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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Especulações sobre a Ordem Global do século XX - Paulo Roberto de Almeida

 Voilà: estou inscrito para minha própria palestra. Espero não perder...

Paulo Roberto de Almeida


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Especulações sobre a evolução da ordem global do Século XXI

Organizador: CEDIN

  05 de abril de 2021, 19h>21h45

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Quando o ódio for tudo o que nos restou é sinal que não sobrou mais nada - Marcos Cavalcanti

 Quando o ódio for tudo o que nos restou é sinal que não sobrou mais nada

Marcos Cavalcanti

Na minha adolescência tive um professor de biologia que para mim representava tudo o que um professor NÃO deveria ser. A forma de motivar os alunos era pelo medo e pelas ameaças. Suas provas eram um exercício de memória baseado em sua apostila. Quem decorasse a apostila tirava dez, quem não decorasse se dava mal. Eu me dava mal. Era ótimo aluno nas outras matérias, mas em biologia eu só tirava nota vermelha... Aquilo foi me incomodando a tal ponto que fiquei com raiva do professor e de mim mesmo e jurei que ia passar de ano sem fazer prova final. Deu certo. Passei de ano. E até hoje não sei nada de biologia...

O ódio pode ser usado para motivar as pessoas e até para conseguir resultados objetivos, mas raramente o saldo final é positivo. Os ganhos não ficam para a vida. Quando o ódio acaba não sobra nada de bom.

O PT e lula representaram um dia, um projeto de esperança em um novo Brasil: incorporaram mais gente ao mercado consumidor e abriram mais vagas no ensino superior. Mas não tocaram nos fundamentos que fazem a nossa sociedade ser injusta e desigual há séculos. O Estado continuou a ser uma máquina a serviço de poucos grupos em detrimento da maioria esmagadora da sociedade. Os banqueiros, latifundiários e empreiteiras nunca ganharam tanto dinheiro como nos 13 anos em que o partido esteve no poder. Pior, não melhoraram nem ampliaram a educação fundamental, a saúde pública ou o saneamento básico. Em resumo, aumentaram o número de consumidores e os lucros, mas não ampliaram a cidadania. Tomaram, literalmente, de assalto a máquina pública, colocando-a à serviço do partido e não da sociedade. Todos os outros partidos fizeram isto antes, mas nenhum ousou tanto e teve tão pouca vergonha de fazê-lo. E, sobretudo, nenhum outro teve a arrogância e 

intelectuais que o defendem mesmo diante da corrupção mais vergonhosa da história do país.

 

Estamos aprendendo, dolorosamente, que distribuição de renda não se resume a poder comprar geladeiras e fogões a prazo, mas acontece via educação, saúde, ciência, tecnologia, produtividade e competitividade. 

Ninguém tem o dom da verdade ou acerta sempre. Como dizia meu avô, na vida a gente raramente acerta, mas em todas as outras vezes aprende. 

Ou não... 

Para alguns de nós os errados são sempre os outros. O discurso do ódio de lula (“coxinhas”, “golpistas”, “contra Moro e a Lava Jato”) só tem espaço porque do outro lado tem gente falando de “petralhas”, “comunistas” e que tais. Bolsonaro e lula dependem um do outro para sobreviver. São dois lados da mesma moeda: o ódio e a gana pelo poder. Tanto é assim que os dois querem exatamente a mesma coisa: impedir o surgimento de um terceiro candidato, de forma que eles possam manter esta polarização que os favorece. 

E esta polarização, que só nos faz ver inimigos em todos os que pensam diferente, está nos levando para onde? Para o precipício e para a falta de esperança. Que Bolsonaro e as viúvas e viúvos da ditadura assumam este discurso não me choca nem surpreende. Estão no seu triste papel de defender o passado. O que me espanta é ver pessoas que se dizem intelectuais assumindo este discurso. Mesmo que de forma envergonhada:“não sou PT, mas"...

Acredito que estes amigos façam isto em defesa de sua história de lutas pela democracia e pela justiça social. E porque, no passado, o PT encarnava este discurso e esta esperança. Se esquecem, no entanto, que o PT FOI isso. Não é mais, pelo menos desde o mensalão. Quem mudou foi o partido e não estes amigos que, acredito, continuam a querer fazer do Brasil um país justo e menos desigual.

Precisamos mudar este rumo. Um discurso baseado no ódio pode ser suficiente para manter a tropa reunida em torno do seu chefe e guru, mas não constrói alternativas e nem é portador de futuro. O fracasso do PT não é o fracasso do projeto de vida meu ou destes amigos. É o fracasso de um partido que abandonou seus sonhos e ideais para se tornar mais uma outra quadrilha a assaltar o Estado. Quem mudou foi o partido, que passou a ser o "partido do lula", que prega o ódio contra seus adversários (como Marina, Cristovão Buarque ou FHC) e que só admite uma frente se o partido estiver liderando. Mesmo que o discurso do “lulinha paz e amor” volte, para tentar enganar de novo os desavisados e esquecidos.

