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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Estado brasileiro: como os nazifascistas dos anos 1930, como osgangsters mafiosos de Chicago

Nos anos 1930, não havia praticamente diferenças entre os gangsters nazistas instalados em Berlim, e em toda a Alemanha, e os mafiosos de Al Capone, em Chicago. Ambos grupos de criminosos, uns politicos, outros comuns, praticavam os mesmos crimes. Al Capone havia comprado juízes, policiais e talvez até um ou dois senadores em Washington. O fato de Hitler estar no comando de um estado e Al Capone à frente de uma organização criminosa, não os distinguia fundamentalmente. Hitler dispunha de um poder letal muitas vezes maior e assim destruiu a Alemanha e milhões de vidas inocentes. Mas na essência, ele era igual a Al Capone: um criminoso impiedoso.
Parece que o Brasil está se aproximando do padrão: quando o crime organizado toma conta do Estado, podemos esperar o pior. 
Paulo Roberto de Almeida 
A coisa realmente é de uma graça sem fim. O Labogen, o tal laboratório-fachada de Alberto Youssef, que está em nome de laranjas, importava joias italianas, vinhos, instrumentos musicais etc. É o que apontam documentos revelados pela Polícia Federal. Atenção! Os documentos apontam a importação de insumos para a fabricação de remédios. Que mimo! A empresa servia para remeter dinheiro ilegalmente para o exterior e para operar uma sofisticada forma de contrabando. Os “clientes” de Youssef compravam suas “mercadorias finas”, repassavam para ele dinheiro em reais, ele adquiria os produtos no exterior, falsificava a importação de remédios e pronto! Tudo chega aqui sem imposto.
Até aí, vá lá. Coisa típica da bandidagem. Ocorre que esse dito “laboratório” havia fechado uma parceria com a Laboratório da Marinha e com a gigante EMS para a produção de remédio. Sabe-se que essa biboca não tinha condições de fabricar coisa nenhuma. Como é que o dois outros laboratórios, um privado e outro público, fizeram o acordo?
Sim, um ex-assessor de Alexandre Padilha, que ele trata por “Marcão”, foi contratado para dirigir um suposto laboratório que servia à remessa de recursos para o exterior, contrabando e, provavelmente, lavagem de dinheiro. O deputado André Vargas (PR) disse a Youssef que “Marcão” era uma indicação de Padilha. Agora nega. Mais do que isso: o então ministro serviu de testemunha do acordo entre as três empresas. Como é que um grupo criminoso atua dentro do poder com esse desassombro?
A parceria já firmada era de R$ 31 milhões, mas poderia chegar a R$ 150 milhões. E o cliente era o Ministério da Saúde.
Estamos diante de uma evidência: o crime organizado já se infiltrou no Estado brasileiro e opera dentro do poder.

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