Trabalhos escritos no corrente ano que têm a ver com o universo conceitual do lulopetismo e minhas reflexões sobre a batalha de ideias em curso no Brasil:
2958. “Da democracia na América do Sul: o que Tocqueville diria das atuais mudanças políticas e econômicas no continente?”, Brasília, 13 abril 2016, 43 p. Notas para palestra no Instituto Liberal do Centro-Oeste, feita na UnB, em 14/04/2016. Inserido em formato pdf na plataforma Academia.edu (https://www.academia.edu/s/7fe09f1081) e anunciado no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/04/da-democracia-na-america-do-sul.html) e no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1132837243446391).
2969. “Epitáfio do lulopetismo diplomático”, Brasília, 2 maio 2016, 3 p. Contribuição para o Estadão. Publicado no jornal O Estado de S. Paulo (17/05/2016; link: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,epitafio-do-lulopetismo-diplomatico,10000051687), reproduzido no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/05/epitafio-do-lulopetismo-diplomatico.html), e disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1155247367872045).
2976. “Desafios ao Brasil na política e na economia numa fase de transição”, Brasília, 5 maio 2016, 5 p. Compilação de argumentos para alimentar o debate sobre os grandes temas da agenda brasileira nos âmbitos político e econômico, em previsão de debates a ocorrer nos dias 12 e 13 de maio de 2016 (Uniceub). Publicado no blog Diplomatizzando (14/05/2016; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/05/grandes-desafios-ao-brasil-politica-e_14.html), disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1152984281431687). Primeiro vídeo do evento realizado em 12/05/2016, sobre política, disponibilizado no canal YouTube do Uniceub em 14/06/2016 (link: https://youtu.be/3A3PJxsHLIU), e no canal do ILCO (link: https://www.facebook.com/ILCOLiberdade/?fref=nf), alertas no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/06/grandes-desafios-ao-brasil-video-da.html).
2977. “O Itamaraty e a diplomacia profissional brasileira em tempos não convencionais”, Brasília, 15 maio 2016, 10 p. Entrevista concedida por escrito ao blog Jornal Arcadas, um jornal independente totalmente produzido por estudantes do Largo de São Francisco (http://www.jornalarcadas.com.br/), sobre aspectos da carreira e do funcionamento do Itamaraty na fase recente. Publicado, sob o título de “Entrevista: a crise e o anarco-diplomata”, no blog Jornal Arcadas (15/05/2016; link: http://www.jornalarcadas.com.br/acriseeoanarcodiplomata/); reproduzido no Diplomatizando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/05/um-anarco-diplomata-fala-sobre.html) e disseminado no Facebook (link: https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1154258514637597).
2982. “Do lulopetismo diplomático a uma política externa profissional”, Brasília, 22 maio 2016, 7 p. Adaptação revista do trabalho 2840 (“O renascimento da política externa”, Anápolis, 11 julho 2015, 4 p.; inédito), com alguns trechos do trabalho n. 2865, fazendo digressões sobre um retorno à normalidade na frente diplomática, depois dos anos bizarros do lulopetismo diplomático. Mundorama (Brasília, n. 105, 23/05/2016, link: http://www.mundorama.net/2016/05/23/do-lulopetismo-diplomatico-a-uma-politica-externa-profissional-por-paulo-roberto-de-almeida/); reproduzido no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/05/do-lulopetismo-diplomatico-uma-politica.html) e disseminado no Facebook (link: https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1159581290771986).
2985. “Política externa e política econômica no Brasil pós-PT”, Brasília, 29 maio 2016, 6 p. Artigo para Mundorama (7/06/2016; link: http://www.mundorama.net/2016/06/07/politica-externa-e-politica-economica-no-brasil-pos-pt-por-paulo-roberto-de-almeida/). Divulgado no blog Diplomatizzando em 8/06/2 (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/06/politica-externa-e-politica-economica.html) e disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1169681333095315).
2991. “Uma seleção de trabalhos sobre a política externa brasileira na era Lula: Paulo Roberto de Almeida, 2002-2016”, Brasília, 6 junho 2016, 13 p. Listagem seletiva, na ordem cronológica inversa, dos trabalhos mais importantes, inéditos e publicados, produzidos no período em apreço em temas da diplomacia e do sistema político brasileiro. Disponível no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/06/a-politica-externa-brasileira-na-era.html) e na plataforma Academia.edu (link: http://www.academia.edu/26393585/Trabalhos_PRA_sobre_a_politica_externa_brasileira_na_era_Lula_2002-2016_ (versão revista e atualizada); http://www.academia.edu/25901782/Trabalhos_PRA_sobre_a_politica_externa_brasileira_na_era_Lula_2002-2016_ ). Atualizada em 15/08/2016, postado novamente no Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/08/trabalhos-pra-sobre-diplomacia.html).
2993. “Partidos políticos e política externa brasileira na era da globalização”, Brasília, 8 junho 2016, 16 p. Texto-guia para palestra no curso de pós-graduação em Relações Internacionais da UERJ, proferida em 16/06/2016, como complemento ao artigo redigido, de forma integral, como trabalho n. 327 (“A Política da Política Externa: os partidos políticos nas relações internacionais do Brasil, 1930-1990” (1993), in: José Augusto Guilhon de Albuquerque (org.), Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990), IV volume: Prioridades, Atores e Políticas. São Paulo: Annablume/Nupri/USP, 2000, pp 381-447. Disponível na plataforma Academia.edu (link: http://www.academia.edu/26037730/Os_Partidos_Politicos_nas_Relacoes_Internacionais_do_Brasil_1930-1990_1993_), e de forma resumida, como trabalho n. 332 (“Os Partidos Políticos nas Relações Internacionais do Brasil, 1930-1990”, Brasília: 29 março 1993, 57 pp. Versão resumida do trabalho nº 327, publicado na revista Contexto Internacional (Rio de Janeiro: vol. 14, nº 2, julho/dezembro de 1992, pp. 161-208; disponível na plataforma Academia.edu (link: http://www.academia.edu/26037730/Os_Partidos_Politicos_nas_Relacoes_Internacionais_do_Brasil_1930-1990_1993_). Disponível no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/06/partidos-politicos-e-politica-externa.html), na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/s/7b1096f364) e em Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/303851189_Partidos_politicos_e_politica_externa_brasileira_na_era_da_globalizacao?ev=prf_pub). Informação consolidada em 13/06/2016, no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/06/research-gate-minhas-estatisticas-de.html) e no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1173662509363864).
2999. “Auge e declínio do lulopetismo diplomático: um depoimento pessoal”, Brasília, 22 junho 2016, 18 p.; revisto: 26/06/2016: 19 p. (...) Divulgado no blog Diplomatizzando (1/07/2016; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/07/ufa-um-depoimento-meu-sobre-o.html); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/26661272/Auge_e_declinio_do_lulopetismo_diplomatico_um_depoimento_pessoal) e em Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/304351768_Auge_e_declinio_do_lulopetismo_diplomatico_um_depoimento_pessoal?ev=prf_pub). Divulgado na revista Amálgama (2/07/2016, link: http://www.revistaamalgama.com.br/07/2016/auge-e-declinio-do-lulopetismo-diplomatico/). Postado novamente no Diplomatizzando, com nova introdução, em 15/08/2016 (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/08/auge-e-declinio-do-lulopetismo.html) e disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1218660558197392).
3029. “Da arte de suportar o arbítrio reservadamente”. Gramado, RS, 2 setembro 2016, 2 p. Texto sobre os treze anos de “exílio interno”, no Itamaraty, a propósito de depoimento pessoal de Bolívar Lamounier sobre os arbítrios que sofreu em decorrência do AI-5. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/09/de-memorias-e-lembrancas-bolivar.html) e no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1241614375902010).
