segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Livro: "A Saga da Crise" - Carlos Thadeu de Freitas Gomes

 

Ex-diretor do BC, Petrobras e BNDES, Carlos Thadeu lança livro sobre os dilemas da economia brasileira

Data: 13 de novembro

Coletânea de 100 artigos conta com apresentação do presidente da CNC, José Roberto Tadros, e prefácio do também economista Paulo Rabello de Castro

O livro "A Saga da Crise" (Editora Ex-Libris, 314 páginas, R$ 85) contém uma seleção de 100 artigos do economista Carlos Thadeu de Freitas Gomes, publicados no jornal eletrônico Poder360, entre 2020 e 2024. A obra traz reflexões sobre a complexa realidade econômica do Brasil, agravada pela pandemia da Covid-19. O lançamento será no Rio de Janeiro, no dia 13 de novembro, às 19h, na Livraria da Travessa, em Botafogo (R. Voluntários da Pátria, 97). Todo o valor arrecadado com a venda do livro será doado para a Escola Especial Crescer, em Niterói (RJ), que promove atenção integral à pessoa com deficiência intelectual e múltipla.

Não falta experiência ao autor, professor das mais importantes universidades do país, ex-diretor do Banco Central, da Petrobras e do BNDES, além de consultor externo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em seus artigos, Carlos Thadeu aborda diversos temas, que vão desde os dilemas da economia ao crescimento sustentável, sempre buscando apontar soluções para nossos problemas, acentuados pela má distribuição de renda.

No prefácio, Paulo Rabello de Castro, economista que presidiu o IBGE e o BNDES, vai direto no ponto: "Carlos Thadeu soube, como poucos, ler o que vinha pela frente e projetar com antecedência as manobras necessárias para evitar vultosos prejuízos financeiros e custos sociais alarmantes para o nosso sofrido Brasil. Esse é o tipo de experiência que só se aprende em lutas com tiro real, com astúcia e destemor".

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, resume a grande virtude de Carlos Thadeu: "O talento para traduzir as informações econômicas em uma linguagem clara, aliado à capacidade de apreensão da realidade brasileira, o tornaram uma fonte valiosa para os jornalistas, que se acostumaram a ter nele um consultor quase obrigatório, dependendo da pauta a ser apurada".

Sobre o autor:

O economista Carlos Thadeu de Freitas Gomes tem 77 anos. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Mestre em Economia pela FGV, Carlos Thadeu foi diretor do Banco Central (1986-1988) e da Petrobras (1990-1992); presidente do Conselho de Administração do BNDES e diretor do BNDES, de 2017 a 2019. Na área acadêmica, foi professor do IBMEC, FGV, PUC, UNB E UFF. Atualmente, é assessor externo da área de economia da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Escreve para o Poder360 às segundas-feiras.

Serviço:

Lançamento do livro "A Saga da Crise" (Editora Ex-Libris)

Autor: Carlos Thadeu de Freitas Gomes

Data: 13 de novembro, às 19h

Local: Livraria da Travessa - Botafogo (R. Voluntários da Pátria, 97) - Rio de Janeiro

Economic crisis forcing China to adjust foreign policy - Ian Bremmer India Today

Economic crisis forcing China to adjust foreign policy: Ian Bremmer

Ian Bremmer explained why China is showing less willingness to engage in confrontational behaviour and is actively seeking to reduce tensions with key partners.

https://www.indiatoday.in/business/story/ian-bremmer-explains-why-china-economic-crisis-is-reshaping-its-foreign-policy-exclusive-2624350-2024-10-28

In Short

  • China's economy is facing its worst performance in decades
  • Provincial governments nearly bankrupt, real estate sector collapsing
  • Manufacturing overproduction causing global trade tensions

China is facing its worst economic performance in decades, pushing Beijing to adopt a more cooperative stance in international relations, global risk expert, political scientist and author Ian Bremmer said while speaking to Rahul Kanwal, News Director - Aajtak & India Today.

The world's second-largest economy is grappling with economic challenges. Provincial governments are essentially bankrupt, and the real estate sector, which accounts for about 30% of government revenue and 70% of consumer wealth, is in collapse.

