O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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domingo, 28 de setembro de 2014

Geopolitica: Reagan ou Obama, quem enfrenta os maiores desafios? - TomFriedman

Para o colunista do NYT, é Obama, pois o Reagan "só" tinha um império decadente, mas com endereço e telefone, para derrotar. Obama, ao contrário, tem uma miríade de não-estados bandidos, pipocando aqui e ali.
Se eu quiser ajudar a Dilma a "dialogar" com o Estado Islâmico, eu telefono para quem, para onde?
Pois é...
Paulo Roberto de Almeida 

Who Had It Easier, Reagan or Obama?


Thomas L. Friedman
OVER the past few weeks I’ve been reading Ken Adelman’s fascinating history “Reagan at Reykjavik: Forty-Eight Hours That Ended the Cold War.” Adelman, who led Reagan’s arms control agency, was an adviser at Reagan’s 1986 Iceland summit meeting with Soviet President Mikhail Gorbachev. Using some newly declassified documents, Adelman fills out the extraordinary dialogue between the two leaders that set in motion a dramatic cut in nuclear arms.
You learn a lot about Reagan’s leadership in the book. For me, the most impressive thing was not Reagan’s attachment to his “Star Wars” strategic defense initiative, which is overrated in ending the Cold War. What is most impressive about Reagan is that he grasped that Gorbachev was a radically different kind of Soviet leader — one with whom he could make history — long before his intelligence community did. That made a big difference.
These days there is a lot of “if-only-Obama-could-lead-like-Reagan” talk by conservatives. I’ll leave it to historians to figure out years from now who was the better president. But what I’d argue is this: In several critical areas, Reagan had a much easier world to lead in than Obama does now.
“Easier world, are you kidding?” say conservatives. “Reagan was up against a Communist superpower that had thousands of nuclear missiles aimed at us! How can you say that?”
Here’s how: The defining struggle in Reagan’s day was the Cold War, and the defining feature of the Cold War was that it was a war between two differentsystems of order: Communism versus democratic capitalism. But both systems competed to build order — to reinforce weak states around the world with military and economic aid and win their support in the Cold War. And when either Moscow or Washington telephoned another state around the world, there was almost always someone to answer the phone. They even ensured that their proxy wars — like Vietnam and Afghanistan — were relatively contained.
Obama’s world is different. It is increasingly divided by regions of order and regions of disorder, where there is no one to answer the phone, and the main competition is not between two organized superpowers but between a superpower and many superempowered angry men. On 9/11, we were attacked, and badly hurt, by a person: Osama bin Laden, and his superempowered gang. When superempowered angry men have more open space within which to operate, and more powerful weapons and communication tools, just one needle in a haystack can hurt us.
Most important, Reagan’s chief rival, Gorbachev, won the Nobel Peace Prize in 1990 for doing something he never wanted to do: peacefully letting go of Eastern Europe. Obama’s foes, like the Islamic State, will never win the Nobel Peace Prize. Reagan could comfortably challenge Gorbachev in Berlin to “tear down this wall” because on the other side of that wall was a bad system — Communism — that was suppressing a civilization in Eastern and Central Europe, and part of Russia, that was naturally and historically inclined toward democratic capitalism. And there were leaders there — like Lech Walesa, another Nobel Peace Prize winner — to lead the transition. We just needed to help remove the bad system and step aside.
“The countries of Eastern and Central Europe were forcibly part of a Communist empire but culturally were always part of Western civilization,” explained Michael Mandelbaum, the Johns Hopkins University foreign policy specialist and author of “The Road to Global Prosperity.” “They never saw themselves as Communist, but rather as Westerners who had been kidnapped.” After Gorbachev, under pressure from Reagan and the West, released them, “they ran as fast as they could to embrace Western institutions.”
In the Middle East, which has consumed so much of Obama’s energy, the people tore down their walls — their systems — but underneath was not a civilization with the suppressed experience, habits and aspirations of democracy and free markets. Instead it was a toxic mix of Islamism, tribalism, sectarianism and an inchoate aspiration for democracy.
Reagan’s leadership challenge was to bring down a wall and then reap the peace dividends by just letting nature take its course. Obama’s challenge is that on the other side of the wall that the Arabs took down lies the world’s biggest nation-building project, with a civilization that is traumatized, divided and often culturally hostile to Western values and institutions. It’s an enormous job that only the locals can lead.
The one time that Reagan faced the miniversion of Obama’s challenge was in Lebanon. After Israel toppled the Palestinian ministate there, Reagan hoped it would unleash a naturally democratic order, with just a little midwifing help from American Marines. But after 241 U.S. servicemen were blown up in Beirut in 1983, Reagan realized that the civilization there was a mix of Islamists, sectarian Christians, Syrians, Shiite militias, Palestinian refugees and democrats. It required a lot more than us just standing guard. It required nation-building. And what did Reagan do? He left.
I was there to wave goodbye to the last Marines on the beaches of Beirut.
So comparing Reagan with Obama in foreign policy is inevitable. But when you do, also compare their respective contexts. The difference is revealing.

