Raramente assisti, em temas internacionais, a uma exposição pública de dúvidas, indefinições, hesitações, confusão mental quanto ao que se pretende fazer. Em diplomacia é certamente bizarro esse tipo de confissão pública sobre incertezas de propósitos.
O tema da moeda única, ou da moeda alternativa ao dólar, que deveria se prestar a sustentar as relações comerciais (e outras) entre os Bric, tem demonstrado que isso é possível. Raramente ocorre na exposição pública de determinadas decisões entre países normais tal demonstração de indefinição de vaguidão nas políticas, mas por vezes acontece essa "coisa" de não se saber bem o que se pretende, mas isso apenas entre países que não sabem bem onde se situam no mundo, a que galáxia pertencem, enfim, pessoas e instituições perdidas no espaço, pode acontecer assim...
Lula vai propor aos países do BRIC adoção de moeda única
Karina Nappi
Diário do Comércio e Indústria, 09/04/10
SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os representantes dos países que integram o BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China - se reúnem em Brasília na próxima semana para discutir questões comuns aos países. Um dos temas que serão abordados na 2ª Cúpula do BRIC é a adoção de uma moeda alternativa a ser adotada pelo grupo nos acordos comerciais. A pedido dos chineses, está na mesa a proposta de escolher uma moeda que não seja o dólar.
Por enquanto, os debates estão em nível técnico. Nas relações multilaterais, a ideia é ampliar as parcerias e buscar mecanismos para fortalecer o grupo no cenário internacional.
"É uma obrigação de todos os países buscar um mecanismo com mais sustentabilidade. Mas não se trata de fazer nada [de modo] açodado. Ninguém pretende fazer algo que dê marolas ou ondas excessivas", afirmou o subsecretário-geral Político do Itamaraty, Roberto Jaguaribe, que coordena a cúpula.
Segundo o embaixador, os técnicos dos bancos centrais dos países integrantes do BRIC vão se reunir para discutir o tema. De acordo com ele, o objetivo é que o grupo seja reconhecido como um fórum de coordenação e negociação, não uma entidade normativa. "O BRIC não pretende ser um grupo como o G-7 ou G-8, mas um fórum de conversas. É um esforço de coordenação, não um grupo normativo", disse ele.
Jaguaribe afirmou que há cálculos que indicam que de 2000 a 2008 as nações do BRIC foram responsáveis pelo maior crescimento econômico no mundo. "[O grupo] passou a ser um instrumento de análise e virou uma categoria de compreensão dos entendimentos do comércio", disse.
Apesar de diferenças pontuais entre seus integrantes, o BRIC considera que há muitas questões convergentes. O Brasil e a Rússia são grandes produtores de matérias-primas, os brasileiros, de alimentos e os russos, de petróleo. A Índia concentra o setor de serviços, enquanto a China acelera o crescimento industrial tornando um dos principais parceiros de vários países. Com economias em desenvolvimento, todas as nações se sentem unidas pelas dificuldades no cenário internacional.
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