3030. “Populismo econômico e ‘destruição destrutiva’ na América Latina”, Brasília-Gramado, 10 agosto, 3 setembro 2016, 12 p. Texto guia para palestra na Primeira Semana Pela Liberdade, promovida pelo capítulo de Brasília dos Estudantes pela Liberdade (Auditório de Ciência Política, UnB; 16/09/2016, 15:10hs; EPL-Brasília, Alexandre Meneghel (alexandre_df9@epl.org.br). Publicado em Mundorama (9/09/2016; link: http://www.mundorama.net/2016/09/09/populismo-economico-e-destruicao-destrutiva-na-america-latina-por-paulo-roberto-de-almeida/). Divulgado no blog Diplomatizzando (10/09/2016; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/09/populismo-economico-e-destruicao.html) e no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1252508028145978); divulgado na plataforma Academia.edu (link: http://www.academia.edu/28383707/3030_Populismo_economico_e_destruicao_destrutiva_na_America_Latina_2016_). Relação de Publicados n. 1241.
3031. “Teoria geral do lulopetismo: treze teses preliminares”, Porto Alegre, 3 setembro 2016, 3 p. Considerações sobre uma grande fraude política. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/09/teoria-geral-do-lulopetismo-treze-teses.html) e disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1244412482288866). Postado, junto com o trabalho 3032 (lulopetismo diplomático) em Academia.edu (7/09/2016; link: https://www.academia.edu/s/e8880aed7d/teoria-geral-do-lulopetismo-o-lulopetismo-diplomatico). Postado igualmente em Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/307862578_Teoria_geral_do_lulopetismo_treze_teses_preliminares_O_lulopetismo_diplomatico_um_experimento_exotico_no_Itamaraty?ev=prf_pub), que gerou um DOI para os dois papers combinados: DOI: 10.13140/RG.2.2.24865.20324.
3032. “O lulopetismo diplomático: um experimento exótico no Itamaraty”, Porto Alegre, 4 setembro 2016, 5 p. Considerações sobre um parêntese bizarro na trajetória da política externa brasileira. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/09/o-lulopetismo-diplomatico-um.html) e disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1245517138845067). Postado, junto com o trabalho 3031 (teoria geral do lulopetismo) em Academia.edu (7/09/2016; link: https://www.academia.edu/s/e8880aed7d/teoria-geral-do-lulopetismo-o-lulopetismo-diplomatico). Postado igualmente em Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/307862578_Teoria_geral_do_lulopetismo_treze_teses_preliminares_O_lulopetismo_diplomatico_um_experimento_exotico_no_Itamaraty?ev=prf_pub), que gerou um DOI para os dois papers combinados: DOI: 10.13140/RG.2.2.24865.20324.
3039. “Problemas Públicos, Soluções Privadas? Nem sempre, não necessariamente”, Brasília, 12 setembro 2016, 9 p. Reflexões de um liberal contrarianista para palestra organizada pelos Estudantes Pela Liberdade, capítulo de Belo Horizonte, em 20 de setembro, tentando demonstrar a importância de não ser fundamentalista de mercado no encaminhamento de questões de interesse relevante para a sociedade. Palestra divulgada no site dos Estudantes Pela Liberdade (link: http://epl.org.br/2016/09/15/professor-e-diplomata-paulo-roberto-almeida-escreve-sobre-problemas-publicos-solucoes-privadas/). (Contato: mmatos@epl.org.br; tel.: (31) 97513-6483). Texto disponibilizado no mesmo site (link: https://epl.org.br/files/2016/09/Problemas-P%C3%BAblicos-Solu%C3%A7%C3%B5es-Privadas.pdf) e na plataforma Academia.edu (13/09/2016; link: https://www.academia.edu/s/e4d696a571/3039-problemas-publicos-solucoes-privadas-nem-sempre-nao-necessariamente-2016). Divulgado no blog Diplomatizzando (13/09/2016; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/09/problemas-publicos-solucoes-privadas.html) e no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1257549490975165).
3040. “Quem mudou, de fato, a humanidade? Uma reflexão contrarianista”, Brasília, 19 setembro 2016, 3 p. Novas reflexões a propósito da palestra objeto do trabalho 3039, para o encontro organizado pelos Estudantes Pela Liberdade, capítulo de Belo Horizonte: uma mensagem de ponderação, no espírito do ceticismo sadio que busco imprimir a minhas análises dos problemas humanos e sociais. Incorporado ao site do EPL (link: http://epl.org.br/2016/09/15/professor-e-diplomata-paulo-roberto-almeida-escreve-sobre-problemas-publicos-solucoes-privadas/; no link específico: https://epl.org.br/files/2016/09/Quem-mudou-a-humanidade.pdf). Acréscimo de uma página de introdução à minha palestra em Belo Horizonte, em 20/09/2016, e divulgação completa no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/09/estudantes-pela-liberdade-bh-mg-o-que.html).
3046. “Falcatruas lulopetistas (subintelequituais) dos acadêmicos gramscianos”, Brasília, 10 outubro 2016, 6 p. Considerações sobre a organização criminosa que governou o Brasil de 2003 a 2016. Divulgado no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/10/falcatruas-lulopetistas.html) e disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1286369308093183).
3048. “Pesquisa sobre a diplomacia lulopetista: 2003-2016 (maio, RIP)”, Brasília, 15 outubro 2016, 4 p. Consulta pública sobre algo que não existiu, mas que produziu efeitos na vida prática. Divulgado no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/10/pesquisa-sobre-diplomacia-lulopetista.html) e disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1292488430814604).
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Grandes personalidades do seculo XX (para o bem e para o mal) - Paulo Roberto de Almeida
Paulo Roberto de Almeida
As personalidades mais
relevantes no século XX, aquelas que provocaram o maior impacto político,
intelectual, econômico e social na vida de milhões de habitantes do planeta,
foram todas nascidas no século XIX. Minha lista, a seguir, é puramente
indicativa, com mini-caracterizações a cada vez, mas sem maiores análises de
conteúdo.
Três grandes pensadores
mudaram nossa maneira de pensar o mundo: Karl
Marx, Sigmund Freud e Albert Einstein. O primeiro morreu no
próprio século XIX, mas seu maior impacto se deu no século XX, por meio de
discípulos não exatamente filósofos sociais, como ele, mas revolucionários que
conseguiram atrasar a economia de mercado, destruir países inteiros, e serem
direta e indiretamente responsáveis pela morte de milhões de vítimas inocentes,
a maior parte civis comuns. Freud
tentou criar uma teoria científica do inconsciente: de certa forma conseguiu,
mas seus discípulos bem menos dotados fizeram uma confusão tremenda na
psicanálise, que hoje se divide entre freudianos ortodoxos e diversas outras
correntes analíticas, desde os junguianos sensatos até os lacanianos
indecifráveis. Einstein revolucionou
as bases da física e da cosmologia, corrigindo Newton e abrindo novos caminhos
para a pesquisa do universo.
O maior estadista do
século XX era um imperialista decidido, Winston
Churchill, que defendeu o império britânico até sua erosão inevitável, mas
foi o homem que resistiu aos maiores tiranos do século XX, com destaque para
Hitler. Foi ele quem alertou, desde o início, para os perigos do bolchevismo,
sem sucesso porém, e para a ameaça terrível do hitlerismo, não apenas para o
seu próprio país, mas para toda a humanidade, e isso desde o início, tendo
ficado isolado durante muitos anos, até ser chamado na hora mais decisiva para
a Grã-Bretanha, para a Europa e para o mundo. Ele não teria conseguido salvar o
mundo de Hitler, contudo, se não fosse por Franklin
Delano Roosevelt, um dos grandes (e poucos) estadistas dos Estados Unidos,
um país geralmente fechado sobre si mesmo, mas que salvou a humanidade dos
piores tiranos em diversas ocasiões (depois de terem tentado todas as outras
vias, como ironizou o próprio Churchill).
Estes dois são os homens que asseguraram a sobrevivência da civilização durante
suas horas mais sombrias. Se Roosevelt
não tivesse vindo em socorro do Reino Unido, este teria provavelmente soçobrado
ante Hitler, mas isso devemos a Churchill, pois a tendência americana
ainda era isolacionista até 1941, e Roosevelt
teria grandes dificuldades em envolver o seu país na guerra, se não fosse pelo
ataque japonês a Pearl Harbor, e a declaração de guerra da Alemanha nazista.
