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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Os companheiros contra os trabalhadores: esfolam-nos com seus impostos...


Brasil é campeão em desigualdade tributária, diz BID
Folha de S.Paulo, 15/05/2013
Um novo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) diz que o Brasil é o campeão em "desigualdade horizontal" na hora de pagar impostos.
Ou seja, apresenta a maior diferença entre o que é cobrado a trabalhadores com a mesma renda, apenas pelo regime fiscal escolhido.
Um trabalhador em uma empresa de um funcionário só, que paga o imposto Simples como pessoa jurídica, contribui com o equivalente a um décimo do que paga o assalariado de igual renda com carteira assinada.
Em outros países da região, a diferença é irrisória, como no Chile, ou de menos de 3 vezes, como no México.
O estudo de 388 páginas será lançado hoje na sede do banco em Washington. Nele, confirma-se que o Brasil tem a maior carga tributária da América Latina e que é o país do mundo em que são necessárias mais horas para se preencher e pagar tributos (são 2.600 por ano).
"Sabemos que a Receita Federal brasileira é moderna e já usa vários procedimentos on-line. Mas o sistema tributário é complexo demais, há 15 impostos aonde deveriam haver 3 ou 4. Só no consumo, há 5 impostos incidindo sobre cada mercadoria", disse à Folha uma das autoras da pesquisa, a economista argentina Ana Corbacho.
DISTORÇÃO
A crítica do estudo aos regimes simplificados de impostos em boa parte da América Latina é que eles estão causando uma "distorção".
"Eles foram criados para simplificar a cobrança, mas hoje é cada vez mais custoso atender a milhões de pessoas que optam por esse regime e pagam muito menos que os assalariados de empresas grandes", diz Corbacho.
"Há um impacto na produtividade, porque se incentiva o microempresário a não crescer, quando sabemos que empresas maiores têm economia de escala, podem compartilhar custos de contabilidade, recursos humanos, acesso ao crédito, que essas empresas minúsculas não obtêm." Para ela, o Simples deveria ser "transitório".
CESTA BÁSICA
A economista também critica a isenção de tributos para alguns produtos apenas por estarem na cesta básica. Para ela, ao se tirar o imposto de um alimento, quem mais se beneficia é quem mais compra em quantidade esse alimento.
"O Estado arrecada menos e os ricos são mais beneficiados por um subsídio", diz ela, que prefere redistribuição de renda por outros meios, como "o Bolsa Família brasileiro, o Oportunidades mexicano, educação, saúde".
"De 100 isenções que estudamos no México, apenas 5 beneficiavam os mais pobres", diz. Ela lembra que na Venezuela "o preço do combustível é altamente subsidiado, o que favorece os mais ricos".
"Quanto mais pobre a família na região, menor a quantidade de carros e maior o uso de transporte público. Pedágio urbano, como Londres e Santiago do Chile já fazem, é mais eficiente."

OK, camaradas: o socialismo chegou de verdade na Venezuela: falta papel higiênico...

Lá pelas alturas agônicas do socialismo real, no início dos anos 1980, quando ele ainda não havia dado três suspiros e dado chabu, eu passeava (miseráveis esses meus roteiros turísticos) pelos países do socialismo real, tentando explicar ao meu filho de 4 anos as diferenças entre capitalismo e socialismo.
Depois de tantas idas e voltas entre Polônia, RDA, Tchecoslováquia, Hungria, e o que mais existia, eu perguntava ao Pedro se ele sabia qual era a diferença entre socialismo e capitalismo, e ele, sem hesitar, me disse triunfante:

" -- Ah! agora eu já sei: socialismo é quando falta papel higiênico e a privada não funciona!"

Batata! O que eu tentava explicar em termos marxistas, pedantes, uma criança de 4 anos descobriu na hora, na mais simplória das constatações. E o socialismo era aquilo mesmo: faltava não só papel higiênico, mas qualquer produto essencial, e claro, todos os produtos supérfluos.
O que é que tinha no socialismo? Bem, tinha repolho, alguns chorizos, batata doce, repolho, vagens amanhecidas, latas raras de legumes búlgaros, repolho, algumas batatas (mas eram horríveis), cerveja, que a vida não existe sem cerveja, vodka russa, mais repolho e uns sapatos de mulher que pareciam coturnos do exército soviético. Estou exagerando, mas era mais ou menos isso. Só podia dar no que deu...

Pois bem. Como vocês podem constatar pela matéria abaixo, a Venezuela já chegou, finalmente, ao socialismo triunfante, não sei se do século 21, mais provavelmente do século 18, mas que ela chegou ao socialismo, isso sim, chegou e como!, justamente faltando o produto definidor por excelência do socialismo, segundo meu filho Pedro, nos seus quatro aninhos inocentes...
Se falta papel higiênico, vocês podem ter certeza: estamos no socialismo...
Mais gozado ainda é o título escolhido pelo meu amigo Maurício David, que me mandou a matéria, para explicar a grande estratégia do socialismo bolivariano: proteger os fundilhos...
Eis o seu título:

Nicolás Maduro manda importar 50 milhões de rolos de papel higiênico para proteger sua retaguarda


Pois eu aposto que, com os seus petrodólares, os bolivarianos vão fazer melhor do que os hermanos cubanos.

Os cubanos, ao que parece, resolveram com o Granma, já que não tem dinheiro para importar o verdadeiro. Acho que ainda resolvem, a menos que Maduro lhes mande um pouco de sua importação. 
Provavelmente Maduro vai importar o papel macio para a boliburguesia, e deixar o mais áspero para os traseiros do povão...
Traidores esses bolivarianos de fundilhos diversificados...
Eu proponho que eles importem papel higiênicos dos EUA, onde tem de todos os tipos, para todos os gostos, para todos os tamanhos e formatos de traseiros. São os melhores do mundo...
Paulo Roberto de Almeida 


Maurício David:

A Venezuela vive uma grave crise relacionada com a profunda desorganização da sua economia. Nicolás Maduro, ungido presidente em eleições que a metade da população acusa de fraudulentas, acaba de tomar importantes medidas para proteger a sua retaguarda e a da "revolução bolivariana" : ordenou a importação de 50 milhões de rolos de papel higiênico !!!!

Tensão política na Venezuela cria “crise do papel higiênico”
Escassez do produto chama atenção do mundo e vira assunto entre governo e oposição
Lilian Sobral, de Exame,  15/05/2013
  
Venezuela, em Caracas: escassez de produtos básicos vira discussão política

São Paulo – O ambiente político na Venezuela, tenso desde as eleições realizadas em abril, tem feito com que alguns produtos de consumo básico (que já não costumam ser encontrados com tanta facilidade) sumam das prateleiras dos mercados. Um desses produtos é o papel higiênico, que começa a ficar em falta em algumas regiões do país.
Para tentar resolver a situação, o ministro da Indústria da Venezuela, Ricardo Menéndez, e do Comércio, Alejandro Fleming, visitaram nesta semana a sede da Papeles Venezolanos (Paveca), empresa que fabrica papel higiênico e guardanapos no país.
Segundo o site do próprio ministério, o governo autorizou que cerca de 50 milhões de rolos de papel higiênico sejam comprados de outros países, “para acalmar o nervosismo”. Os ministros não disseram, porém, de que países viriam esses rolos.
Os membros do governo fizeram questão de destacar que a empresa venezuelana responsável pelo produto tem capacidade de fabricar mais de 67 milhões de rolos de papel por mês para garantir reposição de estoques. Ainda assim, negociaram a instalação de linhas de produção adicionais na companhia.
O mais importante sobre este anúncio é o que a escassez pode sinalizar. Como lembra o jornal espanhol El País, o papel higiênico está numa lista de produtos que têm preços regulados pelo governo. Desde a última eleição, a Venezuela vive uma tensão política, com Henrique Capriles, candidato da oposição, questionando a eleição apertada do presidente Nicolás Maduro, sucessor de Hugo Chávez. Esse cenário pode promover a corrida popular por alguns produtos nas lojas e mercados.
O assunto virou discussão política. Segundo o governo, a culpa da escassez é da oposição, que numa campanha para desestabilizar Maduro, estaria incentivando compras nervosas por parte da população. Já o empresariado diz que a culpa é do controle de câmbio, que afugenta investimentos e preocupa sobre a estabilidade de preços. Capriles, por sua vez, usou o Twitter para provocar o governo sobre a situação.

