United
States, Coast to Coast + Canada,
Travel September 2014
Carmen
Lícia Palazzo e Paulo
Roberto de Almeida
Travel
Report (actually done)
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, CT, 23-24/09/2014
Introdução
Consolidação
das informações sobre a viagem realizada entre 29 de agosto e 22 de setembro de
2014, por Carmen Lícia Palazzo e Paulo Roberto de Almeida, num Honda CRV,
cruzando os Estados Unidos, coast to
coast, pela região norte, alcançando Vancouver, no Canadá, e terminando por
Toronto, no mesmo país. Trata-se de um complemento à viagem feita nessa mesma
época, em 2013, cobrindo os estados do centro dos EUA e voltando pela região
sul. Também programada para estender-se por 30 dias, a viagem de 2013 foi
encurtada para 26 dias apenas, a tempo de chegar na Universidade de Princeton,
em Nova Jersey, para assistir a um diálogo entre Mario Vargas Llosa e Enrique
Krause, sobre a América Latina. Neste ano, programada também para 30 dias
completos, a viagem foi feita em 25 dias, tanto porque já tinhamos cumprido
absolutamente tudo o que foi programado, como surgiram compromissos acadêmicos
urgentes que recomendavam um trabalho mais cômodo em casa. De toda forma,
teríamos feito tudo em um ou dois dias a mais, apenas, consoante nossa postura
de sempre ver tudo o que há de mais interessante, e depois seguir adiante, sem
perder muito tempo com aspectos secundários que toda viagem comporta.
Nosso
foco em viagens é basicamente cultural, e também gastronômico. O primeiro
aspecto é bastante satisfatório nos EUA, país de milionários generosos que,
seja por prestígio pessoal, seja até por considerações mais mesquinhas
(deduções fiscais, por exemplo), acabam doando milhões e milhões de dólares
para suas instituições com as quais mantêm, ou mantiveram, afinidades eletivas
(educacionais, de trabalho, de toda uma vida), ou que empreendem, pessoalmente,
a construção de um museu ou qualquer outra entidade cultural na qual concentram
as aquisições valiosas de toda uma vida. Desse ponto de vista, os EUA são um
país excepcional, pois podemos aqui encontrar o que de mais brilhante
produziram outras culturas e civilizações, para aqui trazidas a peso do
dinheiro e da intensa curiosidade intelectual desses empreendedores humanistas
(e também por causa de tragédias históricas, como guerras e destruições, nessas
outras civilizações). Aqui nos EUA é possível encontrar, numa modesta cidade do
interior, “pílulas” de arte e cultura que de outra maneira seriam dificilmente
acessíveis, ou que estariam dispersas em museus ou instituições em países bem mais
difíceis de visitar.
As
viagens aqui nos EUA são também muito fáceis e relativamente “confortáveis”.
Não que se espere o luxo nas etapas de viagem, servidas apenas por hoteis 2 ou
3 estrelas absolutamente sem muito charme nos trevos de estradas, mas muito
eficientes e com conforto aceitável. As cidades, em contrapartida, possuem
todos os grandes hoteis das cadeias internacionais, com o luxo que se espera
desse tipo de estabelecimento. Quanto à gastronomia, bem, aqui a coisa
complica. Nada parecido com a Europa, obviamente, onde mesmo nas paradas de
restauração das estradas se pode comer bastante bem, com taça de vinho e
sobremesas atraentes, além do famoso expresso tipo italiano, claro.
Vamos
ser absolutamente sinceros: os EUA são uma miséria gastronômica fenomenal, e
calculo que deve demorar mais uns 150 anos para eles se aproximarem da Europa
nesse quesito, isso se não piorar, como pode estar de fato acontecendo (as
propagandas são sempre para hamburgueres ainda maiores do que o do concorrente,
com mais coisas dentro, bacon, molhos, um horror). Nas estradas não se pode
comer nada além de fast food, com uma ou outra exceção bastante rara, por
sinal. Nas cidades, dependendo do tamanho, se tem obviamente uma escolha maior,
o que não quer dizer que a miséria gastronômica seja menor. Não, ela pode ser
maior, sobretudo quando os americanos se pretendem realmente inventivos, e
fazem pratos absolutamente horrorosos, que muitos devoram com prazer. Desse
ponto de vista, fomos muito mal servidos durante toda a viagem, mesmo com tempo
para procurar restaurantes. Difícil, por exemplo, encontrar um vero italiano, o
que se tem é um American-Italian com tudo adaptado para o gosto americano.
Parece incrível, mas eles conseguem estragar até pizzas, com seus molhos
horrorosos. As boas pizzas que comemos por aqui são todas feitas por
estrangeiros. OK, chega de miséria gastronômica. Vamos ao que interessa.
Planejamento inicial para 2014 e viagem de 2013
Os
interessados em saber qual era nosso esquema inicial de viagem, bem como em
conhecer algumas considerações sobre a viagem de 2013, podem acessar este
primeiro link em meu blog:
Para
um relato também relativamente detalhado do coast to coast que fizemos em 2013,
aí seria preciso acessar o meu blog e colocar no instrumento de busca “Across the whale in a month”; deve
aparecer um bocado de coisa, talvez em ordem dispersa. Vou ver se produzi
alguum relatório detalhado sobre a viagem de 2013 para informar, do contrário é ir clicando aqui e ali. Deve
aparecer muita coisa interessante, com fotos e ilustrações.