Do lado do mal, podemos
igualmente alinhar três personalidades nascidas no século XIX: Adolf Hitler, Joseph Stalin e Mao Tsé-tung,
tiranos absolutos, homens que trouxeram morte e destruição para os seus
próprios povos e as infligiram a outros também, direta ou indiretamente. Stalin, na sequência de Lênin, um gênio
em política, mas um ignaro em economia, foi o homem que mais matou comunista,
além de cidadãos comuns, do seu próprio país. Hitler foi tirano absoluto, um demente político, um psicopata com
imenso poder de sedução sobre um povo humilhado por Versalhes e por seus
próprios erros políticos e econômicos: foi o que mais produziu destruições
materiais, escravização de povos inteiros e o genocídio deliberado de milhões
de inocentes, por razões puramente ideológicas e raciais. Mao foi outro tirano com a mesma obsessão pelo poder absoluto, que matou
milhões de inocentes, direta e indiretamente, do seu próprio povo. Os três
juntos devem ter eliminado mais de cem milhões de pessoas, entre militares,
militantes e civis inocentes.
Entre outras
personalidades impactantes não é possível esquecer John Maynard Keynes, o economista mais influente do século, embora
não o de maior eficácia nas suas recomendações. Era um liberal, que por força
das crises do entre-guerras, propôs a intervenção dos governos nos ciclos
econômicos, para vencer, segundo ele, as fases depressivas. Ao inverter a
famosa “lei de Say” – que afirmava
que a oferta cria a sua própria demanda – ele conseguiu legitimar políticos que
sempre acreditaram que o estímulo à demanda é capaz de impulsionar a economia.
Deu no que deu, aliás até hoje, inclusive registrando-se os desastres dos
“keynesianos de botequim”, que infelizmente conhecemos muito bem, pelos
desastres provocados em nosso próprio país.
Do lado do “bem
econômico”, infelizmente com menor sucesso relativo nas definições de políticas
econômicas, temos dois outros nomes do século XIX: Ludwig von Mises e Friedrich
Hayek, dois liberais que tentaram alertar sobre os perigos das economias
coletivistas, fascistas ou socialistas, mas que não foram ouvidos, e não foram
seguidos na maior parte do século XX na maior parte dos países. O renascimento
(muito parcial) do liberalismo, no pós-guerra deve-se, em grande medida a um
economista, já nascido no século XX, Milton
Friedman, que como muitos outros (penso, por exemplo, em Raymond Aron, na França), se esforçou
para corrigir os equívocos keynesianos que os políticos insistiam em cometer. Não
tiveram muito sucesso até que líderes políticos mais ou menos identificados com
essas ideias – mas provavelmente mais influenciados pela situação de crise
econômica vivida em seus países – começaram a inverter os claros exageros do
keynesianismo aplicado: Margaret
Thatcher, no Reino Unido, e Ronald
Reagan, nos EUA, foram esses políticos que permitiram um breve e, como
disse parcial, renascimento do liberalismo clássico, erroneamente etiquetado
pelos intervencionistas e estatizantes como sendo um “neoliberalismo” (embora Friedman usasse esse nome desde 1952).
E no Brasil, quem poderia
ser incorporado a essas personalidades do século XIX que impactaram
decisivamente o país no decorrer do século XX? Sem dúvida alguma, e em primeiro
lugar, o Barão do Rio Branco, o
homem que “fechou” a cartografia nacional, consolidando as fronteiras
territoriais e inaugurando a moderna diplomacia profissional, que antes (e
depois) estava entregue a políticos improvisados em formuladores e executores
da política externa. Depois dele, Getúlio
Vargas, para o bem e para o mal, por ter construído o Brasil moderno – mas,
segundo o poeta Mário de Andrade, o progresso também é uma fatalidade – e por
ter feito do agente principal desse país moderno um Estado omnipresente e todo
poderoso, que terminou por sufocar a economia e a própria sociedade. A outra
personalidade nascida no século XIX e que poderia ter feito do Brasil do século
XX um outro país – mas que infelizmente não teve a oportunidade maior – foi Oswaldo Aranha, um “nepote” de Vargas,
com perfil de estadista que, se tivesse ascendido à presidência teria feito um
país diferente daquele patrocinado por Vargas.
Um outro brasileiro,
nascido no século XX, foi uma espécie de Raymond
Aron brasileiro, Roberto Campos,
no sentido em que ambos tiveram razão muito cedo para serem suficientemente
convincentes no contexto de suas próprias sociedades. Na França da segunda metade
do século XX, se dizia que era melhor estar errado com Jean-Paul Sartre do que
ter razão com Raymond Aron (c’est mieux
d’avoir tort avec Sartre que d’avoir raison avec Aron). No Brasil, Campos, chamado de Bob Fields pelos
seus inimigos e até pelos nacionalistas rastaqueras que pululam até hoje no
país (e agora no Estado), era desprezado inclusive na sua Casa profissional, onde
a maioria, já dominada pelo cepalianismo ambiente, o considerava um
entreguista, como aliás grande parte dos políticos e dos economistas em
funções. Estes, para mim, foram as grandes personalidades do século XX, a maior
parte nascida no século XIX. Num próximo
artigo falarei dos “derrotados” brasileiros nos séculos XIX e XX. Até lá.
Brasília, 25 de
janeiro de 2016.
Addendum: Meu artigo sobre os
“Dez grandes derrotados da
nossa história (ou, como o Brasil poderia ter dado certo mas não deu)”, constante de relatos breves sobre dez grandes "fracassados"
na história do Brasil [1) Hipólito José da Costa Pereira; 2) José Bonifácio; 3)
Irineu Evangelista de Souza; 4) Joaquim Nabuco; 5) Rui Barbosa; 6) Monteiro
Lobato; 7) Oswaldo Aranha; 8) Eugênio Gudin; 9) Roberto Campos; 10) Gustavo
Franco] foi feito a pedido do site Spotniks, publicado no seu blog em 14/02/2016
(link: http://spotniks.com/dez-grandes-derrotados-da-nossa-historia-ou-como-o-brasil-poderia-ter-dado-certo-mas-nao-deu/) e reproduzido no blog Diplomatizzando
(link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/02/dez-grandes-derrotados-de-nossa.html).
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
A ignorancia letrada: ensaio sobre a mediocrizacao do ambiente academico - Paulo Roberto de Almeida
Um antigo trabalho meu, que me parece cada vez mais apropriado, ao simplesmente contemplar certas manifestações em universidades públicas:
985. “A Ignorância Letrada: ensaio sobre a mediocrização do ambiente acadêmico”, Espaço Acadêmico (vol. 10, n. 111, agosto 2010, p. 120-127; link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/download/10774/5859). Relação de Originais n. 2169.
985. “A Ignorância Letrada: ensaio sobre a mediocrização do ambiente acadêmico”, Espaço Acadêmico (vol. 10, n. 111, agosto 2010, p. 120-127; link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/download/10774/5859). Relação de Originais n. 2169.
A Ignorância Letrada: ensaio sobre a
mediocrização do ambiente acadêmico
Paulo
Roberto de Almeida
Relação de Originais n.
2169. Relação de Publicados n. 1016.
Nota preliminar 1: Sempre me lembro de um aforismo de Ferreira
Gullar quando vou escrever um texto a partir do zero, sem notas e sem
preparação: “A crase não foi feita para humilhar ninguém”. Pois bem: este ensaio
não foi feito para humilhar nenhum acadêmico, nem para ofender a categoria, de
modo geral. Apenas desejei externar uma reflexão feita inteiramente a partir do
que constato nos ritos e nas práticas acadêmicas, com base na interação com
outros professores, no exame de artigos submetidos ao meu parecer e também
formada na leitura de muitos artigos publicados. O uso do conceito de
“mediocrização”, em relação à academia, e não simplesmente em conexão com a
televisão aberta, por exemplo, ou, de maneira geral, com a cultura de massas no
Brasil, pode parecer exagerado e indevido, mas me pareceu necessário nas
circunstâncias atuais. Em qualquer hipótese, a mediocridade reinante não é obra
de um ou dois acadêmicos; ela é um empreendimento coletivo de longa duração,
que já vem desde algum tempo no passado recente e que promete se estender por
um tempo ainda indefinido no futuro da academia brasileira.