 

Manufacturing remains the only bright spot in China's economy. However, this strength has become a double-edged sword. With domestic consumption weak, factories are overproducing, leading to political backlash from trading partners worldwide.

" I was just in Beijing uh a week ago and I'll tell you it's the worst economically I've seen the Chinese perform in decades. The leadership is aware of it," said Bremmer, president of Eurasia Group.

These economic pressures are reshaping China's foreign policy. Beijing is showing less willingness to engage in confrontational behaviour and is actively seeking to reduce tensions with key partners.

"This is a time when the Chinese are highly aware of not wanting confrontation geopolitically around the world. That's led to more engagement, um it's led to less willingness to be assertive and aggressive and respond with perceived slights with tit for tat. It's also absolutely the reason why Xi Jinping decided this was the time to reach out to India and to have a very successful bilateral," said Bremmer.

This shift was evident in the recent meeting between Chinese President Xi Jinping and Indian Prime Minister Narendra Modi, their first bilateral talks in about five years. While the meeting signals a thaw in relations, experts suggest this change might be temporary.

"I don't think the Chinese have changed their overall long-term strategy," Bremmer explains. "But for the near term... I think this isn't just a matter of a few months. I think this is probably a few years because China's problems are structural."

This economic situation has also influenced China's role in BRICS, the economic bloc that includes Brazil, Russia, India, China, and South Africa, which recently expanded to include four new members. The group is gaining importance as a platform for Global South cooperation, though member countries maintain varying relationships with Western nations.

Despite discussions about reducing dependency on the US dollar within BRICS, significant changes to the global financial system appear unlikely in the near term. The dollar's role in global trade remains largely unchanged since the 1990s, even as other currencies' relative strengths shift.

For Chinese leadership, the immediate priority appears to be stabilising the domestic economy rather than pursuing aggressive foreign policy objectives. This economic reality is forcing Beijing to adopt a more pragmatic approach to international relations, at least for the foreseeable future

 

 

O jornalismo como história da política externa brasileira: - Paulo Roberto de Almeida (Correio Braziliense)

 Correio Braziliense, 28/10/2024

https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/10/6974261-o-jornalismo-como-historia-da-politica-externa-brasileira.html 

OPINIÃO

O jornalismo como história da política 

externa brasileira

O livro Política externa e jornalismo é uma  historiografia da política externa brasileira, 

assim como da evolução do sistema internacional, nas décadas mais intensas 

da reinserção mundial do Brasil.

 Paulo Roberto de Almeida

Os primeiros historiadores são os jornalistas, antigamente chamados de cronistas dos eventos correntes ou de memorialistas do cotidiano. Não importa muito o nome; se não fosse por eles, não teríamos outra história que não aquela feita nos gabinetes de Estado, nos atos da imprensa governamental, reportando a atividade dos donos do poder e suas interpretações exclusivas. Sem eles, a história se resumiria a um longo desfilar de relatos oficiais.

Na política externa, sobretudo, a atividade jornalística é fundamental, uma vez que relações exteriores são conduzidas basicamente pelos governos, em nome do seus Estados. Em meus exercícios de historiador da diplomacia brasileira, além de recorrer ao exame dos documentos oficiais, sempre apelei aos relatos dos fatos correntes feitos por jornalistas brasileiros e estrangeiros. Mas esse tipo de material sempre foi mais abundante nas questões de política interna ou de economia, do que na informação e discussão dos fatos relativos à política externa. No plano interno, Carlos Castelo Branco talvez tenha sido o mais importante cronista da política brasileira, mas faltava alguém na área da política externa que pudesse competir com o seu padrão. Agora não falta mais: Maria Helena Tachinardi acaba de ocupar com maestria, e constância, um espaço que poucos jornalistas brasileiros souberam até aqui preencher: o relato circunstanciado, meticuloso, bem-informado, mas também opinativo, sobre mais de três décadas de política externa brasileira, um verdadeiro manancial de relatos objetivos que constituem um aporte decisivo a todos os historiadores que necessitam reconstruir os passos de nossa diplomacia desde os anos 1970 até nossa própria época. 