O lulismo petrolifero e seus crimes economicos (2) - Reinaldo Azevedo

Já relatei, num post abaixo, sob o título acima (ou quase), o que eu considero um crime econômico. Na verdade são vários, e todos eles cometidos pelos companheiros e seu chefe maior.
A submissão da política petrolífera do Brasil aos preconceitos estúpidos dos companheiros trouxeram um enorme prejuizo ao Brasil, que hoje se vê obrigado a importar petróleo e derivados de petróleo, inclusive etanol subsidiado dos EUA, quando antes se pensava processar os EUA na OMC por sua política subvencionista e protecionista do etanol de milho.
O atraso foi imenso, as perdas bilionárias, a promiscuidade da política com a Petrobrás foi criminosa, e os responsáveis estão aí. Miseráveis.
Paulo Roberto de Almeida


Reinaldo Azevedo, 15/05/2013

Oposição faz falta às democracias. Sem aquela, estas vão virando ditaduras do consenso ou da mentira. O governo comemorou com foguetório o sucesso do leilão de novas áreas para a exploração de petróleo. “Recorde”, gritou-se. Sem dúvida! Leiam o que a VEJA.com informou. Volto em seguida.

Após cinco anos sem fazer nenhum leilão, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) começou nesta terça-feira a 11ª Rodada de Licitações. Em seu primeiro dia de licitações, a agência já arrecadou 2,8 bilhões de reais, um novo recorde. O valor supera o recorde anterior, de 2,1 bilhões de reais, da 9ª rodada de concessões realizada em 2007, e superou com um dia de antecedência a meta inicial de que o montante somasse entre 2 bilhões de reais e 2,5 bilhões de reais. A ANP já licitou áreas nas bacias de Parnaíba, Foz do Amazonas, Barreirinhas, Potiguar, Espírito Santo, Ceará e Pará-Maranhão.
Empresas como Petrobras, OGX, Petra Energia, Ouro Preto, Queiroz Galvão e as estrangeiras Total, BP, BHP Billiton, Galp e BG apareceram como as principais vencedoras das disputas. O maior lance na primeira parte do leilão foi feito pelo consórcio formado pela francesa Total, a britânica BP e a Petrobras, por um bloco na Foz do Amazonas: 345,9 milhões de reais. A concessão dos oito blocos ofertados na região custou, no total, mais de 750 milhões de reais.
Na avaliação do governo, o intervalo de cinco anos desde a última licitação de áreas de exploração fez com que houvesse uma valorização das áreas que estão sendo ofertadas. “Nunca vimos nada parecido”, disse o secretário de Petróleo do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, em entrevista à Reuters, durante o leilão.

Voltei
Pois é… E por que o governo ficou cinco anos sem fazer leilão nenhum? Ah, porque a palavra de ordem era substituir o antigo modelo de concessões pelo de partilha, que passou a vigorar no caso do pré-sal. E o país ficou parado, sem fazer leilão nenhum. Agora fez. E, por incrível que pareça, seguiu o mesmo modelo que vigorava no governo FHC: o de concessão. As empresas se interessaram e pagaram um ágio grande. Essas áreas licitadas ontem não têm nada a ver com o pré-sal, mas um modelo contaminou o outro.
E como a governo justifica esses cinco anos sem fazer contrato nenhum? Ah, diz que foi até bom porque, assim, as áreas de valorizaram. É embromação! O sucesso do leilão de ontem esconde cinco anos de atraso.

Indio de araque quer ganhar no apito da Funai - Reinaldo Azevedo

Ou então a Funai, órgão corrupto por excelência, quer virar latifundiária, e depois negociar as terras no mercado secundário...
Paulo Roberto de Almeida


Reinaldo Azevedo, 15/05/2013

Não! É claro que eu não vou desistir de denunciar o esbulho que está acontecendo no campo por conta dos aloprados da Funai. Querem ver como são as coisas? Então eu conto.
A Funai indicou 15 áreas no Paraná para demarcá-las como reservas indígenas, principalmente nos municípios de Terra Roxa e Guaíra. Há décadas, essas áreas abrigam propriedades rurais, com os títulos devidamente regularizados. Em fevereiro, em visita ao Show Rural realizado em Cascavel, representantes dos produtores rurais — ATENÇÃO, PEQUENOS PRODUTORES!!! — procuraram a presidente e pediram a sua intervenção. Ela determinou, então, que a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) — que é, sim, paranaense — acompanhasse o caso.
Gleisi já sabia o que queria a Funai. Resolveu pedir que a Embrapa lhe apresentasse um estudo sobre a ocupação daquela região, as características da terra etc. Se os pressupostos da Funai se comprovassem, paciência!
Há duas semanas, a Embrapa concluiu seu trabalho. Apelando até a imagens de satélite, a empresa pública descobriu que a “ocupação indígena” da região nada tem de “histórica”. É recentíssima! ATENÇÃO: A PRESENÇA MAIS ANTIGA DE ÍNDIOS NAS ÁREAS QUE A FUNAI QUER DEMARCAR DATA DE 1990!!!, numa região batizada de Tekoha Porã. Os índios supostamente “originários” migraram de Naviraí, Mato Grosso do Sul. Estão ocupando um pedaço da malha urbana da cidade de Guaíra. Esses “povos tradicionais” da Funai vivem da caça e da pesca? Chamam a Lua de “Jacy”??? Não! Recebem Bolsa Família e cesta básica doada pelo governo. Quem produz a comida da cesta são os agricultores brasileiros, aqueles de quem a Funai quer tomar as terras.
Agora o mais espantoso: em dez das 15 áreas, os índios só começaram a aparecer em… 2007!!! Em outras cinco, a presença indígena data de 2012. É, leitor!!! Os “povos indígenas” nessa área do estado estão lá, TRADICIONALMENTE, desde o ano passado!!!
Mais um pouco: EM QUATRO DAS 15 ÁREAS, NEM MESMO EXISTEM ÍNDIOS. Parece que a Funai ainda não conseguiu importá-los. A ministra enviou o estudo ao Ministério da Justiça, pasta à qual a Funai está subordinada, sugerindo que as demarcações sejam suspensas. Gleisi quer que a Embrapa, doravante, analise todos os “ estudos” da Funai. “Não resolveremos uma injustiça cometendo outras”, diz a chefe da Casa Civil.
Gleisi, obviamente — e quem poderia ser contrário? —, acredita que os índios devem ser assentados e ter acesso a programas de renda, saúde, educação etc. Mas sem expulsar produtores rurais e sem mistificações.
O único “povo tradicional” nas áreas reivindicadas pela Funai são os produtores rurais. Os índios ali presentes são uma falsificação da história, de que a Funai é a principal protagonista.
Marta Azevedo, só por essa questão do Paraná, tem de ser sumariamente demitida. Ainda que seja louca por índios e só pense em protegê-los, ocupa uma função de estado. E os milhares de paranaenses que seriam prejudicados pelos estudos fraudulentos da Funai também são brasileiros, que estão sob a proteção da lei.
Lobby
O lobby indigenamente correto está tentando ligar a atuação de Gleisi a uma eventual candidatura ao governo do Paraná em 2014. Se será candidata ou não será, não sei. Tem o direito de pleitear. Ser ou não ser candidata não muda o resultado do estudo feito pela Embrapa. A presença indígena nas 15 áreas do Paraná que a Funai quer demarcar é uma fraude.

Facilitacao de diplomas, so' o do proprio Ministro da Educacao...

E tem mais: além de comprar um diploma, literalmente, com seus amiguinhos do peito da Unicamp (que vergonha para essa universidade, deixar-se prostituir dessa maneira), o ministro acho que ele, ou o MECssauro, pode determinar onde, quando, como podem se instalar faculdades de medicina. No seu dirigismo exacerbado, o ministro revogável acha que eles sabem melhor do que o mercado onde localizar os cursos de medicina.
Estarrecedor, para dizer o mínimo...
Paulo Roberto de Almeida


Mercadante defende contratação de médicos estrangeiros, mas rejeita facilitar validação de diplomas
Gorette Brandão
Agência Senado, 15/05/2013

Posicionamento do ministro da Educação foi manifestado ontem em audiência pública

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, apoiou nesta terça-feira (14), em audiência pública, a proposta em estudo no governo de permitir a contratação de médicos estrangeiros pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os profissionais seriam admitidos em regime temporário, por até três anos, com tutoria, para prestar assistência em áreas carentes do interior, especialmente na Amazônia e no Nordeste.

Mercadante, no entanto, afastou a hipótese de flexibilização das exigências do Revalida, o sistema de validação de diplomas médicos obtidos no exterior, tanto por estrangeiros como por brasileiros que estudaram fora. No último exame, apenas 11% dos médicos cubanos inscritos conseguiram aprovação. O ministro observou que, em qualquer situação, os diplomas só poderão ser validados se os cursos forem formalmente reconhecidos nesses países.

- O Brasil precisa de mais médicos, mas também de bons médicos - comentou.

Situação emergencial
O ministro argumentou que o Brasil tem apenas 1,8 médicos para cada mil habitantes, uma quantidade que seria muito abaixo da média da Europa e mesmo de países sul americanos. Ele classificou de "legítima" a reação das entidades médicas à contratação de médicos de fora, mas observou que o déficit causa uma situação de impossível equilíbrio: são 350 mil profissionais para 850 mil jornadas de trabalho.