Desta
vez, eu tinha calculado que faríamos 12.600 kms, e na verdade fizemos
exatamente 12.547, o que está bastante próximo do projetado. O que mudou foi a
quilometragem diária, de 421 para 500 kms por dia, na verdade bem mais para as
etapas, pois cabe descontar os dias “parados” nas grandes cidades. Carmen Lícia
sabe dirigir, mas na verdade eu fiz todo o percurso na direção, inclusive
porque vou mais rápido do que ela (sob risco de alguma multa eventual, e na verdade
teve apenas uma, no último dia de viagem, na pressa de chegar logo em casa).
Carmen Lícia sempre ficou encarregada da programação cultural, e posso dizer
que ela foi impecável em todo o percurso, selecionando tudo o que havia de mais
relevante e interessante para ver. Eu fiquei com algumas paradas “rústicas”,
como Little Big Horn, Mount Rushmore e outras coisinhas mais. Os hoteis e
restaurantes sempre foram discutidos a dois, mas nenhum de nós podia qualquer
coisa contra a miséria gastronômica, claro...
Antes
de partir eu tinha feito, com base em consultas de internet – Google maps,
sites dos locais visitáveis – e em guias que adquirimos previamente – menciono
particularmente: (a) DK Eyewitness Travel
USA, geral para os EUA, portanto relativamente sumário para alguns pontos
de interesse, mas com 800 páginas e fartamente ilustrado; (b) DK Eyewitness
Pacific Northwest, da mesma editora, e também magnificamente ilustrado, voltado
para os estados de Oregon e Washington, nos EUA, e para a Columbia Britânica,
no Canadá, onde está Vancouver, excelente sob todos os aspectos; (c) Lonely
Planet Western USA, compreendendo tudo o que está a oeste das montanhas do
Colorado; (d) o Michelin do Canadá, muito bom para Vancouver e Toronto, como
para todo o resto; (e) tinha também um outro guia de Wester USA, que acabou
ficando no carro; mais guias, mapas e folhetos das principais cidades, que
solicitei pelo correio antes de viajar – e tudo isso nos guiou muito bem em
todas as etapas. Obviamente, a cada noite, nos hoteis, estávamos ambos grudados
na internet, para saber o que havia em tal ou qual museu, o que poderíamos
encontrar de interessante nas cidades visitadas. Durante a viagem eu acionava o meu iPad frequentemente, tanto
para seguir roteiros visualmente (mas eu tinha vários mapas comigos, inclusive
o Road Atlas do AAA), como para verificar distâncias, atrações, endereços
exatos de sites para visitar. Ou seja, informação não foi o que faltou, prévia,
durante e posteriormente a todo o roteiro percorrido.
Comparando
esta viagem com a de 2013, podemos dizer que ambas foram plenamente bem
sucedidas e satisfatórias, no sentido de conhecer os EUA profundos, ou seja, em
todos os seus estados, do luxo ao típico padrão da classe média americana, que
inclusive frequenta os cassinos de luxo, como em Las Vegas (que aliás não fazia
parte do roteiro original de 2013, por puro preconceito, pois que adoramos
conhecer o kitsch de luxo daquela cidade fabulosa). A única coisa que não deu
certo, em 2013, foi uma visita ao Grand Canyon a partir da entrada sul, pois,
no momento em que estávamos indo para lá, a briga no Congresso americano entre
Obama e os republicanos pela definição do orçamento para este ano fiscal e para
os límites da dívida pública, determinou o fechamento de todas as agências
públicas (e portanto dos parques nacionais também) exatamente no período em que
estávamos próximos do Canyon. Fechamento idiota, pois que nem Disney nem outras
atrações que funcionam com público pagante fecharam, o que demonstra que
funcionários públicos são mais ou menos parecidos em todos os lugares. Esta é,
aliás, uma demonstração perfeita de como funciona a democracia americana (ainda
que possa ter seu lado cômico): se não há dinheiro aprovado pelo Congresso,
absoluto e soberano nessas matérias, nada pode ser feito, ainda que contra os
interesses e até as necessidades dos cidadãos contribuintes.
Feita
esta pequena (na verdade grande) introdução ao relatório vou simplesmente
transcrever aqui os links das postagens que fui fazendo, geralmente dia a dia
(ou noite a noite), das etapas de viagem e das principais visitas. Para uma
descrição mais completa, sugiro uma consulta ao link, e vou apenas complementar
aqui com as informações que eu havia preparado previamente para as visitas, e
algumas outras que fui recolhendo no curso da viagem, bem como o sumário da
milhagem de cada etapa.
1st Day: Friday, August 29, 2014
Saímos
de Hartford às 15h50, viajando pela I-84 e I-80, até a pequena cidade de
Milesburg, no coração da Pensilvânia, bem mais adiante do que tínhamos
planejado (que era Wilkes-Barre, a apenas 208 milhas de distância); fizemos, no
total, 329 milhas, parando às 22h35 num Quality Inn da estrada. Essa escolha,
por confortável, relativamente barata (aqui o quarto custava apenas 59 dólares,
embora em outros locais foi bem mais caro), foi a nossa preferida pelo restante
da viagem de etapas, o que nos poupava da surpresa a cada vez: sabíamos que
iríamos encontrar um quarto amplo, com frigo, microndas e banheiro muito
confortável e sobretudo limpo; internet eficiente, sem código e funcionando
muito bem, TV a plasma (que raramente víamos, salvo a CNN quando estava
acontecendo alguma tragédia pelo mundo, o que também não faltou, com o Estado
Islâmico a todo vapor na Síria e no Iraque). Poderíamos ter ido mais longe, mas
enfrentamos engarrafamentos ainda no Connecticut e na Pensilvânia (no estado de
NY a travessia foi curta) por acidentes ou trabalhos de manutenção de estrada
(o que aliás foi uma constante, em todas as estradas que percorremos: trabalhos
em muitos trechos, alguns até longos).