Nota preliminar 2: Talvez o adjetivo “letrada” pudesse ser
substituído por um equivalente mais culto, “ilustrada” digamos, para
caracterizar a ignorância ostentada na “parte alta” da sociedade, isto é, naquela
supostamente dedicada ao conhecimento de alto nível. No meu conceito, porém,
essa ignorância não merece a caracterização “ilustrada”, pois se trata mesmo,
apenas e tão somente, de cultura “letrada”, na sua acepção mais elementar. Com
estes “avisos” a toda a comunidade, agora começo.
1. O problema
A
universidade brasileira, como todos sabem, é uma construção tardia. Talvez
alguma sumidade acadêmica atribua seus evidentes traços negativos ao chamado
“capitalismo tardio” em nosso país, qualquer que seja o significado desse
conceito histórico naturalmente anacrônico (pois que todo processo complexo e
multissecular, como o capitalismo, apresenta defasagens temporais em suas
manifestações concretas, em cada situação social determinada); mas a verdade é
que a mediocrização também é uma obra tardia, pois o fenômeno só surge depois
que a universidade foi inteiramente construída. Formada a partir de escolas e
faculdades isoladas na primeira metade do século 20, a universidade brasileira
só começou a erigir um sistema de pós-graduação a partir do final dos anos
1960: a “substituição de importações” nessa área foi um processo lento, ainda
não de todo acabado, mas já bastante consolidado para os padrões habituais dos
países em desenvolvimento. Pode-se dizer que, do ponto de vista dos
procedimentos administrativos e das técnicas de formação e de aperfeiçoamento
de pessoal de nível superior, a missão foi razoavelmente bem cumprida, muito
embora as “importações” ainda permaneçam como um componente importante em
várias áreas do sistema (o que é absolutamente natural e necessário).
Essa
construção se deu basicamente sob o regime militar (1964-1985), não ocorrendo
depois, na redemocratização e no período recente, nenhuma “revolução” no
terceiro ciclo, pelo menos não comparável ao processo de rupturas registrado
durante a fase autoritária. Os governos posteriores se limitaram a expandir o
sistema, por vezes de forma anárquica, abrindo novos espaços ao setor privado,
na ausência de investimentos estatais no setor, ou na incapacidade de governos
estaduais e do próprio governo central fazê-lo de modo compatível com as
necessidades detectadas. Essa expansão se deu de forma mais “elástica” do que
sistêmica, bem mais do lado quantitativo do que qualitativo, embora se possa
dizer que a produção ampliada também melhorou sensivelmente de qualidade em
muitas áreas.
O que a
redemocratização trouxe de diferente foi, justamente, um simulacro de
“democratização” das instituições universitárias, sob a bandeira da
“autonomia”. Na verdade, um aumento extraordinário e uma forte consolidação do
corporativismo e do sindicalismo em todas as faixas profissionais, ambos os fenômenos
dominados por partidos e movimentos de esquerda e pelo chamado “baixo clero”
(e, portanto, já tendente ao que chamei de mediocrização das instituições). Não
existe novidade nesse tipo de “evolução”, mesmo quando não aceitamos a legitimidade
de uma cultura de “elite”; o romancista americano James Fenimore Cooper – mais
conhecido entre nós por seu romance histórico bem pesquisado O Último dos Moicanos – já tinha
detectado a crescente mediocrização da vida intelectual nos Estados Unidos desde
o início do século 19, sociedade que não pode ser tida como exemplo de elitismo
aristocrático, ao contrário: ele indicava o fenômeno como coetâneo ao processo
de democratização social, em forte ascensão naquele país recentemente
independente.
Sem ter
apoio em pesquisas específicas ou estudos setoriais empiricamente embasados –
correndo o risco, nesse particular, de algum subjetivismo – é possível
afirmar-se que o crescimento e a expansão do terceiro ciclo ocorreram
paralelamente ao enorme crescimento quantitativo e à perda de qualidade dos
dois primeiros ciclos de ensino. Existem muitas evidências prima facie de que esses dois processos paralelos e aparentemente
contraditórios – embora concordantes no aspecto quantitativo – aconteceram ao
longo das quatro últimas décadas e meia, ou seja, nos 21 anos do regime militar
e nos 25 anos decorridos desde a redemocratização. Ao longo desse processo de
inegável democratização de oportunidades sociais – embora insuficiente e longe
de ter sido completada, sobretudo devido ao estrangulamento do secundário – os
dois movimentos se reforçaram mutuamente e consolidaram seus traços mais
negativos, evidenciados justamente no elemento característico que constitui o
elemento central desta análise: a perda de qualidade e a mediocrização geral do
ensino no Brasil, em especial em sua vertente “superior”.
2. As causas
Como
para todo fenômeno complexo, a perda de qualidade do ensino público em geral,
no Brasil, possui múltiplas causas, diversas variáveis intervenientes e
diferentes tipos de condicionantes, que foram se alterando ao longo do tempo.
Pode-se, no entanto, tentar isolar algumas causas aparentes que foram
interagindo entre si desde os anos 1960 e que se reforçaram conjuntamente no
final do período, ou seja, atualmente, e que prometem continuar agindo no
futuro previsível.
Tudo tem
início na geração precedente e no movimento pela reforma do ensino e de reforço
da escola pública, começado na sequência da Revolução de 1930, continuado na
implantação do Estado autoritário no Brasil, em 1937, e em sua consolidação nos
anos seguintes, movimento que se prolongou na República de 1946. Os líderes
militares e civis que comandaram esses processos nos trinta anos seguintes à
Revolução de 1930 foram bem sucedidos em criar um sistema de escolas públicas
de qualidade, ainda que bastante seletivo em sua capacidade de recrutamento –
basicamente a classe média urbana – e tendente a um mínimo denominador comum –
horários reduzidos e reforço limitado de mecanismos extra-escolares – mais do
que à ampliação progressiva dos conteúdos e metodologias.
Essa
escola “republicana” funcionava razoavelmente bem, ainda que de modo restrito,
quando os militares tomaram o poder e decidiram fazer uma revolução nas
carências educacionais mais sentidas no Brasil dessa época: criar uma
universidade compatível com as necessidades industrializantes e, sobretudo, operar
a implantação de programas de pós-graduação. Os militares provavelmente
partiram do pressuposto de que a escola pública já estava montada e funcionando
adequadamente, e que os esforços mais importantes deveriam ser dirigidos,
portanto, para a graduação universitária, em especial para a pós-graduação.
Recursos foram maciçamente direcionados a esses dois sistemas, ao mesmo tempo
em que os dois primeiros ciclos recebiam os influxos de milhões de novas
crianças e adolescentes, sob o impacto do crescimento demográfico e da
urbanização, bastante rápidos no Brasil dos anos 60 aos 80. As entidades de
fomento cresceram, as bolsas se multiplicaram, os salários dos professores
universitários eram relativamente elevados.
Paradoxalmente,
um dos principais fatores da perda progressiva de qualidade do ensino público
nos dois primeiros ciclos foi a concentração – e a centralização e a
reconcentração – dos recursos públicos no terceiro ciclo, este ultra-privilegiado
pelas autoridades em relação aos dois primeiros ciclos e, por isso mesmo, capaz
de “produzir” universidades relativamente dinâmicas ao longo das últimas três
décadas (sem prejulgar aqui e agora quanto à sua capacidade de produzir boa
ciência). O Brasil representa verdadeira anomalia internacional, provavelmente
universal, sob a forma de uma pirâmide invertida de gastos entre os ciclos. É absolutamente
único na desproporção inusitada, e aberrante, com que são alocados os recursos
no topo da educação (na verdade transformado em base superior da pirâmide), em
detrimento dos “primos pobres” dos dois ciclos de base (e da educação
técnico-profissional, também). Isso em flagrante contraste com o que acontece
na maior parte dos países (notadamente naqueles de melhor performance
educacional e de maior produtividade no sistema econômico de maneira geral).