- Ou seja, os médicos estão trabalhando duas jornadas e meia - afirmou.

Na audiência promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), Mercadante explicou que a ideia examinada pelo Ministério da Saúde seria uma proposta de "transição", para uma situação emergencial. A sua pasta, por sua vez, estaria tratando de uma solução "estruturante" para ampliar a quantidade de médicos, que inclui o aumento da oferta de vagas nos cursos de Medicina.

Porém, o foco atual será instalar faculdades em áreas com maior carência desses profissionais. Dessa forma, os médicos seriam formados em lugares mais perto da demanda, já que hoje eles evitam trabalhar no interior. Atualmente, conforme o ministro, o país tem 450 municípios sem sequer um médico residente. Ele adiantou que o Ministério da Educação vai lançar editais para receber propostas de instituições privadas interessadas em implantar cursos em cinco localidades já escolhidas.

- Se não tivermos proposta, nós vamos lá fazer - comentou, esclarecendo que os novos cursos poderão ser ofertados pelo governo.

Formação prática
O ministro observou ainda que a escolha das cidades para os novos curso de Medicina levará em conta critérios que ajudem a qualidade da formação prática dos alunos, como até então não acontecia. No local, deverá haver uma Unidade Básica de Saúde, pelo menos cinco leitos do SUS por estudante, serviços de urgência e emergência médica e monitoria para residência médica.

- Só serão abertos cursos onde houver condições de existir uma boa prática médica - reforçou.

Outro esforço do ministério está ocorrendo na ampliação das vagas de residência médica, com aumento em 10.600 admissões, conforme o ministro. Ele disse que a intenção é fortalecer a formação de médicos nas especialidades em que há maior carência de profissionais: anestesia, pediatria, obstetrícia e ginecologia, além de pediatria.

Limpando o governo dos incompetentes ou distraídos...

Calma, não é aqui, ou não é no Brasil, sendo mais propriamente aqui:

President Obama announced Wednesday that Steve T. Miller, the acting commissioner of the IRS, had resigned in the wake of the controversy over the IRS's targeting of conservative groups. In an angry statement in the White House, Obama said the IRS’s actions were “inexcusable and Americans are right to be angry about it and I’m angry about it.” He added, “I will not tolerate this type of behavior in any agency but especially the IRS given the power it has and the reach it has.” 
Read more at: 


Na verdade, nem foi o chefão quem cometeu a irregularidade, mas nos EUA, quando um responsável de área se defronta com alguma irregularidade em seu órgão, ou ele se demite, ou é demitido, como acaba de acontecer com o equivalente do Leão brasileiro, a Receita Federal americana.
Assim são as democracias: implacáveis com irregularidades.
Mas isso é nas democracias...
E isso é o que se chama de accountability.
Paulo Roberto de Almeida

Economistas, esses eternos embromadores - Portal José Roberto Afonso

Portal de Economia do José Roberto Afonso
ECONOMISTS
# 693, 15/05/2013


What use are the economists? by Dani Rodrik published by Project Syndicate (5/2013). "When the stakes are high, it is no surprise that battling political opponents use whatever support they can garner from economists and other researchers. That is what happened when conservative American politicians and European Union officials latched on to the work of two Harvard professors - Carmen Reinhart and Kenneth Rogoff - to justify their support of fiscal austerity." http://bit.ly/ZQ6wXW

Gattoperdo economics: The crisis and the mainstream response of change that keeps things the same by Thomas I. Palley published by MK (4/2013) "...This paper explores gattopardo economics as it applies to the issues of the macro-economics of income distribution; the global financial imbalances; and inflation policy. Gattopardo economics adopts ideas developed by critics of mainstream economics, but it does so in a way that ignores the thrust of the original critique and leaves mainstream analysis unchanged. Gattopardo economics makes change more difficult because it deceives people into thinking change has taken place. By masquerading as change, it crowds-out space for real change. That makes exposing gattopardo economics a matter of vital importance." http://bit.ly/19npdGC

Video - John Maynard Keynes - Life - ideas - Legacy - a documentary on Jonh Maynard Keynes by Mark Blaug and published by University of Cambridge, indicated by Rodrigo Medeiros. http://bit.ly/cFDKdL

Keynes, crise e política fiscal livro de José R. Afonso agora em versão digital. "John Maynard Keynes, economista britânico, tornou-se pessoa influente no cenário financeiro, econômico e jurídico por defender a teoria do intervencionismo estatal à epoca da grave crise financeira vivenciada na II Guerra Mundial. Diversos foram os autores que tentaram estudar as funções e a atuação do Estado, sob as mais variadas abordagens, tanto na economia, quanto nas outras ciências..." A versão digiral está disponivel para quem desejar adquirir no link: http://bit.ly/10qzUXP

Antonio Delfim Netto escreveu o artigo: "O fracasso da economia acadêmica" no Jornal Valor em (03/2009) aonde cita o artigo: "A Crise Financeira e o Fracasso Sistêmico da Economia Acadêmica" que tem por conclusão que a profissão dos economistas tem certa responsabilidade na produção da crise atual. Ela falhou na sua relação com a sociedade. http://bit.ly/U7z9M2

Veja só...não era exatamente isso por Luiz Gonzaga Belluzo publicado na Carta Capital. "Diante do alegado fracasso das políticas ditas keynesianas, Robert Lucas e Thomas Sargent, esse último ganhador do Nobel de Economia de 2011 ao lado de Christopher Sims, juntaram a hipótese das expectativas racionais ao modelo de equilíbrio geral para explicar a combinação funesta entre inflação e baixo crescimento. Esse fenômeno deve ser atribuído à reiterada e sistemática tentativa dos governos de desrespeitar as leis de movimento da economia capitalista, ou seja, as leis que governam a evolução natural do sistema econômico. A suposição fundamental das ditas teorias novoclássicas, com expectativas racionais, assegura que a estrutura do sistema econômico no futuro já está determinada agora." http://bit.ly/zxTGnD

Politica Externa do Brasil - mais alguns trabalhos de Paulo Roberto de Almeida

Revisando minhas listas de publicados e originais, constatei alguns trabalhos recentes sobre a diplomacia brasileira, que listo aqui, uma vez que a maioria já foi publicada:
Paulo Roberto de Almeida


1062. “A diplomacia da era Lula: balanço e avaliação”, revista Política Externa (vol. 20. N. 3, Dez./Jan./Fev. 2011-2012, p. 95-114; link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2344DiplomEraLulaBalRevPolitcaExterna.pdf). Relação de Originais n. 2344.

1077. “Processos decisórios no âmbito da política externa do Brasil”, Revista Acadêmica Espaço da Sophia (vol. 46, julho-dezembro 2012, p. 109-140; ISSN: 2179-9849; link: http://issuu.com/espacodasophia/docs/revista_espaco_da_sophia_-_n46/5);  Revista Porto (Natal: Programa de Pós-Graduação em História da UFRN; vol. 1, n. 2, 2012, p. 24-43; ISSN: 2237-8510; link: http://periodicos.ufrn.br/index.php/porto/article/download/2196/1612). Relação de Originais n. 2369.

1088. A política externa das relações Sul-Sul: um novo determinismo geográfico?”, Revista Espaço da Sophia (vol. 6, n. 47, janeiro-junho 2013, p. 163-188; ISSN versão online: 1981-318X; link: http://www.espacodasophia.com.br/revista/). Relação de Originais n. 2425.


1085. “Uma grande estratégia para o Brasil: elementos propositivos”, Monções: Revista de Relações Internacionais da UFGD (MS: Universidade Federal da Grande Dourados; vol. 1, n. 2, jul.-dez. 2012, p. 40-51; Dossiê: “O Brasil no mundo: a política externa brasileira em debate”; ISSN: 2316-8323; link: http://www.periodicos.ufgd.edu.br/index.php/moncoes/article/view/1950; pdf: http://www.periodicos.ufgd.edu.br/index.php/moncoes/article/view/1950/1333). Divulgado no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2418GrandeEstrategiaBrasil.pdf). Relação de Originais n. 2418.

Em compensação, este ainda não foi publicado: 

2403. “Uma diplomacia exótica: a política externa do governo Lula e seus efeitos institucionais”, Brasília, 27 junho 2012, 35 p. Paper preparado para o 8º Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP, Gramado, 01 a 04 de agosto de 2012; Área Temática 10: Relações Internacionais).

Ao trabalho...
Paulo Roberto de Almeida 

Salafismo em ascensao no norte da Africa - Tarek Osman

Salafism's March Through North Africa (Tarek Osman, The Cairo Review of Global Affairs)

""This is not the Tunisia we know," the head of a respected Tunisian think tank told me as thousands of Salafists marched through the heart of Tunis's old Medina, steps from one of its most exclusive restaurants, one that serves premium French wine under the watchful eye of a stern sommelier.