2nd Day: Saturday, August 30, 2014
Saímos
de Milesburg tarde, cerca de 11hs, devido ao cansaço da noite anterior, e
também porque sempre ficamos no computador, tratando da viagem, lendo notícia,
fazendo o relato da viagem do dia, ou cada um cuidando dos seus assuntos
acadêmicos até muito tarde, não raro depois das 2hs da madrugada, algumas vezes
até mais tarde. O planejado para esse dia era fazer algo como 600 milhas, até o
meio de Indiana. Na verdade, fizemos 722 milhas, atravessando três estados (o
resto da Pensilvânio, Ohio e Indiana), parando no começo desse milharal que se
chama Iowa, mais exatamente em Davenport, à beira do rio Mississipi. Eu tinha
anotado para visitar em Davenport (www.visitquadcities.com;
USA Guide, p. 453), estas duas atrações: Figge Art Museum (225 W 2nd
St.; www.figgeartmuseum.org);
Putnam Museum (early history of Mississipi River Valley). Mas tendo chegado
depois de 21hs (contado com a mudança de horário do fuso do leste para o
central), não tivemos oportunidade, nem ao chegar, nem ao partir: estávamos
cansados, e de toda forma ficamos até tarde, novamente, fuçando nos
computadores respectivos.
3rd Day: Sunday, August 31, 2014
Saímos
de Davenport relativamente “cedo”, em torno de 9h50, e continuamos através do
milharal de Iowa, parando em Des Moines, a nova capital, desprezando a etapa
anterior de Iowa City, onde tinha o Old Capitol Museum (ou seja, da antiga
capital) no campus da University of Iowa (que estiver interessado veja o site www.iowacitycoralville.org ou
consulte o USA Guide, p. 453). Perto dali (16 m East) tinha a casa do president
Herbert Hoover (considerada um “National Historic Site”, na verdade o cottage
de infância do presidente, assim como (a 35 m to the south; Guide USA, p. 452)
as famosas pontes cobertas do Madison County, que serviram de cenário para um
famoso filme com Clint Eastwood e Meryl Streep (fica para outra vez).
Mas
paramos em Des Moines, a nova capital
do Iowa (www.seedesmoines.com; USA
Guide, p. 452), onde chegamos em torno do meio dia; deixamos de lado o novo
Capitol, para nos dedicarmos exclusivamente ao Des Moines Arts Center (prédio concebido por Eliel Saarinen),
contendo uma coleção riquíssima de obras de arte (Matisse, Jasper Johns, Andy
Warhol, Georgia O’Keeffe) e uma galeria moderna de esculturas desenhada pelo
famoso arquiteto chinies I.M. Pei, o mesmo da pirâmide do Louvre e de tantas
obras memoráveis em todo o mundo, inclusive em sua cidade natal, na China, que
visitamos (e que ele abandonou no início da revolução maoísta para se refugiar
em Hong Kong; site: www.desmoinesartscenter.org).
Depois
disso, paramos novamente, em torno das 15hs, em Omaha (www.visitomaha.com;USA
Guide, 451) no rio Missouri. A visita aqui foi ao Joslyn Art Museum, afiliado aos Smithsonian de Washington, onde a
atração principal eram os relatórios de viagem ao oeste do príncipe alemão
Maximilien de Wied, com as pinturas do suíco Karl Bodmer (vejam a descrição no
blog, no link acima).
O
planejado era fazer mais 600 milhas e dormir em algum ponto do Nebraska; passamos
batido por Lincoln (a capital do
Nebraska: www.lincoln.org;
USA Guide, 449, que já conhecíamos do ano passado, tendo visitado o Nebraska
State Capitol; vejam em www.nebraskahistory.org) e fomos
dormir em North Platte, uma cidade já com todo o jeito dos cowboys do velho
oeste, aliás cultivando a memória de Buffalo Bill, como outros 55 estados por
aqui (exagero, mas devem ser seis ou sete estados prestando homenagem a maior
matador de búfalos da história). Acabamos fazendo “apenas” 577 milhas, para
parar em torno das 20h15 num outro Quality Inn (este bem mais caro, a $ 139,
mas ao final a $ 158,79, com as taxas incluídas). Terminamos o dia comendo
salmão, pedido no quarto, acompanhado de duas taças de vinho (conta: $ 49,11,
mais gorjetas). Como sempre, fomos até tarde, inevitavelmente no computador:
notícias, mensagens, relatórios, internet...
Em
North Platte o guia recomendava uma visita ao Buffalo Bill Ranch State
Historical Park e ao Lincoln County Historical Museum (www.visitnorthplatte.com),
mas já estávamos inflacionados com o Buffalo Bill, onipresente em todas as
partes.