Mesmo as mais bonitas histórias de amor podem acabar mal, mas não precisa ser assim. A escolha sobre como tudo isto vai acabar é de cada um. Podem restar boas lembranças e, sobretudo, podem restar muitas lições aprendidas. 

Eu prefiro seguir a oração de São Francisco de Assis e superar esta polarização que está destruindo o Brasil: onde houver ódio que a gente leve amor; onde houver discórdia, que a gente saiba se unir. 

Triste seria se constatarmos que ao final, tudo o que restou foi ódio. Porque a história já ensinou que, neste caso, não nos resta mais nada. 

Nem mesma a esperança.


O chanceler acidental saiu, mas as ideias ficam - Duda Teixeira e Paulo Roberto de Almeida

 Permito-me discrepar ligeiramente de Duda Teixeira nesta matéria:

https://www.oantagonista.com/brasil/ernesto-sai-mas-as-ideias-ficam/

As ideias que ficam não são as de Carlos França, que, assim como 99,99% dos diplomatas, nunca conseguiria reproduzir as loucuras debiloides do chanceler acidental: ninguém conseguiria ser tão desequilibrado e submisso quanto o patético e nefasto ex-chanceler.

As “ideias” — com toneladas de sal grosso nessa coisa impossível de existir sob o regime dos alucinados — são as do guru destrambelhado da Virginia, as poucas (se alguma) do capitão genocida, as inexistentes do Bananinha 03, as fundamentalistas do olavista pornográfico e as de outros anacrônicos seguidores desse fenômeno horripilante a que deram o nome (impróprio) de bolsonarismo, um ajuntamento de sandices inéditas na história da nação desde 1549.

Carlos França está geneticamente blindado contra essa festival de loucuras. Mas não pode impedir que a tropa de ignaros e paranoicos continue a guiar a nau dos insensatos. Pior: o “demitido” chanceler acidental se nomeou para a cozinha interna do Itamaraty, a poderosa Secretaria de Administração: pretende continuar mandando no Itamaraty, com a ativa conivência do 03, do Robespirralho e do próprio JB, zombando dos senadores que o demitiram.

Paulo Roberto de Almeida


A MAIOR tragédia brasileira em todos os tempos - Paulo Roberto de Almeida, Juarez Q Campos

 Uma mensagem contundente de Juarez Q Campos para lembrar, simplesmente, que o Brasil vai continuar acumulando mortos sobre mortos enquanto tivermos um genocida no poder. Políticos, militares e o chamado grande capital, mas também certa esquerda que acha que é preciso deixar o genocida se desacreditar de vez, são cúmplices, voluntários ou involuntários, nessa grande tragédia humana, social, econômica, política, cultural, total. Parabéns, senhores (e senhoras), vocês estão permitindo que continue a maior catástrofe deliberadamente construída na história do Brasil, o mandato que produziu o maior descalabro em toda a nossa trajetória como nação, e nisso eu coloco os quase cinco séculos desde que D. Tomé de Souza, o primeiro governador-geral do Brasil desembarcou nas costas da Bahia. Jamais tivemos dirigente tão néscio, tão parvo, tão idiota, tão despreparado, tão perverso e desumano quanto o capitão degenerado e genocida.

Sempre assino embaixo do que afirmo:

Paulo Roberto de Almeida

Brasilia, 2/04/2021


Juarez Q Campos:

Em sua live, o psicopata questionou mais uma vez as medidas de isolamento e informou que será o último brasileiro a tomar vacina. Instruiu a AGU a pedir a suspensão de decretos que proíbam cultos e missas no país, e repetiu mais uma vez "o meu Exército brasileiro não vai às ruas agir contra o povo".

Ao politizar a pandemia, Bolsonaro mergulhou o país na maior crise humanitária da nossa história, e vamos lembrar que genocídio é crime coletivo. 

Há quase uma centena de pedidos de impeachment hibernando na gaveta do presidente da Câmara, enquanto o país caminha para mais de 400 mil mortos, e milhões brasileiros já estão abaixo da linha da miséria.

Mas o impeachment não interessa a ninguém, nem ao Congresso, nem ao Lula, Ciro, Dória, Mandetta, Boulos, partidos, governadores, militares, STF e empresariado.