Essa
desigualdade distributiva não explica tudo, porém, sendo necessário completar o
quadro mediante um fator causal de natureza mais qualitativa, representado
pelas orientações políticas e pedagógicas adotadas nos cursos de formação de
professores, especialmente nas faculdades de pedagogia (que formam formadores,
eventualmente também formadores de formadores). Não é segredo para ninguém que
o ensino no Brasil, em geral, e os cursos de pedagogia, em particular, são
tremendamente influenciados – se não dominados – pelas ideologias tidas por
“progressistas” (as aspas indicam obviamente o subjetivismo da expressão), com
ênfase naquelas aproximadas ao marxismo; bem como pelas correntes pedagógicas
identificadas de perto ou de longe com modismos da área (entre eles o chamado
“construtivismo”) e com um amálgama já difuso a partir da cepa original
“freireana”, ou seja, a chamada “pedagogia do oprimido” produzida por Paulo
Freire.
Dito
assim, com essa simplicidade redutora, parece que se trata de um aspecto desimportante no mar de problemas
– materiais, curriculares, humanos – da educação brasileira, embora ele seja,
do ponto de vista da abordagem adotada neste ensaio, um dos problemas mais
sérios envolvidos nos processos gerais e específicos da deterioração da
qualidade do ensino no Brasil (em vários níveis). As pedagogias freireanas
estão no centro da tragédia educacional brasileira. Ponto, parágrafo.
Estou
plenamente consciente de que as próprias corporações engajadas no ofício (e no
comércio) educacional no Brasil – em qualquer ciclo – tendem a enfatizar os
fatores pecuniários – insuficiência dos orçamentos públicos, no plano
institucional, modéstia ou mesmo depressão salarial dos professores, no plano
individual – como estando na origem de todas as mazelas da educação brasileira.
Não descarto, obviamente, essa linha explicativa – embora eu prefira enfatizar
o escândalo da pirâmide invertida da distribuição de gastos educacionais; mas
os fatores políticos e ideológicos são para mim bem mais relevantes, e mesmo
determinantes, na erosão qualitativa de todos os níveis da educação e de todo o
ensino (público ou particular) no Brasil.
3. As consequências
A tese
principal deste ensaio provocador – deliberadamente focado nas áreas de
humanidades – é a de que, depois de ter se beneficiado – e beneficiado a
sociedade – com a construção de um sistema universitário relativamente
completo, e aparentemente eficiente, com a formação de recursos humanos de
melhor qualidade que aqueles previamente existentes, a universidade brasileira
deu início a um processo de introversão autosustentada, o que a levou a se isolar
da sociedade e a desenvolver comportamentos entrópicos e autistas que, ao fim e
ao cabo, redundaram no referido processo de mediocrização atual (aliás, em
crescimento e expansão).
De fato,
esse processo apresenta, pelo lado das humanidades, um aspecto de ignorância
letrada que surpreende pela sua extensão e profundidade. Ele não é,
exclusivamente, o resultado das ditas pedagogias freireanas – que explicam mais
diretamente a perda de qualidade dos ciclos iniciais de ensino; mas ele é a
consequência de anos, mais exatamente décadas, de ideologias “educativas” marcadas
pelo que existe de mais atrasado na teoria social contemporânea. Ademais da
ausência de controles de qualidade, da falta de sistemas de metas fixadas e
resultados cobrados – que explicam sua falta de produtividade – o que mais
distingue a área de humanidades, no Brasil, é uma adesão acrítica a correntes e
movimentos típicos do capitalismo atrasado que aqui vigora. (Parêntese rápido:
obviamente meu comentário não vale para os que professam a fé religiosa nas
alternativas socialistas ao capitalismo, mas estes já pararam de ler este meu
ensaio desde o começo, se é que começaram; quanto a mim, estou certo de que o
Brasil é um país capitalista, ainda que atrasado, mas “condenado” a se
desenvolver no âmbito do capitalismo, ponto.). As concepções dessas correntes
de “pensamento” são as de um anticapitalismo instintivo, as de um forte
sentimento antimercado, um estatismo exacerbado, enfim, uma crença ingênua nas
virtudes da “engenharia social”, características, aliás, bastante disseminadas
em diversas universidades da região; e, até, em muitas universidades de países
perfeitamente capitalistas (como exemplo a França, por isso mesmo em declínio
intelectual e com baixa produtividade geral nos terrenos aqui focados).
Aqui
existe uma correlação circular e cumulativa de fatores causais: os ignorantes
letrados e as corporações sindicais se multiplicam e se reforçam mutuamente,
disseminando tentáculos por todos os poros universitários. Os que alcançam
funções “pedagógicas” formam as pedagogas freireanas que, por sua vez, vão
formar os professores do primário e do secundário – qualquer que seja a
estrutura e os títulos desses cursos –, que se tornam, no momento devido, seus
pupilos e orientandos, uma audiência cativa (muitas vezes passiva) dos novos
mandarins universitários. Nos vários componentes dessa complexa equação,
pedagogas freireanas, sinecuras acadêmicas, sindicalismo de baixa extração e
ideologias anticapitalistas e antimercado se combinam e se reforçam para
destruir a educação brasileira, pelo menos naquelas funções iluministas que ela
deveria exibir, colocando em seu lugar esses elementos característicos da
ignorância letrada.
No curto
prazo, o resultado global é o aprofundamento da mediocridade que já vinha
marcando as áreas de humanidades do sistema universitário – tanto público
quanto privado – nos últimos anos (possivelmente nas duas últimas décadas),
contribuindo, no médio e no longo prazo, para reforçar as tendências
brasileiras à estagnação ou ao atraso relativo. Essas características não são
percebidas, obviamente, pelos que integram o próprio sistema, sobretudo por
aqueles que vivem exclusivamente a vida universitária brasileira, em tudo o que
ela apresenta de autista e de entrópico. Os acadêmicos que já viajaram, que já
conviveram com universidades estrangeiras – refiro-me, obviamente, às boas
universidades americanas, e algumas boas europeias – e que já se utilizaram de
serviços e mercados nesses países, devem ter perfeita consciência, se tiverem
as mentes abertas, para o verdadeiro atraso em que vive o Brasil, mesmo com
todos os seus sinais de aparente modernidade. O Brasil é um país que caminha
lentamente, que praticamente se arrasta, penosamente, em direção à modernidade.
Esse
lento caminhar no sentido dos avanços científicos e tecnológicos mais dinâmicos
da contemporaneidade é evidente, mesmo comparando o Brasil a outros países
emergentes que se integram aos mercados globais da atualidade, sobretudo na
Ásia. Não se trata apenas ou exatamente de dificuldades em aceitar os
requerimentos do progresso em suas diversas expressões materiais e culturais;
afinal de contas, como já dizia Mário de Andrade mais de setenta anos atrás,
“progredir, progredimos um tiquinho, que o progresso também é uma fatalidade”. Trata-se,
sobretudo, de bloqueios burocráticos e materiais a um progresso mais rápido:
qual é o país emergente que possui uma carga fiscal típica de país rico: 38% do
PIB? (Atenção: essa é a taxa média nos países da OCDE, sendo que alguns estão
abaixo de 30% e que sua renda per capita ultrapassa 40 mil dólares, mais de
seis vezes a brasileira.) Qual é o país no qual a atividade empreendedora é tão
cercada de entraves e dificuldades? (No que o Brasil empata, talvez, com a
Índia, outro país capitalista atrasado. Atualmente, mesmo aquele outro grande
país burocrático, que é a China, é mais capitalista que o Brasil.)