But the city was Tunis, and the protestors were Tunisians. One of the Arab world's most progressive societies, with one of the most active civil society environments in the entire Arab world, and a notable history of gender equality and secularism, is clearly witnessing the rise of an assertive socio-political force that defines itself exclusively under a strict religious frame of reference. The scale of these marches -and various other forms of assertiveness-and the frequency with which they take place indicate that this trend is far from marginal or dismissible.

In Egypt's last parliamentary election, Salafist parties won about a quarter of the votes. Amid the polarization that the country is currently witnessing, several Salafist voices and parties are increasingly influential in the political sphere. And the rise of Salafism is also taking place in Morocco, Algeria, Libya, Syria, Sudan, and in other Arab countries.
(...)
Modern Salafism was a lucky ideology. It found a fertile ground in Saudi Arabia, which, for the past four decades, had emerged as the most influential Arab country. But following the current transformations that the wave of uprisings has given rise to, the center of gravity in Arab socio-politics will return to the eastern Mediterranean and North Africa. And Salafism will lose the momentum that Saudi backing (and petrodollars) have given it.

Salafism's traditional approach of trying to "purify" their societies from what they consider impurities that have been imposed on them  will not resonate with the  almost 200 million Arabs under thirty-five years of age, whose priorities are largely economic, not ideological, and who are mostly ill-disposed to indoctrination. Salafism's ability to evolve in the culturally richest parts of the Arab world-become capable political forces as opposed to missionaries, and locally integrated players as opposed to harbingers of purely Islamic identities-will be its fundamental challenge."

Lulismo petrolifero foi um crime economico contra o Brasil

As pessoas, em geral, os jornalistas em particular, parecem ter medo de chamar as coisas pelo seu verdadeiro nome: o que o ex-presidente demagogo, populista, mentiroso e falastrão perpetrou contra o Brasil foi um crime econômico, além de outros pequenos crimes contra os consumidores de combustíveis e contra a Petrobras.
Jornalistas deveriam ter a coragem de investigar as origens, as raízes da lamentável situação em que nos encontramos hoje.
Paulo Roberto de Almeida

Demorou demais



15 de maio de 2013 
Celso Ming - O Estado de S.Paulo
Depois de cinco anos, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizou ontem mais uma rodada de licitações de 289 blocos para exploração de petróleo e gás.
Desta vez, não entraram as áreas do pré-sal. O leilão teve forte participação de blocos em terra, com o objetivo de atrair pequenas e médias empresas. Despertou interesse em 64 empresas e colocou 49% das áreas, com arrecadação recorde de R$ 2,8 bilhões em bônus de assinatura e com investimentos previstos de R$ 7 bilhões.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, sugeriu que todos os brasileiros comemorassem o sucesso da empreitada, dando a impressão de que o governo federal esteve fortemente interessado em promover o aumento da produção.
Não esteve. E ainda há dúvidas de que de fato esteja. Novas licitações ficaram bloqueadas desde 2009, por duas razões: (1) porque o governo pretendia deixar tudo ou quase tudo a cargo da Petrobrás que, no entanto, não tem fôlego financeiro nem sequer para tocar os US$ 236,7 bilhões em investimentos previstos até 2017; e (2) porque setores do governo federal ainda boicotam toda iniciativa que implique aumento da participação do setor privado na exploração de petróleo e gás.
Desde 2010, a produção de petróleo no Brasil ficou estagnada na casa dos 2 milhões de barris (159 milhões de litros) por dia. Os levantamentos da ANP mostram que a área concedida para exploração e produção caiu de 333 mil km² em 2009 para 291 mil km² ao final do ano passado (veja no Confira), porque a devolução pelas concessionárias de áreas em casos de insucesso não foi compensada por novas.
Pior que tudo, as empresas de capital nacional que haviam se lançado nesse mercado não tiveram mais campo para se expandir e diversificar seus riscos geológicos. Além disso, o setor brasileiro que se dedica ao fornecimento de equipamentos e serviços não pôde se desenvolver por todo esse tempo em que o governo se omitiu. Entre o início de exploração e a produção de um campo descoberto de petróleo correm cerca de dez anos. Essa é a razão pela qual atrasos assim saem caros. O que se perdeu e o que se deixou de ganhar provavelmente não se recuperará mais.
Desta vez, a Petrobrás participou do leilão com o breque de mão puxado. Aparentemente, guarda suas hoje relativamente escassas energias para as outras duas licitações já programadas para este ano: a que prevê a exploração de gás não convencional, agendada para outubro; e o primeiro leilão do pré-sal sob novas regras, previsto para novembro. Nesse último leilão, a Petrobrás terá de atuar como operadora de todas as áreas licitadas, com um mínimo de 30% de participação.
Como já comentado nesta Coluna em edições anteriores, os Estados Unidos preparam-se para retomar sua condição de autossuficiência na produção de hidrocarbonetos. A revolução do gás de xisto, produzido a uma fração dos custos do gás convencional, aponta como a nova grande fronteira de energia barata ao redor do mundo. E, no entanto, a vacilação do governo brasileiro e a falta de clareza de sua política prejudicam todo o setor produtivo nacional, e não apenas as empresas ligadas ao setor de energia.

O totalitarismo indisfarcavel dos stalinistas saudosistas - Marco Antonio Villa


MARCO ANTONIO VILLA
O GLOBO, 14/05/2013

O PT não gosta da democracia. E não é de hoje. Desde sua fundação foi predominante no partido a concepção de que a democracia não passava de mero instrumento para a tomada do poder. Deve ser recordado que o partido votou contra a aprovação da Constituição de 1988 – e alguns dos seus parlamentares não queriam sequer assinar a Carta. Depois, com a conquista das primeiras prefeituras, a democracia passou a significar a possibilidade de ter acesso aos orçamentos municipais. E o PT usou e abusou do dinheiro público, organizando eficazes esquemas de corrupção. O caso mais conhecido – e sombrio – foi o de Santo André, no ABC paulista. Lá montaram um esquema de caixa 2 que serviu, inclusive, para ajudar a financiar a campanha presidencial de Lula em 2002. Deve ser recordado, que auxiliares do prefeito Celso Daniel, assassinado em condições não esclarecidas, hoje ocupam posições importantíssimas no governo (como Gilberto Carvalho e Míriam Belchior).
Antes da vitória eleitoral de 2002, os petistas já gozavam das benesses do capitalismo, controlando fundos de pensão de empresas e bancos estatais; e tendo participação no conselho gestor do milionário Fundo de Amparo ao Trabalhador. Os cifrões foram cada vez mais sendo determinantes para o PT. Mesmo assim, consideravam que a “corrupção companheira” tinha o papel de enfrentar o “poder burguês” e era o único meio de vencê-lo. Em outras palavras, continuavam a menosprezar a democracia e suas instâncias.
Chegaram ao poder em janeiro de 2003. Buscaram uma aliança com o que, no passado, era chamado de burguesia nacional. Mas não tinham mudado em nada sua forma de ação. Basta recordar que ocuparam mais de 20 mil cargos de confiança para o partido. E da noite para o dia teve um enorme crescimento da arrecadação partidária com o desconto obrigatório dos salários dos assessores. Foi a forma petista, muito peculiar, de financiamento público, mas só para o PT, claro.
Não satisfeitos, a liderança partidária – com a ativa participação do presidente Lula – organizou o esquema do mensalão, de compra de uma maioria parlamentar na Câmara dos Deputados. Afinal, para um partido que nunca gostou da democracia era desnecessário buscar o debate. Sendo coerente, através do mensalão foi governando tranquilamente e aprovando tudo o que era do seu interesse.
O exercício do governo permitiu ao PT ter contato com os velhos oligarcas, que também, tão qual os petistas, nunca tiveram qualquer afinidade com a democracia. São aqueles políticos que se locupletaram no exercício de funções públicas e que sempre se colocaram frontalmente contrários ao pleno funcionamento do Estado democrático de Direito. A maior parte deles, inclusive, foram fieis aliados do regime militar. Houve então a fusão diabólica do marxismo cheirando a naftalina com o reacionarismo oligárquico. Rapidamente viram que eram almas gêmeas. E deste enlace nasceu o atual bloco anti-democrático e que pretende se perpetuar para todo o sempre.
As manifestações de desprezo à democracia, só neste ano, foram muito preocupantes. E não foram acidentais. Muito pelo contrário. Seguiram e seguem um plano desenhado pela liderança petista – e ainda com as digitais do sentenciado José Dirceu. Quando Gilberto Carvalho disse, às vésperas do Natal do ano passado, que em 2013 o bicho ia pegar, não era simplesmente uma frase vulgar. Não. O ex-seminarista publicizava a ordem de que qualquer opositor deveria ser destruído. Não importava se fosse um simples cidadão ou algum poder do Estado. Os stalinistas não fazem distinção. Para eles, quem se opõem às suas determinações, não é adversário, mas inimigo e com esse não se convive, se elimina.
As humilhações sofridas por Yoani Sánchez foram somente o começo. Logo iniciaram a desmoralização do Supremo Tribunal Federal. Atacaram violentamente Joaquim Barbosa e depois centraram fogo no ministro Luiz Fux. Não se conformaram com as condenações. Afinal, o PT está acostumado com os tribunais stalinistas ou com seus homólogos cubanos. E mais, a condenação de Dirceu como quadrilheiro – era o chefe, de acordo com o STF – e corrupto foi considerado uma provocação para o projeto de poder petista. Onde já se viu um tribunal condenar com base em provas, transmitindo ao vivo às sessões e com amplo direito de defesa? Na União Soviética não era assim. Em Cuba não é assim. E farão de tudo – e de tudo para o PT tem um significado o mais amplo possível – para impedir que as condenações sejam cumpridas.
Assim, não foi um ato impensado, de um obscuro deputado, a apresentação de um projeto com o objetivo de emparedar o STF. Absolutamente não. A inspiração foi o artigo 96 da Constituição de 1937, imposta pela ditadura do Estado Novo, honrando a tradição anti-democrática do PT. E o mais grave foi que a Comissão de Constituição e Justiça que aprovou a proposta tem a participação de dois condenados no mensalão e de um procurado pela Interpol, com ordem de prisão em mais de cem países.
A tentativa de criar dificuldades ao surgimento de novos partidos (com reflexos no tempo de rádio e televisão para a próxima eleição) faz parte da mesma estratégia. É a versão macunaímica do bolivarianismo presente na Venezuela, Equador e Bolívia. E os próximos passos deverão ser o controle popular do Judiciário e o controle (os petistas adoram controlar) social da mídia, ambos impostos na Argentina.
O PT tem plena consciência que sua permanência no poder exigirá explicitar cada vez mais sua veia antidemocrática.