Criminosos, são todos cúmplices do genocida.


quinta-feira, 1 de abril de 2021

Relações Internacionais: Temas Clássicos, Rodrigo Gallo (org.); Prefácio: Paulo Roberto de Almeida; livremente disponível em pdf

Relações Internacionais: Temas Clássicos

Rodrigo Gallo (organizador)

Boa Vista: Editora Iole, 2021

ISBN: 978-65-993757-3-6

DOI: https://doi.org/10.5281/zenodo.4657531%20




Sinopse:

Este livro foi organizado para atender à formação dos internacionalistas: articular, em uma mesma obra, capítulos que possam suprir as necessidades de conhecimentos específicos, porém, já aplicados às particularidades dos cursos de Relações Internacionais (RIs).

A proposta deste livro não é renovar o debate teórico, mas oferecer subsídios para que os estudantes consigam enfrentar alguns dos principais temas essenciais para as RIs. Ao invés de apresentarmos ideias novas, optamos por debater os pilares elementares, para que, a partir daí, cada um possa se especializar na área de sua preferência.

É essencial ressaltar que os capítulos deste livro não dispensam a leitura dos textos clássicos e consagrados da área: nosso projeto apresenta aos leitores um manual de Relações Internacionais, que não os exime da necessidade de buscar a literatura original como forma de aprofundar seus conhecimentos.

 

Formato eletrônico, livremente disponível

http://editora.ioles.com.br/index.php/iole/catalog/view/14/24/39-1


Volume 1: organização Rodrigo Gallo 

 

1. Teoria do Estado e sistema internacional (Rodrigo Gallo)

2. Política Externa e Análise de Política Externa (Ivan Fernandes, professor da UFABC)

3. Organizações Internacionais (Mariana Maia Ruivo, professora visitante da USP Leste e Uninove)

4. Economia Internacional (Mayra Coan, professora da Fundação Santo André, e Pedro Godeguez, professor do IBMEC)

5. Sistemas Financeiros e Monetários Internacionais (Rodrigo Maschion, professor da Universidade Anhembi Morumbi)

6. Direitos Humanos (Marco Aurélio Moura, professor da FMU)

 

Prefácio


Relações Internacionais: temas clássicos e contemporâneos (vol. 1)

 

Prefácio de Paulo Roberto de Almeida

 

Qualquer analista, seja ele um diplomata ou um pesquisador acadêmico, das relações internacionais contemporâneas, ou seja, esta que se desenvolve sob nossos olhos, não deixa de enfrentar certo desconforto se por acaso fosse chamado a distinguir, segundo a terminologia do subtítulo deste livro, quais seriam os temas clássicos da disciplina e quais os distintivamente contemporâneos. 

Os temas clássicos adivinhamos empiricamente quais sejam: os das relações entre estados soberanos, nas linhas da estrutura westfaliana que já é velha de quase 400 anos; o da guerra e da paz entre as nações, segundo a obra, por si só clássica, de Raymond Aron; as questões do colonialismo, surgidas com os Descobrimentos, e as do imperialismo, em sua moldura europeia do século XIX; a sucessão de preeminências hegemônicas no cenário internacional, partindo da partilha do mundo entre as duas coroas ibéricas, seguida pelo avanço das demais potências europeias nas latitudes periféricas; sem descurar a emergência de uma economia mundial, já bem entrada a segunda revolução industrial, no terço final do século XIX. 

As relações entre estados soberanos são basicamente bilaterais, eventualmente pontilhadas por encontros mais amplos, do tipo do multilateralismo precoce, mas ainda oligárquico, experimentado no Congresso de Viena (1815). As guerras “clássicas” eram, primeiro, as mercenárias, depois as levadas a efeito por exércitos nacionais, segundo o modelo clausewitziano ainda vigente na era dos conflitos napoleônicos, para finalmente encontrarem um limite aos enfrentamentos globais com a mecanização e a nuclearização dessas disputas bélicas entre grandes potências; as que sobraram são conflitos interestatais, e mais frequentemente civis, nas nações periféricas. Colonialismo e imperialismo deixaram a fase da dominação direta e dos tratados desiguais para assumir novas formas, mais do lado dos investimentos e do livre comércio. A famosa disputa hegemônica, por fim, não deve mais passar por algum conflito global – dada a devastação que poderia produzir, ameaçando a própria sobrevivência da Humanidade – e sim pela sucessão de “Estados comerciais”, como já analisado por Rosencrance e Gilpin em obras igualmente clássicas. 