4. As evidências
Independentemente
dos lentos progressos materiais que o Brasil consiga realizar nos terrenos
vinculados a mercados capitalistas – no que ele vem sendo superado por países
de crescimento e de modernização mais rápidos – o fato é que o panorama
acadêmico vem experimentando nítido declínio de qualidade no âmbito das
humanidades, o que é revelado, por exemplo, pela forma e substância dos artigos
publicados ou apresentados para publicação nos veículos da área (muitos deles
existindo apenas e tão somente para cumprir requisitos de pontuação
estabelecidos de forma puramente quantitativista pelos organismos de fomento
acadêmico).
O
problema vai muito além do que já tinha constatado, desde 1985, Edmundo Campos
Coelho, em seu aclamado (e pouco lido) A
sinecura acadêmica: a ética universitária em questão (São Paulo: Vértice, 1985), já que atingindo bem mais do
que bancas de seleção de professores, cargos comissionados, apoios financeiros
e prebendas institucionais de modo geral. Ele transformou-se num problema sine cura, alcançando o próprio núcleo
do sistema de produção acadêmica, ou seja, sua própria substância, que é a
capacidade de produzir obras originais, em linguagem acessível a um público
mais vasto, mas dentro de rigorosos padrões acadêmicos de qualidade.
Com
efeito, um dos aspectos mais preocupantes dessa involução no período recente,
aliás, estimulada em grande medida pelas próprias autoridades da área, é a
tendência ao enclausuramento acadêmico, à diminuição dos esforços de cooperação
com o Norte e, no sentido contrário, o reforço de intercâmbios variados com
países do Sul, numa discriminação política que não faz sentido no plano
científico; dificilmente se poderá sustentar que entidades de pesquisa da
América Latina ou de continentes assemelhados possuam maior e melhor substância
científica do que seus equivalentes do Norte. Não existe maior demonstração da
vontade de autocondenar-se a viseiras mentais do que a frase sumamente imbecil,
bastante repetida em certos meios, que proclama que o “Sul é o nosso Norte”.
Toda e qualquer ciência, toda e qualquer abordagem acadêmica que se
autodireciona para um lado, ignorando todos os outros, é por definição estúpida
e autolimitativa em termos estritamente científicos.
Acadêmicos
defensores dessa postura se orgulham de exibir uma proclamada “latinoamericanidad”
que não faz o menor sentido no plano das metodologias e das pesquisas de ponta,
como se o fato de pertencer ao mesmo arco cultural ou a uma mesma zona
geográfica representasse qualquer garantia de qualidade acadêmica. O
“indigenismo” ingênuo e canhestro presente em algumas dessas novas experiências
de cooperação introduz um elemento totalmente estranho nas tradições de
pesquisa brasileira, já que referidos a um universo civilizatório que não tem
nada a ver com os componentes antropológicos ou culturais da formação histórica
e social do Brasil.
A busca
sôfrega por identidades nessas áreas, certamente forçada, mas intensamente
praticada nos últimos anos, representa um atraso e uma dispersão de esforços
que vão, inevitavelmente, cobrar um preço na produção acadêmica brasileira. As
interpretações classistas e “campesinas” da história social e do
desenvolvimento econômico na região, a adesão pouco refletida a supostas causas
de “oprimidos” e de “injustiçados” reforçam os componentes do atraso acadêmico;
interpretações, aliás, que vêm acompanhadas de um inacreditável apoio a uma das
experiências políticas mais nefastas já assistidas em todo o mundo, que é a
construção progressiva de um fascismo tido supostamente por ser de esquerda,
apenas porque o caudilho promotor emite invectivas “anti-imperialistas”. Uma
falsa noção de segurança e de soberania alimentar condena a atividade
primário-exportadora como sendo negativa do ponto de vista do desenvolvimento
econômico e social, quando ela é o sustentáculo da modernidade no campo,
independentemente de considerações ad hoc
sobre as dimensões regionais das propriedades ou seus vínculos com o mercado
externo.
São
muitos os exemplos de posturas anacrônicas no plano das humanidades, assim como
são muitos os componentes da mediocridade universitária, entre eles um
“gramscianismo” instintivo e até ignaro (já que não corresponde a uma
verdadeira leitura aberta da obra original). Esses exemplos podem até
corresponder a uma atitude militante compatível com preferências manifestas na
vida civil; mas jamais aos requisitos do trabalho acadêmico tal como
reconhecido pelos padrões normais da pesquisa científica. Todos eles vão
reforçar as deficiências metodológicas, a ignorância letrada e o atraso substantivo
nas pesquisas relevantes para o progresso e o desenvolvimento do Brasil. Em
algum momento, o ambiente acadêmico vai emergir das camisas de força
ideológicas e buscar a atmosfera mais arejada da pesquisa de boa qualidade. Mas
esse processo promete ser longo e custoso, tendo em vista os equívocos e
desvios já incorridos no cenário universitário brasileiro.
Quero
crer, também com base em evidências subjetivas, que o atraso é apenas relativo,
e não absoluto, pois em algumas áreas ou situações específicas a racionalidade tem
condições de se impor contra as ideologias ingênuas. No cômputo geral, contudo,
a situação atual nas humanidades da academia brasileira aparece como quase desesperadora,
necessitando, praticamente, o estabelecimento de um quilombo de resistência
intelectual contra os assaltos à racionalidade mais elementar por parte de
tribos crescentes de ignorantes letrados. Gostaria de estar errado, e de ser
apenas um pessimista elitista (não: não tenho nenhuma vergonha em buscar a elite
do saber). Gostaria de registrar uma rápida correção da academia brasileira em
direção de padrões de comportamento institucional mais consentâneos com sua
vocação humanista e, sobretudo, constatar uma produção intelectual à altura dos
requisitos de modernidade e progresso que estamos no direito de esperar de um
país inserido na globalização do conhecimento. Não é o que tenho observado até
aqui.
Esperemos
que seja um fenômeno passageiro, embora meu pessimismo realista tenha sólidas
razões para existir: afinal de contas, o otimismo da vontade, ou da prática,
não consegue prevalecer num ambiente de mentes fechadas, o que só alimenta o
pessimismo da razão, ou do intelecto. O problema parece estar em que os
acadêmicos gramscianos só pretendem ler Gramsci, jamais as críticas que lhe são
feitas, mesmo as de um intelectual socialista (embora liberal) como Norberto
Bobbio, por exemplo. As viseiras mentais daqueles mesmos que posam de sumidades
acadêmicas de relevo, e que são lidos e repetidos nas universidades brasileiras,
chegam a ser assustadoras, inclusive e sobretudo porque parecem ter assegurado
o seu próprio sucesso continuado, a julgar pela bibliografia distribuída e
pelos trabalhos produzidos nessas esferas.
Não é
preciso, aqui, citar nomes e ensaios publicados, pois é muito fácil deduzir
quem, ou quais são as “vacas sagradas” do processo de mediocrização da
universidade brasileira. Talvez dois pequenos trechos retirados de texto de um
dos gurus da nova ignorância sejam representativos do que estou analisando:
“Entra governo, sai governo, as leis do mercado parecem dominar
irreversivelmente o mundo, o estilo de vida norte-americano devasta espaços
nunca antes alcançados – seja na China ou na periferia das grandes metrópoles
do sul do mundo...”; “A crise da URSS não deu lugar a um socialismo superador
dos problemas desse modelo e, ao contrário, disseminou o neoliberalismo nas
terras de Lênin. O capitalismo abandonou seu modelo keynesiano por um modelo de
extensão inaudita da mercantilização de todos os rincões do mundo.” Um
acadêmico capaz de escrever tamanha bobagem é capaz de qualquer impostura
intelectual, que ele aliás não cessa de praticar.
Os
quilombos de resistência intelectual a esses processos de indigência acadêmica
e de desonestidade no plano das ideias – o que ocorre sempre quando os
argumentos exibidos estão longe de corresponder à realidade mais evidente – são
ainda muito tênues e pouco numerosos. A esperança é que eles se multipliquem
nos anos à frente e possam superar os imensos pântanos de mediocridade que se
espalham de modo preocupante pela universidade brasileira. Estou sendo muito
pessimista?