A universidade brasileira no pantano: revalidacao de diplomas estrangeiros - Joaquim Miranda


Jeitinho brasileiro para não revalidação de diplomas  
Joaquim Miranda
13/05/2013

Em termos percentuais o Brasil tem hoje o menor índice de mestres e doutores que qualquer outra nação desenvolvida ou em desenvolvimento[1]. 
A depender da pequena elite cultural brasileira, detentora de títulos de mestre e doutor – conquistados em grande parte na Alemanha, Portugal e Espanha – a situação permanecerá assim por muito tempo ainda. Eis que tem se implantado a cultura da xenofobia em relação a qualquer título vindo de outro país, ao argumento de que o padrão acadêmico brasileiro seria inigualável por quem quer que fosse. Imaginem que a cada avanço da legislação brasileira os burocratas encontram um “jeitinho” de impedir ou pelo menos de dificultar a validade do título de novos doutores formados, a duras penas, no exterior.
O pressuposto, já de início, é de que qualquer universidade estrangeira não é séria. Quem sai do Brasil para cursar qualquer pós-graduação no estrangeiro está em busca de turismo e diploma fácil. É como se no estrangeiro existisse uma grande feira de diplomas a venda – “pagou pegou”.
O preconceito (reserva de mercado?) tem levado ao declarado descumprimento da lei. A LDB assinala (art. 48 §3º) que os diplomas de mestre e doutor obtidos no estrangeiro devem ser revalidados por instituições brasileiras. Os ilustres doutores tem encontrado uma forma de dificultar. Em algumas universidades optam simplesmente por desatender ao mandamento legal e dizer delicada e francamente “não estamos revalidando diplomas estrangeiros!” – isso é inconstitucional, conquanto a questão do reconhecimento dos graus e dos títulos acadêmicos alcança direitos sociais fundamentais – educação e trabalho, de significativa parte dos profissionais de ensino brasileiro, e não pode ser negada arbitrariamente. Não há falar em ausência de normas, conquanto no subitem 2.3.1 do artigo 45º do Parecer CNE/CES 199/2002 o Ministério da Educação prevê, literalmente:
Quanto a este último segmento, observa-se que, no Brasil, de acordo com o disposto no art. 53, VI e VII, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as universidades, públicas federais, estaduais, municipais e privadas já têm competência para conferir graus, diplomas e outros títulos, firmar convênios com instituições estrangeiras, independentemente de homologação por autoridade superior .
Em outras universidades, para não dizer que estão totalmente fechados, abrem um curto período (às vezes 15 dias por ano) para recepção de títulos estrangeiros para uma demorada e burocrática apreciação. E o que dizer da análise dos diplomas estrangeiros? Uma distinta universidade do sul do país chegou a negar revalidação de um diploma argentino ao argumento (risível) de que a universidade emissora do título não era famosa! Nenhuma argumentação em torno da qualidade do corpo docente. Nenhum comentário sobre o programa do curso. Nenhum comentário sobre a qualidade da tese e sua significativa contribuição para a comunidade científica. A obrigação parece ser simplesmente a de construir argumentos para rejeitar a revalidação. A qualquer preço.
Inconformados com a situação muitos juristas sérios tem se mobilizado, Brasil afora, no sentido de se conseguir legislação estadual e municipal garantidora de que, no respectivo espaço político os títulos de pós-graduação advindos de instituições previamente cadastradas possam ser tidos como válidos para fins acadêmicos, nos estritos termos do previsto no Decreto Presidencial 5.518/05 – absolutamente constitucional a iniciativa, portanto, e harmônica com as leis federais.
Sobre a constitucionalidade da iniciativa. Muito embora a Constituição da República preveja, no artigo 22, XXIV, que a União detém competência privativa para traçar bases e diretrizes de conteúdo geral e aplicabilidade nacional, está muito claro no artigo 24, IX, da mesma Constituição, que os Estados e o Distrito Federal detêm competência concorrente para legislar em matéria de execução de normas locais (v.g. aceitação automática de um diploma estrangeiro no Estado) obedecida a especificidade de cada ente federativo. Precedente: STF, ADI 3669.3.
A crítica mais incisiva tem se dado em relação aos diplomas de origem argentina. A maioria dos que criticam desconhecem a tradição cultural do povo argentino, em cuja capital acredita-se ter mais livrarias que no Brasil inteiro. Critica-se, mas sequer sabem como funciona o sistema. Diferentemente do que se passa em muitas universidades brasileiras, onde o doutorando é quem dá aulas e o professor passa a ser um mero expectador, em Buenos Aires as aulas são efetivas, as pesquisas de campo são assistidas, o relacionamento de orientando-orientador é um comprometimento sério e permanente. Basta buscar a produção bibliográfica resultante das teses ali produzidas. Contra os fatos não há argumentos!
É evidente que, assim como no Brasil[2], a maior parte dos que iniciam o doutorado não o concluem. Existem sim, os que se dedicam ao turismo e ao vinho argentino, mas o descompromisso de alguns não pode macular a imagem e a honra de muita gente séria[3] que enfrenta o empreendimento a um elevado custo – viagens, hotéis, alimentação, mensalidades escolares, a ausência do lar, etc.,
Porque existem mais brasileiros cursando doutorado em Direito na Argentina do que no Brasil? A resposta é simples: Basta indagar quantas vagas em doutorados em nossas universidades são oferecidas para os mais de 3 milhões de bacharéis em Direito que temos em nosso país. Uma grande universidade federal do sudeste recentemente abriu edital com a oferta de 4 vagas! Ora, porque não se abrem vagas nos mestrados e doutorados do Brasil, se a demanda reprimida é tão grande? Não seria por acaso alguma dose de ciúme, de egoísmo, de “proteção de mercado” para evitar a multiplicidade de profissionais habilitados nas áreas do conhecimento científico?
Na Universidade de Buenos Aires, UBA, os alunos brasileiros assentam-se ao lado dos alunos argentinos – e chilenos, venezuelanos, portugueses, etc. De vinte nacionalidades ao todo. Ali se submetem às mesmas exigências e recebem aulas com ilustres professores doutores brasileiros e argentinos – pessoas de caráter ilibado e conhecimento científico inquestionável. Refiro-me a Flávia Piovesan, a José Luiz Quadros Magalhães, a Paulo Busato, a Antonio Carlos Wolkmer, a Eugénio Raúl Zaffaroni, a Carlos Maria Cárcova, Ricardo Rabinovich-Berkman, dentre outros[4].
No afã de denegrir o desconhecido, lançam-se mão de dados falaciosos e informações desencontradas. 
case “Museo Social”. A Universidad Del Museo Social, possui cerca de 500 brasileiros matriculados no seu doutorado. Criada há mais de um século, sob inspiração do “Musée Social de Paris”, é berço de ilustres personalidades. Possui nos seus quadros 98 (sim, a relação nominal enumera noventa e oito professores!) todos aptos a orientar os doutorandos. E mais, não se admite que um doutor oriente mais do que 5 doutorandos. Os dados estão disponíveis na CONEAU. Há quem não interessa investigar. Fala-se sem conhecimento!
Nenhum doutorado da Argentina dura menos que 4 ou 5 anos e a carga horária de aulas presenciais nunca é inferior às exigências da CAPES – 360 horas! Sem contar as horas de pesquisa e tutoria.