Politica economica: o debate de qualidade - Blog do Mansueto Almeida




Bons artigos e entrevistas nos jornais

Que tal aproveitar o domingo para ter um bom choque de realidade? Os jornais de hoje trazem artigos muito bons de excelentes economistas que nas suas análises destacam os pontos certos dos nossos dilemas.
O primeiro artigo excepcional que recomendo são dos economistas e amigos Marcos Lisboa e Zeina Latif na Folha de São Paulo. Fazia tempo que não lia em um artigo tão curto as provocações corretas dos nossos dilemas que não estão sendo adequadamente discutidos no debate eleitoral (clique aqui).
Os autores advertem para a piora do cenário econômico, o que prejudica a sustentabilidade das conquistas sociais e mostram, corretamente, que o debate entre ideias não é devido a interesses contrariados mas sim “sobre a eficácia da política econômica adotada a partir de 2009, que resultou na estagnação, comprometendo a agenda social iniciada há duas décadas”
O outro artigo no mesmo jornal é do meu amigo Samuel Pessôa mostrando o mesmo ciclo de politica econômica dos governos militares e dos governo civis. Como bem destaca Samuel, não está em debate a politica social nem o tamanho do estado que é determinado pela rede de assistência social. Mas sim a politica econômica intervencionista que desde 2008 lembra muito a política econômica do ex-presidente Geisel (clique aqui para ler o artigo).
O terceiro bom artigo é do economista Gustavo Franco no jornal o Estado de São Paulo (clique aqui) que mostra de forma elegante como sempre os fatores por trás do crescimento do Brasil no governo Lula e o que explica o crescimento da classe média: “Eis a mágica da classe média: demografia e crédito, com alguma ajuda do salário mínimo. Nada disso tem a ver com o bolsa família, que tem sua utilidade para o que se passa dois extratos mais para baixo, na região da pobreza.”
Gustavo adverte corretamente que tudo isso está em risco com os erros da política econômica do governo Dilma: “O maior dos equívocos é o de sempre: a desordem nas contas públicas. Diretamente, descontada a maquiagem, ou via bancos públicos ou obrigações não reconhecidas, a situação fiscal se tornou crítica, por simples opção ideológica.”
O quarto bom artigo deste domingo é do economista e amigo José Roberto Mendonça de Barros também no Estado de São Paulo (clique aqui) . O artigo é uma das mais competentes análises de conjuntura que li recentemente. Em especial quero destacar um trecho do artigo que mostra muito bem o fracasso da nossa política industrial:
“Há poucos dias a Inepar pediu recuperação judicial, da mesma forma que já haviam feito no passado a Lupatech e a Jaraguá, três dos maiores fornecedores nacionais de equipamentos da Petrobrás. É impossível não se perguntar que política industrial é essa – que acaba por arrasar tantas companhias – que se quer proteger. Esses três casos ilustram o que já se sabe: uma economia não para impunemente.”
Como corretamente adverte José Roberto Mendonça de Barros: “Como as autoridades insistem em dizer que estão a fazer tudo certinho, e que todos os nossos problemas decorrem da situação internacional, o cenário de reeleição é o de “mais do mesmo”, incluindo baixo investimento, inflação alta, desarranjo fiscal, juros elevados e expectativas ruins.” Assino em baixo.
Por fim, e para fechar as recomendações deste domingo, tem a excelente entrevista do economista Bernard Appy (clique aqui), do qual compartilho com praticamente 90% ou mais do que ele adverte. Em especial, prestem atenção na entrevista anexa quando Bernard Appy pede aos entrevistadores para explicar a dinâmica do crescimento do gasto público e a rigidez do gasto, o que impossibilita ajuste fiscal no curto prazo por meio de corte de despesas.
Leiam todos os artigos acima e reflitam. Os mesmos serão recorrentemente citados nas minhas análises ao longos das próximas semanas.

Bons artigos e entrevistas nos jornaiswp.me/pAMib-1cc 7 hours ago

Curriculo Lattes: verificando a producao - Paulo Roberto de Almeida

Acessando esta madrugada o site do CNPq para atualizar minha lista de publicações -- sim, tenho um novo livro na praça, The Drama of Brazilian Politics, que editei com meu amigo brazilianist Ted Goertzel, sobre o qual vou informar prontamente -- minha atenção foi despertada para as estatísticas do sistema Lattes. Eu já tinha visto antes, mas achava muito desformatado para usar. Continua sendo, mas salvei apenas a parte da produção bibliográfica linear (cronologicamente falha) como arquivo em pdf e depois fui conferir. Parece que tem um bocado de coisas, aliás algumas eu nem lembrava mais (e isso sem contar os inéditos e os working files).
Eu mesmo montei a tabela abaixo totalizando a produção (parcial, porque nunca tive paciência para colocar tudo o que escrevi e publiquei no Lattes, sobretudo coisas antigas, que não existem em formato digital, sem ISBN ou ISSN), e deu nisto:


Paulo Roberto de Almeida
Lista (parcial) da Produção Acadêmica registrada no sistema Lattes, até 28/09/2014
·       Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/9470963765065128
·       Última atualização do currículo em 28/09/2014

Resumo da Produção Bibliográfica:
1) Artigos completos publicados em periódicos:                   308
2) Livros publicados:                                                               22
3) Capítulos de livros publicados:                                          103
4) Livros organizados:                                                               8
5) Trabalhos publicados em anais de eventos (completos)    22
6) Artigos publicados em jornais de notícias                          15
7) Artigos em revistas (magazines)                                         54
8) Demais produções bibliográficas (prefácios de livros)       11