A Guerra Fria geopolítica sepultou, possivelmente, a era das relações internacionais clássicas, que vinha da Grande Guerra (1914-18) e que se prolongou no segundo pós-guerra; agora, entramos na era das relações internacionais contemporâneas, que talvez seja marcada por uma espécie de Guerra Fria econômica, que deve estender-se pelo resto do século XXI, segundo linhas de tensão, de fricção e de cooperação ainda não de todo definidas neste início da terceira década do século. E do que serão feitas as relações internacionais contemporâneas? Possivelmente, por todos os temas que comparecem neste primeiro dos dois volumes de uma obra muito bem vinda no cenário ainda relativamente rarefeito da literatura especializada dos cursos acadêmicos da área, e por mais alguns temas complementares ou emergentes.

As relações entre estados soberanos continuarão no horizonte das possibilidades históricas pelos próximos 150 anos pelo menos, em que pese os temores paranoicos dos “antiglobalistas”, os alquimistas tresloucados do presente momento, depois que os “antiglobalizadores” já se cansaram de protestar contra as iniquidades do sistema internacional capitalista e se retiraram discretamente do cenário, depois de insistirem durante mais de uma década sobre o impossível “outro mundo possível” que eles pediam ruidosamente, com todas os gadgets das multinacionais. Se as relações bilaterais são cada vez mais complementadas, e até substituídas, pela diplomacia multilateral das organizações internacionais – a bête noire dos malucos do antiglobalismo –, as manobras nacionais não deixam de existir, daí a necessidade da análise voltada especificamente para a política externa, como comparece igualmente neste volume. 

O núcleo central dessas RI contemporâneas não é tanto a competição guerreira entre Estados de primeira grandeza e sim a concorrência econômica entre as potências tecnológicas, que podem ser, inclusive, anões militares, daí a importância do estudo da economia internacional, dos sistemas monetários e financeiros, como também aqui figura. Estamos no limiar do declínio do dólar enquanto moeda mundial? Se isso ocorrer, será ainda muito gradual, à medida da transposição da moeda digital chinesa em criptomoeda conversível e com pretensões universalistas, crescentemente operada por sistemas funcionando segundo princípios da inteligência artificial, que a China já domina amplamente. Outras questões se apresentam na interface dos temas globais, direitos humanos, meio ambiente, crime transnacional, sustentabilidade planetária e exploração extraplanetária, energias renováveis e o velho tema do desenvolvimento. 

Estas são as questões, várias das quais encontram-se dissecadas e analisadas nos estudos e ensaios aqui incluídos, cujos autores são professores especialistas nos temas a que se dedicam, com um perfeito conhecimento das demandas de seus alunos em salas de aula. Sejam bem vindos a elas, e comecem desde já a pensar nos novíssimos temas, aqueles que nos ocuparão, academicamente e praticamente, pelo resto do século.


Especulações sobre a evolução da ordem global do século XXI, à luz do Direito Internacional e da Política Mundial - Paulo Roberto de Almeida

Especulações sobre a evolução da ordem global do século XXI, à luz do Direito Internacional e da Política Mundial

Brasília, 1 abril 2021, 18 p. 

Palestra Magna no Curso de Pós-Graduação em Direito Internacional oferecido pela Faculdade CEDIN, a convite do professor Leonardo Nemer e da professora Amina Guerra.

5/04/2021, 19hs, via Sympla.


DESCRIÇÃO DO EVENTO

O curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Internacional do CEDIN tem por finalidade promover uma análise profunda das relações jurídicas internacionais, de modo a desenvolver nos alunos maior capacidade de compreensão dos modos de formulação de políticas e ações jurídicas de inserção internacional, capacitando os futuros especialistas a operar com o instrumental normativo das Relações Internacionais. Desde 2005, seu primeiro ano, a especialização em Direito Internacional conta com professores altamente qualificados, tratando de temas relevantes e atuais, organizados em quatro módulos, cujos conteúdos estão centrados no estudo de temas do Direito Internacional Público e Privado.

Especulações sobre a evolução da Ordem Global do Século XXI, à luz do Direito Internacional e da Política Mundial, com o Embaixador Paulo Roberto de Almeida.

The New China Shock - Mark Leonard (Project Syndicate)

  

Project Syndicate, Praga – 31.3.2021

The New China Shock

Like China's accession to the World Trade Organization in 2001, the country's new strategy for achieving economic self-reliance and geopolitical dominance poses an unprecedented challenge to the West. The difference this time is that Western leaders are no longer committed to a fanciful vision of "reciprocal engagement."

Mark Leonard

 

Berlin - Some months ago, the Chinese authorities approached some of the biggest foreign companies in the country and asked them to tap a representative to participate in a small closed-door gathering on China’s new economic strategy. The meeting was to be with a senior official at an undisclosed time and location, and, according to two people with direct knowledge of the matter who insisted on anonymity to discuss it, companies were asked to send only ethnic Chinese representatives. In both content and form, the episode captured China’s eagerness to make its economy more recognizably Chinese, developing its own technologies and energy sources while relying on domestic consumption rather than on foreign demand. 