[Dubai-SãoPaulo, 17/07/2010; Shanghai,
30/07/2010]
Resumo: Ensaio sobre a crescente deterioração da
qualidade da produção acadêmica brasileira na área de humanas, examinando a
natureza do problema, suas causas, suas consequências mais evidentes e as
evidências disponíveis, de modo indireto. Ademais das pedagogias freireanas,
que estão na raiz da tragédia educacional nos dois primeiros ciclos de ensino,
o sistema de educação superior padece de viseiras mentais criadas por
ideologias supostamente progressistas que deformam a percepção da realidade e
contribuem para a erosão de qualidade nos diferentes ciclos de ensino.
Palavras-chave: Academia brasileira. Mediocrização.
Pedagogias equivocadas.
IPRI abre uma vaga para estagiario de RI: inscrevam-se no CIEE...
VAGA DE ESTÁGIO:
Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais
(IPRI-Funag-MRE)
Encontrar-se-á aberta, a partir do dia 01/11/2016, uma vaga de estágio no Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), órgão da Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG).
A vaga destina-se a estudantes de graduação em Relações Internacionais. Interessados devem cadastrar seu currículo junto ao CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), por intermédio do site www.ciee.org.br.
Corram, ou melhor, acessem o site, e inscrevam-se.
Estamos esperando la crème de la crème...
Paulo Roberto de Almeida
Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag
Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais
(IPRI-Funag-MRE)
Encontrar-se-á aberta, a partir do dia 01/11/2016, uma vaga de estágio no Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), órgão da Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG).
A vaga destina-se a estudantes de graduação em Relações Internacionais. Interessados devem cadastrar seu currículo junto ao CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), por intermédio do site www.ciee.org.br.
Corram, ou melhor, acessem o site, e inscrevam-se.
Estamos esperando la crème de la crème...
Paulo Roberto de Almeida
Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag
Da GRANDE DESTRUICAO lulopetista na economia 'a GRANDE DESVASTACAO CRIMINOSA em todas as areas: Embrapa
Inacreditável. Não se trata apenas da GRANDE DESTRUIÇÃO, como eu designo o processo econômico desastroso. Se trata de uma devastação criminosa inédita nos anos da criminalidade política no país...
Quem me enviou a matéria, escreveu-me:
Pois é, vai ser muito difícil fazer um balanço completo da roubalheira petralha, não só porque eles foram criminosos ergaomnes, com o dom da ubiquidade no crime, mas também porque roubaram em muitos outros lugares que nem sabemos precisar ao certo. Onde quer que se olhe, tem um petralha bandido, ladrão vulgar, roubando grosso e fino, no atacado e no varejo, de dia e de noite, em todas as ocasiões possíveis, sete dias por semana, 24 horas por dia, 365 dias por ano e mais um dia nos bissextos.
A Embrapa, como a Petrobras, foi simplesmente destruída pelos petralhas.
Paulo Roberto de Almeida
Quem me enviou a matéria, escreveu-me:
"A EMBRAPA, antes
da era petista foi um grande exemplo de pesquisas na agricultura. Para nós,
brasileiros que não ignoramos o quanto sofremos pela falta de pesquisas em
Ciencia e Tecnologia, o que fizeram com a EMBRAPA, é revoltante. Onde será que eles não
roubaram??????"
A Embrapa, como a Petrobras, foi simplesmente destruída pelos petralhas.
Paulo Roberto de Almeida
A destruição
do último reduto petista
O PT não se
contentou em quebrar a Petrobras e a Eletrobras durante os governos Lula e
Dilma. Esfacelou também a Embrapa, referência em pesquisas agropecuárias. E,
pior: o partido continua administrando a estatal
DEMANTELAMENTO:
A empresa, uma ilha de excelência técnica, está sendo dilapidada pelo PT
Ary Filgueira
14.10.16 - 18h00
A Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) sempre foi considerada uma ilha de
excelência técnica. Depois de mais de 13 anos sob administrações petistas,
transformou-se em mais uma estatal que o PT teve a proeza de desmantelar. E
essa não é a única má notícia para os que zelam pela aplicação correta dos
recursos públicos. A ascensão de Michel Temer à Presidência não impediu que os
petistas permanecessem até hoje no comando dos postos-chave da estatal. Ou
seja, o horizonte é ainda mais nebuloso. Documentos obtidos por ISTOÉ retratam
um cenário caótico. Desde dívidas tributárias milionárias, devido a uma péssima
administração, a denúncias graves por desvios de recursos. A unidade da Embrapa
em Brasília, por exemplo, até hoje paga parcelas de uma multa milionária por
descumprir a legislação tributária. Uma auditoria interna do órgão também
apontou que o dinheiro obtido com a venda das safras de milho cultivadas
anualmente simplesmente tem desaparecido. O desfalque pode chegar a quase R$ 6
milhões.
O aparelhamento
do PT na Embrapa começou no governo Lula, foi ainda mais acentuado com Dilma
Rousseff e resiste até hoje, mesmo com a gestão do novo ministro da
Agricultura, Blairo Maggi (PP). O presidente da estatal Maurício Antônio Lopes
foi nomeado a pedido da própria Dilma. Já sua subordinada Vânia Beatriz
Castiglioni, diretora de Administração e Finanças, não esconde de nenhum
funcionário que é filiada ao PT e afilhada política da senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR). Vânia é personagem principal em uma dessas irregularidades na gestão
da Embrapa. Uma de suas decisões grosseiras custou aos cofres da empresa
pública R$ 20 milhões referentes à multa por não recolhimento de tributos à
Receita Federal. A dívida, originalmente, foi estipulada em R$ 40 milhões, mas
a assessoria jurídica da Embrapa conseguiu reduzir para R$ 23 milhões. O
montante foi parcelado em 60 vezes e, até agora, foram pagas cerca de 20
parcelas. Porém, por desleixo com os recursos públicos, as parcelas são sempre
pagas com atraso e, por isso, corrigidos com juros altíssimos. Conforme está
descrito no Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) de 22 de
agosto de 2016 a dívida principal era de R$ 399 mil. Mas, devido ao atraso,
passou para R$ 873 mil, mais que o dobro. Procurada para explicar o motivo da
multa, a Receita Federal explicou que "devido ao sigilo fiscal, não
comentaria o caso de contribuintes específicos".
A negligência
petista
A Embrapa
devia R$ 23 milhões em tributos à Receita que deveriam ser pagos em parcelas de
R$ 399 mil, mas devido ao desleixo da diretora petista do órgão, que pagava com
atraso, a prestação subiu para R$ 873 mil. Em sindicâncias internas,
verificou-se também o desaparecimento de dinheiro arrecadado com a venda de
alimentos produzidos nos campos experimentais
BARBEIRAGEM:
Vânia Beatriz Castiglioni, diretora de Administração e Finanças da
Embrapa, é afilhada da senadora Gleisi Hoffmann. Suas decisões equivocadas
geraram um prejuízo de R$ 20 milhões à estatal
Móveis na
fogueira
Em um episódio
anterior, Vânia chegou a ser investigada pela Controladoria-Geral da União por
supostas irregularidades na criação da Embrapa Internacional, nos Estados
Unidos, que acabou interrompida pelo Ministério da Agricultura. A iniciativa
foi feita sem ser submetida ao conselho de administração da estatal. No
relatório, a CGU lança suspeita sobre uma empresa que financiou o projeto, a
Odebrecht na Venezuela, que bancava as ações da Embrapa no país vizinho. O
negócio teve apoio dos ex-presidentes Lula e Hugo Chávez. A CGU apontou a
iniciativa como irregular.