Quem desejar saber tudo o que já publiquei nessas categorias, pode acessar este link da plataforma Academia.edu.
Divirtam-se.
Paulo Roberto de Almeida

Educacao superior: universidades asiaticas comecam a se distinguir

Seria interessante saber como se colocam as universidades brasileiras, ou latino-americanas, nesse tipo de ranking. Ou será que elas sequer são consideradas por não estarem nessa liga de cachorros grandes? Por que será que eu nunca vejo referências aos nossos países nesse tipo de discussão?: educação, tecnologia, competitividade internacional?
Paulo Roberto de Almeida 

New Universities in Asia Outranking Young Colleges in the West


SINGAPORE — Young Asian universities are outdoing their young western counterparts in research and teaching, but established education powerhouses in the United States and Europe continue to dominate academia at the highest levels, according to the educational consulting firm Quacquarelli Symonds.
In the firm’s annual listing of the World’s Top 50 Universities under 50, published last week, the five top spots were taken by Asian universities. The list aims to rank the best universities established in the past half-century.
Nanyang Technological University in Singapore, second in the past two editions, overtook Hong Kong University of Science and Technology to secure the top spot. The Korea Advanced Institute of Science and Technology and Pohang University of Science and Technology, another Korean institution, were third and fourth, with City University of Hong Kong placed fifth.
The president of N.T.U., Bertil Andersson, says that Asian universities are slowly catching up on the more established institutions in the global charts. “This shows that Asia is set to become the future global powerhouse of higher education and research,” he said.
Still, in Quacquarelli Symonds’s overall World UniversityRankings released two weeks earlier, N.T.U. came in just 39th.
Of the top 10 in the overall World University Rankings, which aim to compare the best of the best, six were from the United States, including the Massachusetts Institute of Technology, which retained its top spot from last year. The other four were from Britain, including the University of Cambridge, in second, and Imperial College, London, in third.
No Asian universities made it into the top 20; National University of Singapore placed highest, at 22nd.
Quacquarelli Symonds, based in London, bases its assessments on several criteria. Research clout, employer reputation and academic reputation heavily weighted, which often benefit older and more established institutions.
Both lists reflect a focus on science, technology, engineering and math, exemplified by the top schools in each.
Another list, the World University Rankings published by Times Higher Education, will be released this week.

Corrupcao na Republica Sindical Companheira: apenas mais um exemplo

Um amigo, que foi funcionário do Banco Central, ao se aposentar, no início do governo Lula, foi trabalhar num dos fundos de pensão de uma das grandes estatais, apreciadas pelos companheiros sindicalistas, pelos milhões de reais de que dispunham. Seis meses depois, me confessou que estava desistindo e se mudando para SP porque já não aguentava mais as decisões erradas, contra seus conselhos técnicos, de natureza essencialmente financeira (com conhecimento dos mercados de capitais), que os diretores sindicais estavam adotando, "por pressão do Planalto" (disse-me ele), e que iriam redundar em perdas para o seu fundo.
Pois é, multipliquem isso "n" vezes desde que os ratos companheiros chegaram lá.
Todos os funcionários  desses fundos, ao se aposentarem, vão ter a má surpresa de descobrir que aqueles fabulosos recursos viraram pó nas mãos (e nos pés) dos companheiros da República Sindical Mafiosa em que se converteu o Brasil. E ainda vão querer que a viúva (ou seja todos nós) reponha as perdas das falcatruas cometidas por eles mesmos. Anotem o que eu escrevi. 
Paulo Roberto de Almeida 
Leonardo Souza e Mario Cesar Carvalho
Folha de S.Paulo, 28/09/2014

A Polícia Federal abriu mais uma frente de investigação na Operação Lava Jato para apurar se investimentos feitos por fundos de pensão de estatais em empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef foram negociados pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Dois fundos, o Petros, dos empregados da Petrobras, e o Postalis, dos Correios, aplicaram R$ 73 milhões e perderam praticamente todo o investimento. Vaccari nega ter participado desses negócios.

Segundo a polícia, parte do dinheiro foi para uma consultoria usada por Youssef para repassar propina de empreiteiras e fornecedores da Petrobras a políticos do PT e de outros partidos que apoiam o governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso. E-mails encontrados pela PF em computadores de pessoas ligadas a Youssef sugerem que Vaccari ajudou os operadores do doleiro a fazer contato com o Petros em 2012, quando o grupo tentava captar recursos para o Trendbank, empresa que administra fundos de investimento. Um desses fundos quebrou no fim do ano passado, deixando um rombo de cerca de R$ 400 milhões e causando prejuízos aos fundos de pensão e a outros investidores.
Segundo os e-mails, o elo entre Vaccari e Youssef era Enivaldo Quadrado, um operador do mercado financeiro que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ter distribuído dinheiro do mensalão no início do governo Lula e que mais tarde passou a trabalhar para o doleiro. Em fevereiro de 2012, um executivo do Trendbank, Pedro Torres, disse a Quadrado que precisava falar sobre o Petros. Três dias depois, Quadrado respondeu por e-mail: “Falei hoje com João Vaccari sobre Petros, vamos ter reunião com os caras dia 28/02″.
A PF interpretou a frase como uma conquista de Quadrado: “Vale ressaltar que houve tentativas por parte de Quadrado de trazer [...] outros fundos de previdência, entre eles [...] o Petros” para os investimentos do doleiro, diz um relatório. O Trendbank investiu boa parte do dinheiro que captou em papéis podres de empresas fantasmas ligadas a Youssef, apontado pela PF como chefe de um bilionário esquema de lavagem de dinheiro.
Essas empresas ofereciam como garantia aos investidores contratos de prestação de serviços com empreiteiras, mas a PF concluiu que tudo não passou de uma fraude. Duas dessas empresas, a Rock Star Marketing e a JSM Engenharia e Terraplenagem, que receberam mais de R$ 100 milhões dos recursos aplicados pelo Trendbank, repassaram ao menos RS$ 1,5 milhão em 2010 à MO Consultoria, firma controlada por Youssef. Segundo o Ministério Público Federal, os recursos repassados à MO eram propina, já que a empresa não prestava os serviços pelos quais recebia.