Chinese President Xi Jinping’s new strategy centers on the concept of “dual circulation.” Behind the technical-sounding phrase lies an idea that could change the global economic orderInstead of operating as a single economy that is linked to the world through trade and investment, China is fashioning itself into a bifurcated economy. One realm (“external circulation”) will remain in contact with the rest of the world, but it will gradually be overshadowed by another one (“internal circulation”) that will cultivate domestic demand, capital, and ideas.

The purpose of dual circulation is to make China more self-reliant. After previously basing China’s development on export-led growth, policymakers are trying to diversify the country’s supply chains so that it can access technology and know-how without being bullied by the United States. In doing so, China will also seek to make other countries more dependent on it, thereby converting its external economic links into global political power.

The shift to a dual-circulation strategy raises the specter of a new “China shock” that could dwarf the impact of the first one, which struck Western economies after China’s accession to the World Trade Organization in 2001. Although China’s inclusion in the WTO generated a huge amount of wealth and lifted millions of Chinese out of poverty, it also created losers in places like the American Rust Belt and the United Kingdom’s “red wall” districts, setting the stage for the UK’s Brexit referendum and former US President Donald Trump’s election in 2016.

The West’s political class took a long time to wake up to the China shock, because it had committed to a strategy of “reciprocal engagement,” whereby Western consumers would benefit from low-cost Chinese imports, and Western companies would profit from China’s economic growth by tapping its massive market. These dynamics, it was assumed, would pressure China into opening up its market and society even more. But this assumption has not been borne out.

The new China shock’s impact on the West will differ fundamentally from the first one. For starters, the dual-circulation strategy will affect different parts of the economy and society. Rather than endangering legacy industries, the goal is to dominate cutting-edge sectors and compete with legal and financial firms in the City of London, automakers in Baden-Württemberg, and biotech firms in Sweden.

Specifically, Xi’s 2015 “Made in China 2025” plan emphasizes sectors such as artificial intelligence, semiconductors, batteries, and electric vehicles, and aims to increase the domestic content of core technological components to 40% by 2020, and to 70% by 2025. The goal is to use state subsidies, export controls, and controls on data to allow Chinese firms to replace foreign ones – or to make the foreign firms more Chinese. If Xi’s plan succeeds, the new China shock could hollow out as many high-paid jobs in tech and services as the first one did in heavy industry and textiles.

The shock will not end there. Today’s main geopolitical contest is not just about enforcing global rules; it is about who makes them. Whereas the West previously struggled to secure Chinese compliance with the trade, investment, and intellectual property (IP) frameworks it had crafted, China is now also seeking to make and enforce the rules. There are already or have been Chinese heads at the International Telecommunication Union, the International Organization for Standardization, and the International Electrotechnical Commission, and Chinese companies are increasingly trying to define the future of technology. Huawei alone holds more than 100,000 active patents, particularly in 5G technology, where it is competing with Western companies like Ericsson and Nokia to set global standards.

Moreover, today’s competitive tensions are no longer contained within a bilateral Western-Chinese relationship. With its Belt and Road Initiative, China has already established a network of economic ties with more than 100 countries, and it will not hesitate to use these channels to export Chinese standards along with its model of state capitalism and state subsidies. Soon (if not already), Western companies will face the same uneven playing field in third markets as they do in China itself.

One implication of the new China shock is that the new rules on data, research and development, and standards will force prominent Western companies to acquire Chinese characteristics, unless they withdraw from China altogether. As one well-placed private-sector observer put it to me, “China’s idea is that if companies like Daimler or Volkswagen want to work in China, they will have to move services, R&D, and new products there. Beijing hopes that dual circulation will transform them into Chinese companies.”

Needless to say, the new China shock demands a different set of responses than the old one did. Rather than trying to transform China or make inroads into the Chinese market, the West’s priority must be to transform itself, not least by developing industrial and investment policies to spur innovation and protect its IP.And to ensure that their economic “champions” have access to economies of scale, Western countries must establish shared standards for privacy, data protection, carbon pricing, and other issues. Ideally, this cooperation would formalize new trade agreements, investment packages, financing, and regulations to expand the share of the global economy that is open to non-Chinese technologies and frameworks.

Europeans, for their part, will need to enact domestic reforms to protect themselves from economic coercion in a world of gated globalization and weaponized interdependence. While much of the attention now is on China’s crackdown in Hong Kong and repression of the Uighur minority in Xinjiang, there is an even bigger shockwave approa

 

Mark Leonard is Co-Founder and Director of the European Council on Foreign Relations.

