Quando eu me referi aos companheiros do partido totalitário como uma máfia, era no sentido alegórico, não exatamente analógico, ou literal. Como explica a etiologia do nome, se tratava, na origem, de uma associação de camponeses ou trabalhadores subalternos de defesa de seus interesses, contra o poder arbitrário dos latifundiários sicilianos. Bem depois é que ela derivou para o crime, primeiro como forma de vida, ou atividade econômica, mais tarde, já preparada e com regras próprias, para o exercício de um poder atemorizador, voltada à criminalidade extensiva, chantagens, extorsões, roubo dos recursos públicos, sequestro de ricos, etc. A máfia holliwoodiana é outra coisa diferente, muito ligada ao contrabando de bebidas, durante a Proibição (1918-1934), ao tráfico de drogas, desde sempre, e a todos os outros negócios que a original siciliana já fazia, inclusive comprar senadores, juízes, chefes de polícia e silenciá-los pelo terror e pela ameaça.
Não sabia que a "nossa" máfia enveredaria também rapidamente por todos os tipos de crimes, inclusive aqueles dos quais ainda não temos conhecimento. Um dia virá...
Paulo Roberto de Almeida
Maquiavel
A versão de Lula para o roubo a banco
O ex-presidente Lula dá sua versão sobre um roubo a banco durante discurso em prol do candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, em Santo André (SP) (Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress)
No melhor estilo socialista neanderthal, a propaganda eleitoral do PT na televisão elegeu os banqueiros como vilões nesta campanha. O ex-presidente Lula levou uma versão desse discurso para um palanque na cidade de Santo André, no ABC paulista, na noite desta quarta-feira. No tom jocoso que às vezes o aproxima do deputado-palhaço Tiririca e o afasta do mínimo de compostura que deveria sempre pautar o comportamento de um ex-presidente da República, Lula deu a entender que roubar um banqueiro não é nada de tão condenável. Disse Lula: "A coisa está tão grave que é pobre roubando pobre. Eu, antigamente, via: ‘Bandido roubou um banco’. Ficava preocupado, mas falava: 'Roubar um banqueiro… O banqueiro tem tanto que um pouquinho não faz falta. Afinal de contas, as pessoas falavam: ‘Quem rouba mesmo é banqueiro, que ganha às custas do povo. Eu ficava preocupado... Era chato, mas era… Sabe, alguém roubando rico”. A fala do petista só não foi a pior da semana (que ainda não acabou) porque o discurso da presidente-candidata Dilma Rousseff na ONU, equiparando os bárbaros decapitadores do Estado Islâmico (EI) às forças ocidentais que os combatem, ultrapassa todos os limites da infelicidade.
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