Claro, essas 360 horas de aula costumam ser dividias em quatro encontros de 15 dias. Um a cada semestre. Durante o período de permanência no Brasil, o doutorando se dedicará à leitura, deve atender a rigorosas exigências de produção de “papers” – dezenas de pesquisas e investigações, geralmente orientadas. Além do convívio acadêmico exige-se leitura, reflexão e produção acadêmica. Artigos e livros devem ser publicados para qualificação e depósito do projeto de tese. Não existem facilidades ou favorecimentos. O caráter objetivo é observado em tudo. Não é à toa que um pequeno número logra defender uma tese com sucesso na Argentina. Após 10 anos de atividades acadêmicas de brasileiros na Argentina, acredita-se que até hoje o número total de doutores brasileiros com teses defendidas naquele país não ultrapasse a casa dos cem.
Como os brasileiros se inscrevem. Considerada a inviabilidade das universidades argentinas estabelecerem escritórios próprios no Brasil, optou-se por credenciar representações: escolas e instituições brasileiras que deverão selecionar os alunos, recepcionar e validar a documentação, receber e repassar para a Argentina os valores das mensalidades e estabelecer um verdadeiro intercâmbio entre o aluno e a universidade. Nesse contexto se destaca a Escola Superior de Justiça, que possui um departamento acadêmico com quatro pessoas aptas a orientar o doutorando durante todo o tempo – aquisição de obras raras, instruções sobre pesquisas de campo, ajuda na elaboração do projeto de tese, na escolha do tema de tese, etc. é o seu forte.
Os preços são módicos. Inferiores a 50% do que se cobra, comumente, por curso equivalente no Brasil. Claro que além do valor que é pago para as universidades – em média 10 mil dólares, o doutorando terá que arcar com os custos ordinários com livros, viagens[5] e estada na Argentina.
As exigências da CONEAU, órgão argentino similar à CAPES e que tem promovido repetidas reuniões com esta para padronização de ensino, são extremamente rigorosas. Não deixa nada a desejar em relação ao padrão brasileiro. Supera-o em muitos casos. Só na última convocatória, encerrada na virada do último ano, 5 ou 6 universidades perderam o seu credenciamento. Entre estas uma que recebe brasileiros, a “Museu Social” foi desclassificada em um primeiro momento, por apresentar baixo número de egressos em relação aos ingressantes, mas a decisão da CONEAU – que sequer foi divulgada ao público, ainda não é definitiva, conquanto está pendente de recurso administrativo no próprio órgão. Evidente que se esgotadas as instâncias administrativas ainda se pode contar com o Poder Judiciário[6], pois o índice de diplomados ali não destoa da média mundial.
A questão da reciprocidade. Um doutor formado no Brasil é doutor em Portugal, na Argentina e outras partes do mundo. A comunidade científica respeita, geralmente, a autonomia didático-científica das universidades e mediante um procedimento simplificado de equivalência reconhecem o grau acadêmico. No Brasil, em muitas paragens, ainda vivemos verdadeira ditadura universitária. Mesmo o Decreto Presidencial 5.518/05 prevendo explicitamente que títulos do Mercosul tem validade automática no Brasil, é comum a negativa desta possibilidade. E o pior: eventualmente o doutor brasileiro formado na Argentina pede a revalidação do seu diploma e aí além da documentação formal[7] exigem cópias de passagens aéreas, notas de hotéis, tickets de restaurantes e outros e ao final negam o pedido de revalidação ou simplesmente o “arquivam” e não se manifestam. Ainda bem que o Judiciário brasileiro está atento. Nos Recursos Especiais 1.182.993/PR e 971.962/RS, restou assegurado que os títulos do Mercosul são passíveis de revalidação e recusas injustificadas não deverão ser toleradas. É de se destacar, todavia, que em outras ocasiões, como no julgamento dos Embargos Infringentes nº 2008.70.00.009800-1/PR, o Judiciário garantiu que “é possível o registro de título de curso de doutorado apenas para fins de docência de forma automática, sendo desnecessário o processo de revalidação, imprescindível apenas a comprovação do depósito de ratificação expressa pelos países participantes do Acordo Internacional”. Raciocínio semelhante pode ser extraído das decisões dos feitos ordinários nº 2007.70.00.018550-1/PR ou nº: 2001.38.00.014426-6[8], confirmado em segunda instância.
Não é sem motivo que a Desembargadora Federal Marga Inge Barth Tessler lembra[9] que “o disposto no artigo 207 da Constituição Federal de 1988 de que as ‘universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial’, não tem a abrangência pretendida pela agravante e deve ser interpretada em consonância com o disposto no artigo 209 da Carta Política. Autonomia não se confunde com ausência de limites”[10].
Não se pode estereotipar. Julgar a qualidade do ensino argentino e das centenárias universidades daquele país com base no rendimento de um ou outro brasileiro que terá ido lá e fracassado, é partir do varejo em direção ao atacado. É um retrocesso. Estudantes com rendimento pífio existem na Argentina, no Brasil e em qualquer parte do mundo. Isso não pode desqualificar os festejados programas de doutorado da Argentina, que, sem preconceito e nos moldes europeus abrem[11] as portas para os brasileiros.
Não somos a favor de reconhecimentos indiscriminados. A instituição há que ser séria, credenciada por órgão similar à CAPES, as exigências mínimas dos cursos brasileiros devem ser observadas – número de horas, qualificação do corpo docente, substância da tese, etc. e os diplomas – por óbvio, devem ter plena validade no país de origem. Não podemos é, em nome de um discurso puritano de reserva de mercado, dizermos que queremos o aperfeiçoamento cultural da nossa gente e dar um tiro no pé, incentivando as universidades brasileiras a negar revalidação a valiosos títulos de universidades estrangeiras, em franco descumprimento da lei. Isto é ilegal. Seguramente, não é isso que o Brasil quer. Atitudes mesquinhas e egoísticas não são um exemplo recomendável para os jovens estudantes. Respeitemos o MEC, a Capes e, acima de tudo, a soberania da vontade popular representada pela Lei.
O caminho para enfrentarmos estas ansiedades e incongruências passa pelo reafirmar dos compromissos da universidade com os temas da excelência acadêmica e pelo desejo sincero e despretensioso, do aperfeiçoamento educacional e cultural de nossa gente, pelo respeito ao outro, sem preconceitos, pela valorização dos direitos humanos, pelo cumprimento da lei, pela aceitação da globalização e pela democratização e internacionalização do conhecimento, superando a antinomia do privado ante o universal.
Respeitemos o MEC, a Capes e, acima de tudo, a soberania da vontade popular representada pela Lei.
O caminho para enfrentarmos estas ansiedades e incongruências passa pelo reafirmar dos compromissos da universidade com os temas da excelência acadêmica e pelo desejo sincero e despretensioso, do aperfeiçoamento educacional e cultural de nossa gente, pelo respeito ao outro, sem preconceitos, pela valorização dos direitos humanos, pelo cumprimento da lei, pela aceitação da globalização e pela democratização e internacionalização do conhecimento, superando a antinomia do privado ante o universal.


(*) Joaquim Miranda é Promotor de Justiça em Minas Gerais. É mestre, doutor e pós-doutorando em Direito.



