Dilma diz que Brasil repudia ataques aéreos na Síria
Presidente afirma que bombardeio liderado pelos EUA contra alvos jihadistas pode trazer consequências deletérias no médio e longo prazos
Dilma disse que deixará clara a posição do Brasil para a comunidade internacional na quarta-feira, no discurso de abertura da 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Ela falará antes do presidente dos EUA, Barack Obama, que, em busca de legitimidade e reforço à coalizão, vai pedir a união dos países no combate à nova ameaça terrorista representada pelo EI.
Obama também presidirá reunião do Conselho de Segurança da ONU que discutirá ações multilaterais contra a organização, que já controla vastos territórios no Iraque e na Síria. Para a presidente brasileira, o órgão não tem respondido à explosão de conflitos internacionais.
— Nós repudiamos sempre o morticínio e a agressão dos dois lados. E, além disso, não acreditamos que seja eficaz. O Brasil é contra todas as agressões. E inclusive acha que o Conselho de Segurança da ONU tem que ter maior representatividade, para impedir esta paralisia do Conselho diante do aumento dos conflitos em todas as regiões do mundo — afirmou Dilma.
Após os bombardeios, o ditador sírio Bashar al-Assad afirmou que o país apoia todos os esforços internacionais contra o terrorismo, segundo a agência estatal “Sana”. Mais cedo, porém, informações desencontradas não deixavam claro se houve uma comunicação entre os governos americano e sírio sobre os bombardeios. Enquanto o regime de Assad disse ter sido informado sobre os ataques, o Departamento de Estado dos EUA fez questão de destacar que não pediu autorização e que não age em coordenação com o governo sírio.
O presidente confirmou a adesão de mais de 40 países na coalizão internacional, incluindo as cinco nações árabes que participaram dos ataques aéreos na Síria — Bahrein, Jordânia, Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), ao menos 120 jihadistas morreram na investida, sendo 70 combatentes do EI e outros 50 de grupos ligados à al-Qaeda.
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