Celso Amorim sobre os militares e a antidiplomacia bolsolavista - Deutsche Welle

O ex-chanceler de Itamar e de Lula e ex-ministro da Defesa de Dilma, e eterno candidato a voltar ao Itamaraty, caso Lula volte ao poderá diz algumas quantas mentiras nesta entrevista à Deutsche Welle, mas acerta na maior parte das vezes em que critica a antidiplomacia e a não-política externa do desgoverno do genocida e seu patético chanceler acidental... PRA

ENTREVISTA, Deutsche Welle, 1/04/2021

"Nosso erro foi ter tido condescendência", diz Celso Amorim

Ex-ministro da Defesa no governo Dilma faz autocrítica sobre a falta de uma postura mais firme em situações de desrespeito de generais à prevalência do poder civil. "Eu não teria indicado o Villas-Bôas."

Celso Amorim

Celso Amorim chefiou Ministério da Defesa entre 2011 e 2015, no governo Dilma, e pasta das Relações Exteriores entre 2003 e 2010, sob Lula

O ex-ministro da Defesa Celso Amorim, que ocupou a pasta no primeiro mandato de Dilma Rousseff, acredita que os governos petistas erraram ao ter "condescendência” com posturas consideradas inadequadas de generais da ativa.

Sem especificar quais teriam sido os comportamentos acima do tom, Amorim defende que uma posição mais firme deveria ter sido tomada em situações de desrespeito à prevalência do poder civil.

"Deixaram pessoas com uma visão menos afinada com a prevalência do poder civil. É uma dificuldade intrínseca deles, que se expressou não por ser governo do PT”, afirma, em entrevista à DW Brasil.

Em entrevista à DW Brasil, o ex-ministro afirma que não teria indicado o general Villas-Bôas para o comando do Exército. A nomeação ocorreu em fevereiro de 2015, quando já havia deixado o cargo.

"Menos por uma percepção política de que ele ia fazer o que fez, e mais por eu ver nele uma pessoa que queria aparecer um pouco demais”, comenta. "Acho que a discrição é uma qualidade de um general. O militar não pode falar muito, pois está armado”.

Aos 78 anos, Amorim acompanha com preocupação o movimento "arriscado” do presidente Jair Bolsonaro que resultou na saída conjunta dos três comandantes das Forças Armadas. Ressaltando a dificuldade de decifrar as movimentações internas dos militares, ele não vê qualquer sinalização golpista entre os generais até agora.

Tendo chefiado o Itamaraty entre 1993 e 1995, no governo Itamar Franco, e nos dois mandatos do governo Lula, o ex-ministro diz acreditar que levará muito tempo para que o Brasil consiga reconstruir sua imagem internacional após os danos diplomáticos provocados no governo Bolsonaro, assim como se observou no pós-ditadura.

"Agora, o problema é mais grave, porque se trata de um governo eleito. Certas posições afetam a credibilidade do país. Quando um representante nosso, seja um jovem embaixador ou secretário, levanta a plaquinha nas assembleias, ali não está escrito ‘governo Bolsonaro', está escrito ‘Brasil'”.

DW: O livro de memórias do general Villas-Bôas explicita que havia um desconforto interno com os governos petistas, que atingiu seu ápice com a Comissão Nacional da Verdade. Isso era sentido por você à frente da Defesa?

Celso Amorim: A Comissão da Verdade realmente mexeu muito com as pessoas da reserva, sobretudo por ser um tema que lida com relações humanas e parentesco. Tem muitos formados da mesma família, às vezes o professor. Sem querer de forma alguma justificar, foi um assunto que pegou nervos expostos em vários setores. Eu não sentia nos comandantes uma oposição à Comissão. Obviamente que eles talvez não fossem elogiar. Mas a questão principal deles era a barganha por um equilíbrio a partir da Lei de Anistia, de investigar a verdade sem punir. A lei que criou a Comissão da Verdade reafirma a Lei de Anistia. Eu acho que eles absorviam, mas sofriam pressões externas, de ex-chefes, e deixavam a coisa delicada.

Mas nunca perdemos o diálogo a esse respeito. Eu fui intermediário entre a Comissão e eles em alguns momentos. A coisa me parecia bem manejada, mas isso tudo aflorou porque as instituições civis se debilitaram, sobretudo com o impeachment da Dilma. Uma parte importante da elite econômica e da mídia brasileira foi atrás deles, aí eles apoiaram. Não acho que nasceu lá. Podia haver descontentamento, mas, pouco antes do fim da Comissão, os jornais trouxeram como manchete um documento muito importante, em que eles admitem que violações de direitos humanos podem ter ocorrido nas organizações militares. Não é tudo, quem conhece um pouco de psicanálise sabe que a não negação é o primeiro passo para você chegar ao entendimento.