Corrupcao no Brasil: ou contra ou conivente; qual a sua posicao?

Confesso que nao entendo a posição de certas pessoas que, confrontadas com as denúncias de corrupção nas altas esferas do governo, ainda assim confirmam que vão votar na candidata da corrupção oficial e oficializada, sob pretexto de que são "mentiras da Veja" ou "tramoias da imprensa golpista". Acho que elas foram contaminadas pelos anos de propaganda mentirosa sobre os efeitos de uma coisa chamada "neoliberalismo" (onde?, no Brasil?).
Nessa questão, não existem dois lados: ou se quer um Brasil decente, ou se é conivente com os desmandos da máfia no poder. 
Leiam o Editorial do Estadão a respeito, com meus agradecimentos ao amigo e colega blogueiro, e de quilombo de resistência intelectual Orlando Tambosi. 
Paulo Roberto de Almeida 
Editorial do Estadão vai ao ponto: Dilma não tem credibilidade para falar em "combate à corrupção". O fato é que, antes dos governos petistas, nunca houve tanta corrupção. O petismo institucionalizou a roubalheira:

Nunca antes na história deste país se viu tanta corrupção no governo. O mensalão e o mais recente escândalo do desvio de dinheiro da Petrobrás para o bolso de políticos governistas, exemplos mais luzidios do mar de lama em que o Brasil oficial chafurda, dão a medida de até que ponto os 12 anos de governos do PT degradaram a moral pública. Enquanto isso, Dilma Rousseff proclama na ONU e na propaganda eleitoral os "valores" que transformaram o Brasil num mundo encantado, enfatizando "o combate sem tréguas à corrupção", mediante "o fim da impunidade com o fortalecimento das instituições que fiscalizam, investigam e punem atos de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros".
Punir a corrupção? Recorde-se a tentativa do PT de desclassificar como "manipulação política" a condenação, pelo STF, dos dirigentes do partido que urdiram e executaram o até então maior escândalo de corrupção no governo - a compra de apoio de parlamentares para a formação da "base aliada". Os maiorais petistas condenados por uma corte integrada em sua esmagadora maioria por ministros nomeados nos governos de Lula e de Dilma foram transformados pelo lulopetismo em injustiçados "guerreiros do povo brasileiro".
Já quanto ao "fortalecimento das instituições que fiscalizam, investigam e punem", trata-se de mentira ainda mais escandalosa, até por ser uma das mais insistentemente repetidas no ininterrupto discurso eleitoral do PT no poder.
Fiscalizar e investigar? Dilma declarou recentemente o que pensa: não é função da Imprensa investigar o governo, mas apenas divulgar notícias. Em outras palavras, só deve ser divulgada a notícia que chega pronta na mão do jornalista, não importa a credibilidade da fonte, pois, se tentar verificar se a fonte tem credibilidade, o jornalista já estará fazendo o que não pode: investigando. Depois Dilma tentou se explicar, dizendo que não era bem o que todo mundo havia entendido, mas já havia deixado clara uma de suas afinidades com a ditadura cubana e o bolivarianismo chavista.
No âmbito do poder público, investigação é o trabalho, por exemplo, da Controladoria-Geral da União, da Advocacia-Geral da União e do Ministério Público (MP). As duas primeiras estão vinculadas ao Poder Executivo. Mas o MP é constitucionalmente autônomo, ou seja, uma potencial fonte de aborrecimentos para o Poder Executivo, em particular quando resolve meter o bedelho em malfeitos dos poderosos de turno. Não é por outra razão que têm sido recorrentes no Congresso as tentativas de impor limitações constitucionais à atuação investigativa do Ministério Público.
Dilma tem repetido que em seu governo a Polícia Federal (PF) tem ampla autonomia para trabalhar. Mais do que isso, que se hoje é aparentemente muito grande o número de casos de corrupção que chegam ao conhecimento público é porque os governos petistas ampliaram os quadros, forneceram equipamentos e garantiram autonomia à PF para cumprir sua missão. Mais uma vez, há confusão.
De acordo com dados oficiais do Ministério do Planejamento, conforme informou o Estado dias atrás, está havendo uma redução do número de delegados, peritos, escrivães e agentes da Polícia Federal. Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais, há hoje cerca de 4 mil cargos vagos, quando o ideal seria triplicar o número de servidores da PF. O mesmo Ministério do Planejamento informou, depois, que, no mês passado, foram admitidos nos quadros da Polícia Federal 541 servidores - ou seja, pouco mais de 10% dos cargos que estariam vagos.
Investigação e fiscalização são frequentemente sinônimos. No âmbito do poder público - sem falar do Poder Legislativo, hoje de joelhos diante do Executivo -, o Tribunal de Contas da União (TCU), órgão auxiliar do Congresso Nacional, tem a responsabilidade constitucional de exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União. Mas durante seus governos Lula deixou bem claro o que pensa do TCU: só serve para criar obstáculos à execução dos projetos e programas oficiais.
Em resumo: o PT não gosta de ser fiscalizado e, muito menos, investigado. Qual a credibilidade de Dilma Rousseff, portanto, para falar em "combate sem tréguas à corrupção"?