Entre fevereiro de 1974, data de sua primeira matéria, e junho de 2015, o último artigo catalogado no anexo do livro Política externa e jornalismo, foram 305 reportagens no total, selecionadas dentre milhares de outras, geralmente veiculadas na Gazeta Mercantil, entre 1980 e 2003, incluindo sua fase como correspondente em Washington, de 1996 a 1988. O núcleo do livro está organizado por governos e décadas, começando pela Guerra Fria, ainda nos anos 1980, que compreende também a nossa "década perdida", seguida pela globalização, nos anos 1990, logo agitada pelas manifestações antiglobalizadoras, até adentrar nos anos problemáticos da "guerra ao terror", nos anos 2000, que também testemunharam os primeiros desajustes nas relações internacionais, com novas tensões surgindo no horizonte. 

 

Mas, antes de percorrer todas essas décadas e governos, com base nas três centenas de trabalhos que redigiu ao longo de reportagens, viagens e estágios no exterior, ela oferece em três dezenas de páginas introdutórias os seus Princípios de política externa nas reportagens, com as ênfases sucessivas e as definições fundamentais dessa política: "soberania, autodeterminação, realismo, pragmatismo, autonomia e não intervenção" (página 33), que são também os eixos diretrizes com os quais sempre trabalhou a diplomacia brasileira. Para isso, ela se valeu não só de investigações e estudos próprios, bem como de ensaios acadêmicos e de declarações de diplomatas — entre eles, os embaixadores Rubens Barbosa (que assina o prefácio) e Fernando de Mello Barreto, que ofereceu uma orelha. 

Acompanhei alguns atos de "fabricação" dessas matérias, sobretudo ao longo das negociações comerciais multilaterais da Rodada Uruguai, da difícil construção do Mercosul e dos embates da Alca. Maria Helena interrogou pacientemente diplomatas, empresários, autoridades estrangeiras e glosou notícias que vinham do mundo todo, em coberturas sempre certeiras. O resultado é uma historiografia da política externa brasileira, assim como da evolução do sistema internacional, nas décadas mais intensas da reinserção mundial do Brasil, desde o período final da ditadura militar até o capítulo conclusivo, que remete à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e ao primeiro ano de Lula III.

As notas, ao final, complementam a informação sobre alguns episódios e fornecem alguma bibliografia. A obra termina por onde começou, ao citar Gabriel Garcia Marques, que relatou sua "paixão insaciável" pela "melhor profissão do mundo". Maria Helena possui essa paixão, e conseguiu convertê-la num livro essencial aos historiadores do passado, assim como aos diplomatas do futuro.   

 

China-Rússia: armas e diplomacia - Adbeel Barbosa Lucio (Observatorio de Politica China)

 Apenas transcrevendo: uma história incompleta das relações militares Rússia (ex-URSS) e RPC, desde o surgimento desta, em 1949, esquecendo tudo o que ocorreu pelo meio, inclusive guerra de frinteira e rompimento de relações politicas. Só se reaproximaram por erros do imperialismo americano em sua hegemonia já contestada pelos dois impérios ex-comunistas.

O titulo deveria ser mais armas que diplomacia. (PRA)


China-Rusia: armas y diplomaciaAdbeel Barbosa Lucio, analista independiente

In AnálisisSeguridad y defensa by Director OPCh


Conmemorando el 75° aniversario del establecimiento de las relaciones diplomáticas entre Rusia y China, se han llevado a cabo diferentes reuniones gubernamentales a lo largo de este año, con una amplia agenda en las diferentes áreas de cooperación entre estas dos naciones, este mes tuvo turno el campo militar.

El ministro de defensa ruso, Andrei Belousov acompañado de los integrantes del departamento militar, llegó a Beijing el pasado lunes 14 de octubre del año en curso, donde fue recibido por su homólogo el almirante Dong Jun, junto con una escolta de honor y una orquesta para celebrar una ceremonia de bienvenida.

Anterior a esto, el Ministerio de Defensa Ruso comunicó en la red social Telegram que “el ministro depositó una ofrenda floral en el Monumento a los Héroes del Pueblo en la Plaza de Tiananmen” (Ministerio de Defensa Ruso, 2024), este monumento de 37,94 metros está ubicado al norte del Mausoleo de Mao Zedong y fue construida en honor a las víctimas de la lucha revolucionaria en los siglos XIX y XX.