Houve ingenuidade dos governos petistas em relação aos militares e ao próprio general Villas-Bôas, nomeado comandante do Exército pela então presidente Dilma?

Não vou criticar a Dilma nem meus sucessores, mas eu não teria indicado o Villas-Bôas. Menos por uma percepção política de que ele ia fazer o que fez, e mais por eu ver nele uma pessoa que queria aparecer um pouco demais.

O comandante do Exército naquela época, assim como o chefe do Estado Maior e o comandante de Operações Terrestres eram pessoas muito discretas. E acho que a discrição é uma qualidade de um general. O militar não pode falar muito, pois está armado. Mas é uma questão de julgamento, as pessoas podem errar, assim como podem ter visto outros méritos que eu pessoalmente não veria. Ao mesmo tempo, não teria certeza, não diria "não ponha de jeito nenhum”. Não tivemos qualquer problema pessoal. Quando ele era comandante da Amazônia e eu tiver que ir lá, fui muito bem tratado.

Fui surpreendido quando o general Sérgio Etchegoyen assinou um manifesto contra a inclusão do pai dele no relatório da Comissão, sem por o nome como general, e sim como familiar. Deixaram pessoas com uma visão menos afinada com a prevalência do poder civil. É uma dificuldade intrínseca deles, que se expressou não por ser governo do PT. Acho que muitos realmente guardaram um ranço, mas o governo do Lula e da Dilma investiram muitíssimo. É só pegar projetos como o submarino nuclear, os caças Gripen, tudo aconteceu no governo do PT. Não houve falta de atenção na tarefa organicamente importante deles que é defender o país. 

No conjunto da obra, sem pensar em uma ação específica, acho que o nosso erro foi ter tido um pouco de condescendência nesses aspectos. Não em temas como a remuneração e condições adequadas para defender o país. Isso é justo e tinha que ser reivindicado. Mas, em algum momento, você tem que adotar uma posição mais firme.

Como ex-ministro de duas pastas importantes em que ocorreram trocas no início da semana, como você observa essas mudanças?

Pensando internacionalmente, até, eu não me lembro de ver a demissão dos ministros da Defesa e das Relações Exteriores no mesmo dia. São dois pilares do Estado. E ainda trocaram o ministro da Justiça, o terceiro pilar. Este foi numa espécie de dança de cadeiras, mas não deixa de ser um fato importante. É um movimento muito ousado, que deve ser lido com atenção.

O Bolsonaro é uma pessoa que luta principalmente pela sobrevivência. Seu objetivo, como ele mesmo enunciou, é desconstruir a realidade. Não é só contra os governos petistas. O chanceler que acaba de sair critica a política externa dos últimos 45 anos, do período Geisel para cá já não serve. O presidente fala o que agrada ao clã. Ele fez isso num momento em que se sentiu enfraquecido, com o manifesto dos banqueiros, a volta do Lula, os efeitos da pandemia e a derrubada do ministro das Relações Exteriores pela unanimidade do Senado. Era uma pessoa de quem ele gostava, e não teve uma voz que se levantasse para o defender.

Com esse movimento super arriscado, o Bolsonaro pode achar que ganha tempo. E, talvez, tenha razão. Para ele chegar a 2022, tem que passar pelos meses que faltam. Nesse período, pode ser que a pandemia arrefeça, por força da natureza ou avanço da vacinação. A economia mundial pode progredir, já há um crescimento da China e há muita expectativa sobre os EUA. Tudo isso pode fazer o preço das commodities subir, o que já está ocorrendo. Na expectativa dele, pode ser que a situação não seja tão ruim após uns cinco, seis meses.

Com que grau de preocupação você acompanha a crise entre o comando das Forças Armadas e o presidente Bolsonaro?

É complicado, entrar lá exige uma senha especial. Como estive lá por três anos e meio, tive alguns desses códigos, mas é sempre um pouco difícil. Por exemplo, eu não tenho certeza sequer se eles foram demitidos porque se sabia que iriam renunciar, ou se renunciaram porque sabiam que seriam demitidos. É uma coisa intrincada. Seja como for, é uma crise muito grande. Nunca houve um fato como este na história do Brasil.

Ele sentiu que precisava ter uma iniciativa, numa área que para ele é fundamental, a da segurança. O Bolsonaro tem muita confiança que poderá usar as polícias e outras forças que possam surgir. Ele próprio mencionou que poderia haver no Brasil um episódio como a invasão do Capitólio, nos EUA. O Bolsonaro precisa das Forças Armadas para agirem em seu favor, em face de uma dessas situações, ou para ao menos estarem neutralizadas. Foi esse conjunto de coisas que o levou a esse gesto totalmente inusitado, que não ocorreu nos governos militares nem em qualquer governo civil.