[1] Até mesmo a Argentina, que tem um quinto da população da brasileira, tem maior quantidade de doutores que o Brasil. Não é sem causa que os cientistas argentinos já conquistaram cinco prêmios nobéis e o Brasil nenhum.
[2] Não faz muito tempo a CAPES divulgou que apenas 5% dos que iniciam um doutorado no Brasil o concluem.
[3] Entre os alunos do sistema intensivo argentino contam-se vários ministros do STJ; inúmeros Procuradores da República – chegando até a sub-procuradoria-geral; advogados conceituados; juízes e membros do Ministério Público das mais diversas origens, professores renomados e outros nem tanto.
[4] Se caminhamos um pouco mais podemos ter aulas na Argentina com Juan Carlos Alby, Ricardo Ballestra, Aníbal Fornari, Luis Maria Desimoni, Rodolfo Luis Vigo, Adalberto Agozino, Luis Niel Puig, Jorge Mosset Iturraspe, dentre outros – professores mundialmente conhecidos, alguns com mais de 70 obras escritas.
[5] Pelo menos 5 viagens. Geralmente mais.
[6] Ao contrário do que alguém supôs e afirmou recentemente, o caso “Museo Social” não foi judicializado.
[7] Cópia do diploma e da tese, cópia do programa das disciplinas, da ata de defesa de tese, do currículo dos professores, o trâmite consular e ministerial de todos os papéis, etc.
[8] Decis. na Medida Cautelar na RcL 2240 MG, julg. 3/04/03 e publicada no DJ 10/04/2003 pp.00037. Sobre o mesmo tema o Ministro Celso de Mello, relator, discordando da absurda e arbitrária posição da universidade assinala:
Eis que embora revestido de poder discricionário, não pode o órgão administrativo a quem compete o mister de avaliar e revalidar o título acadêmico, agir com arbítrio, sendo certo que a rejeição do mesmo há de se fazer com base em motivação sólida, para que se propicie ao poder competente a análise da sua legalidade, já que nenhuma restrição de direito se sustenta, se inexistente lei que a referende.
(…)
Ademais, o objeto do Protocolo Internacional a que aderiu o Brasil, não é outro que não o fomento ao maior desenvolvimento da Educação e Pesquisa nos Países signatários, através da integração e interação de seus organismos”.
[9] Vide artigo apresentado pela Desembargadora ao Seminário sobre Direito da Educação, promovido pelo Conselho da Justiça Federal – CJF, Brasília. Disponível emconline1.cjf.jus.br/phpdoc/pages/sen/…/textos…/marga_inge1.doc . Consulta em 20 de junho de 2012.
[10] Vide, neste exato sentido, os seguintes acórdãos: AI nº 2002.04.01.056050-3/PR (Ação Civil Pública), TRF-4ª Região, 3ª Turma, Relª Desª Marga Inge Barth Tessler, julg. em 11.02.2003, DJU de 02.04.2003, p. 665-666. Ação Ordinária nº 2002.70.00.035480-5/PR e Ação Civil Pública nº 2002.70.00.073937-5/PR.
[11] As universidades argentinas, seguindo a tendência europeia – e já adotada recentemente pela USP, UNICAMP, UFSC, pelas PUCs e mais recentemente pela UFMG, dentre outras) admite graduados diretamente para o doutorado – sem mestrado. Entendem que as propostas são distintas e interdependentes.

A China perdeu a paciencia com seu enfant terrible? - Financial Times


China banks rein in support for North Korea
By Simon Rabinovitch in Dandong, China
Financial Times, 14/05/2013

Top Chinese banks have halted most dealings with North Korea, an unprecedented move to use financial leverage against Pyongyang that reflects Beijing’s exasperation with Kim Jong-eun’s regime.
The Chinese financial blockade against North Korea goes beyond what Beijing had agreed to implement in UN resolutions, with several leading banks saying they have stopped all cross-border cash transfers, regardless of the nature of the business. A UN resolution this year only called for sanctions in cases where money might contribute to North Korea’s nuclear and ballistic missile programmes.
Nevertheless, the blockade is far from watertight. A smaller bank based in northeastern China across the border from North Korea said it was still handling large-scale cross-border transfers, an indication that Beijing is not willing to entirely cut off North Korea.
China is overwhelmingly North Korea’s most important economic partner. Trade between the two countries has grown rapidly in recent years, providing a vital cash lifeline to the isolated, impoverished state.
But diplomatic relations between the two neighbours have suffered over the past year. Mr Kim has yet to visit China since taking power at the end of 2011 and has rebuffed Chinese entreaties to refrain from nuclear bomb and missile tests.
Concerned about the consequences for regional security and also angered by Mr Kim’s disregard for China, Beijing has started to use the financial sanctions to ratchet up the pressure on North Korea.
Industrial and Commercial Bank of ChinaChina Construction Bank and Agricultural Bank of China – China’s three biggest banks – said they had suspended all financial dealings with North Korea.
“CCB strictly adheres to all decisions taken by Chinese regulators and the UN Security Council,” CCB said. “At present, CCB has no business contact whatsoever with North Korean banks and all representative accounts [of North Korean] banks are closed.”
Bank of China, the country’s primary institution for foreign exchange transactions, said last week that it had closed the account of Foreign Trade Bank, North Korea’s main foreign exchange bank. However, asked whether it had also frozen other financial dealings with North Korea, Bank of China declined to comment.
Cai Jian, an expert on North Korea at Shanghai’s Fudan University, said it appeared to be the first time that Chinese banks had taken such co-ordinated action against Pyongyang.
“Previously even when China signed on to sanctions against North Korea, there was still a lot of economic activity between our two countries,” he said. “This time, I think, China’s banks received orders from the government to cut ties.”
Among China’s smaller banks, the picture is more mixed. A manager at the Bank of Dalian branch in Dandong on the border with North Korea said transfers to the country were still possible. “As long as the company is doing normal trade, not sensitive goods like arms, we can process the transfer,” he said.
China is estimated to account for nearly 90 per cent of North Korea’s overall exports and imports, but North Korea accounts for less than 0.2 per cent of China’s exports and imports. The bank sanctions threaten to undermine the financial architecture that keeps goods moving between the two countries.
Additional reporting by Emma Dong
Copyright The Financial Times Limited 2013. You may share using our article tools.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Entre o conformismo e a lucidez - Rodrigo Constantino


Eu provavelmente não me disponho a ler o livro, ou a escutar músicas desse artista, mas acredito que ele tem a cabeça no lugar ao romper com a mesmice do adesismo idiota e criticar os politicamente corretos.
Paulo Roberto de Almeida 

Mais Lobão e menos Chico Buarque
Rodrigo Constantino
O Globo, 14/05/2013

A bundamolice comportamental, a flacidez filosófica e a mediocridade nacionalista se espraiam hegemônicas. Todo mundo aqui almeja ser funcionário público, militante de partido, intelectual subvencionado pelo governo ou celebridade de televisão, amigo. É o músico Lobão com livro novo na área. Trata-se de Manifesto do Nada na Terra do Nunca, e sua metralhadora giratória não poupa quase ninguém.
Polêmico, sim. Irreverente, sem dúvida. Mas necessário. As críticas de Lobão merecem ser debatidas com atenção e, de preferência, isenção. O próprio cantor sabia que a patrulha de esquerda viria com tudo. Não deu outra: fizeram o que sabem fazer, que é desqualificar o mensageiro com ataques pessoais chulos, com rótulos como reacionário ou roqueiro decadente. Fogem do debate.
Lobão tem coragem de remar contra a maré vermelha, ao contrário da esquerda caviar, a turma radical chic descrita por Tom Wolfe, que vive em coberturas caríssimas, enxerga-se como moralmente superior, e defende o que há de pior na humanidade. No tempo de Wolfe eram os criminosos racistas dos Panteras Negras os alvos de elogios; hoje são os invasores do MST, os corruptos do PT ou ditadores sanguinários comunistas.
O roqueiro rejeita essa típica visão brasileira de vitimização das minorias, de culpar o sistema por crimes individuais, de olhar para o governo como um messias salvador para todos os males. A ideia romântica do Bom Selvagem de Rousseau, tão encantadora para uma elite culpada, é totalmente rechaçada por Lobão.
Compare isso às letras de Chico Buarque, ícone dessa esquerda festiva, sempre enaltecendo os humildes: o pivete, a prostituta, os sem-terra. A retórica sensacionalista, a preocupação com a imagem perante o grande público, a sensação de pertencer ao seleto grupo da Beautiful People são mais importantes, para essas pessoas, do que os resultados concretos de suas ideias.
Vide Cuba. Como alguém ainda pode elogiar a mais longa e assassina ditadura do continente, que espalhou apenas miséria, sangue e escravidão pela ilha caribenha? Lobão, sem medo de ofender os intelectuais influentes, coloca os pingos nos is e chama Che Guevara pelos nomes adequados: facínora, racista, homofóbico e psicopata. Quem pode negar? Ninguém. Por isso preferem desqualificar quem diz a verdade.
Lobão, que já foi cabo eleitoral do PT, não esconde seu passado negro, não opta pelo silêncio constrangedor após o mensalão e tantos outros escândalos. Prefere assumir sua imbecilidade, como ele mesmo diz, e mudar. A fraude que é o PT, outrora visto como bastião da ética por muitos ingênuos, já ficou evidente demais para ser ignorada ou negada. Compare essa postura com a cumplicidade dos intelectuais e artistas, cuja indignação sempre foi bastante seletiva.
Outra área sensível ao autor é a Lei Rouanet, totalmente deturpada. Se a intenção era ajudar gente no começo da carreira, hoje ela se transformou em bolsa artista para músicos já famosos e estabelecidos, muitos engajados na política. Lobão relata que recusou um projeto aprovado para uma turnê sua, pois ele já é conhecido e não precisava da ajuda do governo. Compare isso aos ícones da MPB que recebem polpudas verbas estatais, ou que colocam parentes em ministérios, em uma nefasta simbiose prejudicial à independência artística.
O nacionalismo, o ufanismo boboca, que une gente da direita e da esquerda no Brasil, também é duramente condenado pelo escritor. Quem pode esquecer a patética passeata contra a guitarra elétrica que os dinossauros da MPB realizaram no passado? Complexo de vira-latas, que baba de inveja do império estadunidense. Dessa patologia antiamericana, tão comum na classe artística nacional, Lobão não sofre. O rock, tal como o conhecimento, é universal. Multiculturalismo é coisa de segregacionista arrogante.
No país do carnaval, futebol e novelas, onde reina a paralisia cerebral, a mesmice, o conformismo com a mediocridade, a voz rebelde de Lobão é uma rajada de ar fresco que respiramos na asfixia do politicamente correto, sob a patrulha de esquerdistas que idolatram Chico Buarque e companhia não só pela música.
Em um país de sonâmbulos, anestesiados com uma prosperidade ilusória e insustentável; em um país repleto de gente em busca de esmolas e privilégios estatais; em um país sem oposição, onde até mesmo Guilherme Afif Domingos, que já foi ícone da alternativa liberal, rendeu-se aos encantos do poder; o protesto de Lobão é mais do que bem-vindo: ele é necessário. Precisamos de mais Lobão, e menos Chico Buarque.