Andrei Belousov, nacido en 1959 y egresado de la Universidad Estatal de Moscú en la carrera de economía, fue nombrado ministro de Defensa el 12 de mayo de 2024, luego de doce años en donde Serghei Shoiugu estuvo al frente de la Defensa Rusa. Algo que sorprendió al mundo pues ¿cómo un economista podría ser el nuevo ministro de defensa en medio de la situación en Ucrania?

Desde el 2000 hasta la actualidad, el nuevo ministro ha trabajado en 7 puestos para el gobierno ruso entre los que destaca “Asistente Presidencial” de 2013 a 2020, cargo que le permitió trabajar con el presidente Vladimir Putin; ¿podrá ser esta la razón para darle el cargo?

Posterior a la ceremonia, se abrió un diálogo con el Almirante Dong Jun, quien llegó a la cabeza del Ministerio de Defensa chino en octubre de 2023; anteriormente fue comandante de la armada china desde 2021, gracias a esto alcanzó el rango de Shangjiang (almirante) y su formación comenzó en la Academia Naval de Dalian a los 17 años, esta academia fue creada en 1949; la primera de su tipo.

En el comunicado oficial del Ministerio de Defensa Nacional de la República Popular China, Jung le compartió estas palabras al representante del país más grande del mundo: “Los dos ejércitos deben seguir profundizando la coordinación estratégica, mejorar la calidad y la eficacia de la cooperación, impulsar el desarrollo de las relaciones entre militares, salvaguardar firmemente los intereses comunes de los dos países y trabajar juntos para mantener la estabilidad estratégica global.”

Para finalizar esta reunión, Belousov contestó a su homólogo que “Rusia está dispuesta a trabajar con China para seguir llevando a cabo una cooperación estrecha y eficiente, enfrentar conjuntamente los desafíos de seguridad e impulsar las relaciones militares bilaterales a un nuevo nivel.” (Ministerio de Defensa Nacional de la República Popular China, 2024)

Esta reunión muestra un avance significativo en el crecimiento de esta alianza e intentan ser un contrapeso a la postura militar estadounidense relacionada a Ucrania y Taiwán. Pero esta visita no es el único hecho que respalda la iniciativa de Putin y Xi en fomentar la cooperación militar de alto nivel; un día antes de la visita del ministro ruso, en el océano pacifico las dos armadas de estos países realizaron un entrenamiento conjunto.

El domingo 13 de octubre del 2024, “Varios buques de guerra de Rusia y China han llevado a cabo ejercicios de tiro con fuego real en el océano Pacífico como parte de los entrenamientos en lucha antisubmarina y defensa antiaérea”, informó el medio RT, citando al Ministerio de Defensa del país euroasiático. (Rusia Y China Realizan Ejercicios Navales Con Fuego Real En El Pacífico (VIDEO), 2024)

Ambos países mostraron su potencial naval al mandar buques como el Navío Antisubmarino ruso “Almirante Pantelyev”, el cuál alberga diferentes misiles antisubmarinos y puede transportar dos helicópteros KA-27, utilizados en la actual guerra con Ucrania. Por su parte, la armada china envió el Destructor Xining (117) puesto en servicio en 2017 y diseñado para albergar un sistema destructor de misiles guiados con un gran rendimiento en sigilo.

En la misma noticia RT mencionó que “un grupo de buques realizó la detección de un submarino ‘enemigo’ y se le dio seguimiento en una zona del noroeste del Pacífico. Para neutralizar el sumergible, las tripulaciones rusas emplearon lanzacohetes RBU-6000.»

Ver navegar a esta clase de navíos, escoltados por otras fragatas, buques de menor tamaño y cruceros, todos con armamento y objetivos en batalla diferentes; deja claro que la alianza militar está en una muy buena etapa.

Este ejercicio conjunto no es el único en lo que va del año, el pasado mes de septiembre se llevaron a cabo tres grandes ejercicios militares en diferentes partes de los mares y océanos del mundo, los que llevaron por nombre “Ocean-2024”, “Northern/Interaction 2024” y “Beibu-Interaction 2024”.