4th Day: Monday, September 1, 2014
5th Day: Tuesday, September 2, 2014
Finalmente,
a primeira etapa de cidade do trajeto: de North Platte a Denver foram apenas
264 milhas, desta vez pela I-76 e pela I-25, o que fizemos em tempo curto,
chegando relativamente cedo, antes das 15hs. Em Denver escolhemos um Residence
Inn Marriot, para mais conforto (e conta mais salgada, a $ 515,65 no total do
dia seguinte. Tinha tanta coisa para ver em Denver (sites: http://www.denver.org/
e www.visitdenver.com)
que remeto tudo ao link acima, com destaque para o Jardim Botânico, com as
esculturas em vidro do Dave Chihuly (vejam mais aqui: www.chihulydenver.com).
A cúpula dourada do Capitol também é bonita, assim como os jardins na praça;
recomendavam, também, o inevitável Buffalo
Bill Museum and Grave, em Golden, CO (fora de
Denver, pela I-70 W; www.buffalobill.org),
mas deixamos o pobre descansar. Também estivemos no Museo de las Americas (www.muse.org), mas nos
decepcionou pela pobreza das coleções.
Em
contrapartida gostamos muito de Boulder, mais ou menos 25 milhas a noroeste de
Denver, onde fica a famosa universidade, e onde Carmen Lícia tinha suas
próprias atrações. Foi uma viagem fascinante a uma das mais famosas
universidades das Rocky Mountains dos EUA (sim, aqui já tinhamos mudado mais
uma vez de fuso horário, desta vez para o da montanha).
6th Day: Wednesday, September 3, 2014
A
partir de Denver (que na verdade foi um “desvio” em nosso caminho, pois
deveríamos ter feito o Colorado na viagem de 2013, programação prejudicada
pelas chuvas torrenciais que destruiram casas e estradas, com muitas vítimas
fatais, sem qualquer perspectiva de visita), envergamos para o norte (via I-25 N e US-20 W, com 491 milhas
percorridas), atravessando o Colorado e chegando ao Wyoming, onde também
já tinhamos estado no ano passado. A primeira parada, no extremo sudeste do
estado foi em Cheyenne, onde
visitamos o Frontier Days Old West Museum, muito rico em artefatos e
diligências. Recomendo uma leitura da postagem acima, para uma descrição desse
museu (onde aliás perdi, ou me subtrairam, o chapéu Jack London que tinha
comprado na viagem de 2013, em seu rancho de Sonoma, transformado em museu; comprei
um outro na loja do museu). No caminho, traços do Oregon trail, com monumentos
aqui e ali, inclusive de alguns massacres cometidos contra os indígenas, agora
comemorados na onda do politicamente correto.
Eu
havia anotado visitar o University of Wyoming Art Museum, em Laramie, assim como o forte da
cavalaria, em Casper, mas isso significaria um desvio muito grande no trajeto,
por estradas secundárias. Seguimos em frente, até Cody (claro, em homenagem a
Buffalo Bill), onde ficamos num Holidaay Inn, já programado (http://yellowstonelodging.com/codylodging.html).
7th Day: Thursday, September 4, 2014
Em Cody, tinha um Buffalo Bill
Historical Center (www.bbhc.org), mas o homem
decididamente já tinha ocupado todos os espaços turísticos da região, e não
sabemos se os seus descendentes (a viúva foi até o final dos anos 1920) ainda
recebem royalties pelas bugigangas que são feitas na China para a devida
homenagem, assim que nos abstivemos de colaborar...
Fomos direto a Yellowstone,
onde passamos o dia, fazendo um tour praticamente completo do lago principal e
das paragens mais importantes. Não cruzamos com nenhum urso, mas havia os
inevitáveis búfalos – imaginamos que os funcionários os coloquem no meio dos
carros para justificar a atração – e um ou outro alce perdido em espaços
aquáticos. Como não somos muito de natureza, não nos detivemos para dormir ali,
embora fizéssemos várias paradas para descanso. No Visitor Center do Old
Faithful, o famoso geyser-relógio, chegamos bem a tempo da esguichada das
15h08, e foi cronometrado. Dezenas de outros geyseres, búfalos por todas as
partes, e pronto, chega de Yellowstone. Aliás, no Joslyn Art Museum de Omaha,
havia uma belíssima exposição de pintura e de fotos antigas e modernas, toda
ela dedicada a Yellowstone, que deve ser muito apreciado pelos americanos e
amantes da natureza.
Dali mesmo seguimos viagem: tendo entrado pelo
portão leste, saímos pelo oeste, já entrando no estado de Idaho, paraíso dos
caçadores de todos os tipos de troféis; o que mais havia, em todos os lugares,
eram chifres de cervos enormes, e animais empalhados de todos os tipos. Um
caminho alternativo em direção a Portland, nos levaria por duas
estradas secundárias, a US-20 e a US-26,
passando pelas Craters
of the Moon (National Monument &
Preserve), mas desistimos pelo tempo e pela proximidade da noite. Acabamos indo dormir no
meio do estado, que é pequeno, em Twin Falls, onde chegamos quase às 22hs,
tendo percorrido nesse dia 454 milhas, incluindo a visita a Yellowstone. Ficamos
mais uma vez num Quality Inn, a um preço muito conveniente ($ 89).