Você concorda com a leitura de que o comando das Forças Armadas sinalizou que não haverá endosso a iniciativas golpistas?

Sim, mas só estou falando com base em informações que saem na imprensa. Não fico chateando os poucos militares que conheço, pois sei que é uma situação muito difícil para eles. Uma das coisas que dizem é que o Bolsonaro esperava uma manifestação da Defesa, do Alto Comando ou do Exército crítica ou manifestando preocupação sobre a decisão do Supremo que trouxe o Lula de volta ao cenário político. Aparentemente, teria havido uma negativa do general Pujol de ir nessa direção. Obviamente, é algo que o incomoda muito e denota o respeito à institucionalidade.

Por um lado, é verdade que muitos militares se deixaram envolver pelos cargos, benefícios, e isso obviamente acaba tendo um reflexo na postura deles, mas o Alto Comando teve a preocupação de manter uma certa independência. Minha leitura até agora é de que iria acabar como na fábula em que o coelho começa a bater para pegar o melado e, no final, acaba grudado no melado, sem ter mais como sair. Mas a visão que eu tenho com esses últimos acontecimentos é que ele não estava totalmente grudado.

Qual é o legado deixado pela política externa conduzida pelo ex-ministro Ernesto Araújo ao longo de mais de dois anos?

É um desastre absoluto, de qualquer ângulo que você puder olhar. A própria percepção do Senado, de que uma má diplomacia estava tendo efeitos danosos para a vida das pessoas, nunca se viu antes. Havia interesses específicos. Às vezes, a agricultura achava que você podia fazer uma coisa, e a indústria não. Mas nunca houve uma unanimidade como desta vez em relação ao efeito danoso. E este é só o efeito interno. Em termos de substância e posicionamentos internacionais, o Brasil vai levar muito tempo para recuperar a credibilidade. Eu digo isso com muito pesar, porque queria que recuperasse rápido. Mas não é assim, no dia seguinte.

Após a ditadura militar, até o Brasil voltar a ter um papel importante na área de direitos humanos e voltar a ter uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, levou um tempo. E olha que a ditadura, em matéria de política externa, não foi tão ruim assim, sobretudo do Geisel para cá. Basta lembrar o Acordo Nuclear com a Alemanha, à revelia dos EUA. Com um governo militar de direita, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer o governo auto-proclamado marxista-leninista em Angola, pensando nos seus interesses estratégicos com este país, entre outros aspectos.

Agora, o problema é mais grave, porque se trata de um governo eleito. Certas posições afetam a credibilidade do país. Quando um representante nosso, seja um jovem embaixador ou secretário, levanta a plaquinha nas assembleias, ali não está escrito "governo Bolsonaro”, está escrito "Brasil”.

A política externa adotada pelos governos petistas, na qual você teve papel central, também é apontada como "ideológica” por grupos mais moderados, de centro-direita. Como você reage?

Não se trata apenas de uma interpretação errada. É uma mentira. Dizem que o Brasil virou as costas para os EUA e a Europa. O Brasil assinou uma parceria estratégica com a União Europeia em 2007, a convite deles, uma coisa que a Europa só tinha com quatro ou cinco países.

Tomamos inciativas conjuntas com França,  Noruega, Portugal e Espanha. Mantivemos, ainda, uma excelente relação com a Alemanha. A Angela Merkel me recebeu para conversar sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC). Vá perguntar quantas vezes um chefe de Estado da Alemanha recebeu um ministro brasileiro. Não deve ter havido muitas. Eu não tenho registros. É porque davam importância ao Brasil nas negociações da OMC. O Brasil era central em muitas coisas que estavam acontecendo no mundo.

Com relação aos EUA, o Bush veio aqui duas vezes nos seis anos de coincidência de mandato, uma frequência incomum. E convidou o Lula também duas vezes, além das demais ocasiões em que o presidente foi lá por outros motivos. Um dos convites foi para Camp David, casa de campo do presidente norte-americano. Eu nem ligo para esses símbolos, mas quando as pessoas dizem que a gente virou as costas, é preciso lembrar essas questões.

No governo Dilma, por um bom trabalho feito pelos meus sucessores e ela própria, reflexo de um capital acumulado, elegemos os diretores-gerais da OMC e também da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura). São inclusive organizações que se chocam, mas do primeiríssimo time do sistema internacional. Se você olhar, não vai encontrar com frequência duas pessoas da mesma nacionalidade exercendo esses dois cargos ou equivalentes ao mesmo tempo. Isso reflete o peso imenso que o Brasil tinha entre os países da África, Ásia e América Latina, sem perder prestígio com a Europa.

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