Ambos países protagonizan dos importantes conflictos, por un lado, está la ocupación rusa en territorio ucraniano y por el otro la defensa por parte de China de que la isla de Taiwán es parte de su territorio.

La estrategia de estos aliados es fortalecer al máximo sus áreas de cooperación, además de impulsar el grupo BRICS y la OCS, la reunión de los ministros y la variedad de ejercicios navales conjuntos es ejemplo de esto, ahora la pregunta es ¿se preparan para algo más?

 

Referencias

-Ministerio de Defensa Nacional de la República Popular China. (2024, Octubre 14). El ministro de Defensa chino se reúne con su homólogo ruso en Pekín. Sitio web del Ministerio de Defensa China. Retrieved Octubre 16, 2024, from http://eng.mod.gov.cn/xb/News_213114/TopStories/16345363.html

-Ministerio de Defensa Ruso. (2024, Octubre 14). El Ministro de Defensa ruso llegó a China en visita oficial. Sitio Oficial en Telegram del Ministerio de Defensa de Rusia. Retrieved octubre 15, 2024, from https://t.me/mod_russia/44482

-Rusia y China realizan ejercicios navales con fuego real en el Pacífico (VIDEO). (2024, October 14). Actualidad RT. Retrieved October 17, 2024, from https://actualidad.rt.com/actualidad/526422-rusia-china-tiro-pacifico-ejercicio.


O jornalismo como história da política externa brasileira - Paulo Roberto de Almeida (Correio Braziliense)

 O jornalismo como história da política externa brasileira

Paulo Roberto de Almeida

Correio Braziliense, 28/10/2024

Resenha do livro:

Maria Helena Tachinardi

Politica Externa e Jornalismo

São Paulo: Contexto, 2024


Os primeiros historiadores são os jornalistas, antigamente chamados de cronistas dos eventos correntes ou de memorialistas do cotidiano. Não importa muito o nome; se não fosse por eles, não teríamos outra história que não aquela feita nos gabinetes de Estado, nos atos da imprensa governamental, reportando a atividade dos donos do poder e suas interpretações exclusivas. Sem eles, a história se resumiria a um longo desfilar de relatos oficiais.

Na política externa, sobretudo, a atividade jornalística é fundamental, uma vez que relações exteriores são conduzidas basicamente pelos governos, em nome do seus Estados. Em meus exercícios de historiador da diplomacia brasileira, além de recorrer ao exame dos documentos oficiais, sempre apelei aos relatos dos fatos correntes feitos por jornalistas brasileiros e estrangeiros. Mas esse tipo de material sempre foi mais abundante nas questões de política interna ou de economia, do que na informação e discussão dos fatos relativos à política externa. No plano interno, Carlos Castelo Branco talvez tenha sido o mais importante cronista da política brasileira, mas faltava alguém na área da política externa que pudesse competir com o seu padrão. Agora não falta mais: Maria Helena Tachinardi acaba de ocupar com maestria, e constância, um espaço que poucos jornalistas brasileiros souberam até aqui preencher: o relato circunstanciado, meticuloso, bem-informado, mas também opinativo, sobre mais de três décadas de política externa brasileira, um ver- dadeiro manancial de relatos objetivos que constituem um aporte decisivo a todos os historiadores que necessitam reconstruir os passos de nossa diplomacia desde os anos 1970 até nossa própria época.

Entre fevereiro de 1974, data de sua primeira matéria, e junho de 2015, o último artigo catalogado no anexo do livro Política externa e jornalismo, foram 305 reportagens no total, selecionadas dentre milhares de outras, geralmente veiculadas na Gazeta Mercantil, entre 1980 e 2003, incluindo sua fase como correspondente em Washington, de 1996 a 1988. O núcleo do livro está organizado por governos e décadas, começando pela Guerra Fria, ainda nos anos 1980, que compreende também a nossa “década perdida”, seguida pela globalização, nos anos 1990, logo agitada pelas manifestações antiglobalizadoras, até adentrar nos anos problemáticos da “guerra ao terror”, nos anos 2000, que também testemunharam os primeiros desajustes nas relações internacionais, com novas tensões surgindo no horizonte.