8th Day: Friday, September 5, 2014
9th Day: Saturday, September 6, 2014
No oitavo dia de viagem, ou
seja, uma semana completa, já estávamos dois dias adiantados em relação à
programação original. Foram mais 573 milhas de estradas até a capital do
Oregon, onde chegamos pouco depois das 20hs. No caminho paramos em Baker City,
onde fica o Old Trail Oregon Interpretive Center, um museu muito bonito, no
alto de uma colina, dedicado à velha trilha dos colonizadores do oeste, e aos
garimpeiros aventureiros. A minha postagem traz algumas fotos desse museu, que
recomendo aos interessados na história do Oregon Trail. Paramos também em
Boise, a capital do Idaho, visitando o Capitol e outras partes da cidade:
Carmen Lícia fez uma bela foto de um cachorro de óculos de piloto de fórmula 1,
na poltrona de passageiro de um jipe aberto, conduzido por um simpático
residente local. Vou localizar essa foto.
Em Portland, a cidade das
rosas (site: www.travelportland.com; www.oregon.gov;
US Guide, 630; Pacific Nortwest Guide, 46), ficamos num hotel elegante, o Paramount, cuja
fatura elevou-se a quase 600 dólares, pelas duas noites. Mas foram muito bem
aproveitadas: estivemos no que possivelmente foi a maior livraria do mundo: a Powell’s City of Books (1005 W Burnside
Street; que fica aberta até as 11 da noite); com tanto livro, acabei comprando
apenas dois: um do famoso historiador Alexandre Gerschenkron (Continuity in
History and Other Essays) e o de um historiador, David Hackett Fischer, que eu
já conhecia de um outro livro (sobre as crises inflacionárias no mundo, desde a
Idade Média), um livro sobre as falácias dos historiadores, justamente. Antes,
porém, fomos ao Historical Museum de Oregon (www.ohs.org), que fica no
prédio da Oregon Historical Society. Passamos a manhã do nosso nono dia de
viagem lá, e refleti um pouco do que vimos na postagem acima indicada. No
almoço, como não poderia deixar de ser, tomamos vinho local, pois o estado
possui vinhedos tão bons (embora não tão famosos) quanto os da Califórnia). Fomos
também à Chinatown (www.oldtownchinatown.org/), e
atravessamos várias vezes as várias pontes da cidade, sobre o rio Willamettem
entre elas a Steel Bridge.
11th Day: Monday, September 8, 2014
De
Portland, seguimos até a costa do Pacífico, onde eu pude, pelo menos, molhar
minhas mãos nas águas geladas desse oceano (não molhei os pés, pois não é meu
estilo; não sou de praias, nem de piscinas; no máximo, sob um guarda-sol ou
numa rede protegida, com um livro para ler). Paramos para comer em Garibaldi,
que nos atraiu pelo nome, mas não tinha nada de especificamente italiano;
apenas uma homenagem ao famoso revolucionário italiano. Comemos muito bem no
Pirate’s Cove, frutos do mar e vinhos locais (a $ 63, no total). Foi uma longa
jornada pela costa marítima, até chegar em Tacoma (www.traveltacoma.com; US Guide, 628),
nosso objetivo de etapa, num total de 320 milhas nesse percurso, relativamente
curto, mas com várias paradas. Ficamos novamente num Holiday Inn, pelas duas
noites seguintes, já que tivemos dificuldades em achar hoteis centrais em
Seattle, onde passamos no dia seguinte. O objetivo principal em Tacoma era o famoso Museum of Glass (www.museumofglass.org), no waterfront, mas
para nosso supremo azar, ele estava fechado na segunda e na terça-feira, o que
foi uma das frustrações da viagem (mas amplamente compensada pelas outras
atrações em vidro da viagem, em Seattle, justamente).
12th Day: Tuesday, September 9, 2014
Junto ao Space Needle de Seattle,
existe um jardim botânico não muito grande, mas onde estava tendo uma
excepcional exposição temporária de obras de arte em vidro do Chihuly, nosso
artista preferido do vidro. Coloquei algumas fotos na postagem acima, e Carmen
Lícia fez dezenas de outras fotos das muitas obras dele espalhadas pelos
jardins. Em compensação, não conseguimos lugar para almoçar no famoso
restaurante giratório do Space Needle, que deveria estar regurgitando de
chineses, abundantes em todas as estadas que fizemos nas costas americanas e
canadenses do Pacífico. Junto ao mesmo Space Needle, existem um museu e um
centro cultural desenhados pelo famoso arquiteto Frank Gehry: entramos para
comprar umas lembranças. Fomos também ao mercado (Water Front: www.waterfrontseattle.org/seawall), um lugar sumamente
agradável, para visitar, comer, espairecer (no meio de tanta gente...). Comprei
algumas frutas: três pessegos imensos, que degustei essa mesma noite.
Tinha curiosidade de conhecer
a Bill and
Melinda Gates Foundation (www.gatesvc.org), mas não foi
desta vez, assim como deixamos de ir ao Seattle
Art Museum (www.seattleartmuseum.org), mas é que já
temos uma certa inflação de museus de arte, ao que parece; pelo menos Carmen
Lícia diz que já viu impressionistas pelo resto da vida, e os museus americanos
estão abarrotados deles...