Mesmo quando não
aparece sua digital nas irregularidades, Vânia acaba pagando por omissão. Um
parecer da assessoria jurídica da Embrapa obtido por ISTOÉ culpou a diretora
por não acompanhar a sindicância que detectou desvio de recursos da venda de
safras de milho cultivada em 70 hectares da Embrapa Hortaliças, situada na
cidade do Gama. Além de desaparecer com o dinheiro, o chefe-geral da unidade,
Jairo Vidal Vieira, este ligado ao grupo do ex-ministro Gilberto Carvalho,
ex-chefe de gabinete de Lula, também não revelava o montante arrecadado por ano
com a venda do alimento. Servidores do setor contaram que cada hectare produz
150 sacas. Cada uma é vendida a R$ 50. Sob essa conta, o total vendido por ano
seria de R$ 525 mil. A prática delituosa ocorre desde 2006, quando Lula era
presidente.
Como se não
bastassem esses prejuízos, a administração do departamento de hortaliças da
Embrapa ainda queimou em uma fogueira, durante três dias, peças do mobiliário
antigo que iria para leilão, como mesas, cadeiras e bancadas de laboratórios. A
ordem era limpar o galpão para receber a ilustre visita da senadora Kátia
Abreu,à época ministra da Agricultura. A PF investiga o caso – mais um
exemplar, entre tantos, da delituosa gestão petista.
Governo: e a prometida reducao de cargos e de gastos? - Congresso Em Foco
Líder de Temer na Câmara nega aparelhamento do Estado e afirma que número de cargos de confiança será reduzido
Congresso em Foco, 17/10/2016
Seis meses após ter chegado ao Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer ainda não cumpriu a promessa de reduzir os cargos no governo federal. Levantamento feito pelo jornal O Globo no Portal da Transparência mostra que o total de cargos de confiança e funções gratificadas aumentou nos meses de governo interino. Passou de 107.121, em maio, para 108.514 em 31 de agosto. A data marca a cassação do mandato da ex-presidente Dilma e a última atualização do banco de dados do portal. O aparelhamento do Estado era uma das principais críticas feitas pela antiga oposição – hoje no bloco de apoio a Temer – à gestão petista.
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão atribui o aumento ao processo de reformulação das equipes do novo governo, com remanejamentos, demissões e contratações. No último dia 10, uma lei federal extinguiu 10,4 mil cargos de chefia no governo federal que podiam ser ocupados por qualquer pessoa indicada e os substituiu por gratificações que só podem ser dadas a funcionários públicos de carreira.
O governo Temer estima uma economia anual de R$ 632,3 milhões com a eliminação desses cargos chamados de Direção e Assessoramento Superiores (DAS). Mas o alívio para os cofres públicos será menor devido à criação das gratificações, batizadas de Funções Comissionadas do Poder Executivo (FCPE), que preveem um gasto de R$ 379,4 milhões. Na prática, ressalta oGlobo, a alteração provocará uma economia anual de R$ 252,9 milhões.
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), nega que o governo Temer esteja promovendo um “aparelhamento” do Estado. “Esse número de cargos vai diminuir com certeza. Não sei precisar para quanto, mas vai diminuir. Até porque quando o governo apresenta uma PEC (241) que limita gastos públicos, o próprio governo tem que dar o exemplo. E está dando exemplo deixando a máquina funcionando dentro das suas necessidades, sem apadrinhamento, sem cabide de emprego”, declarou ao jornal.
De acordo com o Globo, os aliados de Temer começaram a ocupar cargos de chefia antes mesmo da conclusão do processo de impeachment, em substituição a petistas. As negociações começaram por volta do dia 17 de abril, quando a Câmara aceitou a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma.
Congresso em Foco, 17/10/2016
Seis meses após ter chegado ao Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer ainda não cumpriu a promessa de reduzir os cargos no governo federal. Levantamento feito pelo jornal O Globo no Portal da Transparência mostra que o total de cargos de confiança e funções gratificadas aumentou nos meses de governo interino. Passou de 107.121, em maio, para 108.514 em 31 de agosto. A data marca a cassação do mandato da ex-presidente Dilma e a última atualização do banco de dados do portal. O aparelhamento do Estado era uma das principais críticas feitas pela antiga oposição – hoje no bloco de apoio a Temer – à gestão petista.
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão atribui o aumento ao processo de reformulação das equipes do novo governo, com remanejamentos, demissões e contratações. No último dia 10, uma lei federal extinguiu 10,4 mil cargos de chefia no governo federal que podiam ser ocupados por qualquer pessoa indicada e os substituiu por gratificações que só podem ser dadas a funcionários públicos de carreira.
O governo Temer estima uma economia anual de R$ 632,3 milhões com a eliminação desses cargos chamados de Direção e Assessoramento Superiores (DAS). Mas o alívio para os cofres públicos será menor devido à criação das gratificações, batizadas de Funções Comissionadas do Poder Executivo (FCPE), que preveem um gasto de R$ 379,4 milhões. Na prática, ressalta oGlobo, a alteração provocará uma economia anual de R$ 252,9 milhões.
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), nega que o governo Temer esteja promovendo um “aparelhamento” do Estado. “Esse número de cargos vai diminuir com certeza. Não sei precisar para quanto, mas vai diminuir. Até porque quando o governo apresenta uma PEC (241) que limita gastos públicos, o próprio governo tem que dar o exemplo. E está dando exemplo deixando a máquina funcionando dentro das suas necessidades, sem apadrinhamento, sem cabide de emprego”, declarou ao jornal.
De acordo com o Globo, os aliados de Temer começaram a ocupar cargos de chefia antes mesmo da conclusão do processo de impeachment, em substituição a petistas. As negociações começaram por volta do dia 17 de abril, quando a Câmara aceitou a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma.
Pagina pessoal (pralmeida.org) no ar, quase pronta - Paulo Roberto de Almeida
Ainda não é chegado o momento de quebrar uma garrafa de champagne no casco de meu site pessoal e lançá-lo ao mar (no que haveria algum risco de soçobrar), mas informo a todos os navegantes, curiosos, intrometidos, espiões (da CIA, FSB, Mossad, ABIN, etc.), estudiosos, colegas e amigos que...
tchan, tchan, tchan (alguém aí sabe inserir efeitos musicais?)
meu site pessoal, em fase de remodelação:
pralmeida.org
depois de longo ostracismo (mas menos do que o incorrido por este anarco-profissional), encontra-se novamente quase operacional.
Ainda não dá para enfunar as velas, ou colocar os motores a toda velocidade, pois ainda falta muita coisa, mas ele já pode se aventurar por águas rasas.
Certo, não é mais o Franknestein de antigamente, mas tampouco poderia dizer que se apresenta como um manequim de moda da mais alta costura tupiniquim, mas acho que dá para o gasto.
Falta, de fato, maquiar a ferramenta, dotá-la de penduricalhos necessários (capas de livros, imagens selecionadas, fotos, etc), e sobretudo rechear a informação relativa a trabalhos originais e publicados.
Tudo isso virá, a seu tempo. Se eu vivesse em algum país escandinavo, tudo seria mais fácil: longas noites de inverno, bloqueio pela neve, essas coisas, mas no cerrado central o ritmo é mais lento.
Aos poucos completarei o personagem, e convidarei para inaguração.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 17 de outubro de 2016
tchan, tchan, tchan (alguém aí sabe inserir efeitos musicais?)
meu site pessoal, em fase de remodelação:
pralmeida.org
depois de longo ostracismo (mas menos do que o incorrido por este anarco-profissional), encontra-se novamente quase operacional.
Ainda não dá para enfunar as velas, ou colocar os motores a toda velocidade, pois ainda falta muita coisa, mas ele já pode se aventurar por águas rasas.
Certo, não é mais o Franknestein de antigamente, mas tampouco poderia dizer que se apresenta como um manequim de moda da mais alta costura tupiniquim, mas acho que dá para o gasto.
Falta, de fato, maquiar a ferramenta, dotá-la de penduricalhos necessários (capas de livros, imagens selecionadas, fotos, etc), e sobretudo rechear a informação relativa a trabalhos originais e publicados.
Tudo isso virá, a seu tempo. Se eu vivesse em algum país escandinavo, tudo seria mais fácil: longas noites de inverno, bloqueio pela neve, essas coisas, mas no cerrado central o ritmo é mais lento.
Aos poucos completarei o personagem, e convidarei para inaguração.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 17 de outubro de 2016
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