Amazon.br: contra o mercado sovietico do livro no Brasil

Editoras, como as poucas redes de livrarias existentes no Brasil (e disso não escapam nem mesmo os sebos, reais ou virtuais), adoram um mercado soviético, ou seja, sem concorrência (e, no caso de todos eles, com os preços mais altos possíveis, em detrimento de leitores, compradores obrigados - livros didáticos - e simples consumidores).
Sobre isso acrescem os petralhas malucos, que queriam ainda dar mais empregos garantidos a seus militantes de nenhuma especializaçao cruando mais um cargo pomposo na estrutura do Ogro Famélico, o de "estimulador de leitura", a ser financiado com mais um imposto sobre a cadeia do livro, precisamente, como se esse fosse barato no Brasil. Se vcs querem ideias estúpidas é só encomendar aos companheiros totalitários. 
Por isso apoio integralmente cada uma das palavras do meu amigo Orlando Tambosi, cujo post transcrevo abaixo. 
Paulo Roberto de Almeida 

Acho que todos os leitores já sabem, mas não custa repetir. A Amazon  conta com uma livraria física no Brasil, vendendo livros com grandes descontos. Em compras acima de 70 reais, a remessa é gratuita. Se for menor, você pagará apenas R$ 1,90. A Amazon está livre dos Correios Petralhas, que cobram os olhos da cara e atrasam as entregas.

Esqueça as livrarias ditas brasileiras, que alimentam o patrimonialismo. Sabem o que querem seus proprietários, que vivem à sombra do Estado? Matar a concorrência que favorece o leitor. A reação deles diante da saudável concorrência introduzida pela empresa norte-americana é, pasmem, fixar preço único para os livros. Livreiros soviéticos é o que são. E os editores, na maioria esquerdistas, reforçam a pressão para que o mercado fechado sobreviva.

Nunca mais comprarei livros dessas livrarias. Vou de Amazon. Viva o capitalismo!

P.S.: embora o prazo de entrega formal seja de sete dias, no terceiro a encomenda já está no seu endereço. Repito: livre dos Correios Petralhas.

Politica Externa: um discurso na AGNU para nao ser lembrado - Ricardo Ferraco


Ricardo Ferraço
O BRASIL NA 69A ASSEMBLEIA-GERAL DA ONU
Diário do Poder, 27 de setembro de 2014