13th Day: Wednesday, September 10, 2014
14th
Day: Thursday, September 11, 2014
Em
Vancouver, escolhemos ficar num hotel Residence, de uma família de chineses de
Shanghai, que conhecemos amplamente. Era um apartamento inteiro, o que foi
extremamente conveniente para uma etapa de três dias, passeando pela cidade e
pelos arredores. As duas etapas completas estão muito bem descritas nas
postagens acima, junto com um balanço parcial da viagem.
Cumprindo
a etapa de Vancouver, estávamos exatamente no meio do caminho, ainda que três
dias adiantados em relação à programação inicial: tinhamos feito, desde
Hartford 4.091 milhas, ou 6.545 km, a uma média bem superior ao planejado
incialmente: foram 340 milhas por dia, aproximadamente (ou 545 km/dia). Trata-se,
sem nenhum exagero, de uma das melhores cidades que já conheci, possivelmente disputando
com Barcelona o primeiro lugar pela pontuação total (com a possível vantagem de
ser bem mais barata do que Barcelona, e dispor de gente muito simpática, em
grande medida orientais). Passaria umas férias inteiras aqui, sem nenhuma
hesitação (mas ainda precisaria descobrir as livrarias, para ver como são).
Visitamos tudo o que havia de importante para visitar, inclusive a universidade
da Columbia Britânica, o ponto mais extremo ao oeste onde estivemos, na costa
do Pacífico. Aliás. Não sei agora se é esse ou North e West Vancouver, onde
também estivemos. A conferir...
15th
Day: Friday, September 12, 2014
De
Vancouver de volta aos EUA foi uma viagem cansativa, mas também porque
estivemos mais de 40 minutos esperando o controle de fronteira para entrar no
Império. Nossa intenção inicial era parar em Spokane, onde eu tinha
identificado um Nortwest Museum of Arts and Culture, mas acabamos passando a
cidade para ir mais longe no roteiro. Nosso destino era Great Falls, em
Montana, mas só conseguimos chegar em Missoula, a 606 milhas do ponto inicial.
Foi chegar no Quality Inn, às 23h20 da noite, e dormir direto, de cansados (não
sem antes fazer relatório de viagem, consultar notícias, saber das coisas do
mundo). É preciso dizer que nesse trajeto, foram pelo menos dois passos de
montanha, que no inverno devem ficar fechados ou de trânsito extremamente
difícil.
16th Day: Saturday, September 13, 2014
17th
Day: Sunday, September 14, 2014
Dois
dias extremamente carregados, a despeito de termos feito apenas 390 milhas, no
sábado, e mais 365 no domigo. Et pour
cause: grande parte do sábado foi dedicada a uma visita ao Lewis and Clark
Interpretive Center, em Great Falls, onde chegamos depos das 14hs, e uma parte
do domingo cobriu o campo de batalha de Little Big Horn (que fica numa reserva Crow;
www.nps.gov/libi).
A minha postagem descreve os dois dias concentrados de viagem e visitas,
algumas das mais prazeirosas, em termos de história e de conhecimento da
região, e também das mais cansativas, para os dois. As paragens eram desoladas,
com exceção, justamente dos pontos extremos. No meio, muitas reservas indígenas
e desolação total (ou melhor, muitas vacas pelo caminho). Chegamos a Billings
(via I-87, MT-191 e US-12), no final do dia, depois de altos e baixos pelas
estradas desertas de Montana, até chegar em South Dakota, aos pés do Mount
Rushmore. Não sou dado a patriotices, de espécie alguma, mas acho que os
americanos têm um legítimo orgulho dos presidentes retratados naquele pedaço de
montanha. Cada um deixou um legado importante para o país e cabe aos
historiadores, assim como a cada um de nós, julgar de seus méritos e deméritos
na construção da nação e de suas tradições históricas, bem como de suas
realizações políticas, econômicas e sociais. Mais impressionante, sem dúvida
alguma, foi o trabalho de engenharia envolvido na confecção desses monstros de
pedra (www.nps.gov/moru)...
18th Day: Monday, September 15, 2014
A
partir de Rapid City, SD, onde dormimos (e, a despeito do nome, a cidade parece
ser sonolenta, embora o movimento de caminhões seja intenso pela I-90), a
intenção seria ir para Minneapolis e St. Paul, no Minnesota, mas, depois de
consultar os guias, a internet, e discutir, decidimos deixar de lado essas
cidades de negócios para paragens mais acolhedoras. Decidimos ir para Madison e
Milwaukee, diretamente. Mas também terminamos por alterar o caminho, como
descrevo nessa postagem tratando da desolação relativa das “central plains”,
terras que eram de índios e búfalos, e que acabaram se convertendo em milharais
sem fim. Foram apenas 400 milhas, interrompidas por uma parada em Wall, cidade
que tem todo o kitsch do MidWest, sem muitos atrativos para nós. Paramos para
almoçar em Chamberlain, depois de uma bela ponte sobre o rio Missouri.
Imaginamos que os jovens queiram fugir desses lugares aborrecidos, o que só
conseguem fazer quando vão para uma universidade em algum outro lugar (e se
dedicam a estudos etílicos e esbórnias didáticas). Chegamos até Worthington, no
coração do Minnesota, onde fiquei estudando os melhores roteiros para as
próximas etapas.
