sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Desglobalizacao - Marcos Troyjo, PRAlmeida, Sergio Florencio (Ipea, 8/11/2017)

IPEA. 8/11/2017. Seminário no Ipea discute os fenômenos da desglobalização e reglobalização. Instituto recebeu o professor da Columbia University Marcos Troyjo para falar sobre tendências no mundo e projeções para o Brasil

A desglobalização é um fenômeno no mundo desde 2008. Paulo de Almeida, diretor do Instituto de Pesquisa em Relações Internacionais (Ipri/Funag), explica que esse conceito diz respeito, em linhas gerais, "à nova globalização sob a liderança chinesa". Mas de que forma esse processo impacta nas relações entre os países? O que existe de oportunidade para o Brasil nessa nova fase de globalização? Essas foram algumas questões discutidas no Seminário Desglobalização, nesta quarta-feira, 08, realizado na sede do Ipea, em Brasília.

Segundo o palestrante convidado Marcos Troyjo, diretor do Centro de Estudos sobre Brasil, Rússia, Índia e China (BRINClab) da Columbia University, em Nova York,  que também é autor do livro "Desglobalização – crônica de um mundo em mudança", a desglobalização é um fenômeno no mundo desde 2008. "O mundo que está por vir é o da ‘reglobalização’. Enquanto isso, a desglobalização não significa o fim da globalização, mas que essa está perdendo velocidade", explica. 

Na palestra, Troyjo criticou ideias e conceitos do senso comum que tentam explicar o motivo de nações tornarem-se próximas e prestigiosas. Ele defende que as nações que ascendem são aquelas que conseguem se adaptar adequadamente à globalização. "Mas que globalização é essa?", provocou.

De acordo com ele, o maior milagre econômico da humanidade não se deu sem clara separação entre os poderes, sem imprensa livre, sem instituições reguladoras, sem democracia representativa, sem livre mercado e sem uma noção muito específica sobre o que é comércio internacional. "E por trás de tudo isso, o êxito das nações combina instituições fortalecidas e uma porção de estratégia", acrescenta.

Desafios para o Brasil

Para Troyjo, nesse contexto, o Brasil deve fazer mais investimentos horizontais, como a educação, e em uma indústria específica, além de ficar mais aberto às exportações. "O Brasil é a economia mais fechada entre os vinte países de maior PIB do mundo. E não há países que ascenderam sem ter 35 a 40% do PIB para ações de exportações", destaca.

diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea, Sergio Abreu e Lima Florencio, destaca que, mesmo com todos os desafios impostos ao país, conseguimos nos diferenciar em relação à América Latina por nossas instituições sólidas. "Na primeira metade dos anos 2000, o Brasil crescia 4% ao ano, se revelava uma economia emergente, com uma influência crescente no comércio e na economia internacional. Isso ajudou a projetar a nossa política externa", finalizou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.