O discurso da Presidente Dilma Rousseff na abertura da 69ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, dia 24 de setembro, revelou uma Chefe de Estado em plena campanha eleitoral, com invencível dificuldade de despir as vestes de candidata ao expressar ao mundo uma mensagem que representasse a Nação brasileira.
O pronunciamento não foi além do autoelogio pomposo, desconectado do Brasil real que não habita a propaganda televisiva do marqueteiro João Santana, o qual não tem cabimento em recinto solene, por onde passaram tantos ilustres brasileiros que nos orgulharam com sua firmeza de princípios em tempos de acirramento ideológico, na denúncia de injustiças e mazelas da guerra, no amor ao multilateralismo, à pluralidade de visões e aos direitos da pessoa humana.
Sua eleitoreira passagem por Nova York serviu, ainda, para mostrar que o Brasil perdeu protagonismo no debate mundial sobre mudança do clima, uma vez que sua Ministra do Meio Ambiente defendeu que o Brasil, “por não ter sido chamado a participar das negociações”, devia omitir-se na Declaração adotada sobre florestas. Por que fomos excluídos desse diálogo? Logo o Brasil que sediou a Eco-92 e a Rio+20 e que sempre ostentou posição de vanguarda nesta temática?
Como se isso não bastasse, Dilma deu declarações superficiais, simplistas, amadorísticas e inaceitáveis sobre o enfrentamento à barbárie terrorista do chamado Estado Islâmico.
A recente viagem da presidente Dilma a Nova York, contudo, não será lembrada pelo provincianismo de seu discurso perante a qualificada Assembleia-Geral da ONU. Inesquecíveis, infelizmente, são as declarações irresponsáveis que cometeu durante coletiva de imprensa. Dias após os EUA, em conjunto com coalizão de forças que reúne países de quatro continentes – algo em torno de 40 nações –, iniciaram o bombardeio de alvos do Estado Islâmico, no Iraque e na Síria, Dilma fez de sua já conhecida incontinência verbal uma arma de destruição da credibilidade do Brasil perante o concerto das Nações. Sem reflexão, sem ouvir os especialistas, sem sopesar consequências e repercussões, a Presidente confundiu episódios e conceitos, demonstrando desconhecimento da complexidade daquela problemática.
Uma frase da presidente Dilma merece destaque entre outras tantas platitudes e reducionismos simplificadores sobre o quadro altamente complexo e conflituoso que se espalhou pelo Oriente Médio após a chamada Primavera Árabe. Em retrospectiva, pode-se afirmar que os despotismos, então derrubados em movimentos de massa, foram substituídos por forças antes dormentes, sendo algumas destas altamente perigosas e radicais. Para uma plateia atônita, a Presidente Dilma “lamentou enormemente” os ataques desferidos contra alvos do grupo terroristas pelos EUA – esquecendo-se de estender a reprimenda para os demais parceiros da empreitada – e “repudiar o morticínio dos dois lados”.
A presidente Dilma repudiou a morte dos terroristas do Estado Islâmico, cujos militantes trucidam membros da minoria Yazidi, vítimas de ataques genocidas, e covardemente decapitam, diante das câmaras, reféns ocidentais? As declarações de nossa Chefe de Estado deram margem para especulações que depõem contra nossas melhores tradições. O problema é que a presidente Dilma fala por um país inteiro e deveria observar maior decoro em suas manifestações sobre questões que requerem maior estudo. Nem a mais benevolente interpretação do nonsense presidencial retira do discurso seu significado deplorável.
A indecorosa fala da Presidente Dilma ainda repercutirá por longo tempo em nossas relações, não apenas com os EUA, mas com o resto do mundo, especialmente entre alguns de nossos mais importantes parceiros. Por trás da incoerência, da ligeireza e da leviandade com que tratou de tema tão sério, identifica-se um renitente e antiquado antiamericanismo que não tem mais cabimento no século XXI.
Em questão de poucos meses, o Estado Islâmico ocupou vasto território na fronteira entre o Iraque e a Síria, reeditando práticas de crueldade como crucificações de cristãos, sequestro de mulheres e de crianças, forçando a conversão dos “infiéis”. Dados dos serviços de inteligência dos EUA estimam haver mais de 15 mil cidadãos, de 80 nacionalidades diferentes, que integram o bando criminoso. Esse contingente inclui cerca de 2 mil europeus e outros 100 norte-americanos, os quais podem retornar aos seus países para promover ataques contra inocentes no Ocidentes. Segundo denunciado por uma mãe desesperada, pelo menos um brasileiro se juntou àquelas falanges da intolerância e do radicalismo.
Os resultados da passagem da presidente Dilma por Nova York constituem mais uma evidência de que interesses ideológicos capturaram uma politica que deveria ser de Estado. Dito de outra maneira, a lógica partidária insiste em se sobrepor à generosa visão do todo nacional, o que é perigosamente antirrepublicano.
A crítica mostrou-se tão destoante que nos situou além do Governo russo, ora às voltas com grave contencioso com as potências Ocidentais, após os episódios ainda não superados na Ucrânia. Com efeito, a Rússia do presidente Putin já declarou seu apoio à intervenção militar em território iraquiano com o propósito de debelar os invasores terroristas, colocando de lado, mesmo que temporariamente, arraigadas diferenças com os EUA e a União Europeia. O próprio Secretário-Geral da ONU, Sr. Ban Ki-Moon teve oportunidade de emprestar seu apoio à inédita coalização organizada em torno do objetivo comum de destruir a ofensiva terrorista que agrava e ameaça a paz e a segurança não apenas no Oriente médio, mas de todo o mundo. Além do referido apoio, o dirigente máximo da ONU afirmou, acertadamente, que a ação deflagrada contra o Estado Islâmico prescindiria de autorização do Conselho de Segurança, por se tratar de entidade terrorista sem qualquer foro de legitimidade, portanto, perante a comunidade internacional.
Para se concordar com as declarações da presidente Dilma seria necessário acreditar na possibilidade de diálogo entre Estados nacionais com encapuzados sanguinários do Estado Islâmico. Só os muitos ingênuos ou desavisados apostariam que o Estado Islâmico seja capaz de entender linguagem que não seja da força. Tamanha ingenuidade beira a irresponsabilidade, inaceitável para um País que se pretende líder. Coincidentemente, suas declarações aconteceram horas após a decapitação de um turista francês por jihadistas argelinos ligados ao Estado Islâmico…
O Brasil é membro relevante e respeitado do sistema internacional. Essa ordem mundial é integrada por nós e dela somos beneficiários. A manutenção da ordem mundial é essencial ao nosso bem-estar e a nossas perspectivas futuras de desenvolvimento. Isto implica, porém, que também tenhamos responsabilidade na manutenção dessa ordem. Por fim, basta que se pergunte: depois da inolvidável passagem do furacão Dilma por Nova York, aumentaram ou diminuíram as chances de o Brasil ser percebido como país líder com aspiração legítima a integrar o Conselho de Segurança das Nações Unidas e outras instâncias e grupos com voz na governança do sistema internacional.

sábado, 27 de setembro de 2014

O Peron de botequim vai catequisar o mundo - Augusto Nunes

Augusto Nunes

26/09/2014
 às 0:22 \ Direto ao Ponto

Depois da eleição, Lula terá tempo para baixar na Síria e sossegar os companheiros degoladores com meia dúzia de conversas