Foi
aí que me lembrei de uma recomendação recolhida pela primeira vez (em 2013) no
basement do Arts Institute de Chicago, junto a uma coleção admirável de pesos
em papel. Fiquei sabendo que os dois melhores museus para se apreciar pesos em
papel, e obras de arte em vidro de maneira geral, eram, respectivamente, em
Corning, no estado de NY (onde estivemos logo em seguida), e em Neenah, no
estado de Wisconsin, um pouco longe de Chicago para esticar até lá. Pois foi
para lá que decidimos ir...
19th Day: Tuesday, September 16, 2014
Nossa
viagem até Neenah foi tranquila (mesmo com 400 milhas percorridas), mas
chegamos depois que o museu Bergstrom-Mahler estava fechado, e aliás nem
conseguimos hotel na cidade: tudo lotado. Tivemos de viajar ainda algumas
milhas ao norte para ficar num Hotel de Appleton, um pouco acima no mesmo lago.
Cansados, e muito tarde para ir a restaurantes (que nos EUA costumam fechar às
21hs), acabamos fazendo um lanche no próprio hotel.
20th Day: Wednesday, September 17, 2014
Metade
do dia foi ocupada por uma visita ao Museu Bergstron-Mahler, descrita na
postagem anterior, que cobre os dois dias. Pela tarde, depois de iniciar uma
viagem pelo sul, para contornar Chicago e chegar a Detroit, desistimos, por
considerar aquelas paragens muito chatas e movimentadas, e já conhemos muito
bem a região. Retrocedemos, então, e enveredamos pelo norte, ao lado do lago
Michigan, parando justamente na sua extremidade norte, em Manistique, uma
simpática cidadezinha de veraneio de praia e de caça (terra de alces, e
possivelmente de animais mais selvagens ainda). Aproveitei esta incursão pelo
extremo norte dos EUA, quase no Canadá (perto de Sault St. Marie, terra de
missionários franceses), para fazer um balanço da viagem, desde a costa do
Pacífico.
De
Vancouver até ali foram 2.465 milhas ou quase 4 mil km, o que está de acordo
com a programação inicial pela distância percorrida, mas antecipado de quase
uma semana pelo tempo dispendido na viagem. Como tínhamos tempo “sobrando” pela
frente, decidimos espairecer um pouco mais em Detroit e depois Toronto. Mas,
nesse interim, acelerou-se o processo de preparação do livro que estou
organizando com Ted Goertzel, e acabei passando (como já vinha passando desde
antes de chegar a Vancouver) várias noites na revisão de textos, como
preparativo a uma rápida edição em Kindle book
21th Day: Thursday, September 18, 2014
Já
tinhamos estado em Detroit (www.visitdetroit.com) no
início do século, e novamente em maio passado, quando viemos para constatar a
“destruição” causada pela falência total, a vergonhosa bancarrota da cidade. A
despeito das matérias catastróficas que tinhamos lido na imprensa, a cidade não
nos pareceu uma nova Síria, ao contrário: várias partes já estavam em
reconstrução. Nossa intenção, na verdade, era visitar o museu, o Detroit
Institute of Arts, antes que ele “acabasse”, pois havia uma ameaça de que suas
obras fossem leiloadas para pagar as dívidas da cidade, em primeiro lugar os
pensionistas do serviço público. Não conseguimos daquela vez, por falta de
tempo, mas desta vez foi possível. O DIA é realmente um museu magnífico, e
creio que, no eBay ou na Sotheby’s, suas obras permitiriam pagar metade dos 18
bilhões do calote da cidade, causada por políticos incompetentes e pelo
paulatino esvaziamento industrial das antigas bases automobilísticas. Na
verdade, a indústria automobilística americana já foi salva três vezes pelo
governo, e não deveria; estaria melhor nas mãos dos japoneses, quando quebrou
da primeira vez, nos anos 1970 e início dos 1980, e estaria melhor ainda agora,
nas mãos dos chineses, na terceira vez que essa indústria mal acostumada foi
para a insolvência.
O
outro objetivo de visitar a cidade era justamente o Museu Henry Ford, que pude
ver desta vez com calma. Descrevi um pouco do que vi na postagem do dia
seguinte, abaixo. Mas o dia foi dedicado a seguir o plebiscito escocês, com
minha previsão realista de uma curta vitória para o não, os opositores à
independência. O resultado só sairia tarde da noite, mas apenas na sexta-feira
se saberia que o não acabou tendo uma margem bem mais folgada, de quase 5
pontos acima da maioria: não sou contra a autonomia e a independência de quem
quer que seja, desde que paguem por isso. No Brasil existem muitos projetos, de
políticos demagogos e oportunistas, que querem dividir estados e criar mais
municípios. O problema é que todos querem viver às custas dos outros, ou então
transferir a conta da criação de cargos públicos, e obras administrativas, para
o público pagante. No caso da Escócia, pelo que sei, ela mais recebe do que
paga, do Reino Unido, e portanto sua situação ficaria mais precária, mesmo
permanecendo na UE: como sua renda é superior à média, acabaria sendo uma
contribuinte líquida, para surpresa dos escoceses.
22th Day: Friday, September 19, 2014
A
primeira visita da sexta-feira foi ao museu Henry Ford, em Dearborn, onde
passei toda a manhã. Gostei: não tanto pelos muitos automóveis e máquinas de
todos os tipos ali exibidos, mas sobretudo pelos paineis e seções inteiras
dedicados à história política, econômica e social dos EUA. Aprendi mais algumas
coisas naquele museu dedicado primariamente à tecnologia. O museu (www.dia.org)
é realmente excepcional, não apenas pelas obras de arte, mas também pelos
espetáculos que promove. Durante nossa visita, grupos de estudantes, geralmente
negros – o que é uma pena, constatar que a integração é tão pequena nos EUA –
estavam jogando xadrez numa grande corte.