Inflacao ou desvalorizacao dos doutorados Honoris Causae?

As universidades em geral, as latino-americanas em particular, estão vivendo a mediocridade ambiente e alimentando o populismo reinante em seus respectivos establishments políticos.
Quando doutorados honoris causa são distribuídos a go-go, às pencas, sem qualquer critério de qualidade e excelência acadêmica, apenas e tão somente, pura e simplesmente, por razões da mais baixa política, podemos ter certeza de uma coisa: essas universidades estão caminhando aceleradamente para a mediocridade acadêmica e a mais explícita demagogia sectária.
Que vergonha deve sentir algum cientista famoso, que passou a vida em laboratórios, lutando para fazer alguma grande contribuição para a humanidade, ao ver que um político mentiroso recebe, não um ou dois, mas oito doutorados HC juntos?
Está na hora de devolver o seu, e pedir para não se juntar aos novos recipiendários em qualquer cerimônia oficial.
A América Latina confirma suas piores expectativas...
Paulo Roberto de Almeida


Lula receberá homenagens de oito universidades em visita à Argentina
Além de receber títulos de doutor honoris causa, ex-presidente também fará visita à Cristina Kirchner

O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá na próxima quinta-feira (16/05), em Buenos Aires, com a chefe de Estado argentina, Cristina Kirchner e, no dia seguinte, receberá título de Doutor Honoris Causa de oito universidade do país.

Na quinta-feira, na Argentina, às 18h30, Lula participará em Buenos Aires da inauguração da UMET (Universidade Metropolitana do Trabalho), junto com Cristina.  Na manhã do mesmo dia, em Mendoza (oeste do país), o ex-presidente fará uma palestra em evento da multinacional Telefônica.

Na sexta-feira, às 10h30, o chefe de Estado brasileiro receberá, no Senado argentino, títulos de doutor Honoris Causa de oito instituições de ensino superior no país: Universidad Nacional de Cuyo; Universidad Nacional de San Juan; Universidad Nacional de Córdoba; Universidad Nacional de La Plata; Universidad Nacional de Tres de Febrero; Universidad Nacional de Lanús; Universidad Nacional de San Martín; e Flacso (Facultad Latino-americana de Ciencias Sociales).

Durante seus dois mandatos consecutivos (2003-2007 e 2007-2011), Lula incentivou as relações entre Brasil e Argentina e desenvolveu uma grande amizade com o ex-presidente Néstor Kirchner, morto em 2010, ex-marido e antecessor de Cristina.
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Paulo Roberto de Almeida

Kirchner pediu a empresários que comprassem veículos de imprensa

Afirmação foi feita por Miriam Quiroga, ex-secretária e amante do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, em depoimento à Justiça nesta terça-feira

Miriam Quiroga
Miriam Quiroga (Reprodução)
A ex-secretária e amante de Néstor Kirchner, Miriam Quiroga, disse à Justiça argentina nesta terça-feira que ouviu o ex-chefe pedir a seus colaboradores que comprassem veículos de comunicação. Miriam compareceu a um tribunal em Buenos Aires escoltada por policiais e prestou depoimento por mais de quatro horas. Ela afirmou ter presenciado uma reunião de Kirchner com os empresários kirchneristas Cristóbal López e Rudy Ulloa Igor - que foi motorista do presidente antes de se tornar empresário. No encontro, Néstor Kirchner pediu claramente aos colaboradores: “comprem veículos”, contou. 
Segundo o jornal Clarín, a ex-secretária mencionou reuniões do ex-presidente com outros dois empresários aliados, Lázaro Báez e Enrique Eskenazi, ex-dono da petrolífera YPF. Também prometeu entregar "agendas e cd’s" que comprovam as informações. Miriam virou testemunha na investigação sobre uma possível associação ilícita entre empresários e funcionários do governo, depois de uma entrevista concedida ao programa Periodismo para Todos (Jornalismo para Todos) - um dos poucos programas da TV aberta na Argentina que ainda ousam informar a população sobre as irregularidades do governo.
No programa, ela contou que, quando trabalhava na Casa Rosada, via o presidente receber sacolas de dinheiro oriundo de operações ilegais. Segundo ela, Cristina Kirchner "sabia de tudo". Citando fontes judiciais, o Clarín informou que este tema não foi abordado na audiência desta terça, porque é objeto de outro processo. 
Lázarogate - Báez, pivô do escândalo apelidado de “Lázarogate”, compareceu inesperadamente à justiça em Santa Cruz nesta terça para rejeitar as acusações contra ele. “Como pessoa de bem que sou, vim da forma mais enérgica rejeitar essas afirmações”, disse. “Visto que minha honestidade, minha conduta empresarial e minhas relações foram colocadas em dúvida, venho me colocar à disposição desta jurisdição para poder dar explicações que possam esclarecer de uma vez por todas que eu não participei da realização de qualquer ato fora da lei”.
Lázaro Báez, sócio do casal Kirchner em negócios imobiliários e dono de uma empreiteira que realizava obras públicas em Santa Cruz, província que é reduto político dos Kirchner, é acusado de lavagem de dinheiro, superfaturamento de obras públicas e evasão de divisas.

Politica economica no Brasil: relaxe e... deixe deteriorar - Celso Ming

Rédeas frouxas

14 de maio de 2013 | 2h 04
Celso Ming - O Estado de S.Paulo
 
É cada vez mais provável que o governo federal desista de uma vez da austeridade das contas públicas a que se comprometeu.
Até agora, o governo vinha garantindo que observaria o superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) da ordem de 3,1% do PIB (cerca de R$ 156 bilhões). Mas o secretário do Tesouro, Arno Augustin, já passou o recado de que o governo pretende gastar mais e, nessas condições, desistir, ao menos provisoriamente, desse superávit.
Já no ano passado, os tais 3,1% do PIB passaram por manobras contábeis esquisitas que, na prática, baixaram o superávit para 2,4% do PIB. Preocupado com a paradeira da economia, a decisão de sacrificar a austeridade parece irremediavelmente tomada.
Trata-se de grave erro, por duas razões. Primeira, porque o diagnóstico do governo está equivocado e o problema que procura resolver com mão mais solta deve se agravar. Segunda, porque a deterioração fiscal tira capacidade do governo de fazer políticas. Mas isso precisa de mais explicação.
O diagnóstico da área econômica é de que há falta de demanda por bens e serviços, que deve ser atacada com estímulos ao consumo. Essa percepção está errada, o consumo está forte. As vendas ao varejo avançam à velocidade de 7% ao ano, o mercado de trabalho aquecido assegura reajustes de salário acima de sua produtividade e o crédito cresce a 17% ao ano.
É a oferta que não acompanha a demanda - e não o contrário -, porque o sistema produtivo vai perdendo competitividade. O resultado é o aumento da inflação e das importações. Quer dizer, a elevação das despesas públicas não acaba com a distorção.
Esse ponto de vista equivocado é reforçado por um keynesianismo torto, que busca destravar o sistema produtivo por meio da gastança. Lá no governo, eles preferem chamar de políticas anticíclicas.
Quanto mais frouxas forem as rédeas do governo, menos espaço passa a ter para outras políticas. Não dá para baixar os juros, porque a inflação não deixa. Não dá para desvalorizar a moeda (aumentar as cotações do dólar) para conferir mais competitividade à indústria, também porque a inflação não deixa. E não dá para incrementar os investimentos do setor público porque a expansão das despesas correntes (gastos de custeio) não deixa sobras (poupança).
Em outras palavras, em vez de tirar flexibilidade de ação, a condução equilibrada das contas públicas aumenta a força e a capacidade de realização do governo. Essa não é a única vantagem. Contas públicas equilibradas e baixo nível de endividamento dão previsibilidade à economia e estimulam investimentos privados.
Não é por acaso que, apesar dos reiterados apelos, o governo Dilma não vem sendo capaz de liberar o chamado espírito animal do empresário brasileiro, que o levaria a desengavetar projetos de expansão e de contratação de mão de obra.