagem com a exígua ajuda de custo que se me concede; atendendo ainda a mesquinhez do ordenado que vou perceber. Por esses motivos venho perante V.Exa. pedir que se digne aumentar-me essa ajuda de custo, elevando-a à quantia [de] dois contos e quatrocentos mil réis, sem a qual não se pode efetuar tão longínqua viagem.
(Ofício, 26/07/1836; AHI 230/03/15; in: Cadernos do CHDD, 13/24, 2014, p. 20)

Aparentemente, ele recebeu o que pedia, pois seguiu sua longa viagem em direção ao seu destino. Não precisou fazer greve...

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 10 de maio de 2015.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...