26/09/2014
às 0:22 \ Direto ao Ponto
No
fim de 2008, depois de dar por inaugurado o Brasil Maravilha, o
primeiro ex-operário promovido a presidente da República cismou que a
ONU merecia um secretário-geral que, além de monoglota, nunca lera um
livro nem sabia escrever. Nos dois anos seguintes, até que a ficha
caísse, Lula caprichou no duplo papel: Conselheiro do Mundo e
Solucionador de Conflitos Insolúveis.
O
consultor planetário, por exemplo, tentou convencer o governo americano
de que, vistos de perto, os aiatolás atômicos do Irã eram gente fina,
que recorria a peraltices nucleares só para chamar a atenção dos
adultos. O especialista em crises sem remédio abandonou de novo o local
do emprego para baixar no Oriente Médio e ensinar que ódios seculares
podem ser liquidados com uma semana de prosa & lábia.
Voto
revoga prontuário, reiterou a campanha internacional. Lula bajulou
genocidas africanos, perdoou dívidas bilionárias de tiranos caloteiros,
ajoelhou-se no altar de Hugo Chávez, celebrou missas negras em companhia
de assassinos psicopatas, rebaixou-se a amigo e irmão de abjeções como
Muammar Khadafi, debochou dos presos políticos cubanos; fez o diabo. Mas
a candidatura a comandante da ONU fez tanto sucesso quanto a ideia de
instalar no governo paulista um poste disfarçado de Alexandre Padilha.
O
padrinho pode ter sua segunda chance caso ajude a afilhada a provar que
só a troca dos ataques aéreos por conversas civilizadas conseguirá
encerrar o show de selvageria protagonizado pelo Estado Islâmico. Como
constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, não há no mundo
alguém tão preparado quanto Lula para missões do gênero. A partir de
novembro, ex-presidente estará liberado para sossegar os companheiros
degoladores com meia dúzia de conversas.
Perdida a eleição, Lula não terá nada a perder além da cabeça.
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