Mas, antes de percorrer todas essas décadas e governos, com base nas três centenas de trabalhos que redigiu ao longo de reportagens, viagens e estágios no exterior, ela oferece em três dezenas de páginas introdutórias os seus Princípios de política externa nas reportagens, com as ênfases sucessivas e as definições fundamentais dessa política: “soberania, autodeterminação, realismo, pragmatismo, autonomia e não intervenção” (página 33), que são também os eixos diretrizes com os quais sempre trabalhou a diplomacia brasileira. Para isso, ela se valeu não só de investigações e estudos próprios, bem como de ensaios acadêmicos e de declarações de diplomatas — entre eles, os embaixadores Rubens Barbosa (que assina o prefácio) e Fernando de Mello Barreto, que ofereceu uma orelha.

Acompanhei alguns atos de “fabricação” dessas matérias, sobretudo ao longo das negociações comerciais multilaterais da Rodada Uruguai, da difícil construção do Mercosul e dos embates da Alca. Maria Helena interrogou pacientemente diplomatas, empresários, autoridades estrangeiras e glosou notícias que vinham do mundo todo, em coberturas sempre certeiras. O resultado é uma historiografia da política externa brasileira, assim como da evolução do sistema internacional, nas décadas mais intensas da reinserção mundial do Brasil, desde o período final da ditadura militar até o capítulo conclusivo, que remete à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e ao primeiro ano de Lula III.

As notas, ao final, complementam a informação sobre alguns episódios e fornecem alguma bibliografia. A obra termina por onde começou, ao citar Gabriel Garcia Marques, que relatou sua “paixão insaciável” pela “melhor profissão do mundo”. Maria Helena possui essa paixão, e conseguiu convertê-la num livro essencial aos historiadores do passado, assim como aos diplomatas do futuro.


A Georgia firmemente nos braços de Putin - Bloomberg’s Balance of Power

 Não creio que a oposição pró-Europa consiga reverter mais uma eleição fraudada em favor da Rússia na Georfia, que já sofreu intervenção armada direta em 2008.


Welcome to Balance of Power, bringing you the latest in global politics. If you haven’t yet, sign up here.

In November 2003, protests over disputed parliamentary elections in Georgia spiraled into the pro-Western Rose Revolution. Today may show whether the pendulum is swinging back.

After denouncing weekend elections won by the ruling party as rigged, Georgian President Salome Zourabichvili, whose powers are largely ceremonial, has called for protests to safeguard the country’s “European future.” She termed the election a “Russian special operation” to restore control over the country.

The Georgian Dream party, in power for 12 years, drew intense recent criticism for passing a “foreign agent” law that the US and the European Union said emulated one Russian President Vladimir Putin used to crush democratic dissent.

A demonstration against the “foreign influence” law in Tbilisi on April 16. Photographer: Vano Shlamov/AFP/Getty Images

Georgia has sought EU and NATO membership since the 2003 revolt, which was followed by pro-democracy “color revolutions” in other former Soviet republics including Ukraine. Moldova’s 2009 “Twitter” revolution was also sparked by disputed parliamentary elections.

Putin was convinced the US and its EU allies were ousting Kremlin-friendly regimes to tilt Moscow’s former satellites toward the West.

Now he’s fighting a war to subjugate Ukraine. Moldova’s pro-European President Maia Sandu faces a challenging election runoff against a Moscow-backed opponent on Sunday.

Georgian Dream has drawn closer to Moscow even as it says it’s still committed to EU integration. Hungarian Prime Minister Viktor Orban, widely seen as Russia’s closest ally in the EU, congratulated the party on winning only minutes after voting closed and may visit Georgia as soon as today.

Brussels suspended membership talks over the “foreign agent” law and Washington is reviewing relations with Georgia. After the Rose Revolution, they bet on Georgia as a vital gateway for energy and trade routes between Europe and Asia that bypass Russia.

Today’s protests will show the strength of popular will to defend Georgia’s pro-Western path — or whether Putin has successfully played the long game to restore Russia’s influence.