No fim de 2008, depois de dar por inaugurado o Brasil Maravilha, o primeiro ex-operário promovido a presidente da República cismou que a ONU merecia um secretário-geral que, além de monoglota, nunca lera um livro nem sabia escrever. Nos dois anos seguintes, até que a ficha caísse, Lula caprichou no duplo papel: Conselheiro do Mundo e Solucionador de Conflitos Insolúveis.
O consultor planetário, por exemplo, tentou convencer o governo americano de que, vistos de perto, os aiatolás atômicos do Irã eram gente fina, que recorria a peraltices nucleares só para chamar a atenção dos adultos. O especialista em crises sem remédio abandonou de novo o local do emprego para baixar no Oriente Médio e ensinar que ódios seculares podem ser liquidados com uma semana de prosa & lábia.
Voto revoga prontuário, reiterou a campanha internacional. Lula bajulou genocidas africanos, perdoou dívidas bilionárias de tiranos caloteiros, ajoelhou-se no altar de Hugo Chávez, celebrou missas negras em companhia de assassinos psicopatas, rebaixou-se a amigo e irmão de abjeções como Muammar Khadafi, debochou dos presos políticos cubanos; fez o diabo. Mas a candidatura a comandante da ONU fez tanto sucesso quanto a ideia de instalar no governo paulista um poste disfarçado de Alexandre Padilha.
O padrinho pode ter sua segunda chance caso ajude a afilhada a provar que só a troca dos ataques aéreos por conversas civilizadas conseguirá encerrar o show de selvageria protagonizado pelo Estado Islâmico. Como constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, não há no mundo alguém tão preparado quanto Lula para missões do gênero. A partir de novembro, ex-presidente estará liberado para sossegar os companheiros degoladores com meia dúzia de conversas.
Perdida a eleição, Lula não terá nada a perder além da cabeça.

A Mafia, em todos os seus estados (inclusive o pior...)

Quando eu me referi aos companheiros do partido totalitário como uma máfia, era no sentido alegórico, não exatamente analógico, ou literal. Como explica a etiologia do nome, se tratava, na origem, de uma associação de camponeses ou trabalhadores subalternos de defesa de seus interesses, contra o poder arbitrário dos latifundiários sicilianos. Bem depois é que ela derivou para o crime, primeiro como forma de vida, ou atividade econômica, mais tarde, já preparada e com regras próprias, para o exercício de um poder atemorizador, voltada à criminalidade extensiva, chantagens, extorsões, roubo dos recursos públicos, sequestro de ricos, etc. A máfia holliwoodiana é outra coisa diferente, muito ligada ao contrabando de bebidas, durante a Proibição (1918-1934), ao tráfico de drogas, desde sempre, e a todos os outros negócios que a original siciliana já fazia, inclusive comprar senadores, juízes, chefes de polícia e silenciá-los pelo terror e pela ameaça.
Não sabia que a "nossa" máfia enveredaria também rapidamente por todos os tipos de crimes, inclusive aqueles dos quais ainda não temos conhecimento. Um dia virá...
Paulo Roberto de Almeida 

Maquiavel

A versão de Lula para o roubo a banco

O ex-presidente Lula dá sua versão sobre um roubo a banco durante discurso em prol do candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, em Santo André (SP)
O ex-presidente Lula dá sua versão sobre um roubo a banco durante discurso em prol do candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, em Santo André (SP) (Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress)
No melhor estilo socialista neanderthal, a propaganda eleitoral do PT na televisão elegeu os banqueiros como vilões nesta campanha. O ex-presidente Lula levou uma versão desse discurso para um palanque na cidade de Santo André, no ABC paulista, na noite desta quarta-feira. No tom jocoso que às vezes o aproxima do deputado-palhaço Tiririca e o afasta do mínimo de compostura que deveria sempre pautar o comportamento de um ex-presidente da República, Lula deu a entender que roubar um banqueiro não é nada de tão condenável. Disse Lula: "A coisa está tão grave que é pobre roubando pobre. Eu, antigamente, via: ‘Bandido roubou um banco’. Ficava preocupado, mas falava: 'Roubar um banqueiro… O banqueiro tem tanto que um pouquinho não faz falta. Afinal de contas, as pessoas falavam: ‘Quem rouba mesmo é banqueiro, que ganha às custas do povo. Eu ficava preocupado... Era chato, mas era… Sabe, alguém roubando rico”. A fala do petista só não foi a pior da semana (que ainda não acabou) porque o discurso da presidente-candidata Dilma Rousseff na ONU, equiparando os bárbaros decapitadores do Estado Islâmico (EI) às forças ocidentais que os combatem, ultrapassa todos os limites da infelicidade.

Livro: como os bandidos e os piedosos moldam as politicas públicas

O livro, que vai ser debatido em um Book Forum do Cato Institute, em Washington, trata unicamente das políticas regulatórias nos EUA, e não tem nada a ver, aparentemente, com o Brasil.
Na verdade, ele tem tudo a ver, e pode ser simplesmente traduzido da seguinte maneira:

Como mafiosos, traficantes e bandidos de alto coturno estabelecem, deliberada ou involuntariamente, uma coalizão prática com fundamentalistas religiosos, piedosos morais, mas totalmente ingênuos e ignorantes, para introduzir e manter políticas nocivas que afetam a todos e fazem a sociedade retroceder.