Carmen
Lícia e eu comemos, tarde, num restaurante elegante do mesmo museu, e estava
excelente. Foi realmente uma grande visita, que recomendo a todos fazer (antes
que acabe, se por acaso a cidade afundar mais ainda, em lugar de se recuperar,
como parece estar ocorrendo).
23th Day: Saturday, September 20, 2014
Sábado,
dia de descanso, retomamos a estrada, mas para uma distância curta: só 251
milhas, de Detroit a Toronto, pela 401 do Canadá. Paramos logo depois da
fronteira, em Windsor, para comer num restaurante italiano. Em Toronto tivemos
alguma dificuldade para achar vaga em hotel, pois a cidade estava em festa,
comemorando uma batalha que os canadenses, e britânicos, ganharam dos
americanos, em 1813. Acabamos achando, mas a preços extorsivos num Hotel
Ramada: 370 dólares canadenses para o sábado e 260 para o domingo. Enfim, a
cidade merece, pois é realmente muito agradável e acolhedora.
Antes
de nos instalarmos, porém, fomos ao museu Aga Khan, exclusivamente para comprar
ingressos para o dia seguinte: o museu acabava de ser inaugurado, na
quinta-feira dia 18, e temíamos um afluxo muito grande de visitantes no fim de
semana.
24th Day: Sunday, September 21, 2014
Havia,
sim, um afluxo muito grande de pessoas, no domingo, mas não especialmente de
canadenses, e sim da comunidade ismaelita, que parece ter vindo em peso de todo
o Canadá, para visitar esse museu magnífico (tendo ao lado um belo edifício, em
forma de pirâmide de vidro, para eventos e celebrações religiosas).
Impossível
descrever tudo o que vimos, e apenas uma parte está refletida na postagem
acima. Pretendemos voltar, preferencialmente quando não estiver muito frio...
Ainda
passeamos bastante pela cidade antes de voltar ao Hotel, onde fizemos um
lanche, devidamente fotografado e descrito na mesma postagem.
25th Day: Monday, September 22, 2014
Acordamos,
na segunda-feira, decididos a aproveitar os últimos dias de férias ainda na
estrada e viajando, mas havia dois problemas, ou três: o tempo começou a ficar
frio (também pudera, já saimos do verão para o outono, que no Canadá e no norte
dos EUA costuma ser invernal); já tínhamos estado onde pretendíamos visitar
pela segunda vez, o museu do vidro de Corning (e as outras cidades pelo
caminho, ou já conhecíamos, como Albany, ou não apresentavam maior interesse,
como Buffalo, ou Syracuse, ou mesmo Utica), e portanto seria ficar rodando em
busca de atrativos culturais, que não faltam, mas numa segunda-feira os museus
costumam fechar. Em terceiro e mais importante lugar, eu tenho um livro para
editar, e por isso decidimos voltar, talvez até mais rapidamente do que
deveríamos.
Ou
melhor, eu deveria ir mais lentamente: ao alcançar 87 milhas quando a limitação
de velocidade estava fixada em 65, acabei sendo parado por uma patrulha, que me
aplicou uma bem merecida multa, que pretendo pagar. Bem feito... (mas foi a
única de toda a viagem, a despeito de ter feito uma média de 80 milhas por hora
na maior parte das vezes, ainda que em paragens desoladas).
Chegamos
em Hartford em torno de 22hs, com cerca de 500 milhas acumuladas nesta última
etapa. Tranquilo, se não fosse pela multa...
26th Day: Tuesday, September 23, 2014
26) Across the Empire, 2014
(26): balanço final e avaliação:
O
balanço final e a avaliação são constituídos exatamente por esta postagem,
iniciada na noite de terça-feira 23, e avançando para a madrugada da
quarta-feira 24. Preciso consertar o vidro do carro, que recebeu um pedregulho
vindo de um caminhão ao ingressar no estado do Wyoming, a caminho de
Yellowstone, e também fazer a revisão, trocar óleo, lavar por dentro e por
fora, etc. Ou seja, um dia ainda de arrumação pós-viagem. Ainda temos muitos
livros para colocar em orderm, dezenas de folhetos de viagem que vão permitir
fazer um álbum decente, e finalmente retomar a vida normal, trabalho, no
trabalho e em casa, ou seja, atividades acadêmicas auto-atribuídas. Eu tenho de
terminar o livro Kindle, Carmen Lícia tem artigos para escrever e o álbum para
organizar.
Não
vou fazer agora um balanço qualitativo, em vista do avançado da hora. Isso fica
para uma outra postagem de reflexões sobre o país. O que posso fazer é
simplesmente ofercer um balanço quantitativo dos agregados registrados, que
serão muito poucos:
Miles at Departure: 29.325
Miles at Arrival: 37.167
Total Miles: 7.842 (ou 12.547 km)
Gas gallons: 257,541 (programação inicial: 282 galões)
Miles per gallon: 30,45
US$ Total gas: 1.038,17 (média de 4,03 por galão)
Paulo
Roberto de Almeida
Hartford,
24 de setembro de 2014
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