O BRIC e a economia mundial (2006) - Paulo Roberto de Almeida

Arquivo consolidado, segundo os materiais descritos abaixo: 

O BRIC e a economia mundial (2006)

Paulo Roberto de Almeida

Material consolidado em arquivo unificado, colocado na plataforma Academia.edu (28/10/2024; link: https://www.academia.edu/125094438/1686_O_BRIC_e_a_economia_mundial_2006_livro_de_2022_)

 

Introdução: transcrevo abaixo alguns materiais iniciais que escrevi sobre o BRIC-BRICS, antes que ele se tornasse um “sucesso de publicidade enganosa”, materiais que não foram incorporados a este meu livro:

A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira

 (Brasília: Diplomatizzando, 2022; ISBN: 978-65-00-46587-7; ASIN: B0B3WC59F4; disponível no link da Amazon.com: https://www.amazon.com/grande-ilus%C3%A3o-Brics-diplomacia-brasileira-ebook/dp/B0B3WC59F4/ref=sr11?keywords=A+grande+ilus%C3%A3o+do+Brics+e+o+universo+paralelo+da+diplomacia+brasileira&qid=1656513882&sr=8-1).

Apresentação no blog Diplomatizzando (11/06/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/06/meu-proximo-kindle-sobre-miragem-dos.html). Publicado em 12/06/2022 Brasília: Diplomatizzando, 2022; ISBN: 978-65-00-46587-7; ASIN: B0B3WC59F4.

Sumário, prefácio e apresentação geral, no blog Diplomatizzando (1/02/2024; link:

https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/02/brics-minha-opiniao-sobre-o-grupo-em.html

Elaborei igualmente um posfácio, em função da conjuntura pós-guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia:

“O Brics depois da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, Brasília, 9 junho 2022, 6 p.

 

============

Abaixo uma entrevista que eu dei para o jornalista Lourival Sant'Anna do jornal O Estado de São Paulo em novembro de 2006, quando ainda não se cogitava de se ter um BRIC diplomático, ou pelo menos quando ainda não existiam movimentações nesse sentido, mas quando, tanto Lavrov quanto Celso Amorim, já trabalhavam nesse sentido (e eu desconhecia esses encontros até então reservados).

O Estadão fez um editorial em cima dessa entrevista logo depois, o que deixou o chanceler Celso Amorim especialmente furioso comigo.

Encontrando-o no final do ano ocasionalmente, disse que estava voltando ao MRE para trabalhar sob sua gestão. Ele apenas me disse secamente:

"– É, mas a sua entrevista ao Estadão não lhe ajudou em nada."

Virou as costas e saiu. Nunca mais falei com ele.

Paulo Roberto de Almeida

 

A ficha do trabalho e dos artigos anexos:

1686. “Os BRICs e a economia mundial: Algumas questões de atualidade”, Brasília, 13 novembro 2006, 3 p. Entrevista concedida ao jornalista Lourival Sant’Ana, do jornal O Estado de São Paulo, no Rio de Janeiro, em 9 de novembro de 2006 (link no blog Diplomatizzando: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/11/o-bric-e-economia-mundial-2006-paulo.html). Publicado em outro formato n’O Estado de São Paulo em 04/12/2006, caderno Economia, pág. B7, sob o título “O Bric é só um exercício intelectual” (link na base de dados do Senado: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/323704/noticia.htm?sequence=1&isAllowed=y). Entrevista foi objeto de editorial do jornal em 5.12.06, sob o título “Atraso made in Brazil” (link na base de dados do Senado: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/324077/noticia.htm?sequence=1&isAllowed=y; link no blog Diplomatizzando: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/06/atraso-made-in-brazil-editorial-o.html). Entrevista republicada no site do Instituto Millenium (em 6/12/2006) e no site Defesa.NetDefesa, Estratégia e Inteligência (6/12/2006). Incorporado ao volume Via Política (2017). Postado novamente no Diplomatizzando (3/03/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/03/os-brics-e-economia-mundial-entrevista.html). Refeito em formato de artigo sob n. 1691. Relação de Publicados n. 725.

Ler a íntegra dos materiais neste link: 
https://www.academia.edu/125094438/1686_O_BRIC_e_a_economia_mundial_2006_livro_de_2022_

 

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...