E então? Tem ou não tem a ver com o Brasil atual?
Pena que não vou estar para assistir...
Paulo Roberto de Almeida 

Bootleggers and Baptists: How Economic Forces and Moral Persuasion Interact to Shape Regulatory Politics


Book Forum
Thursday, October 9, 2014 12:00PM

Featuring the authors Adam Smith, Assistant Professor of Economics and Director, Center for Free Market Studies, Johnson & Wales; and Bruce Yandle, Dean Emeritus of the College of Business and Behavioral Science, and Alumni Distinguished Professor of Economics Emeritus, Clemson University; with comments by Susan Dudley, Research Professor of Public Policy and Public Administration and Director, Regulatory Studies Center, George Washington University. Moderated by John Samples, Vice President and Publisher, Cato Institute.

The “Bootlegger and Baptist” theory, an innovative public-choice theory developed more than 30 years ago, holds that for a regulation to emerge and endure, both the “bootleggers,” who seek to obtain private benefits from the regulation, and the “Baptists,” who seek to serve the public interest, must support the regulation. Economists Adam Smith and Bruce Yandle provide an accessible description of the theory and cite numerous examples of coalitions of economic and moral interests that desire a common goal. The book applies the theory’s insights to a wide range of current issues, including the recent financial crisis and environmental regulation, and provides readers with both an understanding of how regulation is a product of economic and moral interests and a fresh perspective on the ongoing debate of how special-interest groups influence politics. Please join us for an engaging discussion of why government regulation fails so often to attain the public interest.
 

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Politica comercial externa e os efeitos da ideologia companheira -Editorial O Globo

Grato ao meu amigo Orlando Tambosi por transcrever esta matéria.
Paulo Roberto de Almeida 

Eis o resultado da ideologização da política externa. O Itamaraty nunca esteve tão distante dos interesses do país, submetido que foi ao alinhamento com vetustas posições terceiro-mundistas e antiamericanistas. O predomínio da ideologia sobre os interesses nacionais afetou a economia, principalmente o comércio.
Editorial do jornal O Globo:

Não se tem notícia de uma fase como esta dos 12 anos de hegemonia do PT, em que o Itamaraty tenha estado tão distante das formulações da diplomacia do país. Desde 2003, tornou-se impossível qualquer desalinhamento entre ideologia dos inquilinos do Planalto e a política externa, mesmo para defender interesses nacionais estratégicos. O Itamaraty passou a ser guiado pelas visões terceiro-mundistas e antiamericanistas do partido. Não se trata de uma mudança de eixo neutra e isolada, porque estas visões fazem parte de um todo, articulam-se com outras políticas, como o protecionismo, que reativou a tendência ao fechamento da economia, uma das razões da perda de competitividade da indústria.

O comércio exterior, em boa medida, passou a refletir as opções ideológicas de Brasília. Atreladas ao Mercosul, no qual a visão autárquica do governo brasileiro foi temperada pelo chavismo venezuelano e anabolizada pelo populismo argentino, as exportações brasileiras, principalmente de manufaturados, tiveram perigosamente ampliada a dependência ao bloco de comércio sul-americano. Em 2013, o peso do Mercosul, como destino das exportações, era maior que o do mercado americano: 12% contra 10%.

Enquanto se sedimentava esta dependência, cresciam as exportações de matérias-primas para a China, de minério de ferro e soja. O resultado foi a mudança de patamar das vendas brasileiras anuais de algo como US$ 100 bilhões para mais de US$ 200 bilhões. E o mercado chinês passou a disputar com a União Europeia qual o principal destino das vendas do Brasil, praticamente empatados em 19% do total das exportações cada um. Não é ruim o crescimento das exportações de matérias-primas. O problemático tem sido, por condicionamento ideológico, o Brasil se manter ligado a um Mercosul em crise, sem explorar as alternativas de acordos bilaterais que existem. O subproduto deste engessamento é a perda relativa de importância do mercado importador americano, ainda o maior do mundo, alternativa para as exportações de bens manufaturados e semimanufaturados barradas no Mercosul (menos aproximadamente quatro pontos percentuais de 2008 ao ano passado).

Passado o bom tempo para a economia mundial, as exportações brasileiras padecem com a diminuição de ritmo do crescimento chinês — de 10% para 7,5% ao ano. Reduz-se a pressão da China nos mercados, caem — ou sobem menos — as cotações de soja e minério, ajudando a gerar déficits na balança comercial do país, algo há muito tempo não visto. Importações não previstas de petróleo agravaram o quadro. E o cenário piora porque as exportações aumentaram a dependência para com as matérias-primas (de 28,9% do total em 2003 para 46,7% dez anos depois). A radiografia do comércio exterior chama a atenção do próximo presidente para reformas que precisará fazer na economia e a necessidade de gerenciar problemas técnicos sem partidarismos.

OS PONTOS-CHAVE

1 País passou a depender bastante do Mercosul, mas o bloco entrou em crise, devido à Argentina

2 Como a China ganhou grande importância para o Brasil, o desaquecimento chinês preocupa

3 A queda de preços internacionais de matérias-primas contribui para déficits comerciais brasileiros

4 Crise à parte, descaso de fundo ideológico com os EUA se reflete no comércio externo

5 Brasil voltou a ser essencialmente um grande exportador de matérias-primas Este é o primeiro editorial de uma série sobre problemas que terão de ser enfrentados pelo próximo presidente da República

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